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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - TTRABALHO ESCRITO

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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE 
UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
 
(NOME DO ALUNO)
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
VITÓRIA DA CONQUISTA
2021
NOME DO(S) AUTOR(ES) DO TRABALHO
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção da avaliação na disciplina de Orçamento Público pelo Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR.
Orientador: Professor Alexssandro Campanha
VITÓRIA DA CONQUISTA
2021
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Nome do alunos
Nome do orientador
Resumo: 
Palavras-chave:
1 INTRODUÇÃO
A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) é um documento legal, que regulamenta a utilização de recursos públicos. Os seus mecanismos buscam fazer com que os governantes controlem seus gastos, respeitando limites de despesas e cumprindo metas orçamentárias. É uma lei importante para a manutenção do equilíbrio das contas públicas, já que a mesma surgiu para complementar as leis financeiras já existentes. 
A princípio, para entender-se a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), teremos como base o seu primeiro artigo. Ele, de forma introdutória, clara e concisa, nos traz os seus principais objetivos. 
Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
Mas do que se trata uma lei complementar? Bom, a lei complementar está associada a constituição brasileira, num foco de complementar ou regulamentar algo a mesma. Ela, além de complementar ela também tem o caráter fiscal. E tomando como base o seu nome, podemos já presumir que ela vem com intuito de estabelecer responsabilidades fiscais, referindo-se à área tributária (impostos, contribuições e etc.), e consequentemente aos entes que realizam a gestão do dinheiro público, composto de tributos e outras receitas.
As responsabilidades fiscais que a lei introduziu recaem sobre todas as áreas públicas que exercem algum poder sobre esse dinheiro, ou seja, ela vale para os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em suas três esferas: municipal, estadual e nacional. No entanto, como veremos, a maioria das regras da LRF está focada na gestão feita pelo Poder Executivo, pois é ele que exerce a administração primária dos recursos.
Se hoje pensamos que a administração pública é pouco cuidadosa com o nosso dinheiro, antes a situação era ainda mais preocupante, pois a legislação brasileira não tinha pulso firme com condutas irresponsáveis. Crimes como corrupção e desvio de dinheiro eram obrigatoriamente puníveis. Mas algumas situações de gastos ou criação de dívidas de forma descontrolada, que prejudicavam até mesmo administrações futuras, ainda não estavam previstas na legislação.
Como vimos em seu art. 1º, a LRF obrigou a administração pública ao cumprimento de planos orçamentários e ao respeito limites de despesas e dívidas, adequando-se à própria capacidade de arrecadação de recursos; ela passou também a ter de cumprir com a finalidade de determinadas verbas, passando a não usar o dinheiro destinado a tal setor público, para outros projetos.
Assim, a Lei de Responsabilidade Fiscal funciona como um “código de conduta” dos administradores públicos, que visa um ponto de equilíbrio nas contas públicas e à utilização regulamentada do orçamento público. Os principais mecanismos da LRF, e as regras que ela trouxe para a administração pública, serão vistos no decorrer do texto, para que se entenda o motivo pelo qual ela teve que ser instituída, e quais os seus benefícios para o gerenciamento dos recursos públicos.
2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
2.1 LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL: CONCEITOS E ANTECEDENTES HISTÓRICOS
A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei complementar nº 101/2000) Estabelece um conjunto de normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações para prevenir riscos e corrigir desvios que possam afetar o equilíbrio das contas públicas. É fundamentada nos princípios do planejamento, controle de gastos, transparência e responsabilização. 
Foi promulgada em 04 de maio de 2000, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Gobetti (2010) ressalta que o governo federal foi motivado a aprová-la devido à Necessidade de integrar estados e grandes municípios no programa de ajuste fiscal negociado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1998. Segundo Gerigk (2008), a LRF tem por objetivo prevenir os déficits nas contas públicas, manter sob controle o nível de endividamento público, impedindo que os gestores assumam obrigações e encargos sem a correspondente fonte de receita ou a redução da despesa, e impõe a imediata correção dos desvios na conduta fiscal, com a finalidade de assegurar o equilíbrio das finanças públicas.
A referida lei tem por escopo sedimentar o regime de gestão fiscal responsável, mediante a implementação de mecanismos legais que deverão nortear os rumos da administração Pública. Ela traça limites, estabelece controle e oferece elementos balizadores acerca dos gastos públicos, bem como sofre fluxo de recursos financeiros necessários à sua efetiva realização (NASCIMENTO, 2012).
Vale destacar que esta não foi a primeira lei criada com o objetivo de inibir a má gestão dos recursos públicos e o desequilíbrio macroeconômico. Entretanto, foi a primeira a abranger os três entes da federação e os três poderes, focando no planejamento como ferramenta de prevenção de riscos, correção de desvios, equilíbrio fiscal e transparência. Em seu artigo 1º, a lei afirma que a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe:
A ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange à renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar (BRASIL, 2000).
As disposições da LRF estabelecem diretrizes para os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), abrangendo a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Em relação ao orçamento público e ao planejamento, a lei manteve os princípios constitucionais e as três peças fundamentais: Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), Lei Orçamentária Anual (LOA) e Plano plurianual (PPA). O objetivo principal foi interligar a execução orçamentária e o fluxo dos recursos financeiros programados (art. 8º da LRF).
Em relação ao endividamento, a LRF define diferentes tipos de dívida, como a dívida pública consolidada ou fundada, a dívida pública mobiliária e as operações de crédito, conforme conceituadas: A dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses; Dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios; Operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceitede título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.
O endividamento dos estados brasileiros remonta a um processo lento que se iniciou na década de 1960 e atingiu seu ápice nas décadas de 1980 e 1990. Esse processo teve influência de medidas econômicas internas equivocadas e agravou-se com as mudanças posteriores no cenário macroeconômico, criando problemas para a solvência desses entes federativos.
O processo de endividamento não foi alheio às mudanças federativas ocorridas no país. Conforme mostrado anteriormente, o federalismo brasileiro sempre esteve num constante movimento pendular entre a centralização e a descentralização fiscal, cabendo aos entes federativos o esforço de acomodação das demandas internas. Ressalta-se que a ausência de recursos internos para a acomodação das demandas existentes, somadas à ausência de dispositivos reguladores, permitiu o endividamento dos entes subnacionais.
Um fato importante nesse cenário foi a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, em 2000, que estabeleceu uma nova tendência na condução da política fiscal, tratando a questão das finanças públicas por um viés jurídico. Os entes federativos que descumprissem as regras estabelecidas eram passíveis de punições, tanto o agente político (cassação de direito políticos dos representantes políticos) como as instituições (perda de recursos e diminuição de repasses do Fundo de Participação dos Estados).
2.2 CONCEITOS CRIADOS PELA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Entre as décadas de 1980 e 1990, o Brasil passou por um período de grande instabilidade econômica. Isso fez com que o governo federal criasse mecanismos de estabilização. O primeiro deles foi o Plano Real, ainda no governo Itamar Franco. Com ele, a hiperinflação foi domada. No entanto, o descontrole de gastos mantinha todas as esferas do poder público endividadas e sem recursos. A LRF surge, então, para sanar esse tipo de problema e buscar a austeridade.
A lei prevê o uso de alguns mecanismos para que os entes da federação atuem de forma transparente. Quanto ao planejamento, um dos principais conceitos da LRF é a necessidade da execução e vinculação do o Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual. Com a LRF, ficou determinado que recursos vinculados a determinada finalidade não podendo ser utilizados para outra. Essa é uma forma de evitar que verbas destinadas à Educação, por exemplo, tenham um fim diverso.
A legislação também prevê um limite para o tamanho da dívida pública. Essa não pode ser maior do que duas vezes a Receita Corrente Líquida, no caso dos Estados. Já para os municípios, o limite é de 1,2 vezes. Outro ponto de destaque da LRF é o limite para a despesa com pagamentos de salário. Isso leva em conta os gastos com servidores ativos, inativos, pensionistas. Os valores em relação ao total da arrecadação são os seguintes: União: 50%; Estados e Municípios: 60%.
2.2.1 CONCEITO DE RECEITA CORRENTE LÍQUIDA
A Receita Corrente Líquida é uma base que através dela irá calcular pisos e limites de direitos financeiros. Com isso, quanto mais forte for a receita corrente líquida, maior serão os gastos pessoais, não só pessoal, como de assunção de dívidas, de pagamentos de precatórios judiciais. De acordo com Flávio Corrêa (2011, p. 1) 
Sua composição evidencia-se na Lei de Responsabilidade Fiscal (art. 2°, IV), sendo depois reproduzida nas disposições constitucionais que dizem respeito ao regime especial de precatórios (art. 97, § 3° do ADCT). 
A RCL é sempre finalizada de modo consolidado, onde ele alcança todas as entidades sendo elas públicas que são do mesmo nível de governo, exceto as empresas que dependem do Tesouro para continuar suas atividades, que são essas empresas estatais autônomas.
2.2.2 DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO
É a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato normativo que fixa para o ente a obrigação legal de sua execução, por um período superior a dois exercícios. De acordo com BRASIL (2018):
O conceito de Despesa Obrigatória de Caráter Continuado – DOCC foi instituído pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF no art. 17, conceituando-a como Despesa Corrente derivada de Lei, Medida Provisória ou Ato Administrativo Normativo que fixem para o Ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. É considerado aumento de despesa a prorrogação da DOCC criada por prazo determinado.
Os atos que criarem ou aumentarem a DOCC deverão ser instruídos com a estimativa de impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes, e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio. Também deve haver a comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no § 1o do art. 4o da LRF e seus efeitos financeiros nos períodos seguintes devem ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesas. As DOCC não serão executadas antes da implementação de tais medidas.
2.2.3 RENÚNCIA DE RECEITA
A Renúncia de Receitas compreende  o ato em que o gestor público atribui incentivos ou benefícios fiscais para a população, isto é,  implica na desistência do direito de cobrar um crédito tributário que geraria receita, seja na cobrança parcial ou integral. Que sejam realizadas apenas quando houver necessidade ao interesse público, evitando que sejam usadas com interesse pessoal em período de eleições, por exemplo, em que alguns políticos prometem diminuir ou eliminar tributos.
O objetivo principal da renúncia de receita é incentivar ou mesmo favorecer “determinados setores, atividades, regiões ou agentes da economia, pessoas físicas ou jurídicas e atender a reclamos superiores da política econômica ou social.” (NASCIMENTO, 2012, p.140). 
Para um melhor entendimento podemos nos apoiar no que Aguiar (2004, p. 80) descreve:
A renúncia de receita decorre sempre de uma das formas de incentivo ou benefício tributário, que são os estímulos dos quais se utiliza a administração para, através da lei, incentivar o desenvolvimento de determinadas atividades, tais como atividades econômicas, culturais e sociais. Esses estímulos visam, em regra, estabelecer o equilíbrio econômico ou restabelecer a igualdade econômica entre as diversas regiões do País (art. 165, § 6º, CF). 
Sendo assim, a concessão de benefícios ou incentivos de natureza tributária é uma prática comum entre os gestores públicos, tanto no ramo Municipal, Estadual e Federal. A Constituição Federal de 1988 determina que somente é permitido criar e instituir tributos se estiver previsto por lei. Portanto, somente com a autorização da lei se pode ceder de receber valores correspondentes a tributos já criados, devidos e não pagos. É a aplicação integral da norma decorrente do artigo 150, §6º, da Constituição Federal.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal... (BRASIL, 2015, p 60).
Diante disso, é lícito aos entes federativos conceder benefícios ou incentivos fiscais à população, sendo isentando, perdoando ou retirando os juros e moras dos tributos já vencidos e não pagos, muitas vezes já inscritos na dívida ativa. Entretanto, a renúncia de receita é considerada um despesa, embora indireta, chamada pela doutrina norte-americana de gasto tributário ou tax expenditure, pelo fato de desistir da cobrança do tributo mesmo antes que o dinheiro esteja nos cofres públicos  (NÓBREGA; FIGUEIRÊDO, 2002, p. 48).
A renúncia de receita quando aplicada de forma responsável não representa uma ameaça às finanças públicas,pelo contrário,  quando aplicada com responsabilidade, tem-se resultados  positivos, todavia, sua concessão indiscriminada e sem impessoalidade, pode causar danos aos cofres públicos e aos fins públicos. Podemos citar como efeito negativo os danos decorrentes de concessões indiscriminadas de incentivos fiscais que foram recorrentes no Brasil nos anos 90 com a chamada guerra fiscal, onde muitas unidades da Federação concederam isenções tributárias para atrair investimentos.
2.2.4 MODALIDADES DE RENÚNCIA DE RECEITA
O art. 14, § 1º da Lei de Responsabilidade Fiscal, especifica as modalidades de renúncias de receitas, quais sejam, anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação na base de cálculo que gere redução discriminada de tributos e contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
Para melhor entendimento iremos analisar brevemente cada modalidade de  renúncia. Começando pela anistia, Nogueira (1980, p. 297-298) define:
A palavra anistia, de origem grega, no latim era amnistia, significando esquecimento. Por ato da indulgentia Principis, dava-se em certas circunstâncias a anistia, que assim veio ingressar para o vocabulário jurídico penal como perdão, graça, indulto, extinguindo a punibilidade.
Com base  na palavra  “extinguindo a punibilidade” , analisamos  que a  anistia pode ser considerada como o perdão das multas aplicadas a partir de infrações cometidas referente à legislação tributária, ou seja, é o perdão  da falta cometida pelo o contribuinte ao descumprimento de seu dever tributário, assim objetivando dispensar o contribuinte do pagamento dos tributos.  Cuja previsão se encontra nos artigos 180 a 182 do CTN, com o objetivo da exclusão de crédito tributário referentes a penalidades pecuniárias.
Já a remissão é prevista no art. 156, IV do CTN, é uma modalidade como se fosse uma renúncia de receita que ocorre quando dispensa-se o crédito tributário, sendo extinto parcialmente ou totalmente. “No Direito Tributário corresponde ao perdão que dispensa o pagamento do crédito tributário. Por meio da remissão, o Fisco renuncia ao direito de cobrar o tributo devido pelo contribuinte, bem como renúncia ao direito de ação para exigi-lo.” (CARVALHO, 2008, p.321). É comum confundi-la com a anistia, porém, a remissão compreende a extinção do crédito tributário, enquanto a anistia é a exclusão do crédito tributário.
Os subsídios são incentivos financeiros (e não tributários) de  recursos públicos a terceiros, havendo por finalidade a realização de um interesse público. Torres reforça que os subsídios têm como objetivo primordial “influir na formação de preços e incentivar a produção de determinados bens.” (TORRES, 2005, p.368). Já Martins complementa, “esse incentivo  pode ser para empresas, buscando diminuir os preços do mercado ou estimular a exportação, para entidades filantrópicas ou mesmo para pessoas em precária situação econômica, como é o caso do programa assistencial conhecido como bolsa família” (MARTINS, 2012, p. 58-59).
O crédito presumido, por sua vez,  é um valor de crédito fiscal concedido ao contribuinte sem taxação posterior, sendo utilizado para reduzir a carga tributária, seja para pessoa jurídica ou física. Ao entendimento de Borges e Reis sobre o crédito presumido , em relação ao IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) é descrito como  “uma forma indireta de exoneração fiscal, através da qual a legislação concede ao contribuinte do IPI um crédito fictício (presumido) destinado a ressarcir o ônus do imposto sobre determinadas operações (REIS; BORGES, 1999, p. 173).”
Em relação à isenção, ela só será considerada renúncia tributária se for de caráter não geral, pode ser compreendida como uma dispensa legal do pagamento do tributo. Encontramos no artigo 179 do Código Tributário Nacional o seguinte:
  
A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos em lei ou contrato para sua concessão.
Por fim, a alteração de alíquota ou base de cálculo são maneiras de reduzir a tributação pela modificação do critério quantitativo da regra-matriz tributária. Para melhor entendimento, sugerindo o ensino de Sacha Calmon Navarro Coelho que diz:  “as reduções de bases de cálculos e de alíquotas decorrem do modo de calcular o conteúdo pecuniário do dever tributário, determinando uma forma de pagamento — elemento liberatório do dever — que implica, necessariamente, redução do quantum tributário em relação à generalidade dos contribuintes (ou em relação à situação impositiva imediatamente anterior)”.
2.2.4 ANEXOS ESTABELECIDOS A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA)
2.3 LIMITES INSTITUÍDOS PELA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Ao analisarmos a LRF notamos dispositivos impostos sobre limites, os quais são necessários para que o Estado consiga controlar as contas públicas. Com isso, com a finalidade de que sobre dinheiro para ser aplicadas nas inversões financeiras, nos investimentos e nas despesas de capital. É de extrema importância que os gastos públicos não sejam focados em uma só conta, ou seja, para que haja controle, será estabelecido limites para cada tipo de despesas, dentro dessas despesas destaca-se as despesas com gasto pessoal, no qual, possui grande peso nas contas públicas e limites pra endividamento, que serão detalhadas a seguir. 
2.3.1 LIMITES PARA GASTO COM PESSOAL 
A determinação dos limites para os gastos com pessoal, está descriminada no Art. 19, da lei complementar de Responsabilidade Fiscal. Ele diz o seguinte, (Art. 19. Lcp 101) “Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: I - União: 50% (cinquenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municípios: 60% (sessenta por cento).”
O presente artigo trás na sua narrativa o limite, referente a quanto cada esfera governamental do país pode usar de seus recursos para gastos com pessoal. Estes limites, foram instituídos para que o dinheiro público fosse gasto da forma correta. Segundo um artigo publicado pelo senado federal:
(SENADO FEDERAL) Nos primeiros anos do Plano Real, União, estados e municípios se viram sem a antiga fórmula de obter dinheiro para pagar os gastos: a inflação. Com os juros altíssimos dos primeiros anos do real, sem diminuir as despesas públicas, o país caminhava para um perigoso desequilíbrio fiscal. Nesse contexto, o Congresso aprovou proposta do governo federal que estabelecia padrões para a gestão de recursos e limites aos gastos públicos, em todas as esferas de governo. A Lei Complementar 101/2000, conhecida como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), também buscou transparência na gestão pública, obrigando os administradores a divulgar relatórios e demonstrativos dos gastos. 
A partir do que foi dito, podemos entender a importância da LRF para a administração pública do nosso país e gerenciamento dos nossos recursos, instituindo regras para que o mesmo seja gasto de forma correta e efetiva para o funcionamento da máquina governamental.
Os limites instituídos a cada esfera, são subdivididos para os órgãos governamentais do país. A sua repartição é feita da seguinte forma: Na esfera federal: 2,5% são destinados ao Legislativo; 6% para o Judiciário; 40,9% para o Executivo; 0,6% para o Ministério Público da União. Na esfera estadual: 3% destinados ao Legislativo; 6% para o Judiciário; 49% para o Executivo; 2% para o Ministério Público dos Estados. Na esfera municipal: 6% destinados ao Legislativo; 54% para o Executivo.
Além de tudo que foi dito, para combater os expressivos aumentos de gastos em anos de eleição, a LRF proíbe o aumento das despesas com pessoal nos seis meses anteriores ao fim do mandato e a oferta de receitas futurascomo garantia para empréstimos, ou seja, as operações com antecipação de receita orçamentária no último ano de mandato.
A seguir, teremos uma tabela exemplificando como são instituídos os limites a cada esfera governamental e como são feitas as suas repartições, para os órgãos Legislativo, Judiciário e Executivo. Salvo a esfera municipal, onde a divisão é feita apenas entre o Legislativo e Executivo.
Tabela 1:
2.3.2 LIMITES PARA ENDIVIDAMENTO
A LRF versa nos artigos 29 a 42 sobre a proibição da União de conceder empréstimos ou refinanciar a dívida dos Estados e Municípios, impõe limites para a dívida consolidada, cria procedimentos de controle e aplicações de penalidades. No artigo 52, da Constituição Federal, a competência é privativa do Senado Federal para fixar os limites da dívida consolidada. O Senado Federal, através da resolução número 40 de 2001, fixou os limites para os Estados e Municípios, na proporção de duas vezes a receita corrente líquida para os Estados e Distrito Federal e de 1,2 vez para os Municípios e prazo para o enquadramento de quinze anos para os Estados e Municípios que estivessem, em 31 de dezembro de 2001, superiores ao limite fixado. Fixou também a razão de 1/15 à redução do excedente. O Senado Federal editou a resolução número 20 de 2003 prorrogando o prazo para o enquadramento até 01.05.2005.
Quanto aos ajustes sobre o limite excedido, ocorrerá o monitoramento quadrimestral para o cumprimento do limite; deverá ser eliminado todo o excesso até o término do terceiro quadrimestre, e 25% no final do primeiro quadrimestre. Permanecendo o excesso, o ente ficará proibido de realizar operações de crédito tanto interno como externo. Impõe-se também a necessidade de resultados primários para recondução da dívida ao limite e limitação de empenho. Além disso, o ente fica proibido de receber transferências voluntárias caso não cumpra os prazos. É instituída a “Regra de Ouro”, proibição de contrair empréstimos para as despesas correntes. Destacando-se os mecanismos de controle das finanças públicas para os anos de eleição.
Os limites para endividamento em percentual, estão exibidos na tabela a seguir:
Tabela 2:
2.4 RESULTADO FISCAL 
2.4.1 RESULTADO PRIMÁRIO
2.4.2 RESULTADO NOMINAL 
2.5 RELATÓRIOS INSTITUÍDOS PELA LRF
Como já percebido, o objetivo principal da LRF, nada mais é do que a instituição de metas para controle das receitas e despesas e a obediência a condições no que tange à renúncia de receita, seguridade social, às dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em restos a pagar. 
Com o intuito de atingir a transparência que foi estabelecida, foi necessário que a LRF instituísse relatórios fiscais a serem publicados; relatórios esses que são elaborados com base nas informações contábeis e classificados em duas categorias: o Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) com frequência de publicação bimestral, e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) com frequência de publicação quadrimestral. Vale ressaltar que tais relatórios devem ser elaborados pela Controladoria Geral do Munícipio, de acordo com as regras estabelecidas pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda e assim que concluídos, devem ser divulgados e mantidos disponíveis
2.5.1 RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
O RREO deve ser publicado todo bimestre, e nele, é de caráter obrigatório que estejam postos os seguintes demonstrativos: Balanço Orçamentário Demonstrativo da Execução das Despesas por Função/Subfunção; Demonstrativo da Receita Corrente Líquida; Demonstrativo das Receitas e Despesas Previdenciárias do Regime Próprio dos Servidores Públicos; Demonstrativo do Resultado Nominal; Demonstrativo do Resultado Primário; Demonstrativo dos Restos a Pagar por Poder e Órgão; Demonstrativo das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE); Demonstrativo das Receitas de Operações de Crédito e Despesas de Capital (frequência anual); Demonstrativo da Projeção Atuarial do Regime Próprio de Previdência dos Servidores (frequência anual); Demonstrativo da Receita de Alienação de Ativos e Aplicação dos Recursos (frequência anual); Demonstrativo das Receitas e Despesas com Ações e Serviços Públicos de Saúde; Demonstrativo das Parcerias Público – Privadas; Demonstrativo Simplificado do Relatório Resumido da Execução Orçamentária.
2.5.2 RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL
Sugestão de tópicos
1 introdução 
2 desenvolvimento teórico
2.1 lei de responsabilidade fiscal: conceito e antecedentes históricos
Conceituar de forma geral a lei, e quis foram os antecedentes que levaram ao início das discussões da lei de responsabilidade fiscal. Endividamento, dos países da américa latina*
2.2 conceitos criados pela LRF
2.2.1 conceito de receita corrente líquida 
2.2.2 despesa obrigatória de caráter continuado 
2.2.3 renúncia de receita
2.2.4 ...
2.3 limites instituídos pela LRF
2.3.1 limites para gasto com pessoal 
2.3.2 limites para endividamento
2.4 resultado fiscal 
2.4.1 resultado primário
2.4.2 resultado nominal 
2.5 relatórios instituídos pela LRF
2.5.1 relatório resumido da execução orçamentária 
2.5.2 relatório de gestão fiscal 
LEGISLATIVO 2,5%
JUDICIÁRIO 6%
EXECUTIVO 40,9%
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO 0,6%
LEGISLATIVO 3%
JUDICIÁRIO 6%
EXECUTIVO 49%
MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS 2%
LEGISLATIVO 6%
JUDICIÁRIO 
EXECUTIVO 54%
LIMITES PARA GASTO COM PESSOAL 
MUNICIPAL60%
FEDERAL50%
ESTADUAL60%
ESFERAS GOVERNAMENTAISDIVIDA CONSOLIDADADIVIDA IMOBILIÁRIA OPERAÇÕES DE CRÉDITO
UNIÃO--60%
ESTADOS200%-16%
MUNICÍPIOS120%-16%
LIMITES PARA ENDIVIDAMENTO - LIMITES TOTAIS 
NÃO EXISTEM LIMITES PRUDENCIAIS 
EXISTE UM LIMITE DE ALERTA, QUE É 90% DO LIMITE TOTAL DE CADA ESFERA

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