Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Histofuncionalidade do Tecido Ósseo → O osso como órgão é constituído de vários tecidos, a parte de tecido conjuntivo ósseo, cartilagens articulares, revestimento externo pelo periósteo (tecido conjuntivo que reveste o osso), a parte interna que é o endósteo, medula óssea, vasos sanguíneos e nervos que fazem parte do órgão osso. → O principal componente estrutural e funcional do osso é o tecido conjuntivo ósseo, que confere as principais características e estrutura ao osso → O osso é um tecido multifuncional, metabolicamente muito ativo → Tem como funções: • Reservatório para íons de cálcio (99%) e fosfato - o cálcio é armazenado na forma de hidroxiapatita, dando dureza ao osso • Sustentação e proteção para o corpo e seus órgãos • Proporciona apoio aos músculos esqueléticos • Aloja e protege a medula óssea • Sistema de alavancas → Como todo tecido, ele é constituído de dois componentes principais: células e matriz extracelular. Células do tecido ósseo → O tecido ósseo é constituído por uma população heterogênea de células, em diferentes estágios de diferenciação celular → Células mesenquimais dão origem a células osteoprogenitoras, as quais darão origem aos osteoblastos, que originam uma grande quantidade de matriz e então produz o osso. → Os osteoblastos produzem toda a grande quantidade de matriz óssea. Depois disso, eles param de produzir tanta matriz óssea e podem seguir alguns caminhos diferentes: • Ficar presos na matriz e começar processo de diferenciação, se transformando em um osteócito (célula principal do tecido ósseo secundário - adulto), esse, faz a maturação da matriz • Se diferenciar em um osteócito que fica revestindo a superfície dos ossos, se ele ficar externamente passa a ser chamado de célula de revestimento periosteal e se ficar na parte interna, é célula de revestimento esdosteal. • Essas células de revestimento são osteócitos mas não tem nesse momento capacidade de produzir matriz, está fazendo apenas uma proteção e revestimento, não faz parte diretamente do periósteo → Os osteoclastos (células grandes originadas pela fusão de vários macrófagos) fazem a degradação óssea. Ele entra em um processo chamado de remodelação osteoclástica, quando temos uma baixa de cálcio sérico ou precisamos remodelar o osso, o osteoclasto é ativado e entra em ação. • Células osteoprogenitoras e osteoblastos: Camada interna do periósteo e região do endósteo • Células periosteais e endosteais: abaixo do periósteo (na superfície do osso sem modificações) e formando o endósteo, respectivamente. • Osteócitos: interior das lacunas e canalículos. • Osteoclastos: (presente somente no osso em modificação) região do periósteo, endósteo e interior dos canais de Havers e Volkmann – processo de reabsorção óssea (regiões de superfície) → Então, só vamos ter célula de revestimento se não tiver osteoblasto ativo. Os osteócitos ficam dentro das lacunas, presos pela matriz extracelular e os osteoclastos estão presentes sempre na região mais externa da matriz, nunca dentro da matriz, sempre vai estar na mesma região que os osteoblastos estão Matriz extracelular óssea → Quem produz a matriz extracelular, em maior quantidade são os osteoblastos e em menor quantidade são os osteócitos. → A matriz que o osteócito secreta é chamada de osteóide (parte orgânica) → A parte inorgânica dá dureza ao osso (suporte e proteção) que é formada pela hidroxiapatita (fosfato de cálcio) • O fosfato vem da clivagem das proteínas não colágenas e o cálcio da corrente sanguínea (alimentação) • Essa matriz fica dura e rígida, isso é uma característica diferencial do tecido ósseo Estrutura microscópica do tecido ósseo maduro → Por volta dos quatro anos de idade, começa a substituição do tecido ósseo primário pelo secundário de acordo com a exigência, o peso, a movimentação, vamos ter um maior ou menor deposição de cálcio no tecido ósseo, quanto mais deposito de cálcio maior a dureza desse tecido ósseo → Secundário (lamelar) - tecido ósseo maduro • Matriz extracelular – cálcio em grande quantidade • Fibras de colágeno organizadas formando lamelas paralelas ou concêntricas (camadas de osteócitos e matriz) ao redor dos vasos sanguíneos → Os vasos sanguíneos estão presentes em toda parte compacta do osso, ao redor dessa região tem a formação de lamelas concêntricas, já a região onde não tem o vaso sanguíneo (tecido esponjoso) na periferia do tecido ósseo compacto, as lamelas serão depositadas paralelamente - sistemas de Havers ou Osteons Estrutura macroscópica do osso adulto → Na região do osso compacto, na região central do osso compacto, vamos ter lamelas concêntricas e na periferia do osso compacto e na região do osso esponjoso, nas espículas, vamos ter lamelas paralelas Estrutura microscópica do osso adulto com sistema de havers → O periósteo é onde chegam os vasos sanguíneos, o osso é muito vascularizado → O vaso sanguíneo penetra e a região onde forma um túnel (se for perpendicular se chama canal de Volkmann e se for um túnel que corre longitudinalmente ao comprimento do osso, vai ser chamado de canal de havers) → Passando pelo labirinto, vasos sanguíneos penetram pelo canal de Volkmann, sobem no sentido do comprimento pelo canal de havers, cruzam de novo pelo canal de Volkmann e chegam na parte interna do osso (endósteo) onde serão formadas as artérias nutrícias, outros vasos sanguíneos no meio. → Na região do osso compacto onde temos canal de havers, osteoblastos se depositam ao redor do vaso e formam lamelas concêntricas → Espaço que o osteócito ocupa: lacuna → Esse conjunto do canal de havers e seus componentes, osteócitos e as lamelas concêntricas é chamado de sistema haversiano ou ósteon • Conseguimos ver os osteócitos dentro das lacunas (pontinhos escuros), canais de havers (redondo maior com vasos sanguíneos), canais de Volkmann com vaso sanguíneo e dentro dos canais as células osteoprogenitoras, ou osteoblastos • Além disso vemos as células do endósteo e da medula óssea. Todas as estruturas orgânicas, celulares, vão ser preservadas. • Estrutura dos ósteons, com a região do canal de havers dentro, as lacunas onde estão os osteócitos e a região formando as lamelas concêntricas. • Quando o cálcio sai a matriz perde a sua organização, então comparando essas duas imagens podemos imaginar o que acontece com o tecido ósseo quando tem uma baixa de cálcio, agora se ele vai perder sua organização toda a sua função fica alterada também porque não teremos toda a dureza que a hidroxiapatita confere ao tecido. • Então, na 1ª imagem vamos observar células e tecidos, e na 2ª imagem não tem célula, vemos o canal de havers mas sem os vasos e as células, vemos as lacunas sem células e a matriz óssea, mas também sem células. → Na imagem podemos ver as estruturas coloridas, onde vemos o sistema haversiano, lamelas paralelas, lamelas paralelas entre os canais e o canal de havers Se a matriz é calcificada, como as células sobrevivem e se comunicam? → Quando o osteoblasto está no processo de diferenciação para osteócito, emitem longos prolongamentos que fazem comunicação e podem ligar um osteócito a outro → Esses osteócitos também têm prolongamentos que podem conectar eles aos osteoblastos, células osteoprogenitoras e podem conectar também aos osteoclastos → Então os osteócitos, apesar de ficarem nas lacunas, tem uma rede de comunicação, até chegar no canal de havers Remodelação óssea → A remodelação óssea acontece com dois processos antagônicos, primeiro tem uma degradação óssea (reabsorção óssea) edepois tem formação de osso novo → Então ele vai “cavar” o buraco, que é a reabsorção óssea, proliferar o cálcio e depois esse novo tecido ósseo vai ser depositado - o processo de reabsorção faz com que o cálcio seja reabsorvido para o sangue. → Mantido a longo prazo por um complexo sistema de controle que inclui: hormônios, fatores físicos e fatores humorais locais → Esse processo, didaticamente, é separado em 2 tipos de remodelação óssea: remodelação osteocítica e remodelação dependente de osteoclasto e osteoblasto. → Elas podem se complementar, e a osteocítica pode disparar a dependente de osteoclasto e osteoblasto. → De maneira geral o que estimula a remodelação osteocítica é um estimulo mecânico (caminhar, correr) e sua função principal é fazer processo de renovação óssea → Já o osteoclasto degrada osso, e osteoblasto produz grande quantidade de matriz, então a remodelação dependente de osteoclasto e osteoblasto é um processo maior, consequentemente precisa de um controle mais severo porque senão pode trazer consequências para o organismo. → Esse processo acontece em caso de fratura, crescimento ósseo, quando temos baixa de cálcio no sangue, e quando ocorre um estimulo mecânico intenso a remodelação osteocítica vai disparar a remodelação dependente de osteoclasto e osteoblasto. → Osteócitos ficam localizados dentro das lacunas, então a remodelação osteocítica acontece nas lacunas e dos canalículos → Os osteócitos exibem diferentes estados funcionais durante a remodelação osteocítica de seu microambiente perilacunar e pericanalicular. • Os osteócitos quiescentes • Os osteócitos de reabsorção - secretam MMP (metaloprotease) que degrada proteínas da matriz • Os osteócitos formadores – secretam osteóide → Os osteócitos são células de vida longa (10-20 anos), e a sua morte pode ser atribuída ao processo de apoptose, degeneração/ necrose, senescência (idade avançada) ou atividade de remodelação óssea dos osteoclastos → IGF-1 promove proliferação dessas células, ativa osteoclasto e pode começar a fazer a renovação de matriz óssea mas agora em grande quantidade → De maneira geral vamos ter os osteoblastos ativados e células precursoras de osteoclastos, que são as células da linhagem monocitica, ativadas pelo movimento. → Esses precursores de osteoclasto são macrófagos e estão na medula óssea ou dentro dos canais de havers. → Quando esses monócitos são ativados, ele vai passar a expressar um RANK na sua superfície → O RANK é da família dos TNF, nesse ambiente ósseo, um monócito expressando RANK está muito próximo de um osteoblasto, e o osteoblasto quando ativado passa a expressar o RANKL e M-CSF. → O M-CSF estimula mais ainda a diferenciação do macrófago e quando o RANKL se liga ao RANK os macrófagos já diferenciados começam a se fundir e se diferenciar em um osteoclasto. → Esse osteoclasto começa a degradar o osso, libera fatores de crescimento e cálcio, que ativam mais células osteoprogenitoras que estão na região, e esses osteoblastos ativados migram para superfície do osso, e são ativados por outros macrófagos da região a produzirem mais matriz. → A partir do momento que o osteoblasto terminar sua produção de matriz óssea ele pode seguir para 3 caminhos: • Ficar preso pela matriz e se diferencia em osteócito • Se ele tiver na superfície que vai parar o processo de remodelação óssea ele vai se diferenciar em uma célula de revestimento (se estiver na região do periósteo vai ser uma célula periosteal, se estiver na região do endósteo vai ser uma célula estosteal) • A maior parte dos osteoblastos entram em apoptose pois osteoblastos só se diferenciam em osteócitos se esse osso estiver em um remodelamento que precisa aumentar a massa óssea ou no caso de uma fratura que deve repor toda a massa óssea → Se ocorrer uma baixa de cálcio sérico, as células da paratireoide detectam essa queda e produzem e secretam PTH. → O PTH cai na corrente sanguínea, chega até o osso e vai se ligar diretamente nos osteoblastos (receptor para o PTH). → Uma vez que o PTH se liga nesse receptor, produz M-CSF que termina o processo de diferenciação de monócito para macrófago, que expressa o RANK na sua superfície, e enquanto isso o osteoblasto, por estimulo do PTH passa a expressar o RANKL e os dois se encontram → RANKL pode ficar preso a superfície ser solúvel, o osteoblasto consegue libera-lo e ativar macrófagos mais distantes da região onde ele está, sem precisar ter contato físico → O RANKL se liga ao RANK e ativar a diferenciação do osteoclasto através da junção de vários macrófagos. → Esses macrófagos uma vez formados se unem para formar osteoclasto. O osteoclasto vai ficar ativo quando ele se ligar a matriz óssea – precisa fazer contato com o colágeno I que dispara ativação e uma vez que é ativado, começa a degradar matriz óssea. → Outra substância produzida pelo osteoblasto a partir da ativação do receptor da paratireoide é a OPG (osteoprotegerina) que é como se fosse um feedback negativo, quando for liberada, vai se ligar no próprio RANKL do osteoblasto, parando a formação de osteoclasto (autocontrole) → Então o osteoblasto ativado pelo PTH dispara a formação do osteoclasto mas também freia a formação do osteoclasto. → Então, na tireoide, as células C, detectam a alta de cálcio e com isso produzem calcitonina. A calcitonina cai na circulação e age diretamente sobre o Osteoclasto (calcitonina é quem freia o osteoclasto) → Então o PTH ativa a remodelação óssea via osteoblasto mas a calcitonina para a remodelação óssea diretamente no osteoclasto Hormônios estão envolvidos • Calcitonina: produzido pelas células parafoliculares da tireoide. Inibe a reabsorção de matriz atuando diretamente sobre o osteoclasto. • Paratormônio: produzido pelas paratireoides. Atua estimulando o número de osteoclastos o que aumenta a reabsorção • Estrógenos: ativa osteoblastos
Compartilhar