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DIREITO PREVIDENCIÁRIO Prof. Rubens Mauricio Prof. Rubens Mauricio Rubens Maurício @profrubensmauricio Prof. Rubens Maurício Previdenciário Diagramado Prof. Rubens Mauricio BENEFÍCIOS DECORRENTES DE LEGISLAÇÕES ESPECIAIS PENSÃO ESPECIAL - SÍNDROME DE TALIDOMIDA LEI Nº 7.070/1982 E SUAS ALTERAÇÕES Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Talidomida é um medicamento utilizado como sedativo, que foi desenvolvido na Alemanha em 1957, passando a ser comercializado no Brasil a partir de 1958. Contextualização Histórica Dois anos após o início da comercialização no Brasil, ficou comprovado que a denominada Talidomida (Amida Nftálica do Ácido Glutâmico), inicialmente comercializada com os nomes comerciais de Sedin, Sedalis e Slip, quando ingerida pela gestante, ocasiona malformação fetal, provocando o encurtamento dos membros junto ao tronco do feto, motivo por que foi proibida sua comercialização em 1961. No Brasil, essa proibição só se deu a partir de 1965. Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Pelos fatos expostos, será garantido o direito à Pensão Especial à pessoa com Síndrome de Talidomida aos nascidos a partir de 01/03/1958 (data do início da comercialização da droga no Brasil). O benefício será devido sempre que ficar constatado que a deformidade física for consequência do uso da Talidomida, independentemente da época de sua utilização. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Estudaremos nesse módulo a pensão especial, mensal, vitalícia e intransferível, às pessoas com deficiência física conhecida como "Síndrome de Talidomida", devida a partir da entrada do pedido de pagamento (data de entrada do requerimento) no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Introdução O reajustamento do benefício ocorrerá, também, com a multiplicação do valor constante em Portaria Ministerial/Interministerial, pelo número total de pontos de cada benefício, obtendo-se a Renda Mensal Atual – RMA. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida O valor da pensão especial (Renda Mensal Inicial), reajustável a cada ano posterior à data da concessão, será calculado em função da multiplicação do número total dos pontos indicadores da natureza e do grau da dependência resultante da deformidade física, constante do processo de concessão, pelo valor fixado em Portaria Ministerial/Interministerial que trata dos reajustamentos dos benefícios pagos pela Previdência. Valor e Reajustamento incapacidade para o trabalho; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Quanto à natureza, a dependência compreenderá: Natureza da incapacidade incapacidade para a deambulação; incapacidade para a higiene pessoal; e incapacidade para a própria alimentação. grau de dependência parcial: 1 ponto. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Será atribuído a cada uma das situações acima relacionadas 1 ou 2 pontos, conforme grau de dependência: Pontuação por grau de dependência grau de dependência total: 2 pontos. Art. 8º A partir de 1º de janeiro de 2022: I - o valor a ser multiplicado pelo número total de pontos indicadores da natureza do grau de dependência resultante da deformidade física, para fins de definição da renda mensal inicial da pensão especial devida às vítimas da síndrome de talidomida, é de R$ 1.365,59 (um mil trezentos e sessenta e cinco reais e cinquenta e nove centavos). Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Segundo a Portaria Interministerial MTP/ME nº 12, de 17/01/2022, temos que: Valor a ser multiplicado pela pontuação total Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Irineu, pessoa com deficiência física conhecida como "Síndrome de Talidomida", possui incapacidade total para o trabalho e dependência parcial para a deambulação, higiene pessoal e alimentação. Diante do exposto, qual o valor da renda mensal atual de sua “Pensão Especial à pessoa com Síndrome de Talidomida”, no ano de 2022? Para responder a questão, inicialmente temos que calcular a pontuação de Irineu: - incapacidade para o trabalho: TOTAL = 2 pontos; - dependência para a deambulação: PARCIAL = 1 ponto; - dependência para a higiene pessoal: PARCIAL = 1 ponto; - dependência para a própria alimentação: PARCIAL = 1 ponto. Assim sendo, sua pontuação total será 5 PONTOS. (5 x R$ 1.365,59 = R$ 6.827,95). Exemplo Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida A percepção da pensão especial às pessoas com "Síndrome de Talidomida" dependerá unicamente da apresentação de atestado médico comprobatório das condições de deformidade física for consequência do uso da Talidomida, passado por junta médica oficial para esse fim, sem qualquer ônus para os interessados. Documentação Comprobatória Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida É vedada a acumulação da Pensão Especial da Talidomida com qualquer rendimento ou indenização por danos físicos, inclusive a Renda Mensal Vitalícia que, a qualquer título, venha a ser pago pela União, ressalvado o direito de opção, salvo a indenização por dano moral concedida por lei específica. Acumulação A Pensão Especial da Talidomida é acumulável com qualquer benefício do RGPS ou ao qual, no futuro, a pessoa com Síndrome possa vir a filiar-se, ainda que a pontuação referente ao quesito trabalho seja igual a dois pontos totais. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida O benefício em questão é de natureza indenizatória, não prejudicando eventuais benefícios de natureza previdenciária, não podendo ser reduzido em razão de eventual aquisição de capacidade laborativa ou de redução de incapacidade para o trabalho, ocorridas após a sua concessão. Acumulação A partir de 7 de julho de 2011 (data de publicação da Lei nº 12.435), passou a ser permitida a acumulação de Pensão Especial para Vítimas da Síndrome de Talidomida com o Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social – BPC/LOAS, devida à pessoa com deficiência ou ao idoso. for maior de 35 anos; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida O beneficiário desta pensão especial fará jus a um adicional de 25% sobre o valor deste benefício se: Adicional de 25% necessite de assistência permanente de outra pessoa; e tenha recebido número total de pontos indicadores da natureza e do grau de dependência resultante da deformidade física, constante do processo de concessão, superior ou igual a 6. 25 anos, se homem, e 20 anos, se mulher, de contribuição para qualquer regime de previdência; ou Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Sem prejuízo do adicional mencionado anteriormente (25%), o beneficiário desta pensão especial fará jus a um adicional de 35% sobre o valor do benefício, desde que comprove pelo menos: Adicional de 35% 55 anos de idade, se homem, ou 50 anos de idade, se mulher, e contar pelo menos 15 anos de contribuição para qualquer regime de previdência. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida A pensão especial para os deficientes com Síndrome de Talidomida não gera pensão a qualquer eventual dependente ou resíduo de pagamento a seus familiares. Pensão para Dependentes e Resíduo de Pagamento Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Dotação Orçamentária A pensão especial será mantida e paga pelo INSS, por conta do Tesouro Nacional. O Tesouro Nacional porá à disposição da Previdência Social, à conta de dotações próprias consignadas no Orçamento da União, os recursos necessários ao pagamento da pensão especial, em cotas trimestrais, de acordo com a programação financeira da União. DireitoPrevidenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Ficam isentos do imposto de renda a pensão especial e outros valores recebidos em decorrência da deficiência física conhecida como "Síndrome de Talidomida", observada a apresentação de atestado médico comprobatório das condições e avaliação feita por junta médica oficial para esse fim, quando pagos ao seu portador. Isenção do Imposto de Renda • fotografias, preferencialmente em fundo escuro, tamanho 12x9 cm, em traje de banho, com os braços separados e afastados do corpo, sendo uma de frente, uma de costas e outra (s) detalhando o (s) membro (s) afetado (s); Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Para a formalização do processo, deverão ser apresentados pelo pleiteante, no ato do requerimento, os seguintes documentos: Formalização do Processo • certidão de nascimento ou casamento; • prova de identidade do pleiteante ou de seu representante legal; e • quando possível, eventuais outros subsídios que comprovem o uso da Talidomida pela mãe do pleiteante, tais como; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida Para a formalização do processo, deverão ser apresentados pelo pleiteante, no ato do requerimento, os seguintes documentos: Formalização do Processo - receituários relacionados com o medicamento; - relatório médico; e - atestado médico de entidades relacionadas à doença. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Pensão Especial - Síndrome de Talidomida O processo original, com todas as peças, após a formalização, será encaminhado para realização do exame pericial, na forma definida pela Subsecretaria de Perícia Médica Federal - SPMF. Exame Pericial e Tradução Juramentada A documentação comprobatória da natureza dos valores recebidos em decorrência da "Síndrome de Talidomida”, quando recebidos de fonte situada no exterior, deve ser traduzida por tradutor juramentado. Prof. Rubens Mauricio BENEFÍCIOS DECORRENTES DE LEGISLAÇÕES ESPECIAIS PENSÃO ESPECIAL DOS SERINGUEIROS LEI Nº 7.986/1989 Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio São conhecidos como “soldados da borracha” os brasileiros que, entre 1943 e 1945, foram alistados e transportados para a Amazônia, com o objetivo de trabalhar como seringueiros, extraindo látex para fazer borracha, com a finalidade de alimentar a indústria bélica dos EUA durante 2ª Guerra Mundial, fornecendo insumos para armas e pneus, e contribuindo para o esforço de guerra (do Acordos de Washington). Contextualização Histórica Pensão Especial dos Seringueiros O contingente de “Soldados da Borracha” é calculado em mais de 55 mil brasileiros, sendo a maioria da região nordeste do país. Prometia-se a tais seringueiros que, após a guerra, ganhariam muito dinheiro e retornariam à terra de origem. Contudo, a maioria deles enfrentou doenças fatais (como malária), passaram fome e estavam presos aos domínios dos “coronéis” donos dos seringais na região amazônica. Muitos dos sobreviventes ficaram na Amazônia por não terem dinheiro para pagar a viagem de volta, ou porque estavam endividados com os seringalistas. que tenham trabalhado durante a Segunda Guerra Mundial nos Seringais da Região Amazônica, amparados pelo Decreto-Lei nº 9.882, de 16 de setembro de 1946; e Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio É assegurado o pagamento de pensão mensal vitalícia aos seringueiros recrutados nos termos do Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setembro de 1943: Beneficiários que não possuam meios para a sua subsistência e da sua família. Pensão Especial dos Seringueiros Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio A pensão especial dos seringueiros estende-se aos seringueiros que, atendendo ao chamamento do governo brasileiro, trabalharam na produção de borracha, na região Amazônica, contribuindo para o esforço de guerra. Beneficiários Pensão Especial dos Seringueiros não aufere rendimento, sob qualquer forma, igual ou superior a 2 (dois) salários-mínimos; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Nos termos do art. 487 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 128 de 28/03/2022, para fazer jus à pensão mensal vitalícia dos seringueiros, o requerente deverá comprovar que: Requisitos não recebe qualquer espécie de benefício pago pelo RGPS ou RPPS; e Pensão Especial dos Seringueiros encontra-se em uma das seguintes situações: Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Nos termos do art. 487 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 128 de 28/03/2022, para fazer jus à pensão mensal vitalícia dos seringueiros, o requerente deverá comprovar que: Requisitos Pensão Especial dos Seringueiros trabalhou como seringueiro recrutado nos termos do Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setembro de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, nos seringais da região amazônica, e foi amparado pelo Decreto-Lei nº 9.882, de 1946; ou trabalhou como seringueiro na região amazônica atendendo ao apelo do governo brasileiro, contribuindo para o esforço de guerra na produção da borracha, durante a Segunda Guerra Mundial. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio A pensão especial mensal vitalícia dos seringueiros será correspondente ao valor de 2 salários-mínimos, atualmente R$ 2.424,00 (ano de 2022). Valor e pagamento a dependente Pensão Especial dos Seringueiros A pensão mensal vitalícia continuará sendo paga ao dependente do beneficiário, por morte deste último, no valor integral do benefício recebido, desde que comprove o estado de carência (não aufere rendimento, sob qualquer forma, igual ou superior a 2 salários-mínimos; não recebe qualquer espécie de benefício pago pelo RGPS ou RPPS e não seja mantido por pessoa de quem dependa obrigatoriamente. A comprovação da carência do beneficiário ou do dependente será feita com a apresentação de atestado fornecido por órgão oficial. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio O início da pensão mensal vitalícia do seringueiro será fixado na data de entrada do requerimento – DER. Data de Início do Benefício e Comprovação da Efetiva Prestação dos Serviços Pensão Especial dos Seringueiros A comprovação da efetiva prestação de serviços, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio É vedada a percepção cumulativa da pensão mensal vitalícia com qualquer outro benefício de prestação continuada mantido pelo RGPS ou RPPS, ressalvada a possibilidade de opção pelo benefício mais vantajoso. Acumulação Pensão Especial dos Seringueiros A prova de que não recebe qualquer espécie de benefício ou rendimentos será feita pelo próprio requerente, mediante termo de responsabilidade firmado quando da assinatura do requerimento. os documentos emitidos pela Comissão Administrativa de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia - CAETA, em que conste ter sido o interessado recrutado nos termos do Decreto-Lei nº 5.813, de 1943, para prestar serviços na região amazônica, em conformidade com o acordo celebrado entre a Comissão de Controle dos Acordos de Washington e a Rubber Development Corporation; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Para comprovação da efetiva prestação de serviços, serão aceitos como prova plena: Prova Plena da Prestação dos Serviços contrato de encaminhamento emitido pela Comissão Administrativa de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia - CAETA; Pensão Especial dos Seringueiros - caderneta do seringueiro, em que conste anotação de contrato de trabalho; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Para comprovação da efetiva prestação de serviços, serão aceitos como prova plena: Prova Plena da Prestação dos Serviços - contrato de trabalho para extração de borracha, em que conste o número da matrícula ou o do contrato de trabalho do seringueiro; Pensão Especial dos Seringueiros - ficha de anotações do Serviço Especializadoda Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia - SEMTA ou da Superintendência de Abastecimento do Vale Amazônico - SAVA, em que conste o número da matrícula do seringueiro, bem como anotações de respectivas contas; e; e Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Para comprovação da efetiva prestação de serviços, serão aceitos como prova plena: Prova Plena da Prestação dos Serviços - documento emitido pelo ex-departamento de Imigração do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio ou pela Comissão de Controle dos Acordos de Washington, do então Ministério da Fazenda, que comprove ter sido o requerente amparado pelo programa de assistência imediata aos trabalhadores encaminhados para o Vale Amazônico, durante o período de intensificação da produção de borracha para o esforço de guerra. Pensão Especial dos Seringueiros Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Para fins de comprovação da efetiva prestação de serviços, será admitida a Justificação Administrativa - JA ou a Justificação Judicial -JJ, como um dos meios para provar que o seringueiro atendeu ao chamamento do governo brasileiro para trabalhar na região amazônica, desde que acompanhada de razoável início de prova material. Justificação Administrativa e Justificação Judicial Pensão Especial dos Seringueiros Caberá à Defensoria Pública, por solicitação do interessado, quando necessitado, promover a justificação judicial, ficando o solicitante isento de quaisquer custas judiciais ou outras despesas. O prazo para julgamento da justificação é de 15 dias. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio A residência do requerente em casa de outrem, parente ou não, ou sua internação ou recolhimento em instituição de caridade não será óbice ao direito à pensão mensal vitalícia do seringueiro. Observações Pensão Especial dos Seringueiros A comprovação da efetiva prestação de serviços far-se-á perante os órgãos do Ministério do Trabalho e Previdência. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Os pedidos de concessão do benefício ou de sua transferência, devidamente instruídos, serão processados e julgados no prazo de 45 dias, sob pena de responsabilidade. Prazo de Processamento do Pedido Pensão Especial dos Seringueiros Os pagamentos de pensão especial iniciar-se-ão no prazo máximo de 30 dias após o reconhecimento do direito. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio O órgão previdenciário encarregado do pagamento da pensão (INSS) deverá firmar convênios com outros órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, a fim de possibilitar aos beneficiários deste benefício perceberem mensalmente as respectivas pensões, preferencialmente nos locais onde residem, sem necessidade de grandes deslocamentos. Órgão Encarregado do Pagamento Pensão Especial dos Seringueiros Prof. Rubens Mauricio BENEFÍCIOS DECORRENTES DE LEGISLAÇÕES ESPECIAIS PENSÃO ESPECIAL ÀS VÍTIMAS DE HEMODIÁLISE DE CARUARU - LEI Nº 9.422/1996 Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Em fevereiro de1996, pacientes do Instituto de Doenças Renais – IDR, em Caruaru (uma clínica privada conveniada com o SUS), passaram mal depois de uma sessão de hemodiálise e muitos pacientes acabaram morreram por causa de uma intoxicação, vítimas da água contaminada que fazia a filtragem do sangue dos doentes. Contextualização Histórica Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru A causa identificada como Microsystina LR (cianobactéria) só foi descoberta após 52 dias e 38 pessoas irem a óbito. Foram vários estudos realizados na barragem Tabocas, de onde os caminhões pipa costumavam extrair a água do manancial para a clínica, que ficava localizada no bairro Maurício de Nassau. Esse caso mobilizou pesquisadores do mundo inteiro, ficando conhecido mundialmente como a Tragédia da Hemodiálise de Caruaru. cônjuge; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Trata-se de pensão especial mensal, retroativa à data do óbito, no valor de um salário-mínimo vigente no País (observada a prescrição quinquenal), devida ao: Valor e Beneficiários companheiro ou companheira; descendente; ascendente; e Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru colaterais até segundo grau. das vítimas fatais de hepatite tóxica, por contaminação em processo de hemodiálise no Instituto de Doenças Renais, com sede na cidade de Caruaru, no Estado de Pernambuco, no período compreendido entre fevereiro e março de 1996. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio A pensão especial devida às vítimas de hemodiálise de Caruaru será devida mediante evidências clínico-epidemiológicas determinadas pela autoridade competente. Requisitos Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru Classe 1: o cônjuge, o companheiro ou companheira e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos de idade ou inválido; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Consideram-se beneficiários da Pensão Especial Mensal: Classes de Beneficiários Classe 3: o irmão não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos de idade ou inválido; e Classe 4: os avós e o neto não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos de idade ou inválido. Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru Classe 2: os pais; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Havendo mais de um pensionista habilitado ao recebimento da pensão especial devida às vítimas de hemodiálise de Caruaru, será rateada entre todos em parte iguais, sendo revertida em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar. Regras Aplicáveis aos Dependentes Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru A existência de dependentes de uma mesma classe exclui os dependentes das classes seguintes, quanto ao direito às prestações. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio A percepção do benefício dependerá do atestado de óbito da vítima, indicativo de causa mortis relacionada com os incidentes mencionados (vítimas fatais de hepatite tóxica, por contaminação em processo de hemodiálise no Instituto de Doenças Renais, com sede na cidade de Caruaru, no Estado de Pernambuco, no período compreendido entre fevereiro e março de 1996), comprovados com o respectivo prontuário médico, e da qualificação definida acima (cônjuge; companheiro ou companheira; descendente; ascendente e colaterais até segundo grau), justificada judicialmente, quando inexistir documento oficial que a declare. Requisitos Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru • certidão de óbito com o indicativo da causa mortis; e Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Para fins de comprovação da causa mortis, deverá ser apresentado: Documentação Comprobatória Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru • prontuário médico em que fique evidenciado que a contaminação, em processo de hemodiálise no Instituto de Doenças Renais de Caruaru/PE, ocorreu no período de 1º de fevereiro a 31 de março de 1996, independentemente da data do óbito ter ocorrido após este período. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Aos beneficiários da Pensão Especial Mensal não será devido o pagamento do abono anual (13º-salário). Observações Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru A pensão especial devida às vítimas de hemodiálise de Caruaru não se transmitirá ao sucessor e se extinguirá com a morte do último beneficiário. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio É permitida a acumulação da Pensão Especial Mensal com qualquer outro benefício do RGPS ou de RPPS, inclusive o Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social – BPC/LOAS. Acumulação Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio O pagamento da Pensão Especial Mensal será suspenso, imediatamente, no caso de a Justiça sentenciar os proprietários do Instituto de Doenças Renais de Caruaru com o pagamento de pensão ou indenização aos dependentes das vítimas. Suspensão da Pensão Especial Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise deCaruaru Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio A despesa decorrente desta pensão especial será atendida com recursos alocados ao orçamento do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, à conta da subatividade "Aposentadorias e Pensões Especiais concedidas por legislação específica e de responsabilidade do Tesouro Nacional". Dotação Orçamentária Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru Prof. Rubens Mauricio BENEFÍCIOS DECORRENTES DE LEGISLAÇÕES ESPECIAIS PENSÃO VITALÍCIA ÀS VÍTIMAS DO CÉSIO 137 LEI Nº 9.425/1996 Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Em setembro de 1987 aconteceu o acidente com o Césio-137 (137Cs) em Goiânia/GO. O manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, gerou um acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas. O césio-137 foi retirado do aparelho abandonado e posteriormente foi vendido a um ferro- velho. Dados oficiais apontam a morte de quatro pessoas em decorrência da exposição aguda ao elemento. Contextualização Histórica Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 Com a violação do equipamento, foram espalhados no meio ambiente vários fragmentos de Césio-137, na forma de pó azul brilhante, provocando a contaminação de diversos locais, especificamente naqueles onde houve manipulação do material e para onde foram levadas as várias partes do aparelho de radioterapia. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Contextualização Histórica Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 O acidente nuclear com o Césio 137 é registrado como o maior acidente nuclear do Brasil e o maior do mundo fora de usinas nucleares. Foi classificado com nível 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares. (Obs.: a escala vai de de 0 a 7). Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Será concedida pensão vitalícia, a título de indenização especial, às vítimas do acidente com a substância radioativa CÉSIO 137, ocorrido em Goiânia, Estado de Goiás. Introdução Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 A pensão especial às vítimas do acidente nuclear ocorrido em Goiânia (pensão vitalícia às vítimas do césio 137) é personalíssima, não sendo transmissível ao cônjuge sobrevivente ou aos herdeiros, em caso de morte do beneficiário. 300 (trezentas) Unidades Fiscais de Referência - UFIR para as vítimas com incapacidade funcional laborativa parcial ou total permanente, resultante do evento; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio A pensão será concedida do seguinte modo: Forma de Cálculo Previsto na Lei 200 (duzentas) UFIR aos pacientes não abrangidos pelo item anterior, irradiados ou contaminados em proporção igual ou superior a 100 (cem) Rads. Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 150 (cento e cinquenta) UFIR para as vítimas irradiadas ou contaminadas em doses inferiores a 100 (cem) e equivalentes ou superiores a 50 (cinquenta) Rads. 150 (cento e cinquenta) UFIR para os descendentes de pessoas irradiadas ou contaminadas que vierem a nascer com alguma anomalia em decorrência da exposição comprovada dos genitores ao CÉSIO 137; Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio A pensão será concedida do seguinte modo: Forma de Cálculo Previsto na Lei 150 (cento e cinquenta) UFIR para os demais pacientes irradiados e/ou contaminados, não abrangidos pelos itens anteriores, sob controle médico regular pela Fundação Leide das Neves a partir da sua instituição até a data da vigência da lei 9.425/1996, desde que cadastrados nos grupos de acompanhamento médico I e II da referida entidade. Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Obs.: A Ufir foi extinta por medida provisória em 2000, mas continua sendo utilizada como medida de atualização monetária de tributos, multas e penalidades relacionadas a obrigações com o poder público. Fonte: Agência Câmara de Notícias. Observações Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 O valor mensal da pensão será o valor da UFIR à época da publicação da lei 9.425/1996, atualizado, a partir de então, na mesma época e índices concedidos aos servidores públicos federais. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Ação Civil Pública do MPF Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 Atualmente, por força de decisão judicial decorrente de Ação Civil Pública do Ministério Público Federal, em razão da grande defasagem sofrida na correção desta pensão vitalícia às vítimas do Césio 137, o valor está definido em 1 salário-mínimo para cada beneficiário, sendo que um dos beneficiários recebe 2 salários-mínimos. Contudo, para fins de prova, recomendo levarem a informação prevista na lei 9.425/1996 em relação à UFIR. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Comprovação Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 A comprovação de ser a pessoa vítima do acidente radioativo ocorrido com o CÉSIO 137 e estar enquadrada nas regras para o recebimento da pensão será feita por meio de junta médica oficial, a cargo da Fundação Leide das Neves Ferreira, com sede em Goiânia, Estado de Goiás e supervisão do Ministério Público Federal, devendo-se anotar o tipo de sequela que impede o desempenho profissional e/ou o aprendizado de maneira total ou parcial. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Funcionários da Vigilância Sanitária Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 Os funcionários da Vigilância Sanitária que, em pleno exercício de suas atividades, foram expostos às radiações do CÉSIO 137, também serão submetidos a exame para comprovação e sua classificação como vítimas do acidente, devendo-se igualmente anotar o tipo de sequela que impede ou limita o desempenho profissional. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Condenação Judicial para Pagamento de Indenização Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 Havendo condenação judicial da União ao pagamento de indenização por responsabilidade civil em decorrência do acidente nuclear ocorrido em Goiânia, o montante da pensão ora instituída será obrigatoriamente deduzido do quantum da condenação. Direito Previdenciário Prof. Rubens Mauricio Dotação Orçamentária Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137 O pagamento da vantagem pecuniária (pensão vitalícia às vítimas do césio 137) ocorrerá à conta de encargos previdenciários dos Recursos da União sob a supervisão do Ministério da Economia, a partir do ano seguinte à publicação da lei 9.425/1996, com a despesa prevista no Orçamento da União. Prof. Rubens Mauricio Rubens Maurício @profrubensmauricio Prof. Rubens Maurício Previdenciário Diagramado
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