Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

LINGUAGEM	TRIDIMENSIONAL
UNIDADE 4 - OBJETOS ARTI�STICOS NO
SE� CULO XX
Autoria: Mariana da Silva Buôgo - Revisão técnica: Luciara Bruno Garcia
Introdução
Nesta unidade, trataremos da arte tridimensional a partir do século XX, as rupturas dos movimentos
vanguardistas, tais como o Cubismo de Picasso, o Dadaı́smo de Hans Arp, os ready-mades de Duchamp, os
assemblages e o Minimalismo de Judd. Foi um perı́odo de intensa industrialização, das grandes guerras, da
produção de massa e dos materiais sintéticos. O mundo mudou de maneira extrema nesse perı́odo. E a arte
não pôde deixar de acompanhar esses processos, questionando, negando ou a�irmando todas as
transformações por que a sociedade passou nesse século de mudanças tão extremas.
Bons estudos!
4.1 A escultura na modernidade
O século XX é marcado por uma profunda mudança na forma de viver do homem moderno. Transformações
ocorreram nas áreas econômicas, sociais e tecnológicas. A velocidade da vida mudou, o capitalismo avança
após a Revolução Industrial e consolida a era da competitividade, ocorrendo um aumento da produção de
bens de consumo. O comportamento humano se modi�ica devido às tecnologias, as mudanças constantes
deixam os gostos fugazes, a comunicação se dá por novos meios, levando ao distanciamento fı́sico. A geração
desse século passa a conviver com elementos contraditórios dados pelos choques constantes da mudança,
valores extremos como passado e futuro, efêmero e histórico, barbárie e progresso, contestação e adaptação,
destruição e construção. A arte acaba por ser deslocada do seu local canônico da arte clássica passando a ser
também considerada um produto industrial, avaliada por seu valor monetário dentro das leis do mercado
(LOPES; CERIBELI, 2013).
Sobre os novos materiais e formas de produção na arte a partir dos anos 1960, Lopes e Ceribeli (2013, p. 46)
fazem a seguinte análise:
Há uma multiplicidade de materiais recém-descobertos utilizados nas produções artı́sticas, novas
técnicas de fabricação a serem exploradas, uma relação de forma-material-técnica que também
colabora na variedade de criação do que a sociedade passou a rotular de Arte, mesmo que, de
acordo com os padrões e paradigmas vigentes, não haja unidade quanto à aceitação destes
parâmetros. O próprio corpo do artista passa a ser utilizado como suporte, em trabalhos que
exigem uma análise contextualizada para compreensão. Muitos destes trabalhos causam não
apenas estranhamentos, mas chocam pela proposta inusitada. A hibridização da produção
artı́stica di�iculta, em se tratando da arte moderna, a adoção de um cânone, como acontecia na arte
clássica, resultando numa arte eclética que não permite considerações uniformes, ou
estabelecimento de parâmetros em que se possa enquadrá-la ou adotar padrões estéticos
paradigmáticos para de�inir tais produções. 
A industrialização afasta o homem da natureza, considerado o referencial artı́stico inicial em outros perı́odos.
Nela, o homem vivia e sentia-se imerso em suas leis até esse processo de modernização, em que inicia um
movimento de afastamento do natural, exprimindo a natureza como uma referência representativa de
sentimentos e impressões, e não como um espelho, uma reprodução dela na obra. O mundo natural e
constante já não é o estı́mulo primordial da arte, mas os produtos de um meio industrializado e mercantil
(LOUREIRO, 2013).
O homem no século XIX viveu em um ambiente visual bastante estandardizado. Isto é, era
normalmente previsı́vel com o que ele estaria em contato no dia a dia. Seu ambiente visual na
parte do mundo em que vivia era bastante consistente. Em nosso tempo nós temos um ambiente
experiencial drasticamente mais rico. Podemos voar sobre toda a terra em questão de horas e dias,
não de meses. Nós temos o cinema, a televisão a cores, assim como o espetáculo de luzes de Las
Vegas feito pelo homem, ou os arranha-céus de New York City. O mundo inteiro está aqui para ser
visto, e o mundo inteiro pode assistir o homem andar pela lua de sua sala de estar. Certamente não
se pode esperar que a arte ou objetos de pintura e escultura possam competir experiencialmente
com isso? (KOSUTH, 1991, p. 23 apud LOUREIRO, 2013, p. 75). 
Até o inı́cio do século XX, foi possı́vel distinguir e categorizar técnicas e estilos na arte. Já na primeira metade
do século, ocorrem alguns movimentos de ruptura com a de�inição de arte como fruto do esforço criativo
humano; desses movimentos, podemos citar os cubistas e suas colagens, os futuristas e os dadaı́stas. A partir
de 1960, esse ‘”duopólio” existente entre pintura e escultura deixa de fazer tanto sentido, pois já não é possı́vel
classi�icá-las de maneira tão distinta (ARCHER, 2001).
O termo escultura, oriundo do verbo latino sculpere, referia-se a esculpir, gravar, remover matéria-prima para
de�inir uma forma. A� escultura acrescentou-se a modelagem em cera ou argila. Na contemporaneidade, houve
uma ampliação no universo de possibilidades técnicas, e os artistas do tridimensional já não se limitam
apenas a modelar ou esculpir suas obras. A inovação tecnológica marcou o século XX, que trouxe novos
materiais e novas técnicas de experimentação aos artistas. Além da madeira e do aço, são incorporados
materiais sintéticos como o plástico (OCVIRK et	al., 2014).
A pintura de�inida pela tela bidimensional atravessa o perı́odo de crı́tica re�lexiva sobre si mesma ocorrida
durante o Modernismo, atingindo o ápice da desconstrução e abstração pelas obras de Morris Louis (1912-
1962) e Kenneth Noland (1924-2010).
O passo seguinte foi transpor a pintura para a terceira dimensão, até então domı́nio da escultura, rompendo-se
com essa categorização. Elementos das obras bidimensionais são trazidos para fora da tela, para o espaço
tridimensional. 
Artistas como Sven Lukin (1934-), Richard Smith (1931-2016), Anne Truit (1921-2004), entre outros, também
trabalharam com tais experimentações (ARCHER, 2001). 
#PraCegoVer:	a	�igura	apresenta a entrada do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, com grandes portas de
vidro que re�letem imagens da rua, como carros e pedestres. Acima das portas, em letras pretas, está escrito:
The Museum of Modern Art.
VOCÊ QUER VER?
Para conhecer exemplos de pinturas em espaço tridimensional, veja as obras da série
Chatham (1971), de Ellsworth Kelly (1923-2015), expostas no site do Museu de Arte
Moderna (MoMa), Nova Iorque. Disponıv́el
em: https://ellsworthkelly.org/exhibition/ellsworth-kelly-chatham-series/
(https://ellsworthkelly.org/exhibition/ellsworth-kelly-chatham-series/). 
Figura 1 - Museu de Arte Moderna (MoMa), Nova Iorque
Fonte: littlenySTOCK, Shutterstock, 2020.
https://ellsworthkelly.org/exhibition/ellsworth-kelly-chatham-series/
Essa construção da obra pictórica invadindo o tridimensional deu inı́cio ao Minimalismo, denominação
aplicada por crı́ticos de arte de forma pejorativa aos trabalhos de Donald Judd (1928-1994), Robert Morris
(1931-2018), Dan Flavin (1933-1996) e Carl Andre (1935-). 
Judd descreve as obras como uma objeção ao racionalismo da arte moderna, produzindo obras que, segundo o
artista, se alinhariam às repetições da vida diária, ao aumento de bens de consumo e à nova percepção de
passagem do tempo. O artista rejeita o que chama de falsi�icação da realidade, o ilusionismo, buscando o
pragmatismo da experiência dos fatos. As formas em suas obras são abstratas, sem composições ou
referências, iniciando seus trabalhos com o uso de madeira, passando a utilizar o metal e o acrı́lico (ARCHER,
2001).
 
VOCÊ QUER VER?
As obras de Donald Judd são construções de formas mıńimas e cores primárias,
contrapondo-se ao Expressionismo Abstrato. Conheça a escultura Sem	título, 1973, de
Judd, composta por caixas de madeira dispostas lado a lado, disponıv́el no site da
Galeria de Arte Nacional do Canadá: https://www.gallery.ca/magazine/your-
collection/at-the-ngc/donald-judd-and-the-national-gallery-of-canada-an-enduring(https://www.gallery.ca/magazine/your-collection/at-the-ngc/donald-judd-and-the-
national-gallery-of-canada-an-enduring). 
https://www.gallery.ca/magazine/your-collection/at-the-ngc/donald-judd-and-the-national-gallery-of-canada-an-enduring
#PraCegoVer: a imagem apresenta o edifı́cio da Galeria de Arte Nacional do Canadá, em Ottawa, cuja estrutura
é em vidro e granito, com formas triangulares e retangulares. 
Figura 2 - Galeria de Arte Nacional do Canadá, Ottawa
Fonte: Facto Photo, Shutterstock, 2020.
Em contrapartida, há uma busca pela produção de uma arte que se coloque distanciada do mercado, que passe
a ser vista como bem cultural e não para consumo. Uma arte que exija que o público a interprete, que re�lita
sobre o tema e seus signi�icados. Para apreciar uma obra de arte nesse perı́odo em que já não se busca apenas
a contemplação prazerosa, a crı́tica de arte passa a ter valor decisivo (LOPES, 2013). A escultura moderna
abandonou os ideais sociais e artı́sticos. A arte tridimensional deste século ainda é chamada de escultura,
porém o sentido da obra é modi�icado; não são esculpidas ou moldadas, mas construı́das, tal como na
arquitetura, ou montadas, tal como uma máquina (READ, 2003). 
CASO
A efervescência polıt́ica das décadas de 1960 e 1970 nos EUA, a Guerra no Vietnã, a
reação ao racismo e à morte de Martin Luther King, a Guerra Fria e o crescimento da
esquerda, os hippies e o festival de arte e música Woodstock marcaram esse perıódo,
causando um desconforto entre os artistas icônicos da época. Artforum, uma relevante
revista de arte, traz, na edição de setembro de 1970, um questionamento aos
integrantes do mundo artıśtico sobre quais ações polıt́icas deveriam ser
empreendidas pelos artistas. Há ainda um receio de envolvimento da produção
artıśtica com o momento polıt́ico. A resposta de Judd re�lete uma certa ambiguidade,
de uma maneira compreendendo a necessidade de implicar politicamente sua arte,
em que alega uma busca por interesses próprios que chega a uma conclusão polıt́ica
negativa, porém com preocupação em trazer demasiada austeridade, complexidade e
di�iculdade intelectual em contrapeso à cultura de massa, best-sellers, �ilmes de
Hollywood e música pop. Esse temor era compartilhado pelo �ilósofo Theodor Adorno
(1903-1969), de que obras recheadas de mensagem poderiam estar dotadas de
propaganda polıt́ica (como na recente Alemanha nazista, Rússia stalinista ou EUA
capitalista), e também rejeitava as obras que traziam satisfação instantânea, o kitsch e
os meios de comunicação de massa. Judd não relaciona sua prática artıśtica à situação
polıt́ica. Carl Andre traz uma certa crıt́ica social em sua resposta, ao dizer que os
artistas deveriam se politizar, e não as suas obras. Porém, traz um certo desconforto
ao questionar o museu como espaço apolıt́ico, sendo gerido por curadores que
estariam apoiando a guerra, um con�lito entre a barbárie e a liberdade. Anos antes,
em 1966, um comitê de artistas, com a presença de Judd, construiu em Los Angeles a
Peace	Tower	(Torre da Paz), concebida pelo artista Irving Petlin (1934-2018). A torre,
de 18 metros de altura, que continha 400 painéis do mesmo tamanho enviados por
artistas do mundo inteiro, �icaria em pé até o �inal da Guerra do Vietnã, sendo
desmontada antes por pressões polıt́icas (WOOD, 1998). 
4.2 Ready-made
Há pouco mais de um século, precisamente em 1913, Marcel Duchamp (1887-1968), em exposição, monta
uma roda de bicicleta em um banquinho de madeira, nomeando-a como Pneu	de	bicicleta e classi�icando-a
como ready-made. Duchamp categoriza a escultura por ele montada como obra de arte, pois assim está
posicionada enquanto objeto de exposição. Essa atitude, vista como extrema no perı́odo, é fruto do
movimento dadaı́sta, do qual Duchamp fez parte (BAUMGART, 2007).
O escultor Hans Arp (1886-1966) é um dos fundadores do movimento em 1916, abrangendo as obras já
realizadas por Marcel Duchamp e Man Ray (1890-1976) como parte do Dadá. Arp (1958, p. 13 apud READ,
2003, p. 147-8) declara que o Dadaı́smo tinha como princı́pio ser contra a mecanização do mundo, dentro do
espı́rito da guerra que acontecia, que ele explica ser uma guerra de máquinas, em que venceria quem
inventasse a mais poderosa ou veloz. Faz ainda uma crı́tica veemente sobre um pressentimento de que o ser
humano devotar-se-ia a destruir ainda mais a terra.
O Dadaı́smo cresceu durante a Primeira Guerra Mundial, com a vivência das vı́timas e destruições, veio como
uma rejeição aos valores tradicionais incapazes de evitar a barbárie e questionava o imperialismo e a
burguesia (BAUMGART, 2007). Os dadaı́stas eram também niilistas. Como explica Read (2001, p. 119-20 apud
READ, 2003, p. 142-143), o movimento: 
[...] proclamava-se “ativista”, e isso com efeito signi�icava uma tentativa dogmática de criar um
novo estilo em arte. Por trás disso havia forte inquietação social, a paixão da guerra, a própria
guerra e depois a Revolução Russa. Anarquistas, e não socialistas, protofascistas em alguns casos,
os dadaı́stas adotaram o slogan de Bakunin: destruição também é criação! A �inalidade deles era
chocar a burguesia (que consideravam responsável pela guerra) e estavam prontos a lançar mão
de quaisquer meios que estivessem ao alcance de sua imaginação macabra – fazer quadros com
lixo ou exaltar objetos escandalosos, como garrafeiros ou urinóis, à dignidade de objetos de arte. 
VOCÊ QUER VER?
Hans Arp é um artista com uma interessante trajetória pela escultura abstrata, tendo
criado obras importantes também fora do movimento dadaıśta. Conheça um pouco de
suas obras e de usa trajetória acessando https://www.wikiart.org/pt/hans-arp
(https://www.wikiart.org/pt/hans-arp). 
https://www.wikiart.org/pt/hans-arp
Essa é uma crı́tica bastante conservadora em relação ao movimento, que terminou logo depois da Primeira
Guerra. A manifestação que se pode dizer como a mais apoteótica do Dadá é o aproveitamento de objetos
prontos de Duchamp. Archer (2001) traz a fala da crı́tica de arte Barbara Rose (1938-), que faz um paralelo
entre as decisões nos ready-mades de Duchamp e nas pinturas do russo Kasimir Malevich (1878-1935), que
exibe um quadro onde se vê um quadrado preto pintado sobre fundo branco. Ela diz que ambos fazem uma
renúncia ao exibirem suas obras: Malevich renuncia à complexidade da arte, e Duchamp, à unicidade da obra e
à sua separação de objetos cotidianos.
Donald Judd, que participaria do Minimalismo, movimento que viria posteriormente, escreveu um ensaio em
1965 sobre a inquietação de já não serem possı́veis de�inições tão claras na arte ao qual chama de “Objetos
especı́�icos”. Nele, Judd usa a coordenada da tridimensionalidade, tal como fez também Greenberg ao a�irmar
que os artistas estão decididos a explorar a terceira dimensão, para englobar os objetos de arte e não arte de
Duchamp e de outros dadaı́stas (ARCHER, 2001).
Duchamp provoca uma transformação no que tange ao conceito de técnica e desloca o papel do artista como
alguém capaz de produzir objetos visuais manufaturados para o prazer da contemplação para alguém que
repensa o mundo. Os ready-made reduzem a obra a um objeto em si, e Duchamp assume-se como um artista
que explora o humor e o deboche, que nega de certa forma a coerência ou o sentido em seus trabalhos. E� um
ataque ao gosto, sendo bom ou mau. Produz ainda outros ready-made	icônicos, como Porta-Garrafas, de 1914,
ou a Fonte, de 1917; e, em 1919, a obra L.H.O.O.Q.,	que se trata de um postal com a �igura da Mona Lisa de
Leonardo da Vinci, no qual desenha bigode e cavanhaque. Na sigla em francês, lê-se "Elle	a	chaud	au	cul", que
em português seria "Ela tem um rabo quente" (LOUREIRO, 2013). 
O ready-made, que se revela o produto tecnicamente mais radical de Duchamp – ou seja, onde é
negada em sua integralidade a técnica do technites	grego, aquele que sabe fazer com as mãos – não
é uma pintura, mas supõe em sua produçãouma concepção absolutamente não retiniana. Não se
trata de um objeto para ser visto como gerador de um agrado à vista; não há no ready-made
nenhuma concessão ao prazer visual (LOUREIRO, 2013, p. 289). 
Con�igura a obra Fonte, de Duchamp, como capa do catálogo da exposição que aconteceu em março de 2015
em Kamberk, na República Checa na �igura “Marcel Duchamp, Fonte, 1917 como capa do catálogo de
exposição”
#PraCegoVer:	na imagem, a obra Fonte, 1917, de Marcel Duchamp. Nela se vê um urinol invertido, com as
inscrições R. Mutt 1917. A obra aparece estampada na capa do catálogo da exposição que aconteceu em março
de 2015 em Kamberk, na República Checa, pela Taschen.
Figura 3 - Marcel Duchamp, Fonte, 1917 como capa do catálogo de exposição
Fonte: Emka74, Shutterstock, 2020.
Loureiro (2013, p. 103) extrai do livro sobre Marcel Duchamp, escrito por Pierre Cabanne (1987), a seguinte
classi�icação em termos de objetos prontos.
Ready-made	assistido	
Há uma manipulação do objeto. Pode consistir simplesmente em uma alteração no ângulo em
que um objeto é usualmente visto, como em Roda	de	bicicleta, que consiste em uma roda �ixada
em um tamborete. 
Ready-made	estrito
Não há alteração alguma na materialidade do objeto original. Como exemplo o Porta-Garrafas,
de 1914, ou a Fonte, de 1917.
Posteriormente, já nos anos 1980, um grupo de artistas de Nova Iorque traz o tema da mercantilização à arte,
contextualizando a mercadoria em si com um signo da cultura, não apenas como objetos utilitários, mas que
também têm signi�icado. Jeff Koons (1955) e Haim Steinbach (1944) decidem expor objetos de bens de
consumo duráveis como arte (WOOD, 1998).
A escultura gigante Buquê	de	Tulipas (Bouquet	of	Tulips), na �igura a seguir, foi criada por Jeff Koons e doada
pelo artista aos franceses em homenagem às vı́timas dos ataques terroristas ocorridos em 2015 e 2016, na
França. Com 12 metros de altura, feita em bronze, alumı́nio e aço inoxidável, a obra está permanentemente
exposta próxima ao museu Petit Palais, em Paris, desde 2019 (PELTIER, 2019). 
VOCÊ QUER LER?
Quer se aprofundar na história de Marcel Duchamp e no contexto artıśtico
vanguardista dos ready-made, das obras dadaıśtas e surrealistas? A Fundação Bienal
de São Paulo lançou um catálogo da história do artista, escrito por Arturo Schwarz, por
ocasião da 19º Bienal Internacional de São Paulo, em 1987. Leia o catálogo na ıńtegra
acessando: http://www.professores.uff.br/ricardobasbaum/wp-
content/uploads/sites/164/2017/10/Duchamp_Bienal_1987.pdf
(http://www.professores.uff.br/ricardobasbaum/wp-
content/uploads/sites/164/2017/10/Duchamp_Bienal_1987.pdf ).
http://www.professores.uff.br/ricardobasbaum/wp-content/uploads/sites/164/2017/10/Duchamp_Bienal_1987.pdf
#PraCegoVer: na imagem, apresenta-se a obra Buquê	de	Tulipas, de Jeff Koons. Trata-se de uma escultura de
12 metros de altura, localizada no jardim próximo ao museu Petit Palais, em Paris. Uma mão gigante segura 11
tulipas em forma de balões, nas cores branca, azul, vermelha, rosa, laranja, verde e amarela.
Steinbach comprava os objetos e os expunha em prateleiras de fórmica. Suas obras tinham certa coerência, não
pela utilidade dos objetos que escolhia para compor uma obra, mas pelas cores, materiais e texturas. Koons
não só produzia as mercadorias como arte, como empregava trabalhadores para as executar. Remete
diretamente aos ready-made de Duchamp a exibição de aspiradores de pó empilhados verticalmente em
caixas de plástico com luz �luorescente (ARCHER, 2001).
Figura 4 - Buquê	de	Tulipas, de Jeff Koons
Fonte: EQRoy, Shutterstock, 2020.
VOCÊ SABIA?
O trabalho de Jeff Koons sempre esteve relacionado a assuntos pós-modernos,
seguindo uma estética kitsch em obras que angariam fama, além de serem
vendidas por uma pequena fortuna, como a peça em que representa Michael
Jackson e o seu chimpanzé Bubbles com a estética dos bibelôs de porcelana,
vendida por 5,6 milhões de dólares, e que hoje integra o Museu de Arte Moderna
de São Francisco. Em 2019, sua peça Rabbit, de 1986, é vendida por 91,1 milhões
de dólares, tornando-se a obra mais cara de um artista vivo (REYBURN, 2019). 
4.3 Assemblage
No inı́cio do século, Pablo Picasso (1881-1973) aventurava-se pelo terreno da escultura. Embora suas obras
cubistas mais famosas sejam pinturas, produziu a primeira escultura cubista de seu acervo, a peça de bronze
intitulada Cabeça	de	uma	mulher (1909-10). Somente três anos depois o artista volta-se novamente para o
tridimensional, não mais com o Cubismo, abandonado de�initivamente com o inı́cio da Primeira Guerra, em
1914. Na escultura, passa a interessar-se por explorar a construção partindo de materiais já prontos, como
papel colado, linóleo, pedaços de madeira, barbantes, entre outros artifı́cios, introduzindo assim a técnica da
colagem no mundo das artes. Sua obra o Copo	de	absinto (1914) consiste em uma peça de bronze de 21,5 cm
de altura, que foi realizada em um molde de cera anterior, onde uma colher real foi equilibrada (READ, 2003).
Sobre a técnica de colagem utilizada por Picasso, o pintor surrealista Roland Penrose (1900-1984) escreve:
Pedaços de sucata, molas, tampas de panela, peneiras, pinos e parafusos, escolhidos
cuidadosamente e apanhados do entulho, podiam misteriosamente tomar parte dessas
construções, tornando à vida de maneira espirituosa e convincente em uma nova personalidade.
Os vestı́gios de suas origens permanecem visı́veis como testemunhas da transformação que o
mágico efetuara, um desa�io à identidade de quaisquer e todas as coisas. (PENROSE, 1958, p. 241
apud READ, 2003, p. 64) 
Com essa descrição, Penrose aproxima as obras de Picasso às peças de cultos animistas e totens tribais,
�iguras dotadas de emoções, diferentemente das esculturas construtivistas, impessoais e matemáticas (READ,
2003).
A partir desse mesmo ano, um grupo de artistas russos inicia a produção de objetos aos quais chamariam
“construções”. Vladimir Tatlin (1885-1953) era um dos mais atuantes, teve contato breve com os trabalhos de
Picasso, em 1913, e, inspirado pelo movimento futurista italiano, realiza, em 1915, A	 Exposição	 Futurista:
Linha	de	Bonde	V, e em seus trabalhos concebe esculturas que tomariam “materiais brutos e objetos prontos e
os combinaria no espaço real sem intenção alguma de representação” (READ, 2003, p. 88). Com o inı́cio da
Primeira Guerra, vários artistas russos tiveram que retornar ao seu paı́s, entre eles os irmãos Naum Gabo
(1890-1977) e Antoine Pevsner (1884-1962), e lá desenvolvem um novo movimento nas artes junto a Tatlin,
construtivista. Neste perı́odo, desenvolve-se o protótipo do emblemático Monumento à Terceira Internacional
(1919-20), que, em sua versão �inal, deveria superar em tamanho o Empire State de Nova Iorque e seria
composto de vidro e ferro, o corpo deveria se mover e abrigar palestras e congressos, o cone abrigaria
atividades executivas, e o cubo na parte mais alta seria um centro de informações. Porém o projeto nunca foi
concretizado, o que não tira de si o mérito de incorporar princı́pios dinâmicos nessa nova escultura. Con�ira
uma imagem de como seria esse monumento na �igura “Selo russo de 2000 em homenagem a Tatlin e ao
Monumento	 à	 Terceira	 Internacional, 1919-20”. Na Rússia pós-revolução, há uma dispersão dos artistas a
partir de 1922, quando se inicia a difusão do movimento pela Europa (READ, 2003). 
#PraCegoVer: na imagem, um selo russo criado em 2000 em homenagem a Tatlin e ao Monumento	à	Terceira
Internacional (1919-20). Somente o modelo foi construı́do, em metal, com uma torre que cresce em espiral,
sendo levemente inclinada até o topo. O modelo encontra-se na Royal Academy de Londres.
Anthony Caro (1924-2013), escultor inglês de �iguras �igurativas em bronze, parte para a construção de obras
abstratas a partir dos anos 1960, inspirado pelas obras de David Smith (1906-1965), que utilizava metal e
soldagem em suas obras ainda de maneirapictórica, porém menos representativa, e pela crı́tica de Clement
Greenberg (1909-1994), que exulta uma nova escultura realizada pela construção de objetos e colagem
(ARCHER, 2001). 
Figura 5 - Selo russo de 2000 em homenagem a Tatlin e ao Monumento	à	Terceira	Internacional, 1919-20
Fonte: Olga Popova, Shutterstock, 2020.
A escultura-construção foi libertada há muito tempo de sua frontalidade de baixo-relevo e de todas
as demais sugestões do plano do quadro, mas continua até hoje marcada por suas origens
pictóricas. Não foi à toa que o escultor-construtor Gonzalez descreveu-a como a nova arte de
“desenhar no espaço”. Mas seria igualmente justo e mais descritivo chamá-la de [...] a nova arte de
unir formas bidimensionais no espaço tridimensional. (GREENBERG, 1958, p. 4 apud WOOD,
1998, p. 179) 
Esse ensaio foi escrito um pouco antes de Greenberg aclamar a obra de Caro, que mesclava em seus objetos
referências à colagem cubista, como “ruptura”, em que há a busca pelo puramente visual em seus objetos
abstratamente construı́dos (WOOD, 1998). Caro utilizava tubos de aço e alumı́nio, vigas, lâminas, e os
soldava à escultura, que era realizada em várias partes e, quando terminada, a pintava de uma cor única
(ARCHER, 2001).
Trabalharam, ainda, com a estética da colagem o artista Kurt Schwitters (1887-1948), com seus quadros
realizados com colagens de materiais rejeitados, e o icônico Merzbau de Hanover, que, em 1924, seria um
protótipo para as instalações tridimensionais realizadas com colagens subsequentes. Também a escultora
Louise Nevelson (1899-1988), que cria caixas com colagens valendo-se de materiais como pilares de
corrimão, pernas de mobı́lias, peças de cornija, balaústres e madeira, monta estruturas em compartimentos
encaixados que podem ser pintados posteriormente em cor única, e em alguns casos deixando em cor original
(READ, 2003). Con�ira um exemplo na �igura “Louise Nevelson, escultura na praça batizada com seu nome, em
Nova Iorque”.
#PraCegoVer: na imagem, a escultura de Louise Nevelson na praça em Nova Iorque batizada com seu nome,
localizada entre Maiden Lane e a Liberty Street. Trata-se de um assemblage, e toda a escultura é pintada de
preto.
Sobre as experimentações dos artistas modernos e pós-modernos, Ocvirk et	al. (2014) explica que não há
fronteiras entre os meios de produção, entre os quais ele cita o assemblage. Nesta forma de arte, como
também escreveu Greenberg, há uma mescla entre o bidimensional e o tridimensional.
Jean Dubuffet (1901-1985), pintor e gravador francês, foi o primeiro a utilizar a expressão assemblage ao se
referir ao efeito obtido em suas obras pela mesclagem de objetos, ao que refere ser uma estética da
acumulação. E� a mesclagem total da vida cotidiana com a arte. Em 1961, acontece, no Museu de Arte Moderna
(MoMa), a exposição “The Art of Assemblage”, que conta com obras de Dubuffet, de Robert Rauschenberg
Figura 6 - Louise Nevelson, escultura na praça batizada com seu nome, em Nova Iorque
Fonte: Fonte: OPIS Zagreb, Shutterstock, 2020.
(1925-2008) e a junk	 sculpture (ASSEMBLAGE, 2020). A exposição foi claramente criticada por Lester D.
Longman, presidente do Departamento de Arte da Universidade da Califórnia, que redigiu um artigo para a
revista Artforum, no ano de 1962 (ARCHER, 2001).
Archer (2001, p. 3) explica os dois conceitos sob os quais se denominam obras assemblage. 
A união de objetos e imagens produz uma nova obra, porém eles não perdem sua identi�icação em
relação ao local de onde foram retirados. 
A conexão de tais objetos com o cotidiano abre caminho para uma imensidão de possibilidades,
desde que essa relação do objeto com seu uso não nos cause vergonha. 
•
•
VOCÊ QUER VER?
O Museu de Arte Moderna, o MoMa, em Nova York, disponibiliza um catálogo realizado
para a exposição “The Art of Assemblage”, escrito por William Chapin Seitz. O curador
da exposição remonta a trajetória das obras e dos principais artistas do assemblage. O
catálogo, em inglês, descreve o caminho do Cubismo até identi�icar-se como
assemblage, indicando obras com essa linguagem ao longo do perıódo, até os anos
1960. Consulte
em: https://assets.moma.org/documents/moma_catalogue_1880_300062228.pdf ?
_ga=2.74967634.1540164561.1596499534-873590485.1596069607
(https://assets.moma.org/documents/moma_catalogue_1880_300062228.pdf ?
_ga=2.74967634.1540164561.1596499534-873590485.1596069607). 
Primeira	ideia	
Segunda	ideia	
https://assets.moma.org/documents/moma_catalogue_1880_300062228.pdf?_ga=2.74967634.1540164561.1596499534-873590485.1596069607
Read (2003, p. 266) relata que o assemblage ou as colagens, realizadas com os objetos prontos, estética
derivada de Duchamp e Man Ray, são realizadas sobretudo para chocar ou mesmo divertir o público,
desvinculando-se da ideia de gerar uma emoção estética. Exempli�ica citando as obras de John Chamberlain
(1927-2011) e César (1921-1998), que usam em seus trabalhos carcaças de automóveis comprimidos.
Pela lente das obras dos dois artistas, é possı́vel fazer uma leitura das diferenças artı́sticas realizadas em
Nova Iorque, por Chamberlain, e em Paris, por César. Ambos utilizavam automóveis em ferros-velhos para
criar. Chamberlain os usava para criar esculturas abstratas utilizando as formas do metal; já César utilizava a
força do triturador e os carros comprimidos eram sua arte (ARCHER, 2001).
Sobre o processo criativo de César, traz a seguinte citação:
César vê no resultado desta compressão mecânica um novo estágio do metal, submetido, por
assim dizer, a uma redução levada à quintessência [...] Pois, para além das provocações dos
neodadaı́stas americanos, sua oeuvre abre caminhos para o novo realismo; já que é tempo de o
público reconhecer que este realismo é a realização essencial desta segunda metade de século.
(RESTANY, 1960, p. 145 apud READ, 2003, p. 273) 
O novo realismo ao qual César se refere é diferente do realismo que Naum Gabo coloca em seu Manifesto
Realista de 1920, como um antagonista ao idealismo, no qual a forma importa, o movimento de luz e sombra,
o tempo como fator emocional que é tido como a quarta dimensão (BAUMGART, 2007); este novo realismo
seria o marco para Read (2003) do �im da arte moderna.
O realismo do pós-guerra busca um afastamento da abstração e da expressividade emotiva, e, assim como o
Pop, concentra-se em temas do cotidiano, banalidades e lugares-comuns. Em 1960, o crı́tico Pierre Restany
passa a chamar esse tipo de arte como Novo Realismo, quando se referia às obras com essa temática de
maneira bastante abrangente, incluindo o Pop. Vários artistas podem ser englobados nessa classi�icação, entre
eles Armand Pierre Fernandez. Conhecido por Arman (1928-2005), criava objetos aos quais chamava
“poubelles”, que se trata de assemblages com invólucros de vidro preenchidos com objetos iguais ou similares
em cada obra, como cestas, utensı́lios domésticos, máscaras de gás, entre outros (ARCHER, 2001). A �igura
“Arman, Monumento	a	hora	de	todos (L'Heure	de	Tous	Monument)” está localizada na estação de trem Saint-
Lazare, em Paris. 
#PraCegoVer: na imagem, a escultura de Arman, Monumento	a	hora	de	todos (L'Heure	de	Tous	Monument),
1985. Trata-se de uma escultura feita de diversos relógios em forma de obelisco, está localizada na estação de
trem Saint-Lazare, em Paris.
Figura 7 - Arman, Monumento	a	hora	de	todos ( L'Heure	de	Tous	Monument)
Fonte: Viktoriia Diachenko, Shutterstock, 2020.
E� possı́vel citar alguns artistas brasileiros que utilizaram técnicas próximas ao assemblage, entre eles estão: 
Wesley Duke Lee (1931-2010), Nelson Leirner (1932) e Rubens Gerchman (1942-2008) com O
Rei do Mau Gosto (1966) – com tecido, vidro, asas de borboleta e tinta acrı́lica – Rochelle Costi
(1961) – Toalha, Vegetais Mofados e Toalha, Flores Mortas (ambos de 1997) – e Leda Catunda
(1961), Jardim das Vacas (1988) e Camisetas (1989). (ASSEMBLAGE, 2020, [s.p.]) 
Arthur Bispo do Rosário, cujadata de nascimento é indeterminada entre os anos de 1909 e 1911, em Sergipe,
muda-se para o Rio de Janeiro ainda jovem, recebendo o diagnóstico de esquizofrênico paranoico quando teve
um delı́rio em que deveria produzir objetos para reconstruir o universo, e essas obras seriam ofertadas ao
Todo-Poderoso no Dia do Juı́zo Final. Na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá (RJ), onde �icou internado
até o �im de sua vida, produziu suas composições. Embora não tenha sido considerado um artista em vida,
suas obras adquiriram notoriedade entre o mundo da arte, são assemblages em montagens escultóricas com
canecas, colheres, rodas, garrafas de plástico, sucatas de caixas, calçados, botões. Realizou bordados, como
seu icônico Manto	 de	 apresentação (s.d), que eram realizados com objetos de coletas, chegando a bordar
utilizando �ios de sua roupa de interno (BORGES, 2010). 
VOCÊ O CONHECE?
Nesta unidade foram citados alguns artistas que incorporaram o estilo do assemblage
em suas obras, cada artista à sua maneira, comungando com a estética de apropriação
e acumulação de objetos de uso comum. Vimos, inclusive, que alguns artistas já
despontavam na arte da colagem antes de o assemblage ser incorporado no meio
artıśtico. No site https://www.theartstory.org/de�inition/assemblage/artworks/ é
possıv́el conhecer alguns nomes e ter contato com algumas obras que marcaram este
perıódo. 
VAMOS PRATICAR?
Vamos desenvolver um trabalho partindo do conceito de assemblage. P
será necessário garimpar objetos dos mais variados: sucatas, peda
mobiliário, pedaços de madeira, cordas, tintas, en�im, tudo o que sua ima
mandar, tendo em mente que devem ser objetos cotidianos que serão r
em uma única obra. Pense em um tema e mãos à obra. Não esqu
compartilhar seus resultados com seus colegas. 
Conclusão
Nesta unidade, conhecemos os objetos artı́sticos do século XX que romperam com o chamado duopólio entre
pintura e escultura, dando vez a movimentos artı́sticos e obras que rompem com os cânones da arte e dão
inı́cio a uma nova linguagem.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Conhecer os termos, as técnicas, os conceitos e os artistas de
vanguarda do século XX.
Estudar o contexto histórico do nascimento dos movimentos
artísticos.
Apreciar alguns objetos de vanguarda que foram decisivos na
maneira de entender a arte contemporânea.
•
•
•
Bibliografia
ARCHER, M. Arte	contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
ARMAN. L’Heure	de	Tous	Monument. Paris, 1985. 1 escultura, bronze 450 x 150 x 80 cm. Disponı́vel em:
http://publicartmuseum.net/wiki/L%27Heure_de_tous_(Arman)
(http://publicartmuseum.net/wiki/L%27Heure_de_tous_(Arman)). Acesso em: 13 ago. 2020. 
ASSEMBLAGE. In: ENCICLOPE�DIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020.
Disponı́vel em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo325/assemblage
(http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo325/assemblage). Acesso em: 27 jul. 2020. Verbete da
Enciclopédia.
ASSEMBLAGE. Artworks. Portal	 The	 Art	 Story, [2020]. Disponı́vel em:
https://www.theartstory.org/de�inition/assemblage/artworks/
(https://www.theartstory.org/de�inition/assemblage/artworks/). Acesso em: 13 ago. 2020.
BAUMGART, F. Breve	história	da	arte. Tradução Marcos Holler. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 
BORGES, V. T. Do	 esquecimento	 ao	 tombamento: a invenção de Arthur Bispo do Rosário. 2010. Tese
(Doutorado em História) – Instituto de Filoso�ia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre 2010. Disponı́vel em:
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/22989/000739703.pdf?sequence=1
(http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/22989/000739703.pdf?sequence=1). Acesso em: 4 ago.
2020.
DUCHAMP, M. Fontaine. Paris, 1917. 1 escultura, porcelana branca. Disponı́vel em:
http://mediation.centrepompidou.fr/education/ressources/ENS-Duchamp/ENS-duchamp.htm#image4
(http://mediation.centrepompidou.fr/education/ressources/ENS-Duchamp/ENS-duchamp.htm#image4).
Acesso em: 13 ago. 2020.
HANS Arp. In: Enciclopédia de Artes Visuais. Portal	 WikiArt, [2020]. Disponı́vel em:
https://www.wikiart.org/pt/hans-arp (https://www.wikiart.org/pt/hans-arp). Acesso em: 13 ago. 2020. 
JUDD, D. Untitled,	1973.	Ottawa, 1973. 1 escultura, madeira compensada, 182,9 x 256,5 x 182,9 cm cada
paralelepı́pedo. Disponı́vel em: https://www.gallery.ca/magazine/your-collection/at-the-ngc/donald-judd-
and-the-national-gallery-of-canada-an-enduring (https://www.gallery.ca/magazine/your-collection/at-the-
ngc/donald-judd-and-the-national-gallery-of-canada-an-enduring). Acesso em: 13 ago. 2020. 
KELLY, E. Chatham	Series. Nova York, 1971. 14 quadros, pintura em tela, dimensões variadas. Disponı́vel em:
https://ellsworthkelly.org/exhibition/ellsworth-kelly-chatham-series/
(https://ellsworthkelly.org/exhibition/ellsworth-kelly-chatham-series/). Acesso em: 13 ago. 2020. 
KOONS, J. Bouquet	of	Tulips. Paris, 2016. 1 escultura, bronze, alumı́nio e aço inoxidável, 12 m. 
LOPES, A. S.; CERIBELI, M. C. B. O contexto da sociedade industrial dos séculos XIX e XX e seus re�lexos nas
produções artı́sticas da modernidade. Domínios	 da	 Imagem, v. 7, n. 12, p. 42-57, 2013. Disponı́vel em:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/dominiosdaimagem/article/view/21185
(http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/dominiosdaimagem/article/view/21185). Acesso em: 19 ago.
2020.
LOUREIRO, E. C. V. A	técnica	e	os	processos	criativos	no	século	XX: entre as artes visuais e a música. 2013.
Tese (Doutorado em Belas Artes) – Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2013. Disponı́vel em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/JSSS-
9BFETQ/1/eduardocampolinatese_�inal.pdf (https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/JSSS-
9BFETQ/1/eduardocampolinatese_�inal.pdf). Acesso em: 19 ago. 2020.
MARCEL Duchamp (Catálogo da exposição de obras de Marcel Duchamp pertencentes à coleção de Arturo
Schwarz, de Milão, apresentada dentro da 19a. Bienal Internacional de São Paulo, de 2 de outubro a 13 de
dezembro de 1987. São Paulo: A Fundação, 1987. 
NEVELSON, L.	Shadows	and	Flags. Louise Nevelson Plaza, Nova York, 1977. 1 escultura, aço corten pintado.
Disponı́vel em: https://culturenow.org/entry&permalink=03894&seo=Shadows-and-Flags_Louise-Nevelson-
and-SmithMiller--Hawkinson-Architects (https://culturenow.org/entry&permalink=03894&seo=Shadows-
and-Flags_Louise-Nevelson-and-SmithMiller--Hawkinson-Architects). Acesso em: 13 ago. 2020.
OCVIRK, O. G. et	al. Fundamentos	de	arte: teoria e prática. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
http://publicartmuseum.net/wiki/L%27Heure_de_tous_(Arman)
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo325/assemblage
https://www.theartstory.org/definition/assemblage/artworks/
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/22989/000739703.pdf?sequence=1
http://mediation.centrepompidou.fr/education/ressources/ENS-Duchamp/ENS-duchamp.htm#image4
https://www.wikiart.org/pt/hans-arp
https://www.gallery.ca/magazine/your-collection/at-the-ngc/donald-judd-and-the-national-gallery-of-canada-an-enduring
https://ellsworthkelly.org/exhibition/ellsworth-kelly-chatham-series/
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/dominiosdaimagem/article/view/21185
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/JSSS-9BFETQ/1/eduardocampolinatese_final.pdf
https://culturenow.org/entry&permalink=03894&seo=Shadows-and-Flags_Louise-Nevelson-and-SmithMiller--Hawkinson-Architects
PELTIER, E. Jeff Koons inaugurates his Tulip Sculpture in Paris. Finally. The	New	York	Times, 4 out. 2019.
Disponı́vel em: https://www.nytimes.com/2019/10/04/arts/jeff-koons-tulips-paris.html
(https://www.nytimes.com/2019/10/04/arts/jeff-koons-tulips-paris.html). Acesso em: 19 ago. 2020. 
READ, H. Escultura	moderna: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 
REYBURN, S. Jeff Koons ‘Rabbit’ Sets Auction Record for Most Expensive Work by Living Artist. The	New	York
Times, 15 maio 2019. Disponı́vel em: nytimes.com/2019/05/15/arts/jeff-koons-rabbit-auction.html(http://nytimes.com/2019/05/15/arts/jeff-koons-rabbit-auction.html). Acesso em: 5 ago. 2020. 
SEITZ, W. C. The	art	of	assemblage. Nova York: The Museum of Modern Art, 1961.
TATLIN, V. Monumento	à	Terceira	Internacional. Estocolmo, 1920. 1 modelo. 
WOOD, P. et	al. Modernismo em disputa: a arte desde os anos quarenta. São Paulo: Cosac & Naify Edições,
1998. 
https://www.nytimes.com/2019/10/04/arts/jeff-koons-tulips-paris.html
http://nytimes.com/2019/05/15/arts/jeff-koons-rabbit-auction.html

Mais conteúdos dessa disciplina