Buscar

Modificação e Prevenção de Competência no CPC/15

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Página 1 de 3 
Normas Processuais Civis 2/2022 
Fernando Brito da Costa Dias – 6501796 
MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
 
A modificação de competência ou prorrogação de competência, ocorre quando 
o âmbito de competência de um juiz ou de um tribunal é maximizado, ou seja, quando 
é possibilitado que o juiz aprecie e julgue processos para os quais, em regra, não seria 
a autoridade judiciária competente. 
A modificação da competência pode ser classificada como legal ou voluntária. 
A modificação da competência legal está prevista em lei, e ocorre quando nos casos 
há conexão ou continência entre duas ações, tal fato está expresso nos artigos 54 a 
57 do CPC/15: 
 
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela 
continência, observado o disposto nesta Seção. 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum 
o pedido ou a causa de pedir. 
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, 
salvo se um deles já houver sido sentenciado. 
§ 2º Aplica-se o disposto no caput 
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao 
mesmo ato jurídico; 
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam 
gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso 
decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver 
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por 
ser mais amplo, abrange o das demais. 
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta 
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença 
sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente 
reunidas (BRASIL, 2015). 
 
Quanto a modificação da competência voluntária, esta acontece por livre e 
espontânea vontade das partes (expressa), ou apenas de uma delas (tácita). 
A modificação da competência voluntária expressa dá-se nas hipóteses de 
eleição de foro. Por outro lado, a modificação da competência voluntária tácita, ocorre 
quando há a manifestação de vontade decorrente da ausência de oposição da 
exceção declinatória de foro. Ambas constam no artigo 63 do CPC/15. 
 
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do 
território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e 
obrigações. 
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito 
e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. 
 
Página 2 de 3 
Normas Processuais Civis 2/2022 
Fernando Brito da Costa Dias – 6501796 
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser 
reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao 
juízo do foro de domicílio do réu. 
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de 
foro na contestação, sob pena de preclusão (BRASIL, 2015). 
 
 
PREVENÇÃO 
 
A prevenção nada mais é que a fixação da competência de um juízo para o 
julgamento de uma demanda. Na prevenção, uma demanda pertence a dois juízos 
igualmente competentes para o julgamento, assim, é necessário que ocorra fixação 
em apenas um. Segundo Cândido Rangel Dinamarco: 
 
Prevenção é a concentração, em um órgão jurisdicional, da competência que 
abstratamente já pertencia a dois ou vários, inclusive a ele. Podendo a causa, 
ou causas, ir ter a qualquer desses juízes potencialmente competentes, por 
algum modo ficam os demais excluídos e resta competente só aquele a quem 
a atividade tiver sido concretamente atribuída. O latim proe-venire significa 
chegar antes: o juiz que chegou primeiro, recebendo a causa ou o recurso, 
considera-se prevento (DINAMARCO, 2004, p. 442-443). 
 
De acordo com o critério da prevenção, considera-se prevento, ou seja, com 
direito de julgar a demanda, o juízo que primeiro tomou conhecimento da causa. Tal 
afirmação, consta nos artigos 58, 59, parágrafo único do 930 e § 3º do 1021: 
 
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo 
prevento, onde serão decididas simultaneamente. 
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do 
tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. 
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento 
o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo 
ou em processo conexo. 
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de 
recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária 
envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem 
repetição em múltiplos processos. 
§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de 
direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de 
divergência entre câmaras ou turmas do tribunal. 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o 
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras 
do regimento interno do tribunal. 
§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão 
agravada para julgar improcedente o agravo interno (BRASIL, 2015). 
 
 
Página 3 de 3 
Normas Processuais Civis 2/2022 
Fernando Brito da Costa Dias – 6501796 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
 
Após observarmos a modificação da competência e a prevenção, temos agora 
o conflito de competência, no qual dois ou mais juízes se declaram incompetentes ou 
competentes para julgar uma dada demanda, ou quando um ou mais juiz discordam 
quanto a reunião ou a separação de processos 
O conflito de competência consta no artigo 66 do CPC/15, e nos elucida que 
 
Art. 66. Há conflito de competência quando: 
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; 
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao 
outro a competência; 
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou 
separação de processos. 
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá 
suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo (BRASIL, 2015). 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário 
Oficial da União. Seção 1. 17/03/2015. p. 1. 
 
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil – 4ª ed. São 
Paulo, Malheiros 2004.

Outros materiais