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1 MECANISMOS SINTÁTICOS 1 1. Sumário 2. NOSSA HISTÓRIA .................................................................................................................... 2 3. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 3 4. o que é sintaxe....................................................................................................................... 3 a. Análise Sintática ................................................................................................................. 4 Ainda nessa frase, você pode identificar alguns termos integrantes, veja: ............5 núcleo do sujeito: menina ........................................................................................5 adjunto adnominal: bonita ........................................................................................5 núcleo do predicado verbal: afaga .........................................................................5 complemento verbal (objeto direto): animal de estimação .................................5 adjunto adnominal: de estimação ...........................................................................5 2.1.1 Gramaticalidade e Agramaticalidade ..............................................................5 5. o campo de atuação da sintaxe ............................................................................................... 6 a. A Estrutura Sintagmática do Português ................................................................................ 7 1.1.1 Tipos de Sintagmas ........................................................................................ 11 6. Estudo dos termos da oração (Período simples) ..................................................................... 14 a. Estudo do Sujeito da Oração ............................................................................................. 18 1.1.2 Núcleo Do Sujeito ........................................................................................... 18 7. Tipos de sujeito.................................................................................................................... 19 a. Classificação do Sujeito ..................................................................................................... 19 1. Referências.......................................................................................................................... 22 2 2. NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 3. INTRODUÇÃO Não é preciso ser um cientista da linguagem para saber qual a disposição adequada das palavras em uma frase. Mas se os falantes de uma língua têm condições de criar sentenças compreensíveis sem estudar formalmente os princípios da sintaxe, para que ela serve? Nesta apostila, você vai perceber que pode enriquecer muito a escrita e a percepção dos efeitos de sentido em um texto quando se apropria das relações sintáticas entre os termos de uma oração. Além de estudar os procedimentos metodológicos dessa área, você vai descobrir também qual foi o sujeito que “inventou” esse tal de predicado. 4. O QUE É SINTAXE Sintaxe vem do termo grego syntaxis (ordem, disposição). Tradicionalmente, ela se refere à parte da Gramática que descreve o modo como as palavras são combinadas para compor as sentenças. Essa descrição é organizada sob a forma de regras. A sintaxe trata das relações que as unidades contraem no enunciado. Seu ponto de partida é a combinação de formas livres, que segue dois princípios: a sucessão e a linearidade – ou seja, as unidades se sucedem umas após as outras numa linha temporal. Por exemplo, você só pode explicar a expressão “a menina afaga o seu cachorro” por meio de uma sucessão linear de unidades: a + menina + afaga + seu + cachorro. Você pode perceber que, em português, há uma sequenciação possível: menina + afagar + seu + bichinho + de + estimação, que leva à realização “a menina afaga seu bichinho de estimação”, e não *estimação seu afaga bichinho a menina. Dessa forma, a própria língua apresenta elementos possíveis a fim de alterar a ordem estrutural. Ou seja, a sua capacidade como falante já é suficiente para que você tenha algumas informações a respeito da estrutura sintática. Ao falar, você automaticamente faz essa relação de ordem das palavras, pois apenas assim será compreendido. O caráter básico da sintaxe é a relação, que resulta na subordinação de um termo a outro. Com isso, temos a hierarquização dos constituintes oracionais. 4 Entretanto, a ordem linear, ou sucessão real, dos elementos na sequência falada não precisa necessariamente coincidir com a sequência determinada por regras de dependência e hierarquização. Por ser um dos componentes básicos da linguagem, a sintaxe tem por objetivo principal fazer certos conteúdos semânticos serem veiculados por meio desequências. Por isso, os tipos de elementos utilizados para estruturar as sequências e dos quais resultam graus diferentes de coesão entre os constituintes variam muito de língua para língua, mas o esquema e o mecanismo de estruturação do enunciado são constantes. a. Análise Sintática A análise sintática é o método que você deve utilizar quando quiser compreender a estrutura de uma oração. Para utilizar este recurso de análise, você precisa conhecer os termos da oração e a função sintática exercida por cada um deles. De forma geral, você pode identificar os termos da oração em dois grupos: um contendo os termos essenciais ou fundamentais, que são o sujeito e o predicado; outro contendo os termos integrantes, que são o complemento verbal, o complemento nominal e o agente da passiva, e os termos acessórios, que conhecemos por adjunto adverbial, adjunto adnominal e aposto. Relembre a função dos termos essenciais na oração: A menina bonita afaga seu bichinho de estimação. sujeito: a menina predicado: afaga seu animal de estimação FIQUE ATENTO: A sintaxe é a área dos estudos linguísticos que se ocupa das relações entre as palavras na oração e entre as orações no período. Existe uma ordem estrutural prevista pela língua e existe uma ordem linear estabelecida pelas necessidades da fala 5 Ainda nessa frase, você pode identificar alguns termos integrantes, veja: núcleo do sujeito: menina adjunto adnominal: bonita núcleo do predicado verbal: afaga complemento verbal (objeto direto): animal de estimação adjunto adnominal: de estimação Fazer a análise sintática de uma oração significa separar cada um de seus elementos e classificar de acordo com suas características. A compreensão dessa estrutura da frase vai ajudar você a escrever e pontuar corretamente.2.1.1 Gramaticalidade e Agramaticalidade Gramaticalidade é a característica de toda fala ou escrita que segue a gramática da língua. Já agramaticalidade é o oposto disso, havendo comprometimento da estrutura da frase. Para que você entenda melhor essa definição, precisa saber que o uso do termo agramaticalidade está vinculado ao uso de outro termo e serve como uma opção com mais especificidade, acompanhe: O termo erro é caracterizado como o uso inadequado da língua, mas que não compromete o entendimento. Em geral é associado a aspectos culturais e sociais do falante. Precisamo analisa os trabalho para que seje identificado a fonte dos erro. Aqui, você encontra erros de ortografia e de concordância; contudo, a mensagem foi entendida, sem perda de informação. O termo agramaticalidade refere-se à “quebra” de regras gramaticais que comprometem o entendimento e a comunicação SAIBA MAIS: Os termos essenciais da oração podem ser desdobrados em classificações específicas (sujeito simples, sujeito composto, predicado verbal, predicado nominal, etc.) e em termos integrantes e acessórios, que também possuem classificações específicas. 6 Não frio fez nossa na viagem. Neste exemplo, você pode perceber uma total desestruturação da frase, que faz ela perder o sentindo e não ser compreendida. Ou seja, a agramaticalidade ocorre quando uma inadequação estrutural é cometida na formação de uma oração. Isso está diretamente relacionado ao que você viu sobre a importância de saber realizar uma análise sintática. 5. O CAMPO DE ATUAÇÃO DA SINTAXE Os objetos de estudo da sintaxe são, portanto, todas as relações que ocorrem no eixo sintagmático da língua. Daremos preferência, neste momento, àquelas que se formam entre palavras, gerando os sintagmas, e àquelas que se realizam entre estes, gerando as orações. Cabe aqui uma primeira distinção entre aquilo que se considera frase e o que se convencionou chamar de oração. A frase é considerada qualquer unidade linguística de comunicação que, do ponto de vista da oralidade, caracteriza - se por uma entonação própria da situação em que se realiza. Pode constituir-se em uma única palavra, em uma interjeição (Que calor!/Quem?/Olá!) ou em enunciados mais complexos (Hoje vai chover./Você viu o meu gatinho?). Ainda que, em qualquer nível de análise das unidades linguísticas, a força das leis sintáticas deva ser sempre exercida, é somente quando a frase contiver em si todos os dados para a comunicação, sem a necessidade da mímica ou da situação para completá-los, que poderá ser tomada como oração. Logo, consideremos oração como uma frase que se presta a uma análisesintática de seus constituintes, liberta de seu contexto, e que deve exibir, de maneira clara ou oculta, um núcleo verbal. Dessa forma, a oração reúne, na maioria das vezes, duas unidades significativas, chamadas sujeito e predicado: Os alunos atentos estudam as lições todos os dias antes do jantar. Os alunos atentos estudam as lições todos os dias. Os alunos atentos estudam as lições. Os alunos atentos estudam. Estudam. 7 Reduzindo-se paulatinamente os termos constituintes desses enunciados/períodos, percebe-se que o único indispensável é o verbo, justamente aquele que se considera o núcleo da oração. Já as frases têm um comportamento comunicativo mais amplo e independente da existência ou não desse núcleo verbal, isto é: a frase é capaz, diferentemente da oração, de subsistir mais em função (ou tão somente) dos elementos de situação ou extralinguísticos. Observe: – Olá! (= frase) – Tudo bem? (= frase) – Tudo. (= frase) – Você vai ao baile? (= frase e oração) – Não. (= frase) – Eu vou/porque sou um ótimo bailarino. (= frase e duas orações) A partir do exemplo acima – uma situação de encontro e conversa entre duas pessoas –, é possível perceber como somente as frases que também consti tuem orações podem ser retiradas desse contexto e, ainda assim, prestar-se a uma análise sintática de seus constituintes (podem “sobreviver”, independentemente da situação). Conclui-se, então, que toda oração pode ser frase, mas nem toda frase pode ser oração. Convencionou-se chamar de período, por sua vez, todo enunciado quese comportar como oração, podendo ser simples ou composto, no caso de apresentar, respectivamente, uma ou mais orações. Para simplicidade de localização em um texto escrito, todo período é delimitado graficamente por uma palavra iniciada por letra maiúscula e um sinal de pontuação final, como pontofinal, interrogação, exclamação e reticências. Temos, assim, no exemplo acima,umperíodo simples (Você vai ao baile?) e um período composto (Eu vou porque sou um ótimo bailarino.) a. A Estrutura Sintagmática do Português Quando nos referimos à hierarquia gramatical de unidades linguísticas (morfema → palavra → sintagma → oração → texto), observamos que os constituintes imediatos das orações são os sintagmas e não as palavras. Na condição de palavra, a unidade linguística presta-se a uma análise de seus constituintes estruturais (os morfemas dependentes, ou seja, radical, desinências, prefixos etc.) e aceita apenas denominações quanto à sua classificação gramatical. A palavra leão, por exemplo, 8 está dicionarizada como substantivo masculino e é esse o seu status quando vista ou analisada em uma perspectiva “vertical”. Essa mesma palavra, porém, assume o status de sintagma quando, no eixo horizontal, relaciona-se, combina-se comoutra palavra ou com outro sintagma, sob uma perspectiva de análise na “horizontal”. Nesse momento, a palavra leão assume uma identidade que passa a ser também sintática, dependendo de sua posição no eixo sintagmático e das relações que possa estabelecer com outros sintagmas. Em sentido amplo, todo sintagma é a construção que resulta da articulação de pelo menos duas unidades linguísticas, em qualquer nível de análise. Esse conceito segue, ainda, o pioneirismo linguístico de Saussure para quem sintagma é a combinação de formas mínimas em unidade linguisticamente superior. Desse conceito inicial, pode-se inferir que uma palavra, por exemplo, também é um sintagma (lexical, no caso), uma vez que resulta da articulação entre duas formas mínimas hierarquicamente inferiores (um radical + uma desinência, por exemplo). Da mesma maneira, um sintagma oracional seria o resultado da combinação entre duas formas anteriores: um sujeito (um sintagma nominal) e um predicado (um sintagma verbal). Todavia, restringiremos, em nosso estudo, esse conceito a uma perspectiva que reflete melhor o uso da língua pelo falante. Para isso, consideraremossintagma toda construção sintática que constitua um “bloco” significativo ou funcional que pode “mover-se” no eixo horizontal. Esse “bloco” é formado a partir de uma ou mais unidades linguísticas do nível imediatamente inferior, ou seja, por palavra: pertencente ao arquivo aberto: como telefone; ƒ substitutiva: como ele; ƒ combinada com outra(s) do arquivo fechado ou do arquivo aberto: como meu telefone/meu telefone vermelho. SAIBA MAIS: Saussure Ferdinand de Saussure (Genebra, 26 de novembro de 1857 — Morges, 22 de fevereiro de 1913) foi um linguista e filósofo suíço, cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da linguística enquanto ciência autônoma. 9 Os sintagmas estruturam-se mediante os mais diversos arranjos e combinações, segundo as leis sintáticas da língua e/ou a intenção do falante. Confira como os sintagmas do quadro a seguir (à direita) são formados só pelo núcleo significativo (palavra à esquerda) ou por ele e palavras circundantes, como determinantes e/ou modificadores/intensificadores: Tabela 1 São essas unidades uninucleares ou grupais que contraem entre si diferentes posicionamentos sintagmáticos e, dessa forma, desempenhamas chamadas funções sintáticas. Dito de outra maneira, as funções sintáticas originam-se das posições e das relações que os diferentes tipos de sintagma assumem entre si em uma oração. Percebe-se facilmente que o falante da língua não processa qualquer enunciado sílaba por sílaba, ou palavra por palavra, seja falando, lendo ou escrevendo. Se alguém, por exemplo, fizesse um ditado sílaba por sílaba ou palavra por palavra para outra pessoa, esta não compreenderia de imediato o significado global do que foi ditado. O ouvinte precisaria reorganizar essas unidades para formar unidades superiores a sílabas e superiores a palavras a fim de apreendero significado integral do que foi ditado. Isso ocorre porque o falante da língua “sabe” intuitivamente que os verdadeiros constituintes da oração são os sintagmas. Veja os exemplos: Aqueles passarinhos + fizeram seus ninhos em um galho de árvore ou Aqueles passarinhos fizeram + seus ninhos + em um galho de árvore ou Aqueles passarinhos + fizeram + seus ninhos + em um galho de árvore O que acontece com qualquer falante da língua, ao processar enunciados escritos, é que ele o faz “dividindo” esses enunciados em blocos significativos que 10 podem, inclusive, mudar de posição no eixo sintagmático. São esses blocos (ou “as combinações de unidades linguísticas de nível inferior”) que constituem o que chamamos de sintagma. Vejamos o que ocorre com a mesma oração-exemplo, se tomarmos, deuma forma prática e fácil, o verbo como ponto de apoio e fizermos este tipo de segmentação: Figura 1 Poderíamos ter as seguintes possibilidades de reorganização desses blocos (sempre tomando o verbo como ponto de apoio): 3 + 2 + V + 1; ƒ 3 + V + 2 + 1; ƒ V + 3 + 2 + 1; ƒ 2 + 1 + 3 + V etc Dessa maneira, é possível concluir que a construção do exemplo acima tem três sintagmas que se movem no eixo horizontal, em função de um ponto de apoio – o verbo –, ocupando as posições mais variadas possíveis e propiciando ordens ou “arranjos” de leitura em um número muito grande de possibilidades. Observe também que alguns desses arranjos (2 + 1 + 3 + V, por exemplo) “soam” muito mal aos ouvidos do falante, dificultando, até mesmo, o entendimento do enunciado. Isso significa que existem arranjos sintagmáticos mais próximos ou mais distantes de certo padrão linguístico em uso, o que resulta em uma maior ou menor familiaridade para o falante. É issoque chamamos de força das leis sintáticas em uma língua. O português também tem as suas e, adiante, veremos qual é esse padrão de construção de frases em nosso idioma. Tomemos outro período simples: Em certos dias enevoados, o sol de verão parece ficar muito fraco. 11 No exemplo acima, destacando-se outra vez o núcleo verbal como referência, teríamos dois sintagmas anteriores a ele: em certos dias enevoados o sol de verão e um posterior a ele: muito fraco Os sintagmas organizam-se em torno de um elemento fundamental, aoqual chamamos núcleo. Assim, o sintagma o sol de verão tem por núcleo o substantivo sol, e o sintagma muito fraco tem por núcleo o adjetivo fraco. Por isso, dizemos que o sol de verão é um sintagma nominal, pois tem como base ou núcleo uma palavra substantiva, e que muito fraco é um sintagma adjetival, pois sua base nuclear é um adjetivo. Já o sintagma em certos dias enevoados tem uma configuração diferente: em + certos dias enevoados, ou seja, é formado por uma preposição e um sintagma nominal. Esse é o caso dos sintagmas preposicionados(SP), que poderiam ser representados pela seguinte fórmula: SP = preposição + SN. Assim, é possível perceber que, na frase abaixo: Figura 2 Também existe um SP, formadopela estrutura em + um galho de árvore. 1.1.1 Tipos de Sintagmas Para observar como se constroem frases/orações na Língua Portuguesa e entender o que são funções sintáticas, é necessário antes analisar melhor a estrutura dos sintagmas, ao menos daqueles que nos interessam para este estudo. O sintagma nominal (SN) é uma unidade significativa da oração que sempre terá como núcleo uma palavra de natureza (ou base) morfológica substantiva, podendo esse núcleo vir circundado por determinantes e/ou modificadores nominais. 12 As possibilidades de combinações são infinitas: Figura 3 Com o núcleo substantivo anel, poderíamos construir, por exemplo, os seguintes sintagmas nominais: este meu anel de ouro branco aquele dourado anel caro demais nenhum anel com gravação dourada este meu anel com gravação dourada Observe como os modificadores do núcleo substantivo de um sintagma nominal podem ser, eles mesmos, um sintagma adjetival (caro demais) ou um sintagma preposicionado (de ouro branco, com gravação dourada). O sintagma adjetival (SA) tem como núcleo um adjetivo que, da mesma forma como ocorre com o sintagma nominal, pode ser constituído apenas por esse adjetivo ou circundado por outros elementos, como advérbios intensificadores (A), modificadores adverbiais (B) ou sintagmas preposicionados (C). Observe, respectivamente: A) Estes anéis são caros demais. (adj. + intens.) B) Ela se mostrou surpreendentemente honesta. (modif. adv. + adj.) C) Andar pode ser favorável à saúde. (adj. + sintag. prepos.) O sintagma preposicionado (SP), como já dito, constitui-se de preposição + sintagma nominal. Esse tipo de sintagma pode articular-se a um: substantivo – como [sol de verão], ƒ adjetivo – como [favorável à saúde], ƒ MODIFICADORES NOMINAIS: Na falta desses elementos circundantes, o núcleo sozinho constituirá o sintagma, desde que seja uma palavra substantiva ou substantivada, como ele, nós, alguém, tudo, quem, (o) cantar etc. 13 verbo – como [preciso de ajuda Veja mais estes exemplos: A) Os pássaros de topetes azuis constroem seus ninhos no alto das montanhas. B) Os cidadãos honestos precisam do auxílio da polícia. Na verdade, em (B) temos dois sintagmas preposicionados: I. de topetes azuis (que se articula a pássaros) II. no alto das montanhas (que se articula ao verbo constroem) Internamente ao sintagma (II), temos um outro SP: das montanhas (formado por de + as montanhas e articulado ao termo anterior alto) Em (B), temos um primeiro SP do auxílio da polícia(de + auxílio da polícia) e, internamente a este, da polícia (de + a polícia). Um sintagma adverbial, por sua vez, é aquele cujo núcleo é um advérbio, ainda que essa nomenclatura geralmente não seja usada. Sintagmas com advérbio nuclear podem sozinhos constituir o sintagma ou vir acompanhados por um intensificador ou um modificador. Formam-se, portanto, de modo semelhante aos sintagmas adjetivais. Funções adverbiais (como modificadores circunstanciais) também são costumeiramente exercidas pelos sintagmas preposicionados, uma vez que apresentam as mesmas características morfossintáticas e, inclusive, semânticas de um advérbio. Perceba a perfeita correspondência que há em: (A) A chuva cai cedo. (B) A chuva cai de manhã. (C) A chuva cai à mesma hora. Finalmente, falta comentarmos o sintagma verbal, que é um dos elemen-tos básicos da oração. Esse tipo de sintagma tem o verbo ou a locução verbal como núcleo, podendo constituir-se apenas por esse núcleo ou apresentar diversas 14 configurações, quando acompanhado de outros tipos de sintagmas. É o que temos a seguir: (A) As crianças adormeceram. (B) O professor perdeu as provas dos alunos. (C) Todos podem precisar de mais dinheiro. (D) Os amigos enviaram condolências à família. De todos os sintagmas descritos, percebe-se que apenas o verbal nãopode deixar de figurar em uma oração e, no eixo sintagmático, vai exercer sempre a mesma função, a de predicado. Os demais tipos de sintagma poderão exercer funções diversas, dependendo das relações que desempenharementre si e das posições que ocuparem na linha horizontal. Apenas o sintagma adverbial, com núcleo advérbio, terá também uma função sintática fixa: a de adjunto adverbial. 6. ESTUDO DOS TERMOS DA ORAÇÃO (PERÍODO SIMPLES) Já vimos que os enunciados de um texto qualquer podem ser organizados sob a forma de períodos simples ou compostos, desde que apresentem, respectivamente, uma única oração ou mais de uma. Quando o período é composto, haverá também uma relação sintática entre suas orações constituintes. Essa relação pode ser de simples superposição, uma oração após a outra, sem nenhuma dependência sintática entre elas, como em (A), ou com variados tipos de dependência, como em (B): (A) Casais passeiam de mãos dadas,/ crianças jogam bola no gramado,/ o sol de outono brilha sonolento. (B) As crianças pediam/ que os pais as acompanhassem ao parque,/ porque ainda não tinham idade para isso. A esses dois mecanismos básicos de relação sintática que ocorrem em períodos compostos damos os nomes de coordenação e de subordinação, respectivamente.O que nos importa, no momento, são as relações sintáticas que ocorrem nos períodos simples (ou nas orações que compõem os períodos 15 compostos,isoladamente apreendidas). Tais relações ocorrem entre os diversos sintagmas que constituem essas orações, tendo o verbo como centro ou elemento fundamental dessa construção. Se toda oração deve necessariamente apresentar um sintagma verbal comoseu constituinte obrigatório, o mesmo não se pode dizer de outro constituinte, este de natureza gramatical e não meramente semântica: o sujeito. O sujeito de uma oração é uma noção gramatical – uma função sintática – que está muito além de ser entendida de uma maneira apenas ou predominantemente semântica, como tem ocorrido. Façamos de início, alguns comentários a respeito do que se costuma afirmar sobre sujeito da oração, para, depois, analisarmos melhor esse importante dispositivo sintático. Primeiramente, considerá-lo termo essencial da oração já apresenta uma série de exceções, pois, como se sabe, há inúmeros casos de orações sem sujeito em português: (83) Chove demais no outono. (84) Está fazendo muito calor nesta cidade. (85) Não houve comida suficiente para os convidados. (86) São sete horas da manhã. Nesses exemplos, e também em (90) e (91), a posição de um sujeito “quenão existe” seria apenas, gramaticalmente, uma ausência significativa – se quisermos definir oração como SN + SV, isto é, um sintagma nominal seguido de um sintagma verbal: Tabela 1 Dizer também que sujeito da oração é o termo sobre o qual se afirma ou se declara algo pode até significar que, de (83) a (86), não se declara coisa alguma, visto que não há termo ao qual a declaração seja dirigida ou que se afirma algo sobre o 16 tempo, sobre a comida ou sobre as horas. Em (88), meus dois anéis seria sujeito, pois se afirma que são “de prata”, mas o cofre também seria, pois se afirma que ele “fica na sala” (!). Obviamente, esses comentários não são nada pertinentes, mas, em função de um conceito baseado em interpretação ou considerações subjetivas, o que impede que sejam feitos? Da mesma forma, há quem diga que sujeito é aquele que pratica a ação expressapelo verbo, o que, em uma oração como (92), pode levar o pobre usuário da língua à loucura, pois o sujeito o garotinho não pratica ação nenhuma, ou pode fazê - lo perguntar por que (93) não teria sujeito, uma vez que o verbo não expressa ação (somente orações construídas com verbos que indicam ação teriam sujeito?): (92) O garotinho apanhava demais dos amiguinhos. (93) O pobre cãozinho estava sonolento. Perceba como essas tentativas tradicionais de caracterizar o sujeito da oração são baseadas em considerações de natureza semântica, isto é, na necessidade de saber o significado (subjetivamente oscilante) do que seria essencial, do que é declarar, do que é ação. Também de uma forma subjetiva, seria impossível entender por que em uma oração como alguém quebrou o vaso o sujeito não é indeterminado e por que em quebraram o vaso o sujeito é indeterminado e não oculto. Há que se comentar também um último expediente, ainda muito usadoem livros didáticos: para descobrir o sujeito, pergunte “quem?” ou “o quê?” para o verbo da oração. Entre outras falhas, esse mecanismo “prático” só funciona quando o sujeito da oração é tão óbvio que a pergunta nem precisaria ser feita. Além disso, o método leva a confusões fatais, pois, para descobrir o objeto direto da oração, também se aconselha perguntar “o quê?” ao verbo (!). Observe: (94) Caíram do varal as roupas estendidas. Deveríamos perguntar “o que caiu?” ou “caiu o quê?”. Não deveríamos terperguntado “quem?” para descobrir o sujeito? E estendidas faz ou não parte do sujeito? Ou faz parte do objeto direto? Se eu já souber, de antemão, que devo fazer a pergunta com “quem?“ ou com “o quê?”, é porque já sei, também de antemão, qual é o sujeito e, portanto, a pergunta se torna inútil. É necessário estudar o sujeito da oração além de uma definição semântica, examinando-o primeiro sob uma perspectiva predominantemente morfossintática, 17 quando se observam sua base morfológica e sua função no eixo sintagmático. Após identificar o sujeito é que se poderiam tecer considerações quanto a “o que ele significa” em um contexto textual. As orações em português organizam-se, como já mencionamos, mediante uma disposição dos sintagmas na cadeia falada que obedece a um determinado padrão de construção, que podemos agora chamar de padrão sintático de construção: S V C em que S = sujeito; V = verbo e C = complemento. Isso significa que a posição S, quando preenchida, será ocupada por um determinado tipo de sintagma e que a soma V + C (o predicado ou o sintagma verbal) será representada por determinado tipo de verbo, que poderá ser acompanhado de certo tipo de complemento (obrigatório ou não). A posição C, por sua vez, também poderá ser representada por um tipo de sintagma com certas características próprias. Quando a posição S não for ou não puder ser preenchida, a oração se constituirá apenas do predicado (um V sozinho ou um V + C). Observe: Tabela 2 Temos, de (95) a (97), um SVC completo, com a posição C sendo representada por um complemento obrigatório em (95) e (96). Em (97), há dois complementos obrigatórios na posição C e, em (98), um complemento não obrigatório. A posição S fica vazia em (99) e (100). Esses modelos de construções podem ser expandidos ou transformados deincontáveis maneiras, inclusive rearranjados em outra ordem: são as inúmeras possibilidades de se expressar uma ideia em Língua Portuguesa, por meio de enunciados mais simples ou mais complexos. O que pretendemos demonstrar é como funcionam esses modelos básicos e quais são as peculiaridades 18 morfossintáticas dos verbos e dos sintagmas que estiverem constituindo cada um desses modelos. a. Estudo do Sujeito da Oração Para uma boa análise sintática, é imprescindível que você conheça bem todos os elementos que compõem a oração. O sujeito é um desses elementos e está entre os mais importantes da oração, já que é responsável por realizar ou sofrer uma ação verbal, designando o ser a respeito do qual se declara alguma coisa. Pode ser classificado como sujeito determinado simples, sujeito determinado composto, sujeito determinado elíptico (oculto ou desinencial) e sujeito indeterminado. Antes de partirmos para a explicação sobre cada um deles, vamos falar um pouco sobre o núcleo do sujeito. 1.1.2 Núcleo Do Sujeito O núcleo do sujeito é a palavra principal que forma o sujeito, isso porque ele pode ser composto por vários termos, entretanto, sempre haverá um mais importante. Observe o exemplo: Os alunos da Escola Mario Quintana ganharam a medalha de ouro da olimpíadade matemática. 19 7. TIPOS DE SUJEITO Os tipos de sujeito se classificam em cinco categorias: simples, composto, indeterminado, oculto e oração sem sujeito. Analise o exemplo a seguir: Pedro é um bom garoto. Neste caso, temos: Sujeito:Pedro Predicado: é um bom garoto Dessa forma, temos que o sujeito é o termo sobre o qual informamos algo (Pedro), e predicado é o termo que informa algo sobre o sujeito (é um bom garoto). a. Classificação do Sujeito Sujeito simples Denominamos de sujeito simples aquele que possui somente um núcleo. E você sabe o que é o núcleo? Quando falamos “núcleo”, logo pensamos em “centro”. Então, o núcleo do sujeito é a palavra mais importante que existe dentro do sujeito, ou seja, se ela for retirada, a informação ficará sem sentido. Assim, veja o exemplo: Pedro é um bom garoto. Nesse caso temos um sujeito simples, cujo núcleo (a palavra de maior valor) é Pedro. Sujeito composto É aquele que possui mais de um núcleo, isto é, ele pode ter dois, três, ou até mais núcleos. Observe o exemplo, que tão logo entenderá: Eu e meus amigos fomos ao cinema. Percebemos que há dois núcleos nessa oração (eu e meus amigos). 20 Sujeito oculto Como o próprio nome já nos indica, o sujeito oculto é aquele que não está claro, aparente, na oração. Mas será que podemos identificá-lo por meio de uma outra pista?Primeiro, vamos ao exemplo: Acordei feliz. Constatamos que a terminação do verbo acordar (acordei) se refere à primeira pessoa do singular (no caso, “eu”) do pretérito perfeito do modo indicativo. Sendo assim, mesmo que o sujeito não esteja expresso, podemos percebê-lo por meio da terminação verbal, ou seja, assim identificamos a qual pessoa ele faz referência. Sujeito indeterminado Mais uma vez estamos diante de um sujeito que também não aparece de forma clara, e ele somente se relaciona a dois casos específicos. Quando o verbo está na terceira pessoa do plural e não se refere a nenhuma palavra já mencionada na oração: Estudaram para as avaliações. (quem? – eles) Agora, perceba este outro caso: Os alunos mostraram que são aplicados. Estudaram para as avaliações. Será que o sujeito é o mesmo do anterior? Certamente que não, pois o verbo estudar agora está se referindo a um sujeito que já existe, que no caso é “os alunos”. 21 Oração sem sujeito ou sujeito inexistente Esse tipo é assim denominado pelo fato de o predicado não fazer referência a nenhum tipo de sujeito. Outra questão é que ele está relacionado a alguns casos específicos, aos quais devemos ficar atentos. Perceba quais são eles: Quando o verbo da oração indicar fenômeno da natureza, como por exemplo: chover, trovejar, relampejar, nevar, entre outros. Choveu muito ontem. Trovejou bastante. Quando o verbo “haver” indicar ideia de existir ou quando indicar a noção de um tempo que já se passou. Para ficar ainda mais claro, vejamos alguns casos: Há garotos jogando no pátio. (Existem garotos jogando no pátio) Há dois meses não visito meus avós. (dois meses já se passaram) No caso dos verbos “fazer” e “estar” quando indicarem tempo ou clima. Vamos ver? Faz alguns anos que me mudei daquela cidade. (passaram-se alguns anos que não moro mais lá) Está frio hoje. (clima) Com o verbo “ser” indicando data, hora e distância. Veja: São dez de outubro. (data) São duas horas. (hora) São quatro quilômetros daqui até lá. (distância) 22 1. REFERÊNCIAS ALI, M. S. Gramática histórica da língua portuguesa. 7.ed. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1971. SILVA, R. V. M. O português arcaico: morfologia e sintaxe. São Paulo/Salvador: Contexto/ Editora da Universidade Federal da Bahia, 1994. RITONDALE, C. A. Português: sintaxe avançada – curso prático. Joinville: Clube dos Autores, 2009.
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