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LÍNGUA PORTUGUESA - LÍNGUA PORTUGUESA - 3 3 ORTOGRAFIA - FONOLOGIA A fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da língua. É a fonologia que se ocupa com a ortoépia (correta pronúncia das palavras) e com a prosódia (correta acentuação das palavras). O objeto de estudo da fonologia é o fonema. Fonema é a menor unidade sonora da língua, capaz de estabelecer distinção entre as palavras. Há três tipos de fonemas: vogal, semivogal e consoante. OBS.: Não confunda fonema com letra. Fonema é o som; letra é a representação gráfica (escrita) do fonema. Por exemplo, o fonema /z/ pode ser representado pela letra z (batizar), pela letra s (casa) e pela letra x (exame). Vogal: É o fonema resultante da livre passagem do ar pela boca. A vogal é a base da sílaba, ou seja, não existe sílaba sem vogal, bem como não há duas vogais na mesma sílaba. São elas: a, e, i, o, u. Semivogal: É representada pelas letras e, i, o, u, quando estiverem na mesma sílaba com uma vogal. Portanto, só existe semivogal nos encontros vocálicos (ditongo e tritongo). Consoante: É o fonema produzido quando o ar, ao passar pela boca, encontra algum obstáculo. São consoantes: b, d, f, g (ga, go, gu), j (ge, gi, j) k (c ou qu), l, m (antes de vogal), n (antes de vogal), p, r, s (s, c, ç, ss, sc, sç, xc), t, v, x (inclusive ch), z (s, z), nh, lh, rr. OBS.: A letra a sempre é vogal; i e u geralmente são semivogais. Já as letras e e o ora são vogais, ora semivogais (quando soarem como i e u, respectivamente). Encontros Vocálicos: É o agrupamento de vogais e semivogais. Há três tipos de encontros vocálicos: Hiato = É a sequência de duas vogais, cada qual em uma sílaba diferente. Ex. Lu-a-na a-fi-a-do pi-a-da Ditongo = É a sequência de dois sons vocálicos na mesma sílaba. Quando a vogal estiver antes da semivogal, chama-se de Ditongo Decrescente e, quando a vogal estiver depois da semivogal, de Ditongo Crescente. Os ditongos são classificados ainda em oral e nasal, conforme ocorrer a saída do ar pelas narinas ou somente pela boca. Ex. Cai-xa = Ditongo decrescente oral. Cin-quen-ta = Ditongo crescente nasal. Tritongo = É a sequência de três sons vocálicos na mesma sílaba. Também pode ser oral ou nasal. Ex. A-guei = Tritongo oral. Sa-guão = Tritongo nasal. OBS.: As letras am e em, quando estiverem no fim da palavra, formam ditongo nasal. Ex. casaram (pronuncia-se ãu) querem (pronuncia-se ~ei) Encontros Consonantais: É o agrupamento de consoantes. Há três tipos: Puro ou Perfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba. Ex. Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na. Disjunto ou Imperfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes. Ex. ap-to, cac-to, as-pec-to. Fonético = É a letra x com som de ks. Ex. nexo - axila (pronuncia-se nekso, aksila) Dígrafos: É o agrupamento de duas letras representando um único som. Os principais dígrafos são rr, ss, sc, sç, xc, xs, lh, nh, ch, qu, gu. Ex. arroz, assar, nascer, desço, exceção, exsudar, alho, banho, cacho, querida, sangue. Dígrafo Vocálico: Também chamado Ressôo Nasal, são duas letras representando um único fonema vocálico. É representado pelas letras am, an, em, en, im, in, om, on, um, un, quando estiverem no final da sílaba. (am e em são dígrafos só no interior do vocábulo. Ex. tampa (pronuncia-se tãpa) canto (pronuncia-se kãtu) bomba (pronuncia-se bõba) SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DAS PALAVRAS Na significação contextual, o significado de um item lexical é determinado por elementos subjetivos associados aos itens lexicais que o acompanham. O significado do item lexical tem em consideração não só as suas propriedades semânticas, mas também o contexto em que é expresso e do qual fazem parte crenças e atitudes dos falantes, referências a entidades que os falantes conhecem ou convenções sociais. Por exemplo, a frase “O André caiu na armadilha” tem um significado distinto do significado frásico transmitido pelas propriedades semânticas das palavras. Com efeito, embora se deixe passar a afirmação “O André caiu e magoou-se”, sabemos que, na realidade, o falante, ao emitir tal declaração, quer dizer que “Alguém prejudicou o André”. A palavra armadilha não tem o significado literal de “artifício ou engenho para capturar animais ou pessoas”, mas, sim, de “estratagema para fazer enganar alguém”, “artifício enganador ou ardil”. O significado dado à palavra armadilha depende exclusivamente do contexto. O significado literal indica o que o item lexical tipicamente quer dizer, ou seja, o significado de uma palavra tal como é veiculado pelas suas propriedades semânticas, independentemente do contexto em que se insere e da intenção do falante ao enunciá-la. O significado literal expressa, pois, a relação entre a estrutura linguística e o mundo (real e/ou possível). ORTOGRAFIA SEPARAÇÃO SILÁBICA A divisão silábica deve ser feita a partir da soletração, ou seja, dando o som total das letras que formam cada sílaba, respeitando-se a pronúncia. Usa-se o hífen para marcar a separação silábica. Não se separam os ditongos e tritongos: Ex. cai-xa, má-goa, re-ló-gio, Pa-ra-guai, en-xa-guei. Separam-se as vogais dos hiatos: Ex. sa-ú-de, hi-a-to, le-em, en-jo-o. Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu: Ex. chu-va, te-lha, ba-nha, que-da, guei-xa. Separam-se os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc e xs: Ex. car-ro, pas-sar, nas-ce, cres-ço, ex-ce-to, ex-su-dar. Separam-se os encontros consonantais impuros: Ex. es-co-la, des-cas-car, res-to, e-ner-gia. Prefixos terminados em consoante: Ligados a palavras iniciadas por consoante: Cada consoante fica em uma sílaba, pois haverá a formação de encontro consonantal impuro. Ex. des-te-mi-do, trans-pa-ren-te, hi-per-mer-ca-do. Ligados a palavras iniciadas por vogal: A consoante do prefixo liga-se à vogal da palavra. Ex. su-ben-ten-di-do, tran-sal-pi-no, hi-pe-ra-mi-go. OBS.: Lembre-se de que não existe sílaba sem vogal. Por essa razão, a palavra pneu, por exemplo, não pode ser separada, já que o p, sozinho, não forma sílaba. Ex.: psi-co- lo-gia, mne-mô-ni-ca. - LÍNGUA PORTUGUESA - 4 4 ACENTUAÇÃO GRÁFICA Sílaba tônica: É a sílaba pronunciada com maior intensidade em uma palavra. Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras se classificam em: Oxítona: Palavra cuja sílaba tônica é a última. Ex. angu, crachá Paroxítona: Palavra cuja sílaba tônica é a penúltima. Ex. aluno, fácil Proparoxítona: Palavra cuja sílaba tônica é antepenúltima. Ex. elétrico, lâmpada OBS.: Palavras formadas por uma só sílaba são chamadas monossílabas. As monossílabas se dividem em: átonas (me, o, a, de, lhe, em, se) e tônicas (dor, mim, sol, ver, ti, luz) Sílaba subtônica: Só existe em palavras derivadas. Coincide com a tônica da palavra primitiva. Ex. cafezinho - A sílaba tônica é zi, e a subtônica, fe. taxímetro - A sílaba tônica é xí, e a subtônica, ta. Atenção: As sílabas que não são tônicas nem subtônicas são chamadas átonas. REGRAS DE ACENTUAÇÃO (Atualizadas conforme o Acordo Ortográfico de 2008) Monossílabos Tônicos: Serão acentuados quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s. Ex. pá, más, fé, Jês, dó, cós. Oxítonas: Serão acentuadas quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s, e em EM, ENS. Ex. Corumbá, maracujás, rapé, massapê, filó, vovô, amém, parabéns. Paroxítonas: Serão acentuadas quando terminarem em L, I(S), N, U(S), R, X, Ã, ÃO, UM, UNS, PS, EI(S), ditongo crescente (s). Ex: fácil, táxi, pólen, bônus, caráter, fênix, ímã,órgão, álbum, médiuns, tríceps, vôlei, relógio. Proparoxítonas: Todas as proparoxítonas são acentuadas. Ex. síndrome, ínterim, lêvedo, médico, árvore, sândalo. Ditongos abertos EI e OI: São acentuados, exceto em palavras paroxítonas. Ex. réis, anéis, ideia, dói, herói, jiboia. Ditongo aberto EU: Sempre é acentuado. Ex. véu, chapéu, fogaréu. Hiato: As letras I e U, quando formarem hiato com outra vogal e estiverem sozinhas na sílaba, ou seguidas de S, receberão acento. Ex. puída, país, construí-la, baú, ataúde, balaústre. OBS. 1: Há algumas exceções para a regra do hiato de I e U. Não são acentuados: 1ª) Hiato de vogais idênticas _ xiita, sucuuba 2ª) Hiato seguido pelo dígrafo NH _ rainha, bainha 3ª) Hiato precedido de ditongo _ feiura, cauila, bocaiúva. Verbos TER e VIR: Recebem acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo. Ex. Ele tem / Eles têm Ele vem / Eles vêm. Já os verbos derivados de Ter e Vir recebem acento agudo na 3ª pessoa do singular e acento circunflexo na 3ª pessoa do plural. Ex. Ele detém / Eles detêm Ele intervém / Eles intervêm. Verbos CRER/DAR/LER/VER e seus derivados: Recebem acento circunflexo na 3ª pessoa do singular e têm E dobrado na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo (sem acento). Ex. Ele crê / Eles creem Ele vê / Eles veem Ele relê / Eles releem Ele descrê / Eles descreem Acento diferencial: A palavra pôde (pretérito perfeito) recebe acento para diferenciar de pode (presente). O verbo pôr recebe acento para diferenciar da preposição por. OBS.1: O acento diferencial foi eliminado nas palavras PARA, PERA, PELA, PELO, POLO. OBS.2: O trema também foi extinto em todas as palavras (Ex. frequente, cinquenta, linguiça). ORTOGRAFIA Emprego do Ç 01) Utilizamos o sufixo -ção nas palavras derivadas de vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e os substantivos derivados de verbos: Ex. erudito = erudição exceto = exceção setor = seção intuitivo = intuição educar = educação exportar = exportação repartir = repartição 02) Emprega-se -tenção nos substantivos correspondentes aos verbos derivados do verbo ter. Ex. manter = manutenção reter = retenção deter = detenção conter = contenção Emprego do S 01) Nas palavras derivadas de verbos terminados em - nder e –ndir. Ex. pretender = pretensão defender = defesa, defensivo compreender = compreensão fundir = fusão expandir = expansão 02) Nas palavras derivadas de verbos terminados em - erter, -ertir e -ergir. Ex. perverter = perversão converter = conversão divertir = diversão imergir = imersão 03) Emprega-se -puls- nas palavras derivadas de verbos terminados em –pelir; e -curs-, nas palavras derivadas de verbos terminados em -correr. Ex. expelir = expulsão impelir = impulso compelir = compulsório concorrer = concurso discorrer = discurso percorrer = percurso 04) Nas palavras terminadas em -oso e -osa, com exceção de gozo. Ex. gostosa, saboroso, gasoso 05) Nas palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize. Ex. fase, crase, tese, osmose, análise. 06) Nas palavras femininas terminadas em -isa. Ex. poetisa, papisa, Marisa. 07) Em toda a conjugação dos verbos pôr, querer e usar. Ex. Eu pus Ele quis Nós usamos - LÍNGUA PORTUGUESA - 5 5 08) Nas palavras terminadas em -ês e -esa, que indicarem nacionalidade, origem e títulos de nobreza. Ex. português, dinamarquesa, tailandesa, duquesa, marquês. 09) Nos verbos terminados em -isar, quando a palavra primitiva já possuir o -s-. Ex. análise = analisar liso = alisar pesquisa = pesquisar paralisia = paralisar 10) Nos diminutivos de palavras escritas com -s-. Ex.: casinha, asinha, portuguesinho, Inesita. OBS.: Ç ou S? Após ditongo, emprega-se -ç-, quando houver som de ss, e escreve-se com -s-, quando houver som de z. Ex. eleição, traição, lousa, coisa. Emprego do Z 1) Nas palavras terminadas em -ez e -eza, que são substantivos derivados de adjetivos: Ex. limpo = limpeza lúcido = lucidez nobre = nobreza pobre = pobreza belo = beleza 2) Nos verbos terminados em -izar, quando a palavra primitiva não possuir -s-. Ex. economia = economizar terror = aterrorizar frágil = fragilizar OBS.: Cuidado, pois há algumas exceções! Ex. catequese = catequizar síntese = sintetizar hipnose = hipnotizar batismo = batizar 3) Nos diminutivos terminados em -zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- . Ex. mulherzinha, arvorezinha, alemãozinho, aviãozinho, pezinho Emprego de SS 01) Nas palavras derivadas de verbos terminados em - ceder. Ex. anteceder = antecessor exceder = excesso conceder = concessão 02) Nas palavras derivadas de verbos terminados em - primir. Ex. imprimir = impressão comprimir = compressa deprimir = depressivo 03) Nas palavras derivadas de verbos terminados em - gredir. Ex. agredir = agressão progredir = progresso transgredir = transgressor 04) Nas palavras derivadas de verbos terminados em - meter. Ex. comprometer = compromisso intrometer = intromissão prometer = promessa Emprego do J 01) Nas palavras derivadas dos verbos terminados em - jar. Ex. trajar = traje, eu trajei encorajar = que eles encorajem viajar = que eles viajem 02) Nas palavras derivadas de vocábulos terminados em -ja. Ex. loja = lojista gorja = gorjeta, gorjeio canja = canjica 03) Nas palavras de origem tupi, africana ou popular. Ex. jiló, pajé, jiboia, jirau Emprego do G 01) Em todas as palavras terminadas em -ágio, -égio, - ígio, -ógio, -úgio. Ex. pedágio, colégio, sacrilégio, prestígio, relógio, refúgio. 02) Nas palavras terminadas em -gem, com exceção de pajem e lambujem: Ex. viagem (subst.), coragem, personagem, ferrugem, penugem. Emprego do X 01) Nas palavras iniciadas por mex-, com exceção de mecha. Ex. mexilhão, mexerica, mexer 02) Nas palavras iniciadas por enx-, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por ch- e da palavra enchova. Ex. enxada, enxerto, enxerido, enxurrada. 03) Após ditongo, com exceção de recauchutar e guache. Ex. ameixa, deixar, queixa, feixe, peixe UIR e OER Os verbos terminados em -uir e -oer terão as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com - i-. Ex. tu possuis, ele possui, tu constróis, ele constrói, tu móis, ele mói UAR e OAR Os verbos terminados em -uar e -oar terão todas as pessoas do Presente do Subjuntivo escritas com -e-. Ex. Que eu efetue, Que tu efetues, Que vós entoeis, Que eles entoem. EMPREGO DO HÍFEN As regras a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. 1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Ex. anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro, macro-história, super-homem. Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h). 2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Ex. aeroespacial,agroindustrial, anteontem, semianual, infraestrutura, plurianual. Exceção: o prefixo co geralmente aglutina-se, com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar. 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Ex. anteprojeto, antipedagógico, coprodução, semideus, ultramoderno. 4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Ex. antirrábico, antissocial, contrarregra, cosseno, infrassom. - LÍNGUA PORTUGUESA - 6 6 5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Ex. anti-ibérico, auto-observação, contra-atacar, micro- ondas, semi-interno. 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Ex. inter-racial, sub-base, super-realista. Atenção: Nos demais casos, não se usa o hífen. Ex. hipermercado, intermunicipal, superproteção. OBS.: Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r (sub-região). Já com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal (circum-navegação, pan-americano). 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Ex. hiperacidez, interescolar, superinteressante. 8. Com os prefixos vice, ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Ex. vice-prefeito, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, pós- graduação, pré-história, pró-europeu, recém-casado, sem-terra. 9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi- guarani: açu, guaçu e mirim. Ex. amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. Além de ser empregado com os prefixos nos casos citados acima, o hífen também é utilizado na separação silábica (e-le-fan-te), serve para ligar pronome pessoal oblíquo a verbo (ofereço-lhe) e une os elementos nas palavras compostas. (Ex. guarda-roupa, beija-flor, corre-corre, greco-latino). PONTUAÇÃO Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. São eles: Vírgula ( , ) A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é usada: 1) nas datas, para separar o nome da localidade. Ex. Brasília, 25 de agosto de 2011. 2) após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase. Ex. _ Você gostou da festa? _ Sim, eu adorei. 3) após a saudação em correspondência (social e comercial). Ex. Atenciosamente, 4) para separar termos de uma mesma função sintática. Ex. Comprei banana, maçã, laranja. 5) para destacar elementos intercalados na oração, tais como: A – uma conjunção Ex. Ele estudou, não alcançou, porém, um bom resultado. B – um adjunto adverbial Ex. Essas crianças, com certeza, serão aprovadas. C – um vocativo Ex. Todos vocês, meus amigos, estão convidados D – um aposto Ex. Juliana, irmã de Maria, passou no vestibular. E – uma expressão explicativa ou corretiva (isto é, a saber, ou melhor, aliás, etc,) Ex. O amor, ou seja, o mais sublime sentimento humano, inicia-se em Deus. 6) para separar termos deslocados de sua posição normal na frase. Ex. O documento, você trouxe? 7) para separar elementos paralelos de um provérbio. Ex. Tal pai, tal filho. 8) para indicar a elipse (omissão) de um termo. Ex. Daniel ficou alegre e eu, chateado. 9) para separa orações intercaladas. Ex. O importante, disse ela, era a segurança da escola. 10) para separar as orações coordenadas, exceto as aditivas. Ex. Vá devagar, que a rua é perigosa. ATENÇÃO! Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes dela: 1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Ex. O homem vendeu o carro, e a mulher protestou. 2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex. E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência) Ex. Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada. 11) para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais, principalmente quando vêm antes da principal. Ex.Quando José encontrar o livro, vai comprá-lo para mim. 12) para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex. A professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo. Ponto-e-vírgula (;) O ponto-e-vírgula indica uma pausa um pouco mais longa que a vírgula e um pouco mais breve que o ponto. O emprego do ponto-e-vírgula depende muito do contexto em que ele aparece. Podem-se seguir as seguintes orientações para empregar o ponto-e-vírgula: 1) Para separar duas orações coordenadas que já contenham vírgulas. Ex. Estive a pensar, durante toda a noite, em Diana, minha antiga namorada; no entanto, desde o último verão, estamos sem nos ver. 2) Para separar enumeração após dois pontos: Ex. Os alunos devem respeitar as seguintes regras: - não fumar dentro do colégio; - não fazer algazarras na hora do intervalo; - respeitar os funcionários e os colegas; - trazer sempre o material escolar. Dois-pontos (:) 1) Para iniciar uma enumeração: Ex. Compramos para a casa o seguinte: mesa, cadeiras, tapetes e sofás. 2) Para introduzir a fala de uma personagem: Ex.Sempre que o professor Luís entra em sala-de-aula diz: __ Essa moleza vai acabar! 3) Para esclarecer ou concluir algo que já foi dito: Ex. Subjetividade e Nacionalismo: essas são as características do Romantismo. Reticências ( ... ) 1) Para indicar uma certa indecisão, surpresa ou dúvida na fala da personagem: Ex. João Antônio! Diga-me... você... me traiu? 2) Para indicar que, num diálogo, a fala de uma personagem foi interrompida: Ex. __ Como todos já deram sua opinião, creio que... - LÍNGUA PORTUGUESA - 7 7 3) Para indicar, numa citação, que certos trechos do texto foram exclusos: Ex. "No momento em que a tia foi pagar a conta, Joana pegou o livro..." (Clarice Lispector) Aspas ( " " ) As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas: 1) antes e depois de citações ou transcrições textuais. Ex. Como disse Machado de Assis: “A melhor definição de amor não vale um beijo.” 2) para assinalar estrangeirismo, neologismos, gírias, expressões populares, ironia. Ex. O "lobby" dos fabricantes de pneus está cada vez mais explícito. Com a chegada da polícia, os três suspeitos "vazaram". Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova! OBS.: Em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las novamente, empregam-se aspas simples. Ex. "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua.” (Machado de Assis) Travessão ( – ) O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado: 1) no discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos. Ex. _ O que isso, mãe? _ É seu presente de Natal, minha filha. 2) para separar expressões ou frase explicativas, intercaladas. Ex. "E logo me apresentou à mulher – uma estimável senhora – e à filha." (Machado de Assis) 3) para destacar algum elemento no interior da frase, podendotambém realçar o aposto. Ex. "Junto do leito meus poetas dormem – Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron – na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo) SEMÂNTICA A semântica estuda o significado e a interpretação do significado de uma palavra, de um signo, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Esse campo de estudo analisa, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espaço geográfico. Ambiguidade: Possibilidade de dupla interpretação para um mesmo enunciado. Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece. Ex. cabo (posto militar, acidente geográfico, parte da vassoura) Sinônimos: São palavras que apresentam, entre si, o mesmo significado. Ex. triste = melancólico resgatar = recuperar ratificar = confirmar digno = decente, honesto reminiscências = lembranças insipiente = ignorante. Antônimos: São palavras que apresentam, entre si, sentidos opostos, contrários. Ex. bom x mau bem x mal condenar x absolver simplificar x complicar Homônimos: São palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há três tipos de homônimos: 1) Homônimos Perfeitos _ Têm a mesma grafia e a mesma pronúncia. Ex. cedo (advérbio) e cedo (verbo ceder) meio (numeral) e meio (substantivo) 2) Homônimos Homófonos _ Têm a mesma pronúncia e grafias diferentes. Ex. sessão (reunião) seção (repartição) e cessão (ato de ceder) 3) Homônimos Homógrafos _ Têm a mesma grafia e pronúncias diferentes. Ex. almoço (refeição) e almoço (verbo almoçar) sede (vontade de beber) e sede (residência). Parônimos: São palavras de significação diferente, mas de forma parecida, semelhante. Ex. retificar e ratificar inflação e infração tráfico e tráfego eminente e iminente Segue abaixo uma lista com alguns homônimos e parônimos: - acender = atear fogo ascender = subir - acerca de = a respeito de, sobre há cerca de = faz, existe aproximadamente - afim = semelhante, com afinidade a fim de = com a finalidade de - amoral = indiferente à moral imoral = contra a moral, libertino, devasso - apreçar = marcar o preço apressar = acelerar - arrear = pôr arreios arriar = abaixar - bucho = estômago de ruminantes buxo = arbusto ornamental - caçar = abater a caça cassar = anular - cela = aposento sela = arreio - censo = recenseamento senso = juízo cessão = ato de doar - seção = corte, divisão sessão = reunião - chalé = casa campestre xale = cobertura para os ombros - cheque = ordem de pagamento xeque = lance do jogo de xadrez - comprimento = extensão cumprimento = saudação - concertar = harmonizar, combinar consertar = remendar, reparar - conjetura = suposição, hipótese conjuntura = situação, circunstância - deferir = conceder diferir = adiar - descrição = representação discrição = ato de ser discreto - descriminar = inocentar discriminar = diferençar, distinguir - despensa = compartimento dispensa = desobrigação - despercebido = sem ser notado desapercebido = desprevenido - eminente = nobre, alto, excelente iminente = prestes a acontecer - esperto = ativo, inteligente, vivo experto = perito, entendido - espiar = olhar sorrateiramente expiar = sofrer pena ou castigo - estada = permanência de pessoa estadia = permanência de veículo - flagrante = evidente fragrante = aromático - incerto = duvidoso inserto = inserido, incluso - incipiente = iniciante insipiente = ignorante - LÍNGUA PORTUGUESA - 8 8 - infligir = aplicar pena ou castigo infringir = transgredir, violar, desrespeitar - intercessão = súplica, rogo interse(c)ção = ponto de encontro de duas linhas - ratificar = confirmar retificar = corrigir - soar = produzir som suar = transpirar - sortir = abastecer surtir = originar - tacha = pequeno prego taxa = tributo - tachar = censurar, notar defeito em taxar = estabelecer o preço Hipônimo: É a palavra que indica uma parte, um item específico de um todo. Ex. sabiá, curió, gavião, águia (pertencem ao grupo das aves, portanto são hipônimos da palavra AVE). Hiperônimo: É a palavra que indica o todo, do qual se originam várias partes ou ramificações. Ex. Calçado (Hiperônimo de sandália, tênis, sapato, etc.) Animal (Hiperônimo de vaca, zebra, gato, etc.) OBS.: A Hiponímia particulariza, enquanto a Hiperonímia generaliza. MORFOLOGIA Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras analisando-as isoladamente, independentes de contexto. ESTRUTURA DAS PALAVRAS Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada uma delas. As palavras podem ser divididas em unidades menores, a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas. Os elementos mórficos são os seguintes: 1) Radical : É o elemento que contém o sentido básico do vocábulo. Ex. falar, comer, dormir, casa, carro. Palavras que apresentam o mesmo radical são chamadas de palavras cognatas e constituem uma família etimológica. Ex. árvore, arborizado, arvorismo, arbóreo. OBS.: Em se tratando de verbos, descobre-se o radical, retirando-se a terminação AR, ER ou IR. 2) Vogal Temática : É uma vogal colocada após o radical, que o prepara para receber os demais elementos. Ex. cadeira, livro, casa. Os verbos apresentam as vogais temáticas A, E ou I, presentes à terminação verbal. Elas indicam a que conjugação o verbo pertence: - 1ª conjugação = vogal temática A (comprar, amar) - 2ª conjugação = vogal temática E (viver, beber) - 3ª conjugação = vogal temática I (dormir, sentir) OBS.: O verbo pôr e seus derivados (supor, compor, repor, etc.) pertencem à 2ª conjugação, já que se originam do antigo verbo poer. 3) Tema: É a junção do radical com a vogal temática. Se não existir a vogal temática, o tema e o radical serão o mesmo elemento. Ex. estuda = estud+a ferro = ferr+o leal = leal (radical e tema coincidem) 4) Desinências: É o elemento que indica a flexão da palavra. Existem dois tipos de desinências: a) Desinências verbais - Modo-temporais = indicam o modo e o tempo. Ex. cantava (pretérito imperfeito do indicativo) - Número-pessoais = indicam a pessoa e o número. Ex. cantaram (3ª pessoa do plural) b) Desinências nominais - de gênero = indica o gênero da palavra. A palavra terá desinência nominal de gênero, quando houver a oposição masculino - feminino. Ex. cabeleireiro - cabeleireira. A vogal a será desinência nominal de gênero sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo que o masculino não seja terminado em o. Ex. crua, ela, traidora. - de número =indica o plural da palavra. É a letra s, somente quando indicar plural. Ex. cadeiras, macacos 5) Afixos: São elementos que se juntam ao radical para formar novas palavras. São eles: - Prefixo: É o afixo que aparece antes do radical. Ex. destampar, incapaz, amoral. - Sufixo: É o afixo que aparece depois do radical ou do tema. Ex. pensamento, acusação Vogais e consoantes de ligação: São vogais e consoantes que surgem entre dois morfemas, para tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras. Ex. flores, bambuzal, gasômetro. As vogais e consoantes de ligação não são consideradas morfemas, mas simples elementos utilizados, principalmente, em palavras derivadas e compostas. PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS Haverá derivação quando, a partir de uma palavra primitiva na Língua Portuguesa, formar-se uma nova palavra, a derivada. Há seis tipos de derivação: Derivação Prefixal: a palavra derivada é obtida pela anexação de um prefixo à palavra primitiva. Ex. conceder, imoral, transplantar Derivação Sufixal: A palavra nova é obtida por acréscimo de sufixo. Ex. felizmente, moralidade Derivação Prefixal e Sufixal: A palavra nova recebe prefixo e sufixo. Ex. imoralidade, transplantado Derivação Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese, formam-se principalmente verbos. Ex. entristecer, enevoar OBS.: Não confunda a derivação parassintética com a prefixal e sufixal. No caso da parassíntese, a nova palavra só existe com ambos os afixos, pois o acréscimo é simultâneo. No caso de entristecer, por exemplo, não existe “entriste” (sem o sufixo) e nem “tristecer” (sem o prefixo). Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem que haja a presença de afixos. São eles: Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação de substantivos derivados de verbos. Ex. pesca (subst. deriv. do verbo pescar) Derivação imprópria: a palavra nova é obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão-somente na classe gramatical. Ex. o porquê - LÍNGUA PORTUGUESA - 9 9 Haverá composição quando se juntarem dois ou mais radicais para formar uma nova palavra. A composição pode ocorrer por: Justaposição: os elementos que formam o composto são postos lado a lado, sem que haja alteração fonética (a pronúncia não muda). Ex. passatempo, guarda-roupa, segunda-feira, girassol. Aglutinação: os elementos que formam o composto se aglutinam, havendo alteração fonética. Ex. aguardente (água+ardente), alvinegro (alvo+negro). Além da derivação e da composição, há alguns outros processos de formação de palavras: Hibridismo: É a formação de novas palavras a partir da união de radicais de idiomas diferentes. Ex. automóvel (grego+latim), sociologia (latim+grego), burocracia (francês+grego) Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando imitar sons da natureza ou barulhos de máquinas. Ex. zunzum, cricri, tique-taque, pingue-pongue. Abreviação ou Redução Vocabular: Consiste na eliminação de um segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais curta. Ex. extra (de extraordinário), fone (de telefone) Siglas: São formadas pela combinação das letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome: Ex. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Empréstimo linguístico: É o aportuguesamento de palavras estrangeiras. Ex. estresse, bife, sutiã CLASSES DE PALAVRAS A Morfologia dividiu as palavras em dez classes (também chamadas de classes gramaticais ou classes morfológicas), considerando suas características e funções. São elas: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. SUBSTANTIVO Substantivo é a palavra variável que dá nome aos seres, lugares, objetos, sentimentos. Para transformar uma palavra de outra classe gramatical em um substantivo, basta precedê-la de artigo. O substantivo pode ser classificado em: Primitivo: palavras que não derivam de outras. Ex. flor, pedra, jardim. Derivado: vem de outra palavra existente na língua. Ex. floricultura , pedreira, jardineiro. Simples: tem apenas um radical. Ex. água, couve, sol Composto: tem dois ou mais radicais. Ex. água-de-cheiro, couve-flor, girassol. Concreto: designa seres reais ou fantásticos. Ex. homem, cadeira, anjo. Abstrato: designa sentimentos, ideias ou conceitos, cuja existência está vinculada a alguém ou a alguma outra coisa. Ex. justiça, amor, trabalho, Comum: denomina um conjunto de seres de maneira geral, ou seja, um ser sem diferenciar dos outros do mesmo conjunto. Ex. carro, aluno, cidade Próprio: denota um elemento individual, sendo grafado sempre com letra maiúscula. Ex. Fusca, Lucas, Ipatinga. Coletivo: um substantivo coletivo designa um nome singular dado a um conjunto de seres. Ex. legião, alcatéia, arquipélago. Flexão de gênero Os substantivos flexionam-se nos gêneros masculino e feminino e, quanto às formas, podem ser: Substantivos biformes: apresentam duas formas originadas do mesmo radical. Ex. menino - menina, traidor - traidora, aluno - aluna. Substantivos heterônimos: apresentam radicais distintos e dispensam artigo ou flexão para indicar gênero, ou seja, apresentam duas formas: uma para o feminino e outra para o masculino. Ex. arlequim - colombina, bode - cabra, homem – mulher. Substantivos uniformes: apresentam a mesma forma para os dois gêneros, podendo ser classificados em: Epicenos: referem-se a animais ou plantas e são invariáveis no artigo precedente, acrescentando as palavras macho e fêmea, para distinção do sexo do animal. Ex. a onça macho - a onça fêmea; o jacaré macho - o jacaré fêmea; a foca macho - a foca fêmea. Comuns de dois gêneros: o gênero é indicado pelo artigo precedente. Ex. o/a dentista; o/a gerente. Sobrecomuns: invariáveis no artigo precedente. Exemplos: a criança, o indivíduo, o algoz. Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam também de significado. Eis alguns deles: - o caixa = o funcionário a caixa = o objeto - o capital = dinheiro a capital = sede de governo - o grama = medida de massa a grama = a relva, o capim - o guia = cicerone a guia = documento, formulário; meio-fio - o moral = estado de espírito a moral = ética, conclusão Flexão de número Os substantivos apresentam singular e plural. Os substantivos simples fazem o plural da seguinte forma, se forem terminados em: 1) n, vogal ou ditongo, acrescenta-se o s. Ex. elétrons, copos, cáries 2) ão, substitui-se por ões, ães ou ãos. Ex. anões, cães, mãos 3) r e z, acrescenta-se es. Ex. flores, luzes. 4) x, são invariáveis. Ex. tórax, fênix 5) al, el, ol, ul, trocam o l por is, com as seguintes exceções: "mal" (males), "cônsul" (cônsules), "mol" (mols), "gol" (gols). Ex. jornais, anéis. 6) il, troca-se o l por is (quando oxítona) ou o il por eis (quando paroxítona). Ex. fuzis, projéteis. 7) s, acrescenta-se es nas oxítonas e nas monossílabas; as demais ficam invariáveis. Ex. países, áses, lápis, ônibus. (Exceção: cais é invariável) Os substantivos compostos ligados por hífen flexionam- se da seguinte forma: - se os elementos são formados por palavras repetidas ou por onomatopeia, só o segundo elemento varia (tico-ticos, pingue-pongues). - nos demais casos, somente os elementos originariamente substantivos, adjetivos e numerais variam (couves-flores, guardas-noturnos, amores-perfeitos, bem- amados, vale-tudo). OBS.: Metafonia é a mudança no timbre da vogal o (que passa de fechada ‘ô’a aberta ‘ó’), observada no plural de alguns substantivos: ovo – ovos , posto – postos. - LÍNGUA PORTUGUESA - 10 10 Flexão de grau Os substantivos apresenta os graus aumentativo e diminutivo, que são formados por dois processos: Analítico: o substantivo é modificado por adjetivos que indicam sua proporção (rato grande, gato pequeno). Sintético: são utilizados sufixos. (ratão, gatinho) Alguns substantivos apresentam um diminutivo erudito, formado com os sufixos latinos ículo(a), ulo(a), únculo(a) e úsculo(a). Segue abaixo uma lista de diminutivos eruditos: corpo – corpúsculo cela – célula febre – febrícula feixe – fascículo globo – glóbulo grão – grânulo gota – gotícula homem – homúnculo monte – montículo nó – nódulo núcleo – nucléolo obra – opúsculo orelha – aurícula ovo – óvulo parte – partícula porção – porciúncula pele – película questão – questiúncula raiz – radícula rede – retículo verso – versículo ADJETIVO Adjetivo é a palavra que modifica um substantivo, atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Os adjetivos podem ser: 1) Adjetivo explicativo _ Denota qualidade essencial do ser, qualidade inerente. Ex. Homem mortal, leite branco. 2) Adjetivo restritivo _ Denota qualidade adicionada ao ser, ou seja, qualidade que pode ser retirada do substantivo. Ex. Homem inteligente, leite enriquecido. Quanto à formação, os adjetivos se classificam em: Primitivo: não se originam de outra palavra. Ex. verde Derivado: origina-se de uma palavra já existente. Ex. esverdeado Simples: apresenta somente um radical. Ex. azul Composto: apresenta mais de um radical. Ex. azul-marinho Adjetivo Pátrio: Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Ex. acreano, belo-horizontino, estadunidense, porto- riquenho, nordestino. Locução Adjetiva: É uma expressão que exerce a mesma função do adjetivo. Ex. olhos de águia (=aquilinos) carinha de anjo (= angelical) fé sem limite (=ilimitada) Flexão de gênero O adjetivo concorda com o substantivo a que se refere em gênero e número (masculino e feminino; singular e plural). Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: Uniforme: apresenta uma única forma para os dois gêneros. Ex. amável, persistente Biforme: apresenta uma forma diferente para cada gênero. Ex. bonito/bonita, chinês/chinesa Flexão de número Os adjetivos simples se flexionam obedecendo às mesmas regras dos substantivos simples. Já no caso dos adjetivos compostos, somente o último elemento flexiona. Ex. cabelos castanho-escuros, obras anglo- germânicas. OBS.: Caso o adjetivo seja representado por um substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela não se flexiona. Ex. motos vinho, comícios monstro, tons pastel, camisas branco-gelo, bandeiras amarelo-ouro. Azul-marinho, azul-celeste, furta-cor, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por cor de ... são sempre invariáveis. Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os dois elementos flexionados. Flexão de Grau 1) Grau Comparativo: compara uma qualidade entre dois elementos ou duas qualidade de um mesmo elemento. São três os comparativos: - de superioridade: Para alguns alunos, Português é mais fácil que Química. - de igualdade: Para alguns alunos, Português é tão fácil quanto Química. - de inferioridade: Para alguns alunos, Português é menos fácil que Química. OBS.: Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor); porém, em comparações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, devem-se usar as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno. Ex. Pedro é maior do que Paulo, pois se está comparando dois elementos, mas Pedro é mais grande que forte, pois se está fazendo a comparação de duas qualidades de um mesmo elemento. 2) Grau Superlativo: engrandece a qualidade de um elemento. São dois os superlativos: Superlativo absoluto - analítico = o adjetivo é modificado por um advérbio. Ex. Carla é muito inteligente. - sintético = quando há o acréscimo de um sufixo. Ex. Carla é inteligentíssima. Superlativo relativo - de superioridade = Enaltece a qualidade do substantivo como "o mais" dentre todos os outros. Ex. Carla é a mais inteligente. - de inferioridade = Enaltece a qualidade do substantivo como "o menos" dentre todos os outros. Ex. Carla é a menos inteligente. ARTIGO É a palavra variável em gênero e número que precede um substantivo, determinando-o de modo preciso (artigo definido) ou vago (artigo indefinido). Os artigos classificam- se em: 01) Artigos Definidos: o, a, os, as. Ex. O garoto pediu dinheiro. (sabe-se quem é o garoto.) 02) Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas. Ex. Um garoto pediu dinheiro. (Refere-se a um garoto qualquer, de forma genérica.) OBS.: O artigo tem a capacidade de substantivar qualquer palavra, isto é, ao precedermos uma palavra de artigo, automaticamente, ela passa a atuar como substantivo. Ex. Maria não aceitava um não como resposta. O andar do rapaz era trôpego e engraçado. - LÍNGUA PORTUGUESA - 11 11 Emprego dos artigos Ambos: Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior, caso este exija o seu uso. Ex. Ambos os atletas foram declarados vencedores. (atletas é substantivo que exige artigo.) Todos: Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento posterior, caso este exija o seu uso. Ex. Todas as leis devem ser cumpridas. Todo: Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo, para indicar totalidade; não se usa, para indicar generalização. Ex. Todo o país participou da greve. (O país inteiro) Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os países) Cujo: Não se usa artigo após o pronome relativo cujo. Ex. As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e não cujo as bolsas) Pronomes Possessivos: Diante de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo. Ex. Encontrei seus amigos no Shopping. / Encontrei os seus amigos no Shopping. Nomes de pessoas: Diante de nome de pessoas, só se usa artigo para indicar afetividade ou familiaridade. Ex. O Pedrinho mandou uma carta a Fernando Henrique Cardoso. Casa: Só se usa artigo diante da palavra casa, se ela estiver especificada. Ex. Saí de casa há pouco. Saí da casa do Gilberto há pouco. Terra: Se a palavra terra significar "chão firme", só haverá artigo quando estiver especificada. Se significar planeta, usa-se com artigo. Ex. Os marinheiros voltaram de terra, pois irão à terra do comandante. Os astronautas tiraram fotos da Terra. OBS.: Não se deve combinar com preposição o artigo que faz parte do nome de jornais, revistas, obras literárias, etc. (Ex. Li a notícia em O Estado.) De igual forma, não se combina com preposição o artigo que integra o sujeito de um verbo. (Ex. Está na hora de a onça beber água.) PRONOME Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa do discurso. OBS.: São três as pessoas do discurso: 1ªpessoa = emissor (transmite a mensagem); 2ª pessoa = receptor (recebe a mensagem) e 3ª pessoa = referente (assunto da mensagem). Quando o pronome substituir um substantivo, será denominado pronome substantivo Ex. Ele é amigo de Pedro. Quando o pronome acompanhar um substantivo, será denominado pronome adjetivo. Ex. Pedro é meu professor. PRONOMES PESSOAIS Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com quem se fala e a de quem se fala. São de dois tipos: Pronomes pessoais do caso reto: são os que desempenham a função sintática de sujeito da oração _ eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas. Pronomes pessoais do caso oblíquo: são os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal. Os pronomes pessoais oblíquos se subdividem em dois tipos: os átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes), que não são antecedidos por preposição e se apoiam diretamente no verbo; e os tônicos (mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas), precedidos por preposição. Emprego dos Pronomes Pessoais Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e ti exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de preposição. Ex. Trouxeram aquela encomenda para mim. Era para eu conversar com o diretor. Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos; portanto, só poderão ser usados na voz reflexiva ou na voz reflexiva recíproca. Ex. Quem não se cuida, acaba ficando doente. Gilberto trouxe consigo os três irmãos. Com nós ou com vós são usados quando, à frente, surgir qualquer palavra que indique quem "somos nós" ou quem "sois vós". Nos demais casos, usa-se sempre conosco ou convosco. Ex. Ele disse que sairia com nós dois. O engenheiro foi ao canteiro de obras conosco. OBS.: Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s) funcionarem como sujeito, não devem ser aglutinados com a preposição de. Ex. No momento de ele discursar, faltou-lhe a palavra. Os pronomes oblíquos átonos podem exercer diversas funções sintáticas nas orações. São elas: - Objeto Direto - me, te, se, o, a, nos, vos, os, as. Ex. Quando encontrar seu material, traga-o até mim. Respeite-me, garoto. - Objeto Indireto - me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Ex. Traga-me as apostilas Obedecemos-lhe cegamente. Adjunto adnominal - me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando indicarem posse. Ex. Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança. (a herança dele) Complemento nominal - me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando complementarem o sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. Ex. Tenha-me respeito. (respeito a mim) Sujeito acusativo - me, te, se, o, a, nos, vos, os, as, quando estiverem em um período composto formado pelos verbos fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir e um verbo no infinitivo ou no gerúndio. Ex. Deixei-a entrar atrasada. Mandaram-me conversar com ele. Se o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, os pronomes o, a, os, as se transformarão em no, na, nos, nas. Ex. Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas terminações serão retiradas, e os pronomes o, a, os, as mudarão para lo, la, los, las. Ex. Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê- las até mim. Se o verbo terminar em mos, seguido de nos ou de vos, retira-se a terminação -s. Ex. Encontramo-nos ontem à noite. Se o verbo for transitivo indireto terminado em s, seguido de lhe, lhes, não se retira a terminação s. Ex. Tu obedeces-lhe? Pronomes de Tratamento: Constituem um tipo de especial de pronome pessoal. Os pronomes de tratamento, embora se refiram a 2ª pessoa gramatical, fazem concordância em 3ª pessoa. - LÍNGUA PORTUGUESA - 12 12 Pronomes de tratamento Abreviatura Usados para: Você V. Tratamento íntimo, familiar, informal. Senhor, Senhora Sr., Sr.ª Tratamento mais respeitoso, cerimonioso. Vossa Senhoria V. S.ª Textos escritos, como: correspondências, ofícios, cartas comerciais, requerimentos, etc. Vossa Excelência V. Ex.ª Altas autoridades, como: Presidente da República, Senadores, Embaixadores, Ministros de Estado, Juízes. Vossa Eminência V. Em.ª Cardeais. Vossa Alteza V. A. Príncipes e duques. Vossa Santidade V.S. Papa. Vossa Reverendíssima V. Rev.mª Sacerdotes e Religiosos em geral. Vossa Paternidade V. P. Superiores de Ordens Religiosas. Vossa Magnificência V. Mag.ª Reitores de Universidades Vossa Majestade V. M. Reis e Rainhas. 1. Ao se dirigir respeitosamente a uma autoridade, você usa o "Vossa". Ex. Vossa Excelência foi muito útil na resolução do problema. 2. Ao se dirigir a outra pessoa, referindo-se àquela mesma autoridade, você usa o "Sua". Ex. Sua Excelência, o deputado José, foi muito útil na resolução do problema. 3. Ao usar o pronome de tratamento como vocativo (para chamar, avisar, interpelar), dispensa-se o pronome possessivo (Vossa, Sua). Ex. Cuidado, Excelência. Perdão, Alteza! COLOCAÇÃO PRONOMINAL Como já mencionado anteriormente, o pronome oblíquo átono sempre se apoia no verbo, em relação ao qual pode ocupar três posições: próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) e mesóclise (no meio do verbo). Veremos a seguir as regras de colocação pronominal. 1) Próclise: Ocorre próclise sempre que antes do verbo aparecer uma palavra atrativa, ou seja, um vocábulo que atraia o pronome para perto de si. São as seguintes as palavras atrativas: Palavras de sentido negativo Ex. Ninguém te fere sem tua permissão. Advérbios Ex. Aqui se faz, aqui se paga. Conjunções subordinativas Ex. Escrevi a frase, conforme me lembrava. Pronomes indefinidos Ex. Algo lhe perturba profundamente. Pronomes relativos Ex. Este é o rapaz que o convidou. Pronomes demonstrativos Ex. Isso nos convém no momento. Também ocorre próclise nas orações exclamativas (Ex. Quantas injúrias se cometeram naquele dia!), optativas (Ex. Deus te proteja.) e interrogativas (Ex. Quem lhe contou essa história?). A próclise será de rigor, ainda, em frases com preposição + verbo no infinitivo flexionado (Ex. Ao nos posicionarmos a favor dela, ganhamos alguns desafetos.) 2) Ênclise: Ocorre ênclise nos seguintes casos: Quando o verbo iniciar a oração. Ex. Arrependi-me do que fiz a você. Com o verbo no imperativo afirmativo. Ex. Pecadores, arrependei-vos! Com o verbo no infinitivo impessoal. Ex. É preciso queixar-se menos e agradecer mais. Com o verbo no gerúndio. Ex. Leia poesia, estudando-se Literatura. OBS.: Se antes do verbo no gerúndio, houver a preposição em, ocorrerá próclise. Ex. Em se tratando de gastronomia, a Itália é perfeita.) Casos facultativos: Se antes do verbo houver pronome pessoal reto ou substantivo, admite-se tanto próclise quanto ênclise. Ex. Eu te amo ou Eu amo-te Os alunos se foram ou Os alunos foram-se. 3) Mesóclise: Só ocorre mesóclise se o verbo estiver em um dos tempos verbais abaixo: Futuro do Presente Ex. Oferecer-lhe-á um buquê de flores. Futuro do Pretérito Ex. Queixar-me-ia de você todos os dias. OBS.: Verbos no Futuro do Presente e no Futuro do Pretérito jamais admitem ênclise. Mas se o verbo conjugado nesses tempos não estiver no início da frase, tanto poderemos usar próclise, quanto mesóclise. Ex. Eu me queixareide você ou Eu queixar-me-ei de você. Os alunos se esforçarão ou Os alunos esforçar-se-ão. COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS 01) Auxiliar + Infinitivo ou Gerúndio: Quando o verbo principal da locução verbal estiver no infinitivo ou no gerúndio, há duas colocações pronominais possíveis: Em relação ao verbo auxiliar, seguem-se as mesmas regras dos tempos simples, ou seja, próclise, em qualquer circunstância (menos em início de frase); mesóclise, com verbo no futuro; e ênclise, sem atração, nem futuro. Em relação ao verbo principal, deve-se colocar o pronome depois do verbo (ênclise). Ex. Eles se vão esforçar mais. Eles não se vão esforçar mais. Eles se irão esforçar mais. Eles vão-se esforçar mais. Eles ir-se-ão esforçar mais. Eles vão esforçar-se mais. Eles não vão esforçar-se mais. Eles irão esforçar-se mais. 02) Auxiliar + Particípio: Quando o verbo principal da locução verbal estiver no particípio, o pronome oblíquo átono só poderá ser colocado junto do verbo auxiliar, nunca após o verbo principal. Ex. Eles se têm esforçado. Eles não se têm esforçado. Eles se terão esforçado. Eles têm-se esforçado. Eles ter-se- ão esforçado. PRONOMES POSSESSIVOS São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s). Empregos dos pronomes possessivos 01) O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu(s), sua(s) pode dar duplo sentido à frase (ambiguidade). Ex. Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos. Nesse caso, para evitar a ambiguidade, basta substituir o possessivo por dele ou dela. - LÍNGUA PORTUGUESA - 13 13 02) É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos. Ex. Trate bem seus amigos. Trate bem os seus amigos. 03) Não se devem usar pronomes possessivos diante de partes do próprio corpo. Ex. Vou lavar as mãos. (e não “minhas mãos”) Cuidado para não machucar os pés! OBS.: Não confunda a abreviação coloquial do pronome de tratamento senhor (“seu”), com o pronome possessivo de 3ª pessoa. Ex. Seu João, como vai a família? v 04) Os possessivos de 3ª pessoa também podem ser usados para indicar aproximação numérica, em vez de posse. Ex. A secretária devia ter seus 20 anos. (= aproximadamente 20 anos) PRONOMES DEMONSTRATIVOS São aqueles que situam os seres no tempo e no espaço, em relação às pessoas do discurso. 01) Este(s), esta(s), isto: São usados para o que está próximo da 1ª pessoa e para o tempo presente. Ex. Este chapéu que estou usando é de couro. Este ano está sendo surpreendente. 02) Esse(s), essa(s), isso: São usados para o que está próximo da 2ª pessoa e para o tempo passado recente. Ex. Esse chapéu que você está usando é de couro? Em novembro de 2009, inauguramos a loja. Até esse ano, nada sabíamos sobre comércio. 03) Aquele(s), aquela(s), aquilo: São usados para o que está distante do falante e do ouvinte e para o tempo passado distante. Ex. Aquele chapéu que ele está usando é de couro? Em 1974, eu tinha 15 anos. Naquela época, Londrina era uma cidade pequena. Outros usos dos demonstrativos 01) Em uma citação oral ou escrita, usa-se este, esta, isto para o que ainda vai ser dito ou escrito, e esse, essa, isso para o que já foi dito ou escrito. Ex. Esta é a verdade: existe a violência, porque a sociedade a permitiu. Existe a violência, porque a sociedade a permitiu. A verdade é essa. 02) Usa-se este, esta, isto em referência a um termo imediatamente anterior. Ex. O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada. v 03) Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se este, esta, isto em relação ao que foi mencionado por último e aquele, aquela, aquilo, em relação ao que foi nomeado em primeiro lugar. Ex. Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele. 04) O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s). Ex. Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou) 05) Os pronomes demonstrativos podem aparecer combinados com preposições. Ex. deste (de+este), nessa (em+essa), àquilo (a+aquilo). 06) Os pronomes este, esse e aquele (e suas variações), quando contraídos com a preposição de, pospostos a substantivos, são usados apenas no plural. Ex. Com um frio desses não sairei de casa. 07) As expressões por isso, além disso, não obedecem às regras convencionais; sua forma é fixa. PRONOMES INDEFINIDOS São aqueles que se referem à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. São eles: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, algum, alguns, alguma(s), nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), todo(s), toda(s), muito(s), muita(s), bastante(s), pouco(s), pouca(s), certo(s), certa(s), tanto(s), tanta(s), quanto(s), quanta(s), um, uns, uma(s), qualquer, quaisquer, além das locuções pronominais indefinidas cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que. Emprego dos Pronomes Indefinidos Algum: Adquire sentido negativo, quando estiver depois do substantivo. Ex. Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo) Algum amigo o ajudará. (Alguém) Cada: Não deve ser utilizado desacompanhado de substantivo ou numeral. Ex. As blusas custam dez reais cada uma (e não “dez reais cada”) Certo: Será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a substantivo. Ex. Certas pessoas não se preocupam com os demais. As pessoas certas sempre nos ajudam. Qualquer: Não deve ser usado em sentido negativo. Em seu lugar, deve-se usar algum, posteriormente ao substantivo, ou nenhum. Ex. Ele entrou na festa sem qualquer problema. (frase inadequada gramaticalmente). Muito, pouco, bastante: Serão pronomes indefinidos, quando estiverem referindo-se a substantivo; caso modifiquem palavra que não seja substantivo, serão advérbios. Ex. Janice comprou muitas flores. (pron. indefinido) / Janice trabalha muito. (advérbio) Todo, toda: Usados com artigo, dão ideia de totalidade; usados sem artigo, significam qualquer, todos. Ex. Fiquei em cada todo o dia. (o dia inteiro) Todo dia telefono para ela. (todos os dias) OBS.: Se o pronome todo(a) estiver no plural, o emprego do artigo é obrigatório. Ex. Todos os cidadãos têm direito à liberdade. (e não “todos cidadãos”) PRONOMES INTERROGATIVOS São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em frases interrogativas diretas ou indiretas. Ex. Que farei agora? - Interrogativa direta. Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta. Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. - Interrogativa indireta. 01) Na expressão interrogativa Que é de? subentende- se a palavra feito: Que é de José? (= Que é feito de José?) 02) Não se deve usar a forma o que como pronome interrogativo; usa-se apenas que, a não ser que o pronome seja colocado depois do verbo. Ex. Que você faz? (e não “O que você faz?”) Você fará o quê? OBS.: Conforme alguns gramáticos, os advérbios interrrogativos onde, quando e como podem ser classificados como pronomes interrogativos adverbiais. Ex. Onde você mora? (pron. int. lugar) Quando você terá férias? (pron. int. tempo) Como ele fez isso? (pron. int. modo) - LÍNGUA PORTUGUESA - 14 14 PRONOMES RELATIVOS São pronomes que substituem um termo da oração anterior, estabelecendo relação entre duas orações. São eles: que, quem, o qual (e flexões), cujo (e flexões), onde, quanto (e flexões). Ex. Não conhecemos o aluno. O aluno saiu. = Não conhecemos o aluno que saiu. Como sepode perceber, o que, na frase acima, está substituindo o termo aluno e está relacionando a segunda oração com a primeira. Emprego dos pronomes relativos 1. Os pronomes relativos virão precedidos de preposição se a regência assim determinar. Prep. Pron. Termo regente (que exige a preposição) Havia condições a que nos opúnhamos. (opor-se a) Havia condições com que não concordávamos. (concordar com) Havia condições de que desconfiávamos. (desconfiar de) Havia condições - que nos prejudicavam. Havia condições em que insistíamos. (insistir em) 2. O pronome relativo quem só pode fazer referência a pessoa. Ex. Não conheço a médica de quem você falou. 3. Quando o relativo quem aparecer sem antecedente explícito, é classificado como pronome relativo indefinido. Ex. Quem atravessou, foi multado. 4. Quando possuir antecedente, o pronome relativo quem sempre virá precedido de preposição, mesmo que o verbo não exija. Ex. João era o filho a quem ele amava. 5. O pronome relativo que é chamado de relativo universal, pois pode ser empregado com referência a pessoas, lugares ou coisas. Ex. Conheço bem a moça que saiu. Não gostei do vestido que comprei. 6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o demonstrativo o (a, os, as). Ex. Sei o que digo. (o pronome o equivale a aquilo) 7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões). Ex. Aquele é o machado com que trabalho. Aquele é o empresário para o qual trabalho. Exceções: As preposições sem e sob. Com elas, usa-se de preferência o qual (e flexões). 8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo e equivale a do qual, de que, de quem. Concorda em gênero e número com a coisa possuída. Ex. Cortaram as árvores cujos troncos estavam podres. 9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas são pronomes relativos quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou todas. Ex. Ele recolheu tudo quanto viu. 10. O relativo onde só deve ser usado para indicar lugar. Ex. Esta é a terra onde habito. a) onde é empregado com verbos que não dão ideia de movimento. Pode ser usado sem antecedente. Ex. Nunca mais morei na cidade onde nasci. b) aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e é resultado da combinação da preposição a + onde. Ex. As crianças não sabiam aonde ir. Função sintática dos pronomes relativos Para descobrir qual a função sintática exercida pelo pronome relativo na oração, basta substituí-lo por seu antecedente; a função exercida pelo antecedente será a mesma do pronome relativo. Ex.: Maria é a mulher de quem João gosta. (antecedente do pron. rel.: a mulher. – Fazendo a substituição: João gosta da mulher – da mulher = objeto indireto – função do pron. quem = obj. ind.) Bethânia era o bairro onde ele trabalhava. (antecedente do pron. rel.: o bairro – Fazendo a substituição: Ele trabalhava no bairro - no bairro = adj. adv. lugar – função do pron. onde = adj. adv.) NUMERAL É a palavra que indica a quantidade de elementos ou sua ordem de sucessão. Dependendo do que o numeral indica, ele pode ser: - Cardinal: É o numeral que indica a quantidade de seres. Ex. três, dez - Ordinal: É o numeral que indica ordem de sucessão, a posição ocupada por um ser numa determinada série. Ex. terceiro, décimo - Multiplicativo: É o numeral que indica a multiplicação de seres. Ex. triplo, décuplo - Fracionário: É o numeral que indica divisão, fração. Ex. meio, um quinto - Coletivo: É o numeral que indica uma quantidade específica de um conjunto de seres. Ex. par, dezena, dúzia, cento, milheiro, milhar Emprego dos Numerais 01) Intercala-se a conjunção e entre as centenas e as dezenas e entre as dezenas e as unidades. Ex. 562.983.665 = Quinhentos e sessenta e dois milhões novecentos e oitenta e três mil seiscentos e sessenta e cinco. 02) Na designação de séculos, reis, papas, príncipes, imperadores, capítulos, festas, feiras, etc., utilizam-se algarismos romanos. A leitura será por ordinal até X; a partir daí (XI, XII ...), por cardinal. Se o numeral preceder o substantivo, sempre será lido como ordinal. Ex. II Bienal Cultural = Segunda Bienal Cultural. Papa João Paulo II = Papa João Paulo segundo. Papa João XXIII = Papa João vinte e três. 03) Na designação dos artigos de leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até o nono e o cardinal de dez em diante. Ex. Artigo 7º (sétimo); Artigo 21 (vinte e um). VERBO Verbo é a palavra que indica ação, praticada ou sofrida pelo sujeito; fato, de que o sujeito participa ativamente; estado ou qualidade do sujeito; ou fenômeno da natureza. Classificação dos verbos Os verbos classificam-se em: 01) Verbos Regulares: são aqueles que não sofrem alterações no radical. Ex. trabalhar, trabalhei, trabalhou, trabalhava, trabalhamos. - LÍNGUA PORTUGUESA - 15 15 02) Verbos Irregulares: são aqueles que sofrem pequenas alterações no radical. Ex. fazer, faço, fiz. trazer, trago, trouxera. 03) Verbos Anômalos: são aqueles que apresentam radicais diferentes. Ex. ser, sou, é, fui, era, sois. ir, vou, fui, vamos, fostes. 04) Verbos Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Ex. falir, reaver, precaver (não possuem as 1ª, 2ª e 3ª pessoas do presente do indicativo, nem o presente do subjuntivo inteiro). 05) Verbos Abundantes: são aqueles que apresentam duas formas de mesmo valor. Geralmente a abundância ocorre no particípio. Ex. aceitado / aceito, entregado / entregue, limpado / limpo. OBS.: Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, ver e vir só possuem o particípio irregular (que não é terminado em ado/ido): aberto, coberto, dito, escrito, feito, posto, visto, vindo. 06) Verbos Pronominais: são aqueles que só se conjugam acompanhados de pronome oblíquo. Ex. queixar-se, arrepender-se, ajoelhar-se, suicidar-se, zangar-se. Locução Verbal _ Também chamada de conjugação perifrástica, a locução verbal é o conjunto formado por um verbo auxiliar mais um verbo principal. Nas locuções verbais é sempre o verbo auxiliar que flexiona, enquanto o verbo principal é apresentado no gerúndio ou no infinitivo. Ex. Estou lendo um ótimo romance. Amanhã deve chover. Conjugação verbal: Há três conjugações para os verbos da língua portuguesa: 1ª conjugação: verbos terminados em -ar. Ex. amar, sonhar. 2ª conjugação: verbos terminados em -er. Ex. viver, crescer. 3ª conjugação: verbos terminados em -ir. Ex. sentir, sorrir. Formas Nominais do Verbo: São formas em que o verbo pode atuar como nome, ou seja, exercer funções sintáticas próprias de substantivo ou adjetivo. São três as formas nominais: 1) Particípio: Expressa ações que já foram concluídas e pode ser empregado com ou sem verbo auxiliar. É marcado pelas terminações ado / ido. Ex. Terminada a festa, todos foram para casa. / Tínhamos falado pra ele ir à minha casa. OBS.: O particípio é a única forma nominal que flexiona em gênero e número, concordando com o substantivo a que se refere. Ex. copo quebrado / taças quebradas. 2) Gerúndio: Expressa ações que ainda estão em andamento, ou simplesmente uma ação que está sendo feita no mesmo momento que outra, para dar assim a ideia de duração. É marcado pela terminação ndo. Ex. Chegando ao baile, a debutante se assustou. Ele estava voltando para casa, quando saímos. OBS.: Evite o “gerundismo”, vício de linguagem que consiste em utilizar o gerúndio de forma excessiva e artificial, para indicar ação futura. Ex. O atendente vai estar realizando uma pesquisa. 3) Infinitivo: Expressa um ação sem situá-lano tempo. É o verbo sem ser conjugado, marcado pela terminação -r. Ex. Sonhar bem alto é quase um passo para levantar voo. OBS.: O infinitivo pode ser pessoal, ou seja, flexionado em pessoa (Ex. para tu cantares, para nós cantarmos) ou impessoal, não-flexionado (Ex. É proibido andar de bicicleta.) FLEXÕES DO VERBO Flexão de Pessoa: O verbo flexiona em pessoa (1ª, 2ª e 3ª pessoas gramaticais) para concordar com o sujeito da oração. Ex. Eu trabalho / Tu trabalhas / Ele trabalha Flexão de Número: O verbo flexiona em número (singular e plural), concordando, geralmente, com o sujeito da oração. Ex. Eu canto / Nós cantamos Flexão de Modo: São três os modos verbais na língua portuguesa: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo. 1) Indicativo - Expressa certeza, isto é, o enunciado dá o fato como certo, preciso. Os tempos verbais do modo indicativo são: a - Presente: Indica fato que ocorre corriqueiramente ou no momento em que se fala. Ex. Todos os dias, caminho no parque. Ela estuda no Curso Oficial. b - Pretérito Perfeito: Indica fato que ocorreu no passado em determinado momento, observado depois de concluído. Ex. Ontem caminhei no parque. Ela estudou no Curso Oficial no ano passado. c - Pretérito Imperfeito: Indica fato que ocorria com frequência no passado, ou fato que não havia chegado ao final no momento em que estava sendo observado. Ex. Naquela época, eu caminhava no parque. Ela estudava no Curso Oficial, quando me conheceu. d - Pretérito Mais-que-perfeito: Indica fato ocorrido antes de outro no Pretérito Perfeito do Indicativo. Ex. Quando você foi ao parque, eu já caminhara 6 Km. e - Futuro do Presente: Indica fato que ocorre em momento posterior ao que se fala. Ex. Amanhã caminharei no parque pela manhã. Ela estudará no Curso Oficial no ano que vem. f - Futuro do Pretérito: Indica fato futuro, dependente de outro anterior a ele. Ex. Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto. 2) Subjuntivo - Expressa dúvida, possibilidade; ou seja, o enunciado coloca o fato como hipotético. Os tempos verbais do modo subjuntivo são: a - Presente: Indica desejo atual, dúvida que ocorre no momento da fala. Ex. Espero que eu caminhe bastante este ano. b - Pretérito Imperfeito: Indica condição, hipótese; normalmente é usado com o Futuro do Pretérito do Indicativo. Ex. Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto. c - Futuro: Indica hipótese futura. Ex. Quando eu for à Europa, visitarei o Museu do Louvre. 3) Imperativo - Expressa ordem, pedido, sugestão ou conselho. Ex. Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar. / Traga-me um café bem forte, por favor. Flexão de Tempo: O tempo verbal refere-se ao momento em que ocorre o fato expresso pelo verbo. Os tempos simples já foram apresentados acima; vejamos agora os tempos compostos. Tempos Compostos: São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como principal, qualquer verbo no particípio. - LÍNGUA PORTUGUESA - 16 16 São eles: a - Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: Indica fato que tem ocorrido com frequência. Ex. Eu tenho estudado demais ultimamente. b - Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo: Indica desejo de que algo já tenha ocorrido. Ex. Espero que você tenha estudado o suficiente para conseguir a aprovação. c- Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo: Indica fato passado anterior a outro, também passado. Ex. Ontem, quando você foi ao parque, eu já tinha caminhado 6 Km. d - Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo: Indica condição, hipótese. Ex. Ela estaria menos cansada, se não tivesse trabalhado tanto. e - Futuro do Presente Composto do Indicativo: Indica fato que ocorre em momento posterior ao que se fala. Ex. Quando você chegar ao parque, eu já terei caminhado 6 Km. f - Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: Tem o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo. Ex. Eu teria caminhado todos os dias, se não fosse a falta de tempo. g - Futuro Composto do Subjuntivo: Indica fato hipotético no futuro. Ex. Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km. h - Infinitivo Pessoal Composto: Indica ação passada em relação ao momento da fala. Ex. Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro. Vozes Verbais - Flexão de Voz: Indica se o sujeito pratica, ou recebe, ou pratica e recebe a ação verbal. 01) Voz Ativa: O sujeito é agente, ou seja, pratica a ação verbal ou participa ativamente de um fato. Ex. As meninas exigiram a presença da diretora. A torcida aplaudiu os jogadores. 02) Voz Passiva: O sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação verbal. Pode ser: a - Sintética ou Pronominal_ É formada por verbo transitivo direto + pronome se (partícula ou pronome apassivador) Ex. Entrega-se encomenda. Compram-se roupas usadas. b - Analítica _ É formada por verbo auxiliar ser ou estar + particípio do verbo principal. Ex. A encomenda foi entregue. As roupas foram compradas por uma elegante senhora. 03) Voz Reflexiva: O sujeito, simultaneamente, pratica e sofre a ação. Essa voz será chamada simplesmente de reflexiva, quando o sujeito praticar a ação sobre si mesmo. Ex. Carla machucou-se. Tu te feristes? Eu me olhava no espelho. Há também a chamada de reflexiva recíproca, quando houver mais de um elemento como sujeito: um pratica a ação sobre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro. Ex. Paula e Renato amam-se. Nós nos olhávamos amorosamente. OBS.: Na voz reflexiva, o pronome se significa “a si mesmo(s)”; enquanto na voz reflexiva recíproca o pronome se é sinônimo de “um ao outro” ou “uns aos outros”. Conversão de Voz Para efetivar a conversão da ativa para a passiva e vice- versa, procede-se da seguinte maneira: 1 - O sujeito da voz ativa passará a ser o agente da passiva. 2 - O objeto direto da voz ativa passará a ser o sujeito da voz passiva. 3 - Na passiva, o verbo ser estará no mesmo tempo e modo do verbo transitivo direto da ativa e o verbo principal ficará no particípio. Voz ativa A torcida aplaudiu os jogadores. - Sujeito = a torcida - Verbo transitivo direto = aplaudiu Objeto direto = os jogadores. Voz passiva analítica Os jogadores foram aplaudidos pela torcida. - Sujeito = os jogadores. - Locução verbal passiva = foram aplaudidos. - Agente da passiva = pela torcida. ADVÉRBIO Advérbio é a palavra invariável que modifica o verbo, um adjetivo, outro advérbio, ou até mesmo uma oração inteira, exprimindo uma circunstância. Locução Adverbial: É um conjunto de palavras que exerce a função de advérbio. Ex.: De modo algum irei lá. Às vezes, ela começava a chorar sem motivo. TIPOS DE ADVÉRBIOS DE MODO: Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, à toa, à vontade, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, etc. DE INTENSIDADE: Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, etc. DE TEMPO: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, etc. DE LUGAR: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
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