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29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇÃ… 1/27 INTRODUÇÃO Nesta aula, mais do que olhar em volta e perceber a sociedade por meio da junção entre arte, estética, design e capitalismo, você poderá fazer isso de modo a desenvolver senso crítico e analítico. Em um ambiente pro�ssional, conseguir ver o que está além da imagem e ter interpretação de linguagem visual é uma habilidade altamente necessária. Mas também é útil para a vida cotidiana, a�nal, a manifestação artística deixou de ser reservada ao museu, pelo contrário, permeia toda a nossa vida contemporânea, especialmente as mercadorias que consumimos. E, ao observar isso, poderá despertar uma percepção apurada e diferente, essencial para criar seu próprio conteúdo com consciência do que quer transmitir. Esta aula servirá para levar você ao encontro deum novo conhecimento, e utilizá-lo como ferramenta de autoestudo é uma excelente decisão para o estudante que almeja ir além e se aprimorar a cada dia. Vamos lá? O MUNDO CONTEMPORÂNEO POR UMA LATA DE PEPSI Em 2015, a Pepsi lançou um concurso aos consumidores. Ele envolvia uma latinha em branco que preservava somente o logo intacto e propunha ao público que re�zesse o desenho da maneira que quisesse. Era, no �m das contas, um desa�o de design aberto a todos e envolvia a exploração artística utilizando a lata de refrigerante enquanto mídia. Com isso, surge uma pergunta: o que aconteceu com a arte, que poucos séculos atrás era uma manifestação humana restrita a espaços especí�cos e hoje se apresenta até em produtos de consumo em massa? Responder a isso exige um olhar crítico com relação à sociedade em que vivemos, e uma forma de se fazer isso é por meio do conceito “Capitalismo Artista”, cunhado pelos autores franceses Gilles Lipovetski e Jean Serroy (2015). De acordo com eles, a forma estética e sua utilização na sociedade passaram por quatro fases distintas. A primeira foi em curso de ritos e �nalidades, principalmente religiosas. A segunda foi quando a estética se torna uma ferramenta aristocrática para operação de lógicas sociais. Durante esse período, elegância e graça precisavam ser esbanjadas pela aristocracia; desde a moda até a arquitetura e urbanismo trilhavam uma busca pelo que pudesse ser mais belo. Um terceiro período emerge quando a arte se desprende da estrutura de poder da nobreza e se emancipa das demandas que não diziam respeito à própria arte e sua apreciação. Nesse sentido, a busca por uma arte cada vez mais pura e desligada de utilidade também começou a gerar um movimento contrário, em que a arte deveria ser elemento central para a reinvenção da sociedade e do homem. Movimentos construtivistas se encarregaram de tentar dar utilidade plena à arte, que, do ponto de vista deles, Aula 1 ARTE, COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM VISUAL Nesta aula, mais do que olhar em volta e perceber a sociedade por meio da junção entre arte, estética, design e capitalismo, você poderá fazer isso de modo a desenvolver senso crítico e analítico. 28 minutos 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇÃ… 2/27 não deveria ser consumida somente por uma elite, mas estar no centro da sociedade – o que signi�ca que mesmo objetos comuns, como utensílios domésticos, mobília, cartazes ou papéis de parede, deveriam ter uma certa expressão estética, dentro de sua utilidade. Passada a Segunda Guerra Mundial, as lógicas de produção e distribuição de produtos de indústria cultural permitiram uma nova onda de estetização do mundo e, dessa vez, foi su�ciente para imbuir bens materiais de novos valores. E a quarta era, a que vivemos hoje: Os autores defendem que esta hiperarte é voltada a interesses mercantis, cujos processos de inserção de arte nos objetos de consumo criaram uma sociedade em que o consumo estético é intrínseco ao próprio consumo. Nesse sentido, a estética compõe um valor dentro de si mesmo, que pode ser experienciado e comercializado. Com isso em mente, o capitalismo artista é um sistema “que liga o econômico à sensibilidade e ao imaginário; ele se baseia na interconexão do cálculo e do intuitivo, do racional e do emocional, do �nanceiro e do artístico” (LIPOVESTKI; SERROY, 2015, p.42). Quantas vezes não compramos ou desejamos algo porque era bonito? Um carro, um computador, até mesmo um refrigerante. Na contemporaneidade, o desenvolvimento da estética de maneira tal que tudo pode ser apreciado por sua beleza, por mais singelo que possa parecer. VIDEOAULA: O MUNDO CONTEMPORÂNEO POR UMA LATA DE PEPSI Para exempli�car o desenvolvimento da estética na contemporaneidade, vamos nos utilizar do exemplo de um mestre artista hipotético. Ao inseri-lo em comparação com as outras três eras descritas por Lipovetski e Serroy (2015), vamos descrever a ele e à forma como está inserido na produção artística e na sociedade contemporânea. ARTE E INDÚSTRIA: AINDA TEM TANTA DIFERENÇA Em fevereiro de 2019, a Net�ix mudou a animação de introdução a todos os seus conteúdos. Ela estamparia o início de todas as suas produções e re�etiria o momento atual da empresa. A animação em si é uma peça de audiovisual que se utiliza do logo e de cores para transmitir uma mensagem. Não só a Net�ix, mas o setor da É um universo de superabundância ou de in�ação estética que se molda diante dos nossos olhos: um mundo transestético, uma espécie de hiperarte, em que a arte se in�ltra nas indústrias, em todos os interstícios do comércio e da vida comum. — (LIPOVESTKI; SERROY, 2015, p. 27) Videoaula: O mundo contemporâneo por uma lata de Pepsi Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇÃ… 3/27 comunicação está a todo momento analisando e revendo que tipo de estímulos pode oferecer para alcançar seus objetivos junto aos seus consumidores, e em tudo isso existe imagem e arte. Continuamos com o auxílio de Lipovestki e Serroy (2015) para aprofundar essa questão. Eles nos dizem que, na contemporaneidade, a hiperarte não tem mais um simbolismo de retrato do mundo, ou então uma voz ativa de alguma maneira. Pelo contrário, a sua linguagem é utilizada pelo marketing, “triunfa agora a arte-para-o- mercado” (LIPOVESTKI; SERROY, 2015, p. 27). Com isso, a sociedade em que vivemos tem se utilizado da arte como uma ferramenta para construção de sentidos premeditados e voltados para que o público incorpore algo em especí�co. Ao vermos o objetivo da comunicação integrada de marketing, ela tem a tarefa de se certi�car que as mensagens cheguem ao consumidor de modo claro, conciso e integrado (OGDEN, 2002), para assim criar um tipo de imagem que vai ao encontro dos objetivos daquela empresa. Ao mesmo tempo, os meios de comunicação contemporâneos fazem com que as mensagens naveguem, sobretudo por meio de superfícies tecnológicas. Comunicar deixa de ser algo linear e estruturado para se tornar breve e �uído (FLUSSER, 2012). Em vez de papel e texto, telas de celulares e computadores com pixels. Por exemplo, para comunicar mudança de momento, a Net�ix decidiu fazer o quê? Comunicar pela imagem, com uma nova animação. Pense em quantas ideias não assimilamos sem necessitar de uma única palavra? E com que frequência fazemos isso e, talvez, até privilegiamos a imagem em detrimento do texto para entender uma mensagem? Fica claro, portanto, o uso organizacional da arte como uma “dimensão fundamental da vida econômica” (LIPOVESTKI; SERROY, 2015). Nesse sentido, ela está inserida em lógicas de produção e capital, podeser empregada enquanto elemento a ser criado e administrada em cadeia empresarial. Se a arte permeia diversos outros meios, cuja natureza se apropriou da estética artística como uma evolução capitalista, o que ocorreu com as formas de manifestação humanas que seriam, originalmente, arte? Com a pintura ou a música, por exemplo? A arte também assimila elementos mercadológicos à sua existência, especialmente no sentido de que se faz apropriada para grande circulação, feita sob medida para as expectativas do público, em busca de lucro e não mais algo voltado à realização artística. No capitalismo, o artista torna-se, então, algo que une essencialmente as peculiaridades da arte e da mercadoria. Se antes eram distintas e separadas, deixam de funcionar em separado ao longo da contemporaneidade. Arte, Estética e Capitalismo Contemporâneo Desenvolvimento do “Capitalismo Transestético” contemporâneo – Gilles Lipovestki e Jean Serroy (2015) Arte-para-os-Deuses Estética e beleza são um resultado – e não uma busca consciente – de rituais e eventos religiosos. Por meio da criação natural da celebração aos deuses se fazia algo belo. Arte-para-os-Príncipes Arte vive dentro dos palácios e cortes aristocráticas, faz parte da linguagem e operação social da elite. 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇÃ… 4/27 VIDEOAULA: ARTE E INDÚSTRIA: AINDA TEM TANTA DIFERENÇA Por meio da análise da evolução do logo da Pepsi (para utilizar a mesma marca-exemplo do bloco anterior), vamos exempli�car a utilização da imagem e arte na contemporaneidade e como a utilização predominante da comunicação não verbal, simbólica, tem sido uma regra que pode passar desapercebida. MAIS DO QUE DESENHO, DESIGN! Henry Ford, fundador da Ford Motor Company, certa vez disse algo que veio a se tornar uma de suas frases célebres: “Qualquer cliente pode comprar um carro de qualquer cor que quiser, desde que seja preto”. Isso porque o intuito do Ford Modelo T era ser um carro acessível, simples e robusto. Somente 12 anos após a apresentação desse carro que a empresa criou departamentos de cor e design (DEARBORN, 2018). Diante disso, vamos pensar o seguinte: uma postura como essa, nos dias de hoje, seria prudente? Em um mercado marcado por customização, ou seja, a disponibilidade para a customização individual em massa de produtos (WIND; RANGASWAMY, 2001), provavelmente não seria uma boa ideia. E isso nos traz para o papel central do design dentro da composição capitalista contemporânea. O fazer artístico é condicionado ao desejo da nobreza e seu engrandecimento, expresso na busca incessante pela beleza. Arte-pela-Arte Arte emancipada da nobreza e artistas em busca de criar a arte mais pura e livre de demandas externas à própria vontade e expressão do artista. Ao mesmo tempo, o oposto acontece: usar a arte como ponte entre as pessoas e as coisas através da busca pela criação estritamente alinhada à utilidade. Arte-para-o-Mercado In�ação estética que permeia e se in�ltra em todos os objetos de consumo contemporâneos. Isso signi�ca que produtos e bens são imbuídos de signi�cados premeditados e expressos por meio de design, estética e manifestações artísticas que funcionam como atributos essenciais, favorecendo a união de capitalismo e arte. Videoaula: Arte e indústria: ainda tem tanta diferença Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇÃ… 5/27 Design deixou de ser uma ferramenta funcional para dar vida a produtos úteis, cuja existência é servir ao �m a que foram concebidos. Pelo contrário, por meio do design, um produto cria um valor intangível e expressa valores e conceitos de marca. E isso é algo que tem atingido todos os setores de bens de consumo, não só aqueles com tradição de inovação tecnológica e de design. Até objetos e utensílios comuns, como escovas de dentes, utilizam gra�smos e formatos inéditos em busca de diferenciação, por participarem de um processo criativo regido por leis de estilo e moda. Essas leis fazem parte de uma estrutura de reciclagem incessante e oferta constante de opções de produtos renovados. Mas o design tem um sentido ainda mais amplo. Por exemplo, se olharmos para um computador da Apple, cujo slogan é, até hoje, “Pense Diferente”, ele é mais ou menos distinguível em relação a outras marcas? Ainda que seu funcionamento seja parecido, Nesse sentido, o design consegue ser mais do que uma ferramenta que diz respeito ao produto e sua imagem, marca e estratégias especí�cas da empresa por trás dele. O design também diz respeito ao consumidor e seu estilo de vida, porque pelo consumo ele pode expressar as suas particularidades individuais (GAIÃO; SOUZA; LEÃO, 2012), uma vez que cada produto e sua forma de utilização tem um sentido simbólico que pode ser apropriado. Portanto, mais do que consumir um produto, consumimos seu signi�cado e, nesse ambiente de consumo em que o design está inserido na contemporaneidade, seu aspecto mercadológico ganha uma importância que não pode ser ignorada. Saiba mais Se toda esta aula que passou transcorreu por um viés crítico e um tanto teórico, é possível utilizar o senso analítico adquirido como base para aprender mais a respeito de arte, estética, design e como isso é aplicado em marcas, em dois sites: Rock Content e Wix. Nesses espaços, você pode encontrar diversos conteúdos sobre marketing e branding que se aproveitam do cenário social contemporâneo. É o outro lado para a visão acadêmica e sociológica dos autores trabalhados nesta aula e pode complementar e dar uma visão mais ampla do assunto, possibilitando a melhor consolidação da capacidade criativa que utiliza linguagem visual. […] a companhia soube conceber um mundo Apple em que o computador, por suas linhas, seu sistema de navegação, seu gra�smo, de�ne um estilo de vida e induz o pertencimento a um grupo que compartilha seus valores: os industriais, os banqueiros, o pessoal de vendas são PC; os editores, os publicitários, os intelectuais, os jovens, a gente descolada são Apple. — (LIPOVESTKI; SERROY, 2013, p. 231) https://rockcontent.com/br/blog/branding/ https://pt.wix.com/blog/2018/09/guia-branding-produto/ 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇÃ… 6/27 VIDEOAULA: MAIS DO QUE DESENHO, DESIGN! Para complementar os conceitos do bloco, vamos nos utilizar do exemplo de um objeto cotidiano comum, um mouse de computador, e observar as diversas maneiras possíveis de fazer seu design. Por meio de imagens de diversos mouses diferentes, porém criados para o mesmo �m, analisaremos o design enquanto um elemento mercadológico. ESTUDO DE CASO A família Almeida administra um supermercado no interior do estado de São Paulo há algumas décadas. Passado de geração em geração, o estabelecimento é conhecido por oferecer um ótimo atendimento e preço imbatível, entretanto, mantém o logo desde a década de 1950 – a palavra Almeida escrita à mão –, nunca fez uma campanha de comunicação que não fosse uma promoção e considera propaganda um gasto desnecessário que faria com que seu diferencial, o preço baixo, não fosse mais possível. O negócio não consegue crescer e vê pouco a pouco seu espaço junto aos seus clientes diminuir mais e mais, perante um cenário de varejo moderno e gigantes concorrentes. Os clientes mais �éis continuam vir e mantêm tudo funcionando, mas há uma oportunidade real para se consolidar na região, conquistar novos consumidores e expandir a operação. A família,então, decide contratar um consultor externo para rever os processos internos da empresa e sugerir alternativas para melhor aproveitar o cenário. Imagine-se no lugar desse consultor: o que você sugeriria para os Almeida no sentido de renovar o negócio? O que tem de errado em sua estratégia competitiva? Como estética e imagem podem ajudar a diferenciar o supermercado deles? Que novos elementos podem ser explorados na identidade visual? RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO Ao longo do vídeo retomaremos os conceitos da aula para explicar a importância do uso da imagem, estética e arte na construção capitalista contemporânea e, com base nisso, sugerir atitudes práticas para a família Almeida inserir comunicação em seu negócio sem entender isso como um gasto desnecessário. Além disso, vamos responder e explorar possibilidades para cada uma das perguntas feitas ao �nal. A descrição do caso, aliada aos conceitos da aula, sugerem que é preciso criar uma imagem desde o início. Se é um negócio familiar com grande foco em atendimento, utilizar isso como elemento central de uma campanha de comunicação pode ser muito interessante, além de trazer uma imagem de marca que tem proximidade, cuidado, afeto e atenção com seus clientes, como se �zessem parte da família, por exemplo. E isso, de modo integrado, pode compor uma nova imagem para o supermercado que pode diferenciá-lo de seus concorrentes e atingir os objetivos elencados ao longo do caso. Videoaula: Mais do que desenho, Design! Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Resolução do Estudo de Caso 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇÃ… 7/27 Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Ao longo desta aula você se debruçará sobre as conexões existentes entre mídia e arte. Vamos entender melhor, conceitualmente, o que é cada um e como estão inseridos em conjunto na sociedade contemporânea. A ideia é que você possa, com essa análise, desenvolver um olhar diferente com relação aos dois elementos centrais da aula e, com isso, aprofundar sua capacidade de traçar ligações entre diferentes tipos de peça. Dessa maneira, ao se dedicar a esta aula, desenvolverá a habilidade de juntar referências distintas em prol de sua própria criatividade e então adquirirá uma competência muito valorizada pelo mercado. Vamos começar? O QUE OS ARTISTAS ROUBAM Existe um dito popular que pode parecer singelo, mas quando pensamos em criatividade e criação, ele nos é bastante útil: nada se cria, tudo se copia. E essa é uma noção antiga; a própria Bíblia traz uma versão parecida do conceito em Eclesiastes 1, 9: “O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol”. Nesse sentido, criação enquanto atividade já foi de�nida diversas vezes como a reinvenção de produções antigas, o “roubo” de fontes diversas e processamento disso em algo novo (KLEON, 2012). Agora, considerando que na contemporaneidade as formas de arte e divertimento têm passado por transformações e se referenciam mutuamente, como criação artística e mídia se relacionam? Se considerarmos que este é o tempo da comunicação pós-escrita, em que não mais habitam superfícies e planos especí�cos, e sim telas tecnológicas que medeiam todo e qualquer tipo de mensagem (FLUSSER, 2012), mídia e arte compartilham os mesmos espaços. A mesma televisão que reproduz um �lme de nicho consagrado em festivais de cinema é a que mostra o noticiário esportivo. Nesse mesmo sentido, “Se toda arte é feita com os meios de seu tempo, as artes eletrônicas representam a expressão mais avançada da criação artística atual e aquela que melhor exprime sensibilidades e saberes do homem da virada do terceiro milênio.” (MACHADO, 2004, p. 2). Aula 2 A ESTÉTICA DA COMUNICAÇÃO Ao longo desta aula você se debruçará sobre as conexões existentes entre mídia e arte. Vamos entender melhor, conceitualmente, o que é cada um e como estão inseridos em conjunto na sociedade contemporânea. 26 minutos 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇÃ… 8/27 Dessa forma, a criação artística vive atualmente sob a constante in�uência da mídia. Não só com relação ao aparato tecnológico e econômico que faz com que grande parte da produção artística seja feita para ampla circulação, isto é, que seja concebida em um sistema de indústria no qual empresas de mídia também têm os meios para produzir artes. O artista está rodeado de mídia e se alimenta dela, pensa sobre seu espaço no mundo por meio da existência dos meios e da mídia em que está inserido (MACHADO, 2004). Para pensarmos em um exemplo prático, podemos considerar o �lme vencedor do Oscar de melhor �lme em 2015 – o cinema mesmo está inserido em um contexto em que criação artística, indústria e mídia são difusos. Spotlight é um �lme sobre a investigação e descoberta de um escândalo jornalístico, sendo assim, trata-se da realização fílmica de uma história midiática. É interessante pensar também em como a fotogra�a e a iluminação do �lme foram afetados por isso, na tentativa de preservar a história e dar uma natureza condizente com o jornalismo. O diretor de fotogra�a diz, em entrevista a Jim Hemphill (2015), “Nós queríamos mostrar a história, não a câmera”. Percebe-se, então, como a criação estética e artística foi diretamente in�uenciada pela mídia. Mais do que isso, o �lme foi distribuído pela Sony, mesma empresa que possui diversos canais de televisão. Saiba mais O documentário Everything is a Remix é um mergulho pelo processo de criatividade humana pautado pela reciclagem de elementos artísticos antigos. É uma bela oportunidade de se aprofundar nesse processo e aprender como construir repertório útil para o dia a dia pro�ssional. Clique aqui para saber mais. VIDEOAULA: O QUE OS ARTISTAS ROUBAM Para complementar o bloco, vamos falar da história da MTV e de como ela impulsionou e popularizou a produção de videoclipes a partir da sua criação, na década de 1980. Com isso, vamos estabelecer mais um exemplo de como mídia tem grande in�uência na criação artística. COMO A MÍDIA USA A ARTE No bloco anterior, demonstramos a in�uência da mídia na criatividade artística. Agora, podemos entrar nos detalhes de como a mídia se aproveita de elementos da arte. Começamos por dois exemplos: para marcar a volta de transmissões em estúdio, em 2021, o programa SportsCenter, da ESPN, apresentou um novo cenário que contava com mais de 200 metros quadrados de painéis de LED e outros avançados recursos audiovisuais Videoaula: O que os Artistas Roubam Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. https://medium.com/medium-brasil/everything-is-a-remix-5d4aa0a56eea 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇÃ… 9/27 de iluminação e cenário (FRANCISCHINI, 2021). Em 2018, o programa Domingão do Faustão passou a usar câmeras geralmente empregadas somente em produções cinematográ�cas para aprimorar a qualidade de imagem e estética do seu programa (BONANOME, 2018). Esses exemplos demonstram como a arte tem a capacidade de criar possibilidades técnicas na mídia. Mas pode ser muito mais profundo do que isso. A arte tem se reinventado em adequação aos tempos, como um evento de massa (MACHADO, 2004), e parte disso é permear espaços em que isso é possível. Muitas vezes, inclusive, o mesmo pro�ssional encarregado de dar vida a uma peça artística pode ser responsável por uma campanha de comunicação. O comercial “1984” da Apple, que marca olançamento do Machintosh (computador pessoal lançado no mesmo ano pela empresa), retrata um cenário referente ao livro 1984 de George Orwell. Com visual distópico e industrial, foi dirigido por Ridley Scott, cineasta diversas vezes indicado ao Oscar. Inclusive, o gigante orçamento do projeto (DERNBACH, 2012) seria o su�ciente para fazer um longa-metragem de baixo orçamento. Isso demonstra a aptidão da mídia, especialmente da publicidade, em se utilizar da capacidade criativa de artistas. Nesse sentido, a utilização de celebridades na comunicação – construída a partir de uma espécie de espetáculo para mobilização emocional – é prática comum da propaganda (LIPOVETSKI; SERROY, 2015). É aí que a mídia ganha outra forma de empregar arte: por meio da estética. A criação de algo belo e que atraia os olhos é mais uma das ferramentas possíveis que a comunicação dispõe para atingir seus objetivos. Inclusive, se lembramos do bloco anterior, a criação depende diretamente da reprodução (KLEON, 2012) e, em um contexto em que arte e mídia se referenciam, a linguagem visual da mídia pode ser diretamente in�uenciada pela arte. Quando um programa televisivo como o Domingão decide utilizar câmeras de cinema, a questão está além da qualidade do equipamento, mas na tentativa de criar uma linguagem que seja parecida (BONANOME, 2018). Quando uma empresa contrata um diretor renomado para �lmar um comercial ou um programa jornalístico, renovando completamente seu cenário, a ideia é mais do que utilizar um referencial artístico, é de ativamente buscar um resultado que consiga imprimir algo de natureza artística em sua produção audiovisual. E isso demonstra o uso da arte pela mídia. VIDEOAULA: COMO A MÍDIA USA A ARTE Para dar uma demonstração bem explícita dos processos de referências e do impacto da arte na mídia, vamos esmiuçar um comercial de 2017, da AT&T, que é basicamente composto por homenagens a �lmes e séries já realizadas. E, também, observar a estética cinematográ�ca do próprio comercial em si. Clique aqui para saber mais. COMO A ARTE USA A MÍDIA Videoaula: Como a Mídia usa a Arte Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. https://www.youtube.com/watch?v=zXK5GmzmxFo 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 10/27 Vivemos atualmente em uma sociedade midiática e cujas lógicas de produção artística fazem com que se torne cada vez mais complicado dissociar mídia e arte. Muito disso vem de como a arte tem sido concebida em sistema industrial. Há quem defenda que esse contexto não inviabiliza a criação artística (MACHADO, 2004) e, com certeza, todo o suporte oferecido pelos esquemas de produção é um dos maiores exemplos de como a arte se utiliza do seu entorno. Pensemos, por exemplo, em �lmes de autor. O primeiro �lme de Quentin Tarantino custou 1,2 milhão de dólares – Cães de Aluguel, de acordo com a Internet Movie Database (IMBD) – já um dos seus últimos �lmes, Django Livre, custou 100 milhões de dólares (IMDB). A existência dos fenômenos midiáticos que circundam esses �lmes pode ser pensada como um dos fatores que permitem sua viabilidade econômica e sua existência da maneira como o autor as concebeu. Mas podemos transcender o cinema e aplicar isso a um músico independente. Seria possível pensar que ele não teria um disco à venda em uma plataforma de mercado, uma página de rede social, vídeos de performances na internet, músicas disponíveis em serviços de streaming? Provavelmente, de senso comum, isso é altamente improvável, porém a primeira consequência disso tudo seria a limitação do seu impacto enquanto músico a somente o seu nicho mais próximo. Nesse sentido, a arte também precisa se utilizar da mídia para alcançar um dos seus objetivos mais básicos: ser vista, lembrada, apreciada. Inclusive, se resgatarmos a discussão do videoclipe, podemos observar que foi justamente a utilização da mídia, em um novo formato, para propagar produções musicais, que ajudou a difundir um tipo de peça audiovisual. Produzir videoclipes, hoje em dia, pode já fazer parte da cartilha da indústria. Aprofundando a questão da indústria, pode-se dizer que a carreira de qualquer artista se assemelha à gestão de uma marca comercial (LIPOVESTKI; SERROY, 2015). E essa marca precisa de uma presença midiática bem construída e utilizar o funcionamento midiático para operar as lógicas estabelecidas na sociedade em que vivemos em prol de seu trabalho. E, como um criador, um artista pode usar os eventos correntes e se posicionar sobre eles. Não somente isso; ele também pode criar a partir dos acontecimentos em alta, referenciá-los em seu trabalho, tentar inovar por meio da disrupção e experimentação com cada meio e tecnologia. Parte da tarefa do artista é justamente explorar campos e possibilidades diferentes com base nos seu entorno, tecnologias e possibilidades que atualmente se apresentam para ele (MACHADO, 2004). Figura 1 | Arte e mídia – um �uxo Quem faz arte hoje, com os meios de hoje, está obrigatoriamente enfrentando a todo momento a questão da mídia e do seu contexto, com seus constrangimentos de ordem institucional e econômica, com seus imperativos de dispersão e anonimato, bem como com seus atributos de alcance e in�uência. — (MACHADO, 2004) 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 11/27 Fonte: elaborada pelo autor. VIDEOAULA: COMO A ARTE USA A MÍDIA Para aprofundar o entendimento de como a mídia pode ser usada pela arte, não só como um mecanismo de suporte mercadológico, mas como uma fonte de inspiração artística, vamos tomar o “efeito glitch” como exemplo, explicar sua origem e a transição para seu uso consciente enquanto recurso visual. ESTUDO DE CASO Nesta seção da aula, continuamos a utilizar o supermercado da família Almeida, pequeno varejo situado no interior do estado de São Paulo há muitas décadas. Depois de remodelar a marca, a família Almeida foi convencida a investir na produção de um comercial para televisão e para internet. Você é o responsável por intermediar todas as tratativas entre a empresa e os produtores, com o objetivo de dar vida ao projeto. A família só aceitou produzir a peça audiovisual porque foi prometido a ela uma qualidade cinematográ�ca de imagem e som, além da transmissão dos principais valores do negócio: excelente atendimento e proximidade com o cliente, como se este �zesse parte da família. Enquanto responsável pelo projeto, como exatamente organizar o processo para que o resultado desejado seja alcançado? Como empregar arte para dar qualidade para o �lme? Como utilizar a linguagem visual para atingir os objetivos de comunicação? A empresa espera receber um esquema com o passo a passo de como tudo vai acontecer; como você faria isso? RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO Enquanto intermediador entre empresa e produtora, o papel principal não é exatamente o de criar soluções, mas o de organizar o processo para que os responsáveis por realizar cada lado do projeto possam fazer isso. Nesse sentido, o maior desa�o é colocar todos na mesma página, correlacionando, principalmente, as referências que serão usadas para criar o comercial. Produtores precisam oferecer e contratar os pro�ssionais adequados, trazer e referenciar qual tipo de cenário, iluminação, linguagem, cores, movimentos de câmera, etc. Videoaula: Como a Arte usa a Mídia Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 12/27 Imprimir pretendem usar durante a �lmagem,e a empresa precisa averiguar e aprovar tudo isso. E você, como intermediador, precisa atuar em prol dos objetivos iniciais e viabilização do projeto sem deixar que a equipe se perca no caminho. Resolução do Estudo de Caso Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Ao longo desta aula vamos explorar duas propostas estéticas contrastantes: o Styling americano e a lógica da Bauhaus na produção criativa. Com base nessa análise, podemos explorar as motivações dos artistas e designers de ambas as propostas e os seus resultados em termos de criatividade e design. Após a aula, será possível entender esses dois exemplos e expandir o entendimento a respeito de como transpor ideias em algo tangível. O que, inclusive, é uma capacidade pro�ssional muito valorizada e importante para a administração de qualquer projeto de comunicação. Dedicação e autoestudo são sempre parte de uma jornada pro�ssional de sucesso. Vamos começar? A LÓGICA DA BAUHAUS NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA A Origem da Cadeira Ao passear por uma loja de móveis, um dia podemos nos deparar com uma cadeira como a da imagem. É um desenho que se tornou muito comum e pode ser que a loja tenha várias outras cadeiras com um aspecto parecido. O criador do design se chama Marcel Breuer e ele foi aluno de uma instituição cujo legado é bastante considerável: trata-se da Bauhaus. Fundada em 1919 por Walter Gropius, a escola tinha um objetivo bastante ambicioso em mente: o de reinventar o mundo material como ele era pensado na uni�cação das artes (arquitetura, pintura e escultura), na junção das capacidades de um artista, com as de um artesão, e na unidade estética de tudo que pudesse ser inventado (WINTON, 2000). Figura 1 | Marcel Breuer Faltsessel Chair D4 (1927) Aula 3 O STYLING COMO PROPOSTA ESTÉTICA Ao longo desta aula vamos explorar duas propostas estéticas contrastantes: o Styling americano e a lógica da Bauhaus na produção criativa. 25 minutos 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 13/27 A partir desse manifesto, a escola se propunha a formar estudantes com pro�ciência criativa, imaginativa e, também, com capacidade para executar essa visão com as próprias mãos e o uso dos materiais disponíveis. Um exemplo disso é a própria peça de Marcel Breuer: ao �car impressionado com a leveza e durabilidade de sua bicicleta, o artista resolveu experimentar com tubos metálicos até chegar naquilo que acreditava ser o formato mais desconstruído, funcional e lógico para uma cadeira (WINTON, 2000). Com base em uma ideia e as habilidades necessárias para lhe dar vida, ele inventou uma espécie de mobília que é usada até hoje. A proposta estética da Bauhaus foi, rapidamente ao longo de sua existência, imbuindo-se do espírito industrial do pós-guerra (DOLZAN, 2008). O aspecto do artesão, do executor se sobressaía ao de artista. E, nesse sentido, a linguagem estética da escola se voltava para um olhar de massi�cação produtiva, de pensar o design através de praticidade, de funcionalidade e adequação dos desenhos para viabilizar a sua construção por máquinas e fábricas. Desde que se estabeleceu em Dessau, O uso de aço tubular se transformou em um marco estético da escola, uma vez que unia soluções para a intenção industrial, para as intenções artísticas e crenças dos diretores da escola, mas não parou por aí. A Bauhaus também se dedicou a estudar tipogra�a e a aplicar os mesmos conceitos no design de elementos Fonte: Wikimedia [...] a Escola �cou conhecida como responsável principal pela estética “da máquina”, sendo esta a problemática de concentração dos intelectuais envolvidos. Em pouco tempo, a Bauhaus vivia uma mudança signi�cativa, principalmente no que compete aos paradigmas pedagógicos. — (DOLZAN, 2008, p. 64) 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 14/27 tipográ�cos, com foco em criar algo que sempre privilegiasse a informação em detrimento da estética. Esse mesmo formalismo geométrico, voltado ao funcionalismo do design de todos os materiais, podia ser veri�cado nos diversos departamentos da escola. Ao �nal da sua consolidação, em 1927, a Bauhaus havia abandonado qualquer forma de esteticismo e se pautado pelo slogan “a forma segue a função”. E, após a saída de Walter Gropius da escola, em 1928, ela entra em uma fase de desconstrução, seguida pela debandada de vários de seus diretores e artistas para os EUA. Saiba mais O site do Metropolitan Museum of Art tem diversos artigos que tratam de exposições de artistas egressos da Bauhaus. Clique aqui para saber mais. VIDEOAULA: A LÓGICA DA BAUHAUS NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA Para entendermos um exemplo brasileiro de como é a lógica artística da Bauhaus, vamos observar a esplanada dos ministérios, em Brasília, com um exemplo de uma lógica arquitetônica voltada para a funcionalidade e para o coletivo – ainda que Oscar Niemeyer fosse um tanto crítico da proposta da Bauhaus. A PROPOSTA ESTÉTICA DO STYLING Antes de tudo, charme Se na Europa dos anos 1920 e 1930 os designers buscavam a função acima de qualquer requinte estético, nascia nos Estados Unidos, como um fruto da Grande Depressão, uma veia criativa com uma proposta inteiramente oposta: o Styling. Ele nasceu de uma necessidade muito diferente à que Bauhaus buscava solucionar. Em vez de facilitar a produção em massa, com um contexto econômico arrasado, os produtos criados nos EUA precisavam, de alguma maneira, incentivar o consumo (ANDRIOLI; GALAFASSI, 2015). Nesse sentido, a solução empregada à época foi a criação de novos produtos que pudessem ser atrativos e sedutores em sua estética. O processo de embelezamento do design de um bem material é o que se pode chamar de Styling, e ele parte de uma premissa, a de se preocupar com a aparência antes de qualquer outro atributo de um produto, até mesmo a sua função. Os objetos estavam alinhados com as tendências da moda e o trabalho do designer era voltado exclusivamente ao Styling (ANDRIOLI; GALAFASSI, 2015). Videoaula: A lógica da Bauhaus na produção artística Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Figura 2 | Streamlined Pencil Sharpener – Raymond Loewy (Nov .5, 1893, Paris, France) https://www.metmuseum.org/ 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 15/27 O Styling rapidamente se tornou uma prática padrão na indústria americana, e muito disso é em função da in�uência do trabalho de um artista em especí�co. Raymond Loewy era um francês que enquanto jovem se mudou para os EUA e, em território americano, dedicou o resto da sua vida ao design. Desde criança ele era obcecado pela beleza em objetos do dia a dia e, com 15 anos, com a criação de uma patente – um desenho de um planador inspirado no formato de uma libélula (muito diferente dos desenhos de aviões à época) –, ele pôde pagar seus estudos e se formar engenheiro (MEDEIROS; VERÍSSIMO, 2016). Muitos de seus trabalhos ajudaram a dar forma à vida cotidiana no século passado em projetos como a garrafa original de Coca-Cola, o logo da Shell e a primeira estação espacial americana, a Skylab. Entretanto, é possível a�rmar que seu trabalho pôde moldar, talvez até mesmo de�nir, a cultura americana de consumismo (KULIK, 2003). 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 16/27 Seguindo uma linha estética que viria a ser chamada de Streamline,os produtos da década de 1930 se aproveitavam de formatos arredondados, inspirados em uma gota d’agua, para chamar a atenção dos consumidores. Essa forma aerodinâmica pode ser associada com a indústria automobilística, mas até mesmo utensílios caseiros de cozinha começaram a ser concebidos nesse tipo de estilo (ANDRIOLI; GALAFASSI, 2015). Essa concepção também tinha um viés de mercado: a revista Time de 31 de outubro de 1949 tem na capa a imagem de Raymond Loewy com o seguinte título (livremente traduzido): “Ele otimiza as curvas de venda”. No �m das contas, mesmo após a superação do contexto da crise econômica e da Segunda Guerra Mundial, o Styling americano de meados do século passado pode muito bem ter sido determinante para mudar o pensamento empresarial da época. E isso gera repercussões profundas até hoje. Figura 3 | Styling versus Bauhaus Fonte: elaborado pelo autor. VIDEOAULA: A PROPOSTA ESTÉTICA DO STYLING Por meio de algumas imagens de obras de Raymond Loewy, vamos observar como a proposta estética do Styling, sobretudo com seu aprofundamento com o Streamline, materializava-se em produtos de consumo de massa. A LÓGICA COMERCIAL DO USO DA IMAGEM No bloco anterior, vimos como produtos começaram a ser inventados com uma concepção voltada para o Styling. Mas a criação de um produto atrativo não é su�ciente para uma estratégia de marketing e vendas adequadas (KOTLER; KELLER, 2012). Muito daquilo que compõe o estilo de vida consumista passa por mais do que a estetização dos produtos, mas pelo constante contato com publicidade e propaganda (LIPOVETSKI; SERROY, 2015). Figura 4 | Publicidade – Refrigeradores Eletrolux Videoaula: A proposta estética do Styling Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 17/27 A imagem, nesse sentido, torna-se essencial para a capacidade de uma empresa criar e conduzir esses processos de comunicação. Junto com o Styling, os paradigmas da comunicação também se alteraram durante meados do século passado. O uso de imagens em detrimento de texto se transformou em uma prática comum, a abordagem mais indireta e sutil ao invés da tentativa objetiva e direta de venda. Nesse âmbito, por um lado temos aquilo que se convencionou chamar Soft Sell, de outro, o Hard Sell (OKAZAKI; MUELLER; TAYLOR, 2014). Ao observarmos um anúncio Hard Sell em comparação a um Soft Sell, podemos perceber justamente o quão importante o uso da imagem pode ser. E, no caso das imagens, o anúncio com predominância de uma abordagem direta e informativa com texto é de um produto tipicamente criado com base em Styling, enquanto aquele com predominância de imagem e uma condução mais sutil e sugestiva é de um carro concebido na Alemanha, com pensamento em funcionalidade. Mais nada escapa das malhas da imagem e do divertimento, e tudo o que é espetáculo se cruza com o imperativo comercial: o capitalismo artista criou um império transestético proliferante em que se misturam design e star-system, criação e entertainment, cultura e show business, arte e comunicação, vanguarda e moda. Uma hipercultura comunicacional e comercial que vê as clássicas oposições da célebre “sociedade do espetáculo” se erodirem: o capitalismo criativo transestético não funciona na base da separação, da divisão, mas sim do cruzamento, da sobreposição dos domínios e dos gêneros. — (LIPOVETSKI; SERROY, 2015, p. 27) 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 18/27 VIDEOAULA: A LÓGICA COMERCIAL DO USO DA IMAGEM Por meio de fotos de campanhas impressas de diversos produtos diferentes, vamos observar os pontos em comum com relação ao uso da imagem e como a ela é construída para atingir os objetivos da marca. Com isso em mente, podemos entender que o uso da imagem dentro da lógica comercial é algo que tem a capacidade de complementar ou de criar valores estéticos adicionais a produtos (LIPOVETSKI; SERROY, 2015). E é por cuidadosamente medir os efeitos que imagens podem evocar, que a criação de uma propaganda é um processo que demanda tanta ponderação. Neste trabalho, existe um apreço grande pela valorização do produto. A imagem, portanto, não serve como um mero registro de um produto belo. Através de luz, ângulo, técnicas e referências extraídas da criação artística, a comunicação pode se utilizar da imagem para expandir o senso de sedução e beleza que um produto pode oferecer. Vamos pensar um momento em marcas conhecidas pelo belo design de seus produtos. Isso vem associado a quê? Geralmente, vem em conjunto a imagens construídas para demonstrar justamente o diferencial daquele bem de consumo. Figura 5 | Publicidade – Fusca Videoaula: A lógica comercial do uso da imagem Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 19/27 ESTUDO DE CASO A família Almeida, agora proprietária de cinco supermercados no interior do estado de São Paulo, resolve que é hora de expandir e também vender móveis e eletrodomésticos em seus pontos de venda. Você é responsável por fazer as aquisições e decidir entre dois fornecedores, um deles com desenhos simples e funcionais, outro com desenhos mais chamativos, porém de qualidade eletrônica e mecânica menor. Por qual deles você decide? Quais os motivos da decisão? RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO Para esse caso, não existe uma resposta inteiramente correta. A grande questão são os argumentos levantados em função de uma ou de outra escolha. Nesse sentido, as maiores adições a se fazer são com relação ao desenvolvimento histórico do design e como ele se apresenta hoje. Tanto Styling quando Bauhaus são correntes do século passado e nenhuma é absoluta até hoje. Então, é bom dizer que o fornecedor de design simples não fornece necessariamente produtos rústicos ou feios, e o de design arrojado não tem um produto de baixa qualidade. Nesse sentido, seria também um adicional interessante trazer o histórico da família Almeida, a partir dos outros estudos de caso, para ajudar a tomar a decisão. Resolução do Estudo de Caso Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta aula vamos observar e aprofundar a compreensão a respeito do processo de convergência que vem ocorrendo com a arte e a comunicação. Mais do que nunca, a comunicação se utiliza de formatos, estética e construção artística para atingir seus objetivos, e saber como esse processo ocorre é essencial para qualquer estudante em busca de entender comunicação visual. A ideia é formar um senso analítico para perceber quando e como o processo de hibridização ocorre e, no �m, conseguir, caso necessário, criar a capacidade de Aula 4 A ARTE DE COMUNICAÇÃO: PROCESSOS DE HIBRIDIZAÇÃO E CONVERGÊNCIA Nesta aula vamos observar e aprofundar a compreensão a respeito do processo de convergência que vem ocorrendo com a arte e a comunicação. 24 minutos 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 20/27 algo que possa transitar entre a arte e a comunicação enquanto uma peça única e convergente. E essa capacidade é essencial para qualquer pro�ssional de mercado que lida com marcas e/ou arte, portanto, trata-se de uma aula essencial. Vamos lá? CONVERGÊNCIA E HIBRIDIZAÇÃO ENTRE ARTE E COMUNICAÇÃO Em agosto de 2017, a Volkswagen iniciou o lançamentoda sua websérie denominada “01.09”. Como uma maneira de apresentar as inovações da sua última linha de veículos, a marca criou uma websérie de ação e suspense em que os novos features foram inseridos de modo sutil e amarrado à narrativa ao longo dos episódios, cada qual com 4 minutos aproximadamente. Com base nisso, podemos fazer uma pergunta: trata-se de uma propaganda longa (muito maior do que os tradicionais 30 segundos da televisão ou 6 segundos do Youtube) ou uma série curta? É nessa pergunta que mora a questão da aula. Além do fenômeno que Lipovetsky e Serroy (2015) já notam por meio dos conceitos de capitalismo, artista e da descrição da hiperarte e da estetização que permeia todo o mundo contemporâneo, há outra autora que se debruça especi�camente sobre os aspectos de hibridização e convergência de arte e comunicação. Lucia Santaella, nesse mesmo sentido, nos diz que: A autora também descreve como que a publicidade contemporânea faz constantes tentativas de aproximação com a arte. Pelo menos no objetivo de conseguir um status que possa ser parecido com as artes. E essa é a razão pela qual os mais elevados níveis de acabamento e produção são empregados, assim como a tradição de premiações largamente prestigiosas e desejadas pelos pro�ssionais da área. A profundidade disso é tão grande que até mesmo os formatos artísticos que têm grande a�nidade com a cultura de massa, como a arte pop, “canibalizam” as imagens de meios massivos, enquanto as mídias “recanibalizam” a arte pop (SANTAELLA, 2005). Esse processo gera a hibridização de arte e comunicação, uma sequência de apropriações mútuas, sem �m. Com isso em mente, voltamos à pergunta: longa publicidade ou série curta? Possivelmente nenhum dos dois, já que se trata de um formato único que explora elementos dos dois campos. Seria possível chamar de branded entertainment, ou então branded content. Por de�nição, branded entertainment é uma maneira muito mais so�sticada de costurar produtos à essência de uma narrativa ou de um conteúdo (HUDSON; HUDSON, 2006). Mais complexa do que a inserção de um produto como um coadjuvante, a ideia é fazer com que aquela peça seja construída de modo que a marca seja protagonista. A hibridização e desterritorialização da cultura, que já se insinuara no dadaísmo e foi retomada na arte pop, atingiu seu limite máximo na pós-modernidade, muito provavelmente devido à consciência que então emergia, da globalização e das misturas que, a partir de então, tornar-se-iam constantes entre o global e o local, passado, futuro e o presente, o bom gosto e o kitsch mais deslavado. — (SANTAELLA, 2005, p. 48) 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 21/27 Durante a série “01.09”, por exemplo, mais do que demonstrar carros e funcionalidades, a narrativa precisa de veículos para ter �uxo, o que faz com que a VW se torne essencial para o enredo, e isso leva elementos de arte e de comunicação a conviverem em um mesmo ambiente. VIDEOAULA: CONVERGÊNCIA E HIBRIDIZAÇÃO ENTRE ARTE E COMUNICAÇÃO Para aprofundar o conceito de Brand Entertainment, vamos comparar peças proprietárias de marcas com peças em que há somente um product placement. ARTE E COMUNICAÇÃO NA PRODUÇÃO GRÁFICA Um dos enfoques mais importantes a se aprofundar quando o assunto é a hibridização e convergência de artes e comunicação está na produção grá�ca. Ainda que o design grá�co possa ser compreendido como a utilização dos saberes de diversas outras áreas (MONAT; CAMPOS, 2008), hoje em dia o papel transcende o meio físico e se insere, também, em meios eletrônicos. Em diversos sentidos, a popularização de ferramentas práticas e de fácil utilização expandiu muito as possibilidades das pessoas, sejam elas pro�ssionais ou não, de produzir suas próprias criações grá�cas (SANTAELLA, 2005). Em geral, o artista contemporâneo, sobretudo o que produz arte pop, não se inspira na natureza ou a utiliza como base para produção artística. Pelo contrário, vivemos em um mundo em que: Nesse sentido, o repertório de signos e in�uências do artista e do publicitário podem muito bem ser o mesmo. E a diferenciação se torna cada vez mais distante. Podemos inclusive pensar em um exemplo mais antigo. A obra de 1962 de Andy Warhol, Marilyns, que retrata Marilyn Monroe e que foi feita na ocasião da morte dela, tirou a sua base de uma fotogra�a de Eugene Kornman, originalmente produzida para um �lme que era estrelado pela atriz (trata-se do �lme Niagara, de 1953). O mesmo Andy Warhol tem diversas outras obras em que são retratadas embalagens de produtos de consumo em massa. Assim, �ca difícil saber qual o território da comunicação e qual o da arte. Videoaula: Convergência e Hibridização entre arte e comunicação Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. […] a natureza, no sentido de campos, árvores e montanhas, foi substituída por uma realidade construída pelos humanos, feita de edifícios, interiores, carros e motos, sinais, cartazes, outdoors, jornais, revistas, �lmes, transmissões de rádio e TV. Em suma, bilhões de pessoas passaram a viver não mais em contato com a natureza, mas em ambientes saturados de mídias e signos. — (SANTAELLA, 2005, p. 39) 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 22/27 Podemos adicionar a isso o fato de que a comunicação tem, como dito no bloco anterior, uma tendência à busca de sua validação enquanto arte. A propaganda se utiliza de beleza e estética artísticas para construir o design de suas peças. Podemos ver, ainda, formatos em que a convergência é tão forte que começar a fazer a distinção já é complexo. Peguemos o catálogo de moda, por exemplo. É possível argumentar que a moda é uma espécie de arte (VILAR, 2016) e que, ao ser fotografada ou registrada para uma campanha impressa, esse registro se torna uma peça artística. Entretanto, essa foto tem um objetivo de comunicação estreitamente conectado com a indústria de moda na qual ela é inserida. Nesse âmbito, é possível perceber que as linguagens visuais da arte e do design grá�co voltado para a comunicação podem ser muito parecidas. A�nal, se ambos compartilham o mesmo ambiente e, em larga escala, até mesmo tecnologias de produção, o que resulta disso é uma convergência entre arte e comunicação. Saiba mais Uma boa indicação para resumir a aula é a websérie da VW 01.09 – Clique aqui para saber mais. VIDEOAULA: ARTE E COMUNICAÇÃO NA PRODUÇÃO GRÁFICA Para exempli�car o que o Bloco 2 traz de conteúdo, passaremos por algumas imagens de Andy Warhol, assim como de algumas campanhas impressas de marcas de moda. ARTE E COMUNICAÇÃO NA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL Outro ponto de partida interessante para observarmos a convergência de artes e comunicação está na produção audiovisual. Se em aulas anteriores falamos das formas que arte e mídia se utilizam mutuamente, aqui podemos observar como esse uso cria formatos convergentes e, possivelmente, até inéditos. Podemos extrair o exemplo do Bloco 1 novamente. Uma websérie de uma marca com acabamento e estética similares a de uma série de televisão é uma peça de brand entertainment cuja fórmula é bastante híbrida. Mas as convergências não existem somente na hibridização dos formatos. A partir do momento em que os meios que transmitem comunicação e arte são os mesmos, a mesma tela que reproduz um �lme de circuito é a que, na sequência, mostra um comercial de 30 segundos, (FLUSSER, 2012). As semelhanças e in�uências mútuas se tornam determinantes para ambas as manifestações. O audiovisual se torna uma forma de se transmitir sentido, mas não é exatamente um elemento que condiciona se a peça é arte, comunicação ou então algo que �cana tênue linha entre elas. Videoaula: Arte e Comunicação na produção grá�ca Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. https://www.youtube.com/watch?v=Xux0quHrZcc 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 23/27 Uma forma de demonstrar isso está na própria abordagem dos pro�ssionais que trabalham com diversos modelos diferentes. O cineasta Heitor Dhalia, em entrevista ao jornal Meio e Mensagem, diz que: Uma maneira possível de interpretar o que o cineasta diz é que, no fundo, ainda que os resultados sejam diferentes, os processos de criação de cinema (e ainda que seja uma arte bastante ligada a seu aspecto industrial, é uma manifestação artística) e da comunicação são essencialmente os mesmos. Se consideramos o vídeo, um meio de explorar a realização criativa da imagem em movimento, paralelo ao sistema da televisão (SANTAELLA, 2005), vemos então o quanto a questão se aprofunda. Um canal do YouTube com criadores de conteúdo que se importam com métricas e números de visualizações, por exemplo. Por mais que seus vídeos possam ser voltados à realização artística, existem tantos elementos presentes nesse ambiente que é difícil pensar que os criadores não pensassem em nada além da realização artística pretendida, fazer o que queriam sem os constrangimentos de propósitos exteriores à sua obra. E, nesse sentido, são cada vez mais difusas as linhas que podem dizer o que é arte e o que é comunicação na produção audiovisual. Figura 1 | Arte + Comunicação = Convergência VIDEOAULA: ARTE E COMUNICAÇÃO NA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL Para complementar o bloco, vamos abordar como o cinema é uma arte, mas ao mesmo tempo uma indústria e, com isso, explorar a hibridização entre arte e comunicação. A publicidade tem um craft que é mais determinante, por ter mais dinheiro. Há um apuro visual, a busca de novas linguagens, um código todo especí�co, que inclusive é uma demanda do tempo, dos 30 segundos. E tem uns modismos internacionais, o que é particular desse mercado. Mas o ponto principal está no apuro estético, e a publicidade é isso na essência. Claro que tem a força narrativa e o poder de síntese e outras coisas próprias, mas não é o mais importante. Já no cinema, a construção das narrativas é a coisa mais relevante. A comparação é como uma corrida de tiro curto e uma maratona. As duas consistem em correr, mas é tudo diferente. — (ROGENSKI, 2020) 29/10/2022 19:23 wlldd_221_u4_com_lin_vis https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nadieledauzacker_16%40hotmail.com&usuarioNome=NADIELE+ROQUE+DAUZAKER+DE+ALENCASTRO&disciplinaDescricao=COMUNICAÇ… 24/27 ESTUDO DE CASO Para fechar a unidade, voltamos com o exemplo do varejo da família Almeida. Desta vez, os gestores da empresa decidiram que vão expandir o negócio e abrir algumas unidades no litoral de São Paulo, mais especi�camente em Ilhabela. Foi decidido que uma ação de conteúdo de marca era necessária para atingir os objetivos na região e você é encarregado de dar vida a esse projeto. O que você sugere para o supermercado Almeida? Que ação pode ser interessante para a empresa? Que tipo de conteúdo pode ser implementado? Por quais motivos esse conteúdo pode ter relevância? RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO A ideia é, mais do que inspirar a criatividade de ações, fazer pensar acerca da criação de um formato híbrido entre arte e comunicação que seja aplicável a um problema de uma empresa. São diversas as possibilidades de conteúdo – e pensar em algo que não seja audiovisual, também é bem proveitoso, mas o mais importante é entender o quanto existem convergências entre ambas as manifestações. Videoaula: Arte e Comunicação na produção Audiovisual Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Resolução do Estudo de Caso Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 1 DEARBORN, M. Ford modelo T, primeiro carro popular da história, comemora 110 anos de lançamento. Ford Media Center, 2 out. 2018. Disponível em: https://media.ford.com/content/fordmedia/fsa/br/pt/news/2018/10/02/ford-modelo-t--primeiro-carro-popular- da-historia--comemora-110-.html. Acesso em: 7 maio 2021. FLUSSER, V. O Universo das Imagens Técnicas: Elogio da Super�cialidade. 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