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Livro - Fundamentos da Adm (1)

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1 
 
Disciplina: Fundamentos da Administração 
Autor: D.r Rodrigo Souza da Costa 
Revisão de Conteúdos: Marcos Vinicius Tavares 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Rodrigo Souza da Costa 
 
 
 
 
 
 
Fundamentos da Administração 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Revisão de Conteúdos 
Marcos Vinicius Tavares 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
COSTA, Rodrigo Souza da. 
Fundamentos da Administração / Rodrigo Souza da Costa. – Curitiba: Editora 
São Braz, 2019. 
111 p. 
ISBN: 978-85-5475-362-7 
1. Teoria Geral de Administração. 2. Elemento humano nas organizações. 3. 
Ambiente organizacional. 
Material didático da disciplina de Fundamentos da Administração – Faculdade 
São Braz (FSB), 2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Prefácio .................................................................................................... 7 
Aula 1 – Introdução à Administração e à Visão Clássica .......................... 8 
Apresentação da aula 1 ............................................................................ 8 
 1.1 – A administração atual ............................................................... 9 
 1.1.1 – A importância e o papel do administrador .............................. 9 
 1.1.2 – As organizações atuais e o administrador .............................. 11 
 1.2 – Visão Clássica da Administração .............................................. 14 
 1.2.1 – A Administração Científica ..................................................... 14 
 1.2.2 – A Teoria Clássica ................................................................... 19 
 1.2.3 – O Fordismo ............................................................................ 23 
 1.3 – A Teoria da Administração ........................................................ 24 
Conclusão da Aula 1 ................................................................................ 25 
Aula 2 – Visão Humanista da Administração ............................................ 26 
Apresentação da Aula 2 ........................................................................... 26 
 2.1 – Teoria das Relações Humanas ................................................. 28 
 2.2 – O experimento de Hawthorne: a importância do ser humano 
na empresa .............................................................................................. 29 
 2.3 – A liderança e seus estilos .......................................................... 33 
 2.3.1 – Organização Formal, Informal e Cultura Organizacional ....... 35 
Conclusão da Aula 2 ................................................................................ 37 
Aula 3 – Visão Neoclássica da Administração .......................................... 38 
Apresentação da Aula 3 ........................................................................... 38 
 3.1 – A Teoria Neoclássica ................................................................ 39 
 3.1.1 – A prática da Administração e as organizações ..................... 39 
 3.1.2 – Busca pela reafirmação dos princípios da Administração ...... 41 
 3.2 – Funções da Administração ....................................................... 44 
 3.3 – Organização e departamentalização ........................................ 46 
 3.4 – Administração por Objetivos ..................................................... 50 
Conclusão da Aula 3 .........................;...................................................... 53 
Aula 4 – Visão Estruturalista da Administração ........................................ 54 
Apresentação da Aula 4 ........................................................................... 54 
 4.1 – Teoria Burocrática .................................................................... 55 
 4.2 – Teoria Estruturalista ................................................................. 59 
 4.3 – Análise das organizações e suas tipologias .............................. 60 
 4.3.1 – Tipologia de Etzioni ................................................................ 62 
 4.3.2 – Tipologia de Blau e Scott ....................................................... 63 
 4.4 – Ambiente organizacional .......................................................... 63 
 4.5 – Estratégia organizacional ......................................................... 64 
 
 
6 
 
Conclusão da Aula 4 ................................................................................ 64 
Aula 5 – Visão Comportamental da Administração ................................... 65 
Apresentação da Aula 5 ........................................................................... 65 
 5.1 – Teoria Comportamental ............................................................ 66 
 5.2 – Motivação humana ................................................................... 67 
 5.2.1 – Herzberg e a Teoria dos Dois Fatores ................................... 67 
 5.2.2 – Maslow e a Hierarquia das Necessidades Humanas ............. 68 
 5.3 – Estilos de Administração e o processo de tomada de decisão 71 
 5.4 – Teoria do Desenvolvimento Organizacional ............................. 73 
Conclusão da Aula 5 ................................................................................ 76 
Aula 6 – Visão Sistêmica da Administração .............................................. 77 
Apresentação da Aula 6 ........................................................................... 77 
 6.1 – Teoria Geral de Sistemas (TGS) ............................................... 78 
 6.2 – Teoria Matemática .................................................................... 82 
Conclusão da Aula 6 ................................................................................ 83 
Aula 7 – Visão Contingencial da Administração ........................................ 84 
Apresentação da Aula 7 ...........................................................................84 
 7.1 – Teoria da Contingência ............................................................. 85 
 7.2 – Origens e conceitos da Teoria Contingencial ............................ 85 
 7.3 – Ambiente Geral e Ambiente de Tarefa ...................................... 89 
Conclusão da Aula 7 ................................................................................ 93 
Aula 8 – Aspectos modernos e tendências da Administração ................... 94 
Apresentação da Aula 8 ........................................................................... 94 
 8.1 – Administração japonesa ........................................................... 95 
 8.1.1 – Administração participativa e Controle Total da Qualidade 
(CTQ) ....................................................................................................... 95 
 8.2 – Redução de custos e estrutura organizacional ......................... 98 
 8.2.1 – Reengenharia ........................................................................ 99 
 8.2.2 – Learn Organization ................................................................ 100 
 8.3 – Melhoria contínua e PDCA ........................................................ 102 
 8.4 – Perspectivas futuras.................................................................. 104 
 8.4.1 – O que virá por aí? ................................................................... 104 
Conclusão da Aula 8 ................................................................................ 105 
Índice Remissivo ...................................................................................... 107 
Referências .............................................................................................. 110 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
Prefácio 
 
Olá, alunos e alunas! Sejam bem-vindos à disciplina de Fundamentos da 
Administração. A Administração se trata de uma área de estudo universal. 
Vemos a gestão ser utilizada em todas as fases conhecidas da história da 
humanidade, nas quais buscava-se obter resultados, utilizando recursos 
disponíveis, das mais diversas formas. Mas é somente ao final do século XIX, 
com a Revolução Industrial e, consequentemente, com a necessidade de se 
racionalizar recursos de produção, que apareceram as primeiras práticas 
administrativas. 
No mundo atual, vivemos em uma era em que as mudanças e incertezas 
são muitas e dinâmicas. Com a Era da Informação, surgiram novos desafios para 
a gestão das organizações. Assim, é essencial que você conheça os 
fundamentos da teoria administrativa, pois será um fator diferencial para o seu 
sucesso enquanto gestor. 
Todos os aspectos da existência humana são afetados por essa fase de 
transições rápidas e radicais. Estamos em tempos complicados para as 
empresas, pois as mudanças acabam eliminando do mercado aqueles que não 
se adaptam ao ambiente de competição. 
Com isso, o meu objetivo aqui é possibilitar para você entender como é o 
funcionamento das empresas e as formas de alcançar o sucesso em qualquer 
organização. Ressalto que, além do seu know-how, você vai precisar de 
habilidades pessoais para diagnóstico e avaliação das empresas, que irá ajudá-
lo na tomada de decisões diante de situações distintas e pouco claras 
(CHIAVENATO, 2010). 
Em uma época na qual a concorrência entre as empresas e no mercado 
de trabalho está muito acirrada, entender e saber aplicar os conceitos da 
Administração é essencial, pois há muita necessidade de aumento de 
produtividade nas empresas e, também, de utilização racional dos recursos 
escassos que temos. Assim, essa literatura se faz necessária. Pretendo tratar os 
conceitos e elementos históricos da forma mais objetiva possível, ressaltando os 
pontos essenciais da teoria da Administração com a rotina diária das empresas. 
Boas aulas e bons estudos! 
 
 
8 
 
Aula 1 – Introdução à Administração e à Visão Clássica 
 
Apresentação da aula 1 
 
Olá, caro aluno e cara aluna! Sejam muito bem-vindos à nossa primeira 
aula. Primeiramente, você deve saber que, nos dias atuais, podemos dizer que 
o mundo se trata de uma sociedade institucionalizada, formada por 
organizações. 
Assim, todas as atividades que dizem respeito à produção de bens e de 
serviços apresentam uma característica comum: elas são planejadas, 
coordenadas, dirigidas, executadas e controladas pelas organizações e por 
aqueles que as gerenciam. 
Nos últimos tempos, é muito comum ouvir várias opiniões contrárias ao 
estudo das Teoria sobre a Administração dentro dos cursos de graduação. Essas 
críticas estão relacionadas, sobretudo, ao argumento de que esse estudo trata 
sobre elementos relacionados ao passado remoto das organizações 
empresariais. 
No entanto, ressalto que é o acúmulo dos estudos, e do conhecimento 
gerado sobre organizações, que consolidaram as bases sobre como as pessoas 
se organizam para alcançar objetivos comuns e como essas organizações 
buscam melhorar a eficiência e eficácia sobre as quais nos debruçamos para 
entender o funcionamento das organizações atuais e conseguir fazem com que 
sejam mais competitivas e duráveis. 
No entanto, apesar da vasta literatura que temos sobre gestão e 
organizações, ainda temos índices muito altos de fechamento prematuro de 
empresas devido à falta de capacidade dos gestores para mantê-las no mercado. 
Essa falta de capacidade dos gestores está intrinsecamente relacionada 
à falta de conhecimentos conceituais sobre a gestão de empresas e também 
pela inabilidade da aplicação de conceitos administrativos já amplamente 
estudados e comprovados. Por isso, se faz essencial que você absorva esses 
conhecimentos e possa utilizá-los em sua atividade como gestor de empresas, 
independentemente do tipo e porte. 
 
 
 
 
9 
 
1.1 A Administração atual 
 
O significado do termo Administração tem origem na prestação de 
serviços. Porém, nos dias atuais, a atividade de gestão de organizações é muito 
mais abrangente, buscando interpretar quais são os objetivos organizacionais e 
como colocá-los em prática. Para isso, devemos sempre lembrar dos processos 
elementares da gestão: planejamento, organização, direção e controle 
(CARAVANTES, 2003). 
Entender a trajetória histórica da Administração, analisando as teorias e 
diversas concepções e visões que surgiram ao longo do tempo e que são 
embasadas em pesquisas é entender a trajetória de uma área de estudos, 
buscando formular novos conhecimentos e conceitos com base em fundamentos 
que já foram estabelecidos anteriormente. 
Apesar de os estudos tradicionais da Administração estarem relacionados 
às análises de teorias que já estão estabelecidas em realidades que são 
diferentes das formas atuais, ainda temos de entender como os clássicos foram 
sedimentados e como utilizar esses princípios nas organizações atuais. 
Lembre-se de que essa trajetória histórica nos mostra que a 
Administração se trata de uma área do conhecimento que está constantemente 
em desenvolvimento. Isso faz com que o grande desafio para você, como gestor, 
e para as organizações, seja aplicar os conceitos de uma forma que as 
organizações possam se beneficiar e estabelecer uma melhoria contínua da 
organização. 
 
1.1.1 A importância e o papel do administrador 
 
É a Administração e o gestor, na prática de sua atividade, que são os 
responsáveis pelo atingimento dos objetivos e metas estabelecidos pela 
organização. Dessa forma, esses elementos são partes essenciais de todos os 
tipos de organizações. Por definição, organizações são conjuntos organizados 
de recursos humanos, físicos e monetários, que atuam de forma organizada, 
utilizando-se de processos funcionais e que têm seus próprios valores, políticas, 
cultura e práticas, que objetivam um resultado comum. 
 
 
10 
 
Assim, é com o trabalho do gestor, que vai transformar seu conhecimento 
em lucros, que a organizaçãochega aos seus objetivos. Atualmente, a 
característica primordial do ambiente de negócios é a constante necessidade de 
obter melhores resultados em quaisquer tipos de organizações (MAXIMIANO, 
2004). 
Isso nos leva a uma pressão constante por melhoria de todos os 
processos organizacionais e aumento da produtividade. O foco do processo de 
gestão não está em somente atingir resultados, mas no resultado que será 
alcançado com este esforço (NOBREGA, 2004). 
Podemos caracterizar o administrador (ou gestor) como aquele que estará 
em busca constante pelo aumento da produtividade e melhoria dos resultados 
organizacionais. Para isso, o gestor deve ter a habilidade de otimizar a utilização 
dos recursos e processos que estão à sua disposição, para alcançar os objetivos 
(KWASNICKA, 2006). Com isso, podemos perceber que a presença de um 
gestor é essencial em todas as organizações. 
É por isso que se faz tão importante o estudo dos fundamentos históricos 
da Administração, pois não só devemos entender o passado como também 
devemos saber como aplicar esses elementos de forma a garantir os resultados 
das organizações (NOBREGA, 2004). 
Deste ponto de vista, temos que o papel do administrador tem importância 
nas empresas, pois é ele que efetua todo o planejamento das estratégias. 
Além disso, é o gestor que acompanha o desenrolar dessas ações e analisa se 
elas estão contribuindo para atingimento dos objetivos, dentre outras atividades, 
tais como gestão dos recursos financeiros, humanos e materiais (SILVA, 2005). 
Mas o que isso quer dizer? Ora, assim, posso afirmar para você que a 
Administração vai tratar da condução das organizações lucrativas ou não 
lucrativas, utilizando elementos da racionalidade aplicada às suas atividades. 
Além disso, a condução da organização vai se desenvolver com as atividades 
processuais de planejamento, organização, direção e controle, em quaisquer 
atividades que acontecem dentro de uma organização, que são decorrentes da 
diferenciação e divisão do trabalho (CHIAVENATO, 2010). 
 
 
 
 
 
11 
 
1.1.2 As organizações atuais e o administrador 
 
O que notamos, hoje, é que há uma infinidade de tipos e tamanhos de 
organizações no mundo atual. Isso poderia levar você ao pensamento errôneo 
de que há muita dificuldade para adaptação do administrador a cada uma delas 
e suas especificidades. 
O papel do gestor é determinado e estabelecido pelo processo de 
definição de estratégias, diagnóstico dos problemas, alocação dos recursos e a 
criação de diferenciais competitivos (CHIAVENATO, 2010). No entanto, essas 
características de atuação são inerentes a qualquer organização. 
Mesmo considerando toda essa diversidade de organizações no mercado, 
vamos perceber que todas elas estão em busca de profissionais competentes, 
que sejam focados em resultados (OLIVEIRA, 2010). Essa procura está cada 
vez maior, à medida que aumenta a competitividade no ambiente de negócios. 
Isso porque todas as organizações buscam vantagens competitivas e 
diferenciais para atuação no mercado. 
Nesta variedade de organizações e de funções de gestão relativas a 
atuação no mercado, cabe ao gestor procurar desenvolver as habilidades que 
vão fazer com ele tenha destaque no mercado de trabalho diante de seus 
concorrentes. Podemos dividir essas habilidades em três grupos 
(CHIAVENATO, 2010): 
 Habilidades técnicas: são relativas ao conhecimento e experiência 
profissional, ou seja, a implantação de métodos, técnicas e processos 
para a realização das tarefas está relacionada ao fazer. 
 Habilidades humanas: são as habilidades de convívio social. Aqui 
entra a capacidade de trabalhar em equipe, bem como de a 
proposição de soluções à interação, à liderança e à resolução de 
conflitos. 
 Habilidade conceitual: aqui temos a capacidade de abstração, para 
visualizar o futuro e tomar decisões por meio do raciocínio e 
diagnóstico de situações e alternativas. Temos aqui as atividades de 
interpretação do ambiente, dos dados disponíveis etc., de forma que 
se direcione a organização para novos patamares de eficácia e 
 
 
12 
 
produtividade, de otimização de recursos, bem como o 
aproveitamento das oportunidades. 
 
 
As três habilidades do gestor 
Fonte: Chiavenato (2010). 
 
Ressalto aqui que essas três habilidades são exigidas de forma distinta, 
levando em consideração as mudanças ao longo do tempo do gestor dentro do 
nível hierárquico na estrutura da empresa. Temos três níveis em qualquer 
organização: operacional, intermediário e institucional (HAMPTON, 1984). No 
nível operacional, precisamos desenvolver as habilidades técnicas, ou seja, 
todos os conhecimentos que são as exigências dos cargos de supervisão, que 
estão relacionados ao controle das atividades operacionais. 
Ao subir na hierarquia da organização, nos distanciamos das práticas 
operacionais e surge a necessidade de desenvolvermos as habilidades 
humanas. Aqui temos o nível intermediário, também chamado de nível tático, 
em que estão a maioria dos cargos de gerência da organização. 
Por fim, no nível institucional, que é onde está a alta direção, vamos 
encontrar uma forte necessidade de desenvolvimento das habilidades 
conceituais. Isso porque é nesse nível que estará a necessidade de geração de 
ideias e abstração para tomadas de decisão estratégicas em uma visão de médio 
e longo prazo da empresa. 
 
 
13 
 
Além das habilidades, também serão exigidos dos gestores algumas 
competências para exercer suas atividades. Temos aqui três competências que 
devem ser duráveis, de forma a construir toda a base de atuação do gestor, 
tendo em vista as rápidas mudanças no ambiente de competição 
(CHIAVENATO, 2010). 
Primeiro, temos a competência do conhecimento. Aqui o gestor deve 
sempre estar atento ao constante aprendizado e à capacidade de colocar seu 
conhecimento em prática, ou seja, deve saber fazer e aplicar. Além disso, deve 
buscar ter perspectiva, isto é, a capacidade de identificar dentro do seu 
conhecimento os elementos que poderão ser aplicados. Por fim, se faz 
necessária a competência de atitude, de forma que possa interagir com o mundo 
e liderar suas equipes no alcance dos objetivos. Essas três competências são 
fundamentais para a sua atuação como gestor. 
 
 
As competências duráveis do Administrador 
Fonte: Chiavenato (2010). 
 
 Saiba mais 
 
Henry Mintzberg é um autor referência na Administração. Para além das 
competências relacionadas, ele identificou dez papéis executados pelo 
administrador, catalogados em três grupos: interpessoais, informacionais e 
decisórios. 
 
 
 
14 
 
1.2 Visão Clássica da Administração 
 
Com a Revolução Industrial, o panorama econômico no mundo e teve um 
grande crescimento do setor industrial, isso pensando em quantidade de 
trabalhadores e na diversidade dos tipos de organizações. Nesse período, a 
maior parte da força de trabalho utilizada era composta de camponeses e 
artesões que tinham pouco ou quase nenhum conhecimento técnico sobre o 
trabalho que estavam executando. 
Outras características do início das atividades industriais em larga escala 
eram: a falta de conhecimento na utilização dos equipamentos e a falta de 
organização do trabalho. Isso levava as organizações da época a terem baixa 
produtividade, excessos de desperdícios e ineficiência. 
Nesse cenário, era essencial que se formulassem novas técnicas para a 
coordenação das atividades empresariais. Assim, surgiram os primeiros estudos 
sobre como otimizar e aumentar a eficácia das organizações industriais da 
época: a Abordagem Clássica. Despontaram, então, os primeiros estudos 
sobre Administração com dois expoentes: Frederick Taylor, nos Estados 
Unidos e Henri Fayol, na Europa. 
 
 
Desdobramentos da Abordagem Clássica 
Fonte: Chiavenato (2010). 
 
1.2.1 A Administração Científica 
 
A Administração Científica de Taylor teve como foco os estudos sobre a 
busca da máximaeficiência na execução das tarefas e na melhor forma de 
 
 
15 
 
execução. Para Taylor, o papel do gestor era buscar a eficiência das operações 
de produção, observando os tempos e movimentos na execução do trabalho, 
bem como a busca pela padronização na execução. 
Muitos consideram Taylor como o criador da Administração enquanto área 
de estudo. No entanto, a Administração Científica contou com os estudos de 
vários outros gestores que buscavam a resolução dos problemas para obterem 
eficiência e produtividade, utilizando bases científicas e técnicas sistematizadas 
que foram utilizadas por todas as organizações (SILVA, 2005). 
Taylor, em suas atividades como engenheiro de produção, observou quais 
os problemas inerentes às organizações industriais da época que mais afetavam 
o desempenho. Dentre as principais observações que ele fez, destaco para você 
as seguintes (MAXIMIANO, 2010): 
 Não havia clareza sobre as responsabilidades atribuídas aos 
trabalhadores pela gestão; 
 Salários fixos estavam causando desmotivação em produzir mais; 
 Os trabalhadores não cumpriam suas responsabilidades; 
 Não havia embasamento na tomada de decisão; 
 Não havia coordenação entre as atividades interdepartamentais; 
 Os trabalhadores não eram treinados para as tarefas que 
executavam; 
 Falta de visão estratégica dos gerentes, para buscar melhor 
desempenho empresarial; 
 Não havia padrões operacionais, o que provocava conflitos devido à 
divergência dos resultados da produção. 
 
Esses eram os problemas mais comuns nas empresas. No entanto, ainda 
nos deparamos com essas adversidades nas empresas atuais, o que foi foco de 
preocupação para Taylor, que o levou a fazer muitas observações e 
experimentos para resolvê-los. 
Assim, o cerne da Administração Científica se deu em torno das formas 
de organização racional do trabalho. Aqui, o elemento humano é visto como uma 
máquina racional e que tomará decisões, tendo em vista a solução do problema 
e maximização de resultados. Taylor apontava que o ser humano era movido, 
principalmente, por questões financeiras e que deveria se estabelecer uma 
 
 
16 
 
padronização desses incentivos, pois, sem recompensas salariais, não haveria 
comprometimento da força de trabalho. Aqui temos a definição do Homo 
economicus, conceito que se transformaria ao longo dos estudos sobre gestão. 
A partir do estudo de tempos e movimentos repetitivos executados 
pelos operários nos seus trabalhos, foi possível encontrar a forma mais eficiente 
de execução das tarefas. Assim, o foco elementar do Taylorismo foram as tarefas 
a serem executadas, para depois organizar as demais atividades da empresa. 
No Taylorismo, o mais importante é a estruturação de métodos de trabalho 
que fizessem com que se tivesse sempre o desempenho máximo na 
execução da tarefa. Aqui, também, era pensado sobre quais seriam máquinas 
mais indicadas a cada atividade. Junto com isso, também houve um movimento 
para analisar a fadiga humana oriunda da execução repetitiva e prolongada das 
tarefas. 
Assim, alguns outros pontos foram abordados pela abordagem taylorista. 
Foi estipulada a especialização, sempre a partir da divisão racional do trabalho. 
Com isso, o processo de seleção de trabalhadores seria mais adequado, bem 
como seu treinamento para execução das tarefas. Com a divisão do trabalho, foi 
possível a organização empresarial de acordo com os cargos, tarefas e 
responsabilidades pré-estabelecidos, o que acabou eliminando muitos dos 
problemas relativos à irresponsabilidade e à falta de comando. 
Também foram estipulados prêmios de produção e incentivos salariais 
em função da definição clara das tarefas, dos métodos de trabalho e tempos e 
movimentos. Com esses elementos, era possível a definição de padrões de 
produtividade. Também foram criadas condições ambientais físicas necessárias 
para a execução do trabalho. Por fim, foram definidas a supervisão funcional e a 
especialização do conhecimento deste supervisor em relação a cada tarefa. 
Aqui tivemos, então, os pressupostos que direcionaram a racionalização 
da Administração e constituíram um método para a estudo da área, que 
fundamentou a Administração Científica que teve como característica primordial 
a busca pela máxima eficiência nas operações, pela padronização de tempos e 
movimentos que eram executados pelos trabalhadores. 
 
 
 
17 
 
Reflita 
 
Quando são apontados os problemas existentes nas empresas que levaram à 
criação Administração, temos a tendência em pensar que esses problemas não 
estão presentes nas organizações atuais. Temos muitas empresas, porém, que 
convivem com problemas semelhantes aos encontrados por Taylor. Já que os 
princípios para resolução desses problemas, no entanto, foram estipulados no 
início do século XX, por que as empresas atuais ainda sofrem com esses velhos 
problemas? 
 
Mesmo com o principal objeto de estudo dos tayloristas sendo a resolução 
de questões salariais, percebemos que esse era apenas um de muitos 
problemas com os quais as organizações lidavam. Com as mudanças ao longo 
do tempo dos estudos em Administração, notou-se que outras variáveis viriam a 
ampliar os problemas das empresas. 
Assim, também temos que entender quais são os princípios, além da 
questão da divisão do trabalho e execução das tarefas, que podem transpor os 
problemas empresariais e que formariam a base de toda a gestão. A 
Administração Científica ressaltou quatro princípios essenciais para a gestão, 
que são (KWASNICKA, 2006): 
 Princípio do Planejamento: o empirismo usado na época teria que 
ser substituído pelo planejamento rigoroso de todas as atividades a 
serem executadas, estabelecendo uma metodologia de trabalho para 
todas as tarefas; 
 Princípio de Preparo: deveria ser feita a escolha criteriosa do 
trabalhador mais indicado para execução da tarefa, de acordo com 
sua habilidade, e treiná-lo adequadamente para que pudesse atingir 
a produtividade máxima; 
 Princípio da Execução: a execução das tarefas deveria ser feita da 
melhor e mais produtiva maneira e, também, deveria ser distribuída 
de acordo com as responsabilidades; 
 Princípio do Controle: deve ser feita a verificação da execução das 
tarefas, seguindo padrões estabelecidos pelo que foi planejado 
anteriormente. 
 
 
 
18 
 
Reflita 
 
Será que atualmente esses princípios estão solidificados e são aplicados nas 
empresas? 
 
Com as transformações do pensamento administrativo ao longo do tempo, 
esses quatro princípios foram expandidos e outros foram estabelecidos, em 
decorrência dos quatro princípios elementares do taylorismo. Assim, posso dizer 
que esses princípios podem ser entendidos da seguinte forma (KWASNICKA, 
2006): 
1. Decompor todas as atividades a serem exercidas pelos 
trabalhadores, bem como a análise, estudo e mensuração dos tempos 
de cada movimento; 
2. Selecionar os trabalhadores para cada tarefa, de acordo com os 
tempos e movimentos estabelecidos como padrão; 
3. Especializar, treinar e instruir os operários, para que fossem 
capazes de executar as operações, conforme estabelecido; 
4. Separar as funções operacionais de preparação e operação; 
5. A busca da produtividade no alcance dos padrões estabelecidos, 
oferecendo incentivos e prêmios de produção; 
6. Planejar e preparar a produção, estabelecendo metas de produção; 
7. As vantagens resultantes da racionalização do trabalho divididas 
proporcionalmente a todos os interessados; 
8. Manutenção da execução das tarefas nos níveis pretendidos, bem 
como melhorar e corrigir, se necessário; 
9. Organizar os processos e equipamentos para a produção, de 
acordo com sua utilização. 
 
Os princípios da Administração Científica de Taylor se focaram no estudo 
da execução do trabalho, bem como na especialização e controle da melhor 
forma de realização para aumento da eficiência. A Administração Científica ficou 
conhecida como uma abordagemcom ênfase nas tarefas e a melhor forma da 
sua execução. 
 
 
19 
 
 Mídias 
 
Para você poder entender como era a situação empresarial na época e analisar 
a implantação dos princípios da Administração Científica, indico o filme Tempos 
modernos (1936), de Charlie Chaplin. 
 
1.2.2 A Teoria Clássica 
 
Na mesma proposta do desenvolvimento da Administração Científica de 
Taylor, surgia na França uma corrente de pensamento que teve um foco um 
pouco distinto, mas que também estava preocupada em fornecer algumas as 
bases para a Administração. Aqui temos Henry Fayol, que teve como foco o 
estudo da Administração, com maior ênfase à estrutura. 
 Em sua obra, Fayol estabeleceu que administrar se trata de uma função 
diferente das outras atividades de uma empresa e estaria relacionada acima das 
funções elementares da empresa: finanças, produção, comerciais ou 
técnicas (CHIAVENATO, 2010). Então, a função administrativa teria cinco 
elementos ou funções básicas que eram relacionadas às atividades do 
administrador: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar, conforme 
a ilustra a figura a seguir: 
 
 
As funções básicas da empresa 
Fonte: Chiavenato (2010). 
 
 
 
20 
 
Para Fayol, a gestão empresarial deveria estar desvinculada das outras 
atividades da empresa. O principal dirigente, estando nos níveis mais elevados 
da hierarquia da empresa, teria que se separar dos elementos técnicos da 
atividade produtiva para se voltar às funções principais da gestão (HAMPTON, 
1984). Com isso, quanto mais altos os cargos na hierarquia, mais o foco do 
gestor deve ser holístico, ou seja, ter a visão voltada para o todo organizacional 
e não somente uma área funcional. 
Na Teoria Clássica de Fayol, foram estabelecidos os papéis e funções do 
administrador. Assim, o processo de gestão estaria situado acima dos demais, 
coordenando as áreas funcionais da empresa, com base em cinco elementos 
(CARAVANTES, 2003): 
 Planejar: significa estabelecer os objetivos da empresa, 
especificando a forma como alcançá-los. É a base para 
operacionalização das demais funções da empresa; 
 Organizar: significa o arranjo de todos os recursos da empresa e 
buscar a melhor forma para sua alocação; 
 Coordenar: significa a coordenação dos esforços da empresa para 
implantar o planejamento e torná-lo viável; 
 Comandar: significa é o processo de executar as tarefas pelos 
subordinados e que eles façam o que tem de ser feito, de acordo com 
as responsabilidades, amplitude de comando e relações hierárquicas; 
 Controlar: significa definir quais são as medidas de desempenho que 
serão utilizadas, com o objetivo de garantir que tudo seja feito 
conforme o que foi estabelecido. 
 
Na Teoria Clássica, temos a diferenciação entre os significados de 
Administração e Organização. A Administração seria mais global e incluiria os 
processos integrados, cobrindo os aspectos relacionados à previsão, comando 
e controle. Já a Organização seria menos abrangente, envolvendo somente 
aspectos relacionados à estrutura da empresa no que diz respeito à forma. 
Com isso, depois que a empresa estava devidamente organizada, os 
colaboradores precisariam de comando, com a finalidade de saberem o que e 
como fazer, bem como era necessária uma atividade de coordenação e controle 
dessas atividades para que a empresa pudesse atingir os resultados esperados. 
 
 
21 
 
Para isso, Fayol criou o que ele chamou de 16 deveres específicos para os 
gerentes exercerem sua função, que são (MAXIMIANO, 2010): 
1. Planejamento cuidadoso e execução rigorosa; 
2. Coerência entre objetivos e recursos com organização humana e 
material; 
3. Autoridade competente, enérgica, única e construtiva; 
4. Harmonização das atividades e coordenação dos esforços; 
5. Decisões estabelecidas de forma precisa, simples e nítida; 
6. Seleção do pessoal de forma eficiente e organizada; 
7. Obrigações definidas de forma clara; 
8. Encorajamento do senso de responsabilidade e iniciativa dos 
colaboradores; 
9. Justa e adequada recompensa pelos serviços prestados; 
10. Utilização de sanções para erros e faltas; 
11. Manutenção da disciplina na organização; 
12. Interesses gerais acima dos interesses pessoais; 
13. Manutenção da unidade de comando; 
14. Supervisão material e humana; 
15. Manutenção do controle; 
16. Evitar excessos de burocracia. 
 
Para complementar a sistematização da atividade de Administração, a 
Teoria Clássica nos fornece 14 princípios que vão orientar o gestor na execução 
de seu trabalho, listados a seguir (CHIAVENATO, 2010): 
1. Divisão do trabalho: divisão das tarefas e especialização de 
pessoas, para aumentar a eficiência; 
2. Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar 
ordens e o poder de esperar a correspondente obediência. Já a 
responsabilidade seria obedecer e prestar contas da execução das 
ordens. O equilíbrio entre a autoridade e a responsabilidade são 
fundamentais para o êxito da relação; 
3. Disciplina: respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e 
os funcionários; 
 
 
22 
 
4. Unidade de comando: cada empregado corresponde apenas a um 
chefe e só dele deve-se receber ordens; 
5. Unidade de direção: uma só orientação e plano para cada grupo 
de atividades que tenham o mesmo objetivo; 
6. Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais: 
o interesse da empresa se sobressai, eliminando interesses 
particulares e opiniões; 
7. Remuneração do pessoal: deve ser equitativa e justa, com base 
em fatores internos e externos e na garantia da satisfação; 
8. Centralização: equilíbrio entre a concentração da autoridade no 
topo da hierarquia da organização, sua capacidade de executar as 
responsabilidades a contento e a iniciativa dos subordinados; 
9. Cadeia escalar: definir a estrutura hierárquica da empresa, desde 
os chefes do primeiro escalão ao último, com definição da linha de 
autoridade e responsabilidade da empresa; 
10. Ordem: um lugar para cada pessoa e cada pessoa no seu lugar. 
Igualmente para os recursos materiais; 
11. Equidade: tratamento de forma idêntica a todos, com benevolência 
e justiça sem deixar de aplicar a energia e o rigor quando necessário; 
12. Estabilidade do pessoal: a manutenção das equipes promove 
desenvolvimento, gerando mais eficiência; 
13. Iniciativa: promoção do aumento do zelo e das atividades dos 
agentes e fazê-los ter iniciativas que assegurem o sucesso do 
planejado, dentro dos limites da autoridade e disciplina; 
14. Espírito de equipe: desenvolvimento e manutenção da harmonia e 
união entre as pessoas da organização, incentivá-las a manter este 
espírito. 
 
Esses são os princípios que formam a base da Teoria Clássica da 
Administração de Fayol. Assim como na Administração Científica, aqui também 
se destacam os aspectos normativos e prescritivos, ou seja, atuariam como uma 
espécie de manual do que administrador deve fazer e de como se comportar na 
gestão da empresa. 
 
 
23 
 
 
Abordagem prescritiva e normativa da Teoria Clássica 
Fonte: Chiavenato (2010). 
 
1.2.3 O Fordismo 
 
Um dos nomes mais famosos que seguiram a abordagem taylorista é o 
de Henry Ford. Os trabalhos de Ford em sua empresa foram essenciais para o 
aumento da qualidade no desenvolvimento das formas de organizações atuais, 
com a aplicação dos princípios da eficiência, de forma prática, na indústria 
automobilística. 
No entanto, ao contrário de Taylor, que adaptou os tempos de execução 
das tarefas aos funcionários, ele fez com que os funcionários de sua fábrica se 
adaptassem ao ritmo da produção, criando assim a linha de montagem. 
O interesse principal no chamado Fordismo era alcançar a eficiência pela 
redução de custos e o pragmatismo inerente à padronização em seus produtos 
que imortalizou a frase: “Todos podem ter um Ford da cor que preferirem, desde 
que a cor seja preta”. 
Ford se antecipou ao perceber a importância do consumoem massa e 
buscou formas para agilizar a produção em série, com larga escala. Com isso, 
foram atribuídos ao fordismo alguns princípios que norteiam as empresas que 
buscam a agilidade na produção, bem como a redução dos custos e tempos de 
fabricação (CHIAVENATO, 2010): 
 
 
24 
 
 Integração vertical e horizontal: a integração vertical trata da 
integração da produção desde a matéria-prima até o produto final 
acabado. Já a integração horizontal seria a constituição de uma rede 
de distribuição desde a produção até o consumidor final; 
 Padronização: com a utilização da linha de montagem e uma alta 
padronização do maquinário fabril, alcançava-se maior agilidade e 
redução nos custos. No entanto, a flexibilidade para fabricar o produto 
ficava prejudicada; 
 Economicidade: redução dos estoques aos menores níveis 
possíveis e aumento da agilidade no processo produtivo. 
 
Foi a empresa Ford que possibilitou a democratização do consumo do 
automóvel, sempre tendo como objetivo fabricar e colocar o produto no mercado 
no menor tempo possível. No entanto, mesmo com todo o sucesso que alcançou, 
o modelo fordista não esteve livre de críticas (CARAVANTES, 2003). 
Essas críticas recaíam sobre a excessiva padronização pela produção 
de um único modelo, o excesso de preocupação com a quantidade em 
detrimento da qualidade e um sistema de eficiência que era prejudicado por 
não favorecer a inovação e a adaptação ao mercado. Esses problemas no 
sistema fordista ficaram ainda mais evidentes quando a General Motors (GM) 
adentrou o mercado utilizando uma política voltada para o mercado, pois não 
poderia concorrer com a Ford com foco de produção em massa. 
Assim, a GM optou por estabelecer a produção de modelos voltados para 
diversas faixas de consumo, com sofisticação, preços e acessórios direcionados 
para a renda do consumidor que pretendia atender. Com isso, podemos ver que, 
ao analisar a indústria automobilística atual, muitos elementos dessa época, 
desenvolvidos pela Ford e GM, se fazem presentes nas políticas empresariais 
atuais. 
 
1.3 A Teoria da Administração 
 
Mesmo apresentando enfoques distintos, a abordagem clássica da 
Administração buscou criar uma teoria que fosse, ao mesmo tempo, consistente 
e científica, tendo como base os elementos essenciais da divisão do trabalho, 
 
 
25 
 
especialização das tarefas e trabalhadores, bem como a coordenação por parte 
dos superiores hierárquicos e na separação das atividades de linha e staff 
(KWASNICKA, 2006). Com visões diferentes, que podem ser observadas na 
figura a seguir, Taylor e Fayol foram complementares em suas abordagens e 
este conjunto de visões deu a substância essencial para o surgimento da Teoria 
Administrativa. 
 
 
Comparação das teorias: Taylor X Fayol 
Fonte: Chiavenato (2010). 
 
Conclusão da aula 1 
 
Chegamos ao final da nossa primeira aula. Aqui, você aprendeu que, 
administrar é muito mais do que somente a supervisão de pessoas, recursos e 
atividades e para superar os problemas administrativos do início do século XX 
era necessário que tivéssemos uma abordagem mais conceitual sobre a 
Administração. 
Assim, a Abordagem Clássica introduziu os princípios das funções 
administrativas de prever, planejar, organizar, controlar e avaliar que estão 
presentes na atividade do gestor. Esses elementos, junto com as habilidade e 
competências básicas, são primordiais em todas as organizações. 
 
 
26 
 
Foi a partir dos estudos de Taylor e Fayol, que buscavam a melhoria da 
eficiência, padronização e estruturação da empresa que a Administração passou 
a ser estudada com a utilização de métodos científicos e as empresas puderam 
se beneficiar dos princípios por eles estabelecidos. 
Ford foi o que mais revolucionou a produção em massa, o aumento de 
produtividade e a redução de custos de produção, com a implantação da linha 
de montagem na fábrica da Ford. O fordismo foi o responsável por popularizar o 
automóvel e, também, foi copiado por fábricas de vários outros produtos de 
consumo, fazendo com que o cenário de consumo da época fosse alterado 
O que notamos, então, é uma complementaridade entre os pressupostos 
de Taylor, que enfatizavam a tarefa e o trabalho, com os de Fayol, que tinham 
ênfase na estrutura e na função. Essas foram as bases da criação da 
Administração moderna. 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
 
Há dois anos, Fernanda trabalha em uma empresa que sempre oferece 
oportunidades de desenvolvimento para os seus funcionários. Em uma 
reunião da diretoria, ela ficou sabendo de sua futura promoção para o cargo 
de gerente do departamento financeiro da companhia. Assim, sua primeira 
preocupação foi se ela estaria realmente preparada para assumir o novo 
cargo. Assim, discorra sobre quais as habilidades que Fernanda deve possuir 
para enfrentar os novos desafios da função? Como ela pode se tornar uma 
administradora competente? 
 
 
 
 
 
Aula 2 – Visão Humanista da Administração 
 
Apresentação da aula 2 
 
Olá! Seja bem-vindo(a) à nossa segunda aula da disciplina de 
Fundamentos da Administração, na qual discorrerei sobre a abordagem 
 
 
27 
 
humanista da Administração e quais os impactos dessa corrente de pensamento 
para a sua atividade como gestor. 
Na década de 1930, tivemos o crescimento da psicologia, mais 
especificamente a psicologia do trabalho, dentro das organizações. O principal 
foco de análise dessa ciência eram as formas de adaptação do trabalhador às 
tarefas executadas no trabalho, bem como adaptação dessas tarefas ao 
trabalhador. 
O foco primordial desses estudos era o questionamento da Abordagem 
Clássica que focava somente nas máquinas e os métodos de trabalho. Ou seja, 
o foco da abordagem passaria a dar atenção ao ser humano e aos grupos sociais 
dentro das organizações, em detrimento aos aspectos técnicos e de 
preocupação com a produtividade do trabalhador até então abordados. 
Mesmo os estudos sobre fadiga humana e como isso influenciava a 
produtividade não tinham como objetivo o bem-estar do trabalhador, que era 
visto somente como mais uma parte da engrenagem empresarial que não 
poderia parar, pois havia objetivos de redução de custos e aumento da produção 
(OLIVEIRA, 2010). 
 
 
As funções básicas da organização 
Fonte: Chiavenato (2010). 
 
Com isso, essa corrente da psicologia vinculada às ciências sociais busca 
tratar o ser humano em seu ambiente de trabalho, bem como ocorrem todas as 
suas interações, trazendo à tona a importância que o aspecto emocional dos 
funcionários e suas relações tinham para a análise organizacional. Eis que surgiu 
a Abordagem Humanista das Organizações, que teve como principal base de 
estudos a Teoria das Relações Humanas. 
 
 
28 
 
 
2.1 Teoria das Relações Humanas 
 
A visão mecanicista da Abordagem Clássica sobre o ser humano, na 
análise da sua relação com o ambiente de trabalho, começou a ser colocada em 
questionamento. Primeiro, foram os sindicatos laborais que fizeram as primeiras 
considerações sobre a forma como os trabalhadores eram tratados e, 
depois, vieram os estudos da psicologia industrial. 
Foi então que apareceu a Teoria das Relações Humanas, que foi a linha 
de pensamento que mais fortemente fez oposição aos princípios da Teoria 
Clássica. Essa abordagem humana questionava que havia outros elementos que 
impactavam a produtividade do trabalhador e que estavam relacionados às 
questões de caráter humano dentro das organizações. Nesse sentido, temos 
dois principais pontos abordados pela psicologia industrial (VASCONCELOS; 
MOTTA, 2006): 
 A adaptação do trabalhador ao trabalho: aqui são estudados os 
testes psicológicos na seleção dos trabalhadores. Todo o estudo das 
características exigidas aos trabalhadores para cada tipo de trabalho, 
a seleção dentro dessas exigências, dentre outros vários fatores; 
 A adaptação do trabalho ao trabalhador: teve como foco os 
aspectosvoltados para o lado psicológico do trabalhador. Questões 
como personalidade e a relação da chefia com os trabalhadores, bem 
como os fatores motivacionais, foram levantados. 
 
Com essa nova forma de analisar o ambiente industrial, bem como os 
questionamentos críticos à Administração Clássica, tivemos a materialização de 
uma nova teoria para abordagem da Administração, tendo como ênfase a 
sistematização de novos princípios de estudos, com poder de explicação sobre 
como deveriam ser analisadas as relações humanas no ambiente empresarial e 
as etapas do ciclo motivacional. 
 
 
29 
 
 
Etapas do Ciclo Motivacional 
Fonte: Chiavenato (2010). 
 
 Na Teoria das Relações Humanas, aquele conceito de trabalhador que 
era motivado somente mediante recompensas financeiras (Homo economicus) 
começou a ser questionado. Isso porque as organizações começaram a notar 
que a satisfação do trabalhador também era um fator importante. Com isso, o 
lado humano das organizações começou a ser considerado como um fator de 
influência dentro do contexto organizacional. 
 
 Mídias 
 
A animação “A fuga das galinhas” (2000) retrata, em diversos momentos, a 
capacidade do gestor em conseguir fazer com que operários trabalhassem em 
torno de uma ideia, motivá-los e influenciá-los à busca de objetivos comuns. 
 
2.2 O experimento de Hawthorne: a importância do ser humano na 
empresa 
 
O status sólido da Teoria das Relações Humanas se deve muito ao 
experimento de Hawthorne, conduzido por Elton Mayo, que teve um papel 
essencial para consolidação da teoria (SILVA, 2005). Em primeiro lugar, foi com 
 
 
30 
 
esse estudo que foi possível observar como o trabalho em equipe, atitudes e 
necessidades dos trabalhadores afetavam a motivação para o trabalho e o 
comportamento no ambiente industrial. A segunda questão essencial que foi 
observada está relacionada com a alta complexidade dos problemas de 
produção em relação à produtividade (KWASNICKA, 2006). 
Este experimento foi realizado na Western Electric Company entre os 
anos de 1924 e 1927. O principal objetivo do estudo era verificar a influência da 
iluminação da empresa na produtividade de montagem de relés para telefones. 
Esse departamento era formado somente por mulheres, que executavam o 
trabalho manualmente e dependiam essencialmente de seu esforço e rapidez 
(CHIAVENATO, 2010). 
Na primeira fase, foram estudados os fatores de iluminação, cujo 
pressuposto inicial era de que as trabalhadoras eram apenas motivadas por 
fatores econômicos e externos. Dessa forma, foram realizados quatro testes, 
cada um objetivando alcançar resultados distintos dos anteriores. Foram 
estabelecidos dois grupos: um de testes e outro para controle (VASCONCELOS; 
MOTTA, 2006): 
 Experimento 1: operários de três departamentos distintos foram 
submetidos a níveis de iluminação diferentes. Foi revelado que os 
índices de produtividade aumentavam com a melhora da iluminação, 
mas a eficiência do processo produtivo nem sempre diminuía quando 
a iluminação era reduzida; 
 Experimento 2: aqui foram escolhidos dois grupos de operários, com 
igual quantidade de pessoas que foram distribuídos em duas salas, 
onde em uma havia iluminação constante e na outra, iluminação 
intermitente. Resultado: não foi possível obter qualquer resultado 
confiável sobre a mudança nos níveis de eficiência relacionados com 
a variação na iluminação; 
 Experimento 3: foram utilizados dois grupos de trabalhadores, um 
controlado sob nível de iluminação fixa e outro sob mudanças 
controladas no nível de iluminação. Resultado: a produtividade dos 
dois grupos cresceu conforme crescia o nível de iluminação e tornou-
se constante de acordo com a constância do nível de iluminação, mas 
 
 
31 
 
o grupo de teste manteve a produtividade, mesmo diminuindo o nível 
de luminosidade. 
 
Os experimentos não obtiveram sucesso em confirmar que havia uma 
correlação entre o esforço e a iluminação, mas puderam aprofundar nas 
mudanças das teorias administrativas. Devido ao fato de que não foi possível 
comprovar que mesmo baixando os níveis de iluminação ao limite da 
escuridão a produtividade não diminuiu, foi constatado que outros fatores 
exerciam essa influência. 
Desse modo, foi necessário que a pesquisa prosseguisse para verificar 
quais seriam os outros fatores que afetavam a produtividade da empresa. 
Tivemos, então, a segunda fase dos experimentos de Hawthorne. 
Nessa segunda fase, o processo de seleção dos trabalhadores que fariam 
parte do experimento teve critérios mais rigorosos. Além disso, foram alteradas 
as condições de layout do processo produtivo e do local onde o experimento 
seria realizado. 
Também foram introduzidas novas variáveis de pesquisa, são elas: 
horários de descanso, lanches, reduções no período de trabalho e sistema de 
pagamento. Outro fator utilizado na pesquisa foi que uma das funcionárias 
atuaria como supervisora do trabalho, com o objetivo de estabelecer uma relação 
entre essas variáveis e qual mais influenciava a produtividade. 
Como resultado dessa fase de experimentos, ficou evidente que a forma 
como a supervisora se comportava era um fator importante para a produtividade. 
Assim, foi preparada uma terceira fase de pesquisa, em que foi realizado um 
programa de entrevistas que tinha como objetivo identificar os sentimentos e as 
atitudes dos trabalhadores em relação ao trabalho e às atitudes dos 
supervisores. 
Com essas entrevistas (mais de 20 mil), se pôde observar que havia uma 
organização paralela à empresa e que tinha muita influência sobre os 
funcionários. Essa influência tinha como elemento essencial as relações de 
confiança e lealdade entre si e com essa instituição paralela, o que poderia 
causar problemas para a empresa. 
Com isso, tivemos uma quarta fase do experimento, que tinha como 
objetivo analisar os mecanismos e os processos dos pequenos grupos sociais 
 
 
32 
 
dentro da empresa, em que foi possível ser verificado que o grupo tinha 
ferramentas de punição para aqueles membros que não participassem das 
decisões em relação à produtividade (MAXIMIANO, 2010). Foi nesta fase que se 
tornou possível observar as relações entre a organização informal dos 
operários, a organização formal da fábrica e a preponderância do informal 
sobre o formal. 
Mesmo sem terem sido aprofundados, os experimentos de Hawthorne 
influenciaram a teoria administrativa e suplantaram alguns dos pressupostos 
sobre a produtividade colocados pela Administração Científica, gerando uma 
forma alternativa de gestão das empresas (SILVA, 2005). Algumas das principais 
conclusões dos experimentos foram: 
1. A produtividade seria resultante da integração social do trabalhador 
no grupo e de sua normatização própria; 
2. O comportamento do trabalhador tem como base o grupo social ao 
qual está inserido; 
3. Este comportamento é dependente das normas e padrões sociais; 
4. Os trabalhadores fazem parte de grupos sociais dentro da 
organização e estão em constante interação social; 
5. O modo mais eficiente de divisão do trabalho não está relacionado à 
especialização, mas sim à natureza do cargo; 
6. Os componentes emocionais não planejados e irracionais do ser 
humano devem ser tidos como importantes. 
 
Com isso, toda a base da Teoria das Relações Humanas foi estabelecida 
de acordo com alguns pressupostos (KWASNICKA, 2006): 
 A organização é um conjunto de grupos de pessoas; 
 Ênfase nas pessoas, pois é o comprometimento delas com objetivos 
que formam a organização; 
 A psicologia é importante para melhor entender os trabalhadores; 
 Delegação da autoridade, dando ênfase aos cargos e funções nos 
níveis hierárquicos mais baixos; 
 Oferecer autonomia para o empregado, pois ele pode ser responsável 
e produtivo mesmo sem supervisão; 
 Confiar nas relações entre supervisores e subordinados; 
 
 
33 
 
 Dar ênfase nas relações entre as pessoase na confiança entre elas; 
 Entender como funcionam as dinâmicas de grupo e interpessoal. 
 
Com isso, em oposição à visão anterior do ser humano, surge o ser 
humano social, que seria completamente diferente daquele indivíduo movido 
apenas por interesses, descrito pela Teoria Clássica. Essa é uma visão que parte 
do pressuposto de que as pessoas têm sentimentos, emoções, interesses de 
satisfação pessoal, relacionam-se e podem ser confiáveis (HAMPTON, 1984). 
 
2.3 A liderança e seus estilos 
 
O conceito de liderança foi uma das principais contribuições que a Teoria 
das Relações Humanas trouxe para o ambiente empresarial. Os estudos 
relacionados à sua importância nas organizações e, também, no comportamento 
dos trabalhadores são essenciais até hoje para a prática da Administração. 
Os estudos da Administração Clássica foram importantes para situar a 
figura da liderança formal. De forma complementar, com os resultados obtidos 
com os experimentos de Hawthorne, a Teoria das Relações Humanas nos trouxe 
a importância da liderança informal. Mas por que a liderança é tão importante 
nas organizações? Porque é a figura do líder que sustenta o comportamento 
do grupo, bem como das interrelações nestes grupos, de forma que a 
empresa possa se beneficiar da atuação coerente da equipe 
(CARAVANTES, 2003). 
Tendo em vista esses elementos, podemos entender a liderança de 
diversos pontos de vista. Resumidamente, podemos inferir que a liderança se 
trata da capacidade de condução das pessoas e das formas de saber fazer 
com que elas convirjam em torno de um objetivo comum. 
Com essa definição básica, podemos chegar a duas conclusões: 1) que a 
liderança é necessária em todos as áreas da empresa; 2) para conduzir qualquer 
tipo de organização humana. Assim, a liderança é essencial na Administração, 
de forma que o gestor seja capaz de conduzir as pessoas e as conhecer em sua 
essência (SILVA, 2005). 
 
 
 
 
34 
 
Atualmente, temos diversas teorias que tratam sobre liderança. No 
entanto, a maioria delas converge para uma classificação em três grandes 
grupos: as relacionadas com os traços de personalidade, as que discorrem sobre 
os estilos de liderança e as situacionais (CARAVANTES, 2003). 
As teorias relativas aos traços de personalidade tratam das qualidades 
relativas à personalidade do líder. Nesta teoria, o líder tem uma personalidade 
marcada por traços físicos, intelectuais, sociais e relacionados com a tarefa, por 
meio dos quais influencia as pessoas com quem se relaciona (MAXIMIANO, 
2004). Ou seja, são as características marcantes da personalidade que 
determinam se o indivíduo pode ser líder ou não, então uma simples análise de 
personalidade pode indicar se uma criança virá ou não a ser um líder. 
Temos também as teorias que tratam da forma como os líderes se 
conduzem diante de seus comandados. Aqui, o que o líder faz está relacionado 
ao comportamento de quem lidera e não às suas características pessoais. Desse 
ponto de vista, temos três tipos de liderança, que são (KWASNICKA, 2006): 
 Liderança autocrática: este tipo é caracterizado pela concentração 
das decisões por parte do líder, que vai colocar essas decisões de 
forma impositiva ao grupo. O líder é impositivo em todos os aspectos 
do processo da liderança; 
 Liderança liberal: este tipo é caracterizado pelo líder passar 
totalmente a condução e decisões para o grupo, deixando-o 
completamente à vontade e sem controle. Esse tipo de liderança 
compromete a velocidade das decisões, pois gera muitas 
divergências e discussões; 
 Liderança democrática: nesta tipologia, o líder vai conduzir o 
processo com a participação do grupo, orientando e incentivando para 
que todos façam parte. No entanto, a decisão ainda pertence ao líder, 
mas com a possibilidade de o grupo dar a sua opinião. 
 
Por fim, a terceira teoria sobre liderança coloca que ela vai ser 
dependente do tipo de situação em que vai ocorrer. Aqui estamos falando de 
teorias mais abrangentes e que dão uma visão maior de opção para o 
administrador (OLIVEIRA, 2012). 
 
 
35 
 
Isso porque não estão delimitadas por somente um modelo, mas podem 
(e devem) considerar a adaptação do estilo de liderança de acordo com a 
situação. No entanto, ressalto que, independentemente do tipo de liderança 
exercida, as formas de comunicação são fundamentais para as organizações. 
Tendo em vista que a Teoria das Relações Humanas enfatiza as pessoas 
e seus relacionamentos, a comunicação ganha destaque e parte de 
pressupostos de que há confiança e franqueza entre as pessoas. Com uma 
comunicação confiável, clara e da forma entendível que se estabelecem relações 
humanas de qualidade nas organizações (HAMPTON, 1984). 
 
2.3.1 Organização Formal, Informal e Cultura Organizacional 
 
O experimento de Hawthorne trouxe várias questões importantes para o 
os gestores compreenderem o funcionamento complexo das relações 
interpessoais dentro das empresas, bem como para entender os grupos sociais 
que formados dentro delas, tendo em vista o estabelecimento de laços entre as 
pessoas. 
Com isso, foi possível analisar como as interações dos trabalhadores em 
seus ambientes de execução de tarefas são propícios para a formação de 
subgrupos culturais que estabelecem suas próprias regras próprias, que é 
chamada de organização informal. 
Posso afirmar para você que a organização formal (estrutura da 
empresa), de certa forma, acaba proporcionando as condições para o 
surgimento da organização informal. Isso porque é nessa estrutura formal da 
empresa que temos as relações formais de trabalho, que vão moldar os grupos 
sociais que surgirão dentro dessa estrutura pelas relações que serão formadas 
no ambiente de trabalho. 
O indivíduo vai buscar aprovação e aceitação do grupo do qual faz parte, 
ou seja, buscará essa aceitação na organização informal. É esta relação que 
trará equilíbrio entre as necessidades individuais e o cumprimento das regras do 
grupo (VASCONCELOS; MOTTA, 2006). Vale ressaltar que o surgimento 
desses grupos acontece independente das estruturas formalizadas e de 
hierarquia da empresa (KWASNICKA, 2006). 
 
 
 
36 
 
Reflita 
 
Faça uma reflexão em relação à sua participação em grupos sociais e 
organizações informais e tente identificar em torno de quais interesses comuns 
organizaram-se esses grupos ou organizações informais, se existem algumas 
regras de conduta e quais são (formas de vestir, linguajar, etc.) e se tais regras 
são impostas ou não. 
 
Saber como funcionam esses grupos é muito importante para a sua 
formação como gestor. Isso porque eles são partes que formam a empresa em 
seus aspectos formais e também porque a execução das atividades acontece de 
acordo com seu funcionamento, como pudemos ver no experimento de 
Hawthorne. 
Com isso, tivemos estudos que se voltaram para tratar das dinâmicas de 
grupo. Essa linha de pensamento aborda que o comportamento, as atitudes, as 
ações e as crenças das pessoas que fazem parte da organização estão 
intimamente relacionados com os grupos às quais pertencem (CARAVANTES, 
2003). 
Esses grupos são caracterizados, primeiramente, pela existência de um 
objetivo comum. Mas também temos outras características inerentes aos grupos, 
que vão desde a existência de uma estrutura que apoiará a formação deste 
grupo, passando pelo dinamismo da organização com relação às interações 
sociais até a coesão interna que gira em torno de afinidades que os indivíduos 
têm em comum. 
Temos que entender que o comportamento individual é influenciado pelas 
ações exercidas nos grupos dos quais fazem parte. Dessa forma, o nível de 
resistência ou aceitação das mudanças vai depender de como o grupo interpreta 
essas mudanças, fazendo com que as empresas tenham a necessidade de atuar 
junto aos grupos quando houver a necessidade de mudança. 
 
 
 
37 
 
 
Enfoque das Relações Humanas 
Fonte: Chiavenato (2010).Conclusão da aula 2 
 
Chegamos ao final da nossa segunda aula. Aqui, você viu, com o 
experimento de Hawthorne e suas conclusões, surgir uma nova forma de se 
analisar a relação dos trabalhadores com as empresas, bem como da busca pela 
eficiência e produtividade. 
Temos aqui o surgimento do novo conceito de ser humano social, que é 
aquele que participa de grupos, bem como exerce influência e vai ser 
influenciado por ele. Além disso, começa-se a perceber que este indivíduo tem 
motivações que vão além das econômicas. 
Entram aqui os trabalhos da psicologia organizacional que estabeleceram 
ferramentas para as proposições da Teoria das Relações Humanas e que afetam 
o desempenho do administrador. Temos as bases aqui para as análises sobre 
temas importantes como liderança e as relações entre chefia e subordinados. 
Com o avanço das relações humanas nas empresas, pode-se aprofundar 
o entendimento do contexto interno da empresa e da forma como as pessoas se 
comportam dentro dela. 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
 
O que leva os funcionários a dedicarem-se ao trabalho, vestirem a camisa da 
empresa e a lutarem por ela? O que faz com que deem o máximo possível 
para ajudar a empresa a ser realmente competitiva? Pensando em como 
motivar seu pessoal, o presidente da uma grande empresa contratou você 
como consultor para assessorá-lo nessa empreitada. 
O que você faria para explicar ao presidente da empresa sobre proposições 
em relação à motivação humana e como utilizar adequadamente na 
empresa? 
 
 
 
 
 
Aula 3 – Visão Neoclássica da Administração 
 
Apresentação da aula 3 
 
Olá! Mais uma vez, seja bem-vindo(a) à nossa terceira aula da disciplina. 
Nela, abordarei para vocês sobre a Administração Neoclássica, que trouxe uma 
nova abordagem para os princípios da Teoria Clássica, expandindo seus 
conceitos e ressaltando novos elementos importantes para a prática do 
Administrador. 
Mesmo com toda a influência da Abordagem Humanista, trazendo à tona 
a importância da melhor gestão das pessoas como algo importante para o 
desempenho empresarial, os princípios de organização e estruturação presentes 
nas Teoria Clássica da Administração nunca foram esquecidos totalmente. 
Os conceitos essenciais da Teoria Clássica, como departamentalização, 
racionalização do trabalho, organização linear e funcional continuaram a ser 
aplicados e necessitam ser aprimorados (CHIAVENATO, 2010). 
Mesmo porque os princípios clássicos e os humanistas não são 
mutuamente excludentes, mas formas complementares de enxergarmos os 
processos de gestão empresarial. Além disso, fatores como o fim da Segunda 
Guerra Mundial e o crescimento econômico mundial fizeram com que fossem 
necessários voltarmos aos princípios clássicos de estruturação das empresas. 
 
 
39 
 
Novas formas de comunicação estavam surgindo com a popularização da 
televisão, as viagens aéreas intercontinentais estavam crescendo, e o poder 
aquisitivo das pessoas estava acelerando. Rápidas mudanças estavam 
acontecendo e, com isso, também estava se alterando o comportamento das 
pessoas. Uma nova corrente de pesquisadores surge para dar uma nova visão 
para elementos já conhecidos da Teoria Clássica. 
 
3.1 A Teoria Neoclássica 
 
Essa nova abordagem dos princípios clássicos sofreu uma revitalização 
com a introdução do pensamento de outras ciências para poder se adequar ao 
novo contexto empresarial e de competição que estava surgindo. Em suma, as 
principais bases sobre a qual a Teoria Neoclássica está sustentada são 
(MAXIMIANO, 2004): 
 A Administração se trata de um processo baseado em planejamento, 
organização, direção e controle; 
 Para se adequar aos vários cenários, seriam necessários princípios 
que pudessem ser prescritivos e aplicáveis; 
 Os princípios da Administração deveriam ser científicos, no sentido 
de serem necessários e verdadeiros; 
 A gestão é afetada pela cultura e pelo universo físico. 
 
Com isso, o Neoclassicismo pode definir que as funções do 
administrador partem dos princípios administrativos para, somente então, poder 
estabelecer os princípios que darão fundamento à prática dessas funções 
(SILVA, 2005). 
 
3.1.1 A prática da Administração e as organizações 
 
No entanto, temos que entender que a Teoria Neoclássica, mesmo 
partindo de pressupostos previamente estabelecidos na Teoria Clássica, não 
adotou a postura rígida típica de Taylor e Fayol. A preocupação dos autores 
neoclássicos foi estabelecer uma releitura que fosse adaptada para os cenários 
empresariais que eles estavam enfrentando. O foco então foi uma convergência 
 
 
40 
 
do tema para uma teoria que fosse “integradora, eclética e utilitarista, em função 
das origens comuns” (CHIAVENATO, 2010, p. 216). 
Assim, foi ressaltado, sobretudo nos Estados Unidos, o fortalecimento de 
um estilo de vida pragmático e, portanto, que daria ênfase em adotar formas 
de atuação gerencial que fossem passíveis de serem aplicadas e replicadas em 
diversas empresas. 
Com isso, tivemos a reafirmação dos conceitos essenciais da Teoria 
Clássica, agora devidamente adaptados para o mundo que estava em processo 
de transformação. Ou seja, devido aos progressos da sociedade e, 
consequentemente, das empresas, havia a necessidade de que as práticas 
empresariais pudessem ser adaptadas e flexibilizadas. 
Outro fator que estava causando essa necessidade por adequações das 
práticas de gestão de empresas foi o início do processo de internacionalização 
e das empresas, alterando os costumes de consumo na sociedade e fazendo 
com que este crescesse. A partir desses elementos, o desenvolvimento do 
neoclassicismo adquiriu algumas características que o distinguiram das 
escolas anteriores. Temos então as seguintes características da abordagem 
neoclássica (CHIAVENATO, 2010): 
 Ênfase na prática da Administração: a Administração tem como foco 
resultados, de forma prática, mas sem deixar de considerar os 
princípios teóricos; 
 Reafirmação dos postulados clássicos adaptados: são retomados 
os princípios estabelecidos na Teoria Clássica, adequados a uma 
nova realidade; 
 Ênfase nos princípios gerais da Administração: os princípios são 
aplicados como critérios de conduta, mas com flexibilidade. 
Reafirmam-se o planejar, o organizar, o dirigir e o controlar, baseados 
nos princípios gerais; 
 Ênfase nos objetivos e nos resultados: toda a organização deve ser 
criada, organizada e estruturada nesse sentido. A eficiência é uma 
consequência dos objetivos e resultados a serem atingidos; 
 Ecletismo da Teoria Neoclássica: deve-se absorver o conteúdo de 
outras teorias administrativas recentes e efetuar um remodelamento 
dos conceitos clássicos. 
 
 
41 
 
Com isso, consideramos que a Abordagem Neoclássica consegue 
avançar em suas análises sobre as organizações para a Teoria Administrativa. 
Isso porque as teorias anteriores buscavam dar ênfase na melhor forma de 
execução da tarefa, ou seja, na eficiência. 
No entanto, agora as organizações apresentam a necessidade de atender 
aos anseios do mercado consumidor, fazendo com que surja a preocupação com 
a eficácia. 
Podemos definir que a eficiência é a busca de se encontrar as formais 
mais corretas de execução da atividade produtiva. A eficácia está relacionada ao 
resultado, ou seja, àquilo que precisa ser feito para atender os anseios da 
demanda (CARAVANTES, 2003). 
Isso quer dizer que a eficácia trata sobre escolher de forma adequada 
quais os produtos ou serviços que o mercado efetivamente deseja. Nesse 
sentido, o papel do gestor recai sobre a busca da excelência empresarial, 
atingindo os maiores níveis de eficiência e eficácia possíveis. 
 
3.1.2 Busca pela reafirmação dos princípios da Administração 
 
Neste ponto, já deve ter ficado claro, para você, que o neoclassicismo tem 
como ênfase a busca pela adequação dos princípios clássicos em relação ao 
novo cenáriode competição que as empresas se encontravam. Para isso, foi 
necessária uma flexibilização e capacidade de adaptação desses princípios para 
todos os tipos de organizações. Nesta seção, vou colocar para você como alguns 
dos elementos essenciais da gestão foram adequados pelos autos neoclássicos. 
O conceito da divisão do trabalho foi o objeto de análise primordial da 
Teoria Clássica. No entanto, aqui temos a divisão da estrutura organizacional em 
três níveis: operacional, intermediário e institucional (HAMPTON, 1984). Essa 
divisão foi proposta, de forma que fosse possível se estabelecer uma estrutura 
geral para todo e qualquer tipo de organização, para que possibilitasse uma 
estrutura organizacional para melhor gestão. 
No nível institucional, também chamado de estratégico, temos os 
diretores e dirigentes máximos da empresa e os papeis atribuídos são o de 
administrar a organização de forma global, ou seja, tendo uma visão holística do 
sistema organizacional. 
 
 
42 
 
Já no nível intermediário, que também é conhecido como tático ou 
gerencial, se trata daquele que está no meio da estrutura hierárquica. Este nível 
é responsável pela tradução e comunicação dos objetivos globais da empresa 
nas ações funcionais. Por fim, o nível operacional (nível técnico) é constituído 
pelos supervisores que fazem a gestão direta da execução das tarefas e, 
também, pelos trabalhadores que executarão as atividades atribuídas. 
 
 
Os níveis hierárquicos 
Fonte: Chiavenato (2010). 
 
Como resultado da divisão do trabalho, temos a especialização. A partir 
do momento que temos os três níveis organizacionais definidos, há a 
simplificação das tarefas e, dessa forma, possibilita que seja atribuído a cada 
cargo dentro da hierarquia funções que são específicas e especializadas. 
A especialização está presente em todos os níveis da organização, 
especializando, também, órgãos da estrutura (CHIAVENATO, 2010). Com ela, 
fica facilitada toda a preparação dos funcionários, bem como o estabelecimento 
de critérios para controle da produtividade e para adequações na forma de 
execução das tarefas. 
Com esses dois elementos definidos na organização, vai aumentar a 
quantidade de funções na linha horizontal da estrutura. Com isso, as empresas 
se deparam com a necessidade de mais posições relacionadas à supervisão e 
comando nos níveis mais altos da hierarquia. Assim, temos a necessidade de 
 
 
43 
 
estabelecer a hierarquia da organização, para que seja possível a gestão de 
toda a base da estrutura organizacional. 
Além disso, aparece a necessidade de estabelecermos como será a 
execução da autoridade em cada função e, assim, a autoridade surge como 
uma representação legítima de quem ocupa esses cargos. São nos cargos que 
exercem autoridade que se busca a ordenação de tarefas, alocação de recursos 
e tomada de decisões, tendo em vista os objetivos da organização. 
A autoridade dentro da organização pode ser caracterizada por ser 
decorrente do cargo e não das pessoas que representam esses cargos. Além 
disso, ela deve sempre ser aceita por quem é subordinado a ela e flui abaixo da 
hierarquia verticalizada (SILVA, 2005; CHIAVENATO, 2010). Quem possui 
autoridade tem o direito de dar ordens diretas a seus subordinados e de delegar 
parte de sua autoridade diretamente. 
Com a autoridade estabelecida, também deve-se ter atenção com a 
responsabilidade relativa a essa cadeia de comando. Posso afirmar para vocês 
que a responsabilidade é diretamente proporcional ao grau de autoridade que o 
cargo tem. 
Podemos caracterizar a responsabilidade como a obrigação de 
desempenhar uma atividade que foi designada. Além disso, a responsabilidade 
tem origem na relação dos superiores e seus subordinados, que têm obrigação 
de realização das tarefas que lhes são atribuídas. 
A autoridade também dá o direito do superior em estabelecer a delegação 
das atividades. A delegação pode ser definida como a transferência de 
autoridade e responsabilidade para cargos hierárquicos inferiores (OLIVEIRA, 
2012). No entanto, alguns cuidados devem ser tomados ao executar a 
delegação. 
Primeiro, ao delegar, devemos buscar delegar a tarefa inteira, pois isso 
irá evitar que uma única tarefa seja dividida em várias pessoas que podem não 
comunicar de forma eficiente entre elas. 
Com isso, vamos ao segundo cuidado: devemos delegar para a pessoa 
certa, aquela que tenha interesse e condições de encarar essa responsabilidade. 
Além disso, devemos sempre avaliar e recompensar (ou punir) o desempenho 
de acordo com o cumprimento (ou não) das atividades delegadas. 
 
 
44 
 
Por fim, temos a centralização e a descentralização, sendo dois temas 
principais temas que foram discutidos e estudados pelos neoclassicistas. A 
grande questão gira em torno do que seria melhor: centralizar ou descentralizar 
as tomadas de decisões no âmbito empresarial. 
A centralização significa que a autoridade para tomada de decisões está 
localizada sempre nos níveis mais altos da estrutura organizacional. A 
característica principal é a autoridade estar nos cargos mais elevados da cadeia 
hierárquica (MAXIMIANO, 2004, OLIVEIRA, 2012). 
Em contrapartida, com a descentralização, as decisões seriam 
delegadas para os níveis mais baixos da estrutura. Essa é a tendência atual da 
Administração, pois possibilita tomadas de decisões mais rápidas. A 
descentralização vai prevalecer quando menor for a necessidade de supervisão 
sobre essas decisões. 
Não temos uma regra geral para descentralização, pois vai depender de 
fatores como, por exemplo, o quão complexo é o ambiente organizacional no 
qual estamos inseridos. Em cenários de altos níveis de mudança e incerteza, 
maior será a descentralização, pois é necessário que a organização tenha 
velocidade para responder às demandas do ambiente. 
 
 
Centralização X Descentralização 
Fonte: Chiavenato (2010). 
 
3.2 Funções da Administração 
 
Para a abordagem neoclássica, as funções administrativas não são muito 
distintas do que foi proposto por Fayol e sua Teoria Clássica. No entanto, a forma 
 
 
45 
 
de execução dessas atividades, para os neoclássicos, se torna mais flexível, 
mesmo mantendo o sentido cíclico desse processo. Assim, temos o planejar, 
organizar, coordenar e controlar sendo executados na mesma sequência 
(MAXIMIANO, 2004). No entanto, se tem um maior cuidado com a inter-relação 
entre essas etapas que se influenciam reiniciando os ciclos, conforme os 
objetivos são atingidos. 
A primeira etapa do processo é a função de planejar. Nesta fase são 
estabelecidos os objetivos que serão seguidos, bem como a forma como serão 
alcançados. Aqui são estabelecidos os planos de ação para busca por esses 
objetivos (KWASNICKA, 2006). Lembre-se de que planejamento está sempre 
relacionado às análises futuras, que vão envolver incertezas. Com isso, 
planejamento precisa ser revisto e adaptado conforme as necessidades de 
mudança. 
A fase de planejamento acontece em todos os três níveis da estrutura 
organizacional. No nível estratégico, serão tomadas as decisões globais da 
organização. Já no nível tático, essas decisões serão analisadas e 
transformadas em objetivos departamentais (marketing, produção, logística, etc.) 
Por fim, em nível operacional, serão efetivamente executadas as ações da 
organização. 
Quanto ao organizar, temos a função de alocação dos recursos 
necessários para que tenhamos condições de atingir os objetivos traçados na 
etapa do planejamento. A organização envolve cinco etapas (OLIVEIRA, 2012): 
 Determinar o que é necessário fazer; 
 Departamentalizar com critérios lógicos alinhados aos objetivos; 
 Determinar os cargos e as tarefas a serem executados; 
 Distribuir os recursos necessários; 
 Coordenar os esforços para integração aos objetivos. 
 
Depois temos o processo de dirigir, que está relacionado às ações para 
direcionamento dos esforços para que os

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