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Fórum D Economico

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1) Diferencie atuação direta no Estado no Domínio Econômico da atuação indireta;
Rafaela: De forma geral, a diferença consiste no fato de que na atuação direta, o Estado porta-se como agente econômico, semelhante a uma empresa privada e na atuação indireta, o Estado se apresenta como órgão regulador do mercado.
A primeira segue os moldes do art. 173, § 1º e § 2º da CF/88, já a segunda, o 174 da CF/88.
Cleusa: De modo amplo, cabe mencionar a definição de Giovani Clark (2001, p. 33):
“A intervenção direta é realizada quando o Estado cria as chamadas empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) para atuarem no domínio econômico, como agentes, concorrendo com os particulares ou detendo o monopólio; ou, ainda, quando o Estado cria as agências reguladoras para regularem e fiscalizarem serviços e atividades econômicas. Essa modalidade de intervenção pode ser também denominada Direito Institucional Econômico.”
Sendo assim, o Estado vem a intervir diretamente quando houver ameaça à segurança nacional ou ao interesse coletivo, precisando, portanto, atender a algumas condições essenciais, dentre as quais se destacam a descritas no art. 173, § 1º e § 2º da CF/88. Nesse sentindo, ao tratar sobre a intervenção direta no domínio econômico, verifica-se que o estado pode seguir dois modelos de atuação: o de Regulador e o de Executor.
Em contrapartida, as formas mais comuns de intervenção estatal indireta se apresentam nas modalidades de regulamentação, fiscalização, incentivo e planejamento da atividade econômica, conforme art. 174 da CF/88.
2) Diferencie monopólio convencional de monopólio natural;
Rafaela: Resumidamente, o monopólio convencional ocorre de forma alheia à vontade humana, razões físicas ou intelectuais. Em contrapartida, se refere à prática dolosa com o intuito de concentrar o controle do mercado de consumo sob a égide de um ou alguns agentes econômicos.
Cleusa: De modo geral, decorre da impossibilidade física da mesma atividade ser realizada por mais de um agente.
Cabe evidenciar que algumas atividades envolvem altos custos fixos e as economias de escala (quanto maior a quantidade produzida, menor o custo de produção). 
Sendo assim, tem-se como exemplo os serviços de utilidade pública e como tais serviços são essenciais à coletividade, surgiu a “teoria do monopólio natural”, que prega a regulamentação destes monopólios pelo Governo, de modo a evitar o abuso do poder de mercado que tais agentes econômicos detêm.
Por outro lado, o monopólio convencional decorre de práticas abusivas de agentes econômicos, assim como, de acordos e contratos estabelecidos por dois ou mais agentes, com o propósito de eliminar os demais competidores, colocando aquela atividade sob a exploração exclusiva por parte de um único agente (monopólio) ou de poucos agentes pré-determinados (oligopólio).
3) A empresa XYZ tem uma participação no mercado de determinado produto de 70% e em função da qualidade de seu produto (melhor se comparado aos concorrentes) e de sua ampla rede de distribuição esse percentual está aumentando a cada ano. Essa situação mencionada configura abuso de poder econômico? Explique.
Rafaela: Ao analisar os pressupostos da empresa XYZ crescer grandemente de maneira natural e ter o seu domínio sobre o produto mencionado, principalmente no que tange a sua qualidade, não há de se falar sobre prática de abuso de poder econômico.
Cleusa: O capítulo II do Decreto 52.025/1963, mais especificamente em seu art. 2º, descreve as formas de abuso de poder econômico, além disso, o art. 36 da Lei 12529/2011, regulamenta que constitui infração da ordem econômica, independentemente de culpa, exercer de forma abusiva posição dominante.
No caso em tela, o % de exploração não possui caráter abusivo e sim, pela qualidade do seu produto e pela ampla rede de distribuição, se destacando frente às outras empresas.

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