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Literatura e Arte na Vanguarda

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LITERATURA – LISTA DE REVISÃO – Modúlo 03 
Prof. Steller de Paula 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
Texto 
 
Euclides fora um dos que deram à nossa história um 
“estilo”: uma forma de pensar e sentir o país (...) 
Não casualmente ele conferira lugar especial ao 
fenômeno da mestiçagem (...) Ele teria descoberto 
nossa “tendência” à fusão, nossa aptidão para a 
“domesticação da natureza” e para a religiosidade. 
A figura do sertanejo como “forte de espírito” por 
excelência era o símbolo de nossa originalidade 
completa. 
 
(GOMES, Ângela de Castro. História e 
historiadores. A política cultural do Estado Novo. 
Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996. p. 
195) 
 
01. (Puccamp 2016) O seguinte trecho crítico alude 
à obra prima de Euclides da Cunha: 
a) A vasta erudição histórica costuma desviar o 
leitor do plano central desse grande romance 
intimista. 
b) A descrição minuciosa da terra, do homem e da 
luta situa essa obra literária no nível da cultura 
científica e histórica. 
c) Não se poderia imaginar que um testemunho 
sobre a vida nos internatos resultasse num 
romance épico. 
d) Tomando como modelo a queda da Bastilha, esse 
romance repercutiu entre nós a destruição de uma 
etnia. 
e) Por vezes, o exibicionismo da oratória faz desse 
discurso histórico uma peça algo enigmática. 
 
02. (Unifesp 2018) Tal vanguarda rompeu 
radicalmente com a ideia de arte como imitação da 
natureza, prevalecente na pintura europeia desde a 
Renascença. Seus principais adeptos abandonaram 
as noções tradicionais de perspectiva, tentando 
representar solidez e volume numa superfície 
bidimensional, sem converter pela ilusão a tela 
plana num espaço pictórico tridimensional. 
Múltiplos aspectos do objeto eram figurados 
simultaneamente; as formas visíveis eram 
analisadas e transformadas em planos geométricos, 
que eram recompostos segundo vários pontos de 
vista simultâneos. Tal vanguarda era e dizia ser 
realista, mas tratava-se de um realismo conceitual, e 
não óptico. 
 
(Ian Chilvers (org). Dicionário Oxford de arte, 
2007. Adaptado.) 
 
 
Uma pintura representativa da vanguarda à qual o 
texto se refere está reproduzida em: 
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
LITERATURA – LISTA DE REVISÃO – MODÚLO 3 – STELLER DE PAULA 
03. (Espm 2017) No ano de 1917, o evento artístico 
que mais repercutiu e mais levantou questões quanto 
à necessidade de uma revolução na arte e cultura 
brasileira, foi a nova exposição da pintora Anita 
Malfatti, em São Paulo, no dia 12 de dezembro. A 
exposição marcava o coroamento dos anos de 
estudo da pintora pela Europa e Estados Unidos. 
Francisco Alambert. A Semana de 1922: A 
Aventura Modernista no Brasil. 
 
 
Em cartaz entre 07/02/2017 e 30/04/2017, no MAM 
(Museu de Arte Moderna), a mostra sobre Anita 
Malfatti é uma homenagem ao centenário da 
polêmica exposição de 1917. Dividida em três 
núcleos, a exposição reúne cerca de setenta obras, 
entre desenhos e pinturas, sendo que dez telas esta-
vam na exposição de 1917. 
guia.folha.uol.com.br/exposições/2017/02. 
 
 
 
A obra “O Farol” traz à tona as influências 
aprendidas por Anita Malfatti durante o tempo em 
que passou estudando na Alemanha. 
 
Assinale a alternativa que indique corretamente a 
base dessas influências: 
a) Expressionismo; 
b) Romantismo; 
c) Surrealismo; 
d) Cubismo; 
e) Impressionismo. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
 
Para responder à(s) questões a seguir, considere o 
texto abaixo. 
De um modo geral, todos esses movimentos da 
vanguarda europeia de fins do século XIX e início 
do século XX estavam sob o signo da 
desorganização do universo artístico de sua época. 
A diferença é que uns, como o futurismo e o 
dadaísmo, queriam a destruição do passado e a 
negação total dos valores estéticos presentes; e 
outros, como o expressionismo e o cubismo, viam 
na destruição a possibilidade de construção de uma 
nova ordem superior. No fundo eram, portanto, 
tendências também organizadoras de uma nova 
estrutura política e social. 
 
(TELES, Gilberto Mendonça, Vanguarda europeia 
e modernismo 
brasileiro. Rio de Janeiro: Vozes, 1972, p. 10) 
 
04. (Puccamp 2016) A poesia de Oswald de 
Andrade, voltada para a apresentação e 
consolidação de novas formas literárias, não é nem 
cubista, nem expressionista, nem futurista: é mais 
exato considerá-la como uma 
a) tentativa de recuperação do que havia de mais 
ousado na estética parnasiana, sobretudo no que 
dizia respeito às leis de versificação. 
b) manifestação de uma lírica saudosista, disposta a 
recuperar poeticamente a vida dos povos 
primitivos marcada pela espontaneidade. 
c) retomada dos indianistas românticos, com vistas 
à interpretação de documentos que atestassem os 
valores da cultura indígena. 
d) plataforma de revolucionários procedimentos 
estéticos, com vistas a inserir as letras brasileiras 
no contexto de um universalismo sem pátria. 
e) tomada de posição primitivista, à busca de uma 
linguagem simuladamente ingênua e de uma 
revisão crítica e irônica da história do Brasil. 
 
Para responder à(s) questão(ões), considere o texto 
abaixo. 
 
Passadas tantas décadas, estamos de novo 
preocupados com a modernidade de 22. Os 
fragmentos futuristas de Miramar e a rapsódia de 
Macunaíma são apontados sempre como altos 
modelos de vanguarda literária. Mas e o que veio 
depois? Nas melhores obras de autores como 
Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Dalton 
Trevisan, João Cabral de Melo Neto, Ariano 
Suassuna, já se desfaz aquela mistura ideológica e 
datada de mitologia e tecnicismo que o movimento 
LITERATURA – LISTA DE REVISÃO – MODÚLO 3 – STELLER DE PAULA 
 
 
 
 
 
3 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
 
de 22 começou a propor e algumas vanguardas de 
60 repetiram, até virarem em esquema e norma. 
Saber descobrir o sentido ora especular, ora 
resistente dessa literatura moderna sem 
modernismo é uma das tarefas prioritárias da 
crítica brasileira. 
 
(Adaptado de: BOSI, Alfredo. “Moderno e 
modernista na literatura brasileira”. In: Céu, 
inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 126) 
 
05. (Puccamp 2018) Nesse texto, o crítico Alfredo 
Bosi, cotejando a produção do modernismo de 22 
com a das décadas seguintes, conclui que 
a) Mário de Andrade e Oswald de Andrade nunca se 
propuseram a ser autores de prosa de vanguarda. 
b) os grandes autores subsequentes aos modernistas 
não conservaram em suas obras as marcas 
ostensivas de 22. 
c) os poetas e ficcionistas citados inspiraram-se nos 
modernistas de 22 para criarem seu próprio 
futurismo. 
d) algumas vanguardas da década de 60 rechaçaram 
com veemência os ideais de vanguarda da década 
de 20. 
e) os romances citados determinaram, com sua 
mitologia e ideologia, o desenvolvimento da ficção 
posterior. 
 
06. (Puccamp 2018) Dos autores modernos citados 
no texto, caracteriza-se a produção de 
a) Guimarães Rosa pela acuidade que mostra este 
prosador ao recuperar os modelos do nosso 
regionalismo tradicional. 
b) Clarice Lispector pela ousadia da forma 
romanesca, apoiada sobretudo no imediatismo da 
linguagem jornalística. 
c) Dalton Trevisan pela composição sintética de 
contos em que repontam as precariedades da vida 
de seres marginalizados. 
d) João Cabral de Melo Neto pela obsessão que 
demonstra na exposição da subjetividade e do 
lirismo de suas criaturas. 
e) Ariano Suassuna pelo rigor da forma poética 
experimental a que subordinou suas peças de 
teatro de vanguarda. 
 
07. (Ebmsp 2018) Consoada. 
Quando a Indesejada das gentes chegar 
(Não sei se dura ou caroável), 
Talvez eu tenha medo.Talvez sorria, ou diga: 
– Alô, iniludível! 
O meu dia foi bom, pode a noite descer. 
(A noite com os seus sortilégios.) 
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, 
A mesa posta, 
Com cada coisa em seu lugar. 
 
BANDEIRA, Manuel. Consoada. Antologia 
Poética. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 133. 
 
Sobre esses versos de Manuel Bandeira, está correto 
o que se afirma em 
a) Mostram uma dissociação entre a realidade 
concreta e a presumível. 
b) Sintetizam o mascaramento da angústia como 
solução diante do inevitável. 
c) Revelam a instabilidade do sujeito poético diante 
da transitoriedade da vida. 
d) Tematizam, metafórica e eufemisticamente, a 
morte, que é aceita, embora não desejável. 
e) Refletem a desilusão diante de um viver sem 
sentido, devido ao mal sem cura que o acometeu. 
 
08. (G1 - cftmg 2018) Soneto da intimidade 
 
Nas tardes de fazenda há muito azul demais. 
Eu saio às vezes, sigo pelo pasto, agora 
Mastigando um capim, o peito nu de fora 
No pijama irreal de há três anos atrás. 
 
Desço o rio no vau dos pequenos canais 
Para ir beber na fonte a água fria e sonora 
E se encontro no mato o rubro de uma amora 
Vou cuspindo-lhe o sangue em torno dos currais. 
 
Fico ali respirando o cheiro bom do estrume 
Entre as vacas e os bois que me olham sem ciúme 
E quando por acaso uma mijada ferve 
 
Seguida de um olhar não sem malícia e verve 
Nós todos, animais, sem comoção nenhuma 
Mijamos em comum numa festa de espuma. 
 
MORAES, Vinicius de. Nova Antologia Poética. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2003. 
 
Escrito no século XX, o poema de Vinicius de 
Moraes dialoga com a poesia árcade ao integrar a 
forma clássica do soneto à temática bucólica. Por 
 
 
 
 
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LITERATURA – LISTA DE REVISÃO – MODÚLO 3 – STELLER DE PAULA 
outro lado, o texto distingue-se das produções do 
século XVIII por apresentar 
a) versos livres e sequências narrativas. 
b) linguagem coloquial e intenção humorística. 
c) vocabulário urbano e personificação de animais. 
d) ausência de paradoxos e predomínio da 
subjetividade. 
 
09. (Uece 2018) Vários aspectos do poema Velhice, 
de Vinícius de Moraes, manifestam valores estéticos 
afirmados na poesia do Modernismo da década de 
1930 com a qual o autor estava ligado, com exceção 
da 
a) adoção do verso livre (sem métrica) e do verso 
branco (sem rima). 
b) ampliação do campo temático, que contempla, 
dentre outras coisas, aspectos das inquietações 
religiosas. 
c) escolha de temas pautados na cultura e na 
identidade nacional. 
d) ênfase a temas como o sensualismo erótico, o 
amor e os prazeres da carne. 
 
Os ombros suportam o mundo 
 
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. 
Tempo de absoluta depuração. 
Tempo em que não se diz mais: meu amor. 
Porque o amor resultou inútil. 
E os olhos não choram. 
E as mãos tecem apenas o rude trabalho. 
E o coração está seco. 
 
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. 
Ficaste sozinho, a luz apagou-se, 
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. 
És todo certeza, já não sabes sofrer. 
E nada esperas de teus amigos. 
 
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice? 
Teus ombros suportam o mundo 
e ele não pesa mais que a mão de uma criança. 
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos 
edifícios 
provam apenas que a vida prossegue 
e nem todos se libertaram ainda. 
Alguns, achando bárbaro o espetáculo, 
preferiram (os delicados) morrer. 
Chegou um tempo em que não adianta morrer. 
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. 
A vida apenas, sem mistificação. 
 
ANDRADE, Carlos Drummond. Obras completas. 
Rio de Janeiro: Aguilar, 1967. p. 110-111. 
 
10. (Fmp 2018) Entre as características da obra de 
Carlos Drummond de Andrade, a que está presente 
nesse poema é a 
a) valorização do cotidiano e das raízes culturais 
brasileiras 
b) nostalgia da vida provinciana relacionada à terra 
natal 
c) denúncia constante da monotonia observada no 
dia a dia 
d) esperança na sobrevivência do sentimento 
amoroso 
e) manifestação de cansaço diante dos problemas da 
vida 
 
O Lutador 
Lutar com palavras 
é a luta mais vã 
Entanto lutamos 
mal rompe a manhã 
(...) 
Lutar com palavras 
parece sem fruto. 
Não têm carne e sangue… 
Entretanto, luto. 
 
Palavra, palavra 
(digo exasperado), 
se me desafias, 
aceito o combate. 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
11. (Espm 2016) Tema frequente na poética de 
Drummond, os versos sugerem o fato de: 
a) os homens insistirem, ao longo da história, numa 
discussão político-ideológica, sabendo tratar-se 
de um embate inútil. 
b) o homem moderno travar, desde o início da vida 
(“manhã”), uma luta contra a existência, luta essa 
completamente frustrada. 
c) o “eu” lírico questionar a força da poesia, ou do 
discurso, e mesmo assim não abdicar de enfrentar, 
com esse instrumento de luta, as adversidades. 
LITERATURA – LISTA DE REVISÃO – MODÚLO 3 – STELLER DE PAULA 
 
 
 
 
 
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d) a palavra ser um instrumento ineficaz de luta, 
aspecto que conduz o “eu” lírico coletivo a um 
pessimismo quase destrutivo. 
e) haver uma desarmonia social a qual não pode ser 
solucionada apenas com o uso de discursos ou 
ideologias vãs. 
 
12. (Enem PPL 2017) Dois parlamentos 
 
Nestes cemitérios gerais 
não há morte pessoal. 
Nenhum morto se viu 
com modelo seu, especial. 
Vão todos com a morte padrão, 
em série fabricada. 
Morte que não se escolhe 
e aqui é fornecida de graça. 
Que acaba sempre por se impor 
sobre a que já medrasse. 
Vence a que, mais pessoal, 
alguém já trouxesse na carne. 
Mas afinal tem suas vantagens 
esta morte em série. 
Faz defuntos funcionais, 
próprios a uma terra sem vermes. 
 
MELO NETO, J. C. Serial e antes. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1997 (fragmento). 
 
A lida do sertanejo com suas adversidades constitui 
um viés temático muito presente em João Cabral de 
Melo Neto. No fragmento em destaque, essa 
abordagem ressalta o(a) 
a) inutilidade de divisão social e hierárquica após a 
morte. 
b) aspecto desumano dos cemitérios da população 
carente. 
c) nivelamento do anonimato imposto pela miséria 
na morte. 
d) tom de ironia para com a fragilidade dos corpos e 
da terra. 
e) indiferença do sertanejo com a ausência de seus 
próximos. 
 
13. (G1 - ifpe 2017) LAÇOS DE FAMÍLIA 
A mulher e a mãe acomodaram-se 
finalmente no táxi que as levaria à Estação. A mãe 
contava e recontava as duas malas tentando 
convencer-se de que ambas estavam no carro. A 
filha, com seus olhos escuros, a que um ligeiro 
estrabismo dava um contínuo brilho de zombaria e 
frieza assistia. 
— Não esqueci de nada? perguntava pela 
terceira vez a mãe. 
— Não esqueci de nada…, recomeçou a 
mãe, quando uma freada súbita do carro lançou-as 
uma contra a outra e fez despencarem as malas. — 
Ah! ah! – exclamou a mãe como a um desastre 
irremediável, ah! dizia balançando a cabeça em 
surpresa, de repente envelhecida e pobre. E 
Catarina? 
Catarina olhava a mãe, e a mãe olhava a 
filha, e também a Catarina acontecera um desastre? 
seus olhos piscaram surpreendidos, ela ajeitava 
depressa as malas, a bolsa, procurando o mais 
rapidamente possível remediar a catástrofe. Porque 
de fato sucedera alguma coisa, seria inútil esconder: 
Catarina fora lançada contra Severina, numa 
intimidade de corpo há muito esquecida, vinda do 
tempo em que se tem pai e mãe. Apesar de que 
nunca se haviam realmente abraçado ou beijado. Do 
pai, sim. Catarina sempre fora mais amiga. Quando 
a mãe enchia-lhes os pratos obrigando-os a comer 
demais, os dois se olhavam piscando em 
cumplicidade e a mãe nem notava. Mas depois do 
choque no táxi edepois de se ajeitarem, não tinham 
o que falar – por que não chegavam logo à Estação? 
 
LISPECTOR, C. Laços de Família. Rio de Janeiro: 
Rocco, 1998. 
 
O texto acima reproduz um trecho do conto “Laços 
de Família”, de Clarice Lispector, retratando um 
momento peculiar que se repete na obra da autora. 
A peculiaridade da passagem se justifica porque 
a) ocorre um posicionamento feminista, 
representado no trecho acima pela comparação 
entre a mãe e o pai de Catarina. 
b) o número de personagens é reduzido, permitindo 
que as características psicológicas de Catarina e 
Severina, por exemplo, sejam minuciosamente 
descritas. 
c) há reflexão metalinguística, o que, no conto Laços 
de Família, é representado pela repetição 
insistente do autoquestionamento de Severina: 
“Não esqueci de nada?”. 
d) ocorre a epifania, momento de revelação, 
Catarina se redescobre e redescobre a mãe quando 
o táxi freia e elas se chocam. 
 
 
 
 
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LITERATURA – LISTA DE REVISÃO – MODÚLO 3 – STELLER DE PAULA 
e) a narrativa se dá em primeira pessoa, o que 
permite amplo espaço para o fluxo de 
consciência, de Catarina. 
 
 
14. (G1 - ifsc 2016) A pesca 
 
O anil 
o anzol 
o azul 
 
o silêncio 
o tempo 
o peixe 
 
a agulha 
vertical 
mergulha 
 
a água 
a linha 
a espuma 
 
o tempo 
o peixe 
o silêncio 
 
a garganta 
a âncora 
o peixe 
 
a boca 
o arranco 
o rasgão 
 
aberta a água 
aberta a chaga 
aberto o anzol 
 
aquelíneo 
ágil-claro 
estabanado 
 
o peixe 
a areia 
o sol. 
 
(SANT’ANNA, Affonso Romano de. In: Intervalo 
amoroso. Porto Alegre: L&PM, 1999, pp. 48-49). 
 
Com base no texto, assinale a alternativa 
CORRETA. 
a) O texto, elaborado somente com substantivos, 
detalha cada uma das etapas de uma pescaria. 
b) A palavra “agulha” (verso 7), no contexto do 
texto, procura retomar o termo “anzol”, que 
mergulha verticalmente na água. 
c) Apesar de estar estruturado em versos, o texto não 
pode ser considerado um poema, por se constituir 
apenas de palavras soltas. 
d) Em “aberta a água/ aberta a chaga” (versos 22 e 
23, respectivamente), os termos destacados 
exercem funções sintáticas diferentes. 
e) Por não haver elementos coesivos no texto, ele se 
torna incoerente e não é possível estabelecer 
sentido entre cada uma de suas partes. 
 
15. (Unicamp 2018) O poema abaixo é de autoria 
do poeta Augusto de Campos, integrante do 
movimento concretista. 
 
 
 
Nesse poema, nota-se uma técnica de composição 
que consiste 
a) na disposição arbitrária de anagramas, sem 
produzir uma relação de sentido com o título do 
poema. 
b) na disposição exaustiva de anagramas, sem 
produzir uma relação de sentido com o título do 
poema. 
LITERATURA – LISTA DE REVISÃO – MODÚLO 3 – STELLER DE PAULA 
 
 
 
 
 
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c) na disposição arbitrária de anagramas, para 
produzir uma relação de sentido com o título do 
poema. 
d) na disposição exaustiva de anagramas, para 
produzir uma relação de sentido com o título do 
poema. 
 
 
GABARITO 
 
1.Questão: 
Resposta: [B] 
Euclides da Cunha partiu da observação da terra, do 
sertanejo e da Guerra de Canudos para redigir Os 
Sertões. Apoiado no pensamento científico por meio 
das correntes positivista, determinista e 
evolucionista, o autor expõe a saga dos sertanejos 
em uma obra referencial até os dias atuais para as 
Ciências Sociais no Brasil. 
 
2.Questão: 
Resposta: [C] 
O texto se refere ao Cubismo, vanguarda que 
buscava retratar os diferentes ângulos e pontos de 
vista de um mesmo objeto em um mesmo plano. 
Assim, pode-se associá-lo à pintura de Pablo 
Picasso: “As senhoritas de Avignon”, em que vemos 
diversas formas e pontos de vista expressos 
simultaneamente. 
 
3.Questão: 
Resposta: [A] 
Somente a alternativa [A] está correta. A importante 
artista expressionista Anita Malfatti prioriza os 
sentimentos e as reações humanas, tecendo críticas 
a qualquer tipo de exploração do ser humano. 
Durante seus estudos na Alemanha, a artista 
adquiriu a influência expressionista. Na obra “O 
Farol”, desta época, a paisagem está em harmonia 
com edificações e cores fortes e vivas compondo do 
cenário. 
 
4.Questão: 
 Resposta: [E] 
A obra de Oswald de Andrade é bastante voltada às 
origens nacionais, principalmente com o trabalho de 
pesquisa e releitura do passado brasileiro, 
empregando a Carta, de Pero Vaz de Caminha, para 
alcançar seus objetivos. 
As demais alternativas estão incorretas, pois: em 
[A], Oswald de Andrade era absolutamente contra o 
formalismo parnasiano; em [B], sua poesia não é 
marcada pelo saudosismo; em [C], o poeta retoma o 
Quinhentismo, reelaborando trechos da Carta, de 
Pedro Vaz de Caminha; em [D], Oswald buscava 
valorizar a cultura brasileira. 
 
5.Questão: 
Resposta: [B] 
Segundo Bosi, autores como Guimarães Rosa, 
Clarice Lispector, Dalton Trevisan, João Cabral de 
Melo Neto e Ariano Suassuna ultrapassaram as 
técnicas e as características iconoclastas que 
marcaram o movimento de 22 para configurar uma 
nova estratégia dentro do modernismo e que deve 
ser analisada pela crítica. Assim, é correta a opção 
[B]. 
 
6.Questão: 
Resposta: [C] 
Guimarães Rosa, Clarice Lispector, João Cabral de 
Melo Neto e Ariano Suassuna não podem ser 
associados a “regionalismo tradicional”, 
“linguagem jornalística”, “subjetividade e lirismo” 
e “teatro de vanguarda”, características que lhes são 
atribuídas em [A], [B], [D] e [E], respectivamente. 
Assim, é correta apenas [C], pois os contos de 
Dalton Trevisan apresentam linguagem concisa e 
popular e que valoriza os incidentes do cotidiano 
sofrido de seres marginalizados. 
7.Questão: 
Resposta: [D] 
[A] Incorreto. Realidade concreta, como a chegada 
da Morte, e a realidade presumível, como a 
sensação de medo, estão associadas no poema. 
[B] Incorreto. Não há mascaramento de angústia 
frente à Morte, mas a consciência de que ela 
chegará, independentemente de qualquer 
circunstância. 
[C] Incorreto. O eu lírico não se mostra oscilando 
frente à Morte, pois ele tem consciência de que 
ela é inevitável, independentemente de qualquer 
tipo de circunstância. 
[D] Correto. A Morte é apresentada de forma 
metafórica (“Indesejada” e “iniludível”) e 
eufemística (“pode a noite descer”). 
[E] Incorreto. O eu lírico não se mostra desiludido, 
mas convencido de que não há como iludir a 
Morte. 
8.Questão: 
Resposta: [B] 
 
 
 
 
 8 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
LITERATURA – LISTA DE REVISÃO – MODÚLO 3 – STELLER DE PAULA 
Apesar de apresentar uma temática bucólica, do 
campo, aproximando-se dos árcades, o poema vale-
se de uma linguagem bastante coloquial, utilizando 
termos como “mijar”, “cuspir”. Isso faz com que o 
poema adquira um tom humorístico, já que sua 
“exaltação” ao campo se dá por meio de um cenário 
escatológico, algo impensável entre os árcades. 
9.Questão: 
Resposta: [C] 
[A] Incorreto. A liberdade na métrica e no esquema 
de rimas é observada no poema. 
[B] Incorreto. A inquietação espiritual está presente 
em “Nesse dia Deus talvez tenha entrado 
definitivamente em meu espírito / Ou talvez 
tenha saído definitivamente dele”. 
[C] Correto. Em “Velhice”, a temática é filosófica, 
afastando-se da cultura e da identidade nacional. 
[D] Incorreto. Os temas citados se fazem presentes 
na poesia, como se verifica em “Serei um velho, 
não terei mocidade, nem sexo, nem vida / Só terei 
uma experiência extraordinária”. 
 
10.Questão: 
Resposta: [E] 
[A] Incorreto. Em “Os ombros suportam o mundo”, 
o eu lírico está prostrado diante da situação 
vivida, assim como em grande parte dos poemas 
que compõem Sentimentodo Mundo. 
[B] Incorreto. Em “Os ombros suportam o mundo”, 
o eu lírico expressa a dor de viver no momento 
então presente, assim como em grande parte dos 
poemas que compõem Sentimento do Mundo. 
[C] Incorreto. Em “Os ombros suportam o mundo”, 
o eu lírico comunica a dor de viver o então 
momento presente, assim como em grande parte 
dos poemas que compõem Sentimento do Mundo. 
[D] Incorreto. Em “Os ombros suportam o mundo”, 
o eu lírico está sem esperanças amorosas, assim 
como em grande parte dos poemas que compõem 
Sentimento do Mundo. 
[E] Correto. Em “Os ombros suportam o mundo”, o 
eu lírico está prostrado diante da situação vivida, 
e nada lhe resta, como se verifica em “Chegou 
um tempo em que não adianta morrer. / Chegou 
um tempo em que a vida é uma ordem. / A vida 
apenas, sem mistificação.”. 
 
11.Questão: 
Resposta: [C] 
[A] Incorreta. O tema de “O Lutador” é 
metalinguístico. 
[B] Incorreta. A luta estabelecida é com as palavras, 
dado o poema ser metalinguístico. 
[C] Correta. A metalinguagem é um tema constante 
na poesia de Drummond, a exemplo de “O 
Lutador”. O eu lírico tem consciência da 
dificuldade (“Lutar com palavras / é a luta mais 
vã”) e a série de conjunções adversativas indica 
que não haverá desistência por parte dele. 
[D] Incorreta. O eu lírico defende que a luta com as 
palavras “parece sem fruto”, porém não há o 
quesito destrutivo, uma vez que ele não desiste 
do combate. 
[E] Incorreta. O tema de “O Lutador” é 
metalinguístico, e não há desistência por parte do 
eu lírico. 
 
12.Questão: 
Resposta: [C] 
É correta a opção [C], pois o fragmento ressalta a 
impessoalidade e a descaracterização da miséria e 
da morte na realidade do sertanejo: “Nestes 
cemitérios gerais/não há morte pessoal”, “Vence a 
que, mais pessoal,/alguém já trouxesse na carne”. 
 
13.Questão: 
Resposta: [D] 
A obra de Clarice Lispector é marcada por 
momentos de epifania, em que suas personagens 
deparam-se com alguma descoberta que quebra com 
a normalidade da narrativa. No trecho transcrito 
vemos justamente esse momento: Catarina passa 
por um momento de redescoberta quando o taxi 
freia. 
 
14.Questão: 
Resposta: [B] 
[A] Incorreta: o texto também apresenta artigos, tais 
como “o”, e verbos, como “mergulha”. 
[C] Incorreta: o texto é considerado um poema e as 
palavras, apesar de aparentarem estar soltas, 
formam um sentido conjuntamente. 
[D] Incorreta: os termos destacados exercem a 
mesma função. 
[E] Incorreta: apesar de não apresentar elementos 
típicos de coesão, o texto adquire um 
significado, pois as palavras se relacionam. 
 
LITERATURA – LISTA DE REVISÃO – MODÚLO 3 – STELLER DE PAULA 
 
 
 
 
 
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VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
 
15. Questão: 
Resposta: [D] 
No poema, Augusto de Campos dispõe 
exaustivamente, e de forma não arbitrária, 
anagramas da palavra “acaso”, que aparece 
invertida no título: são 60 combinações, organizadas 
em dez grupos de seis e dispostas decrescentemente.

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