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Unidade 1 – Crescimento e desenvolvimento
Resumo 2
Ficha Formativa 1 11 
Ficha Formativa 2 13
Teste de Avaliação 1 15
Teste de Avaliação 2 18
Unidade 2 – A globalização e a 
regionalização económica do mundo
Resumo 20
Ficha Formativa 1 27
Ficha Formativa 2 29
Teste de Avaliação 1 30
Teste de Avaliação 2 33
Unidade 3 – O desenvolvimento e 
a utilização de recursos
Resumo 36
Ficha Formativa 1 42
Ficha Formativa 2 43
Teste de Avaliação 1 44
Teste de Avaliação 2 46
Unidade 4 – O desenvolvimento e os Direitos Humanos
Resumo 48
Ficha Formativa 1 56
Ficha Formativa 2 58
Teste de Avaliação 1 60
Teste de Avaliação 2 64
Soluções 67
ÍNDICE
2
1 RESUMOCrescimento e desenvolvimento
A ECONOMIA E A PROCURA DO BEM-ESTAR
A procura do bem-estar das populações tem constituído uma constante preocupação.
Por bem-estar podemos entender uma situação em que homens e mulheres não sintam 
carências materiais e espirituais e gozem de um ambiente despoluído e saudável. Estes obje- 
tivos têm orientado a ciência económica e, nesse sentido, o economista norte-americano Paul 
Samuelson (n. 1915), galardoado com o Prémio Nobel para a Economia, em 1970, definiu Eco-
nomia como a ciência que procura as leis indicadoras do caminho a seguir para se manter 
a produtividade alta, para se gerir corretamente os recursos sempre escassos, com o ob-
jetivo de conseguir o almejado bem-estar.
1.1 CRESCIMENTO ECONÓMICO E DESENVOLVIMENTO
No entanto, o caminho para esse bem-estar apresenta algumas questões: será suficiente 
o crescimento económico ou será necessário ter em conta outros domínios da vida dos povos 
para o desenvolvimento humano?
Quando a via para se conseguir mais bem-estar se faz pelo aumento da riqueza do país, 
estamos apenas no início do processo; esta é uma condição necessária, mas não suficiente. 
A esta situação, que se caracteriza por aumentos do investimento, do produto criado e do 
rendimento, damos o nome de crescimento económico. Estamos, assim, na presença de um 
fenómeno essencialmente de natureza quantitativa. Então o que é necessário para se alcan-
çar uma situação de facto proporcionadora de qualidade de vida? Falta, certamente, que a 
população seja instruída e informada, que tenha acesso a bens de natureza cultural, que goze 
de saúde e beneficie de bons cuidados médicos, assistência hospitalar e social, que viva em 
urbanizações servidas de infraestruturas funcionais, que tenha um ambiente limpo e que os 
seus direitos civis, sociais e políticos sejam respeitados. Neste segundo caso, estamos a falar 
de um fenómeno de natureza qualitativa, o desenvolvimento humano.
Podemos, então, concluir que o crescimento económico, ao proporcionar os meios para 
que os cidadãos beneficiem dos bens materiais necessários à sua sobrevivência, de cul-
tura, saúde, bom ambiente e respeito pelos Direitos Humanos, é o meio para se atingir o 
fim – o desenvolvimento humano e o bem-estar.
3
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
Indicadores de desenvolvimento simples e compostos
Para avaliar a situação económica de um país, é usual recorrer-se a determinados valores 
que clarifiquem o ponto em que o país se encontra – são os indicadores. Os indicadores mais 
utilizados são os indicadores económicos, como o Produto Interno Bruto per capita (PIB 
p.c.) ou Rendimento Nacional Bruto per capita (RNB p.c.).
Estes indicadores medem a riqueza média por habitante, já que se determinam dividindo o 
PIB ou o RNB pela população.
Existem outros indicadores de caráter económico, como a estrutura setorial do produto e 
da população ativa, o consumo de eletricidade por habitante, que revela o nível de industria-
lização de um país, e outros.
Como já referido, a perspetiva económica é importante mas é insuficiente; logo, são neces-
sários indicadores de outros domínios sociais. Surgem, então, os indicadores demográficos, 
que revelam, igualmente, o nível de desenvolvimento de um país. Esses indicadores são a es-
perança média de vida à nascença, a taxa de mortalidade infantil, a taxa de mortalidade 
de menores de cinco anos, entre outros. De facto, bons indicadores demográficos revelam os 
cuidados que um país dispensa à sua população, o que só sucede quando o país tem recursos 
disponíveis.
Mas, aos indicadores económicos e demográficos há que juntar a informação dos indica-
dores culturais, pois uma economia desenvolvida tem na sua base uma boa educação e for-
mação dos seus trabalhadores e da população em geral. São também importantes, então, as 
taxas de alfabetização e escolaridade.
Se pretendermos uma análise mais detalhada do funcionamento das sociedades, podemos 
recorrer aos indicadores político-sociais, como a existência de um regime democrático ou o 
respeito pelos direitos dos cidadãos e cidadãs.
Todos estes indicadores são indicadores simples, por evidenciarem apenas informações 
sobre um domínio específico. Há, contudo, indicadores compostos, mais elaborados, que 
nos podem fornecer informação cruzada e, portanto, mais completa. Estão aqui englobados o 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado 
à Desigualdade (IDHAD), o Índice de Desigualdade de Género (IDG) e o Índice de Pobreza 
Multidimensional (IPM).
O IDH é da autoria do economista Amartya Sen (n. 1933), prémio Nobel para a Economia 
em 1998. Este indicador composto conjuga dados de natureza económica (RNB p.c.), demo-
gráfica (esperança média de vida à nascença) e cultural (anos de escolaridade efetiva e espe-
rada). A sua informação mede melhor o que se considera ser o desenvolvimento, já que não 
recorre exclusivamente a informação económica. De facto, o desenvolvimento humano é muito 
mais do que apenas riqueza – saúde e cultura são sinónimos de dignidade do ser humano.
4
As limitações dos indicadores
Pelo facto de os indicadores representarem médias, e esconderem desigualdades, torna -se 
indispensável corrigir as suas informações.
No caso do RNB per capita, ou de outro indicador com o mesmo tipo de informação, por 
exemplo, há que completar as informações dadas através do Índice de Gini, que revela o grau 
de concentração da riqueza de um país nas mãos dos estratos sociais mais favorecidos.
O mesmo tipo de lacuna passa-se relativamente aos outros indicadores. O que podemos 
concluir é que qualquer indicador só por si é pouco informativo, devendo recorrer-se a um 
conjunto alargado, para uma melhor imagem do caso em estudo.
1.2 O CRESCIMENTO ECONÓMICO MODERNO
1.2.1 Fontes de crescimento económico
As economias modernas devem o seu crescimento económico a diversos fatores que, de uma 
forma simples ou conjugada, alavancaram esse processo. Essas fontes são a dimensão dos mer-
cados interno e externo, o investimento em capital físico e humano e o progresso técnico.
A dimensão dos mercados interno e externo
A influência da dimensão dos mercados sobre o crescimento económico deve-se às eco-
nomias de escala, que se podem obter conseguindo-se custos de produção mais baixos e, 
portanto, preços de venda mais competitivos, além, naturalmente, das maiores quantidades 
que se podem produzir e do respetivo rendimento proporcionado.
Já no século xix, a dimensão do mercado de um país tinha sido identificada como um fator 
competitivo para o crescimento económico. Para esse processo de alargamento dos mercados 
contribuíram empresas e Estado, este último garantindo, através da colonização, as condições 
necessárias à expansão. Nesta fase, as colónias tiveram um papel essencialmente de mercado 
abastecedor de trabalho e de matérias-primas, a baixo custo. O colonialismo representou, 
mais tarde, o alargamento dos mercados que o desenvolvimento dos países industrializados 
necessitava. Para este processo de crescimento económico contribuíram outros fatores: o 
progresso tecnológico (novas máquinas e tecnologias), associado ao uso de uma nova fonte de 
energia (o vapor), e o investimento de capital fixo em novo equipamento fabril.
O século xx, depoisda atribulada crise de 1929-1933, conhece outro boom de crescimento 
com o fim da II Guerra Mundial. Mais uma vez, conjugaram-se os fatores referidos – progresso 
técnico, já testado durante o conflito de 1939-1945, investimento em capital fixo e humano e 
aumento da dimensão dos mercados, com o incremento do comércio entre os países.
A dimensão do mercado pode, então, ser constatada na sociedade de consumo do pós-
-II Guerra Mundial. A nova sociedade de consumo vai ter por missão o escoamento dos seus 
excessos de produção, o que permitirá produzir ainda mais, ter mais rendimento e mais bem-
-estar material – foi esta a época da história da humanidade em que o produto mais cresceu. 
Predispor para o consumo é garantir mais mercado.
É esta a nova faceta das economias modernas.
5
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
A dimensão do mercado como fonte de crescimento económico está igualmente patente 
nas estratégias de integração económica que tiveram um início sério no pós-II Guerra Mundial, 
e de que a integração europeia é a experiência mais emblemática. Com a integração econó-
mica, os mercados alargaram-se e as economias progrediram. Hoje, a União Europeia é um 
projeto de integração concretizado, com benefícios incalculáveis, em termos de crescimento 
económico, para os países membros.
Os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), ou BRICS (que inclui a África do Sul), são também 
economias que, apostando nos seus vastos mercados internos e externos, têm tido bons re-
sultados em termos de crescimento económico.
Os NPI (Novos Países Industrializados), de que Singapura, Taiwan, Tailândia, Coreia do Sul e 
Hong Kong fazem parte, entre outros, são, por sua vez, um exemplo de crescimento económico 
baseado no alargamento dos seus mercados. As suas estratégias de produção para exportar 
têm tido bons resultados em termos de crescimento. 
O investimento em capital físico e humano
As novas descobertas científicas e técnicas só têm interesse económico quando investidas 
em novos processos produtivos, novos materiais ou novos bens. Daqui deriva a importância 
do investimento em capital fixo. No entanto, para que estas descobertas sejam possíveis, são 
necessários cientistas e investigadores.
E, para tal, é necessária uma boa educação de base. O investimento imaterial em educação 
é, portanto, a base para todo o processo de crescimento económico. Investir em capital hu-
mano é a condição para o crescimento económico.
Assim, para completar a informação dos tradicionais indicadores de desenvolvimento, é 
útil recorrer-se a outros, relacionados com as questões da investigação e desenvolvimento 
(I&D). O número de cientistas e investigadores em cada 1000 habitantes, as despesas em I&D 
em percentagem do PIB, a participação do Estado e das empresas em I&D, o número de pa-
tentes e marcas registadas ou o valor das exportações de média e alta tecnologia, são outros 
indicadores que nos podem informar sobre a posição de um país na Economia Baseada no 
Conhecimento (EBC), isto é, uma economia em que o fator produtivo mais valioso é o conhe-
cimento científico e tecnológico, que permite a inovação, o progresso e a riqueza.
Outro aspeto em que a inovação pode ser encontrada reside na forma como as empresas 
são organizadas e geridas. Novas formas de gestão empresarial, que ao retirarem mais-valias 
dos fatores produtivos, e combinando-os segundo novas estratégias, levam-nos a produzir 
melhores resultados. Dos princípios «científicos» do taylorismo[1] às modernas formas de ges-
tão, tem sido percorrido um largo caminho.
[1] Os princípios do taylorismo consistem na organização do trabalho fabril, assente na divisão técnica do trabalho, na especia-
lização do trabalhador em tarefas simples e nos incentivos salariais e prémios de produção.
6
O progresso técnico
Outra fonte de crescimento económico é o progresso técnico. O economista austríaco 
Joseph Schumpeter (1883-1950) afirmou que os ciclos de crescimento coincidiam com as inova- 
ções que lhes davam origem. As inovações técnicas permitem, assim, um grande crescimento 
económico, que se irá esbatendo até à saturação do mercado.
1.2.2 Características do crescimento económico moderno
O crescimento económico atual encontra-se associado a um conjunto de consequências que 
podemos identificar como características das economias modernas. Essas características são:
■ a alteração da estrutura da atividade económica relativamente aos períodos precedentes;
■ a inovação tecnológica;
■ o aumento da produção e produtividade;
■ a diversificação da produção;
■ a modificação do modo de organização económica;
■ a melhoria do nível de vida da população.
 Alteração da estrutura da atividade económica 
relativamente aos períodos precedentes
A evolução das economias tem-se processado com a perda de peso do setor primário para 
o secundário e deste para o terciário. Tal não significa que a agricultura e outros ramos de 
atividade primária não tenham importância para a sobrevivência e bem-estar das populações. 
O que tem acontecido é que têm sido criadas outras atividades geradoras de mais riqueza, 
como a indústria e os serviços. Os bens dos setores secundário e terciário, pela importância 
que têm atualmente na produção e no quotidiano das populações, possuem um valor eco-
nómico significativo que ultrapassa em grande percentagem o valor dos bens criados no se-
tor primário. Por isso, é possível classificar um país como desenvolvido ou em desenvolvi- 
mento pelo tipo de estrutura setorial da sua atividade económica.
Inovação tecnológica
A inovação tecnológica é outra das características das economias modernas desenvolvidas. 
A riqueza de uma economia moderna assenta na sua capacidade de inovar; esta, por sua vez, 
é alicerçada em descobertas científicas e tecnológicas. Uma forte aposta em formação e educação 
e em I&D (investimento em investigação e desenvolvimento) são condições para uma Economia 
Baseada no Conhecimento, proporcionadora de inovação e riqueza. Novas tecnologias e novos mé-
todos de produção de novos bens e serviços são características das novas economias. Portugal 
tem avançado muito neste domínio, tendo já as empresas ultrapassado o Estado no domínio da in-
vestigação e do seu aproveitamento económico. O número de cientistas e investigadores e a produ-
ção científica evidenciada em trabalhos publicados por nacionais e/ou em coautoria internacional 
complementam o cada vez mais elevado valor do I&D, demonstrando a preocupação de Portugal 
7
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
em marcar posição neste domínio. Em consequência, as exportações de bens de média e alta tec-
nologia e o registo das patentes portuguesas têm evoluído muito significativamente.
 Aumento da produção e produtividade
Em resultado dos progressos tecnológicos, as economias têm aumentado exponencial-
mente a produção e a produtividade. Cada dia, novos bens e serviços surgem no mercado, 
despertando o desejo dos consumidores. Este facto decorre de uma das características do 
funcionamento das economias capitalistas – a livre iniciativa e a consequente concorrência 
entre empresas. A busca incessante do lucro, condição de sobrevivência empresarial, susten-
ta a concorrência e a procura de soluções para vencer no mercado. Novas formas de produzir 
e novas estratégias empresariais vêm constantemente originando aumentos de produtividade 
e de produção. Emergiu, assim, um tipo de sociedade baseada na necessidade de consumir 
os novos bens.
 Diversificação da produção
Em consequência do progresso tecnológico, do aumento da produtividade e da produção, 
as economias modernas criaram uma grande profusão de bens, necessitando de os escoar. 
Vender tornou-se mais importante do que produzir. Novas estratégias de escoamento dos 
bens produzidos vão, então, ser implementadas – nasce assim a sociedade de consumo.
Os bens da sociedade de consumo são bens homogéneos, produzidos em série, baratos e 
de pouca qualidade e duração. Estas características alimentamnovas produções e reprodu-
zem as condições de funcionamento das economias desenvolvidas. A sociedade de consumo 
e o consumismo são, assim, a solução económica para o escoamento da diversidade de bens 
e serviços produzidos nas economias desenvolvidas atuais.
 Modificação do modo de organização económica
A concorrência entre empresas exige uma outra condição para vencer no mercado – o au-
mento da eficiência da gestão empresarial. Esta, em relação às empresas, assim como a 
intervenção do Estado na esfera económica, a nível macroeconómico, são dois aspetos a 
considerar como novos e típicos das economias modernas.
Desde a Revolução Industrial que se têm procurado melhores soluções de organização do 
trabalho fabril e de gestão empresarial. Do taylorismo às modernas soluções de gestão de em-
presas, encontramos múltiplas e variadas propostas para alcançar resultados superiores. A 
globalização económica e as necessidades acrescidas que a concorrência mundial tem trazido 
têm impulsionado a procura de novas soluções organizativas. Nesse sentido, as empresas têm 
diversificado e aumentado a sua área de influência, através da concentração empresarial (de que 
as OPA e OPV são exemplos). Por outro lado, a intervenção do Estado na atividade económica, 
através de políticas (conjunturais e estruturais) e instrumentos diversos (fiscais e orçamentais, 
por exemplo) completam um quadro de estabilidade que as economias atuais apresentam.
8
 Melhoria do nível de vida da população
Fruto do progresso técnico, dos aumentos de produção e produtividade, da diversidade 
da produção, dos novos modos de organização económica e da terciarização das economias, 
assiste-se a um aumento do bem-estar das populações. No entanto, como se sabe, o cresci-
mento das economias é apenas um meio.
Para que as populações possam beneficiar de um verdadeiro desenvolvimento huma-
no, outras condições terão de ser garantidas, como o respeito pelos seus direitos civis, 
políticos, económicos, sociais, ambientais e de equidade.
1.2.3 Os ciclos de crescimento económico
 Ciclos económicos
A atividade económica tem evoluído ao longo dos tempos, apresentando um crescimento 
contínuo. Todavia, esse crescimento não se tem feito de forma regular e equilibrada. A perío-
dos de grande prosperidade sucedem-se outros de recessão. A economia cresce por ciclos, 
em torno de uma linha tendencialmente ascendente.
Um ciclo económico será, então, uma sucessão de mo-
mentos ou fases de crescimento e de contração da ativi-
dade económica. Podemos definir ciclo económico como 
um conjunto de flutuações do produto, do rendimento e do 
emprego de um país, com consequências em termos de ex-
pansão e contração na generalidade dos setores da econo-
mia. Quando o ciclo se encontra na fase de expansão, os valores das principais variáveis eco-
nómicas acompanham essa evolução positiva. Produto, rendimento, emprego, investimento, 
comércio e consumo refletem favoravelmente o clima de confiança que a economia vive, atin-
gindo um ponto máximo a que se dá o nome de pico ou teto da expansão. Uma vez alcançado 
o pico, a economia pode retrair-se, iniciando uma fase de contração ou recessão até ao ponto 
mais baixo, a que se dá o nome de baixa ou piso. A partir daí, novo ciclo terá início. 
Assim, o ciclo económico é composto por um conjun-
to de flutuações do produto, rendimento e emprego, com 
reflexos na expansão e contração da atividade económica.
Um ciclo completo tem uma fase ascendente e outra 
descendente.
99
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
Quando uma economia se encontra em recessão, verificam-se as seguintes características 
típicas:
■ o consumo diminui – os consumidores, com receio da crise que se avizinha, cortam nas 
suas despesas de consumo;
■ a produção cai – não conseguindo escoar o produto, as empresas acumulam stocks, pelo 
que irão diminuir a sua produção;
■ o investimento cai – dadas as expectativas de crise, o risco do investimento aumenta e 
este retrai-se imediatamente;
■ o emprego diminui – a procura de trabalhadores diminui, podendo mesmo aumentar o 
desemprego;
■ a inflação diminui – com a redução do consumo e o abrandamento da atividade econó-
mica, a inflação apresenta valores mais baixos, podendo transformar-se em deflação;
■ as ações caem – com os lucros a diminuir, o valor das ações entra em queda.
Quando uma economia se encontra em expansão, verificam-se as seguintes caracterís-
ticas típicas:
■ o consumo aumenta – os consumidores, confiantes no desempenho da sua economia e 
esperando aumentos de salários, aumentam as suas despesas de consumo; 
■ a produção aumenta – devido ao clima de confiança e respondendo às solicitações dos 
consumidores, as empresas aumentam a sua produção; 
■ o investimento aumenta – dadas as expectativas de expansão, o risco do investimento 
diminui e este aumenta imediatamente; 
■ o emprego aumenta – a procura de trabalhadores aumenta; 
■ a inflação pode aumentar – com o aumento do consumo e o dinamismo da atividade 
económica, a inflação pode apresentar valores mais altos, se a produtividade não acom-
panhar os aumentos salariais; 
■ as ações sobem – com os lucros a aumentar, o valor das ações tende a subir.
O economista Paul Samuelson (n. 1915) considera que uma economia se encontra em re-
cessão quando o produto real cai em pelo menos dois trimestres consecutivos. Designa-se 
por recessão técnica a queda do produto real em dois trimestres consecutivos. Por crise 
entenda-se a fase económica correspondente à recessão. Depressão é uma recessão grave e 
prolongada.
1010
 Tipos de ciclos económicos
Vários economistas têm estudado o evoluir das economias, tendo encontrado períodos em 
que, com regularidade, a atividade económica percorre um ciclo – fase ascendente e descen-
dente. Consoante a amplitude do ciclo, é possível identificar ciclos de longo, médio e curto 
prazo, estes últimos mais relacionados com desequilíbrios próprios do funcionamento de al-
guns setores de atividade. Temos, assim:
■ Ciclos de Kitchin[1] – de 3 a 5 anos.
■ Ciclos de Juglar[2] – de 6 a 10 anos.
■ Ciclos de Kuznets[3] – de 20 a 30 anos.
■ Ciclos de Kondratiev[4] – de 40 a 60 anos.
Ciclos de Schumpeter
Para Joseph Schumpeter1[5], um ciclo económico corresponde à vida de uma inovação. Uma ino-
vação pode ser um novo produto no mercado (por exemplo, os telemóveis), a descoberta de uma 
nova forma de produzir (novas tecnologias) ou de comercializar os bens (por exemplo, o comércio 
eletrónico), a conquista de novas fontes de matérias-primas (como a descoberta de tecidos sinté-
ticos) ou a alteração da estrutura de um mercado (como a abolição de um monopólio). No entanto, 
para que estas oportunidades se concretizem, surge a figura do empresário/empreendedor como 
aquele que tem a capacidade de «ver mais longe», de arriscar, de transformar projetos em realida-
des palpáveis, com vista à obtenção de um lucro (móbil da atividade económica).
Schumpeter associou os ciclos de Kondratiev às inovações que lhes deram origem. Uma inova-
ção produz mais procura, mais produção, atrai mais empresários e mais investimentos, isto é, pro-
duz uma fase de crescimento económico – é a fase da prosperidade, que corresponde a um período 
de grande difusão das inovações. No entanto, iniciado o período de saturação, o mercado retrai-
-se e as empresas começam a ter menos lucros – é o início da recessão. Quando as «inovações» 
entram numa fase de pouca procura, implicando a sua substituição por outras, entra-se na fase 
da depressão. Quando o empresário reconhece esta fase, desviará o investimento das atividades 
ultrapassadas para novos produtos. A esta fase chama-se destruição criadora. Eventualmente, 
outras inovações surgem no mercado, animando a economia – é a fase da retoma, início de um 
novo ciclo de prosperidade.
O ciclo de Schumpeter tem, assim, quatro fases:
[1] Economista norte-americano (1861-1932).
[2] Economista francês (1819-1905).
[3] Economista norte-americano, de origemrussa (1901-1985). Foi-lhe atribuído o Prémio Nobel para a Economia em 1971.
[4] Economista russo (1892-1938).
[5] Economista austríaco (1883-1950).
O ciclo e as suas fases, segundo Schumpeter
Prosperidade
(I)
Recessão
(II)
Depressão
(III)
Retoma
(IV)
1111
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
FICHA FORMATIVA 1
1. Leia a seguinte frase retirada do PNUD: «O crescimento económico é o meio; o desenvolvimento 
humano é o fim!»
1.1 Distinga crescimento de desenvolvimento humano.
1.2 Explicite os indicadores que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano.
1.3 Apresente, justificando, mais dois indicadores compostos que contribuam para a avaliação 
de situações de desenvolvimento humano.
1.4 Explique o sentido da frase acima. 
2. Observe o seguinte gráfico relativo à repartição do PIB mundial.
Fonte: WEF – Global Competitiveness Report 
2.1 Justifique a importância económica dos BRIC no conjunto da economia mundial.
2.2 Indique o fator de crescimento comum a este conjunto de países.
2.3 Explique de que forma o fator indicado atrás pode ser gerador de crescimento económico.
2.4 Embora os BRIC se venham a afirmar na economia mundial, os seus IDH ainda se encontram 
em posições baixas. Com base no quadro abaixo, explique porquê.
BRIC Posição no IDH
Esperança 
média de vida 
à nascença
Média de 
anos de 
escolaridade
Anos de 
escolaridade 
esperados
RNB p.c.
(PPC em 
dólares)
Brasil 79.ª 73,9 7,2 15,2 14 275
Rússia 57.ª 68,0 11,7 14,0 22 617
Índia 135.ª 66,4 4,4 11,7 5 150
China 91.ª 75,3 7,5 12,9 11 477
Noruega 
(referência) 1.ª 81,5 12,6 17,6 63 909
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
11
6%
15%
20%
5%4%3%3%
40%
2%
2%
China
EUA
Índia
Japão
Brasil
Rússia
R.U.
França
OutrosAlemanha
121212
3. Comente o seguinte texto, relacionando o crescimento económico com os fatores que lhe 
estão subjacentes.
O primeiro período da sociedade de consumo (1950-1968) marca a passagem da penúria à 
abundância. O consumo torna-se um verdadeiro projeto de sociedade. É a partir dos anos 50 
que o rendimento real dos Estados industrializados começa a crescer a um ritmo nunca visto: 
o poder de compra duplica, o volume dos bens de consumo e serviços é ainda maior, tendo-
-se conjugado uma taxa de natalidade vigorosa e registado um aumento da esperança de vida. 
Igualmente, o Estado-Providência começa a dar os seus frutos. 
Fonte: Beja Santos, Novo Mercado, Novo Consumidor, Lisboa (excerto)
4. Segundo o World Economic Forum (WEF) no seu relatório sobre competitividade global de 
2014-2015, o país situado na 1.ª posição era a Suíça, enquanto Portugal ocupava a 36.ª posição. 
Compare os itens de avaliação e identifique aqueles em que Portugal terá de melhorar, as-
sim como aqueles em que a economia portuguesa se posiciona favoravelmente.
Fonte: WEF – Global Competitiveness Report, 
Infraestruturas
Ambiente
macroeconómico
Saúde 
e Ensino
Básico
Inovação
Sofisticação
de negócios
Dimensão
do mercado
Tecnologia
Desenvolvimento
do mercado financeiro
Eficiência do
mercado de trabalho
Educação
Superior
e Formação
Eficiência do mercado
de bens
Economias avançadasPortugal Economias avançadasSuíça
Instituições
7
6
5
4
3
2
1
Infraestruturas
Ambiente
macroeconómico
Inovação
Sofisticação
de negócios
Dimensão
do mercado
Tecnologia
Desenvolvimento
do mercado financeiro
Eficiência do
mercado de trabalho
Educação
Superior
e Formação
Eficiência do mercado
de bens
Instituições
7
6
5
4
3
2
1
Saúde 
e Ensino
Básico
12
Portugal Suíça
13
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
1. Considere os seguintes indicadores.
Países
Esperança 
média de vida 
à nascença 
(anos)
Número 
de anos de 
escolaridade 
Número 
de anos de 
escolaridade 
esperados
RNB p.c.
(dólares 
EUA)
Posição no 
IDH
Irlanda 80,7 11,6 16,9 33 414 11.ª
Brunei 78,5 8,7 14,5 70 883 30.ª
Fonte: Relatório do Desenvolvimento Humano,
1.1 Explique em que consiste o indicador composto IDH.
1.2 Explique por que razão, tendo o Brunei um RNB p.c. mais elevado, a sua posição no IDH é 
inferior à da Irlanda.
1.3 Indique uma das limitações apresentadas ao IDH para avaliar o nível de desenvolvimento de 
um país.
1.4 Indique de que forma se poderia corrigir as informações dadas pelo RNB p.c. no sentido de 
avaliar o bem-estar da população.
2. Observe o seguinte gráfico relativo à evolução do crescimento médio anual do IDH em dife-
rentes regiões do mundo.
2.1 Registe a evolução global.
2.2 Registe a evolução em cada 
uma das regiões.
2.3 Comente a resposta anterior. 
3. Leia o seguinte texto.
Uma nova esperança
O princípio do século xxi trouxe novas esperanças a numerosos países de baixo rendimento: o 
crescimento descolou e o rendimento per capita aumentou, pelo menos 3,5%, em média, du-
rante 5 anos, num número significativo de países, desde a década de 1990. As descolagens têm 
sido duradouras (de 9 a 12 anos) e foram sustentadas durante a recente crise.
FICHA FORMATIVA 2
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
1990-2000
Cr
es
ci
m
en
to
 m
éd
io
 a
nu
al
 d
o 
ID
H
 (
%
)
2000-2008 2008-2013
0
0.5
1.0
2.0
1.5
Estados 
Árabes
Ásia Oriental
e Pacífico
Europa
e Ásia Central
América Latina
e Caraíbas
Ásia do Sul África
Subsariana
13
Fonte: PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano, 
141414
As descolagens posteriores a 1990 apresentam semelhanças com as de períodos anteriores, 
dado que se fundamentam em taxas de poupança e de investimento elevadas e numa integra-
ção mais profunda, o que distingue estes países dos que não conseguiram a descolagem. 
Estes resultados são sustentados por publicações que referem o papel principal da acumulação 
de capital e da integração económica no desenvolvimento. O crescimento das exportações e do 
IDE surgem como fatores fundamentais que, associados a medidas para aumento da produtivi-
dade e reformas estruturais, permitiram uma boa competitividade. 
3.1 Explicite o papel da dimensão dos mercados no crescimento económico.
3.2 Comente o texto, tendo em conta os fatores considerados como geradores de crescimento 
económico.
4. Observe o seguinte gráfico.
Produto Interno Bruto per capita em dólares PPC
 Fonte: World Bank, Atlas of Global Development,
4.1 Registe a tendência verificada no período em análise.
4.2 Avalie a convergência/divergência entre as economias dos dois grupos de países.
4.3 Justifique o aumento da produtividade como uma das características das economias mo-
dernas. 
5. Joseph Schumpeter (1883-1950) foi um conhecido economista austríaco que relacionou as 
crises económicas com os ciclos de vida das inovações.
5.1 Apresente uma noção de ciclo económico.
5.2 Explicite as fases do ciclo económico de Schumpeter com os momentos de vida das inova-
ções.
5.3 Explique o sentido da expressão «destruição criadora», da autoria do referido economista.
5.4 Explique por que razão, para Schumpeter, o empresário é uma «peça» fundamental no pro-
cesso de crescimento económico. 
Economias de elevado rendimento
Economias de médio e baixo rendimento
0
5000
10 000
15 000
20 000
35 000
30 000
25 000
1900 2000 2009 2011
15
TESTE DE AVALIAÇÃO 1
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
15
Nas questões de escolha múltipla, apenas uma das afirmações está correta. Assinale-a.
1. Crescimento económico e desenvolvimento humano são dois conceitos diferentes. Esta afir-
mação é
(A) verdadeira, porque o desenvolvimento humano é um conceito social e o crescimento é um 
conceito económico.
(B) falsa, porque um país que apresente progressos na área económica também terá melhorias 
nos domínios social, demográfico e cultural.
(C) verdadeira, porque pode haver desenvolvimento sem crescimento.
(D) falsa, porque desenvolvimento e crescimento económico avaliam a mesma realidade. 
2. Não basta o indicador RNB per capita para termos uma noção do nível de desenvolvimento 
de um país. Esta afirmação é
(A) verdadeira, porque o RNB per capita é um indicador simples.
(B) falsa, porque quando o RNB per capitaé elevado não existe pobreza.
(C) falsa, porque dispor de um rendimento elevado é sinal de bem-estar.
(D) verdadeira, porque o conceito de desenvolvimento implica níveis elevados de escolariza-
ção, de saúde e boas condições de vida, que ultrapassam o simples «ter dinheiro».
3. O indicador composto Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) é essencial para aferir me-
lhor o nível de desenvolvimento de um país. Esta afirmação é
(A) verdadeira.
(B) falsa.
(C) tendenciosa.
(D) nenhuma das respostas anteriores é verdadeira.
4. Uma das características dos países de crescimento económico moderno é
(A) o alargamento dos mercados.
(B) a inovação tecnológica.
(C) o aumento dos salários dos trabalhadores.
(D) o investimento em capital físico.
5. A fase de retração de um ciclo económico tem como características essenciais
(A) o aumento do produto, do rendimento e do emprego.
(B) a queda do consumo e do investimento.
(C) um aumento do investimento de capital físico.
(D) um aumento do investimento em capital humano.
16
1. Observe o seguinte gráfico relativo à evolução do IDH, em 2010 e 2014, devido à desigualdade. 
Fonte: PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano,
1.1 Identifique as regiões com maior perda no IDH devido à desigualdade.
1.2 Especifique a razão pela qual a inclusão da desigualdade permite uma melhor avaliação do 
desenvolvimento humano.
1.3 Apresente mais um indicador composto que possa avaliar situações de desigualdade, 
mesmo em países com valores elevados do IDH. 
1.4 Comente o conteúdo do gráfico.
2. Observe o seguinte gráfico.
Rácio entre rapazes e raparigas inscritos nos ensinos primário e secundário
Fonte: Banco Mundial, Atlas of Global Development,
2.1 Identifique a tendência verificada.
2.2 Identifique as regiões com melhores valores, em 2010.
2.3 Identifique as regiões que apresentaram maior evolução nos 10 anos registados no gráfico.
2.4 Explique por que razão o investimento em educação é considerado um fator de cresci-
mento económico moderno.
2.5 Explique a seguinte afirmação.
As desigualdades de género na educação podem constituir um forte bloqueio ao desen-
volvimento humano das populações.
0 5040
Perda devida à desigualdade (%)
302010
Ásia do Sul
África Subsariana
America Latina
e Caraíbas
Europa
e Ásia Central
Ásia Oriental
e Pacífico
Estados Árabes
RDH 2010 RDH 2014
20101991
0
10
20
30
40
50
60
70
110
100
90
80
Ásia Oriental
e Pacífico
Europa e
Ásia Central
América Latina
e Caraíbas
Médio Oriente
e Norte de África
Ásia
do Sul
África
Subsariana
Alto
Rendimento
16
17
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
3. Leia o seguinte texto.
China
O Estado optou por um processo de reformas gradual para atração do investimento estran-
geiro (IDE), para criação de postos de trabalho e para promoção das exportações para a qual 
foram estabelecidas zonas económicas especiais, normalmente em zonas menos densamente 
edificadas. Paralelamente, a China aumentou as competências dos seus trabalhadores e das 
suas empresas por via da imposição, às empresas estrangeiras, da participação em empresas 
comuns e da transferência de tecnologia. No início da década de 1990, a China estava prepa-
rada para expandir as suas trocas externas, com base nos investimentos na saúde e educação 
realizados nas décadas anteriores: em 2011 completou 10 anos como membro da OMC e tomou 
o lugar da Alemanha como segundo maior exportador de bens e serviços a nível mundial.
Fonte: PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano,
3.1 Apresente uma noção de crescimento económico.
3.2 Distinga crescimento económico de desenvolvimento humano.
3.3 Identifique no texto a estratégia de crescimento económico da China.
3.4 Explique de que modo os investimentos em saúde e educação podem complementar uma 
estratégia de desenvolvimento humano. 
4. Comente o conteúdo do texto seguinte.
O desenvolvimento humano prende-se com oportunidades de vida iguais para todos. Implica 
não só a expansão de capacidades a fim de alargar o atual leque de escolhas das pessoas – 
ter uma vida saudável, produtiva e segura –, como também garantir que estas escolhas não 
comprometam ou limitem as que estarão disponíveis às gerações futuras. Pôr as pessoas em 
primeiro lugar tem repercussões na medição do progresso e formulação de políticas. Exige um 
enquadramento analítico mais alargado e uma revisão dos instrumentos políticos disponíveis.
Fonte: PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano,
17
Ferro e aço
Alumínio
Cobre
Estanho
Chumbo Ko-chiu
Liu-chou
Fo-shan
Canton
Hstang-t’an
Lu-chou
Ch’ung-ch’ing
Chiang-yu
Ch’eng-tu
Yung-teng
Ta-t’ung
T’ang-shan
PEKING
Liu-li-ho
Tientsin
Tzu-po
Tsinan
Tsingtao
Nan-ching
Shanghai
Hang-chou
Nan-ch’ang
Huang-shih
Wu-han
Ma-an-shan
Dairen
An-shan
T’ai-ylian
Shin-chia-chuang
Yao-hsien
Lan-chou
Ho-chia-ch’uan
Pao-t’ou
Lhasa
K’un-ming
Agricultura
Eletrónica
Transportes
Construção naval
Engenharia
Maior área industrial
Fronteira da região económica
Têxteis
Cimento
Químicos
Pneus
Sian
Cheng-chou
Lo-yang K’ai-teng
Urumchi
N O R O E S T E
S U D O E S T E C E N T R O -
- S U L
E S T E
N O R T E
An-shan
Fu-shun
Ch’ang-ch’un
Ha-erh-pin
Fu-la-erh-chi Ch’i-ch’i-ha-erh
Mu-tan-chiang
Kirin
Shen-yang
18
TESTE DE AVALIAÇÃO 2
Nas questões de escolha múltipla, apenas uma das afirmações está correta. Assinale-a.
1. Sabendo que o país X apresenta uma posição superior no IDH do que o país Y, então
(A) o país X tem um RNB p.c. mais elevado do que o país Y.
(B) o país Y tem um nível de escolaridade inferior ao do país X.
(C) os habitantes do país X têm uma longevidade superior aos do país Y.
(D) as condições de vida do país X são superiores às do país Y. 
2. A integração económica é um dos fatores de crescimento das economias. Esta afirmação é
(A) verdadeira, porque a dimensão do mercado interno alarga-se com a integração.
(B) falsa, porque depende da inovação tecnológica.
(C) verdadeira, porque o aumento da produção resultante da integração permite obter econo-
mias de escala. 
(D) falsa, porque depende da estrutura produtiva da economia.
3. São consideradas características das economias modernas
(A) a dimensão do mercado interno.
(B) a dimensão do mercado externo.
(C) a inovação tecnológica.
(D) a integração económica.
4. O crescimento das economias processa-se
(A) de uma forma irregular ao longo de uma linha ascendente. 
(B) de uma forma regular ao longo de uma linha ascendente.
(C) de uma forma constante ao longo de uma linha horizontal.
(D) de uma forma irregular ao longo de uma linha descendente.
5. Segundo Schumpeter, os ciclos económicos correspondem aos ciclos de vida de inovações 
porque
(A) a evolução da economia corresponde a uma sucessão de inovações.
(B) cada ciclo económico corresponde ao aparecimento, maturidade e queda de uma inovação.
(C) as inovações criam mais produto, rendimento e emprego. 
(D) os empresários são sempre inovadores.
18
19
Dólares americanos
0 10 000
Canadá
Estados
Unidos
20 000 30 000 40 000 50 000 60 000
RNB per capita ajustado à desigualdade
RNB per capita
UNIDADE 1 / CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
1. Observe o seguinte gráfico.
O RNB per capita é o indicador simples mais utilizado para avaliar a economia de um país, em-
bora apresente algumas limitações. 
1.1 Explique de que forma o Índice de Gini pode 
constituir uma forma de avaliar o RNB p.c. em 
termos de desenvolvimento humano. 
1.2 Especifique a razão pela qual a inclusão da 
desigualdade no valor do RNB p.c. permite uma 
melhor avaliação do desenvolvimento humano.
1.3 Sabendo que os países indicados no gráfico 
apresentam os seguintes Índices de Gini: 40,8 
e 32,6, identifique a que país pertence cada um 
dos indicadores. 
2. Os indicadores compostos Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) e Índice de Desigualda-
de de Género (IDG) têm por objetivo avaliar situações que ultrapassam a falta de rendimen-
to das famílias ou populações.
2.1 Explicite o interesse do indicador (IPM) na avaliação do desenvolvimento humano.2.2 Explique por que razão a desigualdade de género é um obstáculo ao desenvolvimento humano.
3. Comente a informação do gráfico, relativo à população com o ensino secundário ou superior 
no total de população ativa, tendo em conta a importância do investimento em capital hu-
mano para o crescimento económico.
4. Leia o seguinte texto. 
Um elemento comum aos países em rápido desenvolvimento do Sul tem sido o reforço das 
capacidades das pessoas e das competências das empresas, a par da abertura aos mercados 
mundiais. Têm, desta forma, conseguido obter fatores de produção intermédios e bens de capi-
tal a preços mundiais competitivos, adotar know-how e tecnologia estrangeiros e tirar partido 
dos mesmos nas vendas nos mercados mundiais.
Fonte: PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano
4.1 Identifique, no texto, os fatores de crescimento económico em que os países do Sul têm 
apostado.
4.2 Comente a estratégia descrita no texto. 
0
10
20
30
40
50
60
70
90
80
Es
lo
vá
qu
ia
Es
tó
ni
a
Al
em
an
ha
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vé
ni
a
Fi
nl
ân
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C
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ça
P
aí
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B
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do
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ur
o 
17
G
ré
ci
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Itá
lia
Es
pa
nh
a
M
al
ta
P
or
tu
ga
l
%
19
Fonte: PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano,
20
2.1 A MUNDIALIZAÇÃO ECONÓMICA 
2.1.1 Noção e evolução
Mundialização e globalização são conceitos que não sendo equivalentes são, no entanto, 
próximos. 
A mundialização é um fenómeno essencialmente económico, caracterizado pela expan-
são das trocas de bens, serviços e capitais à escala mundial, livre circulação de pessoas pelo 
mundo, mundialização das empresas, globalização financeira e enfraquecimento da regulação 
dos mercados e da atividade económica por parte dos Estados.
A globalização, além de incluir as transações económicas (bens, serviços e capitais) que 
se realizam entre países, estende-se às transações sociais e culturais: produtos culturais, 
padrões de consumo e estilos de vida universalizam-se, atingindo a dimensão global.
A globalização é, assim, o reflexo no plano social do fenómeno da mundialização económica.
Elementos da mundialização económica
■ Mundialização das trocas – O comércio internacional, associado à livre circulação de 
bens, serviços e capitais, atinge uma dimensão mundial.
■ Mundialização das empresas – As empresas localizam segmentos do processo produtivo 
em diversos territórios (empresas transnacionais), de acordo com as vantagens compe-
titivas que estes oferecem. Os produtos são, deste modo, o resultado do contributo de 
várias empresas/filiais, localizadas em várias partes do mundo.
■ Globalização financeira – O aumento das trocas à escala mundial, a mundialização das 
empresas e a respetiva necessidade de financiamento, intensificaram a livre circulação 
de capitais, para a qual contribuiu, de forma decisiva, a comunicação via eletrónica e a 
internet.
■ Enfraquecimento da regulação pelos Estados – A livre circulação de bens, serviços e ca-
pitais, associada às novas tecnologias de informação e comunicação, torna mais difícil a 
atividade reguladora dos Estados nacionais, verificando-se, em muitas áreas da atividade 
económica, a transferência da função reguladora para organizações de índole regional ou 
mundial (casos da União Europeia ou da Organização Mundial do Comércio, por exemplo).
RESUMO
A globalização e a regionalização 
económica do mundo
2
21
UNIDADE 2 / A GLOBALIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA DO MUNDO
O processo de mundialização
A mundialização está ligada ao desenvolvimento das trocas mercantis e dos movimentos 
migratórios, processo iniciado com a Expansão, conhecendo, mais tarde, um grande incre-
mento com as inovações introduzidas pela Revolução Industrial nas atividades produtivas e 
nos transportes.
A «europeização» do mundo
Com a Expansão, novas regiões do mundo integraram-se no sistema de trocas dominado 
pela Europa: a procura europeia de matérias-primas, de produtos e de metais preciosos está 
na origem do comércio mundial. A Europa controlava o comércio mundial, sendo o centro 
da economia mundial. É a chamada economia-mundo europeia.
O comércio mundial, dominado pela Europa entre os séculos xvi e xix, assentava em três 
polos: África, fornecedora de mão de obra escrava para as plantações de cana-de-açúcar, 
tabaco e algodão no continente americano; América, abastecedora dos mercados europeus 
em açúcar, tabaco, algodão, prata e ouro, e Europa, recebedora de capitais (provenientes em 
grande medida do tráfico de escravos) e de matérias-primas, para utilizar nas indústrias manu- 
fatureiras. A Índia associou-se ao comércio mundial, fornecendo especiarias e tecidos à Eu-
ropa que os trocava, em África, por escravos. O tráfico de escravos constituía o núcleo do 
comércio mundial, sendo um marco no processo de mundialização.
A 1.a Revolução Industrial
A economia-mundo, centrada na Europa, proporcionou as condições necessárias ao 
desencadear da Revolução Industrial: capitais e matérias-primas. A Inglaterra foi o país que 
iniciou a sequência de inovações industriais, aplicando-as nas atividades produtivas e utili-
zando o mercado interno e externo como fonte de escoamento dos seus produtos. A procura 
internacional e interna estimulou a produção industrial, arrastando a mecanização e moderni-
zação das atividades produtivas.
Por sua vez, a modernização, ao contribuir para uma maior produtividade, baixa de cus-
tos e de preços, incentivou a procura. A indústria têxtil, baseada no algodão proveniente da 
América, constituiu o motor de arranque para a industrialização. Posteriormente, a Revolução 
Industrial alargou-se a outros países europeus, como a França e a Alemanha.
Os mercados internacionais estão também ligados à industrialização: forneciam capitais, 
matérias-primas e compravam os produtos manufaturados. 
No espaço económico mundial, Inglaterra, França e Alemanha constituíam a estrutura do-
minante do sistema mundial de trocas, estabelecendo-se à sua volta os países do Norte da 
Europa, do Mediterrâneo, da América e da Ásia.
A Revolução Industrial e a mundialização económica são, assim, fenómenos interliga-
dos – as matérias-primas, os capitais e os produtos circulam pelo mundo, e a circulação de 
pessoas inicia-se com o tráfico de escravos, prosseguindo, mais tarde, com os movimentos 
migratórios.
22
A 2.a Revolução Industrial
Na segunda metade do século xix, novas inovações, como a eletricidade e o aço, proporcio-
naram uma revolução na área dos transportes ferroviários e marítimos, o que conduziu, por sua 
vez, a um aumento das trocas à escala mundial e à intensificação dos fluxos migratórios da Eu-
ropa para os EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Brasil e África. Neste período, verificou-se 
igualmente a saída de capitais da Europa para novos destinos: investimentos na exploração de 
matérias-primas, em infraestruturas e em atividades terciárias, como a banca. Os rendimentos 
destes investimentos regressavam, no entanto, aos países europeus de origem. A crescente cir-
culação de produtos, pessoas e capitais pelo mundo traduziu uma intensificação do proces-
so de mundialização económica centrado na Europa.
 A primeira metade do século xx – o recuo do processo 
de mundialização económica
A I Guerra Mundial (1914-1918), a Grande Depressão (1929-1933) e as medidas protecionistas 
tomadas na sua sequência marcaram um período de recuo do comércio mundial, de bloqueio 
dos movimentos de capitais e de restrições aos movimentos migratórios, interrompendo a 
intensificação do processo de mundialização registado no período anterior.
2.1.2 A II Guerra Mundial e a aceleração do processo de mundialização 
económica.
A 3.a Revolução Industrial
As necessidades de armamento e de comunicações incentivaram o aparecimento de ino-
vações nas áreas da tecnologia nuclear e da informática, que tiveram aplicações nas ativida-
des industriais (automação) e terciárias (banca, audiovisual, telecomunicações, entreoutros 
setores), contribuindo para a terciarização e maior competitividade das economias. O desen-
volvimento das TIC e a sua aplicação na atividade produtiva, nos serviços financeiros e nos 
meios de comunicação social contribuíram para uma maior circulação e difusão de produtos e 
processos à escala global, favorecendo o processo de mundialização.
A reconstrução económica e a liberalização das trocas
A reconstrução das economias no período do pós-guerra conduziu a um processo de libe-
ralização das trocas, ao abandono do protecionismo e à defesa de acordos comerciais, de que 
o Acordo Geral sobre a Redução das Tarifas Aduaneiras (GATT) é exemplo.
O crescimento das trocas constituiu o principal fator de crescimento económico e de aumento 
do bem-estar. O processo de liberalização das trocas e a integração de um número significativo de 
países no comércio mundial (os novos países industrializados da Ásia e da América Latina, e alguns 
países africanos) originou maior concorrência nos mercados e dificuldades acrescidas na concerta-
ção das regras comerciais internacionais. Tal situação levou à extinção do GATT e à sua substituição 
pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Esta organização procura firmar acordos relativos à 
eliminação de taxas alfandegárias, tendo em vista uma maior abertura dos mercados.
23
UNIDADE 2 / A GLOBALIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA DO MUNDO
2.2 A GLOBALIZAÇÃO DO MUNDO ATUAL
2.2.1 Mundialização e globalização
■ Mundialização das trocas – A liberalização das trocas e a integração das economias em 
espaços de maior dimensão têm contribuído para o crescimento do comércio mundial.
■ Mundialização dos capitais e das empresas – Os investimentos diretos traduzem-se na 
aquisição de empresas e na abertura de filiais em países que ofereçam condições atrativas. 
As maiores empresas multinacionais, espalhadas pelo mundo, têm as suas sedes loca-
lizadas nos EUA, na Europa e no Japão (a chamada «Tríade»). Mais recentemente, as mul-
tinacionais têm dado lugar a empresas transnacionais, que se caracterizam pela parce- 
larização dos processos produtivos em segmentos, que são, por sua vez, localizados nos 
países que melhores condições de rendibilidade ofereçam.
■ Transnacionalização da produção – Consiste na decomposição dos processos produ-
tivos em vários segmentos (conceção, produção, embalagem, etc.) e na sua localização 
em diferentes espaços geográficos, em função dos níveis de rendibilidade oferecidos. As 
empresas que resultam desta segmentação, e que se especializam numa componente do 
produto final, embora geograficamente distantes podem, graças ao desenvolvimento das 
TIC, coordenar entre si as várias atividades e tomar, em tempo real, as decisões adequadas 
aos seus interesses comuns. A atuação em rede, onde não existem fronteiras físicas e onde 
o controlo por parte dos Estados se torna difícil, é característica da globalização atual.
■ Globalização financeira – A mundialização das trocas e a globalização das atividades eco-
nómicas exigem uma grande liberdade na circulação dos capitais, enormemente faci-
litada pelas TIC: elevados valores monetários são movimentados, em tempo real, através 
do mundo, bastando para o efeito um computador. Os bancos internacionais constituem, 
deste modo, verdadeiras empresas globais: recebem depósitos de toda a parte, conce-
dem créditos a entidades localizadas em vários países, atuam nas bolsas mundiais, etc. 
Um mercado financeiro globalizado, onde a concorrência entre as instituições conduz 
a operações de maior risco para os bancos (taxas de juro de depósitos acima da média do 
mercado, créditos sem garantias ou a descoberto, dívidas vendidas a outros bancos, etc.) 
e onde a regulação da atividade por parte das autoridades é difícil, multiplica os fatores de 
risco do sistema financeiro mundial: a instabilidade num mercado geograficamente locali-
zado transmite-se aos restantes, uma vez que eles se financiam entre si, dando origem ao 
chamado «efeito dominó».
■ Movimentos de população – Os movimentos migratórios estão muito associados ao 
mercado de trabalho e à procura de melhores condições de vida, verificando-se a saída 
de milhares de trabalhadores pouco qualificados dos países em vias de desenvolvimento 
para os países desenvolvidos. Mais recentemente, tem-se registado um fluxo migratório 
de trabalhadores qualificados de países desenvolvidos para outros países desenvolvidos 
que oferecem níveis de remuneração mais elevados e melhores perspetivas de valoriza-
ção. Os fluxos de turismo constituem outro tipo de circulação de pessoas pelo mundo, 
que tem vindo a crescer nos anos mais recentes, devido à melhoria das condições de vida 
e à redução dos preços das viagens.
24
■ Globalização da informação – Inovações como a televisão, a transmissão por satélite, o 
computador e a internet criaram uma rede mundial de comunicações: aceder a uma enorme 
diversidade de informação que circula pelo mundo e comunicar, em tempo real, entre países e 
regiões geograficamente distantes tornou-se uma realidade para milhões de pessoas.
■ Globalização cultural – A eliminação das fronteiras físicas e a redução das distâncias 
entre os países, também elas fruto das novas tecnologias de informação e comunicação, 
vieram pôr em contacto povos com valores e símbolos culturais diversos. Esta aproxima-
ção conduz à aquisição de elementos materiais e espirituais de uma cultura por outra, 
processo designado por aculturação.
Em alguns casos, a aculturação é parcial, pois a nova cultura acaba por se conjugar com a 
original através de um processo longo de socialização; noutros, o processo de aculturação 
pode dar origem a sentimentos de perda de identidade, que normalmente desencadeiam 
processos de rejeição dos novos valores e práticas culturais.
Para ultrapassar estes obstáculos será necessário desenvolver um processo de relacio-
namento baseado no reconhecimento da diversidade cultural e no respeito mútuo – a 
chamada coabitação cultural.
■ Mercado global – Uma das características que o mercado global engloba é a homoge-
neização dos mercados, ou seja, os mercados tendem a ser iguais entre si, em termos de 
necessidades, desejos e expectativas, pois os consumidores, em qualquer parte do mundo, 
têm as mesmas necessidades e desejam bens com características idênticas; outra carac-
terística do mercado global reside nos consumos massificados - em todos os países são 
consumidos o mesmo tipo de bens e serviços, que apresentam as mesmas características. 
■ Consumo global e estilos de vida – Outro aspeto da globalização está ligado à massifi-
cação dos consumos e à adoção de comportamentos globais (milhões de bens idênticos 
são consumidos por milhões de pessoas no mundo, da mesma forma que milhões de 
consumidores espalhados pelo mundo viajam para os mesmos destinos, assistem aos 
mesmos concertos de música e têm comportamentos idênticos, independentemente do 
país em que vivam). Esta homogeneidade de padrões de consumo origina, por sua vez, a 
necessidade de diferenciação, a qual, conjugada com as possibilidades de escolhas na 
esfera dos consumos, do lazer e do trabalho, proporcionadas pelas sociedades livres e 
«da abundância», permite aos indivíduos adotar comportamentos que, sendo partilhados 
por outros elementos do grupo social, definem um estilo de vida.
■ Diminuição do poder de regulação dos Estados – O caráter global da informação e da 
comunicação via internet, a circulação de capitais financeiros pelo mundo através da 
comunicação eletrónica e a transnacionalização das atividades produtivas reduziram a 
capacidade de controlo destas atividades por parte dos Estados nacionais, dando azo à 
necessidade de uma maior intervenção e cooperação a nível internacional.
25
UNIDADE 2 / A GLOBALIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA DO MUNDO
2.3 A GLOBALIZAÇÃO E OS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
A polarização do comércio mundial 
Desde a expansão europeia até à II Guerra Mundial, o comércio mundial esteve centrado 
na Europa:o já referido período da economia-mundo europeia, em que a Europa dominava o 
sistema de trocas e concentrava os capitais. Durante o período da guerra, e nos anos que se 
seguiram, os EUA tornaram-se no centro do comércio mundial. Mas a reconstrução económica 
dos países europeus e o processo de integração europeia, iniciados no final dos anos 40, pro-
porcionaram, pela via da liberalização das trocas no espaço europeu, um rápido crescimento 
das suas economias e a sua inserção na economia mundial.
O comércio mundial passou, assim, a estar centrado em dois polos: os EUA e a Europa 
Ocidental. Na zona do Pacífico, o Japão reconstruiu a sua economia, apostando na moder-
nização das suas indústrias, beneficiando, para o efeito, de ajudas dos EUA e da associação 
com os países da região, para o fornecimento de matérias-primas (entre as quais o petróleo) 
e escoamento dos seus produtos. Com esta estratégia tornou-se rapidamente num dos polos 
do comércio mundial.
O comércio mundial passou, assim, a estar centrado em três grandes polos regionais: os 
EUA, a Europa Ocidental e o Japão – a já referida «Tríade».
A formação de zonas de influência em redor destes polos, através de processos de inte-
gração regional, intensificou as trocas dentro de cada zona, reforçando o poder económico e 
comercial dos três grandes centros da economia mundial.
Mais tarde, os novos países industrializados (NPI), com destaque para os países do Su-
deste Asiático e para a China, fruto da enorme capacidade concorrencial dos seus produtos, 
integraram-se com grande sucesso na dinâmica comercial mundial, constituindo novos polos 
regionais do comércio mundial. 
A desigual distribuição dos benefícios da globalização
■ Desigualdade do peso das regiões no comércio mundial – Os polos em que o comércio 
mundial está concentrado representam cerca de 80% das exportações mundiais; uma 
parte significativa das trocas realizadas por estes polos são processadas dentro da mes-
ma região, como é o caso da Europa Ocidental, ou entre esses mesmos polos, caso dos 
fluxos comerciais entre os EUA e o Japão (em conjunto com os NPI asiáticos). Os restantes 
países do mundo representam, na totalidade, menos de um quarto das trocas mundiais.
■ Desigualdades no PIB per capita – Um dos efeitos da globalização tem sido o crescimen-
to das economias, o aumento do bem-estar e a redução da pobreza em valores absolutos. 
No entanto, estes benefícios não são igualmente distribuídos por todos os países, ha-
vendo grandes diferenças nos valores do PIB per capita e nos níveis de desenvolvimento 
apresentados pelos países.
26
■ Aumento das desigualdades – A pouca riqueza criada nos países menos desenvolvidos é um 
dos fatores explicativos dos elevados níveis de pobreza, situação agravada pela aplicação de 
políticas de redistribuição de rendimento pouco equitativas. Nos países desenvolvidos tam-
bém se tem verificado um aumento das desigualdades sociais, fruto da concorrência acres-
cida no mercado mundial que tem dado origem ao fecho de algumas empresas e à desloca-
lização de outras (para países que oferecem melhores condições de rendibilidade), com os 
consequentes efeitos negativos no emprego e nos níveis de rendimento.
2.4 A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA MUNDIAL
2.4.1 A integração económica
No fim da II Guerra Mundial registou-se uma liberalização das trocas comerciais no mundo, 
acentuada pelo movimento de integração regional: vários países de uma dada região estabe- 
lecem acordos no sentido de eliminar os obstáculos à livre circulação de produtos para, atra-
vés do aumento da dimensão do mercado, conseguir aumentar também as trocas e estimular o 
crescimento das respetivas economias. Foi o que aconteceu na Europa, com a criação da CEE/ 
/UE e da EFTA; no continente americano, com o NAFTA e o Mercosul, e na Ásia, com a ASEAN.
Com a integração e o consequente aumento das trocas, as economias integradas pude-
ram beneficiar de maiores níveis de investimento, de aumentos de produção, de preços mais 
baixos e de um aumento dos níveis de rendimento e de consumo. Mas os benefícios da inte-
gração estenderam-se, igualmente, às economias fora das regiões integradas, em termos de 
obtenção de produtos mais baratos e da possibilidade de exportação, devido ao aumento da 
procura, induzido pelo aumento de rendimento. 
A integração possibilitou, deste modo, uma maior inserção das economias no comércio 
mundial, constituindo uma das múltiplas dimensões do fenómeno da globalização.
Mercado Comum 
Centro-Americano (MCCA)
Pacto Andino
Acordo de Comércio Livre 
da América do Norte (NAFTA)
União Europeia (UE)
Mercado Comum 
do Cone Sul (MERCOSUL)
Comunidade de Estados 
Independentes (CEI)
União do Magrebe Árabe (UMA)
União Económica e Monetária 
da África Ocidental (UEMOA)
Comunidade Económica 
e Monetária da África Central (CEMAC)
Conselho de Cooperação do Golfo (CCG)
Acordo Comercial entre Austrália 
e Nova Zelândia (ANZCERTA)
Comunidade de Desenvolvimento 
da África Austral (SADC)
União Aduaneira da África Austral (SACU)
Associação das Nações do Sudeste 
Asiático (ASEAN)
AMÉRICA
DO NORTE
AMÉRICA
DO SUL
EUROPA
ÁFRICA
OCEÂNIA
ÁSIA
2727
UNIDADE 2 / A GLOBALIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA DO MUNDO
FICHA FORMATIVA 1
1. As expressões «mundialização» e «globalização» representam conceitos próximos mas distintos.
1.1 Distinga sumariamente estes dois conceitos.
1.2 Justifique a afirmação.
1.3 A globalização é o reflexo no plano social do fenómeno da mundialização.
2. A expansão europeia para outros continentes, iniciada com os Descobrimentos portugue-
ses, marca a primeira fase do processo de mundialização, na qual o tráfico de escravos 
constitui o elemento central. Este período (séculos xv a xvii) é caracterizado pela chamada 
«economia-mundo europeia».
2.1 Explique a importância do tráfico de escravos no processo de mundialização.
2.2 Explicite o conceito de «economia-mundo europeia».
3. A Revolução Industrial está associada à mundialização.
3.1 Indique os fatores centrais da Revolução Industrial.
3.2 Relacione a 1.ª Revolução Industrial com o processo de mundialização.
3.3 Explique a importância da revolução nos transportes na intensificação do processo de 
mundialização, na chamada 2.ª Europeização do Mundo.
4. Na 1.ª metade do século xx, o processo de mundialização registou um decréscimo no seu 
ritmo, mas após 1945 o processo intensificou-se.
4.1 Justifique o recuo verificado no período assinalado.
4.2 Explicite os fatores responsáveis pela intensificação do processo de mundialização, após 1945.
5. A liberalização das trocas registada no período que se seguiu ao fim da II Guerra Mundial, 
processo para a qual concorreram diversas instituições, constitui um aprofundamento do 
processo de mundialização.
5.1 Explicite a importância do Acordo Geral sobre Redução das Tarifas Aduaneiras (GATT) na 
liberalização das trocas.
5.2 Relacione redução das tarifas aduaneiras e crescimento do comércio internacional.
5.3 A OMC, que veio substituir o GATT, negoceia acordos comerciais multilaterais, com vista à 
regulação do comércio internacional, baseada em determinados princípios, como o prin-
cípio da não discriminação e da concorrência leal.
5.3.1 Enquadre os princípios acima referidos na regulação do comércio internacional.
6. A mundialização das trocas acentua a interdependência entre os países.
6.1 Explicite o significado da expressão «interdependência entre os países».
6.2 Relacione mundialização das trocas e interdependência.
UNIDADE 2 / A GLOBALIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA DO MUNDO
27
28
7. Os movimentos de capitais entre países, característica da mundialização, incluem o inves-
timento direto estrangeiro e o investimento de carteira. As empresas multinacionais consti-
tuem exemplos de investimentos diretos estrangeiros.
7.1 Distinga investimento direto de investimento de carteira.
7.2 Explicite o conceito de empresa multinacional.
7.3 Justifique a afirmação.
 As empresas multinacionais ilustram a mundializaçãoda economia. 
7.4 Relacione movimentos internacionais de capitais e mundialização.
8. No processo de globalização, a liberalização das trocas tem-se estendido aos movimentos da 
população pelo mundo, onde pontificam os movimentos migratórios e os fluxos de turismo.
8.1 Explicite as principais causas dos movimentos migratórios.
8.2 Caracterize os movimentos migratórios no mundo atual. 
8.3 Relacione os fluxos de turismo com a globalização.
9. As novas tecnologias de informação e comunicação, entre as quais a internet, contribuem 
para a criação de uma rede global de comunicações essencial à economia global. 
9.1 Relacione a internet com a economia global.
9.2 Explique a importância das redes internacionais de comunicação na globalização.
10. A polarização do comércio mundial foi acompanhando a evolução do processo de mundiali-
zação das trocas ao longo do tempo. De um único centro, na primeira fase da mundialização, 
o comércio mundial passou, numa segunda fase do processo de mundialização, para uma 
concentração em três polos regionais e, descentralizou-se, numa fase mais recente, a outros 
polos económicos regionais e respetivas zonas de influência.
10.1 Explicite o significado da expressão «polarização do comércio mundial».
10.2 Explique a evolução da polarização do comércio mundial evidenciada no período referido.
11. A homogeneização dos mercados e o consumo massificado são características do mercado 
global, a par das marcas globais.
11.1 Explicite o conteúdo das características do mercado global acima referidas.
11.2 Relacione mercado global e marcas globais.
28
2929
UNIDADE 2 / A GLOBALIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA DO MUNDO
FICHA FORMATIVA 2
1. A globalização atual é caracterizada pela existência de empresas transnacionais, cuja orga-
nização está associada às novas tecnologias de informação e comunicação.
1.1 Apresente o conceito de empresa transnacional.
1.2 Relacione as novas tecnologias de informação e comunicação com a organização das em-
presas transnacionais.
2. Uma das dimensões da mundialização económica é a globalização financeira, em que a des-
regulação da atividade é uma das suas características. 
2.1 Apresente a noção de globalização financeira.
2.2 Explique em que consiste a desregulação do mercado financeiro.
2.3 Explicite as restantes características da globalização financeira.
3. Uma das dimensões da globalização é a globalização cultural, associada a processos de 
aculturação.
3.1 Explicite o conceito de globalização cultural.
3.2 Apresente a noção de aculturação.
3.3 Relacione globalização cultural e aculturação.
4. A globalização é acompanhada de consumos globais.
4.1 Apresente uma noção de consumo global.
4.2 Indique dois exemplos de consumos globais.
5. Um estilo de vida contraria a massificação da sociedade originada pela globalização.
5.1 Apresente o conceito de estilo de vida.
5.2 Relacione globalização e massificação da sociedade.
5.3 Explique em que medida um estilo de vida contraria a massificação da sociedade.
6. O período a seguir ao fim da II Guerra Mundial foi marcado por processos de regionalização 
associados à integração económica.
6.1 Relacione processos de regionalização e integração económica.
6.2 Indique dois exemplos de integração económica.
7. A integração das economias é considerada um fator de crescimento da economia global, em 
particular das economias integradas. 
7.1 Explique como a integração contribui para o crescimento das economias integradas. 
7.2 Justifique o crescimento da economia global.
8. A integração regional, formal e informal tem possibilitado uma maior inserção das econo-
mias na economia mundial.
8.1 Explicite o significado de integração informal.
8.2 Relacione integração regional e inserção na economia mundial.
UNIDADE 2 / A GLOBALIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA DO MUNDO
29
30
TESTE DE AVALIAÇÃO 1
Nas questões de escolha múltipla, apenas uma das afirmações está correta. Assinale-a.
1. O processo de mundialização económica esteve associado à Revolução Industrial. Esta afir-
mação
(A) é verdadeira, pois o comércio mundial forneceu as matérias-primas e os capitais.
(B) é falsa, pois as inovações realizaram-se independentemente das trocas comerciais.
(C) é verdadeira, pois o comércio mundial proporcionou matérias-primas, mercados e capitais.
(D) é falsa, pois a procura interna constituiu o elemento determinante para a industrialização.
2. O fenómeno da globalização
(A) é equivalente ao fenómeno da mundialização.
(B) centra-se na globalização da informação.
(C) atinge todas as dimensões da realidade económica e social.
(D) centra-se na globalização da informação e dos mercados financeiros.
3. A atual globalização dos mercados revela
(A) o domínio do comércio mundial pela Europa.
(B) a polarização do comércio mundial em vários polos regionais. EUA, Europa, Japão, China, 
Brasil, entre outros, e respetivas áreas de influência.
(C) o domínio do comércio mundial pelos países asiáticos.
(D) o domínio do comércio mundial pelos EUA e Europa Ocidental.
4. A transnacionalização da produção
(A) resulta da decomposição dos processos produtivos em vários segmentos e sua implantação 
em diversos países.
(B) consiste na localização de empresas nos países que ofereçam melhores condições de ren-
dibilidade.
(C) é caracterizada pelo poder económico das grandes empresas multinacionais.
(D) resulta da produção de produtos globais.
5. A globalização
(A) tem contribuído, de um modo geral, para o crescimento das economias e redução da pobreza.
(B) aumentou a pobreza no mundo.
(C) possibilita, através da menor concorrência, a inserção dos países menos desenvolvidos no 
mercado mundial.
(D) contribui, pela via do crescimento das economias, para a redução das desigualdades.
30
31
1. Considere o texto.
A economia-mundo europeia estende as suas ramificações, a partir do século xvi, ao mundo 
inteiro. Estrutura-se em círculos concêntricos, cujo peso económico vai diminuindo, ao mesmo 
tempo que cresce o grau de dependência em relação ao centro.
Um aspeto significativo é o grau de liberdade política diminuir à medida que nos afastamos do 
centro, ao passo que as relações de produção se tornam mais arcaicas. Nas colónias, quase todo 
o sistema económico é caracterizado pela escravatura. Na Europa de Leste domina ainda a servi-
dão… No centro, pelo contrário, a opulência económica é acompanhada de liberdades políticas.
Fonte: Jacques Adda, A Mundialização da Economia, Lisboa, Terramar
1.1 Apresente a noção de economia-mundo europeia.
1.2 Interprete o gráfico.
1.3 Caracterize a economia-mundo europeia, com base no texto
2. As novas tecnologias de informação e a internet vieram dar um novo impulso ao processo de 
mundialização, contribuindo para a globalização contemporânea.
2.1 Distinga mundialização de globalização.
2.2 Explique o papel das novas tecnologias de informação na globalização.
2.3 As novas tecnologias da informação e da comunicação vieram contribuir para uma menor 
regulação das atividades por parte dos Estados? Justifique a sua resposta.
3. Analise o quadro que se segue. 
Fluxos de investimento direto 2011-2013, por região (% do fluxo mundial)
Regiões
Fluxos de entrada Fluxos de saída
Ano 2011 Ano 2013 Ano 2011 Ano 2013
Desenvolvidas 51,8 39,0 71,0 60,8
Em desenvolvimento 42,6 53,6 24,7 32,2
Economias em transição 5,6 7,4 4,3 7,0
Fonte: UNCTAD, World Investment Report, 
3.1 Explicite como os fluxos de entrada e de saída dos investimentos diretos entre 2011-2013 
se distribuíram pelas várias regiões do mundo. 
3.2 Justifique a afirmação.
 Os valores do investimento, no período considerado, refletem os efeitos da crise econó-
mica no contexto da globalização.
Centro
Países Baixos,
Inglaterra, França
Semiperiferia
Itália, Espanha, Portugal,
Alemanha e cidades do Báltico
Periferia
Escandinávia, Irlanda,
Europa de Leste e colónias europeias
UNIDADE 2 / A GLOBALIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA DO MUNDO
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32
1. Considere o texto seguinte.
A grande esperançada globalização é que esta irá elevar os padrões de vida em todo o mun-
do: dará aos países pobres acesso aos mercados externos, de modo a que possam vender os 
seus produtos, permitirá o investimento estrangeiro que proporcionará produtos novos a pre-
ços mais baratos e abrirá as fronteiras, de modo a que as pessoas possam ir para o estrangeiro 
estudar e trabalhar, e possam enviar para a sua terra os seus rendimentos, ajudando as suas 
famílias… Mas a forma como a globalização tem sido gerida levou a que não conseguisse cor-
responder a esta potencialidade. O primeiro grande protesto contra a globalização (em Seattle, 
dezembro de 1999) mostrou que esta tinha conseguido unir a população do mundo contra ela 
própria. Os trabalhadores fabris dos EUA viam os seus empregos ameaçados pela concorrência 
da China. Os agricultores dos países em desenvolvimento viam os seus empregos ameaçados 
pelas culturas de cereais (e outras), altamente subsidiadas pelos EUA e Europa. Os trabalhado-
res europeus viram as suas proteções laborais desabar em nome da globalização.
 Tornar Eficaz a Globalização
1.1 Exponha os benefícios da globalização apresentados pelo autor.
1.2 Justifique, com base no texto, a afirmação que se segue.
 Para muitas pessoas, a globalização não conseguiu, no entanto, trazer a prosperidade desejada.
2. Comente a afirmação seguinte.
A crise financeira que teve origem nos EUA (2007-2008), e que se estendeu a outros continen-
tes, sendo um problema global, terá de ter soluções também globais.
3. Considere o gráfico que se segue e o texto que o acompanha.
 Correlação entre o crescimento do PIB e o crescimento das exportações em 133 países, 
1995-2006 
Fonte: Trade and Development Report, 
O economista Alfred Marshall (século xix) escreveu: «As causas que determinam o progresso 
económico das nações residem no comércio internacional» (1890). 
3.1 Explique a importância das exportações para o PIB dos países.
3.2 A afirmação do economista Marshall ainda mantém a sua validade? Justifique a sua resposta.
0
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
-4
-10 -5 0 5 10 15 20 25 30
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)
Crescimento das exportações (per capita)
32
33
TESTE DE AVALIAÇÃO 2
Nas questões de escolha múltipla, apenas uma das afirmações está correta. Assinale-a.
1. Uma das características da globalização é a menor capacidade reguladora dos mercados e 
da atividade económica pelos Estados. A afirmação é
(A) falsa, pois a atividade reguladora dos Estados não está relacionada com a globalização.
(B) verdadeira, pois com a globalização a atividade reguladora dos Estados é transferida para 
entidades pluranacionais.
(C) falsa, pois a globalização da economia acentua o caráter regulador dos Estados.
(D) verdadeira, na medida em que a globalização da economia faz diminuir a necessidade de 
regulação por parte dos Estados.
2. Entre o século xvi e o século xix a globalização é marcada pela chamada economia-mundo 
europeia. A afirmação é
(A) verdadeira, pois a Europa constituía o centro da economia mundial.
(B) falsa, na medida em que o comércio mundial era dominado, na época, pelos EUA.
(C) verdadeira, pois a Europa possuía todos os recursos necessários ao desenvolvimento da sua 
economia, não necessitando das outras economias.
(D) falsa, uma vez que não possuía matérias-primas suficientes para a sua produção.
3. A intensificação da mundialização da economia é acompanhada 
(A) de um maior peso da especialização das economias no comércio mundial.
(B) de uma menor concorrência entre países.
(C) de um maior peso da especialização das economias no comércio mundial e de uma menor 
concorrência entre os países.
(D) de um menor peso da especialização das economias no comércio mundial e de uma maior 
concorrência entre os países.
4. As empresas transnacionais caracterizam-se por
(A) uma maior autonomia de decisão das suas filiais, dada a atuação em rede.
(B) uma maior centralização das decisões na sede das empresas.
(C) uma estrutura piramidal em que as decisões estão centralizadas na empresa mãe.
(D) uma estrutura piramidal hierarquizada em que as filiais têm autonomia de decisão.
5. A integração regional constituiu uma das dimensões da globalização. Esta afirmação é
(A) falsa, pois a integração regional não tem relação com a globalização.
(B) verdadeira, pois a livre circulação de bens contribui para o crescimento das respetivas eco-
nomias.
(C) falsa, pois o caráter regional da integração opõe-se à globalização.
(D) verdadeira, pois a integração contribui, através do crescimento das trocas, para uma maior 
inserção das economias no comércio mundial.
33
UNIDADE 2 / A GLOBALIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA DO MUNDO
34
1. A globalização é definida por um conjunto de elementos enquanto fenómeno contemporâ-
neo, e deve ser entendida como um processo que se foi desenvolvendo ao longo do tempo, 
associado a certos acontecimentos, como a Expansão e a Revolução Industrial.
1.1 Indique os elementos que definem o fenómeno da mundialização contemporânea.
1.2 Explique o contributo da Expansão para o fenómeno da mundialização.
1.3 Relacione Revolução Industrial (iniciada no século xviii) e mundialização.
2. Leia o seguinte texto.
O movimento de populações e de capitais no processo de mundialização na segunda 
metade do século xix 
Uma das características da expansão da economia-mundo europeia, a partir da segunda meta-
de do século xix, é o formidável movimento de populações e capitais que provoca. Entre 1815 e 
1915, cerca de 80 milhões de pessoas abandonam a Europa. Até ao fim do século, a emigração é 
principalmente de origem anglo-saxónica, embora a Alemanha e os países escandinavos tam-
bém se esvaziem de uma parte substancial da sua população.
No fim do século, o fenómeno alastra-se até aos países mediterrânicos (Itália, Espanha, Por-
tugal e Grécia) e atinge os países eslavos (império Austro-hungaro, Polónia e Rússia). Estes 
excluídos da Revolução Industrial povoam o «Novo Mundo» (os EUA), o Canadá, a Argentina, a 
Austrália e a Nova Zelândia.
A Europa não exporta só os seus excedentes populacionais. As saídas de capitais registam um 
movimento ascendente entre 1840 e a I Guerra Mundial. O montante das saídas brutas de capi-
tais atingiu cerca de 44 mil milhões de dólares em 1913, dos quais dois terços à conta do Reino 
Unido e da França. 
Fonte: A Mundialização da Economia, Jacques Adda, Terramar
2.1 Com base no texto, caracterize a economia-mundo europeia, no final do século xix.
3. A homogeneização dos mercados e os consumos massificados são duas características do 
mercado global. Os estilos de vida surgem como uma resposta da sociedade à massificação.
3.1 Explicite as características acima referidas.
3.2 Apresente um exemplo da existência do mercado global.
3.3 Explique como um estilo de vida pode contrariar a massificação da sociedade global.
34
35
1. A participação das economias na riqueza mundial entre 1980 e 2010 revela mudanças, para 
as quais a globalização e a crise global, iniciada nos EUA em 2007, concorreram.
Analise o gráfico que se segue.
Participação no PIB mundial, 1980 e 2010
Fonte: UNCTAD, Desenvolvimento e Globalização
1.1 Explicite as mudanças registadas na participação das economias no PIB mundial, no perío- 
do considerado.
1.2 Relacione as mudanças registadas com a globalização e a crise global.
2. A liberalização do comércio internacional no período que se segue ao fim da II Guerra Mun-
dial foi acompanhada da criação de espaços económicos regionais, através de processos de 
integração económica.
2.1 Apresente uma noção de integração económica.
2.2 Relacione liberalização do comércio, espaços económicos regionais, integração económi-
ca e crescimento económico.
2.3 Apresente um exemplo demonstrativo da relação acima referida.
3. Observe a seguinte tabela.
A desigualdade no mundo, 1990-2012
Aumento da 
desigualdade
Diminuição da 
desigualdade
Sem 
variação Total
Percentagem 
de países 50,0 39,2 10,8 100,0Percentagem 
da população 70,6 25,3 4,1 100,0
Fonte: PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano,
3.1 Analise os valores fornecidos e retire conclusões.
3.2 Relacione globalização e desigualdade.
Economias em desenvolvimento Economias em transição 
(Leste Europeu e Comunidade 
dos Estados Independentes)
Economias desenvolvidas 
0
10
30
50
20
40
60
70
100
90
80
1980 2010
69.9 64.1
21.6
32.6
35
UNIDADE 2 / A GLOBALIZAÇÃO E A REGIONALIZAÇÃO ECONÓMICA DO MUNDO
36
3.1 O DESENVOLVIMENTO E A QUESTÃO DEMOGRÁFICA
3.1.1 O progresso tecnológico e o crescimento demográfico
A população mundial encontra-se, quotidianamente, em mudança. Em 1999, por exem-
plo, a UNICEF celebrou o nascimento do cidadão 6 mil milhões. Hoje, esse número já se 
cifra em cerca de 7,5 mil milhões.
Todavia, este crescimento não ocorreu ao mesmo ritmo, ao longo do tempo, nem aconteceu 
de forma semelhante em todos os locais do mundo. Apenas a título ilustrativo, a população da 
Europa manteve-se relativamente estacionária ao longo de vários séculos, até que, por volta 
do século xviii, se verificou um crescimento tão forte da população que nos reportamos a esse 
evento como a Revolução Demográfica. Por seu turno, nos nossos dias, a população continua a 
crescer de modo quase imparável em algumas regiões do mundo, nomeadamente no continente 
africano, em alguns países da América Latina e na generalidade dos países asiáticos; simultanea- 
mente, a Europa apresenta um crescimento praticamente nulo, assistindo-se mesmo à diminui-
ção dos valores absolutos da população, como se tem registado em Portugal, nos últimos anos.
 Evolução da população portuguesa nas últimas décadas (em milhares)
1960 1981 2001 2011 2013 2014
8865,0 9851,3 10362,7 10557,6 10457,3 10389,3
A compreensão do fenómeno do crescimento demográfico exige que se encontrem razões que 
ajudem a explicá-lo, quer relativas aos movimentos populacionais, como a natalidade, a mortalida-
de ou a migração, quer ao progresso tecnológico que altera os modos de vida das populações.
Assim, quando ocorreu a Revolução Demográfica na Europa, a população europeia conhe-
ceu um crescimento positivo nunca antes visto, devido, exatamente, a mudanças significativas 
nos domínios sanitário, agrícola e industrial.
A população europeia cresceu porque a tecnologia utilizada na produção mudou, permi-
tindo a criação de excedentes capazes de alimentar uma população em crescimento, e por-
que foram introduzidos novos produtos e fármacos, provenientes de outros continentes. Estas 
alterações foram determinantes para a criação de excedentes que poderiam alimentar uma 
maior população. Finalmente, o desenvolvimento dos transportes e das comunicações, para 
o que contribuíram inúmeras inovações e invenções, como a máquina a vapor de James Watt, 
ao aproximarem as populações, desempenharam também um importante papel nesse cres-
cimento demográfico. Podemos afirmar, pois, que ao longo de séculos se foram criando as 
condições para a diminuição das taxas de mortalidade e o aumento das taxas de natalidade 
de que decorreu, naturalmente, o crescimento da população. 
3 RESUMOO desenvolvimento e a utilização de 
recursos
37
UNIDADE 3 / O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
No entanto, nos nossos dias, assistimos a um fenómeno de crescimento da população, 
com quebras simultâneas das taxas de natalidade e da mortalidade, resultando esse cresci-
mento da intensificação do ritmo de decréscimo das taxas de mortalidade. Numa boa parte 
de países, verifica-se, assim, uma quebra acentuada das taxas de mortalidade, em virtude 
das conquistas médicas e, ao mesmo tempo, a quebra das taxas de natalidade, por parte das 
populações, devido a várias alterações nos padrões culturais e de consumo, que conduzem 
cada vez mais a práticas contracetivas e de planeamento familiar, a casamentos tardios e sem 
filhos, à liberalização do aborto por razões médicas, etc.
De certo modo, e como se verifica hoje no conjunto de países desenvolvidos, as populações 
aumentam pouco, como resultado da diminuição do número de mortes e do não aumento do 
número de nascimentos.
São situações que se concretizam na mudança da matriz demográfica de espaços e que a 
demografia assinala como situações de transição demográfica, isto é, alterações do padrão 
de crescimento das populações. De facto, se tradicionalmente o aumento das populações era 
o resultado da quebra das taxas de mortalidade e da elevação das taxas de natalidade, atual-
mente, aquele crescimento faz-se a menor ritmo e decorre, fundamentalmente, da diminuição 
acentuada das taxas de mortalidade acompanhada por taxas de natalidade em decrescimento.
As variações de uma população estão, assim, dependentes de inúmeros fatores, sendo 
que o seu crescimento resulta, em geral, de processos que se refletem na melhoria das suas 
condições de vida: inovações nas tecnologias da produção de bens de primeira necessidade, 
na prestação de cuidados de saúde e na comunicação.
3.1.2 A diversidade de estruturas demográficas
Fundamentalmente, a estrutura de uma população representa a forma como ela é consti-
tuída, sendo que se pode caracterizar a estrutura de uma população em função de inúmeros 
critérios, nomeadamente demográficos, como a idade ou o sexo; educativos, como o nível de 
literacia; económicos, como a repartição da população por atividades económicas, etc.
A forma como uma população evolui e se distribui por sexo e por idades, isto é, a sua estrutu-
ra demográfica, varia ao longo do tempo, acompanhando a própria tecnologia e desenvolvimento 
económico dessa população, pelo que é expectável que a diversidade de estruturas demográficas 
seja, em cada momento histórico, a característica dominante no quadro da população mundial.
Assim, nos países em que se atingiu um nível de riqueza tal que a sua população se dedica 
fundamentalmente a atividades terciárias; em que as políticas de planeamento familiar estão 
completamente naturalizadas; em que a entrada no mercado de trabalho se faz cada vez mais 
tarde, em virtude de um processo educativo progressivamente mais longo; em que a saída dos 
jovens da casa dos pais é, também, cada vez mais tardia, assim como o são o casamento e 
o nascimento do primeiro (e, por vezes, único) filho, as taxas de natalidade e de mortalidade 
apresentam-se bastante baixas, sendo, todavia, a segunda quase sempre inferior à primeira.
Neste processo de transição de uma população, característico da passagem de uma so-
ciedade pré-industrial (ou mesmo industrial) para uma sociedade pós-industrial, o envelheci-
mento da população é a regra.
Nestes casos, os estratos mais envelhecidos da população são, tendencialmente, dominantes. 
Assim acontece, por exemplo, com os Estados Unidos da América, o Japão ou com a maior parte 
38
dos países europeus. Em Portugal, por exemplo, país que apresenta uma das menores taxas de 
fertilidade europeias, com uma média de 1,4 filhos por casal, a população envelhece rapidamente.
Pelo contrário, numa boa parte dos países dos continentes africano e asiático que ainda 
se encontram em fases de desenvolvimento pré-industrial ou industrial, deparamo-nos com 
elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, sendo que as primeiras são tendencialmente 
crescentes, enquanto as segundas apresentam uma tendência inversa. Nestas situações, a 
juventude da população é dominante. Nestes países, o domínio dos elevados valores de nata-
lidade face à mortalidade salda-se pela maior importância dos estratos etários mais jovens, 
evidenciando aquilo a que se chama uma população jovem.
3.1.3 Consequências económicas da questão demográfica
Falar da «questão demográfica» é também referir o conjunto de consequências que a tendên-
cia para a quebra das taxas de natalidade (de que decorre o envelhecimento das populações, em 
simultâneo com o desenvolvimento socioeconómico dos países e regiões) acarreta. Entre elas, en-
contramos o problema da Segurança Social e o dos movimentos migratórios internacionais.
Quandopensamos em Segurança Social, pensamos num sistema de apoio aos indivíduos 
(na saúde, na educação, na velhice, no trabalho) que contribua para que ninguém viva em con-
dições indignas. Naturalmente, este sistema exige uma capacidade financeira muito grande 
e que, em geral, advém dos contributos que a população trabalhadora realiza mensalmente. 
Os designados «descontos para a Segurança Social» têm, exatamente, essa função: garantir 
condições de vida dignas aos cidadãos. 
Ora, uma vez que a maior fonte de receitas dos sistemas de proteção dos cidadãos, nomeada-
mente o da Segurança Social, é proveniente da contribuição dos trabalhadores, o envelhecimen-
to de uma população pode colocar em risco a sustentabilidade desse sistema, levando a que os 
governos procurem outras fontes de receita para garantir e continuar a contribuir para que todos 
os cidadãos possam ter uma vida digna. Tais fontes, em geral medidas de política económica que 
se traduzem em impostos, poderão ter efeitos contrários aos pretendidos, o que mostra bem a 
importância da «questão demográfica» no nível e na qualidade de vida das populações. 
A migração internacional é outra questão com implicações na demografia dos países. Se-
gundo dados da ONU, em 2013, mais de 232 milhões de indivíduos eram migrantes interna-
cionais, número superior ao de 1990 em cerca de 78 milhões. Uma boa parte da população 
mundial vive, assim, fora do seu local de origem. Emigra-se para procurar melhores condições 
de vida; e este é um fenómeno cada vez mais fácil, com o desenvolvimento e embaratecimento 
dos sistemas de transportes e a disseminação da informação.
Assim, à semelhança da transição demográfica que vem ocorrendo nos nossos dias pelo 
mundo fora, também o movimento migratório tem tomado novas formas nos últimos anos, as-
sistindo-se a uma mudança na matriz migratória atual. De facto, até finais do século passado, 
a maioria dos migrantes era constituída por mão de obra menos qualificada e deslocava-se de 
países em desenvolvimento para países desenvolvidos. Todavia, recentemente, em virtude da 
crise financeira e em especial no que se refere ao continente europeu, aumentou de forma bru-
tal o número de migrantes altamente qualificados que sai de países desenvolvidos, seja para 
outros países desenvolvidos (em particular, europeus), seja para países em desenvolvimento 
(nomeadamente para a América Latina – Argentina, Brasil, México). 
39
UNIDADE 3 / O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
Os possíveis efeitos das migrações internacionais surgem, quer para os países de saída, 
quer para os países de entrada, como uma válvula de escape para a tensão social; como fa-
tor de equilíbrio da distribuição de riqueza, em virtude das remessas que o emigrante envia 
para a sua família; como potenciador de alterações em termos políticos, culturais, sociais e 
económicos, devido a novos padrões, importados dos países ricos, que acabam por «invadir» 
os países de saída; como fator de mudança de estruturas demográficas, envelhecendo e/ou 
rejuvenescendo as populações e como meio de aproximação de culturas e de tecnologias, 
repercutindo-se em novas políticas sociais, etc.
3.2 O DESENVOLVIMENTO E OS RECURSOS NATURAIS
3.2.1 O crescimento económico moderno e a utilização de recursos
Um dos resultados mais visíveis do crescimento económico é o aumento da produção. As 
sociedades só evoluem desde que produzam. O alargamento do número de pessoas que possui 
rendimentos é, ele próprio, condição indispensável ao crescimento: com mais pessoas a po-
derem consumir, a produção é confrontada com a necessidade de aumentar para responder 
a esse aumento da procura e, como num círculo virtuoso, isso implicará mais emprego, mais 
rendimentos nas mãos dos indivíduos, mais possibilidades de consumo, maior pressão sobre o 
aparelho produtivo, etc. De certo modo, o crescimento económico surge como causa e efeito do 
alargamento e da intensificação da produção e do próprio crescimento da atividade económica.
Sabemos que a produção se realiza com a utilização de matérias-primas que existem na 
Natureza, pelo que o crescimento económico implica uma maior tensão sobre esta, na procura 
e na utilização de matérias-primas e/ou subsidiárias para a produção. De alguma forma, pode-
mos mesmo afirmar que os limites ao crescimento económico derivam das potencialidades 
da Natureza para disponibilizar os recursos necessários à atividade produtiva.
Esta relação estreita entre o Homem e a natureza é, obviamente, uma condição indispensá-
vel à nossa sobrevivência. Só sobrevivemos porque a natureza disponibiliza os recursos neces-
sários à vida, mas, para evitarmos o esgotamento do planeta, há que racionalizar, respeitar os 
seus limites naturais e começar a consumir apenas aquilo que é, de facto, indispensável: isto 
é, há que começar a poupar a Terra.
Falar de crescimento económico obriga-nos, então, a pensar em termos ecológicos e a re-
fletir acerca de fenómenos como a diminuição dos recursos disponíveis ou a poluição e as suas 
fontes, nomeadamente:
■ a diminuição da base de recursos disponíveis, em consequência de uma exploração «sel-
vagem» da natureza e da morte dos ecossistemas;
■ a poluição atmosférica, das águas e dos solos, através de poluentes como os gases e resí-
duos industriais (de fábricas, explorações de petróleo e de outros minerais, ou da indústria 
aeroespacial; os pesticidas, herbicidas e azotos que inundam os campos; as chuvas ácidas; 
as alterações climáticas territoriais, nomeadamente as decorrentes do efeito de estufa, 
etc.), e domésticos (os automóveis, os aerossóis, etc.).
As fontes de poluição podem ser: naturais, mas acidentais e irregulares, como os tsunamis, 
por exemplo; naturais, mas sistemáticas, como furacões, inundações ou fogos florestais de 
origem não criminosa; e outras, resultantes da atividade humana, como as fugas radioa-
tivas ou os derrames de petróleo nos oceanos, por exemplo. Outras situações de poluição 
40
ocorrem em contínuo, ainda que não seja possível encontrar causas próximas ou delimitá-las 
num determinado tempo e espaço; a degradação de água potável subterrânea, em virtude do 
arrastamento e concentração de poluentes pelas águas da chuva, é um exemplo deste tipo de 
poluição (poluição difusa). São consideradas fontes difusas de poluição todas aquelas que 
atuam de forma continuada e em grande extensão. De igual modo, também o ar atmosférico é 
vítima constante de poluição, que altera a sua composição química e o torna prejudicial para a 
saúde. Esta poluição provém de inúmeras fontes cuja participação é difícil medir. 
3.2.2 O funcionamento da economia e os problemas ecológicos
O crescimento económico tem tido graves efeitos no sistema Terra. Hoje em dia, os 
atentados à saúde do planeta tornaram-se tão violentos que as questões ambientais começam 
a ser preocupações fundamentais de alguns governos e, em especial, de muitas organizações 
não-governamentais de defesa do ambiente.
Torna-se necessário assegurar a saúde do planeta e, ao mesmo tempo, garantir que com a 
nossa ação não destruamos os direitos dos outros. Quer isso dizer que devemos dar atenção 
aos efeitos externos das nossas ações – as externalidades –, dado que estas podem conduzir 
à queda da qualidade de vida das populações e à destruição do planeta. O crescimento tem de 
ser feito sem atacar (pelo menos de modo tão virulento como atualmente) o ambiente, porque 
os desastres ecológicos provocados pelo ser humano não podem ser uma fatalidade. Nisto re-
side o sentido do debate ecológico: a produção pode ser realizada de formas diversas, sendo 
que entre as inúmeras maneiras há sempre umas menos agressivas para o ambiente do que 
outras, pelo que o trabalho que pretenda acautelar o planeta deverá ser o menos agressivo.
Para tal, é necessário legislar acerca da utilização dos bens comuns, isto é, dos bens 
sobre os quais ninguém detém um título de propriedade e que, por isso, podem ser «legal-
mente» sobre-explorados por qualquer indivíduo.O caso da floresta amazónica é um exemplo 
modelo: como não é de ninguém (isto é, como é de todos), a Amazónia tem sido atacada por 
exploradores sem escrúpulos, cuja atividade, para ser dificultada, exige uma autoridade sobre 
o território capaz de a impedir. Para tal, é necessário que os países que sobre ela dominam 
e/ou a comunidade internacional vigie para que a floresta não seja ameaçada. Todavia, é natu-
ral que se receie pela sustentabilidade da floresta amazónica ao verificar-se que o Brasil, dono 
da maior floresta tropical do mundo, não assinou um acordo de combate ao desmatamento 
apresentado durante a Cúpula do Clima, em Nova Iorque, realizada em setembro de 2014, cujo 
objetivo era o de reduzir para metade o corte de florestas até 2020 e terminar de vez com esse 
corte na década seguinte. Com esta medida, entre 4,5 bilhões e 8,8 bilhões de toneladas de 
CO2 deixariam de ser lançadas para a atmosfera. 
Daí a necessidade de estudar o impacto ambiental de qualquer infraestrutura e de se optar 
pela hipótese menos custosa em termos ambientais, mesmo que seja a que signifique maiores 
custos financeiros.
Esta é uma das razões que justificam a intervenção dos Estados na economia: a jurisdi-
ção sobre os bens comuns.
Naturalmente, pelos efeitos internacionais das práticas agressoras do ambiente, é indis-
pensável que cada país (e a comunidade internacional) ponha em curso práticas ambientais 
protetoras dos habitats naturais, seja a nível estatal e regional, seja a nível internacional, 
41
UNIDADE 3 / O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
como acontece, por exemplo, com o Protocolo de Quioto, assinado por vários países, em 1997. 
Com este acordo, os países signatários comprometeram-se a reduzir gradualmente as suas 
emissões de monóxido de carbono para a atmosfera, por forma a minimizarem os seus efeitos 
negativos sobre um bem comum, como é o caso do ar atmosférico. Para tal, reconheceu-se a 
necessidade da utilização de novas tecnologias que poupem na quantidade de combustí-
vel a utilizar e/ou, simultaneamente, a utilização de energias alternativas.
Em caso de prevaricação, deveria poder utilizar-se o princípio do «utilizador-pagador» 
(quem polui, paga) e mesmo ir mais além, através de sanções de natureza económica e política 
sobre aqueles países que «estragam» o bem comum que é o planeta. Obviamente, tais casti-
gos nem sempre são fáceis de aplicar, especialmente se o prevaricador for um país como os 
Estados Unidos da América, que nunca ratificaram o Protocolo de Quioto, com a justificação 
de que tal iria reduzir a atividade de inúmeras empresas norte-americanas. Nesse sentido, 
entende-se o debate acerca da possibilidade de as organizações internacionais, como a ONU, 
terem capacidade para aplicar sanções aos países poluidores, a nível mundial. Espera-se que 
a nova Cimeira de Paris, a realizar em dezembro de 2015 na sequência da declaração de Nova 
Iorque, traga novas regras e consensos sobre a saúde do planeta.
Entretanto, falar de energias alternativas ou de indústrias limpas, por exemplo, é per-
ceber o papel importante que cabe à investigação científica. A preservação do planeta e 
das espécies, incluindo o ser humano, exige que se encontrem outras formas de produzir, que 
dependerão das descobertas e inovações tecnológicas que a investigação científica encontrar.
Todavia, é indispensável que nos recordemos que a mudança não pode ser só tecnológica. 
A investigação científica, por si só, pouco fará se não mudarmos os nossos hábitos e padrões 
de vida e de consumo.
Dificilmente evitaremos a natureza predadora das nossas atividades se continuarmos na 
atitude individualista de consumo excessivo e de maximização do lucro, que nos parecem ca-
racterizar, sem nos interessarmos com as desigualdades flagrantes na distribuição de recur-
sos e de riqueza entre continentes, países, regiões e indivíduos, e se recusarmos aprender com 
a experiência nefasta que temos vindo a viver. E, para isso, a educação surge como a chave 
para a mudança.
42
FICHA FORMATIVA 1
1. Como sabemos, as populações evoluem ao longo do tempo.
1.1 Indique três fatores que contribuam para explicar o crescimento de uma população.
1.2 O que se entende por transição demográfica?
2. Podemos dividir uma população em função de inúmeros critérios, pelo que se pode falar de 
diferentes «estruturas da população».
2.1 Indique três critérios habitualmente utilizados para caracterizar uma população.
2.2 O que se entende por «estrutura demográfica de uma população?».
3. Observe as seguintes pirâmides etárias relativas a Portugal, nos anos 2008 e 2013.
3.1 Descreva a evolução observada nas duas pirâmides etárias.
3.2 Como designa o fenómeno atrás registado?
3.3 Indique duas das principais consequências económicas e socias da situação verificada na 
resposta anterior.
4. Emigra-se por inúmeras razões. 
Indique três razões por que se emigra.
5. No século passado, foram muitos os portugueses que emigraram; atualmente, os portugue-
ses continuam a emigrar. 
5.1 Indique as regiões para onde foi maior o fluxo emigratório português.
5.2 Em termos de qualificações académicas e profissionais, indique as maiores semelhanças, 
ou diferenças, entre a emigração portuguesa atual e a do século passado.
6. São muitas e de diferente natureza as fontes de poluição do ar, das águas e da terra.
6.1 Indique três fontes de poluição.
6.2 Explique em que consistem.
7. O que se entende por fontes difusas de poluição? Exemplifique.
8. Uma das grandes causadoras da poluição do planeta é a energia fóssil, atualmente utilizada 
em grande quantidade.
8.1 Indique duas formas de energia fóssil.
8.2 O que se entende por «energias alternativas»?
42
100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100+
Homens Mulheres
2013 2008
Pirâmide etária, Portugal, 2008 e 2013
(em percentagem da população total)
43
UNIDADE 3 / O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
FICHA FORMATIVA 2
1. O crescimento das populações nos países desenvolvidos é, hoje, tão pequeno, que se pode afir-
mar que estamos em presença de uma alteração profunda da respetiva matriz demográfica.
1.1 Que nome se dá àquela alteração?
1.2 Como explica o fenómeno acima referido?
2. As «pirâmides de idades» são gráficos demográficos importantes. 
2.1 O que é uma «pirâmide de idades»?
2.2 Indique algumas das informações que se podem retirar de uma «pirâmide de idades».
2.3 Qual é, em geral, a estrutura etária dos países em desenvolvimento? E dos países desen-
volvidos?
3. São muitas as fontes naturais de poluição. 
3.1 Indique duas fontes naturais acidentais de poluição.
3.2 Indique duas fontes naturais sistemáticas de poluição.
4. No nosso dia a dia, enquanto cidadãos, empresários, governantes, etc., devemos sempre 
ter em atenção as externalidades dos nossos atos.
4.1 O que são «externalidades»?
4.2 As «externalidades» podem ser positivas ou negativas. Distinga-as.
4.3 Indique dois exemplos de «externalidades» positivas.
5. A abertura de uma estrada, indispensável para o desenvolvimento económico de uma re-
gião, pode trazer externalidades negativas. Porquê?
6. O que são «indústrias limpas»?
7. Explicite em que consiste o princípio de «utilizador-pagador».
43
UNIDADE 3 / O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
A poluição pode ser 
provocada por uma 
empresa ou região, 
mas tem efeitos sobre 
toda uma população.
44
TESTE DE AVALIAÇÃO 1
Nas questões de escolha múltipla, apenas uma das afirmações está correta. Assinale-a.
1. A emigração é um fenómeno demográfico com implicações negativas para os países de ori-
gem desses trabalhadores. Esta afirmação é
(A) verdadeira, porque pode representar uma «fuga de cérebros». 
(B) falsa, porque a população fica mais jovem.
(C) verdadeira, porque aumenta o descontentamento social.
(D) falsa, porque reforça os traços culturais da população.
2. A pirâmide populacional dos países de forte emigração tem a maior percentagem de indiví-duos entre os
(A) 0-19 anos.
(B) 20-59 anos.
(C) menos de 59 anos. 
(D) nenhuma das afirmações anteriores é verdadeira. 
3. Os gases com efeito de estufa contribuem para o aquecimento global, sendo, por isso, essen- 
cialmente um problema
(A) local.
(B) regional.
(C) nacional.
(D) global. 
4. A poluição causada pelas inundações das monções tem uma fonte
(A) acidental.
(B) difusa.
(C) sistemática. 
(D) fixa.
5. O crescimento sustentável representa
(A) uma questão de solidariedade entre as gerações atuais.
(B) uma questão de respeito pelos direitos das gerações atuais.
(C) uma questão de solidariedade entre as gerações atuais e as futuras.
(D) a defesa de um ambiente saudável para benefício das gerações atuais e futuras.
44
45
UNIDADE 3 / O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
1. Leia o seguinte texto.
Nos últimos anos, Portugal tem sido um país exportador de mão de obra altamente qualificada. 
São muitos milhares de jovens portadores de diplomas de ensino superior que procuram o es-
trangeiro para construir o seu futuro. O desemprego dos jovens diplomados do ensino superior 
no país atinge valores insustentáveis, de tal forma que é possível dizer que Portugal sofre de 
uma «fuga de cérebros». Se para um país perder a sua mão de obra é um grave problema, quan-
do essa mão de obra é altamente qualificada o problema torna-se, ainda, mais grave. Resolvê-
-lo acaba por ser quase uma questão de vida ou de morte. 
São sempre várias as razões que explicam um fenómeno social. Em consequência, a emigração 
qualificada que o nosso país atualmente vivencia é o resultado de vários fatores.
1.1 Indique três razões que podem justificar o fenómeno emigratório.
1.2 Indique a principal razão para a atual emigração dos diplomados portugueses.
1.3 O que se entende por «fuga de cérebros»?
1.4 Comente a frase destacada no texto.
2. As migrações internacionais justificam-se, muitas vezes, pela assimetria na distribuição 
mundial dos rendimentos.
2.1 Comente a afirmação acima.
2.2 Explicite duas das vantagens que a imigração pode trazer aos países recetores.
2.3 Explicite duas vantagens que a emigração pode trazer para os países doadores de mão 
de obra.
1. Comente a afirmação.
Há uma contradição entre o crescimento da economia e a saúde ecológica de uma região.
2. Leia o texto seguinte, que destaca algumas formas de poluição marítima.
A poluição originada pela atividade humana tem muitos elementos causadores e muitos efeitos. Na 
sua atividade diária, o homem polui o ar, o solo, as águas. No ambiente marítimo, a poluição mais vi-
sível e familiar é a resultante do petróleo, provocada pelos acidentes com navios petroleiros. Todavia, 
este elemento não é o elemento exclusivo da poluição dos mares. Apesar da escala e visibilidade de 
tais impactos, as quantidades totais de poluentes que se escoam para o mar a partir de derrames de 
petróleo são diminutas, quando as comparamos com as originadas por poluentes de outras prove-
niências como os esgotos domésticos, as descargas industriais, o escoamento de superfície urbano 
e industrial, as operações de descarga no mar, a exploração mineira, os nutrientes e pesticidas da 
agricultura, as fontes de calor desperdiçadas e as descargas radioativas.
2.1 Identifique algumas das fontes de poluição que o texto destaca.
2.2 O petróleo será o agente poluidor mais significativo?
2.3 Por que razão a poluição é considerada uma externalidade negativa?
45
UNIDADE 3 / O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
46
TESTE DE AVALIAÇÃO 2
Nas questões de escolha múltipla, apenas uma das afirmações está correta. Assinale-a.
1. Por crescimento natural, entende-se
(A) o número de nascimentos ocorridos num mês, num país.
(B) o número de nados-vivos ocorridos num ano por cada mil habitantes, num país.
(C) a diferença entre o número de nados-vivos e de óbitos, ocorridos num ano, num país.
(D) a diferença entre o número de nascimentos e o de óbitos, ocorridos num ano, num país. 
2. A transição demográfica que se verifica na atualidade é um fenómeno demográfico que re-
presenta uma alteração do comportamento de uma população e que é caracterizado
(A) pelo aumento das taxas de natalidade e mortalidade infantil.
(B) pela quebra acentuada das taxas de natalidade e de mortalidade.
(C) pela diminuição mais rápida da taxa de natalidade, relativamente à taxa de mortalidade.
(D) pela diminuição mais rápida da taxa de mortalidade, relativamente à taxa de natalidade. 
3. O progresso tecnológico é um dos fatores que influencia o crescimento da população. Esta 
afirmação é
(A) verdadeira, porque o progresso tecnológico permite melhores condições de vida para uma 
população. 
(B) falsa, porque o progresso tecnológico permite um maior controlo sobre a natalidade e a 
mortalidade.
(C) verdadeira, porque o progresso tecnológico permite melhores condições de assistência ma-
terna.
(D) falsa, porque são dois fenómenos completamente independentes.
4. A construção de uma estrada e o aumento dos postos de trabalho numa região são, respe-
tivamente,
(A) uma externalidade positiva e uma externalidade negativa.
(B) uma externalidade negativa e uma externalidade positiva.
(C) duas externalidades positivas. 
(D) duas externalidades negativas.
5. O princípio do «poluidor-pagador»
(A) permite que qualquer empresa polua livremente.
(B) implica que o poluidor pague os custos sociais da sua ação nociva sobre o ambiente e não 
o obriga a mais nada.
(C) proíbe a poluição.
(D) implica que o poluidor pague os danos causados, sendo, igualmente, obrigado a corrigir a 
situação criada.
46
47
UNIDADE 3 / O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
1. Como qualquer organismo vivo, cada país possui o seu ritmo de crescimento. Natalidade, 
mortalidade e migração são realidades que caracterizam uma população e que nos per-
mitem sobre ela tecer considerações de natureza demográfica, social, cultural, econó-
mica, etc. Todavia, estas realidades não são imutáveis, facto que explica que cada país seja 
diferente de si próprio em diferentes momentos no tempo.
1.1 Como se pode determinar o crescimento de uma população?
1.2 Explicite o conceito transição demográfica.
1.3 Comente a frase destacada a negro, no texto.
2. Leia o seguinte texto.
As migrações internacionais não são um fenómeno recente; pelo contrário, é um fenómeno 
que remonta séculos atrás, ainda que apresente características diferentes ao longo do tempo 
e do espaço. Nas migrações internacionais atuais, os elementos mais distintivos da po-
pulação migrante relativamente ao século passado dizem respeito à origem/destino da 
população migrante e ao respetivo nível de formação e qualificação. Faz tempo que, por 
exemplo no caso português, os emigrantes eram pouco qualificados e viviam na expec-
tativa de regressar.
2.1 O que se entende por emigração?
2.2 Analise a frase sublinhada. O que se pode concluir?
2.3 Comente a frase destacada a negro.
2.4 Como se explica esta emigração qualificada que caracteriza o nosso fluxo emigratório atual?
1. Leia e comente o seguinte texto.
Em cada momento o Planeta está mais poluído. Muitas são as fontes de poluição. De entre 
elas, as diversas fontes fósseis de energia. Esta situação obriga à procura contínua de energias 
alternativas às energias fósseis. Estas energias alternativas são sempre associadas à defesa do 
ambiente e à não poluição. Mas será sempre assim? O que dizer, por exemplo, do biodiesel?
2. A necessidade de garantir um desenvolvimento que respeite os limites da Natureza é cada 
vez mais uma evidência que se impõe a todos nós. O desenvolvimento sustentável percorre 
tempos e lugares e deve tornar-se num objetivo comum, global, à semelhança do seu con-
trário, a poluição, que é hoje um fenómeno global.
2.1 O que se entende por «respeitar os limites da Natureza»?
2.2 Explique o conteúdo da seguinte afirmação.
 O respeito pelos limites da Natureza encontra-se na base do princípio do «utilizador-
-pagador». 
2.3 O princípio de «utilizador-pagador» não tem sido muito eficaz.Porquê?
47
UNIDADE 3 / O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
48
 4.1 DIREITOS HUMANOS – NOÇÃO, CARACTERÍSTICAS 
GERAIS E EVOLUÇÃO
A luta pela dignidade faz parte da história da Humanidade. Desde os tempos mais remotos 
que homens e mulheres se têm vindo a revoltar contra condições de vida difíceis e violências 
sem limites, causadoras de muito sofrimento e morte.
Após a queda do Antigo Regime (séculos xvi – xviii), os novos valores revolucionários do fi-
nal do século xviii vão possibilitar a institucionalização dos direitos civis e políticos os Direitos 
Humanos de 1.ª Geração. 
Ao longo do século xix, nos EUA, as lutas antiesclavagistas, a luta pelo direito de voto das 
mulheres (movimento sufragista) e as lutas operárias vão-se alargando a vários setores da 
sociedade, com repercussões em outras regiões do mundo. 
É nas lutas sociais contra as difíceis condições de vida e de trabalho que se vão desen-
volver, nos EUA, em Inglaterra e noutros países europeus, inúmeros movimentos sociais que 
possibilitaram a conquista de vários direitos políticos, económicos e sociais. Os direitos eco-
nómicos e sociais constituem os Direitos Humanos de 2.ª Geração. 
Foram os povos africanos que introduziram a noção de direitos coletivos, ao aprovarem 
na OUA (Organização de Unidade Africana), em 1981, a Magna Carta dos Direitos Humanos. 
Foi, então, estabelecido o direito dos povos ao desenvolvimento e a um ambiente equilibrado, 
o que levou, em 1986, a ONU (Organização das Nações Unidas) a integrar também os direitos 
coletivos, como, por exemplo, o direito à paz, o direito ao desenvolvimento, o direito a um am-
biente equilibrado e o direito ao usufruto do património da Humanidade. 
Estes direitos constituem os Direitos Humanos de 3.ª Geração que, tal como os direitos de 
1.ª e 2.ª Gerações, ainda se encontram longe de concretizar. Embora a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos tenha sido proclamada a 10 de dezembro de 1948, pelas Nações Unidas, as 
guerras não param, violando o direito à paz e consequentemente todos os Direitos Humanos.
Foi para promover o direito ao desenvolvimento (humano e sustentável) para todos os 
povos do mundo que, em setembro de 2002, os dirigentes mundiais assumiram concretizar, na 
Cimeira do Milénio das Nações Unidas, os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Em 2015, 
de novo, são estabelecidos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a atingir entre 
2015 e 2030, uma vez que as metas anteriores não foram atingidas na totalidade.
Características dos Direitos Humanos
Os Direitos Humanos podem ser definidos como o conjunto de direitos civis, políticos, eco-
nómicos, sociais e coletivos consubstanciados na Declaração Universal dos Direitos Humanos 
(DUDH), aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas como vimos. Esta declaração integra 
as três gerações de Direitos Humanos e diz respeito a toda a humanidade. 
4 RESUMOO desenvolvimento e os Direitos 
Humanos
49
UNIDADE 4 / O DESENVOLVIMENTO E OS DIREITOS HUMANOS
A universalidade, a indivisibilidade, a interdependência e a inalienabilidade são caracterís-
ticas dos Direitos Humanos.
Os 30 artigos desta Declaração (DUDH) evidenciam também as características dos Direitos 
Humanos. Estes são universais, ou seja, dirigem-se a todos os elementos da família humana, 
que usufruem da igualdade de direitos. Os Direitos Humanos são também indivisíveis, isto 
é, não podem ser separados uns dos outros, porque a violação de um deles põe em causa o 
respeito pelos outros. São também interdependentes, isto é, encontram-se em interação e 
inalienáveis, porque pertencem a cada um dos seres humanos e não podem ser alienados.
O slogan «Todos os Direitos Humanos para todos e todas!» sintetiza estas quatro carac-
terísticas: a universalidade, a indivisibilidade, a interdependência e a inalienabilidade, pois 
estabelece que todos os seres humanos, sem exceção, têm de usufruir de todos estes direitos, 
sem qualquer falha, pois a violação de um deles põe em causa o respeito pelos outros.
Em Portugal, só com a Revolução de 25 de Abril de 1974 é que os direitos civis, políticos, 
económicos, sociais e coletivos se vão institucionalizar para todos os cidadãos e cidadãs.
A universalidade dos Direitos Humanos e a diversidade cultural
A partir de 1980, muitos países do Sul e movimentos sociais das diferentes regiões do 
mundo começaram a questionar os países do Norte acerca das conceções e das políticas de 
Direitos Humanos, considerando que eram estes países os responsáveis pelas situações de 
pobreza, exclusão social, atentados ao ambiente e guerras vividas no mundo.
Geralmente, as culturas têm tendência para considerar que os valores em que se baseiam 
são de caráter universal. Porém, a universalidade dos valores passou a ser alvo de discussão 
e as políticas de Direitos Humanos passaram a ser analisadas como sendo simultaneamente 
culturais e globais. Deste modo, surge a necessidade da sua reconceptualização enquanto 
direitos intermulticulturais, tendo em conta a sua dimensão cultural.
 4.2 ECONOMIA E JUSTIÇA SOCIAL – O DIREITO 
AO DESENVOLVIMENTO
Cerca de 1,2 mil milhões de pessoas vivem com menos de 1,25 dólares (EUA) por dia e 1,5 mil 
milhões vivem em situação de pobreza multidimensional (definido de acordo com três dimen-
sões: saúde, educação e padrão de vida), segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano 
de 2014. Persistem grandes desigualdades de rendimento, riqueza, saúde e educação, o que 
impossibilita grandes grupos de pessoas de fazerem escolhas, recuperarem de choques eco-
nómicos, de guerras, de desastres ecológicos e de viverem uma vida plena. 
A justiça social encontra-se assim comprometida, uma vez que vastas camadas da popula-
ção mundial não têm acesso aos bens essenciais, fundamentais à satisfação das necessidades 
básicas, e não desfrutam da igualdade de oportunidades. O direito ao desenvolvimento é um 
direito coletivo e implica que haja igualdade de oportunidades. 
Ao promover a justiça social está a defender-se o bem comum, pois o benefício de um recai 
sobre todos.
50
O direito ao desenvolvimento
O direito ao desenvolvimento faz parte da 3.ª Geração de Direitos Humanos. É um direito 
coletivo, pois todos os habitantes do mundo têm direito ao desenvolvimento humano, sus-
tentável e solidário.
O desenvolvimento implica que todos os seres humanos tenham acesso à satisfação das 
necessidades humanas básicas e que haja igualdade de oportunidades para todas as pessoas, 
ou seja, que a justiça social seja uma realidade.
O desenvolvimento só se constrói com a participação das populações na condução demo-
crática dos seus destinos, respeitando o direito ao desenvolvimento das gerações vindouras. 
Desta forma, o crescimento económico tem de ter em conta, não só uma repartição equilibra-
da da riqueza, como também o respeito pelo equilíbrio ambiental.
Encontramo-nos, todavia, muito aquém do respeito por esse direito fundamental, indepen-
dentemente da escala de análise ser global, regional ou local.
Ajuda ao desenvolvimento
A ajuda ao desenvolvimento só surgiu após a II Guerra Mundial e dirigiu-se, inicialmente, para 
as economias da Europa Ocidental e do Japão. A partir de 1955, e na sequência dos processos de 
independência nacional das colónias europeias da Ásia e de África, a ajuda passa a dirigir-se tam-
bém para estas economias e para os países da América Latina, independentes desde o século xix.
Deste modo, são criadas, no âmbito das Nações Unidas, entre outras, a UNICEF, a FAO, a 
OMS e o Programa Alargado para o Desenvolvimento Económico dos Países Subdesenvolvidos 
(que, em 1965, originou o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). A 
finalidade deste programa é fazer face a graves problemas dos países em desenvolvimento 
que herdaram estruturas económicas deformadas, em consequência da exploração colonial. A 
necessidade de fazer face à situação de subdesenvolvimento destes países, que apresentavam 
elevadas taxas de mortalidade infantil,baixa esperança de vida, reduzidas taxas de alfabetiza-
ção de adultos e de escolarização, escassez de capital e dependência económica e financeira, 
levou, num contexto de Guerra Fria, ao incremento da ajuda.
A ajuda ao desenvolvimento destina-se a diferentes fins e setores:
■ ajuda de emergência – destinada a vítimas de desastres ambientais ou guerras e conflitos;
■ ajuda humanitária – destinada a populações estruturalmente muito pobres;
■ alívio e reestruturação da dívida externa – destinada a reduzir a dívida externa de países 
em desenvolvimento;
■ cooperação técnica – destinada à transferência de conhecimentos e de tecnologia e à 
formação de quadros técnicos nos países em desenvolvimento.
Existem ainda outras formas de ajuda:
■ Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) – fornecida por um Estado ou por um organis-
mo público internacional. Pode apresentar-se como uma doação ou como um emprésti-
mo a juros inferiores aos praticados no mercado. De acordo com o CAD (Comité de Ajuda 
ao Desenvolvimento da OCDE), a APD distingue-se de outros fluxos financeiros por se 
destinar exclusivamente ao desenvolvimento.
51
UNIDADE 4 / O DESENVOLVIMENTO E OS DIREITOS HUMANOS
No âmbito da APD podemos ainda distinguir:
■ ajuda bilateral – entre dois Estados (Estado doador e Estado recetor);
■ ajuda multilateral – entre uma organização internacional e um Estado (por exemplo, a aju-
da que envolve o país recetor e as agências especializadas da ONU ou da União Europeia).
A 24 de outubro de 1970, a Assembleia Geral da ONU aprovou que os países desenvolvidos 
afetassem 0,7% do seu PNB à ajuda ao desenvolvimento.
 Obstáculos internos e externos à eficácia da ajuda ao desenvolvimento
Ainda existem no mundo 805 milhões de seres humanos com fome, segundo a FAO (2014). 
A ajuda alimentar de emergência chega, muitas vezes, demasiado tarde, não só porque os paí- 
ses doadores demoram a responder às necessidades de ajuda, como também os países cujas 
populações estão carenciadas de alimentos demoram em declarar a situação de emergência. 
Existem, deste modo, vários obstáculos à eficácia da ajuda, que são, não só da respon-
sabilidade dos países destinatários (obstáculos internos), como também dos países doadores 
(obstáculos externos), embora se tenham feito progressos em algumas regiões do mundo.
Obstáculos internos:
■ a ajuda é canalizada para projetos faraónicos, que não melhoram a situação da maior 
parte da população;
■ parte da ajuda é apropriada por elites corruptas; 
■ a ajuda é utilizada na compra de armamento e no equipamento das forças repressivas; 
■ excessiva burocracia, desperdícios e má gestão das ajudas recebidas; 
■ a ajuda é aplicada em projetos que acentuam as desigualdades setoriais, sociais e regionais; 
■ a ajuda pode conduzir a uma maior dependência externa (tecnológica, financeira e co-
mercial); 
■ a ajuda pode provocar tensões inflacionistas.
Obstáculos externos:
■ a ajuda não é suficiente, pois a meta dos 0,7% do PNB, aprovada pela ONU, apenas tem 
sido cumprida por poucos países europeus;
■ a ajuda é canalizada para projetos que são do interesse dos países doadores, não corres-
pondendo às necessidades dos países recetores; 
■ a ajuda encobre, muitas vezes, a ingerência dos países doadores nos assuntos internos 
dos países destinatários; 
■ os países que recebem as ajudas ao desenvolvimento não são os mais carenciados, mas 
sim aqueles que se encontram na esfera de influência do país doador e que são seus alia-
dos geopolíticos; 
■ a ajuda ao desenvolvimento mantém as relações de dependência externa existentes;
■ falta de coordenação da ajuda efetuada por vários doadores.
52
Diálogo Norte-Sul
Foi para alterar as relações desiguais entre o Norte (países desenvolvidos) e o Sul (países 
em desenvolvimento) que, sob pressão destes últimos, se cria, em 1964, a CNUCED (Confe-
rência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), que tem como finalidade a 
promoção destas duas áreas nos países em desenvolvimento, segundo a perspetiva de Fair 
Trade, Not Aid! (Comércio Justo Sim, Ajuda não!).
Apesar de o crescimento económico ter vindo a aumentar nos países do Sul, e de a pobreza 
ter recuado significativamente, o fosso entre os países do Norte e do Sul continua elevado.
Para que o direito ao desenvolvimento fosse uma realidade para todos, foram delineados 
os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), que deveriam ser alcançados em 2015. 
Porém, subsistem muitas incertezas relativamente à concretização dos ODM relativamente 
à saúde reprodutiva das mulheres, à incidência do HIV/SIDA, à saúde infantil, ao saneamento 
básico, à repartição dos rendimentos e à igualdade de oportunidades, por exemplo. 
Justiça social à escala regional/local
Não pode haver justiça social enquanto se mantiverem as acentuadas desigualdades so-
ciais, quer a nível mundial, quer dentro dos próprios países, e enquanto milhões de pessoas 
não tiverem acesso aos bens essenciais para a satisfação das necessidades humanas. Não 
pode haver justiça social enquanto existir pobreza e exclusão social.
Podemos definir pobreza como sendo uma situação de acentuada carência de recursos 
essenciais para satisfazer as necessidades básicas, como, por exemplo, a necessidade de ali-
mentação, saúde, habitação, educação, higiene ou vestuário. De acordo com a tradição socio-
económica, podemos distinguir dois conceitos: o de pobreza absoluta e o de pobreza relativa. 
A pobreza absoluta pode ser definida como uma situação em que não existem bens essenciais 
necessários à subsistência dos indivíduos, ou seja, estes não atingiram os limites de sobrevi-
vência, não podendo satisfazer as suas necessidades básicas. No entanto, este conceito apre-
senta algumas limitações, pois não tem em conta as diferenças de nível de vida entre regiões e 
os diferentes contextos sociais. Por sua vez, a pobreza relativa refere-se à situação das famí-
lias ou dos indivíduos que vivem em condições mais precárias do que o conjunto da sociedade, 
isto é, abaixo dos níveis e da participação social considerados aceitáveis. Aqui a referência já 
não é a subsistência, mas sim a desigualdade. 
Na União Europeia são considerados pobres as famílias e os indivíduos cujo rendimento é 
inferior a 60% do rendimento mediano[2] do país (limiar da pobreza).
Um dos principais fatores que origina a produção e a reprodução da pobreza é o funciona-
mento do mercado de trabalho ao gerar o desemprego. 
Em 2010, surgiu o IPM (Índice de Pobreza Multidimensional) a fim de superar as limitações 
do Índice de Pobreza Humana (IPH). Este novo indicador integra dez indicadores simples no 
âmbito de três dimensões: saúde, educação e padrão de vida e resulta do produto da taxa 
multidimensional da contagem de pessoas com a intensidade da pobreza. 
[2] Mediana: valor que divide os dados em duas partes iguais. Neste caso, metade da população aufere um valor inferior ao 
rendimento mediano e a outra metade um rendimento superior a esse rendimento mediano.
53
UNIDADE 4 / O DESENVOLVIMENTO E OS DIREITOS HUMANOS
A pobreza e a exclusão social são dois fenómenos interdependentes. Este último conceito 
surgiu na década de 1970, para evidenciar os grupos que, nas sociedades desenvolvidas, se 
encontravam à margem do bem-estar atingido pela generalidade das suas populações. Apesar 
de muitos estudos sobre a pobreza já se centrarem nas várias dimensões do fenómeno, a nova 
noção de exclusão social privilegia a dimensão dos laços sociais e das solidariedades.
Para combater a pobreza e a exclusão social são necessárias políticas globais e uniformi-
zantes, articuladas com políticas locais, com a participação das populações e baseadas na 
solidariedade social.
 4.3 ECONOMIA E CIDADANIA – O DIREITO À NÃO DISCRIMI-
NAÇÃO E A UM COMPLETO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Discriminar é prejudicar ou favorecer outros seres humanos pelo facto de apresentarem 
características diferentes das do grupo dominante; é não permitir que um ser humano exerçaos 
seus direitos de uma forma plena, devido às suas características físicas ou culturais. Podemos 
distinguir discriminação negativa de discriminação positiva. Enquanto a discriminação negativa 
prejudica e impede que um indivíduo ou grupo tenha possibilidade de exercer os seus direitos 
(proclamados na Declaração Universal dos Direitos Humanos – DUDH), a discriminação positi-
va, para repor a igualdade de oportunidades, favorece o indivíduo ou grupo diferente, desenvol-
vendo ações de afirmação. Estas medidas, porém, não são pacíficas nas sociedades em que são 
aplicadas. No entanto, tratar o desigual como igual, além de não alterar a situação em que se 
encontram os indivíduos que sofrem a discriminação, acentua essa desigualdade.
Discriminação negativa e cidadania
Existem várias formas de discriminação negativa, como, por exemplo, a de género, a econó-
mica, a étnica, a religiosa, a de orientação sexual e a que ocorre devido a deficiência ou doença. 
Para se combaterem as discriminações múltiplas a que muitos seres humanos se encontram 
sujeitos, é necessária, não só, a implementação de políticas ativas de promoção da igualdade 
de oportunidades, como, também, a adoção de ações que desenvolvam a própria consciência 
subjetiva dos direitos de que todos e todas são portadores. Todos os indivíduos que integram 
a sociedade devem poder exercer os seus direitos de cidadania, quer na esfera pública, quer 
na esfera privada, em plena igualdade.
Desenvolvimento humano
São necessárias políticas públicas de discriminação positiva que lutem contra os efei-
tos desumanos das múltiplas discriminações. Em Portugal, a lei da paridade constituiu uma 
medida de discriminação positiva, ao garantir uma representação mínima de 33% a ambos 
os sexos, nas listas para as eleições ao Parlamento Europeu, à Assembleia da República e às 
autarquias locais.
Desta forma, a lei veio permitir que as mulheres possam também exercer plenamente a ci-
dadania, mais de três décadas após terem acedido ao direito de voto em pé de igualdade com 
54
os homens, na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974. Porém, ainda encontramos na 
sociedade portuguesa muitas pessoas discriminadas, impedidas ou limitadas no exercício dos 
seus direitos de cidadãs e cidadãos.
O desenvolvimento humano exige que todos os indivíduos tenham as suas necessidades bási-
cas satisfeitas, em igualdade de oportunidades e justiça social, sem sofrerem discriminações, de 
modo a poderem participar na vida das comunidades e exercer plenamente uma cidadania ativa. 
A promoção do desenvolvimento humano implica o respeito por todos os Direitos Humanos.
 4.4 ECONOMIA E ECOLOGIA – O DIREITO A UM AMBIENTE 
SAUDÁVEL E A UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O conceito de sustentabilidade data da década de 1980 e defende a integração das ver-
tentes ecológica, económica e social, para bem, quer das gerações atuais, quer das gerações 
vindouras. Os países desenvolvidos e em desenvolvimento são responsáveis relativamente às 
questões ecológicas. Para fazer face às alterações climáticas, o Protocolo de Quioto, assinado 
no Japão, em 1997, e ratificado em 2002, na III Conferência da ONU para Alterações Climáti-
cas, previa uma redução, até 2012, de pelo menos 5,2% das emissões dos gases com efeito de 
estufa, responsáveis pelo aquecimento global. A Conferência de Bali, realizada em 2007, na 
Indonésia, reviu o Protocolo de Quioto e estabeleceu novas metas de redução das emissões.
Em 2009, a Cimeira de Copenhaga, num acordo baseado em valores de redução de emis-
sões mínimos, decidiu que o Protocolo de Quioto fosse prolongado até 2012. Por sua vez, a 
crise financeira e económica, iniciada em 2007, que afetou os países desenvolvidos e a Europa, 
em particular, veio dificultar a prossecução desses objetivos. As Cimeiras de Lima e de Paris, 
realizadas respetivamente em dezembro de 2014 e em 2015, concluem um acordo de redução 
do aquecimento do planeta para o período posterior a 2020.
Desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável baseia-se na necessidade de suster o próprio desenvol-
vimento em níveis que não ponham em risco a sobrevivência do planeta. A delapidação dos 
recursos naturais não renováveis e a degradação do meio ambiente, resultantes de níveis de 
produção não justificáveis pelas necessidades de consumo, estão a pôr em risco a sobrevivên-
cia do planeta, pelo que se deverão rever questões relacionadas com o aumento populacional, 
com os desperdícios e com os excessos de produção. É uma estratégia que exige que a satis-
fação das necessidades do presente não comprometa a possibilidade de as gerações futuras 
darem resposta às suas.
Nesta conceção de desenvolvimento estão implícitos dois conceitos básicos:
■ o conceito de necessidades, em especial dos povos menos desenvolvidos, a quem deverá 
ser dada a prioridade de satisfação;
■ o conceito de limites ao desenvolvimento, tendo em conta a necessidade de sustentar 
o próprio processo de desenvolvimento, dentro de valores que não ponham em causa a 
sobrevivência do planeta e das gerações futuras.
Constituem medidas económicas e ecológicas para um desenvolvimento sustentável, 
55
UNIDADE 4 / O DESENVOLVIMENTO E OS DIREITOS HUMANOS
entre outras: o desenvolvimento das energias alternativas; as boas práticas relativas à re-
ciclagem, redução e reutilização; os ecoprodutos; as indústrias verdes ou ecoindústrias e a 
agricultura biológica.
Direitos ambientais
Os direitos ambientais são mais uma categoria de direitos a que todos os homens e mulhe-
res aspiram, com vista a uma vida com mais qualidade. Na alimentação, vestuário ou no local 
de residência, as populações têm, de facto, o direito a viver sem produtos que lhes deteriorem 
a saúde ou retirem bem-estar ambiental.
Os direitos ambientais são um exemplo dos direitos de 3.ª Geração – os direitos que promo-
vem a fraternidade entre os povos do mundo. Para tal, todas as pessoas, incluindo os governos 
dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, deverão cooperar a fim de promoverem um 
desenvolvimento sustentável.
4.5 ECONOMIA, DESENVOLVIMENTO E DIREITOS HUMANOS
O desenvolvimento e a liberdade são interdependentes, não podendo existir um sem o ou-
tro. O desenvolvimento humano sustentável e solidário implica o respeito por todos os Direi-
tos Humanos (de 1.ª, 2.ª e 3.ª Gerações), como também o reconhecimento de que existem deve-
res e responsabilidades da parte dos indivíduos e dos grupos sociais. O economista Amartya 
Sen considera que a liberdade individual é essencial na promoção do desenvolvimento hu-
mano, pois o seu exercício, além de ter implicações económicas, permite dar voz a todos os 
seres humanos. É a estrutura de direitos de uma sociedade que estabelece a capacidade de os 
indivíduos acederem aos bens e ao desenvolvimento, pois a privação dos recursos, na maior 
parte das vezes, não se deve a catástrofes naturais, mas sim às estruturas sociais.
Amartya Sen identifica cinco liberdades fundamentais para que os seres humanos pos-
sam aceder ao desenvolvimento: liberdades políticas (associadas à 1.ª Geração dos Direitos 
Humanos); liberdades económicas (associadas à 2.ª Geração dos Direitos Humanos, como, 
por exemplo, o direito ao trabalho); oportunidades sociais (associadas também à 2.ª Geração 
dos Direitos Humanos, como, por exemplo, o direito à educação); garantias de transparência, 
como, por exemplo, a luta contra a corrupção através de práticas democráticas e a implemen-
tação de políticas de proteção social (ligadas também à 2.ª Geração dos Direitos Humanos, 
como, por exemplo, o direito ao subsídio de desemprego ou ao rendimento social de inserção).
O desenvolvimento corresponde, deste modo, a um processo de alargamento das liberda-
des reais, incluindo neste conceito a eliminação da pobreza, a eliminação da falta de oportu-
nidades, a eliminação da privação social e da ineficácia dos serviços públicos, a eliminação da 
intolerância e a eliminação dos Estados repressivos.
O desenvolvimento como liberdadeinclui: o crescimento do PIB por habitante e do ren-
dimento disponível; o respeito pelos direitos civis e políticos, que permitem dar voz a todos 
os indivíduos e grupos sociais, proporcionando-lhes a participação na construção dos seus 
destinos, isto é, nos processos de desenvolvimento, e um conjunto de dispositivos sociais e 
económicos, que vão ao encontro da satisfação das necessidades básicas humanas e de um 
nível e qualidade de vida que respeitem a dignidade humana. 
56
FICHA FORMATIVA 1
1. Leia o seguinte texto.
Acabar com a pobreza significa romper o ciclo vicioso de situações que fogem ao controlo das 
vítimas de pobreza, e que fazem com que quem vive com menos de 1 dólar por dia dificilmente 
deixe de ser pobre. Quem não tem recursos, não tem água potável, alimentação adequada e 
uma habitação condigna que lhe permitam ter uma vida saudável; quem não tem acesso a 
cuidados de saúde básicos, não tem eletricidade que lhe permita estudar, nem uma escola e 
professores; quem, para além disso, não tem uma sociedade que o apoie, não tem a garantia 
de respeito pela sua dignidade humana. Vive à margem, excluído, sem acesso à justiça ou à 
informação, ferramentas essenciais para exigir os seus direitos. As decisões que diretamente 
os atingem são tomadas por atores governamentais e internacionais de quem estão afastados.
1.1 Explicite o conceito de Direitos Humanos.
1.2 Identifique, no texto, direitos de 1.ª e de 2.ª Gerações.
1.3 Dê uma noção de pobreza absoluta, com base no texto.
1.4 Relacione pobreza e exclusão social.
1.5 Justifique a interdependência dos Direitos Humanos, tendo em conta o texto.
1.6 Relacione discriminação com cidadania, a partir do texto.
2. Observe a imagem e leia o texto que se segue.
«O meu objetivo é conseguir a paz e a educação para todas as crianças do mundo.» – Malala 
2.1 Localize no tempo o surgimento dos Direitos Humanos de 2.ª Geração.
2.2 Explique a inalienabilidade dos Direitos Humanos.
2.3 Justifique o direito à paz como um Direito Humano de 3.ª Geração.
2.4 Explicite a universalidade dos Direitos Humanos, a partir da afirmação de Malala.
2.5 Faça uma pesquisa sobre Malala Yousafzai e apresente as conclusões à turma. 
56
5757
3. Leia o texto que se segue.
As 85 pessoas mais ricas do mundo têm a mesma riqueza que os 3,5 mil milhões de pobres. En-
tre 1990 e 2010, a desigualdade de rendimentos nos países em desenvolvimento aumentou 11%. 
A desigualdade nas áreas da saúde e da educação tem vindo a diminuir, mas continua elevada, 
sobretudo em algumas regiões. A África Subsariana regista a desigualdade mais elevada na 
área da educação. A desigualdade constitui uma ameaça considerável para o desenvolvimento 
humano, sobretudo porque reflete a desigualdade de oportunidades. 
Fonte: PNUD, Relatório do Desenvolvimento
3.1 Explique o conceito de discriminação económica, tendo em conta o texto.
3.2 Relacione «desigualdade de rendimentos» com justiça social.
3.3 Explicite o conteúdo da última afirmação do texto.
4. Observe o gráfico.
 Evolução das emissões de gás com efeito de estufa da União Europeia a 28, por setor, e 
cenário até 2050 (%)
4.1 Compare as emissões de gás com efeito de estufa da União Europeia a 28, por setor, em 
2010, a partir do gráfico.
4.2 Explicite o cenário para 2050 das emissões de gás com efeito de estufa da União Europeia 
a 28 por setor, a partir do gráfico.
4.3 Justifique, com base no gráfico, se a União Europeia a 28 irá promover o desenvolvimento 
sustentável, tendo em conta o cenário para 2050, de acordo com as tendências das atuais 
políticas. 
4.4 Relacione economia e ecologia.
2040 205020302020201020001990
Construção de habitações 
e de edifícios para serviços
Produção
elétrica
Transportes Agricultura 
(com exceção de C0
2
)
Indústria
Outros setores 
(com exceção de C0
2
)
Tendência segundo
as atuais políticas
0
20
40
60
80
100
57
UNIDADE 4 / O DESENVOLVIMENTO E OS DIREITOS HUMANOS
58
1. Leia o seguinte texto.
Em Shangai, em setembro de 2013, mais de 1000 operários dos contentores frigoríficos para-
ram o trabalho devido ao horário excessivo (mais de 12 horas diárias), debaixo de temperatu-
ras insuportáveis (45°C nas oficinas). Em duas empresas da Foxconn, situadas em Shenzhen, 
verificou-se uma vaga de suicídios devido aos baixos salários e condições de trabalho muito 
adversas. Embora a informação e a liberdade de expressão sejam muito controladas pelo governo 
chinês, este, para conseguir paz social e limitar as perdas económicas, tem procurado melhorar 
a situação dos operários. Deste modo, no início de julho de 2014, foi possível a primeira eleição 
democrática de um sindicato independente na empresa Sumida Electronics, em Cantão.
Fonte: L’ histoire,
1.1 Identifique no texto Direitos Humanos de 1.ª e 2.ª Gerações que foram violados.
1.2 Localize no tempo o surgimento dos Direitos Humanos de 1.ª e 2.ª Gerações.
1.3 Explicite a forma de discriminação que o texto descreve.
1.4 Explicite o direito ao desenvolvimento como processo de alargamento das liberdades dos 
seres humanos, tendo em conta o texto.
2. Observe o quadro que se segue.
Trabalho infantil [3] em %
(2005 – 2012) 
Países e Regiões Total Rapazes Raparigas
África Subsariana 27 27 26
Médio Oriente e 
Norte de África 9 11 7
Ásia do Sul 12 13 12
Ásia do Leste e 
Pacífico 8 9 8
América Latina e 
Caraíbas 11 13
ECO/CEI 
(Comunidade 
dos Estados 
Independentes)
5 5
Países Menos 
Avançados 23 25 22
Mundo* 15 16 14
*Com exceção da China.
[3] Trabalho infantil: percentagem de crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 14 anos que exerciam 
uma atividade económica no momento do inquérito.
2.1 Explicite os valores da percentagem de trabalho infantil total, de rapazes e de raparigas no 
mundo, a partir quadro.
2.2 Identifique as regiões e países que apresentam percentagens de trabalho infantil superio-
res às do mundo, a partir do quadro e retire conclusões.
FICHA FORMATIVA 2
58
5959
2.3 Justifique o facto de o trabalho infantil ser um exemplo de discriminação negativa.
2.4 Relacione trabalho infantil e desenvolvimento humano.
3. Leia o texto que se segue.
Os recentes aumentos dos fluxos de capital privado para países em desenvolvimento, embora 
importantes para o desenvolvimento, deixam muitas economias e pessoas vulneráveis. A vulne- 
rabilidade resulta de fluxos de capitais voláteis e contracíclicos. O capital privado é atraído pelos 
ganhos e dissuadido pelo risco, e os fluxos financeiros transnacionais tendem a ser pró-cíclicos: du-
rante os períodos de crescimento económico, o fluxo de capital intensifica-se, durante as crises, é 
interrompido. Deste modo, um número elevado de famílias pobres, que perde os respetivos meios 
de subsistência, vê-se forçado a tirar as crianças da escola ou a reduzir sua ingestão de alimentos.
Fonte: PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano
3.1 Apresente uma noção de ajuda ao desenvolvimento.
3.2 Identifique os obstáculos à eficácia da ajuda ao desenvolvimento, tendo em conta o texto.
3.3 Refira, com base no texto, dois efeitos da interrupção dos fluxos de capitais, durante as crises, 
para as pessoas vulneráveis.
3.4 Justifique as necessidades do diálogo Norte-Sul para promover o desenvolvimento.
4. Leia o texto que se segue.
O risco de pobreza para a população infantil diminui com o nível de escolaridade dos pais
Em 2012, 37,5% das crianças com pais que tinham completado, no máximo, o ensino básico es-
tavam em risco de pobreza. O risco de pobreza para as/os menores de 18 anos diminuía com o 
aumento do nível de escolaridade completado pelos pais, sendo de 14,1% quando os pais con-
cluíram o ensino secundário ou pós-secundário (não superior) e 4,1% quando os pais possuíam 
habilitações académicas de nível superior. 
Fonte: INE, Rendimentos e Condições de Vida
4.1 Apresente uma noção de pobreza.
4.2 Distinga pobreza absoluta de pobreza relativa.
4.3 Justifique, com base no texto, a seguinte afirmação.
 O risco de pobreza para a populaçãoinfantil diminui com o nível de escolaridade dos pais.
5. Observe a figura que se segue.
5.1 Comente a seguinte imagem 
ao lado, tendo em conta os con-
ceitos de discriminação econó-
mica e pobreza.
59
UNIDADE 4 / O DESENVOLVIMENTO E OS DIREITOS HUMANOS
60
TESTE DE AVALIAÇÃO 1
Nas questões de escolha múltipla, apenas uma das afirmações está correta. Assinale-a.
1. Os direitos económicos e sociais constituem Direitos Humanos de 3.ª Geração. Esta afirma-
ção é falsa, porque
(A) os povos africanos introduziram, em 1981, os direitos coletivos.
(B) os direitos económicos e sociais constituem Direitos Humanos de 2.ª Geração.
(C) os direitos civis e políticos constituem Direitos Humanos de 1.ª Geração.
(D) os Direitos Humanos das três gerações são interdependentes e universais.
2. Um dos fatores que explicam a necessidade de reconceptualização dos Direitos Humanos é
(A) a diversidade cultural das sociedades.
(B) a interdependência dos Direitos Humanos.
(C) o relativismo cultural.
(D) a 4.ª Geração dos Direitos Humanos.
3. À 1.ª Geração dos Direitos Humanos pertence o direito
(A) à paz.
(B) ao trabalho.
(C) à greve.
(D) ao voto.
4. Constituem exemplos de obstáculos internos à eficácia da ajuda
(A) a compra de armamento pelos destinatários.
(B) o alívio da dívida externa e a cooperação técnica.
(C) a insuficiência da ajuda efetuada pelos doadores.
(D) a ingerência dos países doadores nos países recetores.
5. A justiça social encontra-se comprometida. Esta afirmação é
(A) verdadeira, porque se têm vindo a promover políticas ambientais e sociais.
(B) falsa, porque as desigualdades de género, étnicas e regionais persistem.
(C) verdadeira, porque 1,5 mil milhões de pessoas vivem em situação de pobreza.
(D) falsa, porque metade da população do planeta dispõe de dois dólares por dia.
60
61
1. Leia o seguinte texto.
Os dirigentes europeus mostram-se incapazes de dar respostas positivas aos previsíveis pro-
blemas colocados pelas migrações e pela proteção às pessoas refugiadas, limitando-se a me-
didas como o reforço do controlo das fronteiras, que apenas levam os/as mais desesperados/as 
a recorrerem a traficantes de pessoas, arriscando-se em travessias marítimas cada vez mais 
perigosas em que muitos/as acabam por perder a vida; em 2014, em pouco mais de seis meses, 
mais de 3000 pessoas tinham morrido no Mediterrâneo (700 em 2013).
É uma vergonha que os responsáveis europeus, perante as crises de refugiados no Médio Orien-
te e em África, em que centenas de milhares de pessoas fogem de guerras, da perseguição e 
da pobreza, apenas respondam com mais vigilância nas suas fronteiras, recorrendo aos mais 
sofisticados sistemas de deteção, incluindo a adaptação de satélites meteorológicos.
Fonte: Victor Nogueira, Agir pelos Direitos Humanos, 
1.1 Apresente uma noção de Direitos Humanos, com base no texto.
1.2 Identifique, no texto, três Direitos Humanos que foram violados.
1.3 Explicite a interdependência dos Direitos Humanos, a partir do texto.
1.4 Comente o último parágrafo do texto, tendo em conta a universalidade dos Direitos Hu-
manos.
2. Observe o gráfico.
Percentagem dos salários no VAB (Valor Acrescentado Bruto)
Fonte: Altereco
2.1 Apresente a tendência da evolução dos salários no Rendimento Nacional (RN) desde a 
década de 1980, a partir do gráfico.
2.2 Identifique os países com percentagens dos salários no RN superiores à da União Europeia 
a 15, a partir do gráfico, em 2014.
2.3 Compare a situação dos EUA com a dos outros países representados no gráfico no que 
respeita à percentagem dos salários no RN.
2.4 Relacione discriminação com cidadania.
Japão – 59,1%Em 2014:
Reino Unido – 58,5%
França – 58,1%
Alemanha – 56,9%
União a 15 – 56,8%
Estados Unidos – 56,6%
50
55
65
60
70
75
1960 1970 1980 1990 2000 2010 2014
61
UNIDADE 4 / O DESENVOLVIMENTO E OS DIREITOS HUMANOS
62
Grupo III
1. Observe o mapa que se segue.
Abreviaturas dos Estados-membros
BE – Bélgica ES – Espanha MT – Malta FI – Finlândia 
BG – Bulgária FR – França NL – Países Baixos SE – Suécia 
CZ – República Checa IT – Itália AT – Áustria UK – Reino Unido
DK – Dinamarca CY – Chipre PL – Polónia UE-27* – 27 Estados- -Membros da UE
DE – Alemanha LV – Letónia PT – Portugal 
EE – Estónia LT – Lituânia RO – Roménia 
IE – Irlanda LU – Luxemburgo SI – Eslovénia 
EL – Grécia HU – Hungria SK – Eslováquia 
* Quando o Índice de Igualdade de Género foi criado a União Europeia só tinha 27 Estados-Membros. 
A entrada do 28.º Estado, a Croácia, verificou-se a 1 de julho de 2013.
Índice de Igualdade de Género (2005-2013) nos 27 estados-membros da União Europeia*
Nota: O Índice de Igualdade de Género (Gender Equality Index) foi criado pela União Europeia para analisar as discri-
minações de género existentes nos Estados-Membros. É um índice composto por diversos indicadores, que sintetiza 
a complexidade da igualdade de género – conceito multidimensional. Combina indicadores de género relativos a seis 
domínios: trabalho, rendimento monetário (dinheiro), conhecimento, tempo, poder, saúde e dois domínios satélite: 
interseção de desigualdades (relativo, por exemplo, a famílias monoparentais ou com deficiência) e violência de gé-
nero. Permite monitorizar se um Estado-Membro se encontra perto (Índice de Igualdade de Género próximo de 100) 
ou longe (Índice de Igualdade de Género muito inferior a 100) de alcançar a igualdade de género.
1.1 Estabeleça comparações, com base no mapa, entre os países da União Europeia no que 
respeita ao Índice de Igualdade de Género.
1.2 Justifique a necessidade de se promoverem medidas de discriminação positiva, tendo em 
conta a situação evidenciada no mapa.
1.3 Refira três medidas que promovam a igualdade de género.
0 400 km
N
IT
MT
EL
CY
BG
RO
FL
SE
DK
EE
LV
LT
SK
HU
CROÁCIA
SL
AU
NL
ALEMANHA
ORIENTAL
PT
ES
BL
LU
41,3
54,0
50,4
57,1
40,9
40,0
42,0
37,0
35,3
4,4
41,4
43,6
44,4
50,0
40,9
55,0
50,4
44,1
74,3
72,4
44,450,1
55,2
59,5
5,6
59,7
51,4
41,5
FR
IR UK
DL
CZ
PL
62
63
2. Observe o gráfico e leia o texto.
Emissões de CO2: as desigualdades acentuadas
Emissões anuais associadas aos usos energéticos, em toneladas de CO2 por habitante
A China transformou-se no primeiro emissor de CO2, a partir de 2006. Na Cimeira de Copenhaga, 
em 2012, esta economia emergente não se mostrou interessada em tomar medidas para a re-
dução das emissões. Além do mais, porque os EUA também as bloqueavam. A reunião de Lima 
de dezembro de 2014 e a de Paris a realizar em 2015 definirão um acordo internacional sobre as 
ruínas do Protocolo de Quioto, que terá como meta limitar a 2°C o aquecimento climático até 
ao final do século xxi.
Fonte: Altereco
2.1 Identifique os sete países com emissões anuais de CO2 por habitante, superiores à média 
mundial em 2010, tendo em conta o gráfico.
2.2 Apresente conclusões sobre as disparidades existentes entre os países referidos no gráfico.
2.3 Explicite as posições dos EUA e da China no que respeita à responsabilidade dos Países 
Desenvolvidos e dos Países em Desenvolvimento, com base no texto.
2.4 Comente, com base no gráfico e no texto, os desafios que se colocam à promoção de um 
desenvolvimento sustentável.
3. Leia o texto que se segue.
A dimensão da liberdade pode favorecer uma perspetiva de desenvolvimento muito diferente 
da habitual fixação do PNB, do progresso técnico ou da industrialização, cuja importância é 
contingente e condicional, sem serem características definitórias de desenvolvimento.
Fonte: Amartya Sen, O Desenvolvimento como Liberdade,
3.1 Comente o texto, tendo em conta o facto de desenvolvimento e liberdade serem interde-
pendentes.
0
5
10
15
20
Senegal Índia Brasil Mundo França China África
do Sul
Alemanha Japão Coreia
do Sul
Rússia Arábia
Saudita
Estados
Unidos
0,5
1,7 2,2
4,9 5,6
6,2
9,0 9,1 9,2
11.5 12,2
17,0 17,6
1960 1970 1980 1990 2000 2010
63
UNIDADE 4 / O DESENVOLVIMENTO E OS DIREITOS HUMANOS
64
TESTE DE AVALIAÇÃO 2
Nas questõesde escolha múltipla, apenas uma das afirmações está correta. Assinale-a.
1. São características dos Direitos Humanos a
(A) universalidade, indivisibilidade, interdependência e relatividade.
(B) universalidade, inalienabilidade, interdependência e indivisibilidade.
(C) universalidade, interdependência, solidariedade e relatividade
(D) universalidade, relatividade, interdependência e diversidade.
2. A pobreza relativa permite analisar as disparidades de rendimento em determinado contexto 
social porque
(A) a sua referência é a subsistência.
(B) a sua referência é a riqueza.
(C) a sua referência é a discriminação.
(D) a sua referência é a desigualdade.
3. À 2.ª Geração dos Direitos Humanos pertence o direito
(A) à liberdade de expressão do pensamento.
(B) a um ambiente saudável.
(C) a um trabalho digno.
(D) à discriminação positiva.
4. A ajuda ao desenvolvimento fornecida por um Estado ou por um organismo público interna-
cional denomina-se por
(A) ajuda de alívio da dívida externa.
(B) ajuda de emergência e humanitária.
(C) ajuda bilateral e de emergência.
(D) ajuda pública ao desenvolvimento.
5. O desenvolvimento como liberdade integra, entre outros,
(A) o respeito pelos direitos civis e políticos e o crescimento do rendimento disponível das po-
pulações.
(B) a satisfação das necessidades básicas humanas sem liberdade de expressão do pensamento 
nem da manifestação.
(C) o crescimento do PIB por habitante sem dispositivos sociais e económicos que promovam 
a dignidade humana.
(D) a existência de qualidade de vida e elevados níveis de consumo apenas para uma minoria 
da população. 
64
65
1. Leia a carta endereçada à juventude pelo escritor do Mali Amadou Hampâté Bâ, seis anos 
antes de morrer. Este escritor também foi membro do Conselho Executivo da UNESCO.
As nossas diferenças, em vez de nos separarem, devem transformar-se em complementaridade e 
fonte de enriquecimento mútuo. Como não seria aborrecido e monótono um mundo uniforme onde 
todas as pessoas, decalcadas sobre o mesmo modelo, pensassem e vivessem do mesmo modo! 
Atualmente, quando blocos de interesses se enfrentam e se digladiam, não se deve acentuar o 
que nos separa, mas sim o que nos une, no respeito pela identidade de cada ser humano. Cabe 
a vós, jovens, fazer emergir um novo estado de espírito, mais orientado para a complementa-
ridade e solidariedade, quer individual, quer internacional. Será a condição para a paz, sem a 
qual não poderá haver desenvolvimento.
1.1 Caracterize a indivisibilidade dos Direitos Humanos.
1.2 Relacione, com base no texto, universalidade dos Direitos Humanos e diversidade cultural.
1.3 Relacione desenvolvimento com direito à paz, a partir do texto.
2. Observe o gráfico.
 Custo médio do trabalho por empregado nos países da União Europeia e nos EUA, em 
2014, em euros
2.1 Interprete o valor do custo médio do trabalho por empregado na Zona Euro, em 2014, a 
partir do gráfico.
2.2 Interprete o valor do custo médio do trabalho por empregado em Portugal, em 2014, no 
contexto da Zona Euro, a partir do gráfico.
2.3 Justifique, com base no gráfico, as disparidades económicas existentes nos países da 
União Europeia. 
2.4 Apresente uma noção de discriminação económica, tendo em conta o gráfico.
2.5 Exponha uma medida de combate à discriminação económica.
B
ul
gá
ri
a
R
om
én
ia
H
un
gr
ia
Po
ló
ni
a
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EU
A
B
él
gi
ca
Pa
ís
es
 B
ai
xo
s
Lu
xe
m
bu
rg
o
63 700
53 100
49 500
42 80038 800
12 100
6 700
36 400
65
UNIDADE 4 / O DESENVOLVIMENTO E OS DIREITOS HUMANOS
66
Grupo III
1. Observe o quadro que se segue.
 Índice de Igualdade de Género (2005-2013) no que respeita ao exercício do poder pelas 
mulheres, em Portugal e nos 27 Estados-Membros da União Europeia, em média
Domínio Indicadores Unidade
PT (Portugal) UE-27
Mulheres Homens Mulheres Homens
Po
de
r
Percentagem de ministros/as % 18 82 25 75
Percentagem de deputados/as % 30 70 23 77
Percentagem de deputados/
as das assembleias regionais % 22 78 30 70
Percentagem de membros nos 
conselhos de administração 
das empresas mais cotadas
% 5 95 12 88
Percentagem de membros 
nos órgãos de tomada de 
decisão do Banco Central 
(Banco de Portugal)
% 17 83 18 82
1.1 Interprete a posição de Portugal no contexto dos países da União Europeia no que respeita 
ao exercício do poder, a partir do quadro.
1.2 Conclua sobre a situação de Portugal no que respeita à igualdade entre mulheres e ho-
mens no exercício do poder, tendo em conta os dados do quadro.
1.3 Justifique duas medidas de discriminação positiva a implementar neste domínio para pro-
mover a igualdade de género.
1.4 Relacione justiça social e igualdade de oportunidades em Portugal, tendo em conta os 
dados do quadro.
2. Observe o gráfico.
Evolução dos investimentos em energias renováveis, entre 2004 e 2012, em 109 dólares
2.1 Compare a Europa e os EUA no que 
respeita à evolução dos investimentos em 
energias renováveis entre 2004 e 2015, 
tendo em conta o gráfico.
2.2 Explicite, com base no gráfico, a res-
ponsabilidade dos países desenvolvidos 
e dos países em desenvolvimento como a 
Índia, o Brasil e a China, no que respeita à 
questão ecológica.
2.3 Justifique a necessidade de coopera-
ção internacional no domínio da promo-
ção de um desenvolvimento sustentável.
2.4 Justifique os direitos ambientais como 
Direitos Humanos.
EUAEuropa
Brasil China
Índia
20152010200820062004
M
ilh
ar
es
 d
e 
m
ilh
ão
 d
e 
dó
la
re
s 
=
= 
10
9 
dó
la
re
s
0
50
100
150
200
Fonte: Altereco, 
66
SOLUÇÕES
67
1. Crescimento e desenvolvimento
Ficha formativa 1 (p. 11)
1.1 Enquanto o conceito de crescimento é essencialmente quantitati-
vo, porque mede os valores do Produto/Rendimento de um país, o 
conceito de desenvolvimento humano é mais abrangente, dado que 
integra outras dimensões sociais, como a educação e a saúde das 
populações. Será da articulação entre os domínios económico, social 
e cultural que se poderá ter uma perspetiva mais ajustada do bem-
-estar ou desenvolvimento humano da população de um país. 
1.2 Os indicadores que compõem o Índice de Desenvolvimento Huma-
no são o Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita, a esperança 
média de vida à nascença e os anos de escolaridade efetivos e espe-
rados da população. 
1.3 O Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) e o Índice de Desigualda-
de de Género (IDG) são mais dois indicadores compostos que contri-
buem para a avaliação de situações de desenvolvimento humano de 
toda a população ou de bolsas dessa população. No primeiro caso, 
o IPM avalia situações de pobreza que ultrapassam a falta de rendi-
mento, como a da privação de certos bens, por exemplo. Já o IDG 
pretende alertar para as desigualdades existentes entre homens e 
mulheres em diferentes domínios, como os salários, o acesso a cer-
tas profissões, etc. Assim sendo, tanto a pobreza como as desigual-
dades de género, ao refletirem desigualdades entre os indivíduos, 
são indicadores que permitem corrigir o desenvolvimento humano 
médio de uma população.
1.4 A frase é clara no seu conteúdo: o crescimento económico é importan-
te, mas é apenas um dos passos (o meio) para uma população alcançar 
melhorias noutros domínios, como o da saúde e da educação. Será do 
conjunto dos progressos nestas diferentes áreas sociais que as popula-
ções poderão ter um desenvolvimento humano elevado (o fim). 
2.1 A importância económica dos BRIC, no conjunto da economia mun-
dial, pode ser avaliada pela percentagem do seu contributo para o 
PIB mundial (cerca de 27%).
2.2 O fator de crescimento comum a este conjunto de países é, entre 
outros fatores, a dimensão dos seus mercados internos. Além disso,estes países têm apostado nas exportações, o que ainda aumenta 
significativamente a dimensão dos seus mercados. 
2.3 A dimensão dos mercados pode ser geradora de crescimento econó-
mico, por permitir aumentar a produção e obter economias de escala, 
o que lhes permite custos de produção mais baixos, também obtidos 
na produção especializada de certos bens, e leva ao aumento da pro-
dutividade. Mais produção, maior produtividade, mais rendimento e 
mais emprego serão o resultado que, sendo estrategicamente admi-
nistrado, poderá gerar crescimento económico.
2.4 De facto, os BRIC têm-se afirmado na economia mundial, mas os 
seus IDH ainda se encontram em posições baixas. A análise dos va-
lores do quadro disponibilizado explicam bem porquê, quando com-
parados com o país que ocupa a 1.ª posição. Embora a esperança 
média de vida apresente já valores satisfatórios mas inferiores aos 
do país de referência, a escolaridade é ainda muito baixa, para além, 
naturalmente, da distância relativamente ao RNB p.c. 
É do conjunto destes indicadores simples que se pode concluir que, 
embora os BRIC apresentem um crescimento económico relevante, 
os benefícios conquistados ainda não conseguiram produzir os efei-
tos desejados noutras áreas da sua vida coletiva. 
3. O texto de Beja Santos, embora se refira explicitamente ao apare-
cimento da sociedade de consumo (1950-1968), contém os fatores 
que permitiram o crescimento económico que sustentou esse novo 
modelo de economia ou projeto de sociedade. A industrialização que 
cresceu, nalguns Estados, «a um ritmo nunca visto», teve por motor 
o aumento da dimensão do mercado interno (aumentos demográfi-
cos, como a natalidade e a esperança de vida, aumento do apoio do 
Estado-Providência e aumento do rendimento distribuído). Estes fa-
tores, por sua vez, reforçaram o poder/dimensão do mercado interno, 
constituindo uma verdadeira alavanca para o crescimento económico. 
4. Comparando os itens de avaliação em que Portugal terá de melhorar 
(da 36.ª posição), relativamente à Suíça (1.ª posição), para se tornar 
uma economia mais competitiva, podem registar-se as seguintes 
conclusões: numa escala de 1 a 7 (melhor valor), a Suíça apresen-
ta-se com valores iguais ou superiores a 5, e também superiores à 
média das economias desenvolvidas. Já Portugal apresenta algumas 
diferenças significativas, como o ambiente macroeconómico (3,5) 
e desenvolvimento do mercado financeiro (3). No extremo oposto, 
encontramos como melhores valores: a saúde, educação básica e 
superior, a tecnologia e as infraestruturas, com valores próximos dos 
da média das economias desenvolvidas. A melhorar, encontram-se 
os seguintes itens: inovação, instituições, sofisticação de negócios, 
eficiência no mercado laboral e de bens. Em termos gerais, pode-
-se afirmar que a competitividade da economia portuguesa tem as 
bases de que necessita para se afirmar, mas encontra obstáculos a 
nível macroeconómico, institucional e de organização. 
Ficha formativa 2 (p. 13)
1.1 O indicador composto IDH é um indicador composto, da responsa-
bilidade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
(PNUD), calculado através de uma fórmula matemática que conjuga 
de forma específica valores das áreas económica (RNB p.c.), cultural 
(n.º de anos de escolaridade efetiva e esperada) e demográfica (es-
perança média de vida à nascença). 
1.2 O Brunei tem um RNB p.c. mais elevado (70 883 dólares) que a Ir-
landa (33 414 dólares), mas ocupa uma posição inferior no IDH (30.ª 
posição contra 11.ª ). Esta situação fica a dever-se a uma esperança 
média de vida à nascença inferior (78,5 anos contra 80,7 anos de 
esperança de vida) e dos anos de escolaridade efetivos e esperados 
também inferiores (8,7 contra 11,6 e 14,5 contra 16,9, respetivamen-
te). Como o IDH é constituído pelos itens atrás indicados e não ex-
clusivamente pela componente económica, no conjunto, a posição 
do Brunei no IDH fica atrás da Irlanda.
1.3 Uma das limitações apresentadas ao IDH para avaliar o nível de desen-
volvimento reside no facto deste ser uma média para toda a população 
do país e, como todas as médias, esconde desigualdades internas.
1.4 Uma forma de se corrigirem as informações dadas pelo RNB p.c. no 
sentido de avaliar o bem-estar da população, pode ser através do 
Índice de Gini, que mede as desigualdades na repartição interna do 
rendimento pela população.
2.1 O gráfico apresenta o crescimento do IDH (em %) por regiões, em 
três períodos diferentes, desde 1990 a 2013. 
Em termos globais, pode-se registar que em todas as regiões o IDH 
aumentou desde 1990 a 2013. No entanto, as taxas de crescimento 
depois de 2008 são menores comparando com as taxas de cresci-
mento relativas a 2000-2008.
67
SOLUÇÕES
2.2 Nos Estado Árabes, América Latina e Caraíbas, as taxas de crescimen-
to são tendencialmente decrescentes; na Ásia Oriental e Pacífico, Eu-
ropa e Ásia Central, Ásia do Sul e África Subsariana as taxas aumenta-
ram entre 1990 e 2008, invertendo-se a tendência após 2008.
2.3 A evolução verificada permite concluir que tem havido progressos 
na evolução do IDH em todas as regiões referenciadas no gráfico. No 
entanto, após 2008, ano da grande crise mundial, esses valores têm 
aumentado menos. 
3.1 A dimensão dos mercados no crescimento económico é fundamental, 
sendo referida como um dos fatores mais importantes. O aumento do 
mercado significa mais produção, mais emprego, mais especialização, 
obtenção de economias de escala, menores custos de produção, mais 
rendimento e mais poder de compra e bem-estar para as populações.
3.2 O texto é explícito acerca da importância da dimensão dos mercados 
e do investimento como fatores de crescimento económico. 
É referida a descolagem de um certo número de países que aposta-
ram na integração económica (aumento da dimensão do mercado) e 
nas exportações; no investimento (investimento em capital através da 
poupança interna e do investimento direto estrangeiro) e em reformas 
estruturais que permitiram aumentar a produtividade e a competiti-
vidade (investimento em educação e formação do capital humano).
O texto, com base nos bons resultados obtidos pelas economias re-
feridas, é animador e considera mesmo que há uma nova esperança 
para países que ainda não tinham conseguido descolar da situação 
de atraso em que se encontravam. 
4.1 A tendência verificada no crescimento do PIB p.c. nos países de ele-
vado rendimento e nos de baixo-médio rendimento, no período 1990- 
-2011, é positiva. 
4.2 Embora a tendência geral seja positiva, as economias de elevado 
rendimento cresceram mais do que as de baixo-médio rendimento. 
Assim, a divergência já existente tem vindo a acentuar-se.
4.3 O aumento da produtividade é referenciado como uma das carac-
terísticas das economias modernas. Os fatores que justificam essa 
tendência são as apostas na área tecnológica, descobrindo novas, 
formas de produção, novas formas de organizar o trabalho e as em-
presas e novos tipos de energia.
Naturalmente, toda esta inovação tem por detrás I&D, exige mais 
educação, formação e qualificação dos recursos humanos, o que 
também é característico das economias desenvolvidas.
5.1 Por ciclo económico pode-se entender uma sucessão de fases que 
caracterizam o crescimento das economias. Cada ciclo é constituído 
por um conjunto de flutuações do produto, rendimento e emprego 
com reflexos na expansão e contração da atividade económica. Cada 
ciclo completo tem uma fase ascendente e outra descendente.
A fase ascendente culmina no pico (valor mais alto do ciclo), seguin-
do uma fase de saturação e de declínio do mercado e da economia, 
a fase descendente do ciclo, que termina no ponto denominado bai-
xa (ponto mais baixo).
5.2 Segundo Schumpeter, os ciclos correspondem ao ciclo de vida de uma 
inovação que consiga impulsionar a produção, o emprego, etc.
Para Schumpeter, cada ciclo tem quatro fases: 
. prosperidade – difusão das inovações;
. recessão – saturação do mercado com a difusão em massadas ino-
vações;
. depressão – envelhecimento e morte das inovações;
. retoma – experimentação de outras inovações.
5.3 A expressão «destruição criadora», da autoria do referido economista, 
corresponde a uma necessidade de evolução das economias. Quando 
as «inovações» se tornam antiquadas, correspondendo à fase da satu-
ração do mercado, e se entra no período de depressão a que corres-
ponde o seu envelhecimento e morte, torna-se necessário o desvio do 
investimento da antiga produção para novos bens ou novos processos 
de fabrico, etc. A este processo visionário, que exige do empresário 
o desvio do investimento das atividades ultrapassadas para as novas, 
chama-se «destruição criadora».
5.4 Para Schumpeter, o empresário é uma «peça» fundamental no pro-
cesso de crescimento económico, porque é um indivíduo visionário, 
empreendedor, tem imaginação, é inovador, condutor de homens e 
move-se pelo lucro. É esta atitude que o torna fundamental na vida 
económica. O gosto pelo risco e a sua capacidade de realização tor-
nam-no na mola que as economias necessitam para avançar.
Teste de avaliação 1 (p. 15)
Grupo I
1. A 2. D 3. A 4. B 5. B
Grupo II
1.1 Verifica-se que, entre 2010 e 2014, todas as regiões perderam valor 
no IDH devido a situações de desigualdade, à exceção da Ásia Orien-
tal e Pacífico, cujo IDH se manteve. No entanto, registam-se maiores 
perdas na Europa e Ásia Central, Estados Árabes e África Subsariana.
1.2 A inclusão da desigualdade permite uma melhor avaliação do desen-
volvimento humano porque desigualdade é sinónimo de perda, seja 
em que domínio for, como: a perda de salário no desempenho de 
funções idênticas ou a dificuldade em aceder a um cargo com iguais 
habilitações, etc. Assim, a inclusão do fator «desigualdade» permite 
corrigir o IDH já que este é uma média que, como todas, não revela ca-
sos particulares. O IDH corrigido em função da desigualdade é o Índice 
de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD). 
1.3 Outro indicador composto que permite avaliar situações de desigual-
dade, mesmo em países com valores elevados do IDH, pode ser o Índi-
ce de Desigualdade de Género (IDG) que introduz ajustamentos ao IDH 
devido às desigualdades verificadas contra um dos géneros. 
1.4 O gráfico ilustra a comparação entre o IDH registado em 2010 e 2014 
com a correção feita pela desigualdade verificada em cada região. 
Como é do conhecimento geral, o IDH tem evoluído em todas as regi-
ões, o que significa mais bem-estar para as populações. No entanto, 
se considerarmos a existência de desigualdades nos países e regiões 
em causa, verificamos que esse IDH regrediu em quase todas as regi-
ões, à exceção da Ásia Oriental e Pacífico. Tal facto significa que, em-
bora as condições de vida das populações, em média, tenham melho-
rado, elas não se estenderam por igual a todos os indivíduos. 
2.1 O gráfico permite verificar que, entre 1991 e 2010, o rácio entre rapa-
rigas e rapazes inscritos nos ensinos primário e secundário melhorou 
em todas as regiões consideradas, à exceção dos países de elevado 
rendimento cujo rácio se manteve nos 100%.
2.2 As regiões com melhores rácios, em 2010, foram os países de ele-
vado rendimento, a América Latina e as Caraíbas, a Ásia Oriental e 
68
SOLUÇÕES
69 69
o Pacífico, a Europa e a Ásia Central, seguidos da Ásia do Sul, Médio 
Oriente e Norte de África e, por último, a África Subsariana. 
2.3 Excetuando os países de elevado rendimento cujo rácio já se situava nos 
100%, as regiões que apresentaram maior evolução foram a África do 
Sul, o Médio Oriente, o Norte de África, a África Subsariana, a Ásia Orien-
tal e Pacífico e, por fim, a América Latina e as Caraíbas.
2.4 O investimento em educação é considerado um fator de crescimento 
económico moderno pelas repercussões que tem na economia. São a 
educação e a formação que permitem o conhecimento e a mudança 
necessárias ao progresso económico. Na sequência da educação vem 
a pesquisa e a investigação, a descoberta e a inovação e o progresso.
2.5 As desigualdades de género na educação podem constituir um forte 
bloqueio ao desenvolvimento humano das populações, pois a ex-
clusão da participação das raparigas no acesso à educação é, em 
primeiro lugar, uma discriminação negativa que impede o seu conhe-
cimento e desenvolvimento pessoal; mas também o é , em termos 
globais, pois representa a exclusão de mais um contributo para o 
progresso e desenvolvimento do país, dado que ambos os géneros 
têm iguais possibilidades avalizadas pelas estatísticas sobre resulta-
dos escolares e empresariais.
3.1 Por crescimento económico pode entender-se a variação positiva e 
sustentada dos valores do produto, rendimento, investimento e em-
prego de um país. 
3.2 Enquanto o conceito de crescimento é essencialmente quantitati-
vo porque mede os valores do Produto/Rendimento de um país, o 
conceito de desenvolvimento humano é mais abrangente dado que 
integra outras dimensões sociais, como a educação e a saúde das 
populações. Será da articulação entre os domínios económico, social 
e cultural que se poderá ter uma perspetiva mais ajustada do bem 
estar ou desenvolvimento humano da população de um país. 
3.3 A estratégia de crescimento económico da China, descrita no texto, 
assentou num conjunto de reformas implementadas gradualmente 
para atrair o investimento estrangeiro, para criar de emprego e pro-
mover as exportações. 
Para tal, a China investiu em educação e saúde, e negociou com as 
empresas estrangeiras a sua participação em empresas comuns e na 
transferência de tecnologia para aumento das competências dos seus 
trabalhadores. Desta forma, a China conseguiu alargar o seu mercado 
através das exportações, tornando-se o segundo maior exportador de 
bens e serviços a nível mundial, a seguir à Alemanha. 
Em síntese, os fatores de crescimento que se podem identificar no 
texto são: a dimensão dos mercados, o investimento em capital físico 
e humano e o progresso técnico.
3.4 Os investimentos em saúde e educação podem complementar uma 
estratégia de desenvolvimento humano na medida em que são uma 
das condições para um melhor desempenho das suas funções sociais, 
nomeadamente as profissionais e, consequentemente, para o bem es-
tar das populações, o que representa desenvolvimento humano.
4. O texto retirado do Relatório do Desenvolvimento Humano de 2014 
afirma que o conceito de desenvolvimento humano tem de ser perspe-
tivado como uma situação de igualdade de oportunidades para todos 
os membros das sociedades atuais, proporcionando uma vida saudá-
vel, produtiva e segura, mas também das futuras gerações – isto é: pôr 
as pessoas em primeiro lugar. Para tal, o PNUD chama a atenção para 
um necessário enquadramento analítico mais alargado e uma revisão 
dos instrumentos políticos disponíveis.
Teste de avaliação 2 (p. 18)
1. D 2. C 3. C 4. A 5. B
II
1.1 O Índice de Gini pode constituir uma forma de avaliar o RNB p.c., em 
termos de desenvolvimento humano. Sendo o indicador RNB p.c. uma 
média, ele não revela situações particulares. É por esta razão que o 
índice de Gini se manifesta fundamental, porque evidencia o grau de 
concentração do rendimento ou desigualdade na repartição desse 
rendimento pela população. Quanto maior concentração do rendi-
mento houver, menor desenvolvimento humano existirá numa popu-
lação, dadas as desigualdades que a concentração traduz.
1.2 A inclusão da desigualdade no valor do RNB p.c. permite uma melhor 
avaliação do desenvolvimento humano porque desenvolvimento hu-
mano significa igualdade de oportunidades.
1.3 O Índice de Gini: 40,8 pertence aos EUA, sendo o outro índice 32,6 
pertencente ao Canadá, pois um maior valor do índice corresponde a 
maior concentração do rendimento e, portanto, maior desigualdade, 
como se pode ver na figura.
2.1 O Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) permite avaliar melhor o 
desenvolvimento humano porque inclui diversas situações de priva-
ção que escapam aos valoreseconómicos. 
2.2 A desigualdade de género é um obstáculo ao desenvolvimento humano 
porque priva todo o país do contributo de uma larga camada da sua po-
pulação. De facto, ao subvalorizar um grupo populacional, dificultando 
ou impedindo o seu acesso a diversas funções, esse país não só perde 
o valor que rejeita, como não permite que uma larga parte desse país 
se sinta produtiva, realizada e feliz. Assim, a desigualdade de género 
constitui um impedimento ao desenvolvimento humano.
3. O gráfico apresenta a percentagem da população em idade ativa 
portadora do ensino secundário ou superior relativamente ao con-
junto de países da Zona Euro, em 2013. O quadro evidencia a posição 
de Portugal nesse conjunto, ocupando a última posição e revelando 
que essa percentagem é de apenas cerca de 40%. 
Ora, reconhecendo que a valorização dos recursos humanos é uma 
das condições para o crescimento económico, Portugal terá de con-
tinuar a apostar no investimento em formação da sua população ativa.
4.1 Os fatores de crescimento económico em que os países do Sul têm 
apostado, e que o texto refere, são o investimento em capital humano 
(reforço das capacidades das pessoas e das competências das empre-
sas); investimento em capital físico (fatores de produção intermédios e 
bens de capital a preços mundiais competitivos); aumento da dimen-
são dos mercados (abertura aos mercados mundiais) e progresso tec-
nológico (adotar know-how e tecnologia de estrangeiros). 
4.2 A estratégia que os países do Sul têm adotado mostra resultados con-
sistentes, dado o rápido desenvolvimento dessas economias. Esse 
conjunto de países, denominados «do Sul», tem tido dificuldades no 
seu crescimento e desenvolvimento, por razões diversas. No entanto, 
há cerca de duas décadas, optaram por um percurso eficaz com apos-
ta nos fatores considerados estratégicos, a que aliaram a possibilidade 
de aprender com a tecnologia e o know-how estrangeiros, obtendo fa-
tores de produção de nível intermédio e produzindo bens de capital a 
preços competitivos que vendem no mercado mundial. 
SOLUÇÕES
2. A globalização e a regionalização 
económica do mundo
Ficha formativa 1 (p. 27)
1.1 Enquanto a mundialização é um conceito essencialmente económico, 
relacionado com as trocas comerciais, com a livre circulação de capital 
e de pessoas à escala mundial, bem como com a implantação de em-
presas e de segmentos dos processos produtivos no espaço interna-
cional, a globalização alarga-se a outras dimensões como a circulação 
de informação, de produtos culturais e dos padrões de consumo.
1.2 A mundialização económica (no que respeita às trocas e aos fato-
res produtivos), fruto da modernização dos transportes e das novas 
tecnologias da informação e comunicação, globalizou a informação, 
os comportamentos em relação ao consumo e aos estilos de vida, 
atingindo os vários domínios da vida social. 
2.1 Os europeus tinham o domínio do comércio marítimo e do tráfico 
de escravos, que lhes proporcionou matérias-primas, mão de obra e 
capital, fatores essenciais ao seu desenvolvimento. O comércio mun-
dial distribuía-se por três polos: 
. África, que fornecia a mão de obra escrava para as grandes planta-
ções de algodão e de cana de açúcar na América; 
. América, que fornecia matérias-primas à Europa;
. Europa, que beneficiava dos elevados lucros do comércio e das 
matérias-primas para o desenvolvimento das suas indústrias. 
2.2 A Europa constituía o centro da economia mundial, na medida em 
que dominava o comércio mundial (mercadorias e mão de obra es-
crava) e concentrava os capitais (fruto dos elevados ganhos com o 
comércio e com o tráfico de escravos).
3.1 A acumulação de capitais, o fornecimento de matérias-primas, as 
inovações tecnológicas e a disponibilidade em mão de obra.
3.2 A mundialização esteve associada à Revolução Industrial na medida 
em que os mercados externos, nomeadamente os mercados colo-
niais, forneciam capitais e matérias-primas para a indústria e com-
pravam os produtos manufaturados. A procura externa estimulou, 
assim, a produção industrial europeia e a modernização do setor. 
3.3 O surgimento da eletricidade e do aço permitiram modernizar os 
transportes ferroviário e marítimo, permitindo abrir novas rotas para 
o comércio, intensificar as trocas internacionais e estimular a circu-
lação de pessoas entre a Europa e outras regiões do mundo (EUA, 
Canadá, Brasil, Áustrália, entre outras). O comércio europeu alcança, 
deste modo, a dimensão mundial. 
4.1 O recuo do processo de mundialização na primeira metade do século 
xx está relacionado com as políticas económicas protecionistas se-
guidas (a nível dos setores agrícola e industrial), em resultado da de-
vastação originada pela I Guerra Mundial (1914-1918) e pela recessão 
económica nos anos 30, período conhecido pela Grande Depressão. 
As políticas protecionistas, a crise económica e o elevado desem-
prego conduziram a uma retração das trocas comerciais e dos movi-
mentos de capitais e de pessoas a nível mundial.
4.2 A II Guerra Mundial contribuiu para o desenvolvimento das indústrias 
associadas à guerra e deu origem a inovações, cujas aplicações contri-
buíram para a modernização das indústrias (automação, robotização) e 
desenvolvimento do setor terciário (comunicações, serviços financeiros, 
audiovisual, etc.). A reconstrução da economia europeia e japonesa no 
pós-guerra, a par da modernização verificada, estimulou a produção 
e criou condições para a recuperação do comércio internacional. Nos 
anos que se seguiram, a abertura das economias ao exterior, decorrente 
dos processos de integração económica (nomeadamente na Europa), 
concorreu para a intensificação das trocas a nível mundial.
5.1 O Acordo Geral sobre a Redução das Tarifas Aduaneiras (GATT), lan-
çado no âmbito da ONU, e que envolveu, inicialmente, cerca de 23 
países, teve como objetivo negociar a redução das tarifas aduanei-
ras, de forma a facilitar as trocas entre os países. 
5.2 A redução das taxas sobre os produtos importados contribui para o 
aumento das importações, pois os produtos ficam mais baratos. Ao 
aumento das importações realizadas por alguns países corresponde 
igual aumento das exportações de outros países, havendo, assim, 
um aumento das trocas internacionais. 
5.3.1 O princípio da não discriminação, que estipula que o regime aduanei-
ro para um determinado produto deve ser igual para todos os países, 
e o princípio da concorrência leal, que pretende garantir trocas com 
condições justas para todos os países, são dois dos princípios que 
visam criar harmonia, equidade, liberdade e previsibilidade nas tro-
cas entre os países, objetivos em que assenta a regulação do comér-
cio internacional.
6.1 As relações de troca são acompanhadas de interdependência entre 
os países, pois os países importadores necessitam dos bens forne-
cidos pelos países exportadores e estes precisam de vender os bens 
que produzem em excesso e das receitas de exportação. Desta for-
ma, os países precisam todos uns dos outros.
6.2 O crescimento das trocas internacionais e o aumento dos fluxos de 
capital entre os países intensifica o comércio mundial, aumentando 
as relações de interdependência entre os países. Assim, quanto mais 
intensa for a mundialização, maior será a interdependência entre os 
países.
7.1 O investimento direto significa a aquisição de uma empresa, ou parte 
de uma empresa, e a abertura de filiais em países estrangeiros, en-
quanto o investimento de carteira consiste na aquisição de ações e 
obrigações por parte de não residentes.
7.2 Uma empresa multinacional é uma empresa com capital disperso 
por vários proprietários, normalmente de várias nacionalidades, que 
localiza as suas atividades produtivas em vários países, sendo as de-
cisões estratégicas tomadas pela sede, localizada, usualmente, no 
país onde o principal dono do capital é residente. 
7.3 As empresas multinacionais ao localizarem os seus investimentos 
em vários países, de acordo com os fatores atrativosoferecidos e a 
rentabilidade esperada, estão presentes em várias zonas do mundo, 
sendo um exemplo de mundialização económica.
7.4 Os movimentos internacionais de capitais, sob a modalidade de investi-
mentos diretos estrangeiros e de investimento de carteira, fazem parte 
do fenómeno da mundialização, na medida em que a procura de maior 
competitividade face à concorrência e de maior rendibilidade, leva o 
capital a dirigir-se para os países que maiores possibilidades de ganho 
ofereçam. Enormes fluxos de capitais movimentam-se com grande li-
berdade pelo mundo, em particular o investimento de carteira, dadas as 
facilidades criadas pelas transações financeiras eletrónicas.
8.1 Os movimentos migratórios têm como principais causas razões de 
ordem económica e de segurança: procura de melhores condições 
de vida (trabalho, salário, habitação, educação e cuidados de saúde) 
e necessidade de segurança devido a guerras, conflitos e persegui-
ções políticas e religiosas.
70
8.2 Os movimentos migratórios, na atualidade, caracterizam-se, maiori-
tariamente, pela saída de pessoas dos países em desenvolvimento, 
nomeadamente dos menos desenvolvidos para os países desenvolvi-
dos, mais ricos, que ofereçam melhores perspetivas quanto ao futuro. 
Mais recentemente, fruto da crise económica que se faz sentir em 
alguns países europeus (Portugal, Grécia e Irlanda), tem-se registado 
um aumento do movimento migratório (não só dos desempregados 
de baixas qualificações mas, também, de jovens qualificados, face às 
fracas expectativas profissionais).
Os EUA, os países da Europa Ocidental (Alemanha, Reino Unido, Su-
íça, França, entre outros) e a Austrália constituem os principais des-
tinos da emigração.
8.3 O aumento dos fluxos de turismo representa uma maior circulação 
de pessoas pelo mundo, pondo em contacto povos e culturas diver-
sos. As fronteiras geográficas e culturais diluem-se, verificando-se 
um maior respeito pelas diferenças e, consequentemente, uma di-
minuição das atitudes etnocêntricas e xenófobas.
9. A internet, ao possibilitar o processamento de dados e a comuni-
cação em tempo real em qualquer parte do mundo, revelou-se fun-
damental no desenvolvimento da atividade económica e financeira 
global: as empresas podem deslocalizar mais facilmente as suas 
atividades ou segmentos dos seus processos produtivos para várias 
partes do mundo, dadas as facilidades de comunicação entre as em-
presas e suas filiais, e, as transações financeiras entre agentes eco-
nómicos, localizados em diferentes regiões do mundo, podem ser 
realizadas em tempo real. A internet constitui, assim, uma inovação 
fundamental para a expansão da economia global.
9.2 As redes internacionais de comunicações, para além da facilitação 
proporcionada à deslocalização de empresas e à criação de um mer-
cado financeiro global (ver questão anterior), possibilitou a criação de 
novas atividades económicas (programação, audiovisual, comércio 
eletrónico, marketing digital, entre outros exemplos), muitas delas 
localizadas na internet e com origem em várias partes do mundo. As 
novas tecnologias de informação e comunicação e as redes de comu-
nicações têm contribuído, desta forma, para a inserção de novas em-
presas, novas atividades e novos espaços na economia global. 
10.1 Polarização do comércio mundial significa que os maiores fluxos do 
comércio mundial estão concentrados em determinadas regiões ou 
países.
10.2 Na primeira fase da mundialização, o principal centro do comércio 
mundial era a Europa, que concentrava os maiores fluxos comerciais 
de mercadorias e de capitais. A seguir ao final da II Guerra Mundial, o 
comércio mundial passa a ser dominado por três polos: Europa, EUA 
e Japão. Com o crescimento das economias dos NPI (Taiwan, Coreia 
do Sul, Singapura, Malásia, Tailândia e Filipinas), da China, do Brasil, 
da Rússia e da África do Sul, os fluxos comerciais passaram a integrar 
novos espaços, com destaque para a China. Estes novos espaços 
constituem zonas de influência dos principais polos do comércio mun-
dial: os EUA com os países da América Latina, o Japão com os países 
da Ásia Oriental e do Sul e a Europa com a Rússia e com África. 
Dentro de cada zona tem-se registado um crescimento das trocas 
comerciais, reforçando o poder comercial dos principais polos do 
comércio mundial.
A China, dado o forte crescimento registado pela sua economia, cons-
tituiu, mais recentemente, um novo polo do comércio mundial.
11.1 A homogeneização dos mercados significa que o mercado de um 
determinado bem é idêntico em qualquer parte do mundo, ou seja, 
as necessidades e desejos dos consumidores portugueses, brasilei-
ros, americanos ou chineses, em relação um determinado bem, são 
idênticos. O consumo massificado traduz padrões de consumo uni-
formes, isto é, bens idênticos são consumidos por milhões de con-
sumidores, em várias partes do mundo.
11.2 Sendo a marca um elemento identificador de um produto ou de uma 
empresa, a circulação de produtos pelo mundo, em termos de pro-
dução e de consumo, é acompanhada pela circulação das marcas a 
eles associadas. Produtos e marcas globais são, assim, elementos do 
mercado global.
Ficha formativa 2 (p. 29)
1.1 Uma empresa transnacional é constituída por várias unidades localiza-
das em diversas partes do mundo. Cada uma das unidades especializa-
-se numa determinada componente do produto final. Ao contribuírem 
para o mesmo produto, estas unidades são complementares e interde-
pendentes, estando organizadas num sistema em rede.
1.2 A organização em rede das empresas transnacionais está relacionada 
com as novas tecnologias de informação e comunicação, pois através 
destas tecnologias as várias unidades comunicam em tempo real, co-
ordenam as suas atividades, relacionam-se com os seus clientes e for-
necedores à escala global e tomam as decisões necessárias.
2.1 A livre circulação do capital pelo mundo (depósitos, créditos, produtos 
financeiros), ligando os mercados financeiros nacionais aos grandes 
centros financeiros internacionais, criou um mercado financeiro global.
2.2 A desregulação do mercado financeiro está associada à livre concor-
rência, originando operações e produtos financeiros de maior risco 
(taxas de juro acima da média, empréstimos sem garantias, futuros, 
etc.). Dada a dimensão global dos mercados financeiros, o aumento 
dos riscos adquire também uma dimensão mundial.
2.3 A descompartimentação dos mercados (fim da especialização entre 
os bancos e entre a atividade bancária e seguradora) e a desinter-
mediação (o mercado de capitais veio substituir o crédito bancário 
enquanto principal fonte de financiamento), reforçam a dimensão do 
mercado financeiro global. 
3.1 Por globalização cultural entende-se a circulação pelo mundo de fil-
mes, programas de televisão, espetáculos musicais, etc. Estes pro-
dutos são consumidos à escala global, por consumidores em todas 
as partes do mundo.
3.2 Aculturação significa a adoção de elementos de outras culturas.
3.3 A difusão global de produtos culturais e de informação através das 
novas tecnologias de informação e comunicação põe em contacto 
culturas diferentes, levando à aquisição de elementos culturais de 
uma cultura por outra.
4.1 Milhões de produtos idênticos são consumidos por milhões de pes-
soas no mundo.
4.2 O consumo de hamburguers McDonald´s, a circulação nas estradas 
de automóveis de marca Opel ou Fiat.
5.1 Estilos de vida são códigos de conduta, próprios de um grupo social.
5.2 A globalização cultural origina comportamentos homogéneos, no-
meadamente em termos de consumo, em qualquer parte do mundo. 
Vestir o mesmo tipo de roupas, ir de férias para a praia, usar a mesma 
SOLUÇÕES
71
72
SOLUÇÕES
marca e modelo de telemóvel, festejar o dia dos namorados, entre 
outros, são exemplos de comportamentos massificados, próprios da 
sociedade global.
5.3 O desejo de individualização pode manifestar-se na adoção de um 
estilo de vida que diferencia os comportamentos dos seus seguido-
resrelativamente aos outros. Os estilos de vida distinguem, deste 
modo, os grupos uns dos outros, contrariando a característica da 
massificação da sociedade global. 
6.1 A liberalização do comércio mundial foi acompanhada de processos 
de regionalização, associados a processos de integração económica, 
que criaram espaços económicos onde os bens, os capitais e as pes-
soas podem circular livremente.
6.2 A atual União Europeia que começou por ser a CEE, o MERCOSUL, a 
ASEAN, entre outros.
7.1 Uma região integrada passa a dispor de um mercado de maior di-
mensão, o que possibilita um aumento das trocas, do investimento 
e da produção, criando-se mais emprego, mais rendimento e maior 
nível de consumo.
7.2 O crescimento das economias integradas tem um efeito de arrasta-
mento das economias não integradas, fruto da interdependência da 
economia global: o aumento do consumo nas economias integradas 
incentiva a produção e a exportação das regiões não integradas; por 
sua vez, o aumento da produção nas economias integradas e os pre-
ços mais baixos, em resultado das economias de escala, incentivam 
as importações das economias não integradas. Outro efeito no cres-
cimento global prende-se com os acordos entre as regiões integra-
das e as não integradas, contribuindo para o crescimento das trocas 
e das economias.
8.1 A integração informal significa que os países podem estabelecer en-
tre si relações comerciais preferenciais, mesmo sem acordos formais 
de integração, beneficiando por essa via do acesso a matérias-pri-
mas e tecnologias, obtendo condições favoráveis ao investimento e 
às trocas.
8.2 A integração regional visando a livre circulação de produtos, de ca-
pitais, de pessoas e serviços, conduz ao crescimento das trocas, ao 
aumento dos fluxos de investimento, à dinamização das atividades 
exportadoras, à mobilidade da mão de obra, fatores que intensificam 
a inserção das economias integradas na economia mundial.
Teste de avaliação 1 (p. 30)
Grupo I
1. C 2. C 3. B 4. A 5. A
Grupo II
1.1 A Europa constitui o centro de economia mundial, dominando o comér-
cio mundial de bens e matérias-primas e concentrando os capitais.
1.2 O gráfico mostra o peso económico dos diferentes países europeus 
no século xvi: Inglaterra, França e os Países Baixos eram os que 
possuíam maior peso económico, ocupando o centro da economia-
-mundo europeia, seguidos da Itália, Espanha, Portugal, Alemanha e 
cidades do Báltico, enquanto os países da Escandinávia, a Irlanda, os 
países da Europa de Leste e as colónias europeias, ocupavam a peri-
feria da economia-mundo europeia, dada a sua menor importância 
económica.
1.3 A economia-mundo europeia, a partir do século xvi, domina em 
termos de poder económico o mundo, embora nem todos os paí-
ses europeus tivessem o mesmo poder económico: a Inglaterra, a 
França e os Países Baixos eram na época o centro do poder, onde se 
concentrava a riqueza e a maior liberdade política. Os restantes paí- 
ses europeus, encontravam-se mais afastados do centro do poder 
económico, com particular destaque para os países da Europa de 
Leste e colónias europeias, caracterizados por relações de produção 
arcaicas, assentes na servidão e no trabalho escravo.
2.1 A mundialização é um conceito essencialmente económico, caracte-
rizada pela mundialização das trocas, pela livre circulação de capitais 
e pela transnacionalização da produção, enquanto a globalização é 
um conceito que ultrapassa a dimensão económica alcançando uma 
dimensão social, cultural e política (dos padrões culturais, ao am-
biente, passando pelos estilos de vida).
2.2 As novas tecnologias de informação e comunicação, bem como a 
internet, constituem fatores impulsionadores da globalização, pois a 
livre circulação de informação, os sistemas de comunicação em rede 
a transmissão de dados por via eletrónica reduziram as distâncias 
geográficas, permitindo o contacto, em tempo real, entre empresas, 
clientes, fornecedores e a circulação de elevados montantes de capi-
tal pelo mundo, aproximaram povos e culturas através dos programas 
televisivos, dos filmes, da música, entre outros exemplos. Com estas 
tecnologias o mundo tornou-se mais pequeno.
2.3 As novas tecnologias de informação e comunicação, a transmissão 
de dados por satélite e a internet eliminaram as fronteiras geográ-
ficas entre os países, sendo difícil aos Estados exercerem um con-
trolo eficaz sobre a sua utilização, quer em relação às empresas, aos 
bancos e demais organizações, quer em relação às comunicações 
interpessoais.
3.1 No ano de 2011, as regiões desenvolvidas concentraram os investi-
mentos diretos mundiais, em particular em termos de fluxos de saí-
da, ou seja, receberam 51,8% do investimento direto mundial e foram 
responsáveis por 71% do investimento direto realizado no mundo. 
As regiões em desenvolvimento ocuparam o segundo lugar, receben-
do 42,6% do investimento direto mundial e dando origem a 24,7% 
do investimento direto no mundo. Para as regiões em transição ficou 
a parte restante do investimento direto: receberam 5,6% do total 
mundial e originaram 4,3% do investimento mundial.
Em 2013, verifcaram-se algumas alterações nas posições: as regiões 
desenvolvidas perderam capacidade atrativa do investimento dire-
to em favor das regiões em desenvolvimento (39% contra 53,6%), 
e baixaram o seu nível de participação no investimento direto mun-
dial (de 71% para 60,8%), embora mantendo a posição dominante. 
As regiões em desenvolvimento e as regiões em transição regista-
ram um acréscimo nas entradas e saídas de investimento direto, com 
maior destaque para as primeiras que assumiram uma posição do-
minante na atração do investimento direto.
3.2 A crise financeira despoletada nos EUA e propagada às restantes 
economias, com destaque para a economia europeia, em resultado 
da globalização financeira, deu origem a uma crise económica que 
afetou toda a economia mundial por efeito da globalização, embo-
ra com maior intensidade a economia europeia, nomeadamente a 
zona euro. Os efeitos da crise foram, deste modo, mais acentuados 
nas regiões desenvolvidas (EUA e Europa ocidental), sendo o inves-
timento direto uma das áreas mais afetadas: entre 2011 e 2013 estas 
regiões perderam atração em termos de entrada de investimento 
72
direto (de 51,8 % para 39%) e viram diminuir a sua participação no 
investimento mundial (de 71% para 60,8%). 
1.1 Para o autor, a globalização poderá conduzir a um aumento do pa-
drão de vida, para a generalidade dos países, beneficiando particu-
larmente os países pobres: acesso aos mercados, nomeadamente 
em termos de exportações, investimento estrangeiro, indispensável 
ao aumento da produção, ao surgimento de produtos novos e à re-
dução dos preços, e possibilidade de trabalhar, estudar e viver no 
estrangeiro, dada a maior mobilidade humana proporcionada pela 
abertura de fronteiras. 
1.2 De acordo com o sentido da afirmação, a globalização não benefi-
ciou todas as pessoas no mundo, havendo setores particularmente 
prejudicados: perda de empregos nos EUA e na Europa em resulta-
do da concorrência da indústria chinesa (custos laborais inferiores), 
perda de empregos na agricultura nos países em desenvolvimento, 
em resultado da agricultura fortemente subsidiada nos EUA e na UE e 
menor proteção dos direitos dos trabalhadores europeus, em nome 
da competitividade, face à concorrência da China e de outras econo-
mias emergentes.
2. A crise financeira iniciada nos EUA em 2007, propagou-se a outras 
economias, especialmente à economia europeia, fruto do mercado 
financeiro global (a derrocada de uns bancos nuns países conduziram, 
pelos créditos, depósitos e aplicações financeiras entre bancos, a der-
rocadas de bancos noutros países) e às suas implicações na economia 
real, de que a crise da dívida é um exemplo. A grave situação finan-
ceira, propagada às economias, resultou numa crise económica global 
(afetando particularmente os países desenvolvidos, nomeadamente 
os países daUE), o que exigiu da parte das autoridades, em especial 
das monetárias (Bancos Centrais), uma coordenação em termos da 
tomada de medidas de controlo da situação (por exemplo, descida 
das taxas de juro de referência, compra de dívida, apoio à capitalização 
dos bancos em dificuldade, etc.).
3.1 As exportações correspondem a vendas de bens e serviços de uns paí- 
ses ao resto do mundo, sendo as receitas obtidas rendimento dos pa-
íses exportadores, contribuindo para a riqueza do país. Por outro lado, 
as exportações resultam da produção interna das empresas dos países 
exportadores. Havendo um crescimento das exportações de um país, 
regista-se um acréscimo da produção, do rendimento, ou seja, do PIB.
3.2 A análise do gráfico mostra que a afirmação de Marshall, segundo a 
qual o comércio internacional constitui a base do progresso econó-
mico dos países, é válida, pois a coorrelação entre o crescimento do 
PIB e o crescimento das exportações é visível no gráfico para a quase 
totalidade dos países. O crescimento das exportações é acompa-
nhado do crescimento do PIB per capita. 
Teste de avaliação 2 (p. 33)
1. B 2. A 3. D 4. A 5. D
1.1 Mundialização das trocas, mundialização das empresas, globaliza-
ção financeira, mobilidade humana, globalização cultural e enfra-
quecimento das regulações estatais.
1.2 A Expansão associada à navegação dos oceanos Atlântico e Índico 
possibilitaram a integração de novas regiões no sistema produtivo e 
de trocas mundiais, bem como no movimento de circulação de pes-
soas pelo mundo.
1.3 Para o desencadear da Revolução Industrial no século xviii, os mer-
cados externos foram fundamentais no fornecimento de matérias-
-primas, na acumulação de capital, essencial ao desenvolvimento das 
inovações e proporcionada pelo tráfico de escravos, e no estímulo à 
produção industrial, através da absorção dos produtos industriais. 
2.1 No final do século xix, a economia-mundo europeia caracterizou-se 
pela expansão da Europa no mundo através dos fluxos de emigrantes 
(cerca de 80 milhões de pessoas) e da saída de capitais (à volta de 
44 milhões de dólares). Para esses enormes fluxos de saída, o Reino 
Unido e a França foram os maiores contribuintes, embora todos os 
países tenham contribuído para a saída maciça de emigrantes euro-
peus em direção aos países do chamado Novo Mundo (EUA, Canadá, 
Argentina, Austrália e Nova Zelândia).
3.1 A homogeneização dos mercados significa que as necessidades e 
desejos dos consumidores são idênticos em qualquer parte do mun-
do, sendo satisfeitos por bens com características semelhantes. Esta 
tendência de homogeneização dos mercados dá origem a consumos 
massificados – milhões de bens idênticos são consumidos por mi-
lhões de pessoas em todo o mundo.
3.2 Milhões de televisores de ecrã plano, de marcas globais, são com-
prados por milhões de consumidores distribuídos pelo mundo.
3.3 Um estilo de vida, enquanto conjunto de códigos de conduta pró-
prios de um grupo, distingue os modos de vida dos vários grupos, 
contribuindo para a sua diferenciação e individualização, contrarian-
do, desta forma, a massificação da sociedade global.
1.1 Em 1980, as economias desenvolvidas foram responsáveis por 
69,9% do PIB mundial mas, em 2010, a sua participação diminuiu 
para 64,1%, enquanto a participação das economias em desenvolvi-
mento no PIB mundial aumentou 21,6%, em 1980 e para 32,6%, em 
2010. As economias em transição viram diminuir a sua participação 
no PIB mundial de 8,5%, em 1980, para 3,3%, em 2010.
1.2 As alterações registadas no contributo das várias economias para o 
PIB mundial mostram os benefícios que a globalização representa para 
as economias, em particular para as economias em desenvolvimento, 
que viram aumentar a sua quota parte no PIB mundial, em resultado 
da sua maior inserção na economia global. A queda da participação 
das economias desenvolvidas e das economias em transição para o 
PIB mundial reflete os efeitos negativos da crise financeira e económica 
que se propagaram, pelo efeito da globalização, às maiores economias 
do mundo e respetivas áreas de influência regional.
2.1 Integração económica significa a reunião de vários mercados nacio-
nais num só de maior dimensão.
2.2 A criação de espaços económicos regionais, através de processos 
de integração económica, constitui uma das formas seguidas pelos 
países no final da II Guerra Mundial, de aprofundar a liberalização do 
comércio como via para o crescimento e desenvolvimento económi-
cos. A livre circulação de bens, capitais, serviços e pessoas em espa-
ços regionais integrados possibilitou às economias um crescimento 
das trocas, nomeadamente das exportações, um maior dinamismo 
da sua atividade produtiva, um aumento da riqueza criada, e conse-
SOLUÇÕES
73
quentemente, um maior rendimento a distribuir e uma melhoria dos 
níveis de vida das populações.
2.3 A atual UE, chamada CEE na altura da sua criação (1957) constitui o 
exemplo mais destacado de um processo de integração económi-
ca que possibilitou, não só a reconstrução económica da Europa no 
pós-guerra, como constituiu a via para um período de forte cresci-
mento e desenvolvimento da economia europeia.
3.1 Os valores mostram que entre 1990 e 2012 se registou um aumento da 
desigualdade no mundo: em 50% dos países analisados verificou-se 
um aumento da desigualdade e em 39,2% dos países registou-se uma 
diminuição da desigualdade; em termos populacionais o aumento da 
desigualdade atingiu 70,6% da população no mundo e a diminuição da 
desigualdade não ultrapassou 25,3% da população mundial.
3.2 Considerando que no período referido se verificou uma intensificação da 
globalização pode dizer-se que o aumento da desigualdade no mundo 
está diretamente relacionado com a globalização da sociedade.
3. O desenvolvimento e a 
utilização de recursos
Ficha formativa 1 (p. 42)
1.1 Queda da taxa de mortalidade geral; queda da taxa de mortalidade 
infantil; aumento da taxa de natalidade; número de imigrantes supe-
rior ao número de emigrantes.
1.2 O fenómeno da transição demográfica representa a alteração do pa-
drão de crescimento de uma população. 
2.1 Etário, sexual, ocupacional.
2.2 A estrutura demográfica de uma população concretiza a forma como 
ela é constituída, seja em termos de escalões etários, seja em termos 
de sexo/género.
3.1 As duas pirâmides permitem verificar que, em cinco anos, os estra-
tos etários mais velhos aumentaram e os mais jovens diminuíram.
3.2 Envelhecimento da população.
3.3 As principais consequências económicas e sociais consistem no 
aumento das dificuldades em sustentar os sistemas de apoio so-
ciais devido ao envelhecimento da população, e mais dificuldades 
para a recuperação da economia, devido ao fenómeno da emigra-
ção de jovens qualificados.
4. Económicas, como a falta de emprego, a pobreza, etc; políticas, que 
implicam o descontentamento com a situação política do país; cul-
turais, decorrentes da vontade de conhecer outras culturas.
5.1 Continentes americano (Brasil, EUA e Canadá) e, particularmente a 
partir da década de 1960, Europa (França, Luxemburgo, Alemanha, 
Reino Unido).
5.2 A maior parte dos emigrantes portugueses do século xx era consti- 
tuída por indivíduos com fraco nível académico, constituindo uma mão 
de obra pouco escolarizada e pouco qualificada; a atual emigração 
portuguesa possui, em geral, o ensino secundário, sendo que uma boa 
parte é constituída por jovens portadores de habilitações académicas 
de nível superior, constituindo mão de obra altamente qualificada.
6.1 Resíduos poluentes da atividade industrial; os tsunamis; as fugas ra-
dioativas. 
6.2 Os resíduos poluentes e as fugas radioativas são fontes de poluição 
resultantes da atividade humana; os tsunamis são fontes naturais, 
acidentais de poluição.
7. São situações contínuas de poluição que atuam em grandes exten-
sões, para as quais não se encontra a causa provável ou não se con-
segue delimitá-la no tempo; é exemplo desta forma de poluição adegradação da água subterrânea.
8.1 Carvão, petróleo.
8.2 Energias alternativas são formas de energia não poluentes, como a 
energia eólica, a energia das marés, a energia verde, etc., que podem 
substituir a energia fóssil.
Ficha formativa 2 (p. 43)
1.1 Transição demográfica.
1.2 O fraco crescimento dos países desenvolvidos resulta da quebra 
muito acentuada das taxas de mortalidade acompanhada de uma 
quebra da taxa de natalidade de tal forma que a taxa de crescimento 
natural é muito baixa.
2.1 A «pirâmide de idades» é um gráfico que representa a estrutura por 
sexo e idades de uma população.
2.2 A «pirâmide de idades» dá-nos a conhecer, por exemplo, o peso dos 
indivíduos mais jovens sobre o total da população e assim perceber se 
estamos em presença de uma população jovem ou de uma população 
envelhecida; também nos permite perceber o peso da população ativa 
no total da população e, assim, perceber se é uma população ativa 
muito sobrecarregada pelos restantes grupos etários; etc.
2.3 Os países em desenvolvimento são países onde, em geral, o grande 
grupo populacional é o da população jovem. Inversamente, os países 
desenvolvidos caracterizam-se por terem uma população envelheci-
da.
3.1 Tsunamis; vulcões
3.2 Furacões; inundações. 
4.1 Externalidades são os resultados externos das nossas ações.
4.2 As externalidades positivas correspondem a efeitos positivos na co-
letividade resultantes da nossa ação; as externalidades negativas são 
o inverso. 
4.3 A recuperação de uma espécie animal e/ou vegetal em vias de extin-
ção; a recuperação das zonas costeiras após uma catástrofe natural, 
etc.
5 . Porque afeta a paisagem natural e pode destruir o ecossistema pon-
do em perigo o equilíbrio das espécies.
6 . São atividades não poluidoras como acontece, por exemplo, com as 
energias alternativas. 
7 . O «princípio de utilizador-pagador» corresponde à ideia de que um 
bem/um serviço, etc. deverá ser pago por quem o consome ou o pro-
duz. No caso da ecologia, significa que o indivíduo/empresa/país que 
polui os bens comuns como o ar atmosférico ou a água dos mares 
deve ser obrigado a repor a situação anterior.
SOLUÇÕES
74
Teste de avaliação 1 (p. 44)
1. A 2. C 3. D 4. C 5. D
1.1 Desemprego; pobreza; discordância política. 
1.2 Desemprego.
1.3 Fala-se de fuga de cérebros quando há um forte movimento emigra-
tório de mão de obra altamente qualificada.
1.4 Tendo em atenção o papel que a educação pode desempenhar 
numa economia, a saúde económica de um país ou região depende, 
exatamente, da sua mão de obra qualificada. São os indivíduos mais 
qualificados aqueles que podem garantir maiores níveis de compe-
titividade, de produtividade e de inovação e, em consequência, o 
desenvolvimento de uma economia. Perante a saída desses profis-
sionais, a economia do país estiola. 
2.1 Na verdade, a maior parte da emigração desloca-se dos países menos 
desenvolvidos para os países mais desenvolvidos, sendo esse proces-
so de natureza económica e, portanto, função da desigualdade na dis-
tribuição mundial da riqueza.
2.2 O rejuvenescimento da população, dado que, uma boa parte dos 
emigrantes são indivíduos jovens; garantia de continuidade da pro-
dução de bens essenciais mas utilizadores de baixos níveis de qua-
lificação que os nacionais dos países recetores, em geral países de-
senvolvidos, já não querem realizar.
2.3 A saída dos indivíduos com o objetivo de procurar melhores condi-
ções de vida, diminui a tensão social que se desenvolve nos respeti-
vos países decorrente das situações de pobreza, de injustiça social, 
etc. Por outro lado, para os países exportadores de mão de obra a 
emigração pode constituir-se numa fonte de divisas em virtude das 
remessas dos emigrantes. 
1. Todas as ações humanas produzem efeitos diferenciados: os objetivos 
que se pretendem atingir com essas ações e os efeitos não previstos 
que essas ações acarretam. Nesse sentido, pode dizer-se que todas as 
ações humanas produzem externalidades. Ora, essas externalidades 
podem ser negativas e, assim, justificar a frase acima. Por exemplo, a 
construção de uma estrada é, em si mesma, uma coisa benéfica para 
a sociedade ao aproximar populações, facilitar as comunicações, etc. 
Todavia, essa construção, independentemente do seu traçado, afeta 
a biodiversidade da região, podendo destruir uma parte do ecossis-
tema, colocando em perigo a flora e a fauna da região. Nesse sentido, 
percebe-se a contradição que a frase acima afirma. 
2.1 Petróleo, esgotos domésticos, desperdícios das atividades indus-
triais, exploração mineira, pesticidas.
2.2 De acordo com o texto, os derrames de petróleo são muito polui-
dores e captam muito a atenção dos média; todavia, outros agentes 
mais comuns e menos mediáticos, como os esgotos domésticos, as 
descargas industriais, a exploração mineira, os pesticidas, etc., têm 
um impacto poluidor bem maior do que o do petróleo. 
2.3 É considerada uma externalidade, por ser o resultado da ação huma-
na e negativa por ter efeitos nefastos no ambiente.
Teste de avaliação 2 (p. 46)
1. D 2. D 3. A 4. C 5. D
1.1 Adicionando o saldo do crescimento natural (diferença entre os valo-
res de natalidade e os valores da mortalidade geral) ao saldo migrató-
rio (diferença entre o número de imigrantes e o de emigrantes).
1.2 Transição demográfica corresponde a alterações do padrão de cresci-
mento de uma população em virtude de alterações significativas nos 
fatores que influenciam esse crescimento (natalidade, mortalidade, 
migrações).
1.3 Os fatores que influenciam o crescimento de uma população estão 
diretamente relacionados com a qualidade de vida das populações 
e, por isso, com o seu nível de desenvolvimento. Assim, a melhoria 
nas condições higiénico-sanitárias contribui para a diminuição do 
número de óbitos; por outro lado, uma população mais instruída tem 
maior capacidade para fazer planeamento familiar com efeitos pre-
visíveis no número de nascimentos; o mesmo acontece com uma po-
pulação mais educada: os jovens, protagonistas de casamentos mais 
tardios resultantes do aumento do número de anos de escolaridade, 
terão menos filhos; o desafogo económico das famílias propicia ao 
alargamento da família; etc. 
2.1 Saída de habitantes do seu país para um país estrangeiro.
2.2 No século passado o grande fluxo de emigração ocorria dos países 
em desenvolvimento para os países desenvolvidos, e era constituída, 
maioritariamente, por indivíduos com fracos níveis de escolarização 
e de formação; atualmente, uma boa parte das migrações interna-
cionais faz-se entre países desenvolvidos e é constituída por indiví-
duos com elevados níveis de educação e formação.
2.3 De facto, Portugal é um caso paradigmático no que respeita à mudan-
ça na sua estrutura migratória. Na segunda metade do século passa-
do, os nossos emigrantes eram fundamentalmente indivíduos pouco 
escolarizados, trabalhadores indiferenciados dominados por um gran-
de objetivo: voltar para Portugal com algum «dinheiro no bolso»; pelo 
contrário, atualmente, uma boa parte dos nossos emigrantes é cons-
tituída por indivíduos jovens, altamente qualificados e que olham os 
países recetores como o lugar onde irão construir o seu futuro. 
2.4 Com o advento da democracia em Portugal, após a Revolução de 
1974, a procura e oferta de educação foram realidades efetivas que 
se concretizaram num número significativo de cidadãos portadores 
do ensino secundário e mesmo de um diploma de ensino superior. A 
educação, em todos os níveis educativos tornou-se um dos direitos 
dos cidadãos que os portugueses souberam aproveitar. Todavia, em 
virtude de inúmeros fatores, nomeadamente a nossa estrutura empre-
sarial, que se caracteriza pelo predomínio das PME, a crise financeira 
global que afetou muito fortemente a economia portuguesa e o de-
semprego, os jovens qualificados são forçados a procurar no exterior o 
emprego digno que o país não lhes disponibiliza.
1. Efetivamente, as fontes fósseis de energia,nomeadamente o carvão 
e o petróleo, são agentes fortemente poluidores que é preciso com-
bater e substituir. Nesse sentido tem-se vindo a procurar e a utilizar 
SOLUÇÕES
75
«novas» fontes de energia, como a energia eólica, a energia solar, o 
biodiesel. Todavia, pelas externalidades que qualquer ação humana 
origina, nem sempre um substituto de um agente poluidor cumpre a 
sua função de preservação do Planeta. Assim acontece com a pro-
dução de combustível a partir de cana-de-açúcar no Brasil, que tem 
originado, por um lado, o desmatamento desorganizado da floresta 
amazónica e, por outro, diminuído o volume de plantações, base ali-
mentar do cidadão brasileiro, substituídas pelas plantações de cana. 
Obviamente, não é no biodiesel que se encontra o problema mas na 
forma como os humanos o produzem. 
2.1 O crescimento económico e o desenvolvimento social das populações 
exigem a produção continuada de inúmeros bens. Todavia, dado que 
os recursos naturais renováveis têm um ciclo de vida para se repro-
duzir e os não renováveis têm uma dimensão física limitada, apenas a 
utilização racional de uns e de outros, assente no princípio de produzir 
apenas o indispensável, possibilita o não desperdício desses recursos 
e garante que a geração atual e as gerações vindouras possam dispor 
dos recursos necessários à sua sobrevivência.
2.2 Numa tentativa de salvaguardar a saúde do Planeta e a reserva de re-
cursos naturais, a comunidade internacional tem tentado, nos diversos 
fóruns ambientais, regulamentar a produção de produtos poluentes 
no sentido de exigir aos países e empresas poluidores a obrigatorieda-
de de pagar os danos causados e de corrigir a situação criada.
2.3 Para que este princípio fosse internacionalmente aplicável seria 
necessário a existência de uma autoridade internacional capaz de 
aplicar as sanções necessárias às entidades poluidoras. Para isso é 
indispensável a existência de um consenso sobre o assunto na co-
munidade internacional. Ora, o problema é que esse consenso não 
existe sendo, aliás, os países simultaneamente mais ricos e mais 
poluidores, como os Estados Unidos da América, aqueles que se 
opõem à aplicação desse princípio.
4. O Desenvolvimento e os 
Direitos Humanos 
Ficha formativa 1 (p. 56) 
1.1 Direitos Humanos são todos os direitos civis, políticos, económicos, 
sociais e coletivos estabelecidos na Declaração Universal dos Direi-
tos Humanos, aprovada pela Assembleia geral da ONU a 10 de de-
zembro de 1948.
1.2 Direitos de 1.ª Geração: «… sem acesso à justiça ou à informação…». 
De 2.ª Geração: «Quem não tem recursos, não tem água potável, (…) 
uma escola e professores.», por exemplo.
1.3 Pobreza absoluta diz respeito a situações em que não existem bens 
essenciais necessários à subsistência das pessoas, ou seja, estas não 
conseguem satisfazer as suas necessidades básicas, como os indivídu-
os que vivem «com menos de 1 dólar por dia» referidos no texto.
1.4 Pobreza e exclusão social, embora sendo conceitos distintos, encon-
tram-se inter-relacionados, pois a pobreza pode conduzir à exclu-
são social. As pessoas sem recursos e que não podem satisfazer as 
suas necessidades básicas, encontram-se num estado de carência 
que pode levar a quebrar laços sociais e a cair na situação de pessoa 
sem-abrigo. As pessoas sem-abrigo são consideradas excluídas so-
cialmente porque existe uma rutura dos laços sociais com a família, 
amigos, vizinhança ou colegas de emprego, associada a uma situa-
ção de penúria que põe em causa a subsistência. 
1.5 Os Direitos Humanos são interdependentes porque a violação de um 
direito põe em causa o respeito pelos outros direitos. Como refere o 
texto: «Quem não tem recursos, (…) sem acesso à justiça ou à infor-
mação, ferramentas essenciais para exigir os seus direitos.»
1.6 A discriminação, no caso do texto, a económica, põe em causa o di-
reito à cidadania porque as pessoas, por um lado, não têm acesso a 
direitos de cidadania, recursos para satisfazerem as necessidades de 
«justiça» e de «informação» e, por outro lado, sem esses direitos bá-
sicos, mencionados no texto, ficam limitadas no exercício de direitos 
de cidadania, como, por exemplo, votar e serem eleitas e participar 
nas decisões sobre os seus destinos.
2.1 Os direitos humanos de segunda geração surgiram no século xix na 
sequência dos movimentos sociais que levaram à conquista de im-
portantes direitos económicos e sociais, como, por exemplo, a jor-
nada das oito horas de trabalho e o direito à contratação coletiva e 
segurança social.
2.2 Os Direitos Humanos são inalienáveis porque pertencem a cada pes-
soa individualmente não podendo ser cedidos por ninguém.
2.3 O direito à paz é um Direito Humano de 3.ª Geração porque é um 
direito coletivo que não diz respeito apenas a uma pessoa individual-
mente, mas sim a um conjunto de pessoas e é de natureza indivisível. 
O direito à paz diz respeito a um grande conjunto de pessoas de uma 
cidade, região, país ou vários países, assim como os direitos ambien-
tais que dizem respeito a toda a humanidade.
2.4 A afirmação de Malala defende a universalidade dos Direitos Huma-
nos porque refere que o direito à paz e à educação dizem respeito a 
todas as crianças do mundo.
2.5 A realizar pelos/as alunos/as.
3.1 Discriminação económica consiste na violação dos direitos eco-
nómicos e sociais porque priva os seres humanos da satisfação de 
necessidades básicas, como as de alimentação, saúde, educação, 
habitação, do acesso ao trabalho e à segurança social, e a uma parte 
dos efeitos do progresso social. Como é mencionado no texto, exis-
tem enormes desigualdade sociais no mundo em que «as 85 pessoas 
mais ricas do mundo têm a mesma riqueza que os 3,5 milhões mais 
pobres», por exemplo.
3.2 A desigualdade de rendimentos impede que haja justiça social por-
que tem implícita a discriminação económica, pondo em causa a 
igualdade de oportunidades (a capacidade de as pessoas em igual-
dade terem o mesmo acesso aos recursos). Esta limitação impos-
sibilita que haja justiça social, isto é, que todos os seres humanos 
tenham o mesmo acesso à satisfação das suas necessidades e aos 
recursos sem discriminações.
3.3 A afirmação do texto considera que a desigualdade constitui uma ame-
aça ao desenvolvimento humano: ao existir desigualdade os seres hu-
manos deixam de estar no centro do processo de desenvolvimento, não 
satisfazem as necessidades básicas nem participando nos processos de 
condução dos destinos das sociedades que integram.
4.1 O gráfico revela que as emissões de gás com efeito de estufa da União 
Europeia a 28, em 2010, se verificaram, por ordem decrescente, nos 
seguintes setores: produção elétrica, indústria, transportes e agricul-
tura. A indústria e os transportes representavam praticamente a mes-
ma percentagem no total de emissões de gás com efeito de estufa.
4.2 O cenário para 2050 das emissões de gás com efeito de estufa da 
União Europeia a 28 por setor revela grandes preocupações ambien-
SOLUÇÕES
76
tais e vontade política em tomar medidas que limitem as emissões de 
gás com efeito de estufa uma vez que os valores das emissões dos di-
ferentes setores apresentam reduções significativas, em 2050.
4.3 O cenário para 2050, de acordo com as tendências das atuais políticas 
da União Europeia a 28, põem em causa o desenvolvimento susten-
tável uma vez que as reduções das emissões dos diferentes setores 
apresentam, para 2050, reduções muito aquém do necessário como 
é evidenciado no gráfico pela linha a tracejado. É, assim, um cenário 
que fica muito aquém do que seria de esperar, tendo em conta as pre-
ocupações explicitadas nas Cimeiras da ONU sobre o ambiente, em 
particular as de Lima e de Paris, realizadas respetivamente em 2014 e 
em 2015, que estabeleceram uma redução do aquecimento do planeta 
para o período posterior a 2020. O desenvolvimento sustentável impli-
ca a redução das emissões de gases com efeito de estufa, responsáveis 
pelo aquecimento terrestre e pelas alterações climáticas paraque não 
se ponha em risco a sobrevivência do planeta e a satisfação das neces-
sidades básicas e o direito ao desenvolvimento das atuais gerações, 
como também, das vindouras.
4.4 Economia e ecologia são interdependentes. O crescimento económico 
tem de estar limitado à sustentabilidade, para que o futuro das no-
vas gerações não seja posto em causa. O modelo de desenvolvimento 
económico a implementar tem de ter em conta o futuro do planeta, ou 
seja, também as gerações futuras, e articular economia e ecologia.
Ficha formativa 2 (p. 58)
1.1 Direitos Humanos de 1.ª Geração violados: «A informação e a liber-
dade de expressão são muito controladas». Direitos de 2.ª Geração 
violados: «horário excessivo e temperaturas insuportáveis» e «baixos 
salários e condições de trabalho», por exemplo.
1.2 Os Direitos Humanos de 1.ª Geração (direitos civis e políticos) surgiram 
com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), na se-
quência da Declaração de Independência dos EUA (1776) e da Revolu-
ção Francesa (1789). Os Direitos Humanos de 2.ª Geração (direitos eco-
nómicos e sociais) surgiram no século xix com as lutas dos movimentos 
sociais, como os sindicatos por salários dignos, melhores condições de 
trabalho e jornada de trabalho de oito horas, por exemplo.
1.3 O texto descreve a discriminação económica que retira aos operários 
recursos fundamentais para a satisfação das suas necessidades e 
condições de trabalho dignas.
1.4 O direito ao desenvolvimento tem subjacente um processo de alar-
gamento das liberdades individuais. O crescimento económico da 
China sem ter em conta as liberdades e garantias dos operários põe 
em causa o desenvolvimento. O «horário excessivo» e «uma vaga de 
suicídios devido aos baixos salários e condições de trabalho» são 
exemplos da ausência de respeito por Direitos Humanos fundamen-
tais e pela liberdade individual dos operários. Amartya Sen defende 
que a liberdade individual é essencial na promoção do desenvolvi-
mento humano, uma vez que o seu exercício, além de ter implicações 
económicas, permite dar voz a todos os seres humanos, implicando-
-os no processo de construção do desenvolvimento humano. Este 
constitui um processo de alargamento das liberdades reais, incluin-
do a satisfação das necessidades básicas e um nível e qualidade de 
vida que respeitem a dignidade humana.
2.1 A percentagem de trabalho infantil no mundo é de 15%, o que quer 
dizer que 15 em cada 100 crianças, com idades compreendidas entre 
os 5 e os 14 anos, exerciam uma atividade económica, entre 2005 
e 2012. A dos rapazes é também de 16%, o que significa que 16 em 
cada 100 rapazes, com idades compreendidas entre os 5 e os 14 
anos, exerciam uma atividade económica, entre 2005 e 2012. E a das 
raparigas 14%, o que quer dizer que 14 em cada 100 raparigas, com 
idades compreendidas entre os 5 e os 14 anos, exerciam uma ativida-
de económica, entre 2005 e 2012.
2.2 As regiões e países que apresentam percentagens de trabalho infan-
til superiores às do mundo (15%) são: a África Subsariana e o con-
junto dos Países Menos Avançados, o que evidencia violações dos 
Direitos Humanos.
2.3 O trabalho infantil é um exemplo de discriminação negativa, porque 
restringe e exclui as crianças que se encontram nesta situação do 
gozo e o exercício em igualdade dos Direitos Humanos das crianças e 
das liberdades fundamentais destas, como o direito a uma vida dig-
na, com educação e qualidade de vida.
2.4 O desenvolvimento humano não pode coexistir com a existência de 
trabalho infantil porque este implica a violação de Direitos Humanos, 
em particular dos direitos das crianças, impedindo que estas tenham 
acesso à satisfação das necessidades básicas, em particular a condi-
ções de vida dignas e ao acesso à educação. Por seu turno, o desenvol-
vimento humano coloca o ser humano no centro do desenvolvimento, 
bem como a satisfação das necessidades básicas, como é o caso do 
acesso à educação em condições de dignidade.
3.1 A ajuda ao desenvolvimento consiste na concessão de empréstimos, 
promoção de investimentos, doações ou fornecimento de bens e 
serviços por países, instituições internacionais ou Organizações Não 
Governamentais (ONG) aos países em desenvolvimento.
3.2 Os obstáculos à eficácia da ajuda ao desenvolvimento são externos 
e provocados pelos países de origem dos fluxos de capitais privados 
para os países em desenvolvimento. Estes «deixam muitas econo-
mias e pessoas vulneráveis», de acordo com as suas estratégias de 
máximo lucro. Assim, o «capital privado é atraído pelos ganhos e 
dissuadido pelo risco, e os fluxos financeiros transnacionais tendem 
a ser pró-cíclicos», ou seja, quando há recessão retiram os capitais 
deixando os trabalhadores no desemprego.
3.3 Dois efeitos para as pessoas vulneráveis da interrupção dos fluxos de 
capitais durante as crises poderão ser, entre outros, o desemprego, 
que provoca uma grande vulnerabilidade à pobreza das populações, 
uma vez que em muitos dos países de onde foram retirados os capi-
tais não existe sequer subsídio de desemprego, associados à pobreza 
e exclusão social. Por outro lado, estas economias entrarão mais fa-
cilmente em recessão com o PIB a decrescer.
3.4 O diálogo Norte-Sul é fundamental para se promover o desenvolvi-
mento, uma vez que é necessário alterar as relações desiguais entre 
o Norte (países desenvolvidos) e o Sul (países em desenvolvimento). 
O Diálogo Norte-Sul surgiu há muitos anos, mas ainda é uma finalida-
de a atingir. Em 1964, sob pressão dos países em desenvolvimento, foi 
criada a CNUCED (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e 
o Desenvolvimento), que tem como objetivo a promoção destas duas 
áreas nos países em desenvolvimento, segundo a perspetiva Fair Tra-
de, Not Aid! (Comércio Justo Sim, Ajuda não!).
4.1 Pobreza consiste numa situação de carência de recursos que impos-
sibilita o acesso aos recursos necessários à satisfação das necessi-
dades básicas e a uma repartição dos rendimentos mais equitativa.
4.2 A referência no que respeita ao conceito de pobreza absoluta é a sub-
sistência e relativamente à pobreza relativa é a desigualdade. Deste 
SOLUÇÕES
77
modo, enquanto a pobreza absoluta diz respeito a uma situação em 
que as pessoas não dispõem dos bens e serviços essenciais à satisfa-
ção das necessidades básicas, a pobreza relativa refere-se à situação 
dos indivíduos que vivem em condições mais precárias do que o con-
junto da sociedade, isto é, abaixo dos níveis e da participação social 
considerados aceitáveis. Na União Europeia são considerados pobres 
os indivíduos e as famílias cujo rendimento é inferior a sessenta por 
cento do rendimento mediano do país (limiar da pobreza), isto é, do 
valor que divide os dados em duas partes iguais. Neste caso, metade 
da população aufere um valor inferior ao rendimento mediano e a ou-
tra metade um rendimento superior a esse rendimento mediano.
4.3 «O risco de pobreza para a população infantil diminui com o nível 
de escolaridade dos pais» porque, como é referido no texto, a taxa 
de risco de pobreza infantil atinge valores mais elevados (37,5%) 
quando os pais apenas completaram o ensino básico; quando o nível 
de escolaridade dos pais é o ensino secundário, a taxa desce para 
14,1%; e quando os pais possuem «habilitações académicas de nível 
superior» a taxa de risco de pobreza infantil reduz-se para 4,1%, isto 
é, em cada 100 crianças, 4,1 correm o risco de pobreza.
5.1 A pobreza e a discriminação económica são interdependentes, uma 
vez que a pobreza constitui uma discriminação económica e é uma 
violação dos direitos económicos e sociais porque priva os seres hu-
manos da satisfação de necessidades básicas, como as de alimen-
tação, saúde, educação, habitação; priva os indivíduos do acesso ao 
trabalho e à Segurança Social e a uma parte dos efeitos do progresso 
social.
Teste de avaliação 1 (p. 60)
1. B 2. A 3. D 4. A 5. C
1.1 Direitos Humanos são um conjunto de direitos civis, políticos, eco-
nómicos, sociaise coletivos que vêm consubstanciados na Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos e salvaguardam a dignidade 
das pessoas. Os Direitos Humanos das pessoas migrantes e refugia-
das não são respeitados pelos dirigentes europeus que se mostram 
«incapazes de dar respostas positivas aos previsíveis problemas 
colocados pelas migrações e pela proteção às pessoas refugiadas, 
limitando-se a medidas como o reforço do controlo das fronteiras» 
como é afirmado no texto.
1.2 Três Direitos Humanos que foram violados poderão ser, entre outros, 
o direito à vida e à segurança, o direito à satisfação das necessidades 
básicas e a uma vida digna como refere o texto: «É uma vergonha que 
os responsáveis europeus, perante as crises de refugiados no Médio 
Oriente e em África, em que centenas de milhares de pessoas fogem 
de guerras, da perseguição e da pobreza, apenas respondam com mais 
vigilância nas suas fronteiras, recorrendo aos mais sofisticados sistemas 
de deteção, incluindo a adaptação de satélites meteorológicos.»
1.3 A interdependência é uma característica dos Direitos Humanos por-
que a violação de um direito põe em causa o acesso aos outros direi-
tos. Deste modo, as «guerras» e a «perseguição» põem em causa o 
direito à vida e à segurança, bem como o acesso aos recursos para a 
satisfação de necessidades básicas, como a alimentação, habitação, 
saúde e educação.
1.4 De acordo com a universalidade dos Direitos Humanos, os Direitos 
Humanos são para todas as pessoas. Porém, «os responsáveis euro-
peus, perante as crises de refugiados no Médio Oriente e em África» 
restringem estas pessoas de direitos fundamentais rompendo com a 
universalidade dos Direitos Humanos, o que está contra a Declara-
ção Universal dos Direitos Humanos.
2.1 A tendência da evolução dos salários no Rendimento Nacional (RN) 
desde a década de 1980 nos países representados no gráfico é, em 
geral, de redução da sua percentagem no RN. Isto quer dizer que a 
percentagem dos salários (correspondente à remuneração do fator 
trabalho) tem vindo a diminuir face à percentagem do fator capital 
(juros, rendas e lucros) que tem vindo a crescer. (RN= salários + juros 
+ rendas + lucros).
2.2 Os países com percentagens dos salários no RN superiores à da União 
Europeia a 15, em 2014, são: a Alemanha, França, Reino Unido e Japão. 
2.3 Os EUA apresentam uma percentagem dos salários no RN inferior à 
dos outros países representados no gráfico e à UE a 15.
2.4 A discriminação põe em causa o exercício da cidadania porque ao 
impedir ou limitar que um ser humano exerça os seus direitos de 
uma forma plena, devido às suas características físicas ou culturais, 
impede que todos os indivíduos que integram a sociedade possam 
exercer os seus direitos, quer na esfera pública, quer na esfera priva-
da, em plena igualdade.
1.1 O Índice de Igualdade de Género sintetiza a complexidade da igualda-
de de género e integra indicadores de género relativos aos seguintes 
domínios: trabalho, rendimento monetário (dinheiro), conhecimento, 
tempo, poder, saúde e a dois domínios satélite: interseção de desigual-
dades e violência de género. Em relação aos países representados no 
mapa podemos concluir que são os países nórdicos os que se aproxi-
mam mais da igualdade de género, com índices mais próximos de 100 
(igualdade de género): a Suécia, Dinamarca, Finlândia e Países Baixos 
apresentam respetivamente 74,3, 73,6, 72,4, e 69,7%. Os outros paí-
ses, como, por exemplo, os do sul da Europa, entre os quais Portugal, 
apresentam índices muito inferiores a 100, encontrando-se longe de 
alcançar a igualdade de género. Nesse grupo encontram-se a França 
com 57,1, Espanha com 54, Portugal com 41,3 e Itália com 40,9.
1.2 São necessárias medidas de discriminação positiva para romper com a 
situação de desigualdade em que as mulheres se encontram.
1.3 Exemplos de medidas que promovam a igualdade de género pode-
rão ser, entre outras, a fixação de quotas para os cargos políticos, a 
erradicação da linguagem sexista, a desconstrução de estereótipos 
de género e a visibilização das mulheres na construção do conheci-
mento, nas artes, na literatura e na história.
2.1 Os países são os EUA, Arábia Saudita, Rússia; Coreia do Sul, Japão, 
Alemanha, África do Sul, China e França.
2.2 Os EUA são o país que emitiu maior número de toneladas de CO2, em 
2010, seguido pela Arábia Saudita, com 17,6 toneladas de CO2 por 
habitante e 17,0 toneladas de CO2 por habitante, respetivamente. 
Estes valores são muito superiores aos dos outros sete países com 
emissões superiores às da média mundial. De notar que a China, em-
bora sendo o maior emissor de CO2 a nível mundial, como conta com 
uma população muito numerosa (1 370 671 245 habitantes em 2014) 
emitia, em 2010, 6,2 toneladas de CO2 por habitante. É de salientar 
SOLUÇÕES
78
as enormes discrepâncias entre os países representados no gráfico. 
O Brasil, a Índia e o Senegal apresentam valores muito inferiores aos 
da média mundial, em particular o Senegal, com uma emissão de 0,5 
toneladas de CO2 por habitante, em 2010.
2.3 Os EUA, país desenvolvido, tem maiores responsabilidades no que 
respeita às questões ecológicas do que a China, país em desenvol-
vimento e emergente. Enquanto a industrialização dos EUA se vem 
desenvolvendo há cerca de dois séculos, a da China é muito mais 
recente, o que confere aos países que iniciaram a Revolução Indus-
trial a partir da segunda metade do século xviii (como o Reino Unido) 
ou no início do século xix (como os EUA) responsabilidades muito 
maiores do que os países de industrialização mais recente. A China, o 
país mais populoso do mundo «transformou-se no primeiro emissor 
de CO2, a partir de 2006. Na Cimeira de Copenhaga, em 2012, esta 
economia emergente não se mostrou interessada em tomar medidas 
para a redução das emissões», como refere o texto, porque não quer 
atrasar o seu crescimento industrial. Além disso, a maior potência 
mundial, os EUA, também «bloqueavam» as medidas de redução 
das emissões de gás com efeito de estufa. 
2.4 O gráfico mostra as elevadas emissões de CO2, por um lado, e as dispa-
ridades entre os países no que respeita a essas emissões, por outro. O 
texto revela que dois grandes emissores de CO2, o maior a nível mun-
dial em valores absolutos – a China – e o maior emissor de CO2 por 
habitante – os EUA – não assinaram os protocolos internacionais no 
que respeita à redução das emissões deste gás com efeito de estufa. 
Esta situação é muito preocupante, pois vem pôr em causa o desen-
volvimento sustentável que exige uma limitação dessas emissões. Não 
se pode pôr em risco a sobrevivência do planeta: a satisfação das ne-
cessidades do presente não pode comprometer a possibilidade de as 
gerações futuras darem resposta às suas.
3.1 Não pode haver desenvolvimento sem liberdade, nem liberdade sem 
desenvolvimento, porque o desenvolvimento humano sustentável, e 
solidário implica o respeito por todos os Direitos Humanos. A impo-
sição de limites ao crescimento económico implica que «a dimensão 
da liberdade pode favorecer uma perspetiva de desenvolvimento 
muito diferente da habitual fixação do PNB ou do progresso técni-
co ou da industrialização». Sem respeito pelos Direitos Humanos 
e, consequentemente, pela liberdade, não existe desenvolvimento, 
mesmo que haja crescimento, progresso técnico e industrialização.
Teste de avaliação 2 (p. 64)
1. B 2. D 3. C 4. D 5. A 
1.1 Os Direitos Humanos são indivisíveis porque não podem ser separa-
dos uns dos outros: a violação de um deles põe em causa o respeito 
pelos outros e todos os direitos são igualmente importantes, não po-
dendo ser hierarquizados. 
1.2 Os Direitos Humanos são universais porque dizem respeito a todos os 
seres humanos independentemente das características físicas, sociais 
e culturais. As culturas têm tendência para considerar que os valores 
em que se baseiam são de caráter universal. Porém, a universalidade 
dos valores passou a ser alvo de discussão e as políticas de DireitosHumanos passaram a ser analisadas como culturais e globais ao mes-
mo tempo, surgindo, assim, a necessidade da sua reconceptualização 
enquanto intermulticulturais, tendo em conta a diversidade cultural. 
O escritor Amadou Hampâté Bâ reforça o caráter universal dos Direi-
tos Humanos, não apagando a diversidade cultural como dimensão 
enriquecedora ao afirmar que: «As nossas diferenças, em vez de nos 
separarem, devem transformar-se em complementaridade e fonte de 
enriquecimento mútuo.»
1.3 Sem paz não pode haver desenvolvimento, uma vez que a vida hu-
mana e satisfação das necessidades básicas ficam postas em causa. 
Amadou Hampâté Bâ afirma que «quando blocos de interesses se 
enfrentam e se digladiam, não se deve acentuar o que nos separa, 
mas sim o que nos une, no respeito pela identidade de cada ser hu-
mano» para que possa haver «paz, sem a qual não poderá haver de-
senvolvimento».
2.1 O custo médio do trabalho por empregado na Zona Euro, em 2014, foi 
cerca de 42 000 euros, em média. Isto quer dizer que um empregado 
na Zona Euro custou, em 2014, em média cerca de 42 000 euros.
2.2 O custo médio do trabalho por empregado em Portugal foi cerca de 12 
900 euros, em média. No contexto da Zona Euro, em 2014, (Alema-
nha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, 
Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, 
Malta, Países Baixos e Portugal) o custo médio do trabalho por empre-
gado em Portugal é dos mais reduzidos, o que significa que os empre-
gados portugueses são os que registam custos mais baixos, a seguir à 
Croácia, Estónia, Eslováquia, Letónia e Lituânia.
2.3 Encontramos enormes disparidades económicas nos países da 
União Europeia com custos médios do trabalho por empregado, em 
2014, que oscilam entre os 6 700 euros na Bulgária e 63 700 euros no 
Luxemburgo. Concluímos que o custo médio do trabalho por empre-
gado no Luxemburgo é 9,5 vezes superior ao da Bulgária.
2.4 Podemos concluir que existem discriminações económicas nos países 
da União Europeia, atendendo às disparidades dos custos médios do 
trabalho por empregado, em 2014, que revelam desigualdades entre 
estes países.
2.5 Uma medida de combate à discriminação económica poderá ser, en-
tre outras, a aproximação dos salários mínimos nos diferentes países 
da União Europeia. 
GRUPO III
1.1 Entre 2005 e 2013 as mulheres representavam: 18% dos cargos mi-
nisteriais em Portugal face a 25% nos países da UE; 30% dos mem-
bros do parlamento face a 23% na UE (que ainda tem menor partici-
pação das mulheres); 22% dos membros das assembleias regionais 
face a 30% na UE; 5% dos conselhos de administração das empresas 
face a 12% na UE e 17% dos membros com poder de decisão no ban-
co central (Banco de Portugal) face a 18% na UE.
1.2 No que respeita ao exercício do poder político e económico, a posi-
ção de Portugal no contexto dos países da União Europeia é de maior 
desigualdade entre mulheres e homens.
1.3 Duas medidas de discriminação positiva a implementar neste domí-
nio para promover a igualdade de género poderão ser, entre outras, 
a existência de normas que promovam a paridade e pesadas multas 
para os partidos que continuem a discriminar as mulheres no acesso 
ao poder. Paralelamente, deve ser promovida nas escolas a igual-
dade de género, através da visibilidade das mulheres na história, na 
SOLUÇÕES
79
produção do conhecimento, na literatura e nas artes, a desconstru-
ção dos estereótipos de género e uma linguagem que não exclua as 
mulheres (linguagem inclusiva).
1.4 Em Portugal não existe igualdade de oportunidades, tendo em conta 
os valores do quadro. Estes revelam uma enorme desigualdade entre 
mulheres e homens nos cargos de poder político e económico, em-
bora saibamos que 60% das pessoas com um nível de escolaridade 
superior são mulheres. A inexistência de igualdade de oportunidades 
implica que não haja justiça social, porque grande parte da popula-
ção não tem acesso aos recursos existentes nem ao exercício de uma 
cidadania plena.
2.1 A Europa encontra-se muito acima dos EUA no que respeita à evo-
lução dos investimentos em energias renováveis, entre 2004 e 2015. 
Apesar de um ligeiro aumento dos EUA no que respeita ao investi-
mento neste tipo de energias, constatamos que, de longe, a União 
Europeia, embora com algum abrandamento, é de longe a maior in-
vestidora em energias renováveis.
2.2 A responsabilidade dos países desenvolvidos e dos países em desen-
volvimento como a Índia, o Brasil e a China, no que respeita à questão 
ecológica, é muito elevada, embora os países em desenvolvimento, e 
que atualmente são também grandes poluidores, defendam que os 
países desenvolvidos são os maiores responsáveis pelos desequilí-
brios ecológicos devido aos seus processos de industrialização com 
mais de 200 anos. 
2.3 A cooperação internacional no domínio da promoção de um desen-
volvimento sustentável é fundamental, porque as questões ambientais 
dizem respeito a todas as pessoas e países. Daí que, para fazer face 
às alterações climáticas, se tenham realizado diversas conferências 
internacionais no âmbito das Nações Unidas (ONU). Ultimamente, as 
Cimeiras de Lima e de Paris, realizadas respetivamente em 2014 e em 
2015, concluíram um acordo de redução do aquecimento do planeta 
para o período posterior a 2020. No gráfico é de assinalar o aumen-
to do investimento em energias renováveis por parte da China (maior 
poluidor mundial), da Índia e do Brasil (países em desenvolvimento, 
considerados também países emergentes, devido ao crescimento das 
suas indústrias e à sua importância como exportadores mundiais de 
produtos manufaturados, de serviços e de capitais).
2.4 Os direitos ambientais são Direitos Humanos de 3.ª Geração ou di-
reitos coletivos (ultrapassam o âmbito individual e dizem respeito a 
muitas pessoas). Foram os povos africanos que introduziram a noção 
de direitos coletivos, ao aprovarem na OUA (Organização de Unidade 
Africana), em 1981, a Carta Africana dos Direitos Humanos. Foram, 
então, estabelecidos os direito dos povos ao desenvolvimento e a um 
ambiente equilibrado. Em 1986, a ONU passou a integrar também os 
direitos coletivos: direito à paz, direito ao desenvolvimento, direito a 
um ambiente equilibrado e direito ao usufruto do património da Hu-
manidade. O aquecimento do planeta, as alterações climáticas e as 
catástrofes ambientais verificam-se em todo o planeta e não apenas 
nos países poluidores. Dizem respeito a toda a Humanidade, sendo 
necessário defender a sustentabilidade, para que as gerações vin-
douras tenham direito a um desenvolvimento humano e sustentável.
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