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Alterações de desenvolvimento e anomalias dentárias – diagnóstico e aspectos clínicos ANORMALIDADES DENTÁRIAS POR FATORES AMBIENTAIS • Agressão aos ameloblastos: - Agressão na época de desenvolvimento dentário; - Os ameloblastos dos germes dentários em desenvolvimento são muito sensíveis a estímulos externos. Eles são responsáveis pela formação e deposição do esmalte, e muitos fatores podem levar a anormalidades no desenvolvimento do esmalte. - O esmalte passa por três estágios principais: formação de matr iz , mineral ização e maturação. Durante a formação da matriz, as proteínas do esmalte são depositadas. Na fase seguinte, o mesmo ocorre com os minerais, e a maior parte das proteínas originais é removida. Durante a finalização da maturação, o esmalte sofre a mineralização final e os remanescentes das proteínas originais são removidos. - No estágio inicial da mineralização, o esmalte é grosseiro, branco e relativamente mole. No estágio posterior da maturação, o esmalte difuso e opaco é substituído pelo esmalte definitivo, mais duro e translúcido. - Caso a agressão ocorra na formação de matriz, o esmalte simplesmente não se forma, e o dente nasce apenas com dentina (dente extremamente frágil), já caracterizando um problema estrutural; quando ocorre na mineralização, houve a formação e deposição, entretanto não mineralizou, por esse motivo o esmalte é muito frágil, e com a funcionalidade do dente esse esmalte vai sendo perdido; já na maturação o esmalte geralmente apresenta uma mudança na sua coloração, adquirindo uma coloração mais amarelada ou amarronzada, ainda um pouco fraco, mas com maior resistência comparado aos demais. • Esses defeitos visíveis de esmalte causados por fatores ambientais podem ser classificados em três grupos: - Hipoplasias (problemas estruturais); Ocorre em forma de fossetas, ranhuras, ou em grandes áreas com ausências de esmalte. - Opacidades difusas; Aparece como variações da translucidez do esmalte. Apesar da espessura do esmalte afetado ser normal, ela apresenta um aumento da opacificação branca, sem que haja uma delimitação clara com o esmalte em sua normalidade. - Opacidades demarcadas. Mostram áreas de menor translucidez, aumento da opacidade e um limite demarcado com o espaço adjacente. O esmalte tem espessura normal, e as opacidades podem ser brancas, castanhas, amarelas ou marrons. • HIPOPLASIA DE TURNER - É um problema que atinge dentes permanentes; - Causado por doença inflamatória apical ou ainda por trauma nos dentes nos dentes decíduos adjacentes; - O trauma também pode causar deslocamento da substância dentária dura já formada, com relação ao tecido mole do restante do dente em desenvolvimento; Diagnóstico em odontologia - Os defeitos do esmalte variam de áreas focais de coloração branca amarelada ou marrom até extensa hipoplasia que pode atingir totalmente a coroa. - Em dentes anteriores há menor incidência. • HIPOMINERALIZAÇÃO MOLAR – INCISIVO (HMI) - Ocorrem defeitos no esmalte de um ou mais primeiros molares permanentes; - Podendo também afetar os incisivos, entretanto, menos gravemente; - O esmalte alterado pode assumir coloração branca, amarela ou marrom, com nítida demarcação entre o defeito e o esmalte normal circundante. Muitas vezes, o esmalte envolvido é macio e poroso, parecido com giz ou a um queijo (molares em queijo) - O esmalte dos molares afetados é frágil e pode fraturar com grande facilidade. Muitas vezes, são sensíveis a temperatura e trauma mecânico, de modo que até a escovação é dolorosa, e todo esse conjunto favorece o desenvolvimento de cárie. - A causa da HMI é desconhecida, porém muitos pesquisadores acreditam que a condição resulte de uma influência sistêmica durante os primeiros anos de vida, coincidindo com o período de mineralização dos dentes afetados. - Se descoberta cedo há uma maior chance de confeccionar uma coroa, se descoberta mais tardiamente, há grande chance de perda dental. • HIPOPLASIA CAUSADA POR TERAPIA ANTI- NEOPLÁSICA - Casos de crianças que passam por terapias neoplásicas; - O grau e a gravidade das alterações de desenvolvimento estão relacionadas com a idade do paciente durante o tratamento, o tipo de tratamento, a dose e o campo de radiação, se utilizada; - Ela é dose dependente, causada por radiação. De modo que, pode ocorrer em radioterapias e quimioterapias, sendo a primeira de forma mais grave. - Pode acarretar defeitos na dentição e osso gnáticos (da maxila e mandíbula); - Pode causar hipoplasia mandibular e redução vertical do terço inferior da face. A hipoplasia mandibular pode ocorrer como um efeito direto da radiação, por redução do crescimento ósseo alveolar devido ao desenvolvimento radicular deficiente, ou, possivelmente, por falha no crescimento relacionada com a função hipofisária alterada pela radiação craniana. - Além de defeitos dentinários como hipoplasia radicular e do esmalte, microdontia e hipodontia. • FLUOROSE DENTÁRIA - Defeitos no esmalte dentário decorrente da ingestão de quantidades excessivas de flúor; - A gravidade é dose dependente; - Diagnóstico: defeitos bilaterais ao grupo de dentes e simetricamente distribuídos + níveis elevados de flúor no tecido. - Quando presente em dentes decíduos entende-se que foi passado pela mãe durante a gravidez, provavelmente em decorrência da ingestão de água com alto teor de flúor. Já em dentes permanente, é associado à ingestão excessiva de flúor pelo indivíduo. - Os dentes afetados são resistentes à cárie, e a superfície dentária alterada aparece como áreas com esmalte branco, opaco e sem brilho, que apresentam zonas de pigmentação amarela ou marrom-escura; - Podem ocorrer como fossetas profundas, irregulares e acastanhadas (raro). • TRATAMENTO - Geralmente esses problemas dentários são mais estéticos do que funcionais - Depende da gravidade do defeito; - Microabrasão: produz aumento significativo e permanente na correção da pigmentação marrom ou amarela da superfície. - A melhoria das marcas brancas da superfície do esmalte comumente requer posterior procedimento restaurador (coroas totais; restaurações de resina); - Extração; - Instruções de higiene oral. DESGASTE DENTÁRIO - É um processo fisiológico que ocorre com o decorrer do envelhecimento, mas também pode ser considerado patológico quando o grau de destruição cria problemas funcionais, estéticos ou de sensibilidade dentária; - A maioria dos casos de perda dentária é o resultado da combinação de fatores; - A maioria dos desgastes possui inter-relação; - Tratamentos: identificar e resolver a causa; combate à sensibilidade; tratamento restaurador (apenas quando a causa for resolvida), material restaurador. • ATRIÇÃO: - Perda da estrutura dentária causada pelo contato entre os dentes antagonistas durante a oclusão e a mastigação; - Até certo grau é fisiológico e progride com o aumento da idade, entretanto, quando a quantidade de perda dentaria é extensa e começa a afetar a estética e a função, o processo pode ser considerado patológico; - Ocorre tanto na dentição decídua quanto na permanente; - Geralmente encontramos as superfícies oclusais e incisais comprometidas, além das superfícies palatinas dos dentes anteriores superiores e as vestibulares dos dentes inferiores anteriores; - As facetas são grandes, planas, lisas, brilhantes e são encontradas em uma relação correspondente ao tipo de oclusão. • ABRASÃO - É a perda patológica da estrutura dentária pela ação mecânica de um agente externo; - Região vestibular do dente; - Uma das principais causas é a escovação com força excessiva, mas também podemos associar ao hábitos de colocar entre os dentes lápis, palitos, cabos de cachimbo e grampos para cabelo. Mascar fumo, quebrar nozes, roer unha,cortar linha e o uso impróprio do fio dental. - Os defeitos comumente têm margens definidas e superfície dura e lisa (em caso de escovação com força excessiva); - O grau de perda é maior em dentes proeminentes (caninos, pré-molares e dentes adjacentes a áreas edêntulas) e no lado do arco oposto à mão dominante que sustenta a escova dentária; - Pode ter origem ocupacional/relacionada ao trabalho EX: costureiros e pedreiros • EROSÃO - É a perda da estrutura dentária causada por processo químico somado à interação bacteriana com o dente; - Implica a destruição progressiva de uma superfície por um processo eletrolítico ou químico; - Geralmente é causada por exposição aos ácidos, mas agentes quelantes são tidos como sua causa inicial; - Os locais predominantes dessas perdas são áreas que não estão protegidas pela secreção serosa das glândulas parótidas e submandibulares. As superfícies vestibulares e palatinas dos dentes superiores e as superfícies vestibulares e oclusais dos dentes posteriores inferiores são as mais afetadas; - Incomum na superfície lingual dos inferiores, possivelmente e em decorrência da capacidade protetora da saliva serosa proveniente da glândula submandibular; - O modelo de erosão é constituído de uma lesão com depressão côncava central na dentina, cercada por margem elevada de esmalte; - A erosão comumente afeta as superfícies vestibulares dos dentes superiores e anteriores e aparecem como depressões em forma de colher rasa na porção cervical da coroa; - A depender do local da lesão, pode indicar sua causa (Palatina = causa interna/refluxo, por exemplo; Vestibular = causa externa). - A erosão proveniente da exposição dentária a secreções gástricas é chamada de perimólise EX: casos de refluxo, engoos de grávidas bulimia. • ABFRAÇÃO - Acontece na região cervical do dente; - se refere à perda de estrutura dentária devido a um estresse oclusal, que por flexão repetida provoca falha no esmalte e na dentina distante do ponto de pressão; - Apresenta aparência de cunhas limitadas à região cervical dos dentes e pode, com facilidade, assemelhar- se à abrasão cervical ou à erosão; - Os sinais para o diagnóstico preciso incluem defeitos que são profundos, estreitos e em forma de V; REABSORÇÃO INTERNA E EXTERNA - A destruição dos dentes também pode ocorrer por reabsorção, que é realizada por células localizadas na polpa dentária (reabsorção interna) ou no ligamento periodontal (reabsorção externa); Reabsorção interna: é mais rara, e em muitos casos, sucede a trauma aos tecidos pulpares, como o trauma físico ou pulpite por cárie. Ela pode continuar por tanto tempo quanto a polpa permanecer vital e pode resultar em comunicação da polpa com o ligamento periodontal - Dente róseo de Mummery; - Tratamento: essa reabsorção pode ser efetivamente interrompida se a terapia endodôntica remover com sucesso todo o tecido pulpar antes que o processo de reabsorção atinja o ligamento periodontal; - Quando a perfuração ocorre, o tratamento torna-se mais difícil e o prognóstico ruim: Remineralização Ca(OH)2; exposição cirúrgica e restauração do defeito; exodontia. Reabsorção externa: é mais comum, e neste caso algum agente externo está empurrando a raiz do dente, fazendo com que reabsorva. EX: cistos; dentes impactados; traumas; força mecânica excessiva. - Tratamento: identificar e eliminar a causa; - O tratamento depende da localização de reabsorção; - Áreas cervicais: exposição cirúrgica, remoção de tecido afetado e restauração. - Quando é no terço médio não tem opções de tratamento; - Quando é no ápice, remove-se a causa e trata endodonticamente; - Endodontia ineficaz – tratamento dos patógenos periodentais. DISTÚRBIOS NA ERUPÇÃO - Impactação: Os dentes que cessam a erupção antes de emergirem (dente que emergiu, mas não apareceu na boca); EX: Na dentição permanente os terceiros molares inferiores são os dentes mais impactados, seguidos pelos terceiros molares e caninos superiores. - Anquilose: A interrupção da erupção após o seu começo é chamada anquilose e ocorre pela fusão do cemento ou dentina com o osso alveolar/ ligamento periodontal calcificou com o osso gnáticos.. A patogênese da anquilose é desconhecida e pode ser secundária a um de muitos fatores. Distúrbios advindos de alterações do metabolismo local, trauma, lesão, irritação química ou térmica, falha no desenvolvimento ósseo local e pressão anormal da língua foram sugerido. - Tratamento: remoção do dente, se necessário; orto e confecção de coroa. ALTERAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO • NÚMERO: Anodontia refere-se à total falta de desenvolvimento dentário; - Geralmente essa alteração está associada com síndromes; Hipodontia é a falta de desenvolvimento de um ou mais dentes; - Caso não tenha o decíduo, não se têm o dente sucessor; - Também pode estar associado com microdontia, além de ter a ausência de alguns dentes, os que têm podem ser menores; - Comum em segundo e terceiro molares, segundos pré-molares, incisivos inferiores e incisivos laterais superiores. Hiperdontia ou dentes supranumerados é o desenvolvimento de um número maior de dentes. - Mais comum de um único dente, e geralmente tem uma forma anormal; - Mais comum na região anterior da maxila; - Comum em incisivos superiores, seguida pelos molares superiores e os molares inferiores, pré-molares, caninos e incisivos laterais; - Geralmente é unilateral; - Mandíbula: região de pré-molares e molares. Dentes supranumerados - Suplementar (tamanho e formas normais); - Rudimentar (forma anormal e tamanho menor); - Conoides (pequenos, cônicos); - Tuberculados (anterior, em forma de barril com mais de uma cúspide); - Molariformes. • TAMANHO Microdontia: dentes fisicamente menores que o comum. - Muito comum e 3M e ILS Macrodontia: dentes fisicamente maiores que o normal. - Comum isoladamente em incisivos e caninos; e de fora bilateral nos pré-molares e terceiros molares. • FORMA Geminação: um único dente aumentado ou unido (duplo) no qual a contagem dentária é normal quando o dente anômalo é considerado como um/ ocorre através da tentativa de um dente de se dividir; - Uma só raiz; - Geralmente ocorre na maxila; Fusão: o aumento de um único dente ou dente unido (duplo), no qual a contagem dentária revela a falta de um dente quando o dente anômalo é contado como um/ união de dois dentes, geralmente pela coroa; - Geralmente ocorre na mandíbula; - Duas raízes; Ambas podem ocorre em decíduos e permanentes, geralmente mais comum ocorrência em incisivos e caninos. Concrescência: é a união de dois dentes adjacentes apenas por cemento sem confluência da dentina subjacente - Comum em região de posteriores; - O padrão de desenvolvimento em geral envolve um segundo molar cujas raízes apresentam-se intimamente próximas do terceiro molar adjacente impactado. Tratamentos das alterações de tamanho: - Divisão cirúrgica; - Endodontia; - Reconstrução anatômica; - Atenção a complicações na concrescência. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS Cúspides acessórias: - A cúspide de Carabelli é uma cúspide acessória localizada na superfície palatina da cúspide mesiolingual de um molar superior (Fig. 2-60). Tal cúspide pode ser vista nos dentes decíduos e permanentes e varia de uma cúspide definida a uma fóssula ou fissura pequena e recortada. - Cúspide em garra é uma cúspide adicional bem delimitada localizada na superfície lingual de um dente anterior e que se estende pelo menos da metade da distância da junção cemento-esmalte para a margem incisal. - Dente envaginado: é uma eleva- ção semelhante a uma cúspide de esmaltelocalizada no sulco central ou na crista lingual da cúspide vestibular de pré-molares ou de molares Apesar de este quadro de cúspides acessórias ter sido relatado em molares, o dente evaginado ocorre caracteristicamente em pré- molares, sendo comumente bilateral e demonstrando marcada predominância pela arcada inferior. Molares decíduos são raramente afetados. A cúspide acessória normalmente consiste em esmalte e dentina, e a polpa está presente em quase todos os casos. - Dente invaginado: é uma profunda invaginação da superfície da coroa ou da raiz que é limitada pelo esmalte, que pode ser coronária ou radicular. Necrose pulpar; O tratamento depende do grau de invaginação; Pode-se utilizar de endodontia, cirurgia periapical, obturação retrógrada ou extração. - Taurodontia: é um aumento do corpo e da câmara pulpar de um dente multirradicular com deslocamento apical do assoalho pulpar e da bifurcação das raízes. Pode estar associado a síndromes; Não requer tratamento específico. • HIPERCEMENTOSE - Trata-se de uma hiperplasia cementária, ou seja, uma deposição de cemento em excesso de cemento não neoplásico ao longo do cemento radicular normal; - Muito comum de se encontrar; - Mais comum à ocorrência em molares inferiores; segundos pré-molares, inferiores e superiores; primeiros pré-molares inferiores. - Maior predominância na região mandibular; - Geralmente acomete mais adulto, de modo que, a frequência aumenta com a idade, provavelmente devido à exposição cumulativa a fatores de influência; - Encontradas também em pacientes jovem, associado a fatores hereditários (geralmente relacionado a uma síndrome ou dente em caso de trauma oclusal muito frequente, muito fora da oclusão). FATORES LOCAIS FATORES SITÊMICOS - Trauma oclusal anormal; - Acromegalia e gigantismo hipofásico; - Inflamação adjacente (EX: pulpar ou periodontal); - Artrite; - Dente antagonista (impactado, incluso ou ausente); - Calcinose; - Reparo de raízes vitais fraturadas. - Doença óssea de Paget; - Febre reumática; - Bócio tireóide; - Síndrome de Gardner; - Deficiência de vitamina A - Para casos de hipercementose não há necessidade de tratamento. Por conta de um espessamento da raiz, dentes afetados apresentam problemas durante a exodontia, muitas vezes sendo necessária a remoção cirúrgica. • DILACERÇÃO Dilaceração = angulação anormal ou curvatura na raiz; - A dilaceração relacionada com o trauma geralmente acomete a dentição anterior, o que pode levar a problemas dentários tanto funcionais quanto estéticos. - Menos frequentemente, essa curvatura se desenvolve em decorrência de um cisto adjacente, tumor ou hamartoma odontogênico; - O tratamento e prognóstico variam de acordo com a gravidade da deformidade. • RAIZES SUPRANUMERÁRIAS - Aumento do número de raízes nos dentes, comparado ao que a anatomia dentária aborda como normal. - Geralmente os dentes mais afetados são os molares permanentes (especialmente terceiros molares) superiores e inferiores, os caninos inferiores e pré- molares. - O tratamento não é necessário, entretanto, é sempre importante realizar o exame radiográfico para identificar essa raiz acessória, principalmente mediante o tratamento endodôntico ou exodontias. • ALTERÇÃOES DE DESENVOLVIMENTO NA ESTRUTURA DOS DENTES 1. AMELOGÊNESE IMPERFEITA - Grupo complexo de condições que demonstram alterações de desenvolvimento na estrutura do esmalte na presença ou não de alguma alteração sistêmica. - Essa alteração apresenta uma etiologia controversa, de modo que, na maioria das vezes é genética; - Sua transmissão pode estar associada a genes autossômicos dominantes (AD)/ muitos familiares irão apresentar essa alteração; genes recessivos (AT) ou ainda estar ligada ao cromossomo X/ nesse caso todas as mulheres da família irão apresentar, e filhos dessas mulheres tem ½ de chances de desenvolver essa alteração na estrutura dos dentes. - Está relacionada à alterações nos genes envolvidos no processo de formação e maturação da matriz do esmalte; - Há pelo menos 14 subtipos hereditários diferentes de amelogênese imperfeita, com numerosos padrões de herança e uma grande variedade de manifestações clínicas; - Os defeitos hereditários da formação do esmalte também são divididos ao longo dessas linhas como: hipoplásico, hipocalcificado, hipomaturado. Amelogênese imperfeita h ipoplás ica (tipo I ) - O defeito encontra-se na deposição inadequada da matriz do esmalte; - Houve falha na fase de secreção/ secreta pouco esmalte, o que implica na estrutura; - Conta com espessura reduzida e/ou fossas no esmalte; - De acordo com o aspecto clínico, a coroa varia de pequena para normal; pode apresentar microdontia; e a cor vai variar de normal a branco-opaco/ amarelo escuro; - Esse esmalte varia de macio e fino até espessura normal, contando com fendas e sulcos; - Radiograficamente, o contraste desse esmalte é normal ou algo reduzido. Amelogênese imperfeita h ipomaturada (tipo I I ) - Falha na fase de maturação e crescimento final dos cristais; - A matriz do esmalte é apropriadamente depositada e começa a se mineralizar; entretanto, há um defeito na maturação da estrutura dos cristais de esmalte; - Os dentes afetados têm forma normal, mas contam com esmalte mais mole e manchas branco- acastanhado-amarelado. - De acordo com o aspecto clínico, ele varia entre opaco cremoso a amarelo escuro; conta com superfície dentária mole e rugosa; dispões de grande sensibilidade e muitas vezes apresenta mordida aberta; - Radiograficamente, o esmalte afetado mostra uma radiopacidade semelhante à da dentina, além de que, as coroas não erupcionadas têm aspecto normal. Amelogênese imperfeita h ipocalc if icada (tipo I I I ) - Falha na formação inicial dos cristais seguidos de crescimento alterado; - Neste caso, a matriz do esmalte é depositada apropriadamente, mas não ocorre significativa mineralização; - Espessura normal, esmalte macio, opaco e branco amarelado. - De acordo com o aspecto clínico, ele varia entre branco opaco a amarelo escuro; conta com esmalte mole e rugoso; dispões de grande sensibilidade dentária, além de geralmente apresentar mordida aberta e acumulação de tártaro; - O esmalte é mais mole do que o normal e tende a se soltar da dentina subjacente/ser perdido. Esse esmalte geralmente se fragmenta e sofre abrasão mais facilmente; - Radiograficamente o esmalte apresenta contraste semelhante à dentina ou menor que esta; as coroas erupcionadas apresentam aspecto normal. Amelogênese imperfeita hipomaturada/hipoplásica com taurodontismo (tipo IV) - Falha poligenética complexa associada aos três tipos - Geralmente há associação com problemas sistêmicos. - O esmalte é marmerizado ou manchado, de cor branca, amarelo ou castanho, com buracos nas faces vestibulares; - Clinicamente conta com manchas brancas a amarelo escuro e os dentes podem se apresentar pequenos e com falta de contatos interproximais; - O esmalte tem espessura bem reduzida e apresenta áreas e buracos hipomineralizados; - Radiograficamente o esmalte conta contraste normal ou um pouco aumentado, além da visualização dos canais pulpares largos. FORMA DE REALIZAR O DIAGNÓSTICO: 1. Analisar a aparência clínica do defeito; 2. Etapa de formação do esmalte em que surgem as anomalias; 3. Verificar o padrão genético de transmissão familiar; 4. Observar critérios clínicos, histológicos e genéticos. Diagnóstico: - Hipersensibilidade; - Mordida aberta; - Atrição (irá diminuir a dimensão vertical) - Radiologicamente observa-se a perda congênita dos dentes; atraso na erupção; reabsorção de coroa e raiz; calcificação pulpar e diminuição da densidade do esmalte. Características genéticas - A forma mais frequentede ser encontrada é hipocalcificada AD, seguida por hipomaduro e hipoplásica; - A hipoplásica tem resolução menos complicada, pois o esmalte foi formado de forma correta, apenas em quantidade menor; - AD: familiar paterna, 50% dos descendentes de um homem com amelogênese imperfeita serão afetados; - AR: pais não afetados podem ter filhos afetados; - Por cromossomo X: todas as mulheres descendentes são afetadas e metade dos filhos homens de uma mulher com amelogênese imperfeita também será afetado. TRATAMENTO - Microabrasão; - Resinas compostas e facetas cerâmicas anteriores; - Coroas de metal posteriores (estética e proteção); - Tratamento de sensibilidade; - Orientação de higiene; - Tratamento ortodôntico; - Acompanhamento. 2. DENTINOGÊNSE IMPERFEITA - É um distúrbio de desenvolvimento da dentina na ausência de qualquer desordem sistêmica. - O esmalte é normal; - Alterações dentárias semelhantes podem ser vistas em conjunção com distúrbios sistêmicos hereditários do osso, chamadas de osteogênese imperfeita. Neste caso, quem tem essa síndrome automaticamente já apresenta a dentinogênese imperfeita. - Atinge decíduos e permanentes; - Geralmente os dentes decíduos são atingidos mais gravemente, seguidos pelos incisivos permanentes e primeiros molares, como os segundos e terceiros molares sendo atingidos por último. - A dentinogênese imperfeita é associada à mutação no gene DSPP (sialofosfoproteína dentinária) - O esmalte frequentemente é separado com facilidade da dentina defeituosa subjacente. Uma vez exposta, a dentina demonstra desgaste por atrição significativamente acelerada. Tipo I e I I - O tipo I ocorre associado à osteogênese imperfeita; - A cor dos dentes pode variar de cinza ao violeta acastanhado ou castanho amarelado, de modo que todos irão apresentar uma tonalidade opalescente ou translúcida (“dentes de vidro”); - As coroas apresentam-se curtas com sinais de exposição e desgaste coronário; - Há formação de dentina terciária que oblitera tudo para proteger a câmara pulpar; RADIOGRAFICAMENTE - Observa-se coroas com forma bulbosa e presença de constrição cervical acentuada, raízes delgadas e obliteração precoce total ou parcial dos canais radiculares ocasionada pela formação contínua de dentina (Tipo II); - Apesar de as raízes serem curtas e rombas, o cemento e o osso de suporte são normais; Tipo I I I - É uma forma mais rara; - Não há dentina de forma alguma acontecendo; - Apresenta os mesmos aspectos clínicos dos tipos I e II, e ainda está associada à exposições múltiplas das polpas dos dentes decíduos; RADIOGRAFICAMENTE - As câmaras pulpares apresentam grande amplitude, paredes dentinárias finas e canais radiculares grandes; - Diagnóstico diferencial = displasia dentinária; DIAGNÓSTICO - A gravidade das alterações varia com a idade durante a qual o dente se desenvolveu; - Os dentes são de cor marromazulada, em geral com transparência distinta; - O esmalte facilmente é separado da dentina defeituosa, pois ou não tem dentina ou ela se apresenta bem defeituosa. - Assim, esse dente será muito frágil.. TRATAMENTO - Depende da gravidade - Complexo (dependendo do grau de destruição, idade e cooperação do paciente); - Quanto mais cedo descoberto melhor para tratar (dentes decíduos) Assim se pode prevenir a perda da dimensão vertical por atrição; recuperação da força mastigatória e estética; além de ser possível realizar um acompanhamento. REFERÊNCIAS: NEVILLE, B. W.; AL, E. Patologia oral e maxi lofac ial . Rio De Janeiro (Rj): Elsevier, 2009.
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