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DIREITO CIVIL 2 BIMESTRE

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DIREITO CIVIL 2º BIMESTRE
EXTINÇÃO CONTRATUAL
FORMAS
EXTINÇÃO NORMAL DO CONTRATO (CUMPRIMENTO OU ADIMPLEMENTO)
CAUSAS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS À FORMAÇÃO (antes ou até o momento de formação)
 - Nulidade
 - Condição resolutiva (121/125)
 - Direito de arrependimento
CAUSAS SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO
 - Resolução por inexecução voluntária – inadimplemento 
 - Resolução por inexecução involuntária – inadimplemento 
 - Resolução por onerosidade excessiva (478) – inadimplemento 
 - Resilição: Bilateral e Unilateral – vontade das partes 
 - Morte
EXTINÇÃO NORMAL DO CONTRATO (adimplemento)
“Extingue-se normalmente pela sua execução e o credor atestará o pagamento por meio de quitação regular.” (arts. 319, 320, 322 e 323 do cc/2002)
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
CAUSAS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS À FORMAÇÃO
Nulidade
	- Absoluta (não admite convalidação) ou relativa 
“é a sanção por meio da qual a lei priva de efeitos jurídicos o contrato celebrado contra os preceitos disciplinadores dos pressupostos de validade do negócio jurídico. (art. 166, I a VII e 169)
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
A nulidade absoluta é causa de extinção
Efeito nulidade absoluta: ex tunc (retroage)
A nulidade relativa não é causa de extinção (porque pode ser corrigido, pode ser convalidado, é anulável) 
Efeito nulidade relativa: ex nunc (não retroage)
Condição Resolutiva (extingue o negócio jurídico)
· Pode ser expressa (opera de pleno direito, é automática, ope legis) ou tácita (contratos bilaterais – depende de interpelação judicial - inadimplemento)
· Arts. 121, 127 e 128
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
· Arts. 474 e 475
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Direito de Arrependimento
· Pode ser contratual (expresso pelas partes) ou legal (decorre da lei)
No momento que o contrato se forma cessa o direito de arrependimento (até o momento da formação as partes podem se retratar)
Não pode ser tácito tem que ser expresso
· Ver art. 49 do CDC e 420 do CC/2002.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.
CAUSAS EXTINTIVAS SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO
Resolução por inexecução voluntária
Requisitos:
· Inadimplemento culposo (ato ilícito)
· Dano (aquele que causou prejuízo ao outro é obrigado a reparar integralmente)
· Nexo causalidade (ligação entre a conduta e o dano)
Efeitos
- Execução única: ex tunc
- Execução continuada: ex nunc
Resolução por inexecução involuntária (sem culpa) – o descumprimento da obrigação não decorre de uma conduta do devedor
· Caso fortuito e Força Maior
· Opera-se de pleno direito (automático)
· Não gera perdas e danos
OBS: Há necessidade de intervenção judicial para compelir o contratante a restituir o que recebeu e impor a responsabilidade do devedor quando em mora.
Resolução por onerosidade excessiva (art. 478/480) – impossibilidade subjetiva
· Fundamento: cláusula rebus sic stantibus – as condições materiais do contrato existentes no momento da sua formação devem permanecer no momento da sua execução (possibilidade de revisar o contrato, para relativizar o pacta sunt servanda se houver um desequilíbrio) 
· Consequências jurídicas: extinção ou revisão
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação – ex tunc, no entanto, limitado até a data da citação apenas
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
· Requisitos configuradores:
a) Vigência de contrato comutativo de execução continuada
b) Alteração radical das condições econômicas no momento da execução em confronto com as do instante de sua celebração (desequilíbrio das prestações) – rebus sic stantibus
c) Onerosidade excessiva para um dos contratantes e benefício exagerado para o outro
d) Imprevisibilidade e extraordinariedade da modificação – demissão não é considerada – não se aplica no CDC 
Se a pessoa agir de má-fé o contrato é nulo por violação a norma imperativa, então o que se busca é a rescisão 
Resilição – vontade das partes 
Resilição Bilateral ou Distrato (art. 472)
Conceito
“É o negócio jurídico que rompe o vínculo contratual, mediante a declaração de vontade de ambos os contratantes de pôr fim ao contrato que firmaram.
· Um contrato para extinguir outro – negócio jurídico contratual que tem como finalidade extinguir um contrato anterior
· O distrato só é possível quando o contrato for válido e eficaz
Forma:
· A mesma do contrato
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Efeito:
- Ex nunc
Resilição Unilateral (art. 473 CC/2002)
Conceito:
“é a dissolução do contrato pela simples declaração de vontade de uma das partes. Ex.: mandado, comodato; contratos de execução por prazo indeterminado etc. (decorre da lei)
· Autonomia da vontade, não é obrigado a contratar e não é obrigado a se manter contratado (paga as multas dos contratos, cláusulas)
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
Forma:
· Opera-se mediante denúncia notificada (declaração receptícia de vontade) – judicial ou extrajudicial 
Efeito:
- Ex nunc
Morte de um dos contratantes:
· A morte só é causa extintiva de contrato quando for intuitu personae (personalíssimo) ou for convencionado que não se transmitirá aos sucessores.
Efeitos:
- Ex nunc
CONTRATOS NOMINADOS
· Obedece a um tipo legal
COMPRA E VENDA (art. 481 a 532)
		E
TROCA E PERMUTA (art. 533)
“É o contrato em que uma pessoa se obriga a transferir a outra o domínio de uma coisa corpórea ou incorpórea, mediante pagamento de certo preço em dinheiro ou valor fiduciário correspondente.” (Caio Mário da Silva Pereira).
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
· Contrato não transfere, ele obriga a transferir o domínio 
CARACTERÍSTICAS/CLASSIFICAÇÃO
· Bilateral ou sinalagmático (CC, art. 491)Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.
· Onerosa (contraprestação)
· Comutativa ou Aleatória (CC, arts.458 emptio spei, 459 emptio rei speratae e 483)
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
· Consensual ou Solene (CC, arts.108 e 482)
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
· Típico (se submete a um tipo legal)
· Execução imediata ou continuada
· Translativa de domínio (titulus adquirendi não porque transfere a propriedade, obriga a transferência 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
Coisa
· Ter existência (potencialidade) – potencial de existir, sua existência não pode ser impossível 
· Ser individuada (determinação – CC, art. 243)
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
· Ser disponível (In commercio – disponibilidade natural ou legal: arts. 100 e 1.717, CC) possibilidade física ou jurídica 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério Público.
· Possibilidade de ser transferida ao comprador (vedação da venda a non domino – anulação) – quem está vendendo tem que ser o dono da coisa (só pode alienar aquilo que está disponível no patrimônio)
Venda a non domino é a venda de algo que não pertence ao seu titular (é aquela realizada por quem não é o proprietário da coisa e que, portanto, não tem legitimação para o negócio jurídico)
Preço
· Pecuniaridade (CC, art.481)
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Tem que corresponder dinheiro ou algo que equivale
· Seriedade (deve constituir uma contraprestação) 
· Certeza (CC, arts. 482, 485, 486, 487, 489 e 490) 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.
Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
OBS: O preço pode ser fixado:
· Livremente pelas partes (nulidade de preço estipulado arbitrariamente por uma das partes – art. 489)
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
· Por terceiro designado (art. 485)
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.
· Tabelamento ou tarifamento (existem preços que já são tabelados ou tarifados)
· Taxa de mercado ou bolsa em certo dia ou lugar (art. 486)
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
Consentimento
Capacidade genérica: absolutamente e relativamente incapazes – representação/assistência
Legitimação para contratar: restrição de liberdade para compra e vender.
· Às pessoas casadas para venda de imóveis – autorização uxória (CC, art. 1.647, I)
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
· Aos consortes entre si – que constituirão matrimonio (CC, art. 1.639, §2º)
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
· Aos ascendentes, em relação aos descendentes, sem o consenso dos demais e do cônjuge do alienante (CC, art. 496, § único; v. art. 179)
· Aos que têm dever de ofício de zelar pelos bens alheios, em relação a esses bens (CC, art. 497)
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública (leilão) – todos aqueles que tem o dever de guarda e administração de bens alheios:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
· Aos corretores, em relação aos bens a eles confiados (Dec. 18.795;29)
· Aos leiloeiros (Dec. 21.981/31)
· Ao condômino (CC, art. 504)
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
· Ao proprietário de coisa alugada (Lei 8.245/91) – a pessoa que aluga o imóvel tem preferência na aquisição (antes do locador vender para um terceiro, tem que oferecer para o locatário)
· Aos menores (ECA)
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS/EFEITOS
Regra: efeito meramente obrigacional
Exceção: Títulos da dívida pública (DL 3.545/41) e Alienação fiduciária (CC, art. 1.361)
Propriedade resolúvel – é firmada sob uma condição resolutiva, onde se insere a alienação fiduciária 
EX.: quando compra um carro financiado pelo banco, o carro é temporariamente do banco, mas quando quita a dívida, é integralmente de quem financiou
- Em regra não transfere, mas tem exceções que os contratos transferem o domínio ainda que de forma resolúvel 
· Obrigação do vendedor entregar a coisa e do comprador de pagar o preço (CC, arts. 476, 481, 491 e 493)
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda.
· Obrigação de garantia do vendedor pelos vícios redibitórios e evicção (CC, arts. 441 e 447)
· Responsabilidade pelas despesas e riscos (CC, arts. 490, 492 e 502). 
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador (riscos da coisa se perder ou se deteriorar)§ 1 o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
§ 2 o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
· Responsabilidade do alienante por defeito oculto nas vendas de coisas conjuntas (CC, art. 503)
Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas.
· Direito aos cômodos antes da tradição (CC, art. 237, § único)
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
· Direito do comprador recusar coisa vendida sob amostra, por não ter sido entregue nas condições prometidas (CC, art. 484 e § único)
· Direito do comprador de exigir, na venda ad mensuram, o complemento da área, ou de reclamar, se isso for impossível o abatimento do preço (CC, art. 500 e 501)
MODALIDADES ESPECIAIS DE VENDA
Venda ad corpus e ad mensuram (CC, art. 500)
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço. Ad mensuram
§ 1 o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo (5%) da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio. 
§ 2 o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.
§ 3 o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.
· Ad corpus: o bem imóvel é vendido como coisa certa e individuada, independentemente de suas medidas, que, nesta hipótese, têm caráter meramente enunciativo e é irrelevante para a formação contratual.
· As medidas não são relevantes para a aquisição do imóvel, a não ser que a diferença seja superior a um vigésimo (5%) 
Ex: Rancho Santa Maria, Fazenda Porto Rico etc. 
OBS: Presunção de venda ad corpus: diferença entre as medidas inferior a 5% (§ 1º)
Ad mensuram: as medidas do bem imóvel são determinantes para a formação da vontade contratual, de sorte que a discrepância entre o discriminado no contrato e as medidas reais do bem pode ensejar extinção contratual. Ex: vendo 200 alqueires de terra a R$ 1.800.00 o metro quadrado ou R$ 180.000,00 o alqueire.
Opções do comprador:
· Exigir, quanto possível, complemento da área (ação ordinária real ex empto ou ex vendito)
· Solicitar o abatimento proporcional do preço (quanti minoris)
· Solicitar a rescisão do contrato (ação redibitória)
Venda à vista de amostras e princípio da vinculação da proposta: inteligência do art. 484, CC
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
EX.: um vendedor de tecidos, ele tem que entregar aquilo que ele mostrou, quando realiza a venda sob amostra é vinculado a proposta que tá fazendo 
Venda Conjunta: o vício redibitório não implica em redibição das demais (art. 503, CC)
Venda em condomínio: direito de preferência aos demais condôminos. (art. 504)

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