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LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL UNIDADE 4 - OBJETOS ARTI�STICOS NO SE� CULO XX Autoria: Mariana da Silva Buôgo - Revisão técnica: Luciara Bruno Garcia Introdução Nesta unidade, trataremos da arte tridimensional a partir do século XX, as rupturas dos movimentos vanguardistas, tais como o Cubismo de Picasso, o Dadaı́smo de Hans Arp, os ready-mades de Duchamp, os assemblages e o Minimalismo de Judd. Foi um perı́odo de intensa industrialização, das grandes guerras, da produção de massa e dos materiais sintéticos. O mundo mudou de maneira extrema nesse perı́odo. E a arte não pôde deixar de acompanhar esses processos, questionando, negando ou a�irmando todas as transformações por que a sociedade passou nesse século de mudanças tão extremas. Bons estudos! 4.1 A escultura na modernidade O século XX é marcado por uma profunda mudança na forma de viver do homem moderno. Transformações ocorreram nas áreas econômicas, sociais e tecnológicas. A velocidade da vida mudou, o capitalismo avança após a Revolução Industrial e consolida a era da competitividade, ocorrendo um aumento da produção de bens de consumo. O comportamento humano se modi�ica devido às tecnologias, as mudanças constantes deixam os gostos fugazes, a comunicação se dá por novos meios, levando ao distanciamento fı́sico. A geração desse século passa a conviver com elementos contraditórios dados pelos choques constantes da mudança, valores extremos como passado e futuro, efêmero e histórico, barbárie e progresso, contestação e adaptação, destruição e construção. A arte acaba por ser deslocada do seu local canônico da arte clássica passando a ser também considerada um produto industrial, avaliada por seu valor monetário dentro das leis do mercado (LOPES; CERIBELI, 2013). Sobre os novos materiais e formas de produção na arte a partir dos anos 1960, Lopes e Ceribeli (2013, p. 46) fazem a seguinte análise: Há uma multiplicidade de materiais recém-descobertos utilizados nas produções artı́sticas, novas técnicas de fabricação a serem exploradas, uma relação de forma-material-técnica que também colabora na variedade de criação do que a sociedade passou a rotular de Arte, mesmo que, de acordo com os padrões e paradigmas vigentes, não haja unidade quanto à aceitação destes parâmetros. O próprio corpo do artista passa a ser utilizado como suporte, em trabalhos que exigem uma análise contextualizada para compreensão. Muitos destes trabalhos causam não apenas estranhamentos, mas chocam pela proposta inusitada. A hibridização da produção artı́stica di�iculta, em se tratando da arte moderna, a adoção de um cânone, como acontecia na arte clássica, resultando numa arte eclética que não permite considerações uniformes, ou estabelecimento de parâmetros em que se possa enquadrá-la ou adotar padrões estéticos paradigmáticos para de�inir tais produções. A industrialização afasta o homem da natureza, considerado o referencial artı́stico inicial em outros perı́odos. Nela, o homem vivia e sentia-se imerso em suas leis até esse processo de modernização, em que inicia um movimento de afastamento do natural, exprimindo a natureza como uma referência representativa de sentimentos e impressões, e não como um espelho, uma reprodução dela na obra. O mundo natural e constante já não é o estı́mulo primordial da arte, mas os produtos de um meio industrializado e mercantil (LOUREIRO, 2013). O homem no século XIX viveu em um ambiente visual bastante estandardizado. Isto é, era normalmente previsı́vel com o que ele estaria em contato no dia a dia. Seu ambiente visual na parte do mundo em que vivia era bastante consistente. Em nosso tempo nós temos um ambiente experiencial drasticamente mais rico. Podemos voar sobre toda a terra em questão de horas e dias, não de meses. Nós temos o cinema, a televisão a cores, assim como o espetáculo de luzes de Las Vegas feito pelo homem, ou os arranha-céus de New York City. O mundo inteiro está aqui para ser visto, e o mundo inteiro pode assistir o homem andar pela lua de sua sala de estar. Certamente não se pode esperar que a arte ou objetos de pintura e escultura possam competir experiencialmente com isso? (KOSUTH, 1991, p. 23 apud LOUREIRO, 2013, p. 75). Até o inı́cio do século XX, foi possı́vel distinguir e categorizar técnicas e estilos na arte. Já na primeira metade do século, ocorrem alguns movimentos de ruptura com a de�inição de arte como fruto do esforço criativo humano; desses movimentos, podemos citar os cubistas e suas colagens, os futuristas e os dadaı́stas. A partir de 1960, esse ‘”duopólio” existente entre pintura e escultura deixa de fazer tanto sentido, pois já não é possı́vel classi�icá-las de maneira tão distinta (ARCHER, 2001). O termo escultura, oriundo do verbo latino sculpere, referia-se a esculpir, gravar, remover matéria-prima para de�inir uma forma. A� escultura acrescentou-se a modelagem em cera ou argila. Na contemporaneidade, houve uma ampliação no universo de possibilidades técnicas, e os artistas do tridimensional já não se limitam apenas a modelar ou esculpir suas obras. A inovação tecnológica marcou o século XX, que trouxe novos materiais e novas técnicas de experimentação aos artistas. Além da madeira e do aço, são incorporados materiais sintéticos como o plástico (OCVIRK et al., 2014). A pintura de�inida pela tela bidimensional atravessa o perı́odo de crı́tica re�lexiva sobre si mesma ocorrida durante o Modernismo, atingindo o ápice da desconstrução e abstração pelas obras de Morris Louis (1912- 1962) e Kenneth Noland (1924-2010). O passo seguinte foi transpor a pintura para a terceira dimensão, até então domı́nio da escultura, rompendo-se com essa categorização. Elementos das obras bidimensionais são trazidos para fora da tela, para o espaço tridimensional. Artistas como Sven Lukin (1934-), Richard Smith (1931-2016), Anne Truit (1921-2004), entre outros, também trabalharam com tais experimentações (ARCHER, 2001). #PraCegoVer: a �igura apresenta a entrada do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, com grandes portas de vidro que re�letem imagens da rua, como carros e pedestres. Acima das portas, em letras pretas, está escrito: The Museum of Modern Art. VOCÊ QUER VER? Para conhecer exemplos de pinturas em espaço tridimensional, veja as obras da série Chatham (1971), de Ellsworth Kelly (1923-2015), expostas no site do Museu de Arte Moderna (MoMa), Nova Iorque. Disponıv́el em: https://ellsworthkelly.org/exhibition/ellsworth-kelly-chatham-series/ (https://ellsworthkelly.org/exhibition/ellsworth-kelly-chatham-series/). Figura 1 - Museu de Arte Moderna (MoMa), Nova Iorque Fonte: littlenySTOCK, Shutterstock, 2020. https://ellsworthkelly.org/exhibition/ellsworth-kelly-chatham-series/ Essa construção da obra pictórica invadindo o tridimensional deu inı́cio ao Minimalismo, denominação aplicada por crı́ticos de arte de forma pejorativa aos trabalhos de Donald Judd (1928-1994), Robert Morris (1931-2018), Dan Flavin (1933-1996) e Carl Andre (1935-). Judd descreve as obras como uma objeção ao racionalismo da arte moderna, produzindo obras que, segundo o artista, se alinhariam às repetições da vida diária, ao aumento de bens de consumo e à nova percepção de passagem do tempo. O artista rejeita o que chama de falsi�icação da realidade, o ilusionismo, buscando o pragmatismo da experiência dos fatos. As formas em suas obras são abstratas, sem composições ou referências, iniciando seus trabalhos com o uso de madeira, passando a utilizar o metal e o acrı́lico (ARCHER, 2001). VOCÊ QUER VER?As obras de Donald Judd são construções de formas mıńimas e cores primárias, contrapondo-se ao Expressionismo Abstrato. Conheça a escultura Sem título, 1973, de Judd, composta por caixas de madeira dispostas lado a lado, disponıv́el no site da Galeria de Arte Nacional do Canadá: https://www.gallery.ca/magazine/your- collection/at-the-ngc/donald-judd-and-the-national-gallery-of-canada-an-enduring (https://www.gallery.ca/magazine/your-collection/at-the-ngc/donald-judd-and-the- national-gallery-of-canada-an-enduring). https://www.gallery.ca/magazine/your-collection/at-the-ngc/donald-judd-and-the-national-gallery-of-canada-an-enduring #PraCegoVer: a imagem apresenta o edifı́cio da Galeria de Arte Nacional do Canadá, em Ottawa, cuja estrutura é em vidro e granito, com formas triangulares e retangulares. Figura 2 - Galeria de Arte Nacional do Canadá, Ottawa Fonte: Facto Photo, Shutterstock, 2020. Em contrapartida, há uma busca pela produção de uma arte que se coloque distanciada do mercado, que passe a ser vista como bem cultural e não para consumo. Uma arte que exija que o público a interprete, que re�lita sobre o tema e seus signi�icados. Para apreciar uma obra de arte nesse perı́odo em que já não se busca apenas a contemplação prazerosa, a crı́tica de arte passa a ter valor decisivo (LOPES, 2013). A escultura moderna abandonou os ideais sociais e artı́sticos. A arte tridimensional deste século ainda é chamada de escultura, porém o sentido da obra é modi�icado; não são esculpidas ou moldadas, mas construı́das, tal como na arquitetura, ou montadas, tal como uma máquina (READ, 2003). CASO A efervescência polıt́ica das décadas de 1960 e 1970 nos EUA, a Guerra no Vietnã, a reação ao racismo e à morte de Martin Luther King, a Guerra Fria e o crescimento da esquerda, os hippies e o festival de arte e música Woodstock marcaram esse perıódo, causando um desconforto entre os artistas icônicos da época. Artforum, uma relevante revista de arte, traz, na edição de setembro de 1970, um questionamento aos integrantes do mundo artıśtico sobre quais ações polıt́icas deveriam ser empreendidas pelos artistas. Há ainda um receio de envolvimento da produção artıśtica com o momento polıt́ico. A resposta de Judd re�lete uma certa ambiguidade, de uma maneira compreendendo a necessidade de implicar politicamente sua arte, em que alega uma busca por interesses próprios que chega a uma conclusão polıt́ica negativa, porém com preocupação em trazer demasiada austeridade, complexidade e di�iculdade intelectual em contrapeso à cultura de massa, best-sellers, �ilmes de Hollywood e música pop. Esse temor era compartilhado pelo �ilósofo Theodor Adorno (1903-1969), de que obras recheadas de mensagem poderiam estar dotadas de propaganda polıt́ica (como na recente Alemanha nazista, Rússia stalinista ou EUA capitalista), e também rejeitava as obras que traziam satisfação instantânea, o kitsch e os meios de comunicação de massa. Judd não relaciona sua prática artıśtica à situação polıt́ica. Carl Andre traz uma certa crıt́ica social em sua resposta, ao dizer que os artistas deveriam se politizar, e não as suas obras. Porém, traz um certo desconforto ao questionar o museu como espaço apolıt́ico, sendo gerido por curadores que estariam apoiando a guerra, um con�lito entre a barbárie e a liberdade. Anos antes, em 1966, um comitê de artistas, com a presença de Judd, construiu em Los Angeles a Peace Tower (Torre da Paz), concebida pelo artista Irving Petlin (1934-2018). A torre, de 18 metros de altura, que continha 400 painéis do mesmo tamanho enviados por artistas do mundo inteiro, �icaria em pé até o �inal da Guerra do Vietnã, sendo desmontada antes por pressões polıt́icas (WOOD, 1998). 4.2 Ready-made Há pouco mais de um século, precisamente em 1913, Marcel Duchamp (1887-1968), em exposição, monta uma roda de bicicleta em um banquinho de madeira, nomeando-a como Pneu de bicicleta e classi�icando-a como ready-made. Duchamp categoriza a escultura por ele montada como obra de arte, pois assim está posicionada enquanto objeto de exposição. Essa atitude, vista como extrema no perı́odo, é fruto do movimento dadaı́sta, do qual Duchamp fez parte (BAUMGART, 2007). O escultor Hans Arp (1886-1966) é um dos fundadores do movimento em 1916, abrangendo as obras já realizadas por Marcel Duchamp e Man Ray (1890-1976) como parte do Dadá. Arp (1958, p. 13 apud READ, 2003, p. 147-8) declara que o Dadaı́smo tinha como princı́pio ser contra a mecanização do mundo, dentro do espı́rito da guerra que acontecia, que ele explica ser uma guerra de máquinas, em que venceria quem inventasse a mais poderosa ou veloz. Faz ainda uma crı́tica veemente sobre um pressentimento de que o ser humano devotar-se-ia a destruir ainda mais a terra. O Dadaı́smo cresceu durante a Primeira Guerra Mundial, com a vivência das vı́timas e destruições, veio como uma rejeição aos valores tradicionais incapazes de evitar a barbárie e questionava o imperialismo e a burguesia (BAUMGART, 2007). Os dadaı́stas eram também niilistas. Como explica Read (2001, p. 119-20 apud READ, 2003, p. 142-143), o movimento: [...] proclamava-se “ativista”, e isso com efeito signi�icava uma tentativa dogmática de criar um novo estilo em arte. Por trás disso havia forte inquietação social, a paixão da guerra, a própria guerra e depois a Revolução Russa. Anarquistas, e não socialistas, protofascistas em alguns casos, os dadaı́stas adotaram o slogan de Bakunin: destruição também é criação! A �inalidade deles era chocar a burguesia (que consideravam responsável pela guerra) e estavam prontos a lançar mão de quaisquer meios que estivessem ao alcance de sua imaginação macabra – fazer quadros com lixo ou exaltar objetos escandalosos, como garrafeiros ou urinóis, à dignidade de objetos de arte. VOCÊ QUER VER? Hans Arp é um artista com uma interessante trajetória pela escultura abstrata, tendo criado obras importantes também fora do movimento dadaıśta. Conheça um pouco de suas obras e de usa trajetória acessando https://www.wikiart.org/pt/hans-arp (https://www.wikiart.org/pt/hans-arp). https://www.wikiart.org/pt/hans-arp Essa é uma crı́tica bastante conservadora em relação ao movimento, que terminou logo depois da Primeira Guerra. A manifestação que se pode dizer como a mais apoteótica do Dadá é o aproveitamento de objetos prontos de Duchamp. Archer (2001) traz a fala da crı́tica de arte Barbara Rose (1938-), que faz um paralelo entre as decisões nos ready-mades de Duchamp e nas pinturas do russo Kasimir Malevich (1878-1935), que exibe um quadro onde se vê um quadrado preto pintado sobre fundo branco. Ela diz que ambos fazem uma renúncia ao exibirem suas obras: Malevich renuncia à complexidade da arte, e Duchamp, à unicidade da obra e à sua separação de objetos cotidianos. Donald Judd, que participaria do Minimalismo, movimento que viria posteriormente, escreveu um ensaio em 1965 sobre a inquietação de já não serem possı́veis de�inições tão claras na arte ao qual chama de “Objetos especı́�icos”. Nele, Judd usa a coordenada da tridimensionalidade, tal como fez também Greenberg ao a�irmar que os artistas estão decididos a explorar a terceira dimensão, para englobar os objetos de arte e não arte de Duchamp e de outros dadaı́stas (ARCHER, 2001). Duchamp provoca uma transformação no que tange ao conceito de técnica e desloca o papel do artista como alguém capaz de produzir objetos visuais manufaturados para o prazer da contemplação para alguém que repensa o mundo. Os ready-made reduzem a obra a um objeto em si, e Duchamp assume-se comoum artista que explora o humor e o deboche, que nega de certa forma a coerência ou o sentido em seus trabalhos. E� um ataque ao gosto, sendo bom ou mau. Produz ainda outros ready-made icônicos, como Porta-Garrafas, de 1914, ou a Fonte, de 1917; e, em 1919, a obra L.H.O.O.Q., que se trata de um postal com a �igura da Mona Lisa de Leonardo da Vinci, no qual desenha bigode e cavanhaque. Na sigla em francês, lê-se "Elle a chaud au cul", que em português seria "Ela tem um rabo quente" (LOUREIRO, 2013). O ready-made, que se revela o produto tecnicamente mais radical de Duchamp – ou seja, onde é negada em sua integralidade a técnica do technites grego, aquele que sabe fazer com as mãos – não é uma pintura, mas supõe em sua produção uma concepção absolutamente não retiniana. Não se trata de um objeto para ser visto como gerador de um agrado à vista; não há no ready-made nenhuma concessão ao prazer visual (LOUREIRO, 2013, p. 289). Con�igura a obra Fonte, de Duchamp, como capa do catálogo da exposição que aconteceu em março de 2015 em Kamberk, na República Checa na �igura “Marcel Duchamp, Fonte, 1917 como capa do catálogo de exposição” #PraCegoVer: na imagem, a obra Fonte, 1917, de Marcel Duchamp. Nela se vê um urinol invertido, com as inscrições R. Mutt 1917. A obra aparece estampada na capa do catálogo da exposição que aconteceu em março de 2015 em Kamberk, na República Checa, pela Taschen. Figura 3 - Marcel Duchamp, Fonte, 1917 como capa do catálogo de exposição Fonte: Emka74, Shutterstock, 2020. Loureiro (2013, p. 103) extrai do livro sobre Marcel Duchamp, escrito por Pierre Cabanne (1987), a seguinte classi�icação em termos de objetos prontos. Ready-made assistido Há uma manipulação do objeto. Pode consistir simplesmente em uma alteração no ângulo em que um objeto é usualmente visto, como em Roda de bicicleta, que consiste em uma roda �ixada em um tamborete. Ready-made estrito Não há alteração alguma na materialidade do objeto original. Como exemplo o Porta-Garrafas, de 1914, ou a Fonte, de 1917. Posteriormente, já nos anos 1980, um grupo de artistas de Nova Iorque traz o tema da mercantilização à arte, contextualizando a mercadoria em si com um signo da cultura, não apenas como objetos utilitários, mas que também têm signi�icado. Jeff Koons (1955) e Haim Steinbach (1944) decidem expor objetos de bens de consumo duráveis como arte (WOOD, 1998). A escultura gigante Buquê de Tulipas (Bouquet of Tulips), na �igura a seguir, foi criada por Jeff Koons e doada pelo artista aos franceses em homenagem às vı́timas dos ataques terroristas ocorridos em 2015 e 2016, na França. Com 12 metros de altura, feita em bronze, alumı́nio e aço inoxidável, a obra está permanentemente exposta próxima ao museu Petit Palais, em Paris, desde 2019 (PELTIER, 2019). VOCÊ QUER LER? Quer se aprofundar na história de Marcel Duchamp e no contexto artıśtico vanguardista dos ready-made, das obras dadaıśtas e surrealistas? A Fundação Bienal de São Paulo lançou um catálogo da história do artista, escrito por Arturo Schwarz, por ocasião da 19º Bienal Internacional de São Paulo, em 1987. Leia o catálogo na ıńtegra acessando: http://www.professores.uff.br/ricardobasbaum/wp- content/uploads/sites/164/2017/10/Duchamp_Bienal_1987.pdf (http://www.professores.uff.br/ricardobasbaum/wp- content/uploads/sites/164/2017/10/Duchamp_Bienal_1987.pdf). http://www.professores.uff.br/ricardobasbaum/wp-content/uploads/sites/164/2017/10/Duchamp_Bienal_1987.pdf #PraCegoVer: na imagem, apresenta-se a obra Buquê de Tulipas, de Jeff Koons. Trata-se de uma escultura de 12 metros de altura, localizada no jardim próximo ao museu Petit Palais, em Paris. Uma mão gigante segura 11 tulipas em forma de balões, nas cores branca, azul, vermelha, rosa, laranja, verde e amarela. Steinbach comprava os objetos e os expunha em prateleiras de fórmica. Suas obras tinham certa coerência, não pela utilidade dos objetos que escolhia para compor uma obra, mas pelas cores, materiais e texturas. Koons não só produzia as mercadorias como arte, como empregava trabalhadores para as executar. Remete diretamente aos ready-made de Duchamp a exibição de aspiradores de pó empilhados verticalmente em caixas de plástico com luz �luorescente (ARCHER, 2001). Figura 4 - Buquê de Tulipas, de Jeff Koons Fonte: EQRoy, Shutterstock, 2020. VOCÊ SABIA? O trabalho de Jeff Koons sempre esteve relacionado a assuntos pós-modernos, seguindo uma estética kitsch em obras que angariam fama, além de serem vendidas por uma pequena fortuna, como a peça em que representa Michael Jackson e o seu chimpanzé Bubbles com a estética dos bibelôs de porcelana, vendida por 5,6 milhões de dólares, e que hoje integra o Museu de Arte Moderna de São Francisco. Em 2019, sua peça Rabbit, de 1986, é vendida por 91,1 milhões de dólares, tornando-se a obra mais cara de um artista vivo (REYBURN, 2019). 4.3 Assemblage No inı́cio do século, Pablo Picasso (1881-1973) aventurava-se pelo terreno da escultura. Embora suas obras cubistas mais famosas sejam pinturas, produziu a primeira escultura cubista de seu acervo, a peça de bronze intitulada Cabeça de uma mulher (1909-10). Somente três anos depois o artista volta-se novamente para o tridimensional, não mais com o Cubismo, abandonado de�initivamente com o inı́cio da Primeira Guerra, em 1914. Na escultura, passa a interessar-se por explorar a construção partindo de materiais já prontos, como papel colado, linóleo, pedaços de madeira, barbantes, entre outros artifı́cios, introduzindo assim a técnica da colagem no mundo das artes. Sua obra o Copo de absinto (1914) consiste em uma peça de bronze de 21,5 cm de altura, que foi realizada em um molde de cera anterior, onde uma colher real foi equilibrada (READ, 2003). Sobre a técnica de colagem utilizada por Picasso, o pintor surrealista Roland Penrose (1900-1984) escreve: Pedaços de sucata, molas, tampas de panela, peneiras, pinos e parafusos, escolhidos cuidadosamente e apanhados do entulho, podiam misteriosamente tomar parte dessas construções, tornando à vida de maneira espirituosa e convincente em uma nova personalidade. Os vestı́gios de suas origens permanecem visı́veis como testemunhas da transformação que o mágico efetuara, um desa�io à identidade de quaisquer e todas as coisas. (PENROSE, 1958, p. 241 apud READ, 2003, p. 64) Com essa descrição, Penrose aproxima as obras de Picasso às peças de cultos animistas e totens tribais, �iguras dotadas de emoções, diferentemente das esculturas construtivistas, impessoais e matemáticas (READ, 2003). A partir desse mesmo ano, um grupo de artistas russos inicia a produção de objetos aos quais chamariam “construções”. Vladimir Tatlin (1885-1953) era um dos mais atuantes, teve contato breve com os trabalhos de Picasso, em 1913, e, inspirado pelo movimento futurista italiano, realiza, em 1915, A Exposição Futurista: Linha de Bonde V, e em seus trabalhos concebe esculturas que tomariam “materiais brutos e objetos prontos e os combinaria no espaço real sem intenção alguma de representação” (READ, 2003, p. 88). Com o inı́cio da Primeira Guerra, vários artistas russos tiveram que retornar ao seu paı́s, entre eles os irmãos Naum Gabo (1890-1977) e Antoine Pevsner (1884-1962), e lá desenvolvem um novo movimento nas artes junto a Tatlin, construtivista. Neste perı́odo, desenvolve-se o protótipo do emblemático Monumento à Terceira Internacional (1919-20), que, em sua versão �inal, deveria superar em tamanho o Empire State de Nova Iorque e seria composto de vidro e ferro, o corpo deveria se mover e abrigar palestras e congressos, o cone abrigaria atividades executivas,e o cubo na parte mais alta seria um centro de informações. Porém o projeto nunca foi concretizado, o que não tira de si o mérito de incorporar princı́pios dinâmicos nessa nova escultura. Con�ira uma imagem de como seria esse monumento na �igura “Selo russo de 2000 em homenagem a Tatlin e ao Monumento à Terceira Internacional, 1919-20”. Na Rússia pós-revolução, há uma dispersão dos artistas a partir de 1922, quando se inicia a difusão do movimento pela Europa (READ, 2003). #PraCegoVer: na imagem, um selo russo criado em 2000 em homenagem a Tatlin e ao Monumento à Terceira Internacional (1919-20). Somente o modelo foi construı́do, em metal, com uma torre que cresce em espiral, sendo levemente inclinada até o topo. O modelo encontra-se na Royal Academy de Londres. Anthony Caro (1924-2013), escultor inglês de �iguras �igurativas em bronze, parte para a construção de obras abstratas a partir dos anos 1960, inspirado pelas obras de David Smith (1906-1965), que utilizava metal e soldagem em suas obras ainda de maneira pictórica, porém menos representativa, e pela crı́tica de Clement Greenberg (1909-1994), que exulta uma nova escultura realizada pela construção de objetos e colagem (ARCHER, 2001). Figura 5 - Selo russo de 2000 em homenagem a Tatlin e ao Monumento à Terceira Internacional, 1919-20 Fonte: Olga Popova, Shutterstock, 2020. A escultura-construção foi libertada há muito tempo de sua frontalidade de baixo-relevo e de todas as demais sugestões do plano do quadro, mas continua até hoje marcada por suas origens pictóricas. Não foi à toa que o escultor-construtor Gonzalez descreveu-a como a nova arte de “desenhar no espaço”. Mas seria igualmente justo e mais descritivo chamá-la de [...] a nova arte de unir formas bidimensionais no espaço tridimensional. (GREENBERG, 1958, p. 4 apud WOOD, 1998, p. 179) Esse ensaio foi escrito um pouco antes de Greenberg aclamar a obra de Caro, que mesclava em seus objetos referências à colagem cubista, como “ruptura”, em que há a busca pelo puramente visual em seus objetos abstratamente construı́dos (WOOD, 1998). Caro utilizava tubos de aço e alumı́nio, vigas, lâminas, e os soldava à escultura, que era realizada em várias partes e, quando terminada, a pintava de uma cor única (ARCHER, 2001). Trabalharam, ainda, com a estética da colagem o artista Kurt Schwitters (1887-1948), com seus quadros realizados com colagens de materiais rejeitados, e o icônico Merzbau de Hanover, que, em 1924, seria um protótipo para as instalações tridimensionais realizadas com colagens subsequentes. Também a escultora Louise Nevelson (1899-1988), que cria caixas com colagens valendo-se de materiais como pilares de corrimão, pernas de mobı́lias, peças de cornija, balaústres e madeira, monta estruturas em compartimentos encaixados que podem ser pintados posteriormente em cor única, e em alguns casos deixando em cor original (READ, 2003). Con�ira um exemplo na �igura “Louise Nevelson, escultura na praça batizada com seu nome, em Nova Iorque”. #PraCegoVer: na imagem, a escultura de Louise Nevelson na praça em Nova Iorque batizada com seu nome, localizada entre Maiden Lane e a Liberty Street. Trata-se de um assemblage, e toda a escultura é pintada de preto. Sobre as experimentações dos artistas modernos e pós-modernos, Ocvirk et al. (2014) explica que não há fronteiras entre os meios de produção, entre os quais ele cita o assemblage. Nesta forma de arte, como também escreveu Greenberg, há uma mescla entre o bidimensional e o tridimensional. Jean Dubuffet (1901-1985), pintor e gravador francês, foi o primeiro a utilizar a expressão assemblage ao se referir ao efeito obtido em suas obras pela mesclagem de objetos, ao que refere ser uma estética da acumulação. E� a mesclagem total da vida cotidiana com a arte. Em 1961, acontece, no Museu de Arte Moderna (MoMa), a exposição “The Art of Assemblage”, que conta com obras de Dubuffet, de Robert Rauschenberg Figura 6 - Louise Nevelson, escultura na praça batizada com seu nome, em Nova Iorque Fonte: Fonte: OPIS Zagreb, Shutterstock, 2020. (1925-2008) e a junk sculpture (ASSEMBLAGE, 2020). A exposição foi claramente criticada por Lester D. Longman, presidente do Departamento de Arte da Universidade da Califórnia, que redigiu um artigo para a revista Artforum, no ano de 1962 (ARCHER, 2001). Archer (2001, p. 3) explica os dois conceitos sob os quais se denominam obras assemblage. A união de objetos e imagens produz uma nova obra, porém eles não perdem sua identi�icação em relação ao local de onde foram retirados. A conexão de tais objetos com o cotidiano abre caminho para uma imensidão de possibilidades, desde que essa relação do objeto com seu uso não nos cause vergonha. • • VOCÊ QUER VER? O Museu de Arte Moderna, o MoMa, em Nova York, disponibiliza um catálogo realizado para a exposição “The Art of Assemblage”, escrito por William Chapin Seitz. O curador da exposição remonta a trajetória das obras e dos principais artistas do assemblage. O catálogo, em inglês, descreve o caminho do Cubismo até identi�icar-se como assemblage, indicando obras com essa linguagem ao longo do perıódo, até os anos 1960. Consulte em: https://assets.moma.org/documents/moma_catalogue_1880_300062228.pdf? _ga=2.74967634.1540164561.1596499534-873590485.1596069607 (https://assets.moma.org/documents/moma_catalogue_1880_300062228.pdf? _ga=2.74967634.1540164561.1596499534-873590485.1596069607). Primeira ideia Segunda ideia https://assets.moma.org/documents/moma_catalogue_1880_300062228.pdf?_ga=2.74967634.1540164561.1596499534-873590485.1596069607 Read (2003, p. 266) relata que o assemblage ou as colagens, realizadas com os objetos prontos, estética derivada de Duchamp e Man Ray, são realizadas sobretudo para chocar ou mesmo divertir o público, desvinculando-se da ideia de gerar uma emoção estética. Exempli�ica citando as obras de John Chamberlain (1927-2011) e César (1921-1998), que usam em seus trabalhos carcaças de automóveis comprimidos. Pela lente das obras dos dois artistas, é possı́vel fazer uma leitura das diferenças artı́sticas realizadas em Nova Iorque, por Chamberlain, e em Paris, por César. Ambos utilizavam automóveis em ferros-velhos para criar. Chamberlain os usava para criar esculturas abstratas utilizando as formas do metal; já César utilizava a força do triturador e os carros comprimidos eram sua arte (ARCHER, 2001). Sobre o processo criativo de César, traz a seguinte citação: César vê no resultado desta compressão mecânica um novo estágio do metal, submetido, por assim dizer, a uma redução levada à quintessência [...] Pois, para além das provocações dos neodadaı́stas americanos, sua oeuvre abre caminhos para o novo realismo; já que é tempo de o público reconhecer que este realismo é a realização essencial desta segunda metade de século. (RESTANY, 1960, p. 145 apud READ, 2003, p. 273) O novo realismo ao qual César se refere é diferente do realismo que Naum Gabo coloca em seu Manifesto Realista de 1920, como um antagonista ao idealismo, no qual a forma importa, o movimento de luz e sombra, o tempo como fator emocional que é tido como a quarta dimensão (BAUMGART, 2007); este novo realismo seria o marco para Read (2003) do �im da arte moderna. O realismo do pós-guerra busca um afastamento da abstração e da expressividade emotiva, e, assim como o Pop, concentra-se em temas do cotidiano, banalidades e lugares-comuns. Em 1960, o crı́tico Pierre Restany passa a chamar esse tipo de arte como NovoRealismo, quando se referia às obras com essa temática de maneira bastante abrangente, incluindo o Pop. Vários artistas podem ser englobados nessa classi�icação, entre eles Armand Pierre Fernandez. Conhecido por Arman (1928-2005), criava objetos aos quais chamava “poubelles”, que se trata de assemblages com invólucros de vidro preenchidos com objetos iguais ou similares em cada obra, como cestas, utensı́lios domésticos, máscaras de gás, entre outros (ARCHER, 2001). A �igura “Arman, Monumento a hora de todos (L'Heure de Tous Monument)” está localizada na estação de trem Saint- Lazare, em Paris. #PraCegoVer: na imagem, a escultura de Arman, Monumento a hora de todos (L'Heure de Tous Monument), 1985. Trata-se de uma escultura feita de diversos relógios em forma de obelisco, está localizada na estação de trem Saint-Lazare, em Paris. Figura 7 - Arman, Monumento a hora de todos ( L'Heure de Tous Monument) Fonte: Viktoriia Diachenko, Shutterstock, 2020. E� possı́vel citar alguns artistas brasileiros que utilizaram técnicas próximas ao assemblage, entre eles estão: Wesley Duke Lee (1931-2010), Nelson Leirner (1932) e Rubens Gerchman (1942-2008) com O Rei do Mau Gosto (1966) – com tecido, vidro, asas de borboleta e tinta acrı́lica – Rochelle Costi (1961) – Toalha, Vegetais Mofados e Toalha, Flores Mortas (ambos de 1997) – e Leda Catunda (1961), Jardim das Vacas (1988) e Camisetas (1989). (ASSEMBLAGE, 2020, [s.p.]) Arthur Bispo do Rosário, cuja data de nascimento é indeterminada entre os anos de 1909 e 1911, em Sergipe, muda-se para o Rio de Janeiro ainda jovem, recebendo o diagnóstico de esquizofrênico paranoico quando teve um delı́rio em que deveria produzir objetos para reconstruir o universo, e essas obras seriam ofertadas ao Todo-Poderoso no Dia do Juı́zo Final. Na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá (RJ), onde �icou internado até o �im de sua vida, produziu suas composições. Embora não tenha sido considerado um artista em vida, suas obras adquiriram notoriedade entre o mundo da arte, são assemblages em montagens escultóricas com canecas, colheres, rodas, garrafas de plástico, sucatas de caixas, calçados, botões. Realizou bordados, como seu icônico Manto de apresentação (s.d), que eram realizados com objetos de coletas, chegando a bordar utilizando �ios de sua roupa de interno (BORGES, 2010). VOCÊ O CONHECE? Nesta unidade foram citados alguns artistas que incorporaram o estilo do assemblage em suas obras, cada artista à sua maneira, comungando com a estética de apropriação e acumulação de objetos de uso comum. Vimos, inclusive, que alguns artistas já despontavam na arte da colagem antes de o assemblage ser incorporado no meio artıśtico. No site https://www.theartstory.org/de�inition/assemblage/artworks/ é possıv́el conhecer alguns nomes e ter contato com algumas obras que marcaram este perıódo. VAMOS PRATICAR? Vamos desenvolver um trabalho partindo do conceito de assemblage. P será necessário garimpar objetos dos mais variados: sucatas, peda mobiliário, pedaços de madeira, cordas, tintas, en�im, tudo o que sua ima mandar, tendo em mente que devem ser objetos cotidianos que serão r em uma única obra. Pense em um tema e mãos à obra. Não esqu compartilhar seus resultados com seus colegas. Conclusão Nesta unidade, conhecemos os objetos artı́sticos do século XX que romperam com o chamado duopólio entre pintura e escultura, dando vez a movimentos artı́sticos e obras que rompem com os cânones da arte e dão inı́cio a uma nova linguagem. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: Conhecer os termos, as técnicas, os conceitos e os artistas de vanguarda do século XX. Estudar o contexto histórico do nascimento dos movimentos artísticos. Apreciar alguns objetos de vanguarda que foram decisivos na maneira de entender a arte contemporânea. • • • Bibliografia ARCHER, M. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001. ARMAN. L’Heure de Tous Monument. Paris, 1985. 1 escultura, bronze 450 x 150 x 80 cm. Disponı́vel em: http://publicartmuseum.net/wiki/L%27Heure_de_tous_(Arman) (http://publicartmuseum.net/wiki/L%27Heure_de_tous_(Arman)). Acesso em: 13 ago. 2020. ASSEMBLAGE. In: ENCICLOPE�DIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponı́vel em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo325/assemblage (http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo325/assemblage). Acesso em: 27 jul. 2020. Verbete da Enciclopédia. ASSEMBLAGE. Artworks. Portal The Art Story, [2020]. Disponı́vel em: https://www.theartstory.org/de�inition/assemblage/artworks/ (https://www.theartstory.org/de�inition/assemblage/artworks/). Acesso em: 13 ago. 2020. BAUMGART, F. Breve história da arte. Tradução Marcos Holler. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. BORGES, V. T. 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