Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 MEDIDAS PREVENTIVAS DE MEDICINA DO TRABALHO PPRA (PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS). A Norma Regulamentadora 9, instituída pela Portaria 3.214/1978, estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores (e instituição que admitem como empregados), do Programa de Prevenção de Riscos ambientais (PPRA). O PPRA visa à preservação da saúde e da integralidade dos trabalhadores, por meio de antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Na realidade o PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação as saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR, em especial como o Programa de Controle médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, previsto na NR 7, a seguir estudado. Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração e intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos á saúde do trabalhador. 2 Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões, anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo por meio da pele ou ingestão. Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. O programa de Prevenção de Riscos ambientais deverá conter, no mínimo a seguinte estrutura: a) Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma; b) Estratégia e metodologia de ação; c) Forma de registro, manutenção e divulgação de dados; d) Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA. O documento-base do PPRA, suas alterações e complementações deverão ser apresentados e discutidos na CIPA, quando existente na empresa, de acordo com a NR-5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas dessa Comissão. O referido documento-base e suas alterações 3 deverão estar disponíveis, de modo a proporcionar o imediato acesso às autoridades competentes. O Programa de Prevenção de Riscos ambientais deverá incluir as seguintes etapas: a) Antecipação e reconhecimento dos riscos; b) Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; c) Avaliação dos riscos e da exposição de trabalhadores; d) Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; e) Monitoramento da exposição aos riscos; f) Registro e divulgação de dados. Compete ao empregador: Cabe ao empregador estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou instituição. Compete aos empregados: Por sua vez, cabe aos trabalhadores: colaborar e participar na implantação e execução do PPRA; seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA; informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar risco à saúde dos trabalhadores. O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou mais trabalhadores, estes possam interromper de imediato 4 as suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências. PCMSO (PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL) – NR7 O objetivo do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional é a promoção e a preservação as saúde do conjunto de trabalhadores. O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico- epidemiológico na abordagem da relação entre a saúde e o trabalho. O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnostico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais e danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. Compete ao empregador: a) Garantir a elaboração e a efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela eficácia: b) Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO; c) Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, da 5 empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO; d) No caso da empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho, de acordo com a NR4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO; e) Inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador deverá contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: a) Admissional; b) Periódico; c) De Retorno ao trabalho; d) De mudança de função; e) Demissional. Para cada exame médico realizado, assim previsto, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), em duas vias. A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho. A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. 6 O ASO deverá conter no mínimo: a) Nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função; b) Os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST; c) Indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados; d) O nome do médico coordenador, quando houver, com o respectivo CRM; e) Definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu. f) Nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato; g) Data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser registradas em prontuário clínico individual, que ficará sob a responsabilidade do médico-coordenador do PCMSO. 7 É obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do trabalho. Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, por meio de exames médicos que incluam os definidos na NR4; ou sendo verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, por meio dos exames especificados na NR4, mesmo sem sintomatologia, cabe ao médico- coordenador ou encarregado: a) Solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT; b) Indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho; c) Encaminhar o trabalhadorà Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho; d) Orientar o empregador quanto à necessidade de adoção de medidas de controle no ambiente de trabalho. CIPA (COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES) A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - surgiu em 1944 era Vargas- tem como objetivo a prevenção de acidentes e das 8 doenças decorrentes do trabalho de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e da saúde do trabalhador a) Objetivo: Observar e relatar as condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir e até eliminar riscos existentes e/ou neutralizá-los, discutindo os acidentes ocorridos e solicitando medidas que os previnam, assim como orientando os trabalhadores quanto a sua prevenção. b) Composição: é composta por representantes dos empregados e do empregador, de acordo com o dimensionamento trazido no quadro 1 da NR5. Será a CIPA composta por representantes do empregador, inclusive o presidente da CIPA e seu suplente, assim como os demais titulares e seus respectivos suplentes. Conforme noticiado anteriormente o Presidente da CIPA e designado pelo empregador enquanto os representantes dos empregados, titulares e suplentes são eleitos em escrutínio secreto por todos os empregados, independente de serem sindicalizados, entre os quais estará o Vice Presidente da CIPA. O número de representantes do empregador deverá ser igual ao número de representantes dos empregados 9 c) Prazo do Mandato: Os representantes titulares do empregador não poderam ser reconduzidos por mais de dois mandatos consecutivos. O mandato dos membros eleitos da CIPA é de um ano, permitida uma reeleição. d) Estabilidade: Prazo de mandato da CIPA é de um ano e os representantes dos empregados gozam de estabilidade até um ano após o término do mandato. Vale ressaltar que a estabilidade é válida desde a candidatura para a eleição da CIPA. A dispensa só poderá ocorrer se for por justo motivo (art. 482 da CLT). A garantia de emprego é para o empregado eleito e não para o indicado pelo empregador. e) Prazos para convocação de nova eleição CIPA e realização da mesma: A eleição para o novo mandato da CIPA deverá ser convocada pelo empregador com prazo mínimo de 45 dias antes do término do último mandato e realizada com antecedência mínima de 30 dias de seu término. f) Perda do mandato: O membro titular perderá seu mandato e será substituído pelo suplente quando faltar mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa. Os empregados deverão fazer um curso de CIPA. 10 OBS 1: A CIPA para empresa rural é definida pela NRR3 da Portaria 3067 do Ministério do Trabalho, de 12 de abril de 1988. É feita por estabelecimento para as empresas que tenham mais de 20 empregados. OBS 2: Tratando-se empreiteiras ou de prestadoras de serviços, considera-se estabelecimento o local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades. OBS 3: A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, nem ser desativada antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa ou reclassificação de risco, salvo em caso de encerramento da atividade do estabelecimento.
Compartilhar