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Indaial – 2021 Práticas de acionamentos Prof.a Mayara Kelly Tenorio Calado 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof.a Mayara Kelly Tenorio Calado Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: C141p Calado, Mayara Kelly Tenorio Práticas de acionamentos. / Mayara Kelly Tenorio Calado. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 270 p.; il. ISBN 978-65-5663-370-1 ISBN Digital 978-65-5663-371-8 1. Controle dos acionamentos. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 620 aPresentação Caro acadêmico, seja bem-vindo ao Livro Didático de Práticas de Acionamentos, que trata de algumas práticas para acionamentos hidráulicos e pneumáticos, além de apresentar uma introdução ao controle dos acionamentos. Dividido em três unidades, que objetivam proporcionar uma visão didática dos conteúdos a serem estudados ao longo do curso, é possível encontrar materiais fundamentados nas principais literaturas consolidadas da área, bem como inúmeras ilustrações, de modo a permitir a você, acadêmico, uma experiência ampla sobre o uso dos acionamentos hidráulicos e pneumáticos na automação industrial. Além disso, serão apresentadas recomendações de leituras complementares, a fim de ampliar e aprofundar os conceitos vistos ao longo dos tópicos, permitindo, assim, uma autonomia de aprendizado e a exploração do conhecimento para além da sala de aula e do livro didático. Na Unidade 1, abordaremos as análises de alguns circuitos hidráulicos com a utilização de o aplicativo FluidSIM® de criação e simulação desses circuitos: introdução à simulação e criação de circuitos; circuitos em série, paralelos e mistos; circuitos hidráulicos sequenciais; circuitos regenerativos; circuitos sincronizados. Além disso, traremos das noções básicas de eletro- hidráulica e de aplicações em automação tipicamente industriais. Em seguida, na Unidade 2, estudaremos algumas aplicações básicas de válvulas de comando pneumático com o aplicativo FluidDraw®, como válvulas de controle direcional, válvulas controladoras de fluxo, válvulas de bloqueio, válvulas controladoras de pressão, válvulas de retardo e, por fim, válvulas de comando elétrico. Por fim, na Unidade 3, aprenderemos as funções lógicas e suas aplicações em controladores lógicos programáveis (CLP) e em projetos de comandos para a automação industrial com o aplicativo CODESYS®. Abordaremos a ferramenta de simulação do CLP em sistemas eletropneumáticos e aplicaremos esses conhecimentos em duas práticas com Projeto de comando, combinatório e sequencial. Com este material, pretendemos trazer uma ampla e didática experiência, a fim de aproximar você, acadêmico, o máximo possível da realidade industrial. Bons estudos! Prof.a Mayara Kelly Tenorio Calado Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS ........................ 1 TÓPICO 1 — PRÁTICA 1: INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO E À CRIAÇÃO DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS ..................................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 CONCEITOS INICIAIS ...................................................................................................................... 4 3 ROTEIRO PRÁTICO DE UM CIRCUITO SIMPLES – MOVENDO HORIZONTALMENTE UMA MASSA ........................................................................................... 7 3.1 PASSO 1: CÁLCULO DA FORÇA DE AVANÇO TEÓRICA (DIÂMETRO DO CILINDRO DE 16 MM E A PRESSÃO DO SISTEMA DE 6 MPA OU 60 BAR) ................... 10 3.2 PASSO 2: CÁLCULO DO DIÂMETRO DA HASTE DO CILINDRO (DIÂMETRO DO CILINDRO DE 16 MM E A PRESSÃO DO SISTEMA DE 6 MPA OU 60 BAR) ............ 11 3.3 PASSO 3: CÁLCULO DA FORÇA EFETIVA DO PISTÃO E COMPARAÇÃO COM A FORÇA NECESSÁRIA PARA MOVER A MASSA DE 300 KG ......................................... 12 3.4 PASSO 4: CONFIGURAR OS PARÂMETROS DO CILINDRO E DA UNIDADE DE BOMBEAMENTO ................................................................................................................... 13 3.5 PASSO 5: SIMULAÇÃO DO CIRCUITO E OBSERVAÇÃO DA POSIÇÃO E DA VELOCIDADE DO PISTÃO DO CILINDRO NO DIAGRAMA DE ESTADO .................... 15 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 17 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 18 TÓPICO 2 — PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO ............................ 21 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 21 2 CONCEITOS INICIAIS .................................................................................................................... 21 2.1 ATUADORES EM SÉRIE ............................................................................................................ 21 2.1.1 Princípios de funcionamento ............................................................................................. 22 2.2 ATUADORES EM PARALELO ................................................................................................... 26 2.2.1 Princípios de funcionamento ............................................................................................. 26 2.3 CIRCUITO MISTO ....................................................................................................................... 28 2.3.1 Princípios de funcionamento ............................................................................................. 28 2.3.2 Roteiro prático de um circuito misto ................................................................................28 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 40 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 41 TÓPICO 3 — PRÁTICA 3: CIRCUITOS HIDRÁULICOS SEQUENCIAIS .............................. 43 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 43 2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ........................................................................................... 43 3 ROTEIRO PRÁTICO DE UM CIRCUITO HIDRÁULICO SEQUENCIAL COM DISPARO EXCLUSIVAMENTE HIDRÁULICO ......................................................................... 48 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 54 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 55 TÓPICO 4 — PRÁTICA 4: CIRCUITOS REGENERATIVOS ...................................................... 57 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 57 2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ........................................................................................... 57 2.1 VELOCIDADE DE AVANÇO REGENERADA ....................................................................... 57 2.2 FORÇA DE AVANÇO REGENERADA ..................................................................................... 58 3 ROTEIRO PRÁTICO DE UM CIRCUITO REGENERATIVO .................................................. 59 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 66 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 67 TÓPICO 5 — PRÁTICA 5: CIRCUITOS SINCRONIZADOS ..................................................... 69 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 69 2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ........................................................................................... 69 3 ROTEIRO PRÁTICO DE UM CIRCUITO SINCRONIZADO ................................................. 74 RESUMO DO TÓPICO 5..................................................................................................................... 85 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 86 TÓPICO 6 — PRÁTICA 6: NOÇÕES BÁSICAS DE ELETRO-HIDRÁULICA ........................ 89 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 89 2 DISPOSITIVOS DE COMANDO .................................................................................................. 89 3 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO .................................................................................................. 91 4 DISPOSITIVOS DE REGULAÇÃO .............................................................................................. 92 5 DISPOSITIVOS DE SINALIZAÇÃO ............................................................................................ 93 6 TRANSDUTORES ............................................................................................................................. 93 7 COMANDOS ...................................................................................................................................... 94 7.1 COMANDO REPETITIVO .......................................................................................................... 94 7.2 COMANDO AUTOMÁTICO ...................................................................................................... 95 8 ROTEIRO PRÁTICO DE UM CIRCUITO HIDRÁULICO E ELÉTRICO .............................. 96 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 107 RESUMO DO TÓPICO 6................................................................................................................... 111 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 112 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 114 UNIDADE 2 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS PNEUMÁTICOS ................... 115 TÓPICO 1 — PRÁTICA 7: MOVENDO UMA MASSA.............................................................. 117 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117 2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ......................................................................................... 117 3 ROTEIRO PRÁTICO DE MOVIMENTAÇÃO VERTICAL DE UMA MASSA ................. 119 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 132 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 133 TÓPICO 2 — PRÁTICA 8: CIRCUITO COM VÁLVULAS DE CONTROLE DIRECIONAL ..... 135 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 135 2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO ....................................................................................... 135 3 ROTEIRO PRÁTICO DE CIRCUITO COM VÁLVULA DE CONTROLE DIRECIONAL ..... 139 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 143 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 144 TÓPICO 3 — PRÁTICA 9: CIRCUITO COM VÁLVULAS CONTROLADORAS DE FLUXO ................................................................................................................... 147 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147 2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO ....................................................................................... 147 3 ROTEIRO PRÁTICO DE CIRCUITO COM VÁLVULAS CONTROLADORAS DE FLUXO ......................................................................................................................................... 150 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 152 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 153 TÓPICO 4 — PRÁTICA 10: CIRCUITO COM VÁLVULAS DE BLOQUEIO ........................ 155 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155 2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO ....................................................................................... 155 3 ROTEIRO PRÁTICO DE CIRCUITO COM VÁLVULA DE BLOQUEIO ............................ 158 RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 163 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 164 TÓPICO 5 — PRÁTICA 11: CIRCUITO COMVÁLVULAS CONTROLADORAS DE PRESSÃO ............................................................................................................. 167 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 167 2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO ....................................................................................... 167 3 ROTEIRO PRÁTICO DE UM CIRCUITO COM VÁLVULA CONTROLADORA DE PRESSÃO .................................................................................................................................... 169 RESUMO DO TÓPICO 5................................................................................................................... 172 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 173 TÓPICO 6 — PRÁTICA 12: CIRCUITO COM VÁLVULAS DE RETARDO .......................... 175 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 175 2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO ....................................................................................... 175 3 ROTEIRO PRÁTICO DE UM CIRCUITO COM VÁLVULAS DE RETARDO ................... 176 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 180 RESUMO DO TÓPICO 6................................................................................................................... 183 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 184 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 187 UNIDADE 3 — CONTROLE E AUTOMATIZAÇÕES INDUSTRIAIS ................................... 189 TÓPICO 1 — FUNÇÕES LÓGICAS ............................................................................................... 191 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 191 2 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL ........................................................................ 191 3 LÓGICA DE BOOLE ....................................................................................................................... 193 3.1 FUNÇÕES LÓGICAS BÁSICAS ............................................................................................... 194 3.2 FUNÇÕES DERIVADAS ............................................................................................................ 196 3.3 TABELA DE CORRESPONDÊNCIAS, TABELA-VERDADE E EQUAÇÃO BOOLEANA .... 201 3.4 PROPRIEDADES E TEOREMA DE BOOLE ........................................................................... 203 3.5 SIMPLIFICAÇÃO DAS EQUAÇÕES DE BOOLE .................................................................. 204 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 206 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 207 TÓPICO 2 — PRÁTICA 13: CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS (CLP) ....... 209 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 209 2 OPERAÇÃO DO CLP ...................................................................................................................... 210 3 LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO ......................................................................................... 212 3.1 DIAGRAMAS ELÉTRICOS E PROGRAMAÇÃO LADDER ................................................ 212 3.2 INSTRUÇÕES EM LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO LADDER .................................. 213 4 ROTEIRO PRÁTICO COM EXEMPLOS DE PROGRAMAS NA LINGUAGEM LADDER PARA EXECUTAR FUNÇÕES ..................................................................................... 215 4.1 CHAVE DE PARTIDA DIRETA ................................................................................................ 217 4.2 PARTIDA E REVERSÃO DE UM MOTOR ELÉTRICO ........................................................ 219 4.3 TEMPORIZADOR NA ENERGIZAÇÃO ................................................................................ 221 4.4 CONTAGEM CRESCENTE/DECRESCENTE ......................................................................... 225 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 229 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 230 TÓPICO 3 — PRÁTICA 14: PROJETOS DE COMANDOS COMBINATÓRIOS ....................... 233 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 233 2 COMANDOS COMBINATÓRIOS SIMPLES ........................................................................... 233 3 COMANDOS COMBINATÓRIOS COM MEMÓRIA............................................................. 235 4 COMANDOS COMBINATÓRIOS COM TEMPORIZADORES E CONTADORES ........ 235 5 ROTEIRO PRÁTICO DE UM PROJETO DE UM DISPOSITIVO DE FECHAR CAIXAS 235 5.1 FORMULAÇÃO VERBAL DO PROBLEMA .......................................................................... 236 5.2 ELABORAÇÃO DA TABELA DE CORRESPONDÊNCIA LÓGICA .................................. 237 5.3 ELABORAÇÃO DA TABELA-VERDADE .............................................................................. 237 5.4 MINIMIZAÇÃO DA EQUAÇÃO BOOLEANA .................................................................... 239 5.5 ELABORAÇÃO DO DIAGRAMA LÓGICO .......................................................................... 239 5.6 EXECUÇÃO FÍSICA DO COMANDO .................................................................................... 240 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 244 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 245 TÓPICO 4 — PRÁTICA 15: PROJETOS DE COMANDOS SEQUENCIAIS.......................... 249 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 249 2 ANÁLISE DE COMANDO SEQUENCIAL ................................................................................ 249 3 ESQUEMA DE PROCESSO ........................................................................................................... 249 4 FORMULAÇÃO VERBAL DO PROBLEMA .............................................................................. 250 5 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO COMANDO ..................................................................... 251 5.1 DIAGRAMA FUNCIONAL ...................................................................................................... 253 5.2 MÉTODO PASSO A PASSO ...................................................................................................... 254 6 ROTEIRO DE UM PROJETO DE UM DISPOSITIVO DE FURAR PEÇAS ........................ 258 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 264 RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 267 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 268 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................114 1 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer o software FluidSIM®; • utilizar o software para editar e/ou criar sistemas hidráulicos; • aplicar o software em um circuito simples; • simular exemplos de circuitos em série, paralelo e misto; • dimensionar alguns parâmetros do circuito; • reconhecer os principais componentes utilizados num circuito hidráulico; • conhecer alguns dispositivos elétricos de comando. Esta unidade está dividida em seis tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – PRÁTICA 1: INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO E À CRIAÇÃO DE CIRCUITOS TÓPICO 2 – PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO TÓPICO 3 – PRÁTICA 3: CIRCUITOS HIDRÁULICOS SEQUENCIAIS TÓPICO 4 – PRÁTICA 4: CIRCUITOS REGENERATIVOS TÓPICO 5 – PRÁTICA 5: CIRCUITOS SINCRONIZADOS TÓPICO 6 – PRÁTICA 6: NOÇÕES BÁSICAS DE ELETRO-HIDRÁULICA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 PRÁTICA 1: INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO E À CRIAÇÃO DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, abordaremos alguns conceitos iniciais dos circuitos hidráulicos, além dos conceitos físicos envolvidos no dimensionamento de componentes desses circuitos, e a simulação de um circuito simples para mover uma massa com o software FluidSIM®. No site Festo, é possível baixar a versão gratuita, as versões pagas de estudante e a versão full do FluidSIM® 5 (que será utilizada neste livro didático), além do manual do usuário. Acesse: http://www.artsystems.de/fluidsim/download/v5/fs5demosetup.exe DICAS Os conhecimentos podem ser aplicados no dimensionamento de cilindros de atuação hidráulica na indústria ou em equipamentos que utilizem sistemas hidráulicos; por questões funcionais, torna-se inviável o emprego de sistemas mecânicos e/ou elétricos, ou ainda, a aplicação de grandes esforços em uma área de trabalho relativamente pequena. Atualmente, as ferramentas computacionais são imprescindíveis ao profissional da engenharia, sendo utilizadas desde a idealização até a produção de novos produtos, tornaram-se uma realidade nas indústrias. Nesse contexto, o software FluidSIM® é uma aplicação completa, pensada para a criação, simulação, instrução e estudo da hidráulica, pneumática, eletro hidráulica, eletropneumática e circuitos digitais. Este software oferece um editor de diagramas de circuitos com descrições detalhadas de todos os componentes, vista animada de segmentos, fotografias de componentes reais, além de sequências de vídeo (HECK; SOUZA; MANTOVANI, 2020). UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 4 Como o FluidSIM® pode ser aplicado em aulas práticas de acionamentos, a partir de um problema simples (movimentar uma massa horizontalmente), veremos como utilizar alguns dos seus recursos. 2 CONCEITOS INICIAIS Hidráulica é um ramo da física que se dedica a estudar o comportamento de líquidos em movimento ou repouso. Para tanto, na hidráulica, são estudadas leis que regem o transporte, a conversão de energia, a regulagem e o controle do líquido, conforme os parâmetros vistos na disciplina teórica: pressão, vazão, temperatura, viscosidade etc. LEMBRETE Relembrando as aulas teóricas de acionamentos, podemos levantar a dúvida: “por que utilizar um acionamento hidráulico ou eletro-hidráulico?”. Segundo Fialho (2019, p. 31): “recorremos à utilização de sistemas hidráulicos quando se torna inviável o emprego de sistemas mecânicos e/ou elétricos ou necessitamos aplicar grandes esforços aliados a uma área de trabalho relativamente pequena”. Sob o ponto de vista de requisitos técnicos, a Figura 1 apresenta os campos de aplicação de sistemas hidráulicos (H), a combinação motor e fuso (M), a pneumática (P) e o motor de passo (S), em função da força e da velocidade requeridos para uma dada aplicação. Se compararmos à aplicação de grandes forças de atuação, a hidráulica é vantajosa, enquanto a elétrica é a opção para movimentos mais lentos e os atuadores pneumáticos podem abranger uma ampla gama de aplicações (HESSE, 2001). FIGURA 1 – CAMPO DE APLICAÇÃO DE TECNOLOGIAS PARA AUTOMAÇÃO E CONTROLE FONTE: Hesse (2001, p. 13) TÓPICO 1 — PRÁTICA 1: INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO E À CRIAÇÃO DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 5 Fialho (2019) ainda lista as vantagens e desvantagens, comparativamente aos sistemas mencionados: As vantagens da utilização de sistemas hidráulicos: • Fácil instalação dos diversos elementos, oferecendo flexibilidade, inclusive em espaços reduzidos. O equivalente em sistemas mecânicos não apresenta a mesma flexibilidade. • Haja vista a baixa inércia, os sistemas hidráulicos permitem uma rápida e suave inversão de movimento, embora, nos sistemas mecânicos, os atuais motores de passo e servomotores também permitam uma rápida inversão. • Permitem ajustes de variação micrométrica na velocidade. • São sistemas autolubrificados, o que não ocorre nos sistemas mecânicos e elétricos. • A relação peso × tamanho × potência consumida é muito menor do que nos demais sistemas. • São sistemas de fácil proteção contra esforços excessivos. • E graças a ótima condutividade térmica do óleo, geralmente o próprio reservatório faz a troca térmica e acaba eliminando a necessidade de um trocador de calor. E as desvantagens: • Perdas por vazamentos internos em todos os componentes. • Perdas por atrito internos e externos. • Perdas distribuídas de pressão (tubulação linear) e localizadas (válvulas e conexões). • Baixo rendimento relacionado às perdas citadas (η ≈ 30%). • Caminho de transformação da energia: elétrica → mecânica → hidráulica → mecânica. • Elevado custo inicial, comparativamente a sistemas mecânicos e elétricos. • Perigo de incêndio, porque o óleo é, em geral, inflamável. • Necessidade de trocador de calor para uso em zonas muito quentes ou muito frias (FIALHO, 2019, p. 31-32). Outro termo importante na hidráulica é o fluído, que é uma substância (líquida ou gasosa) contínua e amorfa, capaz de escoar e assumir a forma do recipiente onde está inserido. Para Fox e McDonald (2001, p. 2), “[...] é uma substância que se deforma continuamente sob a aplicação de uma tensão de cisalhamento, não importa quão pequena ela possa ser”. O fluido hidráulico é o elemento vital de um sistema hidráulico industrial, que é um meio de transmissão de energia, um lubrificante, um vedador e um veículo de transferência de calor. O fluido hidráulico à base de petróleo é o mais comum, sendo os tipos de fluídos mais utilizados em circuitos hidráulicos: • Fluido à base de petróleo: “é mais do que um óleo comum. Os aditivos são ingredientes importantes na sua composição. Os aditivos dão ao óleo características que o tornam apropriado para uso em sistemas hidráulicos” (PARKER, 2011, p. 22). • Fluidos resistentes ao fogo, uma característica inconveniente do fluido proveniente do petróleo é que ele é inflamável. Não é seguro usá-lo perto de superfícies quentes ou de chama. Por isso, foram desenvolvidos vários tipos de fluidos resistentes ao fogo. UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 6 • Emulsão de óleo em água consiste em uma mistura de óleo numa quantidade de água. A mistura pode variar em torno de 1 a 40% de óleo. • Emulsão de água em óleo, uma mistura composta, geralmente, de 40% de água e 60% de óleo. • Fluido de água-glicol é uma solução de glicol (anticongelante – 60%) e água. Após revisar os tipos de fluidos utilizados na hidráulica, também é importante lembrar que esse fluido deve estar limpo ou respeitando o limite máximo de contaminantes permitido que não compromete o funcionamento do sistema. A contaminação do fluido interfere em quatro funções do fluido hidráulico: •atuar como um meio de transmissão de energia; • lubrificar as partes internas dos componentes; • atuar como um meio trocador de calor; • preencher a folga entre os componentes móveis. Se uma dessas quatro funções do fluido for impedida, o sistema hidráulico não funciona conforme projetado – o resultado de uma parada desse sistema pode custar muito mais do que o imaginado numa linha de produção. Portanto, a manutenção do fluido hidráulico em dia ajuda a prevenir ou reduzir essas paradas não planejadas. Em um sistema hidráulico industrial, um problema comum é a cavitação, que pode ser causada por um entupimento na linha de entrada da bomba, um filtro de sucção muito sujo e já saturado, um óleo com viscosidade acima da recomendada, uma bomba montada a uma altura excessiva em relação ao nível do óleo do reservatório ou, ainda, se a bomba estiver trabalhando com uma rotação muito acima do que foi projetada. IMPORTANT E A partir dessa revisão de conceitos iniciais, temos o dimensionamento e a análise de circuitos hidráulicos que requerem a aplicação de vários conhecimentos da Física. A seguir, verificaremos mais alguns conceitos físicos envolvidos em sistemas hidráulicos, e retomar algumas definições vistas nas aulas teóricas. Para nossa primeira prática, veremos os conceitos envolvidos para a resolução do problema de movimentação horizontal de uma massa. TÓPICO 1 — PRÁTICA 1: INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO E À CRIAÇÃO DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 7 3 ROTEIRO PRÁTICO DE UM CIRCUITO SIMPLES – MOVENDO HORIZONTALMENTE UMA MASSA Na primeira prática, nosso objetivo é mover uma massa de 300 kg horizontalmente, que deve ser deslocada por um cilindro atuador. Esse experimento mostrará, por meio da especificação do cilindro atuador, quanta energia um cilindro necessita para que a massa seja movida. A Figura 2 mostra a tela inicial do FluidSIM®, após seguir os passos no menu: “Didactics → Tutorial ‘Simulating with FluidSIM’ → Experiments → Moving a mass → Horizontal movement of a mass”. FIGURA 2 – TELA INICIAL E MENU TUTORIAL NO FLUIDSIM® FONTE: A autora No tutorial do FluidSIM®, é proposto um circuito simples com um cilindro hidráulico de dupla ação, que usaremos, inicialmente, como referência. Antes de simular o circuito proposto na Figura 3, veremos, separadamente, cada componente (Quadro 1). Passando o mouse sobre a figura do circuito no tutorial, obtém-se a descrição dos componentes do circuito: UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 8 FIGURA 3 – CIRCUITO PROPOSTO FONTE: A autora QUADRO 1 – COMPONENTES DO CIRCUITO PROPOSTO FONTE: A autora Componente Descrição Diagrama conforme normaISO 1219/NBR 8896 1 Fonte de energia hidráulica ou unidade de bombeamento (representação simplificada) 2 Reservatório 3 Válvula direcional 4/2 vias com acionamento manual por alavanca 4 Válvula redutora de vazão variável (restrição variável) 5 Manômetro/vacuômetro 6 Atuador: cilindro de ação dupla TÓPICO 1 — PRÁTICA 1: INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO E À CRIAÇÃO DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 9 Com o decorrer deste livro didático, relembraremos os componentes mais utilizados desse quadro. A bomba hidráulica é o componente mais importante no sistema hidráulico. Sua função é converter energia mecânica em energia hidráulica, promovendo o deslocamento do fluido hidráulico no sistema. As bombas são, geralmente, especificadas pela capacidade de pressão máxima de operação e pelo seu deslocamento (ou vazão), em litros por minuto a uma determinada rotação (rpm). BOMBA HIDRÁULICA FONTE: A autora NOTA Nesse primeiro roteiro, analisaremos o circuito proposto conforme os passos a seguir: • Passo 1: calcule a força de avanço teórica (diâmetro do cilindro de 16 mm e a pressão do sistema de 6 MPa ou 60 bar). • Passo 2: calcule o diâmetro da haste do cilindro (diâmetro do cilindro de 16 mm e a pressão do sistema de 6 MPa ou 60 bar). • Passo 3: calcule a força efetiva do pistão e compare com a força necessária para mover a massa de 300 kg. • Passo 4: configurar os parâmetros do cilindro e da unidade de bombeamento. • Passo 5: simule o circuito e observe a posição e a velocidade do pistão do atuador no diagrama de estado. UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 10 3.1 PASSO 1: CÁLCULO DA FORÇA DE AVANÇO TEÓRICA (DIÂMETRO DO CILINDRO DE 16 MM E A PRESSÃO DO SISTEMA DE 6 MPA OU 60 BAR) O atrito e as influências externas não são levados em conta quando calculamos a força teórica do pistão. A fórmula simplificada para a força teórica do pistão é: Ft = p.A Em que: Ft = força teórica do pistão; A = A1 área útil efetiva do pistão durante o avanço do curso (Figura 4); A = A2 área útil efetiva do pistão durante o recuo/retorno do curso (Figura 4); p = p1 pressão de operação durante o avanço do curso (Figura 4); p = p2 pressão de operação durante recuo/retorno do curso (Figura 4). FIGURA 4 – ÁREA ÚTIL DE AVANÇO E RETORNO DO CURSO E PRESSÃO DE AVANÇO E RETORNO DO CURSO DO PISTÃO FONTE: A autora Usando o diâmetro do pistão Dp e o diâmetro da haste do cilindro dh: e No entanto, é possível ver diretamente nas configurações do cilindro (Figura 5), por meio de um duplo clique no cilindro de dupla ação, em que os parâmetros “Piston area” e “Ring area” fornecem diretamente A1 e A2, respectivamente. TÓPICO 1 — PRÁTICA 1: INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO E À CRIAÇÃO DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 11 FIGURA 5 – CONFIGURAÇÕES E PARÂMETROS DO CILINDRO FONTE: A autora 3.2 PASSO 2: CÁLCULO DO DIÂMETRO DA HASTE DO CILINDRO (DIÂMETRO DO CILINDRO DE 16 MM E A PRESSÃO DO SISTEMA DE 6 MPA OU 60 BAR) Fialho (2019) dimensiona o cilindro atuador utilizando o critério de Euler por flambagem da haste. Como o cilindro é um componente esbelto, e sua haste ainda mais, o fenômeno da flambagem ou encurvamento pode ocorrer quando o cilindro for submetido ao esforço axial de compressão, como quando o atuador estiver empurrando a massa de 300 kg. UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 12 Como a ideia é aprender a utilizar o software de simulação, vamos explorar apenas as funcionalidades do FluidSIM®. Contudo, em um projeto, é importante se preocupar com todos os detalhes e, além de fazer as simulações, fazer os cálculos para verificar os limites de resistência e imputar coeficientes de segurança para evitar as falhas dos componentes, conforme visto nas disciplinas de resistência dos materiais e projetos de máquinas. Entretanto, verificaremos o diâmetro da haste do cilindro pelo cálculo da força de avanço teórica durante o curso reverso (Ft = p2.A2), como segue: 3.3 PASSO 3: CÁLCULO DA FORÇA EFETIVA DO PISTÃO E COMPARAÇÃO COM A FORÇA NECESSÁRIA PARA MOVER A MASSA DE 300 KG A partir do objetivo da prática, veremos que o conceito físico abordado é a Lei da Inércia. Quando se trata de mover uma massa, devemos pensar na primeira lei da física newtoniana. Isaac Newton (2018, p. 53) enunciou em sua lei I que: “Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que ele seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele”. Para o cálculo da força, usamos a lei II de Newton, F = m.a, necessária para tirar a massa de 300 kg do repouso, e consideramos o atrito estático e o dinâmico entre a massa e a superfície que a apoia. Para começar a se movimentar: F = μE.m.a.cosθ Com a massa em movimento: F = μD.m.a.cosθ Em que: μE = coeficiente de atrito estático; μD = coeficiente de atrito dinâmico; m = massa de 300 kg; a = aceleração da gravidade próxima a superfície da Terra 9,81 m/s2; θ = ângulo de atuação da força sobre a massa (0° no caso da ação horizontal do atuador sobre a massa). Na prática, para o cálculo da força efetiva do pistão, é preciso considerar o efeito do atrito interno do cilindro. Assim, sob condições normais de operação, a força de resistência dos elementos de vedação pode ser estimada. Apesar TÓPICO 1 — PRÁTICA 1: INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO E À CRIAÇÃO DE CIRCUITOSHIDRÁULICOS 13 de o software FluidSIM® usar um modelo de atrito mais complexo do que essa estimativa para a simulação dinâmica do circuito, podemos assumir aqui aproximadamente 10% da força teórica (Fatrito = Ft.10%). Então, para o cilindro de dupla ação escolhido nesse roteiro, no curso de avanço: Fefetiva = A1.p1 – Fatrito Para o curso reverso: Fefetiva = A2.p2 – Fatrito 3.4 PASSO 4: CONFIGURAR OS PARÂMETROS DO CILINDRO E DA UNIDADE DE BOMBEAMENTO No menu do cilindro hidráulico (duplo clique sobre o cilindro no circuito), atualizaremos os valores de carregamento externo e os coeficientes de atrito estático e dinâmico (Steel on steel ou 0,15 para o coeficiente de atrito estático e 0,1 para o coeficiente de atrito dinâmico), como mostra a Figura 6. FIGURA 6 – ATUALIZANDO OS PARÂMETROS DE CARREGAMENTO EXTERNO DO CILINDRO FONTE: A autora UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 14 Os atuadores hidráulicos podem ser divididos basicamente em dois tipos: lineares e rotativos. Os cilindros hidráulicos (ou atuadores lineares) transformam trabalho hidráulico em energia mecânica linear, a qual é aplicada a um objeto resistivo para realizar trabalho. CILINDROS HIDÁULICOS FONTE: A autora NOTA Então, com duplo clique sobre a unidade de bombeamento do circuito, atualizamos os parâmetros de operação da unidade de bombeamento: pressão máxima de 6 MPa e uma vazão de 2 L/min, como mostra a Figura 7. FIGURA 7 – CONFIGURANDO OS PARÂMETROS DA UNIDADE DE BOMBEAMENTO FONTE: A autora TÓPICO 1 — PRÁTICA 1: INTRODUÇÃO À SIMULAÇÃO E À CRIAÇÃO DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 15 3.5 PASSO 5: SIMULAÇÃO DO CIRCUITO E OBSERVAÇÃO DA POSIÇÃO E DA VELOCIDADE DO PISTÃO DO CILINDRO NO DIAGRAMA DE ESTADO Para simular o circuito, seleciona-se no menu “Execute” e “Start” (Figura 8). FIGURA 8 – COMANDO PARA SIMULAR O CIRCUITO FONTE: A autora Observa-se a animação do circuito em operação e os parâmetros no diagrama de estado (Figura 9 – após a simulação), com o que acontece com os parâmetros posição x [mm] e a velocidade do pistão v [m/s] no diagrama de estado. UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 16 FIGURA 9 – APÓS A SIMULAÇÃO DO CIRCUITO FONTE: A autora Com as mesmas configurações do atuador, altera-se (com um duplo clique sobre a unidade de bombeamento) a pressão máxima na unidade de bombeamento do circuito para 1 MPa. Executa-se a simulação novamente. 17 Neste tópico, você aprendeu que: • O campo de aplicação de sistemas hidráulicos na indústria é voltado para a aplicação de grandes esforços aliada a uma área de trabalho pequena. • As vantagens do uso da hidráulica comparativamente com outros sistemas são: fácil instalação dos diversos elementos; permitem uma rápida e suave inversão de movimento; permitem ajustes de variação micrométrica na velocidade; são sistemas autolubrificados, o que não ocorre nos sistemas mecânicos e elétricos; sua relação peso × tamanho × potência consumida é muito menor do que nos demais sistemas; são sistemas de fácil proteção contra esforços excessivos; geralmente o próprio reservatório faz a troca térmica e acaba eliminando a necessidade de um trocador de calor. • As desvantagens do uso da hidráulica comparativamente com outros sistemas são: perdas por vazamentos internos em todos os componentes; perdas por atrito internos e externos; perdas distribuídas de pressão (tubulação linear) e localizadas (válvulas e conexões); baixo rendimento relacionado às perdas citadas (η ≈ 30%); caminho de transformação da energia: elétrica → mecânica → hidráulica → mecânica; elevado custo inicial, comparativamente a sistemas mecânicos e elétricos; perigo de incêndio, porque o óleo é, em geral, inflamável; necessidade de trocador de calor para uso em zonas muito quentes ou muito frias. • O fluido hidráulico é o elemento vital de um sistema hidráulico industrial. Ele é um meio de transmissão de energia, um lubrificante, um vedador e um veículo de transferência de calor. O fluido hidráulico à base de petróleo é o mais comum. • A importância da filtragem do fluido e a manutenção regular nos sistemas hidráulicos. • Como simular um circuito e ver/editar parâmetros dos componentes no FluidSIM®. RESUMO DO TÓPICO 1 18 AUTOATIVIDADE 1 Leia o texto a seguir: “Se compararmos quando for necessária a aplicação de grandes forças de atuação, a hidráulica é vantajosa, enquanto a elétrica é a opção para movimentos mais lentos, e os atuadores pneumáticos podem abranger uma ampla gama de aplicações”. Considere as afirmativas, a seguir, sobre as vantagens da hidráulica em comparação a outros sistemas: I- A relação peso × tamanho × potência consumida é muito menor do que nos demais sistemas. II- Necessidade de trocador de calor para uso em zonas muito quentes ou muito frias. III- Fácil instalação dos diversos elementos, oferecendo flexibilidade, inclusive em espaços reduzidos. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 2 Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Utilizamos sistemas hidráulicos quando o emprego de sistemas mecânicos e/ou elétricos é viável ou não há necessidade de aplicar grandes esforços aliados a uma área de trabalho relativamente pequena. b) ( ) A função da bomba hidráulica ou da unidade de bombeamento é converter energia mecânica em energia hidráulica, promovendo o deslocamento do fluido hidráulico no sistema. c) ( ) Devido à condutividade térmica do óleo, geralmente, faz-se necessária a utilização de um trocador de calor nos sistemas hidráulicos. d) ( ) A hidráulica não é vantajosa quando é necessária a aplicação de grandes forças de atuação. 3 De acordo com as suas observações do roteiro, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Se for alterado o parâmetro pressão máxima da unidade de bombeamento para 1 Mpa, o atuador ainda moveria a massa de 300 kg. ( ) Para calcular a força teórica do pistão do atuador, o atrito e as influências externas não são levados em conta. ( ) Se for mudado o ângulo de ação do atuador de 0° para 30°, o cálculo da força necessária para mover a massa não muda. 19 Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – F – V. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 Ao longo deste tópico, foram comparados os cálculos da força efetiva e da força necessária para mover a massa de 300 kg. Calcule a força teórica do pistão durante o avanço e o retorno do curso a uma pressão de 6 Mpa (60 bar) e responda se a força efetiva do pistão do atuador sugerida no circuito proposto é suficiente para empurrar a massa. 5 Por que a velocidade e a aceleração no curso de avanço do atuador/cilindro, mostrada no diagrama de estado da Figura 9, é máxima para o começo do movimento? 20 21 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, abordaremos, nos conceitos iniciais, exemplos de aplicações e relações de dimensionamentos utilizando algumas analogias entre circuitos elétricos e hidráulicos de circuitos em série, paralelo e mistos. No roteiro sugerido para simulação, estudaremos um circuito misto que representa o que ocorre com a maioria dos circuitos hidráulicos com mais de um atuador. Veremos a análise de perda de carga através das válvulas e compararemos a simulação com as variações de pressão calculadas. Em situações que se faz necessário, geralmente por motivos de segurança, um rígido controle do acionamento dos atuadores, procura-se evitar a simultaneidade de movimentos, até mesmo a coincidência parcial no tempo de dois ou mais atuadores estarem em movimento. Nesses casos, uma combinação de circuitos em série e em paralelo, também chamado de circuito série-paralelo ou circuito misto, é indicada. 2 CONCEITOS INICIAIS Como o circuitoé uma mistura de em série e paralelo, veremos exemplos separadamente para, então, darmos ênfase aos circuitos mistos. 2.1 ATUADORES EM SÉRIE Nos circuitos em série, podemos fazer analogia à eletrônica e utilizar os mesmos princípios de análise. Iniciamos com três cilindros hidráulicos em série (Figura 10), que devem desenvolver o mesmo curso e aplicar a mesma intensidade de força. 22 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS FIGURA 10 – ATUADORES CONECTADOS EM SÉRIE FONTE: A autora 2.1.1 Princípios de funcionamento Na Figura 10, os três cilindros hidráulicos estão na mesma posição e, para que a força que eles exercem sejam iguais (F1 = F2 = F3), é necessário que seus diâmetros sejam diferentes. Isso porque o volume de óleo na câmara posterior do cilindro, que abastece o cilindro seguinte, é menor do que o volume na sua câmara frontal. Ressalta-se que a haste ocupa parte do volume da câmara posterior. Quando não há vazamentos, e supondo que utilizamos os exatos diâmetros necessários para garantir a relação de volumes entre os cilindros, esse tipo de circuito permite o sincronismo dos movimentos. Revendo as relações já vistas, a pressão P é igual à força externa F dividida pela área transversal à força A: O volume deslocado V é igual à área transversal A multiplicada pelo deslocamento do pistão x, considerando que o curso pistão no cilindro é x = L: V = A.L Entretanto, no circuito da Figura 10, os três cilindros estão com os êmbolos posicionados na metade do curso L/2. Supondo-se, ainda, que no circuito sejam utilizados cilindros com uma relação r = 2:1, ou seja, r = A1/A2 = 2, tem-se: TÓPICO 2 — PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO 23 Reescrevendo em função de V1: Partindo da relação r, um curso L, diâmetro do pistão do atuador 1 Dp1 e uma carga F num tempo t, pode-se calcular a vazão, a pressão e a potência de uma bomba: O volume de óleo total em cada atuador: A vazão necessária para a bomba: A pressão necessária, desconsiderando as perdas de carga: A potência absorvida: Com os parâmetros vazão, pressão e potência da bomba, e rotação do motor acoplado, podemos escolher uma bomba comercial. 24 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS NOTA Exemplo: admitindo um curso L = 30 cm, a relação entre as áreas do cilindro atuador r = 2:1, o diâmetro do êmbolo/pistão Dp 1 = 8 cm e a intensidade da força dividida igualmente entre os três cilindros F = 9.000 N, e considerando t = 10 s, a rotação do motor acoplado n = 1.750 rpm e o rendimento total ηt = 80%, dimensione a bomba hidráulica: Solução: o volume de óleo total em cada atuador: A vazão necessária para a bomba, com t = 10 s: A pressão necessária, desconsiderando as perdas de carga: A potência absorvida: Na figura a seguir, testamos os valores dos parâmetros encontrados. Um aspecto que deve ser considerado é o aumento da pressão, que poderá elevar os custos com a utilização de componentes adequados às elevadas pressões. SIMULAÇÃO DO CIRCUITO EM SÉRIE (P1 ≠ P2 ≠ P3) FONTE: A autora TÓPICO 2 — PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO 25 Além do movimento sincronizado, devido à dependência hidráulica dos movimentos, os circuitos em série também possibilitam o movimento em cascata, diferenciando apenas o tipo de distribuidor (ou válvula) utilizado para efetuar a união entre a bomba e um dos atuadores. Com esses parâmetros e o tipo de bomba selecionado, pode-se escolher a bomba em um catálogo de fabricante, como mostrado na figura a seguir. CATÁLOGO DE BOMBAS UTILIZADAS NA HIDRÁULICA INDUSTRIAL FONTE: <https://www.boschrexroth.com/pt/br/produtos/grupos-de-produtos/hidraulica- industrial/pumps>. Acesso em: 12 set. 2020. Bombas em série: “Quando a bomba hidráulica tem baixo poder de sucção, instala-se uma bomba auxiliar (bomba de carga) cuja função é alimentar a bomba principal” (CAMARGO, 2010, p. 75). BOMBAS EM SÉRIE FONTE: A autora NOTA 26 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS 2.2 ATUADORES EM PARALELO Como as resistências hidráulicas não se somam como no circuito em série, no circuito em paralelo da Figura 11, considerando os mesmos diâmetros dos atuadores cilíndricos e comparando os circuitos em série e paralelo. FIGURA 11 – ATUADORES CONECTADOS EM PARALELO (P1 = P2 = P3 ) FONTE: A autora 2.2.1 Princípios de funcionamento Um fator importante dos circuitos paralelos é a velocidade dos atuadores, pois quanto maior o número de atuadores acionados simultaneamente, menores serão suas velocidades desenvolvidas: Repetindo o exemplo do dimensionamento em série, no caso do em paralelo, admite-se um curso L = 30 cm, a relação entre as áreas do cilindro atuador r = 2:1, o diâmetro do êmbolo/pistão Dp1 = 4 cm e a intensidade da força dividida igualmente entre os três cilindros F = 9.000 N. Considerando a rotação do motor acoplado n = 1750 rpm e o rendimento total ηt = 80%, dimensiona-se a bomba hidráulica, conforme demonstrado a seguir. Solução: podemos admitir os diâmetros iguais: Dp1 = Dp2 = Dp3 = 4 cm TÓPICO 2 — PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO 27 Com: O volume de óleo total em cada atuador: A vazão necessária para a bomba: A pressão necessária, desconsiderando as perdas de carga: A potência absorvida: FIGURA 12 – SIMULAÇÃO DO CIRCUITO EM PARALELO FONTE: A autora 28 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS Bombas em paralelo: “são utilizadas em casos onde se necessita de duas velocidades em atuadores, uma rápida e outra lenta. O rápido com pouca força e o lento com grande força. Se aplica, também, em casos de sistemas com circuitos independentes” (CAMARGO, 2010, p. 75). BOMBAS EM PARALELO FONTE: A autora NOTA 2.3 CIRCUITO MISTO O circuito misto é uma combinação entre os dois circuitos anteriormente vistos. Em geral, são utilizados quando, por motivos de segurança, se faz necessário um controle mais rígido do acionamento dos atuadores ou, até mesmo, em uma simultaneidade parcial no tempo de dois ou mais atuadores quer ser evitado – como no roteiro da furadeira que será desenvolvido mais adiante no Tópico 6. 2.3.1 Princípios de funcionamento O circuito misto ocorre na maioria dos circuitos hidráulicos com mais de um atuador. Primeiramente, montaremos o circuito no FluidSIM®, para observarmos mais sobre seu funcionamento durante a execução do roteiro. 2.3.2 Roteiro prático de um circuito misto Deve-se abrir um novo arquivo em “File → New”. Com a tela do novo arquivo aberta e a biblioteca de componentes hidráulicos, adiciona-se a unidade de bombeamento, conforme mostrado na Figura 13. TÓPICO 2 — PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO 29 FIGURA 13 – INSERINDO A UNIDADE DE BOMBEAMENTO FONTE: A autora A unidade de bombeamento, ou a unidade de potência, é normalmente constituída por válvula limitadora de pressão, bomba hidráulica, filtro hidráulico, reservatório hidráulico (ou tanque) e motor elétrico. FIGURA 14 – UNIDADE DE BOMBEAMENTO FONTE: A autora 30 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS Em suma, podemos descrever as funções desses componentes como: • Válvula limitadora de pressão ou válvula de controle de pressão (Figura 15): limita a pressão máxima de um sistema, regula a pressão reduzida em certas partes dos circuitos e controla as operações sequenciais, entre outras funções. A base de operação é um balanço entre pressão e força da mola. FIGURA 15 – SIMBOLOGIA NORMALIZADA DA VÁLVULA LIMITADORA DE PRESSÃO FONTE: A autora • Bomba hidráulica (Figura 16): utilizada nos circuitos para converter energia mecânica em hidráulica; trabalha com altas velocidades e vazões e baixas pressões, ou seja, a energia cinética prevalece para provocar movimentos. FIGURA 16 – SIMBOLOGIA NORMALIZADA DA BOMBA HIDRÁULICA FONTE: A autora • Reservatório hidráulico (Figura 17): geralmente de aço, consiste em quatro paredes, em um tanque, em geral com base abaulada, topo plano, quatropés, indicador de nível de óleo, tampa de abastecimento e respiro. São representadas três linhas: sucção, retorno e dreno. FIGURA 17 – SIMBOLOGIA NORMALIZADA DO RESERVATÓRIO HIDRÁULICO FONTE: A autora TÓPICO 2 — PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO 31 • Motor elétrico (Figura 18): transforma energia elétrica em energia mecânica rotativa, de maneira a tornar possível o funcionamento da bomba. FIGURA 18 – SIMBOLOGIA NORMALIZADA DO MOTOR ELÉTRICO FONTE: A autora Retomando a montagem do circuito (Figura 19), adiciona-se o filtro que completa a unidade de bombeamento e os atuadores lineares. FIGURA 19 – ADICIONANDO COMPONENTES À ÁREA DE TRABALHO FONTE: A autora O filtro hidráulico tem a função de reter as partículas insolúveis do fluido. Os filtros, bem como os elementos filtrantes, podem ser de diversos tipos e modelos. É recomendável que o filtro seja dimensionado para permitir três vezes mais a passagem da vazão da bomba. 32 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS Alimentada pela bomba, a válvula é o componente hidráulico responsável pelo controle da potência hidráulica, direcionando-a para os atuadores. O tipo mais comum de válvulas utilizadas em robôs com atuadores hidráulicos são as servo-válvulas de controle de vazão, que regulam a vazão de saída de acordo com o controle de um sinal de entrada. UNI Vamos inserir a válvula controladora direcional e as válvulas controladoras de fluxo para o controle dos atuadores lineares, pois elas permitem controlar a velocidade dos atuadores. A Figura 20 mostra a conexão do avanço e do retorno dos cilindros atuadores. FIGURA 20 – ADICIONANDO AS VÁLVULAS CONTROLADORAS DIRECIONAIS FONTE: A autora Com a unidade de bombeamento, os atuadores e as válvulas controladoras direcionais no ambiente de trabalho, fazemos as conexões entre os componentes utilizando o componente de conexão distribuidor T (Figura 21). TÓPICO 2 — PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO 33 FIGURA 21 – ADICIONANDO A CONEXÃO T FONTE: A autora Adicionamos a válvula de controle direcional 4/3 vias com operação manual por alavanca (Figura 22), com centro aberto em P e T (fechado em A e B), a fim de permitir a livre descarga da bomba quando o circuito não estiver acionado. Com o duplo clique sobre os componentes, é possível nomeá-los para melhor organização do seu circuito misto, além de mudar a posição dos componentes. 34 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS FIGURA 22 – VISÃO GERAL DO CIRCUITO MISTO FONTE: A autora Antes de dimensionar e testar o circuito, adicionaremos o diagrama de estado clicando no menu “Miscellaneous → State diagram” para sua área de trabalho. Selecionam-se os componentes na simulação com um duplo clique sobre a tabela na área de trabalho e, depois, clica-se em “Add” (Figura 23). TÓPICO 2 — PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO 35 FIGURA 23 – ADICIONANDO COMPONENTES AO DIAGRAMA DE ESTADO FONTE: A autora Com os atuadores selecionados e adicionados, podem-se escolher os parâmetros a serem observados durante a simulação nos gráficos do diagrama de estado. Também é possível selecionar o tipo de linha e as cores que aparecerão nos gráficos. Na Figura 24, foram escolhidos os parâmetros posição e velocidade. FIGURA 24 – SELECIONANDO OS PARÂMETROS NO DIAGRAMA DE ESTADO FONTE: A autora 36 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS Agora, é necessário testar o circuito clicando em “Execute → Start” ou usando o atalho F9 do teclado. Observamos os parâmetros escolhidos no diagrama de estado (Figura 25). FIGURA 25 – SIMULAÇÃO DO CIRCUITO FONTE: A autora TÓPICO 2 — PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO 37 O circuito funciona, mas ainda não está dimensionado. Neste tópico, relembraremos o cálculo de perda de carga do circuito com a analogia ao circuito elétrico. Assim como em um condutor elétrico, o fluxo de corrente é proporcional à variação de tensão; nos circuitos hidráulicos, as perdas distribuídas (por comprimento da tubulação, curvas, conexões Ts) causam a variação de pressão, ∆P, que é diretamente proporcional à vazão Q: ∆P ∝ Q No caso das válvulas hidráulicas, a analogia é com os resistores de resistência variável. Isso porque as válvulas hidráulicas, comumente utilizadas na linha de pressão (válvulas controladoras direcionais, válvulas de retenção, válvulas de sequência e as válvulas controladoras de fluxo), têm uma variação da seção transversal interna. Nelas, a variação de pressão, ∆P , é diretamente proporcional ao quadrado da vazão, Q2: ∆P ∝ Q2 A constante de proporcionalidade ∝ representa a resistência hidráulica R, conforme representação simplificada da Figura 26. FIGURA 26 – REPRESENTAÇÃO SIMPLIFICADA FONTE: Adaptada de Fialho (2019, p. 190) Nesse esquema, temos as resistências que as válvulas controladoras direcionais impõem ao circuito e, a partir da analogia de circuitos elétricos, obtém-se a resistência equivalente, Req, para esse arranjo de válvulas: 38 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS TABELA 1 – COEFICIENTE DE DESCARGA PARA ESTRICÇÃO EM REGIME LAMINAR FONTE: Adaptada de Streeter (1982) β Coeficiente de Descarga Cd β ≤ 0,3 0,64 0,5 0,67 0,7 0,71 Supondo um diâmetro interno da tubulação de pressão dt = 13 mm e o diâmetro dos orifícios das válvulas d0 = 6 mm, ainda considerando a vazão da bomba QB = 60 L/min, calcularemos a perda de carga em ∆P1, ∆P2 e ∆P. Para ∆P1, tem-se: Em que: Cd é o coeficiente de descarga, obtido a partir de β = d0 ⁄dt (Tabela 1) para definir o valor de Cd: Com o cálculo da resistência na válvula, RV1, e a vazão, QB, a variação da pressão será: ∆P1 = RV1 . Q12 Com Q1 = QB. No caso de ∆P2, tem-se: Com o cálculo da resistência na válvula, RV2, e a vazão, QB , a variação da pressão será: ∆P2 = RV2 . Q22 Como QB = Q1 = Q2 + Q3, e se Q2 = Q3, então Q2 = QB /2. TÓPICO 2 — PRÁTICA 2: CIRCUITOS EM SÉRIE, PARALELO E MISTO 39 Com relação a ∆P, tem-se a resistência equivalente para o esquema das válvulas: A variação ou queda de pressão será: ∆P = Req . QB2 Com essas informações de resistência das válvulas e perda de pressão, atualiza-se o circuito com um duplo clique sobre os componentes, atentando-se para as unidades. Executa-se a simulação novamente, observando os parâmetros selecionados no diagrama de estado. Nesse roteiro, não foram consideradas as perdas nas curvas, conexão T nem no comprimento linear da tubulação. Essas perdas também são importantes no dimensionamento dos circuitos hidráulicos e podem ser calculados, utilizando a mesma técnica. IMPORTANT E 40 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Os circuitos hidráulicos com componentes em série podem ser analisados analogamente aos circuitos elétricos. • Os circuitos em série permitem o sincronismo dos movimentos dos atuadores. • Os circuitos hidráulicos com componentes em paralelo podem ser analisados analogamente aos circuitos elétricos. • Quanto maior o número de atuadores acionados simultaneamente nos circuitos de atuadores em paralelo, menores serão suas velocidades desenvolvidas. • A unidade de bombeamento, ou a unidade de potência, é normalmente constituída por válvula limitadora de pressão, bomba hidráulica, filtro hidráulico, reservatório hidráulico (ou tanque) e motor elétrico. • Os circuitos hidráulicos com componentes em série-paralelo (misto) podem ser analisados analogamente aos circuitos elétricos. • A perda de carga pode ser calculada usando a analogia de circuitos elétricos. 41 1 A unidade de bombeamento, ou a unidade de potência, é normalmente constituída por válvula limitadora de pressão, bomba hidráulica, filtro hidráulico, reservatório hidráulico (ou tanque) e motor elétrico. Sobre os componentes da unidade de bombeamento, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) O motor elétrico transforma energia elétrica em energia mecânica rotativa, de forma a tornar possível o funcionamentoda bomba. b) ( ) A válvula controladora direcional limita a pressão máxima de um sistema, regula a pressão reduzida em certas partes dos circuitos e controla as operações sequenciais, entre outras funções. A base de operação é um balanço entre pressão e força da mola. c) ( ) O reservatório hidráulico remove as impurezas presentes nos fluidos hidráulicos, além de transmitir energia, lubrificar as partes moveis internas, transferir calor e vedar as folgas entre as partes móveis. d) ( ) A bomba hidráulica consiste em quatro paredes (geralmente de aço), uma base abaulada, um topo plano, quatro pés, três linhas (sucção, retorno e dreno), indicador de nível de óleo e tampas. 2 Com base nos estudos abordados neste tópico sobre circuitos em série, paralelo e misto, analise as sentenças a seguir: I- No circuito em série, para que a força de cada atuador seja a mesma, é necessário que os diâmetros dos atuadores sejam diferentes. Isso porque o volume de óleo que abastece o cilindro seguinte é menor que o volume da câmara frontal do cilindro anterior. II- Um fator importante dos circuitos paralelos é a velocidade dos atuadores, pois quanto maior o número de atuadores acionados simultaneamente, menores serão suas velocidades desenvolvidas. III- O circuito misto é uma combinação entre os circuitos em série e em paralelo, que, geralmente, são utilizados quando, por motivos de segurança, se faz necessário um controle mais rígido do acionamento dos atuadores. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Todas as sentenças estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. AUTOATIVIDADE 42 3 Sobre o roteiro prático apresentado neste tópico, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A resistência equivalente, Req, total das válvulas no circuito misto é a soma das resistências impostas pela conexão em série da válvula controladora direcional com a resistência duas válvulas controladoras de fluxo conectadas em paralelo. ( ) A constante de proporcionalidade ∝ em ∆P ∝ Q, utilizando a analogia dos circuitos elétricos com os circuitos hidráulicos, é representada pela resistência hidráulica equivalente, Req. ( ) Atualizando as resistências das válvulas na simulação, ocorreu um aumento no tempo para os atuadores completarem o curso de avanço. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – V – V. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 Calcule a perda de carga em ∆P1, ∆P2 e ∆P no circuito proposto no roteiro prático, supondo um diâmetro interno da tubulação de pressão dt = 13 mm e um diâmetro dos orifícios das válvulas d0 = 6 mm, ainda considerando a vazão da bomba QB = 60 L/min. 5 Disserte sobre as alterações nos parâmetros posição e velocidade dos atuadores após as atualizações das resistências hidráulicas das válvulas na simulação do circuito misto. 43 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 PRÁTICA 3: CIRCUITOS HIDRÁULICOS SEQUENCIAIS 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, abordaremos o princípio funcional dos circuitos hidráulicos sequenciais por válvulas de sequência. Para obter sequências de movimentos em máquinas e equipamentos que atuam com os circuitos hidráulicos, deve-se estabelecer uma sucessão na alimentação dos componentes correspondentes. Partindo do conhecimento do ciclo do movimento que buscamos executar, o problema principal consistirá em projetar um sistema que seja capaz de conectar os componentes adequados nos instantes desejados e durante o tempo necessário. Em seguida, percebemos que os sistemas sequenciais são especialmente importantes para resolver problemas de automação e convenientes para equipar máquinas que requerem movimentos repetitivos e/ou periódicos. 2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Iniciaremos com uma sequência de dois cilindros hidráulicos A e B que devem se movimentar quando uma válvula de comando for acionada (Figura 27), respeitando a sequência de operação apresentada a seguir. O cilindro B somente deverá avançar depois que o A tiver alcançado o final do curso de avanço. No retorno, os cilindros deverão se movimentar simultaneamente: A + B + (A – B –) 44 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS A representação simplificada A+B+(A–B–) é a mais utilizada devido a sua simplicidade. As letras maiúsculas representam os cilindros utilizados no circuito. O símbolo “+” representa o avanço de um dos cilindros e o símbolo “–”, o retorno. Assim, tem-se que: • A+ representa que o cilindro A avança; • B+ representa que o cilindro B avança; • A– representa que o cilindro A retorna; • B– representa que o cilindro B retorna; • por fim, os parênteses representam que os dois cilindros A e B retornam juntos. NOTA FIGURA 27 – CIRCUITO UTILIZANDO UMA VÁLVULA DE SEQUÊNCIA FONTE: A autora TÓPICO 3 — PRÁTICA 3: CIRCUITOS HIDRÁULICOS SEQUENCIAIS 45 Se acionarmos a válvula direcional VD na posição paralela, a pressão hidráulica será dirigida para a câmara posterior dos cilindros, A e B. Como o óleo procura sempre o caminho mais fácil, com a menor pressão possível, e considerando que a válvula de sequência VS gera um obstáculo ao fluxo para o cilindro B, o cilindro A avança primeiro (Figura 28), executando o primeiro movimento da sequência prevista para o avanço. FIGURA 28 – CILINDRO A AVANÇA ANTES DO CILINDRO B FONTE: A autora 46 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS A válvula de sequência é um tipo de válvula controladora de pressão, que conecta o sistema consumidor sempre que a pressão programada é atingida. É utilizada para o controle sequencial de movimentos e para casos nos quais exista a necessidade de uma contrapressão no sistema como segurança (válvula de contrabalanço) ou um controle apurado de velocidade na haste do atuador (PARKER, 2011). VÁLVULA DE SEQUÊNCIA FONTE: A autora NOTA Somente quando o cilindro A alcançar o final do curso de avanço e sua câmara traseira estiver completamente cheia de óleo, a pressão aumenta abrindo a válvula de sequência em que permite a passagem do fluxo hidráulico para que o cilindro B avance (Figura 29), executando o segundo e último movimento da sequência prevista para o avanço. TÓPICO 3 — PRÁTICA 3: CIRCUITOS HIDRÁULICOS SEQUENCIAIS 47 FIGURA 29 – AVANÇO DO CILINDRO B APÓS O AVANÇO DE A FONTE: A autora Para que a válvula de sequência VS exerça corretamente sua função, que é garantir a partida do cilindro B somente após o A chegar ao final do curso, ela deve estar adequadamente regulada, ou seja, sua mola deve ser ajustada com uma pressão maior que a necessária para o primeiro movimento, que é avançar o cilindro A, e menor que a pressão regulada na válvula de segurança. Acionamos, então, a válvula direcional VD na posição cruzada (Figura 30), a pressão hidráulica é dirigida para a câmara dianteira dos dois cilindros, A e B. Teoricamente, como os dois caminhos estão livres, os dois cilindros deveriam retornar juntos e com a mesma velocidade. Na prática, ambos retornam simultaneamente, mas, como existem diferenças construtivas entre os dois, aquele que apresentar menor esforço contra o movimento deverá retornar com maior velocidade. 48 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS FIGURA 30 – RETORNO SIMULTÂNEO DOS CILINDROS A E B FONTE: A autora 3 ROTEIRO PRÁTICO DE UM CIRCUITO HIDRÁULICO SEQUENCIAL COM DISPARO EXCLUSIVAMENTE HIDRÁULICO Com o cilindro A como responsável pela fixação de uma peça a ser estampada, enquanto o cilindro B movimenta o martelo da prensa, montaremos o circuito anterior no FluidSIM®. No entanto, se deixarmos como visto na Figura 29, já sabemos que a sequência será A+B+(A–B–). Se a peça e o martelo de impacto forem soltadas ao mesmo tempo no retorno dos cilindros, pode-se ter problemas de segurança ou de qualidade no processo. Então, para fazer um retorno também sequencial, agora o cilindro B do marteloda prensa deverá retornar antes de liberar a peça da fixação, ou seja, a sequência será A+B+B–A–. TÓPICO 3 — PRÁTICA 3: CIRCUITOS HIDRÁULICOS SEQUENCIAIS 49 Válvula de sequência no circuito: num circuito com operações de fixação e usinagem, o cilindro de presilhamento deve avançar antes do cilindro da broca. “Para que isso aconteça, uma válvula de sequência é colocada na linha do circuito, imediatamente antes do cilindro da broca. A mola na válvula de sequência não permitirá que o carretel interligue as vias primárias e secundárias até que a pressão seja maior do que a mola. O fluxo para o cilindro da broca é bloqueado”. Assim, o cilindro de presilhamento avançará primeiro (PARKER, 2011, p. 103). NOTA Pensando na especificação do projeto, adicionaremos válvulas de sequência também para o avanço e o retorno de A (Figura 31). FIGURA 31 – CIRCUITO POR VÁLVULA DE SEQUÊNCIA FONTE: A autora 50 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS Ao ser acionada a válvula direcional de comando na simulação (Figura 32), o cilindro A deverá avançar, com uma pressão máxima de 20 bar (por isso, o manômetro após a válvula de sequência VS3), e prender a peça. Acionando a válvula direcional na posição paralela, a pressão hidráulica tem dois caminhos a seguir: dirigir-se à câmara traseira do cilindro A, com uma pressão reduzida de 20 bar, ou abrir a válvula de sequência que dá acesso à câmara traseira do cilindro B. FIGURA 32 – ACIONANDO A VÁLVULA DIRECIONAL FONTE: A autora TÓPICO 3 — PRÁTICA 3: CIRCUITOS HIDRÁULICOS SEQUENCIAIS 51 Como a válvula de sequência é regulada com uma pressão maior que 20 bar, utilizada para o avanço do cilindro A e menor que a pressão principal de 60 bar, ajustada na válvula de segurança, ela garante a sequência de movimentos prevista para o avanço. Dessa forma, o cilindro A avança, efetuando a fixação da peça com a pressão reduzida de 20 bar, regulada na válvula redutora de pressão e, somente então, a válvula de sequência abre, permitindo o avanço do cilindro B que movimenta a descida do martelo da prensa. Em seguida, o cilindro B deverá avançar, efetuando a estampagem, a uma pressão de 60 bar (Figura 33). FIGURA 33 – AVANÇO DE B FONTE: A autora No retorno, o cilindro B deverá retroceder primeiro (Figura 34), suspendendo o martelo da prensa, para, somente então, o A retornar (Figura 35), soltando a peça: A+B+B–A– com pressão reduzida no avanço de A. 52 UNIDADE 1 — APLICAÇÕES E ANÁLISE DE CIRCUITOS HIDRÁULICOS FIGURA 34 – RETORNO DE B FONTE: A autora Acionando a válvula direcional na posição cruzada, novamente a pressão hidráulica tem dois caminhos a seguir: dirigir-se diretamente à câmara dianteira do cilindro B ou abrir a válvula de sequência que dá acesso à câmara dianteira do cilindro A. Dessa vez, como a válvula de sequência é regulada com uma pressão maior que a necessária para o retorno do cilindro B e menor que a pressão principal, ajustada na válvula de segurança, ela garante a sequência dos movimentos prevista para o retorno (HESSE, 2001). Assim, o cilindro B retorna, suspendendo o martelo da prensa e, somente então, a válvula de sequência abre, permitindo que o cilindro A retorne, soltando a peça estampada. TÓPICO 3 — PRÁTICA 3: CIRCUITOS HIDRÁULICOS SEQUENCIAIS 53 FIGURA 35 – RETORNO DE A FONTE: A autora As válvulas de sequência, assim como a redutora de pressão, possuem retenções incorporadas em suas carcaças, ligadas em paralelo a elas, para permitir a passagem livre do óleo quando o fluxo ocorre no sentido contrário. Assim, a válvula redutora de pressão em nada interfere no movimento de retorno do cilindro A. O óleo que sai da câmara traseira passa livre pela retenção da válvula redutora e retorna ao tanque. 54 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você aprendeu que: • Pode representar, de forma simplificada, a sequência de atuadores do circuito. • A válvula de sequência é um tipo de válvula controladora de pressão, que conecta o sistema consumidor sempre que a pressão programada é atingida. • Para que a válvula de sequência exerça corretamente sua função, ela deve estar adequadamente regulada, ou seja, sua mola deve ser ajustada com uma pressão maior que a necessária para o primeiro movimento e menor que a pressão regulada na válvula de segurança. • Ao introduzir uma válvula de sequência, deve-se dificultar a passagem do fluido e isso pode ser uma solução para fazer o fluido percorrer o caminho da sequência desejada. 55 1 Sobre as válvulas de sequência, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Conecta o sistema consumidor sempre que a pressão programada é atingida. Utilizada para controle sequencial de movimentos e para casos nos quais exista a necessidade de uma contrapressão no sistema como segurança (válvula de contrabalanço) ou um controle apurado de velocidade na haste do atuador. b) ( ) Também chamada de válvula de alívio ou de segurança, permite que o fluido retorne ao reservatório sempre que a pressão exercer o limite máximo de trabalho do sistema. Utilizada normalmente fechada, para baixas vazões. c) ( ) Utilizada com um acumulador de pressão, dirige o fluxo da bomba até o acumulador. A válvula alivia a bomba no instante que a pressão necessária no acumulador é atingida. d) ( ) Utilizada para limitar a pressão de saída (da linha secundária), independentemente da pressão primária. Pode ser dos tipos operada ou pré-operada. A pré-operada é utilizada para reduzir a pressão em sistemas de grande vazão. 2 Com base no roteiro prático desenvolvido neste tópico, analise as sentenças a seguir: I- O retorno sequencial do cilindro B do martelo da prensa deverá retornar antes de liberarmos a peça da fixação, ou seja, a sequência será A+B+(B–A–). II- O cilindro A avança, efetuando a fixação da peça com a pressão reduzida de 20 bar, regulada na válvula redutora de pressão, e, somente então, a válvula de sequência abre, permitindo o avanço do cilindro B que movimenta a descida do martelo da prensa. III- A válvula de sequência é regulada com uma pressão maior que a necessária para o retorno do cilindro B e menor que a pressão principal, o que garante a sequência dos movimentos prevista para o retorno. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças II e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. AUTOATIVIDADE 56 3 Na representação simplificada mais utilizada devido a sua simplicidade, as letras maiúsculas representam os cilindros utilizados no circuito. O símbolo “+” representa o avanço de um dos cilindros e o símbolo “–” o retorno. Analise as sentenças a seguir e classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Na sequência A+B+(A–B–): A+ representa que o cilindro A avança; B+ que o cilindro B avança; A– que o cilindro A retorna; B– que o cilindro B retorna; e os parênteses que os dois cilindros A e B retornam juntos. ( ) Na sequência A+B+A–B–: A+ representa que o cilindro A avança; B+ que o cilindro B avança; A– que o cilindro A retorna; B– que o cilindro B retorna depois de A retornar. ( ) Na sequência (B+A+)A–B–: A+ representa que o cilindro A avança; depois B+ que o cilindro B avança; B– que o cilindro B retorna; A– que o cilindro A retorna; e os parênteses que os dois cilindros A e B retornam juntos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – F – V. c) ( ) V – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 Desenvolva um circuito semelhante ao apresentado no roteiro prático deste tópico com a seguinte sequência: B+A+A–B–, isto é, no avanço, primeiramente, movimenta-se o cilindro B e, depois, o A; no retrocesso, ao contrário, o cilindro A retorna e, posteriormente, o B. 5 Disserte sobre o funcionamento do circuito elaborado na questão anterior. 57 TÓPICO 4 — UNIDADE 1 PRÁTICA 4: CIRCUITOS REGENERATIVOS 1 INTRODUÇÃO Neste tópico,
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