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Seguranca social Obrigatoria

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Índice
1.	Introdução	1
Problematização	2
Perguntas de pesquisa	2
Objectivos da investigação	2
Objectivo geral	2
Obejctivos específicos	2
Metodologia	3
Tipo de pesquisa	3
Técnicas/ instrumentos de colecta de dados	3
2.	A Segurança Social Moçambicana	4
2.1.	Composição	4
2.1.1.	Sistema de protecção social de cidadania:	4
2.1.2.	Sistema previdencial:	5
2.1.3.	Sistema complementar:	5
2.2.	Princípios	5
2.3.	Objectivos	6
3. Segurança Social Obrigatória	7
3.1 No âmbito de Aplicação Pessoal do Regime dos Trabalhadores por Conta de Outrem	7
3.2. No âmbito das Contribuições	8
3.3. Prestações de Subsídios e Pensões	8
3.3.1. Subsídio por doença	8
3.3.2. Subsídio por internamento	9
3.3.3. Subsídio por maternidade	10
3.3.4. Pensão por velhice	10
3.4. Prestações por morte	11
3.4.1. Pensão de Sobrevivência Vitalícia	12
3.4.2. Pensão de Sobrevivência Temporária	12
3.	Conclusão	14
4.	Bibliografia	15
5
1. Introdução
O presente trabalho aborda sobre factos relacionados com a segurança social obrigatória numa altura em que a Assembleia da República aprovou recentemente o novo regulamento da Segurança Social Obrigatória que trouxe dentre varias alterações, as inovações do alargamento do prazo de garantia para a concessão de pensões, a introdução da pensão reduzida, bem como de medidas e mecanismos que permitem uma maior eficiência na gestão de cobrança de contribuições.
Serão abordados no trabalho em alusão aspectos relevantes atinentes à temática proposta, como é o caso de concepção teórica da própria segurança social em si, antes de engrenar para a questão de fundo do trabalho proposto. aspectos como princípios que norteiam e regem o instituto de segurança social serão de igual modos referenciados no trabalhos.
A segurança social constitui um direito de garantia, conferido a todos cidadãos Moçambicanos e estrangeiros. Este direito encontra-se consagrado primeiramente no texto Constitucional, concretamente no art. 95 deste dispositivo legal. Em boa verdade, este sistema visa essencialmente garantir a assistência material ao trabalhador, nas situações de falta ou mesmo em casos de diminuição da capacidade para o trabalho. Paralelamente a isso, este sistema visa de igual modo promover a melhoria sustentada das condições e dos níveis de protecção social e o reforço da respectiva equidade.
O presente trabalho será inteiramente baseado no novo regulamento da Segurança Social Obrigatória aprovado, através do Decreto n.º 51/2017, de 9 de Outubro.
Problematização
Conforme terá sido dito, a segurança social é um Direito Constitucional dos cidadãos o qual confere aos mesmos o direito de serem assegurados pelo instituto social as suas pensões de acordo com as suas contribuições bem como de acordo com o regime vigente no regulamento que rege este instituto. Recentemente, a Assembleia da República aprovou o novo regulamente de sistema segurança social obrigatória “Decreto n.o 51/2017 de 9 de Outubro” introduzindo dentro deste pacote, uma série de alterações no que diz respeito aos mecanismo de contribuição dentre outros aspectos.
Perguntas de pesquisa
Será as alterações no regulamento da segurança social obrigatória, beneficia o contribuintes?
até que ponto a segurança social obrigatória reveste-se importante para os contribuintes e em que medida assegura os seus direitos?
Objectivos da investigação 
Os objectivos do trabalho em alusão, estão classificados em objectivo geral e específicos abaixo descritos.
Objectivo geral
O principal obejctivo do presente trabalho é de aferir se efectivamente o novo regime de segurança social obrigatória recém aprovado, constitui ou não uma base sólida para a sobrevivência dos pensionistas.
Obejctivos específicos 
· apresentar os conceitos de segurança social em Moçambique; 
· apresentar os princípios que norteam a aplicação do sistema de segurança social no geral;
· efectuar um levantamento das alterações constantes no novo regime de segurança social obrigatória;
· demostrar, para as diferentes modalidades de de pensões, as bases para os cálculos e fixação das pensões.
Metodologia 
Para se alcançar o objectivo do estudo, será feita uma pesquisa bibliográfica para se extrair informação útil e pertinente ao sistema de segurança social obrigatória. concomitantemente, será levada a cabo a pesquisa monográfica como forma de enriquecer o conteúdo do trabalho proposto. 
Tipo de pesquisa 
Atendendo e considerando a relevância dos dados que se pretende apresentar, far-se-á referência ao tipo de pesquisa qualitativa para a recolha de dados, na medida em que se pretende com a elaboração do trabalho em analise a melhor interpretação do decreto que introduz as alterações ao sistema de segurança social obrigatória. Paralelamente, far-se-á uso ao tipo de pesquisa documental e bibliográfica que devera consistir em revistas, artigos, manuais e outros documentos que abordem sobre a temática em estudo.
Técnicas/ instrumentos de colecta de dados
para a recolha de dados, recorrer-se-á ao decreto 51/2017 de 9 de Outubro que introduz alterações aos sistema de segurança social obrigatória. Esse decreto, constituirá peca essencial e fundamental para a recolha de dados. atentamente ao tipo de pesquisa anteriormente citado, sera de igual modo feita uma analise documental para coadjuvar na definição de factores que ajudarão na compreensão do tema proposto.
2. A Segurança Social Moçambicana
O sistema de Segurança Social de Moçambique, pretende assegurar direitos básicos, igual oportunidade, bem-estar e coesão social a todos os cidadãos Moçambicanos ou estrangeiros que exerçam profissão ou residam em Moçambique. Assim é deduzida parte de todos os rendimentos ou proveitos de trabalhadores dependentes, independentes ou pessoa colectiva, de modo a criar um fundo comunitário. Este fundo vale a situações de desemprego, reformas pensionárias, salário mínimo garantido, Prestações Familiares, cuidados de saúde e outras regalias sociais.
2.1. Composição
A Segurança Social moçambicana é composta por três sistemas:
2.1.1. Sistema de protecção social de cidadania: 
Tem por objectivo garantir direitos básicos dos cidadãos e igualdade de oportunidades, bem como promover o bem-estar e a coesão sociais. É composto por três subsistemas:
· Subsistema de acção social: tem como objectivos fundamentais a prevenção e reparação de situações de carência e desigualdade socioeconómica, de dependência, de disfunção, exclusão ou vulnerabilidade sociais, bem como a integração e promoção comunitárias das pessoas e o desenvolvimento das respectivas capacidades. Assegura ainda especial protecção aos grupos mais vulneráveis, nomeadamente crianças, jovens, pessoas com deficiência e idosos, bem como a outras pessoas em situação de carência económica ou social;
· Subsistema de solidariedade: destina-se a assegurar com base na solidariedade de toda a comunidade direitos essenciais por forma a prevenir e a erradicar situações de pobreza e de exclusão, bem como a garantir prestações em situações de comprovada necessidade pessoal ou familiar, não incluídas no sistema previdencial. Pode abranger também nos termos a definir por lei situações de compensação social ou económica em virtude de insuficiências contributivas ou prestacionais do sistema previdencial;
· Subsistema de protecção familiar: visa assegurar a compensação de encargos familiares acrescidos quando ocorram as eventualidades legalmente previstas.
2.1.2. Sistema previdencial: 
Visa garantir assente no princípio de solidariedade de base profissional — prestações pecuniárias substitutivas de rendimentos de trabalho perdido em consequência da verificação das eventualidades legalmente definidas;
2.1.3. Sistema complementar: 
Compreende um regime público de capitalização e regimes complementares de iniciativa colectiva e de iniciativa individual.
2.2. Princípios
Constituem princípios da segurança social em Moçambique, os seguintes:
· Princípio da universalidade: consiste no acesso a todas as pessoas à protecção social assegurada pelo sistema, nos termos definidos por lei.
· Princípio daigualdade: consiste na não discriminação dos beneficiários, designadamente em razão do sexo e da nacionalidade, sem prejuízo, quanto a esta, de condições de residência e de reciprocidade.
· Princípio da solidariedade: consiste na responsabilidade colectiva das pessoas entre si na realização das finalidades do sistema e envolve o concurso do Estado no seu financiamento.
· Princípio da equidade social: consiste no tratamento igual de situações iguais e no tratamento diferenciado de situações desiguais.
· Princípio da subsidiariedade: assenta no reconhecimento do papel essencial das pessoas, das famílias e de outras instituições não públicas na prossecução dos objectivos da Segurança Social, designadamente no desenvolvimento da acção social.
· Princípio da inserção social: caracteriza-se pela natureza activa, preventiva e personalizada das acções desenvolvidas no âmbito do sistema, com vista a eliminar as causas de marginalização e exclusão social e a promover a dignificação humana.
· Princípio da complementaridade: consiste na articulação das várias formas de protecção social públicas, sociais, cooperativas, mutualistas e privadas com o objectivo de melhorar a cobertura das situações abrangidas e promover a partilha das responsabilidades nos diferentes patamares da protecção social.
· Princípio da unidade: pressupõe uma actuação articulada dos diferentes sistemas, subsistemas e regimes de Segurança Social no sentido da sua harmonização e complementaridade.
· Princípio da participação: envolve a responsabilização dos interessados na definição, no planeamento e gestão do sistema e no acompanhamento e avaliação do seu funcionamento.
· Princípio da eficácia: consiste na concessão oportuna das prestações legalmente previstas, para uma adequada prevenção e reparação das eventualidades e promoção de condições dignas de vida.
· Princípio da tutela dos direitos adquiridos e dos direitos em formação: visa assegurar o respeito por esses direitos.
· Princípio da garantia judiciária: assegura aos interessados o acesso aos tribunais, em tempo útil, para fazer valer o seu direito às prestações.
· Princípio da informação: consiste na divulgação a todas as pessoas, quer dos seus direitos e deveres, quer da sua situação perante o sistema e no seu atendimento personalizado.
2.3. Objectivos
Os objectivos prioritários do sistema de Segurança Social são:
· Garantir a concretização do direito à Segurança Social;
· Promover a melhoria sustentada das condições e dos níveis de protecção social e o reforço da respectiva equidade;
· Promover a eficácia do sistema e a eficiência da sua gestão.
3. Segurança Social Obrigatória 
Considerando os novos desafios da Segurança Social Obrigatória e visando a sua adequação à dinâmica social actual, foi aprovado o Decreto n.o 51/2017, de 9 de Outubro, que aprova o novo Regulamento de Segurança Social Obrigatória.
O novo Regulamento introduz as seguintes alterações em sede do regime da Segurança Social Obrigatória dos quais, seguem abaixo mencionadas.
3.1 No âmbito de Aplicação Pessoal do Regime dos Trabalhadores por Conta de Outrem 
Contrariamente do que estabelecia o anterior regime da segurança obrigatória, o novo Regulamento alarga o âmbito de aplicação pessoal, e prevê que estão abrangidos pelo regime quaisquer trabalhadores por conta de outrem, nacionais e estrangeiros, independentemente de residirem ou não em Moçambique[footnoteRef:1]. Esta alteração permite que os trabalhadores por conta de outrem e não residentes em Moçambique estejam abrangidos pelo sistema nacional. No mesmo diapasão, vale frisar que, os acordos bilaterais em matéria de segurança social ratificados por Moçambique e outros países, visam essencialmente a criação e aplicação de medidas de coordenação dos sistemas de segurança social dos países, garantindo e reforçando a protecção social dos trabalhadores emigrantes e das suas famílias, em condições de igualdade e reciprocidade entre os dois países. [1: podemos constatar essa abrangência no que diz respeito aos estrangeiros, no art. 3 do decreto n.o 51/2017 de 9 de Outubro- decreto que aprova o novo regime da segurança social obrigatòria.] 
Acresce, ainda as alíneas h) e j) do n.o 2 do art. 3 do mesmo decreto, que são de igual modo considerandos trabalhadores por conta de outrem os trabalhadores das embaixadas e das organizações não-governamentais, os desportistas e artistas vinculados a um clube ou empresa.
No âmbito do regime dos trabalhadores por conta de outrem, importa alertar para a criação da obrigação de comunicação da cessação de actividades, suspensão ou cessação do contrato de trabalho, assim como do motivo que lhe deu causa, por parte da entidade empregadora ao INSS, até dez dias do mês seguinte àquele em que o mesmo tenha ocorrido, nos termos do n.o 1 do art. 16 do novo regime da seguranca obrigatoria. A comunicacao da qual nos referimos, deve ser feita por escrito e, o incumprimento deste dever de comunicação da entidade empregadora implica, para além da sanção aplicável, a manutenção da obrigação contributiva por presunção da existência da relação laboral nos termos do que se depreende dos n.os 2 e 3 do artigo supra mencionado.
3.2. No âmbito das Contribuições
No que respeita à base de incidência das contribuições, para além do salário, o bónus de antiguidade, e a gratificação de gerência, o novo Regulamento passa do mesmo modo a integrar a base de incidência:
· Os prémios de rendimento, produtividade e assiduidade atribuídos com carácter de regularidade; 
· A remuneração por substituição; 
· A retribuição pela prestação de trabalho nocturno; e
· Outros bónus, subsídios e prestações de natureza análoga atribuídos com carácter de regularidade[footnoteRef:2]. [2: essas incidências constam das alineas d), e), f) e g) do art. 11 do Novo regulamento da segurança social obrigatória.] 
Relativamente à declaração de remunerações, pode-se verificar no art. 12 deste Decreto que estas devem ser submetidas mensalmente pela entidade empregadora e através da plataforma electrónica em uso no INSS, entre o dia 20 do mês de referência e até ao dia 10 do mês seguinte. 
3.3. Prestações de Subsídios e Pensões
Em matéria de subsídios, embora o novo Regulamento não tenha introduzido novas modalidades, procedeu, no entanto, a alterações às condições de atribuição e à base de cálculo, em alguns casos, como veremos melhor infra.
3.3.1. Subsídio por doença 
O art. 18 da Decreto em alusão, faz menção os casos em que o subsídio por doença é concedido, designadamente:
· Doença ou acidente não profissional, desde que não provocados intencionalmente pelo trabalhador;
· Ausência do trabalhador como acompanhante de menor a seu cargo até dezoito (18) anos, internado em estabelecimento hospitalar;
· Convalescença do menor ao seu cargo até dezoito (18) que por indicação médica tenha de merecer cuidados especiais.
O n.o 3 do artigo anteriormente mencionado dispõe que não haverá limite de idade caso o internado sofra de deficiência física ou psíquica grave devidamente comprovada, e não será atribuído a menores que estejam a exercer actividade profissional remunerada. 
Para a atribuição do subsídio por doença o beneficiário deve cumprir, à data do início do impedimento para o trabalho, as seguintes condições prazo de garantia de 6 meses seguidos ou interpolados, com entrada de contribuições durante 12 meses anteriores ao início do impedimento; e um índice de profissionalidade de 20 dias com registo de remunerações por trabalho efectivamente prestado em um dos dois últimos meses anteriores ao do início do impedimento[footnoteRef:3]. [3: Cfr. art. 19 do Decreto 51/2017 de 9 de Outubro] 
O subsídio por doença não será pago se o trabalhador receber da entidade empregadora remuneração no período correspondente ao impedimento para o trabalho. 
3.3.2. Subsídio por internamento 
O artigo 25 estabelece o regime de aplicação do subsídio por internamento e os casos em que este subsídio é concedido.
A atribuição do subsídio por internamento depende de o beneficiário reunir pelos menos trêsmeses, seguidos ou interpolados, com entrada de contribuições, durante os doze meses anteriores ao início do internamento, e será pago ao trabalhador acompanhante de menor a seu cargo até aos 18 anos, ao invés dos 15 anos previstos no regime anterior consoante o art. 26 do novo Regulamento. 
O novo Regulamento estabelece, ainda, que não haverá limite de idade, caso o internado sofra de deficiência física ou psíquica, devidamente comprovada pela Junta Médica, que o torne dependente nos termos do n.o 3 do art. 25. 
3.3.3. Subsídio por maternidade
É concedido à trabalhadora passando a ser exigido que tenha um prazo de garantia de 12 meses seguidos ou interpolados com entrada de contribuições nos 18 meses imediatamente anteriores ao parto de acordo com o art. 27 do Decreto. Ainda no mesmo artigo, é portanto fixado o subsídio de maternidade de sessenta (60) dias que correspondem a licença de maternidade. Segundo o art. 27do Decreto, o cálculo do subsídio por maternidade é feito através da seguinte fórmula SM=R/180 onde:
SM- representa o montante do salário médio diário; e
R- representa o total de seis (6) meses com o registo de remunerações anterores a ocorrência do parto.
3.3.4. Pensão por velhice 
O n.o 1 do art. 29 estabelece que o beneficiário que complete a idade de reforma exigida (55 anos, sendo mulher e 60 anos, sendo homem) terá direito à pensão por velhice desde que tenha completado 240 meses com entradas em contribuições (o equivalente a 20 anos), ao contrário dos 10 anos exigidos ao abrigo do anterior regime. 
A pensão por velhice independentemente da idade do beneficiário, será concedida ao requerente que tenha efectuado 420 meses com entrada em contribuições (o equivalente a 35 anos), ou seja, mais contribuições em comparação com os 300 meses exigidos pelo regime anterior. 
As fórmulas de cálculo da remuneração média mensal, assim como da determinação do valor da pensão por velhice também sofreram alterações, e o limite de registo de remunerações diminuiu, passando a ser 420 ao invés de 432 remunerações. 
O art. 30 do decreto em alusão, vislumbra sobre a fórmula para a fixação da remuneração médio mensal da pensão por velhice, sendo a formula definida da seguinte forma:
RMM= TR/60 onde:
RMM- Remuneração Médio Mensal
TR- representa as últimas 60 remunerações registadas a data do requerimento da pensão.
Outrossim, o valor mensal da pensão por velhice é determinada pela seguinte fórmula:
PV=(N/420)*RMM onde:
N- representa o total de meses com o registo de remunerações não podendo contudo ser superior a 420.
Em caso de falta de requisitos para pensão por velhice, isto é, o beneficiário que tenha atingido a idade exigida e não tenha cumprido os 240 meses com entrada de contribuições, deverá continuar a contribuir até completar o prazo de garantia previsto para a concessão da pensão. No entanto, na impossibilidade de continuar com a referida contribuição em virtude de desgaste total para o trabalho, o trabalhador passa a poder requerer o pagamento das diferenças de contribuições em falta para poder beneficiar da pensão por velhice, contanto que à data do requerimento conte com pelo menos 180 meses com entradas em contribuições. Neste caso, o empregador pode responsabilizar-se pelo pagamento total ou parcial da diferença de contribuições[footnoteRef:4]. [4: cfr n.os 1 e 2 do art. 32 idem.] 
Outra inovação do novo Regulamento prende-se com a criação da Pensão Reduzida que corresponde a 50% da pensão por velhice nos termos do n.o 2 do art 33, calculada nas condições existentes à data do requerimento, e que pode ser concedida ao beneficiário que tendo atingido a idade de reforma exigida, tenha efectuado entrada de contribuições correspondentes a 120 meses, no mínimo. 
3.4. Prestações por morte 
As disposições relativas à repartição da prestação por morte encontram-se consagradas a partir do art. 41 e seguintes do Decreto 51/2017 de 9 de Outubro. 
Para além do cônjuge não separado de facto e os filhos menores de 18 anos, passam a ser considerados familiares com direito às prestações por morte os filhos com idade até aos 21 ou 25 anos, caso estejam matriculados em curso médio ou de ensino superior, e sem limite de idade para os que apresentem incapacidade permanente e total para o trabalho, n.o 1 do art. 41 do novo Regulamento. 
A partir do art. 42 e seguintes deste regulamento, podemos observar que o legislador ordinario foi criterioso no que diz respeito à condições e formas de repartição da pestação por morte. É de frisar que na ausência dos familiares com direito, o subsídio por morte será repartido em partes iguais pelos ascendentes de 1o grau da linha recta, e na ausência de um destes, o subsídio será pago na totalidade ao ascendente sobrevivo. constatamos de igual modo como é procedido o calculo para a fixação da pensão por morte no art. 44 deste regulamento.
Quanto ao subsídio de funeral, para além das condições previstas para a sua concessão, passa a ser concedido por morte do titular da pensão reduzida e poderá ser atribuído não somente aos familiares com direito, mas também a quem comprovar documentalmente ter suportado as respectivas despesas segundo o art 46 do novo Regulamento.
Não obstante a existência da Pensão por Sobrevivência a partir do art. 48 e seguintes, o novo Regulamento criou dois novos tipos de Pensão por Sobrevivência, nomeadamente: 
3.4.1. Pensão de Sobrevivência Vitalícia
 Segundo este novo regulamento, é atribuido á:
· Ao cônjuge ou unido de facto sobrevivo que à data da morte do beneficiário tenha idade igual ou superior a 45 anos no caso de mulher, e 50 anos no caso de homem; 
· Ao cônjuge ou unido de facto sobrevivo com idade inferior às referidas no ponto anterior, desde que estejam em situação de incapacidade total e permanente para o trabalho; 
· Ao descendente que sofra de deficiência física ou mental e que o impossibilite de exercer qualquer actividade remunerada. 
3.4.2. Pensão de Sobrevivência Temporária
Segundo o novo regulamento do sistema de segurança social obrigatória, este tipo de pensao engloba essencialmente duas categorias:
· cônjuge ou unido de facto sobrevivo que à data da morte do beneficiário tenha idade inferior a 45 anos no caso de mulher, e 50 anos no caso de homem; 
· Os filhos menores de 18 anos ou com idade até aos 21 ou 25 anos, se estiverem matriculados com aproveitamento em curso médio ou superior, respectivamente. 
Estabelece, ainda, o novo Regulamento que a duração da Pensão por Sobrevivência Temporária é de 5 anos e que transita automaticamente para a Pensão de Sobrevivência Vitalícia o pensionista que complete 45 anos sendo mulher, e 50 anos sendo homem, durante a vigência da pensão de sobrevivência. 
3. Conclusão
O presente trabalho abordou aspectos considerados pertinentes para a sua compreensão. Dentre os vários aspectos discutidos, foi de extrema importância compreender que as alterações feitas pelo novo regime de segurança social obrigatória constitui um marco significativo naquele instituto. Como exemplo, cita-se em primeiro lugar o facto deste novo regime englobar os estrangeiros para o sistema nacional de segurança social, pese embora haja necessidade deste estrangeiro estar de igual modo inscrito no sistema de segurança social do seu país. fora esse facto, notabilizou-se de igual modo a redução feita a garantia que este novo regime trouxe para os trabalhadores que tenham pago, pelo menos, metade das contribuições, possam beneficiar de uma pensão, contrariamente a situação anterior em que o trabalhador em caso de atingir a idade de reforma por velhice e não tendo preenchido o número total de meses com contribuições recebe abono, subsídio pago de uma só vez.
 O dispositivo legal estabelece a faculdade de os Trabalhadores por Conta Própria poderem fazer um adiamento no pagamento das contribuições até um limite de 12 meses, como forma de ficarem desonerados de uma obrigação mensal que podem não conseguir cumprir, face à incerteza da natureza do seu trabalho.
 A Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Socialdisse ainda que o novo regulamento sobre Segurança Social Obrigatória prevê o acordo de amortização da dívida de contribuições das empresas, visando criar condições para o cumprimento desta obrigação sem necessidade de intervenção judicial.
 “A introdução da possibilidade de acordo de amortização da dívida resulta do reconhecimento de que as empresas querem pagar voluntariamente as dívidas à Segurança Social, sem necessidade de recurso aos tribunais”, sublinhou a Ministra Vitória Diogo.
 O  regulamento também introduz novas fórmulas de cálculo de prestações face a maturidade do Sistema e ao aumento de categorias de salários e ao aumento de categorias de salários mínimos, de apenas dois em 2007, para oito actualmente em vigor.
4. Bibliografia
Legislação
· Decreto n.o 51/2017 de 9 de Outubro- Regulamento de Segurança Social Obrigatória
· Lei n.º 1/2018 de 12 de Junho (Lei da Revisão Pontual da Constituição da República de Moçambique).
Websites
Link persistente: http://id.bnportugal.gov.pt/bib/bibnacional/2103571  
APELLES, J. B. Conceição. regime jurídico das entidades da economia social. anotado 3ª ed. Coimbra: Almedina, 2022. disponível em Link persistente: http://id.bnportugal.gov.pt/bib/bibnacional/2090722 
APELLES, J. B. Conceição. Segurança social, manual prático, 12ª ed. Coimbra : Almedina, 2020. 
Link persistente: http://id.bnportugal.gov.pt/bib/bibnacional/2056193 
HENRIQUES, Fabrícia de Almeida; MAZUZE, Ana Berta. “Novo Regulamento da Segurança Social Obrigatória”. Maputo, Moçambique, 2017.

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