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TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO_2020

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Esta obra tem por finalidade apresentar os principais aspectos referen-
tes à evolução do pensamento administrativo, suas teorias e escolas que 
deram suporte ao modelo empresarial de cada época, bem como ao modelo 
empresarial moderno.
Ao tomar conhecimento da necessidade que atualmente se faz do estudo 
mais aprofundado da ciência administrativa e sua relevância, pode-se con-
siderar que, no contexto social, econômico e político no qual se vive, não há 
um único lugar no planeta que não demande ser administrado. 
Deve-se notar que este livro não se volta exclusivamente para estudantes 
de Administração, pelo contrário, os conceitos aqui expostos procuram 
abarcar profissionais de várias áreas do conhecimento e que estejam 
interessados no campo da gestão empresarial. Evidentemente, alguns con-
ceitos exigirão maior ou menor esforço de compreensão e introjeção. Isso 
acontece independentemente da classificação profissional. Mesmo para 
aqueles já familiarizados com a Administração, as ideias contidas nesta 
obra devem ser adaptadas às suas realidades.
Este é o desafio desta obra: oferecer uma visão das teorias da Adminis-
tração para que o leitor possa desenvolver uma base sólida para a continua-
ção de seus estudos e a aplicação do conhecimento obtido nessa área.
REN
ATO RIBEIRO
TEORIAS DA
 A
DM
IN
ISTRAÇÃO
Código Logístico
59317
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6616-2
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 1 6 2
Teorias da 
Administração 
Renato Ribeiro
IESDE BRASIL
2020
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2020 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Gajus/Andrii Yalanskyi/Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
R372t
Ribeiro, Renato
Teorias da administração / Renato Ribeiro. - 1. ed. - Curitiba [PR] : 
IESDE, 2020. 
108 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6616-2
1. Administração. I. Título.
20-63823 CDD: 658
CDU: 005
Renato Ribeiro Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Educação 
pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). 
Especialista em Gerência de Recursos Humanos, em 
Engenharia Econômica, em Marketing e Propaganda e 
em Finanças pela FAE Business School (FAE). Graduado 
em Administração pela FAE. Pesquisador e professor nas 
áreas de gestão estratégica, gestão empreendedora e 
gestão de negócios. Palestrante e consultor empresarial. 
Avaliador institucional do Inep/MEC.
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
1 A Administração e a evolução do pensamento administrativo 9
1.1 O que é Administração 9
1.2 Quem faz a administração 12
1.3 Conceituando organização 14
1.4 Evolução do pensamento administrativo 16
2 Perspectiva clássica da Administração 21
2.1 Entendendo o trabalho na organização 22
2.2 Uma abordagem fisiológica e anatômica da Administração 28
2.3 A racionalidade técnica expandindo a produtividade 30
3 Perspectiva humanística da Administração 39
3.1 As teorias de transição: integrando as relações humanas à 
 organização formal 39
3.2 A teoria das relações humanas: a ênfase nas pessoas 43
3.3 A teoria comportamentalista: as novas relações humanas 47
3.4 A teoria estruturalista: aspectos da tipologia e do poder nas 
 organizações 52
4 Perspectiva moderna da Administração 57
4.1 Teoria neoclássica: a Administração nos dias atuais 57
4.2 A teoria de sistemas: os aspectos integrativos das 
 organizações 61
4.3 Teoria das contingências: as organizações e a interdependência do 
 ambiente externo 66
4.4 Desenvolvimento organizacional: o dilema das organizações 73
4.5 APO: alinhamento das metas pessoais com a estratégia do 
 negócio 76
5 Perspectiva contemporânea da Administração 81
5.1 A qualidade e a excelência organizacional 81
5.2 Novos modelos de gestão: projetos e processos 
 organizacionais 90
5.3 As organizações e a interdependência do ambiente externo 98
6 Gabarito 106
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gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
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Em um livro que tem como assunto principal as teorias da 
Administração não poderiam ser deixadas de lado uma reflexão 
sobre o desenvolvimento da gestão organizacional, já que as 
teorias administrativas contribuem para modificações profundas 
nos métodos de produção, que geraram transformações sociais 
significativas.
Esta obra tem por finalidade apresentar os principais 
aspectos referentes à evolução do pensamento administrativo, 
suas teorias e escolas que deram suporte ao modelo empresarial 
de cada época, bem como ao modelo empresarial moderno. 
Ao tratar das teorias administrativas, abordamos as 
concepções que são, em seu conjunto, um compêndio de 
normas principais que se complementam, para levar a ciência 
administrativa ao dia a dia das pessoas e das organizações 
como um todo, e em algumas situações se confrontam. 
Notamos, também, que cada teoria administrativa procurou 
enfatizar uma dimensão da organização – tarefas, pessoas, 
estrutura, ambiente e tecnologia – omitindo ou relegando a um 
plano secundário as demais. Todas, porém, buscam enriquecer 
o conhecimento do administrador, instrumentalizando-o para a 
sua prática administrativa. 
Portanto, ao tomar conhecimento da necessidade que 
atualmente se faz do estudo mais aprofundado da ciência 
administrativa e sua relevância, pode-se considerar que, no 
contexto social, econômico e político no qual se vive, não há um 
único lugar no planeta que não demande ser administrado. 
Com este livro, procuramos demonstrar o efeito 
cumulativo e gradativamente abrangente das diversas teorias 
da Administração com suas diferentes contribuições e seus 
diferentes enfoques. As contribuições que serviram de base 
para a formação da Ciência da Administração vieram das mais 
variadas fontes.
Esta obra traz capítulos com objetivos específicos. A 
abordagem vai desde o conceito de Administração e organização 
até a reflexão sobre novos modelos de gestão que podem ser 
APRESENTAÇÃO
Vídeo
8 Teorias da Administração
utilizados pelas empresas, com o intuito de melhorar sua produtividade e 
sua lucratividade. Nesse aspecto, o livro passa também por vários momentos 
históricos, em que a concepção da Ciência da Administração foi se moldando 
ou remodelando.
Cada capítulo está estruturado de maneira dinâmica, desenvolvendo uma 
linha de raciocínio que possa levá-lo a uma reflexão e aprendizado das teorias 
administrativas, desenvolvendo problemas e trazendo indicações de leitura 
para o aprofundamento dos conhecimentos. Por fim, são anexados exercícios 
de aplicação para fortalecer o aprendizado.
Deve-se notar que este livro não se volta exclusivamente para alunos de 
Administração, pelo contrário, os conceitos aqui expostos procuram abarcar 
profissionais de várias áreas do conhecimento e que estejam interessados 
no campo da gestão empresarial. Evidentemente, alguns conceitos exigirão 
maior ou menor esforço de compreensão e introjeção. Issoacontece 
independentemente da classificação profissional. Mesmo para aqueles já 
familiarizados com a Administração, as ideias contidas nesta obra devem ser 
adaptadas às suas realidades.
Este foi o nosso desafio: oferecer uma visão das teorias da Administração 
para que você possa desenvolver uma base sólida para a continuação de seus 
estudos e a aplicação do conhecimento obtido nessa área.
Desejamos a você muito sucesso nessa caminhada!
A Administração e a evolução do pensamento administrativo 9
1
A Administração e a 
evolução do pensamento 
administrativo
Neste capítulo, vamos apresentar noções de administração, 
como conceitos, níveis e funções. Você vai compreender em que 
consiste o trabalho dos administradores e o que é uma organiza-
ção, além de conhecer seus desafios. Vai acompanhar a evolução 
histórica do pensamento administrativo para entender as mudan-
ças que a Administração sofreu ao longo do tempo e suas conse-
quências para as organizações e vai reconhecer a importância da 
Administração para a sociedade.
A palavra administração tem 
origem no latim administer, que 
significa “o que ajuda, auxiliar, 
operário, trabalhador” (REZENDE; 
BIANCHET, 2014). Observe que 
o significado original da palavra 
tem relação com obediência, 
no sentido restrito de prestar 
serviços a alguém. Hoje em dia, 
o termo tem um significado bem 
diferente e mais abrangente, 
porque foi acompanhando as 
mudanças na sociedade e nas 
relações de trabalho.
Curiosidade
1.1 O que é Administração
Vídeo Talvez você nunca tenha parado para pensar na 
palavra administração, afinal, ela está tão presente 
no nosso dia a dia que seu significado parece óbvio e 
simples. Contudo, esse termo é muito amplo e pode 
ser compreendido, basicamente, como um processo 
de tomar decisões e de organizar os elementos 
constitutivos de uma empresa, em qualquer escala 
de utilização de recursos.
Toda organização, seja ela grande ou pequena, 
pública ou privada, precisa de um processo que a 
conduza ao alcance de seus objetivos. Para isso, são 
os atores do processo administrativo que devem in-
terpretar os objetivos da empresa e transformá-los 
em uma ação organizacional.
10 Teorias da Administração
Nesse sentido, analisando mais detalhadamente:
as funções gerenciais da administração são planejar, organizar, liderar e controlar o 
uso dos recursos financeiros, humanos, materiais e tecnológicos de uma organiza-
ção, a fim de alcançar seus objetivos. 
Como você deve ter percebido, para compreender o significado 
de administração é preciso, primeiramente, entender qual papel 
a Administração desempenha, tanto para as organizações quanto 
para a sociedade. Para as organizações, ela é a forma como se atin-
gem os resultados empresariais; para a sociedade, é o grande bali-
zador na execução de atividades que satisfaçam as necessidades de 
seus cidadãos.
Segundo Maximiano (2012), a administração pode ser explica-
da por meio de três palavras-chaves: objetivos, decisões e recursos 
(Figura 1).
Figura 1
Elementos da administração
RECURSOS
• Pessoas
• Informação e conhecimento
• Espaço
• Tempo
• Dinheiro
• Instalações
OBJETIVOS
• Resultados esperados 
do sistema
DECISÕES
• Planejamento
• Organização
• Execução
• Direção
• Controle
Fonte: Adaptado de Maximiano, 2012, p. 25.
De acordo com a Figura 1, administração é um processo que envolve 
tomar decisões sobre objetivos e recursos em cada área da organiza-
ção. As decisões dizem respeito a quatro tipos de funções: planejamen-
to, organização, liderança e controle. Para cada função são necessários 
recursos distintos (pessoas, informações e conhecimentos, espaço, 
tempo, dinheiro ou instalações, por exemplo) que visem alcançar os re-
sultados esperados, ou seja, os objetivos. Portanto, decisões, recursos 
e objetivos estão entrelaçados e um depende do outro para que haja 
um processo administrativo. 
A Administração e a evolução do pensamento administrativo 11
Administrar é destinar os recursos necessários para produzir bens e serviços, atingin-
do os objetivos da empresa por meio de boas decisões.
Diante dessa perspectiva, podemos definir administração, de 
modo sucinto, como um processo de atingimento de objetivos, por 
meio dos esforços de pessoas. Desse modo, administração pode ser 
entendida como uma ação. Oliveira (2011, p. 6) complementa que 
administração é:
um sistema estruturado e intuitivo que consolida um conjunto 
de princípios, normas e funções para alavancar, harmoniosa-
mente, o processo de planejamento de situações futuras dese-
jadas e seu posterior controle de eficiência e produtividade, bem 
como a organização e a direção dos recursos empresariais para 
os resultados esperados.
O processo de tomada de decisões busca alcançar objetivos orga-
nizacionais, considerando o envolvimento de pessoas lideradas por 
um administrador ou gestor, que assume a posição de sistematizar as 
práticas administrativas, utilizando recursos humanos, informacionais, 
materiais e financeiros (Figura 2).
Figura 2
Trabalho do administrador
RECURSOS 
MATERIAIS
RECURSOS 
INFORMACIONAIS
RECURSOS
FINANCEIROS
RECURSOS
HUMANOS
ALCANCE
DE METAS
ATIVIDADES 
ADMINISTRATIVAS 
UTILIZAÇÃO EFICIENTE E 
EFICAZ DOS RECURSOS 
Fonte: Silva, 2001, p. 07.
12 Teorias da Administração
1.2 Quem faz a administração 
Vídeo Considerando que a administração é uma ação, quem a executa são 
pessoas – os administradores ou os gestores – cujo desempenho está 
intimamente ligado à eficiência e à eficácia do seu trabalho.
Eficiência é a forma como um processo é realizado. Para que seja 
eficiente, precisa ser realizado com boa qualidade e em curto prazo. 
Já eficácia é a capacidade de realizar objetivos, ou seja, chegar a um 
bom resultado. Uma pessoa pode ser eficiente sem necessariamente 
ser eficaz, isto é, ela pode seguir todos os procedimentos corretamente 
e cumprir prazos, mas não entregar um produto ou serviço de qualida-
de. Fazendo uma analogia, é como o jogador de futebol que não erra 
qualquer passe de bola, mas também não faz gol.
Geralmente, os administradores estão presentes em três níveis da 
organização, conforme apresentados na Figura 3.
Figura 3
Níveis de administração
ALTA ADMINISTRAÇÃO
MÉDIA ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO OPERACIONAL
Tomadores de decisão: responsáveis pela 
estratégia do negócio.
Kr
as
ov
itc
ki
i/S
hu
tte
rs
to
ck
Gerentes: coordenam e decidem que 
produtos ou serviços serão realizados.
Supervisores: responsáveis pela produção 
dos bens ou serviços.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Em todos esses níveis, os administradores, para a realização da sua 
tarefa, deverão ter ou desenvolver certas habilidades e assumir alguns 
papéis, em função das contingências.
contingência: eventualidade; um 
acaso; um acontecimento que tem 
como fundamento a incerteza de 
que pode ou não acontecer. 
Glossário
Portanto, cabe ao administrador fazer com que as metas organiza-
cionais sejam alcançadas de maneira eficiente e eficaz, tanto na utiliza-
ção dos recursos quanto na realização das atividades administrativas.
A Administração e a evolução do pensamento administrativo 13
1.2.1 Habilidades do administrador
Para poder desempenhar seu trabalho, o administrador/gestor 
deve desenvolver habilidades técnicas, humanas e conceituais, as quais 
fazem parte do seu perfil de bom profissional.
 • Habilidades técnicas: estão relacionadas a saber utilizar os prin-
cípios, as técnicas e as ferramentas administrativas, além de sa-
ber decidir e solucionar problemas.
 • Habilidades humanas: têm relação com o saber lidar com pessoas, 
comunicando-se eficientemente, negociando, conduzindo mudan-
ças, obtendo cooperação e solucionando possíveis conflitos.
 • Habilidades conceituais: dizem respeito à capacidade de o 
administrador analisar e interpretar situações de modo holístico, 
isto é, tendo uma visão do todo.
1.2.2 Papéis do administrador
Além das habilidades, em situações específicas, o administrador 
deverá desempenhar na organização diversasexpectativas de com-
portamento, denominadas papéis. Dentre os inúmeros papéis que o 
administrador deve procurar se aprimorar, existem alguns que ele de-
verá dominar (Figura 4).
Fonte: Elaborada pelo autor.
Figura 4
Papéis do administrador
ph
ip
at
bi
g/
Sh
ut
te
rs
to
ck
PAPÉIS INTERPESSOAIS
Indicam como o 
administrador interage 
com as pessoas e influencia 
seus subordinados. 
São desempenhados 
geralmente por um chefe 
e líder.
Indicam como 
o administrador 
intercambia, troca e 
processa a informação. 
São desempenhados 
geralmente por um 
monitor, disseminador e 
interlocutor.
Indicam como o 
administrador utiliza 
a informação em 
suas decisões. São 
desempenhados geralmente 
por um empreendedor, 
solucionador de conflitos, 
alocador de recursos e 
negociador.
PAPÉIS INFORMACIONAIS PAPÉIS DECISORIAIS
14 Teorias da Administração
1.3 Conceituando organização 
Vídeo As organizações (instituições ou empresas) estão presentes e são 
necessárias em nossas vidas. Podemos afirmar que hoje vivemos em 
uma sociedade eminentemente organizacional, constituída de institui-
ções complexas, as quais controlam o homem em todas as etapas de 
sua vida. Somos constantemente influenciados por essa instituições, 
uma vez que nascemos em hospitais, somos educados em escolas e 
trabalhamos em organizações.
Hodge, Anthony e Gales (apud SILVA, 2001, p. 44) afirmam que uma 
“organização é definida como duas ou mais pessoas trabalhando jun-
tas cooperativamente, dentro de limites identificáveis, para alcançar 
um objetivo ou meta comum”. 
Assim, as organizações são arranjos sistemáticos de pelo menos 
duas pessoas em constante interação, que cumprem papéis formais e 
compartilham um propósito comum, possuem objetivos e contam com 
recursos, constituindo um todo orientado para determinados fins.
Uma empresa pode ser definida também como o conjunto de es-
forços dos atores que fazem parte da dinâmica produtiva, somados 
aos recursos necessários para a consecução do processo administra-
tivo. Desse modo, para que possa atender às necessidades dos seres 
humanos, é necessário que ela reúna, junto à tecnologia (proveniente 
da construção do conhecimento), elementos econômicos (fatores da 
produção), como recursos naturais (bens econômicos originados na 
natureza), trabalho (esforços das pessoas que participam do processo 
produtivo) e capital (máquinas, equipamentos e moeda).
Dentre os vários conceitos de organização, Peter Drucker (1997), 
considerado por muitos o guru da Administração moderna, é quem 
tem lidado com o conceito da melhor forma. Para ele, uma organização 
é um agrupamento humano, composto de especialistas que trabalham 
em conjunto em uma atividade comum.
Peter Ferdinand Drucker, 
escritor, professor e consultor 
administrativo, é considerado o 
pai da administração moderna, 
a qual era subentendida como a 
ciência que trata das pessoas nas 
organizações.
Saiba mais
O administrador é um ator que não pode faltar em uma cena orga-
nizacional ou social. Ele tem importância no sucesso de uma empresa, 
pois a mantém no rumo e com o foco em seus objetivos, possibilitan-
do que os resultados sejam alcançados de modo eficaz. A essência do 
administrador é obter resultados por intermédio de terceiros, sendo 
assim, ele transforma conhecimento em resultados.
A Administração e a evolução do pensamento administrativo 15
De todos os conceitos aqui ilustrados, os quais não apresentam dis-
crepâncias sensíveis, mas sim valorações diferentes em relação aos ele-
mentos da definição, podemos construir um conceito próprio, dentro 
de uma realidade pragmática, na qual tentamos refletir o pensamento 
e as ações das empresas. Portanto:
as organizações são grupos de pessoas que se constituem de modo organizado e 
estruturado para atingir objetivos comuns, por meio da utilização de recursos finan-
ceiros, materiais, tecnologias e informações.
Enquanto as empresas eram pequenas, elas não sofriam influência 
do meio ambiente e eram de fácil administração. A partir do momen-
to em que foram crescendo, muitas vezes de forma desordenada, o 
ambiente onde elas existiam foi se transformando e tornando-se mais 
complexo em suas exigências, com isso, as organizações precisaram 
transformar aspectos como estrutura e modelo de gestão e produção.
Essas, hoje, podem ser classificadas com base em seu tamanho 
(pequena empresa, empresa de médio ou grande porte), em seu nível 
hierárquico, em seu grau de complexidade, em sua condição de forma-
lidade ou informalidade, nos usuários a quem atende, se são mecâni-
ca, orgânica, nacional ou multinacional etc. Essas classificações levam 
também em consideração o faturamento mensal ou a quantidade de 
colaboradores de cada instituição.
As empresas informais são resultantes da relação estabelecida entre 
seus membros. Por outro lado, as formais são originárias de planeja-
mento de divisão racional do trabalho e especialização dos órgãos em 
funções que a compõem. Ainda, as mecânicas são aquelas vistas como 
rígidas em sua estrutura e gerenciamento, construídas por meio de um 
projeto e montadas como peças mecânicas. Já as orgânicas adotam um 
modelo de gestão focado no desenvolvimento humano; esse tipo de 
gestão é indicado para empresas que lidam com alta competitividade e 
mudanças constantes no mercado em que estão inseridas. As nacionais 
possuem operação e atuação apenas em um país, são também chama-
das de locais e, por fim, as multinacionais possuem condições de operar 
em diversos países simultaneamente (empresas globais).
Além disso, as organizações podem ser lucrativas (empresas) e não lu-
crativas (igreja, exército, serviço público, ONGs). No caso das organizações 
não lucrativas, não estamos querendo dizer que elas não perseguem o 
O livro Teorias Da Adminis-
tração I apresenta como 
foi o desenvolvimento das 
teorias da administração, 
em relação a sua aplica-
bilidade nas empresas 
em função da análise das 
forças de mercado e das 
variáveis tarefas, estrutu-
ras, pessoas, ambientes e 
tecnologias.
TRIGUEIRO, F. M. C.; MARQUES, N. A. 
Florianópolis: Departamento de 
Ciências da Administração/UFSC 
[Brasília]: CAPES: UAB, 2014. 
Disponível em: https://educa-
pes.capes.gov.br/bitstream/
capes/401253/1/Livro_Teo-
rias_da_Administracao_I%20
WEB%20atualizado.pdf. Acesso em: 
20 jul. 2020.
Livro
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/401253/1/Livro_Teorias_da_Administracao_I%20WEB%20atualizado.pdf
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/401253/1/Livro_Teorias_da_Administracao_I%20WEB%20atualizado.pdf
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/401253/1/Livro_Teorias_da_Administracao_I%20WEB%20atualizado.pdf
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/401253/1/Livro_Teorias_da_Administracao_I%20WEB%20atualizado.pdf
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/401253/1/Livro_Teorias_da_Administracao_I%20WEB%20atualizado.pdf
16 Teorias da Administração
lucro, até porque se não houver lucro a instituição, mesmo sem fins lucra-
tivos, sucumbiria com o tempo. As empresas, por sua vez, diferenciam-se 
por visarem ao lucro. Elas se sujeitam às leis do mercado e sofrem interfe-
rência de todas as variáveis que o ambiente externo apresenta.
As instituições governamentais têm por objetivo a promoção do 
bem comum, isto é, a satisfação das necessidades públicas, tais como 
segurança, saúde e educação, além de gerir adequadamente todos os 
recursos do Estado para que o alcance dos objetivos seja claro e eficaz 
e de acordo com a vontade política emanada da sociedade.
As organizações privadas sem fins lucrativos objetivam, basica-
mente, a transformação social, pautada numa sociedade mais justa e 
igualitária, podendo ser representadas pelas ONGs, pelas igrejas ou 
organizações religiosas, pelos sindicatos etc. Sua atuação diz respeito 
à utilização de recursos, públicos ou não, de modo a satisfazer às ne-
cessidades dos menos favorecidos. Quem define essas prioridades é o 
próprio ambiente sociocultural que as cerca. 
As empresas comfins lucrativos são aquelas organizações intencio-
nalmente produzidas para atender às necessidades de um determina-
do e característico grupo de consumidores com a produção de bens ou 
a prestação de serviços.
1.4 Evolução do pensamento administrativo 
Vídeo A história da administração é recente como ciência da administra-
ção, tendo um pouco mais de 100 anos. Considerando que vivemos 
em uma sociedade em constante mudança, essa transformação vem 
ocorrendo desde a pré-história, passando por diversas outras fases até 
chegarmos à era da informação e do conhecimento.
No primeiro momento, as relações sociais entre os membros da or-
ganização eram praticamente inexistentes. Hoje, as pessoas se organi-
zam e dependem da sociedade para sobreviver e viver em associações.
Segundo Motta (2002), essa evolução vem acontecendo de forma 
muito mais veloz, em que a inovação é consequência do dinâmico mun-
do do conhecimento e as formas de transmissão desse conhecimento 
vêm exigindo das pessoas maior integração e adaptação. A transição 
social aconteceu e a economia tornou-se mais forte, ambas conse-
quências da disseminação do conhecimento.
A Administração e a evolução do pensamento administrativo 17
Durante a evolução histórica da administração, duas instituições se destacaram: 
a Igreja Católica Romana e as Organizações Militares.
A Igreja Católica Romana pode ser considerada a instituição for-
mal mais  eficiente da civilização ocidental. Através dos séculos, vem 
mostrando e provando a força de atração de seus objetivos, a eficácia 
de suas técnicas organizacionais e administrativas, espalhando-se por 
todo mundo e exercendo influência, inclusive sobre os comportamen-
tos das pessoas, seus fiéis. Já as Organizações Militares evoluíram das 
ordens dos cavaleiros medievais e dos exércitos mercenários, entre os 
séculos XVII e XVIII até os tempos modernos, cuja hierarquia de poder 
é rígida e baseada na adoção de princípios e práticas administrativas 
comuns a todas empresas da atualidade.
No decorrer da história, a Administração se desenvolveu muito len-
tamente. O aparecimento da empresa e da Administração moderna 
ocorreu no final do século XVIII, foi devagar até o século XIX e acelerou 
a partir do início do século XX. Esse fenômeno, que resultou em rápidas 
e profundas mudanças econômicas, sociais e políticas, ficou conhecido 
como Revolução Industrial 1 .
No entanto, antes disso, a administração sofreu influência decisiva 
dos filósofos, uma vez que era vista como habilidade pessoal, sepa-
rada do conhecimento técnico e da experiência. Essa influência ficou 
evidente na maneira de abordar e solucionar problemas e na tendência 
à análise e à divisão do trabalho.
Os principais filósofos da antiguidade que influenciaram a admi-
nistração, dentro de sua linha de pensamento e raciocínio, foram: 
Sócrates, por meio da habilidade pessoal, do conhecimento técnico 
e da experiência; Platão, por meio de interesses políticos e sociais e 
da forma social de governo; e Aristóteles, por meio da Administração 
Pública (Monarquia, Aristocracia e Democracia).
Continuando a abordagem histórica, chega-se à Idade Média, em que 
nos deparamos com os pensamentos do filósofo René Descartes, o qual 
defendia a ideia de O Discurso do Método, descrevendo as coordenadas 
cartesianas, bases para o estudo da Administração, como a divisão do 
trabalho, a ordem, o controle etc., os quais influenciaram a Administra-
ção de maneira significativa. Podemos citar seus princípios, que foram:
A Revolução Industrial pode 
ser dividida em duas épocas 
distintas: a primeira vai de 1780 
a 1860, com a utilização mais 
intensa do carvão e do ferro; 
e a segunda, de 1860 a 1914, 
com a utilização do aço e da 
eletricidade.
1
Durante a caminhada histórica 
do pensamento administrativo, 
os filósofos e economistas 
liberais alemães Karl Marx 
e Friedrich Engels discutiam 
a dominação econômica do 
homem pelo homem, por meio 
de seu Manifesto Comunista, no 
qual afirmavam que a história 
da humanidade sempre foi a 
história da luta de classes, resu-
midamente, entre exploradores e 
explorados.
Saiba mais
18 Teorias da Administração
 • Dívida Sistêmica ou Evidência: diz respeito a não aceitar como 
verdadeira coisa alguma enquanto não se souber com evidência 
– clara e distinta – o que é realmente verdadeiro;
 • Análise de Decomposição: trata-se de dividir o problema em 
partes e resolvê-las, cada uma, separadamente;
 • Síntese da Composição: tem relação com compor as soluções 
parciais para solução do problema;
 • Enumeração ou Verificação: trata-se de fazer revisões, quantas 
forem necessárias, para ficar seguro que não houve omissão ou 
esquecimento.
Com a invenção da máquina a vapor, na Idade Antiga, surgiu uma 
nova concepção de trabalho, a qual modificou profundamente toda 
a estrutura social e comercial, modificando o conceito de fabricação 
artesanal, para a fabricação industrial, transferindo a habilidade de 
fabricação do artesão para a máquina, com a finalidade de produzir 
com mais eficiência e qualidade, em uma quantidade maior e com 
redução de custos.
Não podemos deixar de citar a influência dos empreendedores, em 
função da derrocada das grandes corporações, uma vez que dirigi-las 
ou administrá-las não era apenas uma questão de habilidade pessoal 
ou de utilização de recursos. Era a necessidade de fatores como desen-
volvimento tecnológico, mudança de mercado, livre comércio, cresci-
mento das empresas e maior capacidade de investimento. Esses fatores 
criaram as bases para o surgimento das teorias administrativas e para 
a gestão empresarial, fazendo com que, hoje, seja impossível imaginar 
a sociedade moderna sem o esforço organizado e sem o administrador, 
que ajuda a sincronizar e integrar tal esforço. 
As raízes da Administração podem ser localizadas na antiguidade, 
mas a Administração Científica constitui certamente a sua porta de en-
trada. O certo é que cada época produz uma forma organizacional ade-
quada para o seu tempo e suas necessidades.
Hoje, estamos vivendo a Era do Conhecimento e da Informação, em que 
o grande elemento é a mudança. Assim, o compromisso dos administrado-
res e gestores é com a mudança, pois a sociedade organizada muda e, con-
sequentemente, as relações, sejam sociais ou comerciais, a acompanham.
Para ampliar seus 
conhecimentos sobre os 
conceitos apresentados 
nesse capítulo, assista ao 
vídeo Gestão Empresarial 
– Principais problemas 
organizacionais, publicado 
pelo canal Empari Global 
Innovation, em que se 
procura mostrar os pro-
blemas das organizações 
e explicar a necessidade 
de uma boa administra-
ção ou gestão.
Disponível em: https://www.you-
tube.com/watch?v=LhETYBBA1ag. 
Acesso em: 20 jul. 2020. 
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=LhETYBBA1ag
https://www.youtube.com/watch?v=LhETYBBA1ag
A Administração e a evolução do pensamento administrativo 19
Esse compromisso com a mudança é a única certeza para a sobrevi-
vência das organizações, permitindo, por meio das inovações, acelerar, 
de forma racional e estruturada, as atividades produtivas e empresa-
riais, configurando um melhor desenvolvimento econômico para as 
instituições, as quais procuram atender às demandas do mercado, que 
ocorrem de maneira progressiva como perspectiva de fortalecimento 
do pensamento capitalista.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao estudarmos os conceitos e fundamentos da Administração, pre-
cisamos entender que essa é uma ação realizada dentro das empresas. 
Portanto, é uma maneira de se fazer coisas; realizar ações, de maneira 
correta e estruturada; utilizando recursos; buscando atingir aos resulta-
dos que representem a satisfação da sociedade consumidora e a satisfa-
ção da organização.
Nesse sentido, fica muito claro que a administração é realizada nas 
organizações, sejam elas quais forem, e necessária para a estruturação e 
o dimensionamento da atividade laborativa.
Para entendermos de maneira mais pormenorizada essa questão, foi 
necessária uma compreensão clara doconceito de organização e sua con-
cepção como sociedade organizada, pois é nela que os meios produtivos 
são inseridos e transformados, gerando satisfação das diversas necessi-
dades da sociedade.
Essa abordagem deve servir como um ponto de partida para qualquer 
administrador e gestor de uma organização, pois explora os conceitos, 
funções, princípios etc. que constituem a base da Administração, bem 
como o desenvolvimento histórico do pensamento administrativo, os 
quais afetam o papel e as habilidades de um administrador ou gestor e 
como eles podem ser desenvolvidos.
Como tudo, esses conceitos também se encontram em transforma-
ção, pois as velhas incertezas da Administração estão cada vez mais se 
desfraldando, uma vez que a evolução do pensamento administrativo 
está relacionada com o contexto histórico em que está inserido e que as 
pessoas representam o meio onde vivem e guiam sua ação.
Essa evolução evidencia a necessidade da sociedade compreender a 
nova lógica das organizações diante da velocidade das mudanças e dos 
20 Teorias da Administração
desafios do mundo globalizado, cabendo ao administrador ou gestor o 
desafio de fazer a leitura da realidade, diagnosticar a situação e decidir a 
abordagem mais indicada para cada situação organizacional.
Logo, a coexistência das perspectivas, aparentemente contraditórias 
com relação às teorias administrativas e organizacionais, deve ser vista 
como algo inevitável, uma vez que a sociedade é extremamente mutável 
e as pessoas que a compõem acompanham essas mudanças. Portanto, 
é necessário desenvolver novos modelos de administração que contem-
plem a modernidade e a contemporaneidade.
ATIVIDADES
1. Para que as empresas possam ser bem-sucedidas, é necessário que 
os seus processos sejam sistêmicos, a fim de obter os melhores 
resultados em menor tempo e com menos custos. Com base nessa 
afirmação, como você pode explicar a eficiência e a eficácia?
2. Conceitue as três habilidades fundamentais aos administradores.
3. As empresas buscam constantemente serem bem-sucedidas e se 
destacarem diante da concorrência e do mercado. Com base nessa 
afirmação, conceitue organização e administração.
REFERÊNCIAS
DRUCKER, P. A organização do futuro: como preparar hoje as empresas de amanhã. São 
Paulo: Futura, 1997. 
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2012.
MOTTA, F. C. P. Teoria geral da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
OLIVEIRA, D. P. R. Administração estratégica na prática: a competitividade para administrar 
o futuro das empresas. São Paulo: Atlas, 2011.
REZENDE, A. M.; BIANCHET, S. B. Dicionário do latim essencial. Belo Horizonte: Autêntica, 
2014. (Coleção Clássica).
SILVA, R. O. Teorias da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
Perspectiva clássica da Administração 21
2
Perspectiva clássica 
da Administração
Antes de estudarmos a perspectiva clássica da Administração, é 
necessário entendermos que a Administração é uma ação, ou seja, 
uma forma de aplicarmos, no contexto organizacional, princípios, 
técnicas e métodos voltados ao aumento da produtividade e à 
melhoria da qualidade de vida, relacionando-os com a organização 
do trabalho e com o dimensionamento estratégico das relações 
comerciais, visando satisfazer as demandas da sociedade, sejam 
elas econômicas ou sociais.
Temos um grande compromisso com a mudança, que aconte-
ce de modo muito veloz. Isso fica comprovado quando utilizamos 
nossos smartphones, que praticamente resolvem todos, ou quase 
todos, nossos problemas de comunicação, bem como se transfor-
mam em computadores para auxiliar nosso trabalho no dia a dia, 
que, anteriormente à Revolução Industrial, era moroso, pouco pro-
dutivo e muito custoso.
Os trabalhos que hoje realizamos em nossas instituições sem-
pre foram feitos de outra forma, menos técnica, menos produtiva 
e mais onerosa para as organizações e para os atores do processo 
administrativo, mas sempre uma ação estruturada, coletiva, articu-
lada, coordenada e orientada para um propósito comum.
Com base nessa visão, vamos estudar as principais teorias 
administrativas desenvolvidas nos primeiros 50 anos de existência 
da ciência administrativa. Vale a pena observar que o estudo da 
história do pensamento administrativo não se resume a apenas 
dispor os fatos em ordem cronológica, porém a entender o im-
pacto das concepções teóricas e de determinadas forças sobre as 
organizações, sejam elas políticas, culturais, econômicas ou sociais, 
22 Teorias da Administração
o que, certamente, dará apoio ao alcance dos níveis de eficiência e 
de eficácia e efetividade desejados pelo gestor.
As teorias são elaboradas por meio da observação de práticas 
e realidades existentes em determinados ambientes, configurando 
uma forma de pensamento baseada na busca de padrões e na de-
terminação de sua repetição através dos tempos.
Compreendendo com clareza as teorias da Administração, 
teremos condições de entender a evolução dos conceitos e das 
práticas da Administração e descobrir como esses conhecimentos 
podem nos ajudar a administrar eficazmente a organização.
2.1 Entendendo o trabalho na organização 
Vídeo O trabalho nas organizações passa a ser estruturado com o surgi-
mento da Administração Científica, no início do século XX, decorrente 
das fortes influências da Revolução Industrial. Esta resultou na saída do 
processo de produção artesanal e agrícola para o processo industrial 
de produção, com a predominância de processos em massa.
Os integrantes dessa escola ficaram conhecidos como os “engenhei-
ros” da organização, pois grande parte deles era engenheiro profis-
sional e realizaram seus estudos sobre os problemas da organização 
partindo da unidade fundamental da qual se originam todas as organi-
zações humanas – a função e seu ocupante – e dela prosseguiram na 
constituição da estrutura até o topo. Predominava a atenção ao méto-
do de trabalho, aos movimentos necessários para a execução da tarefa 
e ao tempo padrão determinado para a execução.
Um dos fundamentos dessa escola era o postulado de que o homem 
é um ser fundamentalmente racional e, ao tomar uma decisão, “conhece 
previamente todos os cursos de ação disponíveis, bem como as conse-
quências da opção por qualquer um deles” (MOTTA, 2002, p. 86).
2.1.1. A Administração Científica
O surgimento da teoria da Administração Científica tem como 
base a necessidade de sistematizar o trabalho, para que as empre-
sas pudessem ter mais lucratividade decorrente da produtividade do 
Perspectiva clássica da Administração 23
trabalhador, que era considerado um instrumento de produção neces-
sário para alcançar eficiência para a organização.
Frederick Winslow Taylor (1856-1915), ou simplesmente Taylor – 
como é conhecido no meio acadêmico –, foi um dos grandes influen-
ciadores da Administração no século XX, especialmente na indústria de 
produção em massa. A principal preocupação de Taylor era aumentar a 
produtividade da empresa por meio do aumento da eficiência no nível 
operacional, isto é, no nível dos operários, assegurando simultanea-
mente o máximo de prosperidade ao patrão e ao operário.
Taylor (1911) comparava a organização com uma máquina, que se-
gue um projeto predefinido. Desse modo, segundo o autor, o salário é 
importante, mas não é fundamental para a satisfação dos funcionários; 
a organização é vista de forma fechada, desvinculada de seu mercado; 
a qualificação do funcionário passa a ser supérflua em consequência 
da divisão de tarefas, que são executadas de maneira repetitiva e mo-
nótona; e, finalmente, a Administração Científica faz uso da exploração 
dos funcionários em prol dos interesses particulares da empresa.
Para tanto, por meio de um estudo minucioso, Taylor (1911) propôs 
que a análise científica das tarefas e atividades contribuiria para a de-
terminação do que seria o trabalho mais adequado para cada pessoa 
desempenhar.
Taylor defendia a ideia de que para cada pessoa existe um trabalhoideal.
Taylor (1911) dividiu seu trabalho em duas partes: uma teórica ou 
filosófica e outra aplicável. Esse pensamento de cunho mais teórico e 
filosófico resultou em uma combinação de quatro grandes princípios 
básicos da Administração:
 • desenvolvimento de uma verdadeira ciência;
 • seleção científica do trabalhador;
 • educação e treinamento científico do trabalhador;
 • cooperação íntima e cordial entre a administração e os 
trabalhadores.
Seu estudo iniciou-se no “chão de fábrica”, por meio da análise das 
tarefas de cada operário, decompondo seus movimentos e processos 
24 Teorias da Administração
de trabalho, aperfeiçoando-os e racionalizando-os gradativamente. 
Assim, concluiu que um operário médio produzia muito menos do 
que era capaz com o equipamento disponível e que, muitas vezes, não 
produzia mais porque os colegas dele também não produziam. Dessa 
observação, surgiu a ideia de fazer um pagamento maior e diferencia-
do de acordo com a quantidade produzida.
Com a aplicação desse estudo, Taylor constatou que, para obter 
mais produtividade, eficiência e baixo custo nas empresas, seria ne-
cessário um método científico que objetivasse pagar salários altos e ter 
baixos custos unitários de produção; e a Administração deveria aplicar 
métodos científicos de pesquisas e experimentação.
A fim de formular princípios e estabelecer processos padronizados 
que permitissem o controle de operações fabris, os empregados de-
viam ser cientificamente colocados em serviços ou postos em que os 
materiais e as condições de trabalho fossem cientificamente seleciona-
das, para que as normas pudessem ser cumpridas, e adestrados para 
aperfeiçoar suas aptidões e, portanto, executar um serviço ou tarefa 
de modo que a produção normal seja cumprida; e uma atmosfera de 
cooperação devia ser cultivada entre a administração e os trabalha-
dores, para garantir a continuidade desse ambiente psicológico que 
possibilitasse a aplicação dos princípios mencionados.
Em consequência disso, Taylor (1911) concluiu que:
existe uma divisão de trabalho e de responsabilidades, quase equitativa, entre a di-
reção e o operário. A direção se encarrega de todas as atribuições para que esteja 
melhor aparelhada do que o trabalhador, ao passo que, anteriormente, quase todo o 
trabalho e a maior parte das responsabilidades recaíam sobre o operário.
Em um segundo período, Taylor, colocando em prática o modelo 
de aplicação de sua filosofia, desenvolveu estudos sobre a Administra-
ção geral, a qual denominou efetivamente de Administração Científica, 
sem deixar, contudo, sua preocupação com relação à tarefa do ope-
rário. Desse modo, a ênfase saiu da produtividade do trabalhador e 
deslocou-se para o aprimoramento dos métodos de trabalho.
No entanto, segundo Taylor (1911), as indústrias de sua época pade-
ciam de problemas, os quais classificou em três grupos:
Perspectiva clássica da Administração 25
 • vadiagem sistemática por parte dos operários, com o objetivo de 
evitar reduções nos salários;
 • desconhecimento, pelas gerências, dos métodos de trabalho ne-
cessários para a produção;
 • falta de uniformidade nos métodos de trabalho.
Para resolver tais problemas, Taylor idealizou a Administração 
Científica (Gerência Científica, Organização Científica no Trabalho e 
Organização Racional do Trabalho), um sistema de administração que 
tinha como objetivo principal garantir o melhor custo-benefício aos 
sistemas produtivos.
Por meio da Administração Científica, Taylor almejava elevar o nível 
de produtividade, conseguindo com que o trabalhador produzisse mais 
em menos tempo e sem elevar os custos de produção. Ele também 
observou que os sistemas administrativos da época eram falhos, com 
falta de padronização dos métodos de trabalho e desconhecimento, 
por parte dos administradores, do trabalho dos operários. Para ele, as 
pessoas eram consideradas instrumentos de produção para atingir a 
eficiência empresarial.
Todavia, de acordo com Taylor (1911), a implantação dessa Admi-
nistração Científica deveria ser gradual e obedecer a certo período de 
tempo, para evitar alterações bruscas que causem descontentamento 
por parte dos empregados e prejuízos aos patrões.
2.1.2. Princípios da Administração Científica
Taylor criou uma revolução mental, com a definição de regras 
para a melhoria da eficiência do processo produtivo e, como resulta-
do de seus estudos, criou os princípios da Administração científica. 
São eles:
 • desenvolvimento de um método científico para o trabalho dos 
operários;
 • desenvolvimento de um processo científico de seleção e treina-
mento do operário;
 • cooperação entre as gerências e os operários;
 • divisão do trabalho dos operários em função de sua especialização.
26 Teorias da Administração
2.1.3. Os seguidores de Taylor
Devido às suas grandes ideias, Taylor conseguiu diversos seguido-
res, entre eles Henry Ford, Harrington Emerson, Frank Gilbreth, Lilian 
Gilbreth e Henry Gantt.
Henry Ford
É conhecido como um dos responsáveis pelo grande salto quali-
tativo no desenvolvimento organizacional atual. Buscava a cristali-
zação do conceito da eficiência no mais amplo sentido. No período 
entre 1905 e 1910, Ford promoveu a produção em massa, uma gran-
de inovação do século XX. Foi ele quem apresentou o maior exemplo 
de administração eficiente individual que a história conhece; apli-
cou as ideias da Administração Científica, revolucionando, com esse 
processo, a indústria automotiva e a nossa sociedade. Assim, Ford 
lançou alguns princípios para agilizar a produção e reduzir os custos 
e o tempo de produção.
 • Princípio da intensificação: consistia em diminuir o tempo 
de produção com o emprego imediato dos equipamentos e da 
matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado.
 • Princípio da economicidade: consistia em reduzir ao mínimo 
o volume do estoque da matéria-prima em transformação, tor-
nando a velocidade de fabricação rápida.
 • Princípio da produtividade: consistia em aumentar a capaci-
dade de produção do homem, no mesmo período, por meio da 
especialização da linha de montagem.
Harrington Emerson
Era engenheiro e foi um dos principais auxiliares de Taylor. Foi Harrin-
gton Emerson quem popularizou a Administração Científica e desenvol-
veu os primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento de empregados. 
Para isso, Emerson (1919) idealizou 12 princípios para eficiência:
 • traçar um plano objetivo e bem definido, de acordo com os ideais;
 • estabelecer o predomínio do bom senso;
 • manter orientação e supervisão competentes;
 • manter disciplina;
 • manter honestidade nos acordos;
Perspectiva clássica da Administração 27
 • manter registros precisos imediatos e adequados;
 • fixar remuneração proporcional ao trabalho;
 • fixar normas padronizadas para as condições do trabalho;
 • fixar normas padronizadas para o trabalho;
 • fixar normas padronizadas para as operações;
 • estabelecer instruções precisas;
 • fixar incentivos eficientes ao maior rendimento e à eficiência.
Frank Gilbreth
Seguiu um percurso similar, embora independente do de Taylor. 
Abdicou de estudar na universidade estadounidense Massachusetts 
Institute of Technology (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, 
MIT) para ser auxiliar de pedreiro. Foi defensor da maioria dos princí-
pios da Administração Científica, como a divisão do trabalho, e tinha 
como principal objetivo descobrir a melhor forma de trabalhar.
Lilian Gilbreth
Lançou a tese A psicologia da Administração, considerada um dos 
primeiros estudos sobre o homem na indústria. Lilian julgava o am-
biente e as chances dadas aos funcionários essenciais para o aprimo-
ramento da produtividade.
Henry Gantt
Trabalhou com Taylor na Midvalle Steel Co. Desenvolveu métodos 
gráficos para representar planos e possibilitar melhor controle geren-
cial. Destacou a importância do fator tempo, custo e planejamento 
para realização do trabalho.
A Administração Científica tem vantagem pela dinâmica da produ-
tividade.Isso porque foi possível colocar em pauta o aumento dos sa-
lários e a diminuição da carga horária de uma maneira mais concreta. 
Por sua vez, teve como maior desvantagem a sua abordagem super-
ficial e superespecializada, motivo para receber críticas por aqueles 
que eram contra esses métodos, a mecanização dos trabalhos.
Contudo, podemos concluir que a Administração Científica tem um 
papel importantíssimo na formação do que conhecemos hoje como 
administração, porque foi pioneira nos estudos de métodos de traba-
lho, sendo grande responsável pela evolução de engenharias indus-
triais e de produção.
28 Teorias da Administração
2.2 Uma abordagem fisiológica e 
anatômica da Administração Vídeo
Paralelamente à administração Científica de Taylor, surgiu, na França, 
a Teoria Clássica da Administração, desenvolvida por Henry Fayol (1841-
1925). Essa teoria é constituída de um pensamento baseado na prescrição 
de normas que tinham como intuito fornecer, aos gerentes de empresas, 
maneiras de atingir os objetivos de suas organizações, caracterizando-se 
pelo olhar tanto sobre todas as esferas – operacionais e gerenciais – e apli-
cação do topo para baixo, ou seja, da gerência para a produção.
Essa maneira prescritiva de lidar com os problemas organizacionais 
é entendida pela inexistência de referências na época. Quando não se 
tem elementos de comparação, é necessário relacionar situações ideais 
para determinada situação. Portanto, partia do todo organizacional e 
da sua estrutura para garantir eficiência a todas as partes envolvidas 
(pessoas ou órgãos).
De acordo com Fayol (1990), toda organização possui um conjunto 
de funções, desempenhadas por empregados que possuem responsa-
bilidades e talentos. Esses empregados são responsáveis pelas funções 
básicas e administrativas da empresa, têm oportunidades de exercitar 
suas habilidades como gestores e serem reconhecidos por isso, visto 
que o sucesso organizacional depende mais das habilidades adminis-
trativas dos seus líderes do que de suas habilidades técnicas.
Henri Fayol dividiu as funções da empresa com base em uma visão 
sintética, global e universal, inaugurando uma abordagem anatômica e es-
trutural que superou o enfoque analítico e concreto de Taylor. Dentre as 
funções administrativas, relativas a planejamento, organização, comando, 
coordenação e controle, Fayol destacou cinco funções que a integram:
 • Função técnica: produção e transformação de bens e serviços;
 • Função comercial: compra, venda, permutação e troca;
 • Função financeira: otimização do uso de capital;
 • Função de segurança: proteção e preservação de bens e pessoas;
 • Função contábil: inventário, balanço patrimonial, custos e 
estatísticas.
Por meio dessas funções universais da Administração, Fayol define 
que o ato de administrar envolve: prever (visualizar o futuro e traçar o 
Perspectiva clássica da Administração 29
programa de ação); organizar (constituir o duplo organismo material e 
social da empresa); comandar (dirigir e orientar o pessoal); coordenar 
(ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos); e 
controlar (verificar que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas 
e as ordens dadas).
Além disso, Fayol (1990) criou os princípios gerais da administração, 
que são as bases da Administração como ciência.
1. Divisão do Trabalho: especialização das tarefas e das pessoas, a 
fim de aumentar a eficiência.
2. Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar 
ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é 
uma consequência natural da autoridade e significa ter o dever 
de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.
3. Disciplina: obediência, comportamento e respeito às normas 
estabelecidas.
4. Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de 
apenas um superior. É o princípio da autoridade única.
5. Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada conjunto 
de atividades que tenham o mesmo objetivo.
6. Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais: 
os interesses gerais devem sobrepor-se aos interesses particulares.
7. Remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida 
satisfação para os empregados e para a organização em termos 
de retribuição.
8. Centralização: concentração da autoridade no topo da hierarquia 
da organização.
9. Cadeia escalar: a linha de autoridade que vai do escalão mais 
alto ao mais baixo.
10. Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a 
ordem material e humana.
11. Equidade: amabilidade e justiça para obter a lealdade do pessoal.
12. Estabilidade e duração do pessoal: quanto mais tempo um 
empregado permanecer no cargo, melhor é; a rotatividade é um 
fator negativo.
13. Iniciativa: capacidade de visualizar um plano e assegurar o seu 
sucesso.
14. Espírito de Equipe: harmonia e união entre os empregados.
30 Teorias da Administração
Os princípios, segundo Fayol (1990), são úteis para estruturar qual-
quer organização, seja qual for seu ramo de atividade e seu tamanho. 
De acordo com o autor, existe uma proporcionalidade da função admi-
nistrativa, que se reparte por todos os níveis de hierarquia da empresa e 
não é privativa da alta direção da empresa. Em suma, a função adminis-
trativa não se concentra apenas no topo da empresa, mas é distribuída 
proporcionalmente em todos os níveis hierárquicos. Assim, conforme 
se desce na escala hierárquica, se aumenta a proporção das outras fun-
ções da empresa; já à medida que se sobe na escala hierárquica, mais 
se aumenta a extensão e o volume das funções administrativas.
No entanto, para Silva (2008), os princípios da Administração falha-
ram como verdades universais e em satisfazer os estudiosos, os quais 
se queixavam de que tais princípios eram como provérbios, apresen-
tando falta de origem científica e verificação.
Nesse contexto, podemos concluir que os trabalhos de Fayol, tal como 
os de Taylor, conseguiram desvendar que a chave do sucesso industrial 
estava no problema do pessoal e da sua administração, uma vez que Fayol 
se preocupava com a administração da empresa, sistematizando em seus 
estudos o resultado de observações experimentais e psicológicas.
2.3 A racionalidade técnica 
expandindo a produtividade Vídeo
Ao falarmos em racionalidade técnica como forma de expandir a 
produtividade, estamos apontando para uma das correntes da abor-
dagem clássica da Administração, cuja organização é vista, em larga 
escala, como estruturas mecanicistas. A Teoria da Burocracia abordou 
implicações sociais, dentro da estratégia do sistema aberto.
Essa teoria originou-se na Europa, no início do século XX, como uma 
alternativa às teorias administrativas conhecidas, pois usava a racionali-
dade para construir um sistema administrativo com base nos tipos de re-
lacionamentos necessários para se obter um aumento de produtividade.
Uma das primeiras aplicações do termo burocracia data do século 
XVIII, em que o termo era carregado de forte conotação negativa, de-
signando aspectos de poder dos funcionários de uma administração 
estatal, aos quais eram atribuídas funções especializadas, sob uma mo-
narquia absoluta.
Perspectiva clássica da Administração 31
Hoje, tendemos a ver a burocracia como uma máquina defasada, 
obsoleta e inchada, responsável muitas vezes pela lentidão das decisões 
e pela inoperância nos resultados das políticas públicas dos governos.
De acordo com Silva (2008), a escola da burocracia abriu uma nova 
visão na perspectiva administrativa, introduzindo o estudo de seu as-
pecto institucional, partindo da ciência política, do direito e da sociolo-
gia. Desse modo, completou o escopo da natureza da Administração, 
fornecendo-lhe o complemento necessário à consolidação da doutrina 
clássica 1 , propondo um modelo de aplicação e comparação.
Ainda, não podemos conceber uma organização sem um cunho ca-
pitalista, consequentemente, sem a utilização dos fatores da produção 
e sem um modelo sociológico burocrático que lhe dê sustentaçãoeco-
nômica e social.
2.3.1. Conceito de burocracia
A burocracia tem estreita relação com as organizações que se ba-
seiam em regulamentos, que criam direitos e obrigações. Podemos 
compreender que a burocracia enfatiza a formalização, a divisão do 
trabalho, a hierarquia, a impessoalidade e profissionalização e a com-
petência técnica dos trabalhadores. Portanto, podemos conceituar a 
burocracia como uma forma de organização humana baseada na racio-
nalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos pretendidos, a 
fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos.
Burocracia não quer dizer apenas papelada que corre pela empre-
sa, mas todos os processos empregados na empresa, como a compra 
de um equipamento ou mesmo de material de consumo (papel, lápis, 
caneta, clips etc.), em que é necessário que se preencha uma requisi-
ção ou pedido de compra, a qual precisa ser analisada e autorizada 
pelo seu chefe imediato. Este passa a requisição para o gerente do de-
partamento responsável pela aquisição e lá passa por outro processo 
formal (cotação de preços, efetivação da compra, recebimento da mer-
cadoria etc.) e, assim, para qualquer atividade formal de um escritório.
Diante disso, embora possamos conceituar a burocracia como um 
sistema social, ela é um tipo de poder e deve garantir a funcionalidade 
eficaz das estruturas organizacionais, sejam estas pertencentes ao go-
verno ou de domínio econômico privado. Podemos também conceituar 
a burocracia como um sistema socio-organizacional desenvolvido para 
Para a abordagem clássica, 
uma organização é a estrutura 
de relacionamentos, poder, 
objetivos, papéis, atividades, 
comunicações e outros fatores 
que existem quando pessoas 
trabalham juntas. Ou seja, as 
interações grupais, normas, ritos 
e modelo de convivência.
1
32 Teorias da Administração
oferecer o meio mais eficiente de se obter o trabalho feito, uma vez que 
os funcionários definiriam claramente e estabeleceriam a relação com 
as outras atividades.
Resumidamente, a burocracia refere-se a todo um processo de re-
gras, métodos, hierarquia e outros.
2.3.2. Características da Teoria da Burocracia
Considerando o entendimento do conceito da burocracia, citado 
anteriormente com diversas conotações, Weber (1999) coloca a buro-
cracia num posicionamento bem diferente, considerando-a muito mais 
do que uma forma de organização. Ele a explica como um fenômeno, 
enxergando nela um grande perigo para o homem, por sentir nos buro-
cratas a tendência de dominar a sociedade de uma forma legitimada de 
dominação, o domínio legal-burocrático. Isto é, quando esse domínio é 
legitimado pela existência de normas formais e regulamentos, caracte-
rizando a existência de uma rede burocrática cujas características mais 
marcantes são:
 • Caráter legal das normas e regulamentos: é baseada em le-
gislação própria e previamente estabelecida; possui caráter legal, 
porque confere às pessoas nomeadas em cargos poder de coa-
ção sobre os subordinados.
 • Caráter formal das comunicações: na burocracia, as comu-
nicações, regras e decisões são escritas, criando a formalidade 
com o preenchimento de formulários e a rotina que advém desse 
procedimento.
 • Caráter racional e divisão do trabalho: a divisão do trabalho 
é sistemática e adequada aos objetivos pretendidos de máxima 
eficiência com cada funcionário, sua respectiva função, suas atri-
buições e suas responsabilidades.
 • Impessoalidade nas relações profissionais: a distribuição das 
atividades é feita em termos de cargos e funções, e não pessoas 
envolvidas.
 • Hierarquia da autoridade: cada cargo inferior deve estar sob o 
controle e supervisão de um posto superior.
 • Rotinas e procedimentos padronizados: as regras e normas téc-
nicas regulam a conduta do ocupante de cada cargo e suas ativi-
dades são executadas de acordo com as rotinas e procedimentos.
Perspectiva clássica da Administração 33
 • Competência técnica e por mérito: a escolha do profissional é 
feita por meio de méritos adquiridos e da competência técnica. São 
usados critérios de avaliação e classificação para toda a organização.
 • Especialização da Administração: os administradores da buro-
cracia não são seus donos ou acionistas, assim surgiu a especiali-
dade de gerir o negócio.
 • Profissionalização dos participantes: cada funcionário da bu-
rocracia é um profissional especializado nas atividades do cargo 
que ocupa.
 • Completa previsibilidade do comportamento funcional: os 
funcionários deverão comportar-se de acordo com as normas e 
regulamentos da organização e conforme o previsto.
2.3.3. A sociedade organizacional na concepção 
de Weber
A Teoria da Burocracia cria um novo padrão de comportamento 
socio-organizacional, fundamentado em especificidades do contexto 
social mais amplo que o ambiente intraorganizacional; observando o fe-
nômeno da autoridade racional-legal da sociedade, de forma crescente.
Diante dessa perspectiva, com o intuito de perceber melhor a buro-
cracia, Weber identificou tipos de autoridade, também conhecida como 
o sistema de controle social, que faz parte dos estudos das organiza-
ções formais, distinguindo autoridade das demais formas de influência, 
tais como poder e persuasão.
A autoridade pode ser distinguida segundo três tipos básicos:
 • Racional-legal: baseia-se em normas sociais, administradas pela 
meritocracia, com traços impessoais, técnicos e racionais.
 • Tradicional: resulta de uma ordem social sagrada e eterna, am-
parada no direito divino, na tradição cultural, na herança.
 • Carismática: confererida ao líder, em decorrência da fé de seus 
seguidores em suas qualidades distintivas.
Para Weber (1999), com base nos estudos da autoridade, as organi-
zações passariam por alguns estágios sociais até conseguirem se ade-
quar ao modelo burocrático. Ele identificou três tipos de sociedade, as 
quais corresponderiam três tipos de autoridade:
Poder: é a probabilidade de o 
indivíduo executar sua vontade 
apesar das resistências opostas. 
O poder inclui o controle da 
situação, mediante ameaças 
ou coações, ou por meio da 
manipulação das condições, de 
modo a obter obediência; poder 
não é autoridade.
Persuasão: é a faculdade de o 
indivíduo influenciar a decisão 
ou ação de outro, mediante a ra-
zão, o lógico e a argumentação.
Glossário
34 Teorias da Administração
 • sociedade tradicional: na qual prevaleceria a produção de 
subsistência, a dominação por um líder autocrático e a ausência 
de profissionalização;
 • sociedade carismática: tendo como predominantes as ideias re-
volucionárias, a mística ideológica, a propaganda personalística e 
as reações emocionais de massa;
 • sociedade legal, racional ou burocrática: caracterizada pela 
autoridade racional-legal, que tem como base de obediência as 
normas burocráticas.
Para Weber, a autoridade racional-legal permanece em todas a so-
ciedades organizacionais e apresenta-se como modelo. Esse modelo 
é o modelo burocrático da sociedade organizacional contemporânea.
2.3.4. Vantagens e disfunções da Burocracia
As vantagens da burocracia, para Weber (apud RIBEIRO, 2007), são:
 • racionalidade: relacionado ao alcance dos objetivos da 
organização;
 • precisão: na definição do cargo e na operação pelo conhecimen-
to exato dos deveres;
 • rapidez: nas decisões, pois cada um conhece quem e o que deve 
ser feito, através de canais preestabelecidos;
 • univocidade de interpretação: garantida pela regulamentação 
específica e escrita. A informação é dada apenas para quem deve 
recebê-la, sendo discreta;
 • uniformidade de rotinas e procedimentos: padronização reduzin-
do custos e erros, pois os procedimentos são definidos por escrito;
 • continuidade de organização: selecionando substitutos para o 
pessoal que é afastado da organização;
 • redução de atritos entre pessoas: cada funcionário conhece 
suas responsabilidades, o seu limite e o dos outros;
 • constância: os mesmos tipos de decisões devem ser tomadas 
nas mesmas circunstâncias;• subordinação dos mais novos aos mais antigos: o superior 
toma decisões que afetam o nível mais baixo;
 • confiabilidade: o negócio é conduzido de acordo com regras co-
nhecidas. As decisões são previsíveis e o processo decisório, por 
O vídeo Burocracia – Max 
Weber apresenta alguns 
aspectos sobre um 
assunto que enfrentamos 
em nosso dia a dia, a 
burocracia, tema esse 
tratado pelo sociólogo 
alemão Max Weber.
Disponível em: https://www.youtu-
be.com/watch?v=PXDKh9_wcGo. 
Acesso em: 20 jul. 2020.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=PXDKh9_wcGo
https://www.youtube.com/watch?v=PXDKh9_wcGo
Perspectiva clássica da Administração 35
ser despersonalizado no sentido de excluir sentimentos irracio-
nais, elimina a discriminação pessoal;
 • benefícios sob o prisma das pessoas na organização: o traba-
lho é dividido entre as pessoas de maneira ordenada, as quais 
são treinadas para se tornarem especialistas em seus campos 
particulares, podendo fazer carreira em função de seu mérito 
pessoal e competência técnica.
Como o comportamento humano nem sempre obedecia à previsi-
bilidade esperada por Weber, insuficiências e imperfeições foram se 
somando, dando origem às disfunções da burocracia.
Entre consequências imprevistas e não desejadas, podemos afir-
mar que disfunções são anomalias de funcionamento em que se deu 
muita ênfase aos resultados positivos da organização burocrática, 
esquecendo-se dos outros aspectos, como as tensões internas, impor-
tantes para o contexto geral da organização. Dentre as disfunções po-
dem ser citadas:
 • internalização das regras e apego aos regulamentos (passam de 
meios a principais objetivos);
 • excesso de formalismo e de papelada;
 • resistência às mudanças;
 • despersonalização do relacionamento;
 • categorização como base do processo decisório;
 • superconformidade às rotinas e aos procedimentos;
 • exibição de sinais de autoridade;
 • dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público.
Nos dias atuais, a burocracia fixou-se no conceito popular, em que 
o papelório, a morosidade e a ineficiência impedem soluções rápidas e 
eficientes. O fato é que a burocracia está extremamente voltada para 
dentro da organização. Além disso, ela não leva em conta a organização 
informal e a imprevisibilidade do comportamento humano e das situa-
ções da vida cotidiana.
Porém, de acordo com os estudos de Weber aqui apresentados, a 
burocracia é exatamente o oposto. Pelo fato de estar totalmente vol-
tada para o interior da empresa, ele acreditava que burocracia é uma 
organização eficiente por excelência, tendo em vista que explica, deta-
lhadamente, como as coisas deverão ser feitas.
36 Teorias da Administração
Na verdade, o pensamento de Max Weber sobre a Burocracia não 
advém de qualquer preocupação prática com a condução das em-
presas ou com a apresentação de normas e princípios científicos que 
viessem a auxiliar os administradores em suas contendas diárias. Sua 
preocupação era com o sentido das organizações na sociedade moder-
na, bem como essas como espaço de observação da modernidade e da 
racionalização. Ou seja, o interesse de Weber pelas organizações deriva 
de seu interesse maior em compreender o processo de modernização 
e racionalização na sociedade, o que atribui ao seu trabalho um caráter 
bem diferente da maioria dos teóricos da administração.
Ainda, a teoria a respeito da Organização Burocrática de Weber é 
parte constituinte de uma teoria maior da sociedade; assim sendo, é 
natural tanto que ela se concentre no sentido geral, ao invés das dife-
renças particulares, quanto que a sua transposição vulgar para a vida 
das empresas empobreça-lhe o sentido.
Por isso, acredita-se que a Teoria da Burocracia é um dos marcos mais 
importantes das teorias organizacionais, pois trouxe riqueza sociológica 
para esse campo, dominado até então pelo pensamento árido de técnicos 
e administradores emergidos de dentro das organizações. Além disso, em 
sua origem essencialmente cognitiva, podemos afirmar que a Teoria da 
Burocracia rompe com o prescritivismo das teorias organizacionais exis-
tentes até então (sobretudo da Escola Clássica e Científica).
Artigo
Para ampliar seus conhecimentos, leia o artigo Rotina de executivos inclui 
muito tempo perdido, publicado por Lucas Amorim na Revista Exame. O texo 
reflete os ensinamentos de Taylor e Fayol a respeito da divisão do trabalho e 
das responsabilidades na empresa. De acordo com esses ensinamentos, os 
gestores devem dedicar seu tempo para pensar e planejar as atividades da 
empresa, enquanto os demais operários devem executar as outras tarefas. 
Até hoje as empresas têm dificuldades para concretizar esse pensamento.
Acesso em: 20 jul. 2020. 
https://exame.abril.com.br/revista-exame/rotina-de-executivos-inclui-muito-tempo-perdido/
https://exame.abril.com.br/revista-exame/rotina-de-executivos-inclui-muito-tempo-perdido/
Perspectiva clássica da Administração 37
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem clássica da administração buscou tratar quase que 
exclusivamente da anatomia da organização formal. Esse modo de abor-
dagem foi, segundo nossa concepção e estudos, a primeira tentativa 
de considerar de forma mais específica os problemas da complexidade 
organizacional.
A perspectiva clássica da administração foi o primeiro esforço 
significativo de desenvolvimento de uma teoria formal para as modernas 
organizações industriais.
Tradicionalmente, a empresa era vista como um meio racional para 
realizar metas e objetivos. Embora provavelmente essa visão seja correta 
o suficiente, ela tende a não perceber os trabalhos e propósitos internos 
da própria organização.
Outra forma de tratar a organização é com uma maneira ou um me-
canismo para controlar aquelas forças que desgastam a colaboração 
humana. Temos que entender que o trabalho depende do que a or-
ganização oferece em termos de atividades e resultados, e isso tudo é 
melhor obtido por meio das organizações.
A presente análise da abordagem clássica da administra-
ção baseia-se na evolução que as organizações tiveram, a partir destes 
estudos, que estabeleceram um novo contexto histórico, o qual teve ori-
gem nas consequências da Revolução Industrial. Essas consequências 
trouxeram dois fatores genéricos que podem ter originado a perspectiva 
clássica da administração: o crescimento desorganizado das empresas, 
com sua complexidade administrativa, exigindo uma abordagem mais 
científica para substituir a improvisação e o empirismo então dominan-
tes; e a necessidade de aumentar a competência das organizações, no 
sentido de se obter o melhor rendimento possível de seus recursos para 
enfrentar a competição que aumentava entre as empresas.
Portanto, é necessário se desenvolver novas teorias da Administração 
que sejam complementares e contemplem a modernidade e a 
contemporaneidade.
38 Teorias da Administração
ATIVIDADES
1. Qual era o objetivo básico da Administração Científica, desenvolvida 
por Frederick Taylor?
2. De acordo com Fayol, a Administração podia ser definida como a 
realização das atividades administrativas, concentradas em cinco 
funções. Que funções eram essas?
3. Embora seja alvo de críticas, a visão burocrática contribuiu com a 
forma moderna de gerenciar uma empresa. Apresente e exemplifique 
uma dessas contribuições.
REFERÊNCIAS
EMERSON, H. Os doze princípios da eficiência. Nova York: The Engineering Magazine Co., 1919.
FAYOL, H. Administração industrial e geral. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1990.
MOTTA, F. C. P. Teoria geral da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
RIBEIRO, R. V. Teorias da administração. Curitiba: IESDE Brasil, 2007.
SILVA, R. O. Teorias da administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
TAYLOR, F. W. The principles of scientific management. Nova York; Londres: Harper & 
Brothers, 1911.
WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Saõ Paulo: 
Universidade de Brasília; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1999.
Perspectivahumanística da Administração 39
3
Perspectiva humanística 
da Administração
Na abordagem clássica, que envolve tanto a Administração 
Científica quanto a Administração Anatômica ou Administrativa, 
todos os estudos e processos centravam-se na eficiência, pessoal 
e organizacional. Já na burocracia, centravam-se esforços de pes-
quisa no uso de conhecimentos, razoabilidade, regras e procedi-
mentos lógicos.
Embora fundamentais para o processo administrativo, essas 
abordagens ignoravam a dimensão humana e social da organiza-
ção, apresentando como fundamentos somente as ideias do homo 
economicus 1 e a necessidade de controlar os aspectos da organi-
zação formal dentro de uma visão mecanicista.
Contudo, somente a eficiência não é suficiente para o suces-
so organizacional, sendo necessário olhar para a organização sob 
outra ótica, a qual se refere às pessoas. Diante disso, percebeu-se 
a necessidade de uma abordagem que integre a estrutura organi-
zacional formal às relações humanas. Neste capítulo, vamos com-
preender essa nova abordagem administrativa e de que modo ela 
visava entender os processos psicológicos e sociais como influen-
ciadores no desempenho do trabalho.
O homem, segundo o conceito de homo economicus, ou homem econômico, é um ser capaz de raciocinar, 
informar-se e centrar-se nele próprio. Esse homem almeja riqueza, evita trabalho desnecessário e é competente 
para tomar decisões em prol de seus objetivos.
1
3.1 As teorias de transição: integrando as 
relações humanas à organização formal Vídeo
O surgimento da corrente das relações humanas, influenciado pela 
desumanização do trabalho, foi basicamente um movimento de oposi-
ção aos métodos anteriormente propostos. Com base nisso, a ênfase, 
40 Teorias da Administração
que antes estava somente na tarefa e na estrutura, passa a ser dedica-
da também às pessoas. Nesse momento, surge, pela primeira vez, uma 
perspectiva das organizações voltada às relações humanas, baseando-
-se nos conceitos de empowerment e liderança visionária.
Nesse novo contexto, os funcionários passam a ser mais participa-
tivos na tomada de decisões das organizações, que devem, então, dis-
ponibilizar informações para que eles realizem tal tarefa. Antes disso, 
as teorias organizacionais convencionais desconsideravam a razão 
substancial essencial às necessidades de evolução e de emancipação 
humanas. A partir desse momento, a satisfação humana, ou a ênfase 
nas pessoas, passou a ser considerada importante, dando origem, por-
tanto, a uma visão da organização informal 2 .
Alguns estudiosos, como Follett e Barnard, dedicaram-se aos estu-
dos dessa abordagem, trazendo conceitos bastante essenciais para a 
compreensão desse tipo de organização.
3.1.1. Os estudos de Mary Parker Follett
Mary Parker Follett 3 foi uma estudiosa norte-americana – per-
tencente à escola das relações humanas e conhecida como a profe-
tisa do gerenciamento – que abordou vários conteúdos relacionados 
à Administração. Destacou-se em seus estudos por descrever a de-
mocracia como um processo dinâmico, por meio do qual os con-
flitos e as diferenças individuais deveriam ser negociados, visando 
ao encontro do consenso geral e perdurável. Dedicou-se, também, 
aos estudos da motivação humana, partindo de valores individuais 
e sociais, nos quais abordou uma perspectiva das organizações com 
base nas relações humanas.
Baseando-se no conceito de homo economicus, desenvolvido por 
pensadores da Administração Científica, Follett afirmava que o desen-
volvimento do ser humano somente acontecia quando o encarregavam 
de responsabilidades. Além disso, dando continuidade aos estudos da 
escola clássica, a qual afirma que há princípios gerais que podem ser 
aplicados em qualquer forma de organização, Follett preocupou-se 
com o estabelecimento de uma abordagem psicológica, concepção fu-
turamente estudada pela escola de relações humanas.
De acordo com os estudos de Follett, as concepções da psicologia 
– fundamentais para explicar o comportamento e obter um melhor de-
empowerment: termo utilizado 
na administração de empresas 
para se referir à descentralização 
de poderes, proporcionando, 
aos trabalhadores, uma maior 
participação e autonomia nas 
tomadas de decisão e nas res-
ponsabilidades de determinada 
organização.
Glossário
A organização informal designa 
o conjunto de relações ou intera-
ções que surgem espontanea-
mente entre os seus membros 
e que não são previstas ou 
formalizadas pela organização 
formal. Alguns exemplos são os 
grupos de moto, de caça ou de 
pesca ou, ainda, o grupo que 
normalmente almoça junto e 
cujos membros se relacionam 
entre si informalmente.
2
Para melhor compreender a 
singularidade de Follett na teoria 
administrativa e melhor avaliar 
a originalidade e o significado 
de sua contribuição à ciência 
e à prática da administração, é 
indispensável analisar as suas 
concepções a respeito de realida-
de social, comparando-as com 
as de outros autores que foram 
dominantes no assunto.
3
Perspectiva humanística da Administração 41
sempenho dos trabalhadores – não eram aplicadas adequadamente na 
administração das empresas. Ainda segundo a autora, as potencialida-
des individuais do ser humano permanecem até que sejam liberadas 
pela vivência em grupo, o que significa que o verdadeiro indivíduo só é 
compreendido quando organizado em grupo. Com isso, Follett concluiu 
que a verdade de cada pessoa é a verdade de um grupo (SILVA, 2008) 
e que, dessa forma, cada um tem direitos dentro de uma sociedade, 
independentemente se é a favor ou contra ela. Assim, a administração 
tem como principais responsabilidades integrar as pessoas e coorde-
nar as tarefas delas.
Considerando que a coordenação era o núcleo da administração, 
Follett criou quatro princípios democráticos para a função administra-
tiva nas organizações:
 • Coordenação pelo contato direto entre os diversos níveis da 
organização.
 • Coordenação do processo de planejamento, envolvendo os parti-
cipantes desde o início.
 • Coordenação pelos relacionamentos recíprocos, em que todas as 
partes influenciam e são influenciadas por outros.
 • Coordenação como um processo contínuo, que não deve ter fim.
Esses princípios visam preparar os administradores para compreen-
der e lidar com situações concretas, porque exploram exatamente a 
diversidade, a qual compõe a complexidade da vida real, e os procedi-
mentos que permitem lidar construtivamente com a divergência, tanto 
sob o ponto de vista individual quanto organizacional ou social. Além 
disso, aliando esses princípios democráticos à liderança participativa, a 
autora transfere o poder, antes voltado apenas às unidades superiores, 
para o conjunto geral de indivíduos da organização.
3.1.2. Os estudos de Chester Irving Barnard
Chester  Irving  Barnard, conhecido como um pensador do beha-
viorismo (comportamentalismo), pertenceu à escola das relações hu-
manas e desenvolveu seus estudos nos contextos de autoridade e de 
liderança, criando a teoria da cooperação apresentada à organização 
formal. De acordo com Barnard (1971), essa cooperação se desenvolve 
diante das necessidades biológicas, psicológicas e sociais que os indi-
42 Teorias da Administração
víduos têm para cumprir propósitos em uma organização, a qual ele 
conceitua como um sistema de tarefas ou forças coordenadas racional-
mente por dois ou mais indivíduos (WILLIANS, 2010).
As concepções do autor, relacionadas às organizações e aos geren-
tes, ganharam destaque na área da Administração por ressaltarem uma 
abordagem mais humana e social, envolvendo conceitos de eficácia, 
eficiência, equilíbrio dinâmico com o ambiente externo e autogestão.
Nesse contexto, a eficácia e a eficiência são competências funda-
mentais para que o executivo atinja os objetivos da organização pela 
qual é responsável e, ao mesmo tempo, alcance os próprios ideais 
(Figura 1). Desse modo, considerando que a eficácia e a eficiência apre-
sentam motivos pessoais e organizacionais, o comportamento

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