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GILSON | DIA 3 | 23/09/16 Histórico da Física moderna 2 Efeito fotoelétrico e dualidade onda-partícula 16 FÍSICA ENSINO MÉDIO 18 Física moderna C LE A R V IE W ST O C K MATERIAL DO PROFESSOR FIS-M18-1.indd 1 26/09/2016 13:13:27 1 Usina nuclear: geração de energia por meio das teorias de Einstein. TO LG A RT FIS-M18-1.indd 2 26/09/2016 13:13:32 1 VOCÊ VAI APRENDER A reconhecer o histórico do nascimento da Física moderna; aprender a equação mais famosa de Albert Einstein; inferir sobre a teoria da relatividade; reconhecer o poder emissivo de um corpo negro; resolver situações-problema a partir da lei de Wien; utilizar as hipóteses de Planck em situações-problema. HISTÓRICO DA FÍSICA MODERNA A incessante busca por novos conhecimentos motivou cientistas como Albert Einstein, Max Planck e Werner Heisenberg, entre outros, a descobrirem um novo ramo de estudo científico, a Física moderna. A dedicação em explicar fenômenos físicos levou a sociedade a utilizar, por exemplo, semicondutores — componentes fundamentais de circuitos ele- trônicos modernos —, responsáveis pela tecnologia empregada em celula- res, computadores, lasers e tantos equipamentos que não estariam à nossa disposição sem a dedicação de cientistas e pesquisadores. Para ter dimensão desses avanços, basta analisar suas atividades diárias. É provável que até o presente momento você tenha utilizado equipamentos que não existiriam sem o desenvolvimento da Física moderna. Neste capítulo serão estudadas as tecnologias da Física empregadas em televisores, além de outros mecanismos que passam despercebidos, como luminárias e postes. 1111 FIS-M18-1.indd 3 26/09/2016 13:13:35 4 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO Se a mecânica quântica não te assustou, então você não a entendeu ainda. Niels Bohr PARA COMEÇAR C A RN EG IE IN ST IT U TE , M O U N T W IL SO N O BS ER VA TO RY , P A SA D EN A , C A LI FO RN IA IS TO C K /G ET TY IM A G ES IS TO C K /G ET TY IM A G ES Vamos refletir? Observe as imagens, converse sobre elas com seus colegas de sala de aula e responda oralmente as seguintes questões: • Do que se trata a equação escrita por Einstein? • Por que o fogo de uma fogueira tem várias cores? • Massa e energia são a mesma coisa? ROTEIRO DE APRENDIZAGEM 1 História da Física moderna • Tentativa de unificar a Física moderna 3 Teorias de Einstein • Massa e energia • Teoria especial da relatividade • Corpo negro • Exemplos de corpo negro • Lei de Wien • Hipótese de Planck 2 Mecânica quântica Orientação ao professor 1. Levante essas questões com os alunos, mas não se preocupe em fazer com que eles respondam corretamente. Neste primeiro mo- mento, o ideal é identificar quais conhecimentos os alunos trazem sobre os assuntos abordados. Anote na lousa à medida que eles vão respondendo e anote em uma folha à parte para, mais adiante, retomar algumas respostas que podem ser úteis na hora das ex- plicações. FIS-M18-1.indd 4 26/09/2016 13:13:39 5 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO HISTÓRIA DA FÍSICA MODERNA A natureza da luz intrigou a humanidade. Prova disso é que no século XVII houve um grande debate sobre tal natu- reza. De um lado, estava Isaac Newton defendendo a teoria corpuscular, a qual propunha que a luz era formada por pequenas partículas. De outro, estava Christiaan Huy gens, que defendia que a luz era uma espécie de onda. Tal debate chegou ao fim somente no início do século XIX, quando Thomas Young realizou experimento que passava luz por pequenas fendas. Ao passar pelas fendas, a luz apresentou um padrão de interferência característico de ondas que não poderia ser explicado por um modelo corpuscular. James Clerk Maxwell, em meados do século XIX, ao estudar comportamentos elétricos e magnéticos, concluiu que cargas elétricas em determinadas circunstâncias po- deriam gerar campos elétricos e magnéticos que viajavam como uma onda — com velocidade igual à da luz. Diante dessa descoberta, concluiu que a luz é um tipo de onda eletromagnética. Na época, os cientistas já sabiam que ao ser aquecido um corpo começava a emitir luz. Esse fenômeno foi analisa- do com mais seriedade no final do século XIX, ao se estudar a energia eletromagnética emitida por um corpo quando é aquecido em função da sua temperatura, e as frequências dessa radiação. Em 1990, o físico Max Planch, em um ato que ele mesmo classificou como “loucura” — após várias tentativas frustradas —, fez uma proposta radical: a energia eletromagnética emitida por um corpo quando é aquecido não é continua, mas sim discreta e múltipla de uma deter- minada quantia. Esse foi o surgimento de uma nova ciên- cia, denominada mecânica quântica. O termo quântica vem do latim quantum e significa quantidade. Essa ideia de que a energia era quantizada e não contínua foi um grande e ousado passo para a Física. Em 1905, Albert Einstein publicou um artigo no qual explicava de maneira satisfatória um experimento. Nessa explicação, ele retoma algo parecido com a teoria cor- puscular ao admitir que a luz se comportava nesse expe- rimento como partícula, sendo que cada partícula tinha uma determinada quantidade de energia proporcional à frequência da onda eletromagnética. Logo, ele havia pro- vado que a radiação eletromagnética se comporta como onda ou como partícula, dependendo do experimento que é realizado. Em 1913, o físico Niels Bohr percebeu inconsistências teóricas nos modelos atômicos da época e propôs um novo modelo parecido com o Sistema Solar, com o núcleo atô- mico análogo ao Sol e os elétrons em órbita desse núcleo, análogo aos planetas orbitando o Sol. A diferença é que um planeta pode ter qualquer órbita ao redor do Sol e no modelo de Bohr, apenas algumas órbitas eram permitidas, conforme ilustração. Ilustração do modelo de Bohr. n = 2 n = 1 Núcleo Elétron E irradiada Nesse modelo, o elétron só pode ocupar a órbita n = 1 ou n = 2, por exemplo (no caso da ilustração acima). Cada órbita possui uma energia específica E1 para n = 1 e E2 para n = 2. Quando um elétron salta de uma órbita mais externa (n = 2) para uma mais interna, ele libera energia, tal que Eliberada = |E2 – E1|. De maneira equivalente, para saltar de uma órbita mais interna para uma mais externa, ele não poderia absorver qualquer quantidade de energia. Isso só seria possível se Eabsorvida = |E2 – E1|. Isso é a quantização das órbitas dos elétrons ao redor do átomo. Em 1924, Louis de Broglie propôs que tal qual a radia- ção eletromagnética, a matéria apresentaria um compor- tamento ondulatório. Assim, prótons, elétrons, nêutrons etc. também poderiam se comportar como ondas, o que foi provado experimentalmente anos depois. A união de todos esses conhecimentos é conhecida como mecânica quântica. Em 1905, ao analisar experimentos sobre a velocida- de da luz, Albert Einstein concluiu que ela não depende do movimento referencial. Se uma está em um referencial estático com relação à Terra e mede a velocidade da luz, ela encontrará um valor. Se outra pessoa se move com re- lação à primeira e também mede a velocidade da luz, ela encontrará o mesmo valor: a velocidade da luz é a mesma no vácuo, independentemente da medida da velocidade do referencial. A partir disso, Einstein formulou a teoria da relatividade restrita, na qual concluiu que o espaço e o tempo podem se dilatar, dependendo da velocidade do re- ferencial. Essa teoria foi feita para referenciais inerciais, ou seja, aqueles que não estão acelerados. Em 1915, Einstein estendeu sua teoria e algumas de suas conclusões foram que a massa pode deformar o espaço-tempo e que isso é a real explicação para a força gravitacional. Essa teoria, que inclui acelerações e campos gravitacionais, ficou conhecida como teoria da relatividade geral. FIS-M18-1.indd 5 03/10/2016 14:22:06 6 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO De maneira geral, definimos como Física moderna as teorias relativas à mecânicaquântica e à relatividade geral. TENTATIVA DE UNIFICAR A FÍSICA MODERNA No final do século XIX, a Física clássica já conhecia a mecânica, a óptica, o eletromagnetismo e a termodinâmi- ca. A fim de explicar determinados experi mentos, houve tentativas de unificar essas áreas da Física, as quais resul- taram em novas teorias. Por exemplo, ao unir conceitos da mecânica e do eletromagnetismo surgiu a teoria da relati- vidade, ao relacionar a termodinâmica com o eletromagne- tismo/óptica, nasceu a Física quântica — também conheci- da como mecânica quântica. Entretanto, a união da relatividade e da mecânica quântica em uma única teoria é algo perseguido por mais de um século, sendo ainda um problema em aberto. As- sim, é comum tratar separadamente assuntos relativos ao universo macroscópico (estrelas, planetas etc.) e ao micros- cópico (elétrons, prótons etc.). Os objetos de estudo ma- croscópico são usualmente tratados pela relatividade e os microscópicos pela mecânica quântica. Todavia, há campos de estudos que até hoje procuram tratar simultaneamente essas duas áreas. A mecânica quântica passou a mostrar a compreensão de partículas elementares, com a descrição do comportamento delas por meio de algo denominado função de onda — relacionado à probabilidade de algo ocorrer. A Física quântica responde, por exemplo, pela dis- tribuição dos elétrons em níveis e subníveis atômicos, liga- ções químicas etc. MECÂNICA QUÂNTICA É o ramo da Física moderna que estuda o universo mi- croscópico, ou seja, de partículas muito pequenas. O termo quântico vem do latim quantum e significa quantidade. Re- fere-se à unidade usada nessa área da Física para designar a energia associada aos níveis de energia do elétron em um átomo ou mesmo da energia de uma onda eletromagnética sendo quantizada — que só pode assumir determinados valores —, ao contrário da ideia de energia contínua da mecânica clássica — que pode assumir qualquer valor. Em 1905, Albert Einstein argumentou teoricamente que as on- das eletromagnéticas se comportavam como partículas. A essas partículas foi dado o nome de fóton. Na Física clássica, a mecânica trabalha com partículas que apresentam posição e velocidade bem definidas a cada instante. Já na mecânica quântica, a posição e a velocidade de um elétron são quantidades que não podem ter, simul- taneamente, valores bem definidos. Esse é um dos princí- pios da mecânica quântica, conhecido como princípio da incerteza de Heisenberg. Tal avanço científico resultou em inovações tecnológi- cas, como eletroeletrônicos, máquina fotográfica digital, computadores, inclusive os instalados em automóveis, além de projetos ambiciosos que estão em desenvolvimento, como os computadores quânticos que poderão tornar-se realidade em algumas dezenas de anos. Essa é mais uma tecnologia que pode revolucionar todas as áreas da ciência. IS TO C K /G ET TY IM A G ES IS TO C K /G ET TY IM A G ES Orientação ao professor 2. Leia a notícia sobre a descoberta de massa do neutrino. Disponível em: <http://www.rtp.pt/noticias/ciencias/cientistas-responsaveis- pela-descoberta-de-massa-no-neutrino-vencem-nobel-da-fisica_n863920>. Acesso em: set. 2016. A notícia publicada em 2015 mostra o quanto precisamos estudar a Física, uma vez que os cientistas foram laureados com o Prêmio Nobel por um assunto cujos resultados de pesquisas, até então, tinham sido satisfatórios. Isso mostra o quanto ainda temos para descobrir. Você pode mencionar esse texto em sala para mostrar aos alunos que a Física é uma ciência em constante renovação. FIS-M18-1.indd 6 03/10/2016 14:22:06 7 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO TEORIAS DE EINSTEIN MASSA E ENERGIA Os trabalhos de Albert Einstein são considerados mar- cos da Física moderna. As ciências física e química sempre avaliaram a conservação de massa e energia separadamen- te, mas Einstein mostrou que massa pode ser convertida em energia e vice-versa por meio da equação: E = mc2 E: energia equivalente à massa (J) m: massa em repouso (kg) c: velocidade da luz no vácuo, que equivale a 3 · 108 m/s. Essa equação ajuda a compreender, por exemplo, a origem da energia proveniente das estrelas e a construir usinas nucleares. Nessas usinas, parte da massa de um elemento químico é transformada em energia, aproveita- da por elas. Barris com alto nível radioativo armazenados em usina nuclear. PY O TR S IV K O V / C O N TR IB U TO R/ G ET TY IM A G ES TEORIA ESPECIAL DA RELATIVIDADE Na relatividade especial, Einstein adotou os seguintes postulados: • As leis da Física são as mesmas em todos os referenciais inerciais. • A velocidade da luz independe do movimento da fonte ou do observador. C O LE Ç Ã O P A RT IC U LA R Albert Einstein (1879-1955) Para essa teoria, Einstein precisou alterar a compreen- são de conceitos estabelecidos pelo senso comum, como os de tempo e espaço, o qual determina que ao existir dois observadores, e um estiver em movimento em relação ao outro, o tempo passará de maneira diferente para eles. Por exemplo, se um observador parado em relação a Terra medir o intervalo de tempo t em que um evento ocor- re, e um segundo observador, que está em um referencial que se move com velocidade v com relação a Terra, medir o intervalo de tempo t´ desse mesmo evento o tempo passará de maneira distinta para ambos, tal que t' ≠ t. Isso é conhecido como dilatação temporal, dado por: t t v c ' = −1 2 2 Em que c é a velocidade da luz no vácuo. De maneira análoga, o espaço também pode se con- trair. Façamos um experimento com dois observadores: • O observador 1 está em um referencial e mede o com- primento L de um objeto que está nesse referencial. • O observador 2 está em um referencial que se move a uma velocidade v com relação ao primeiro e na mesma direção do comprimento do objeto. O observador 2 medirá o comprimento do objeto como sendo L’ < L, tal que: L L v c ' = −1 2 2 Ainda pela teoria da relatividade restrita, a massa de um objeto pode ser alterada. A massa de um objeto em repouso em relação a um referencial é m; se essa massa se mover com velocidade v em relação a esse referencial, a nova massa m’ é dada por: FIS-M18-1.indd 7 03/10/2016 14:22:08 8 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO m m v c ' = −1 2 2 Geralmente, a quantidade 1 1 2 2− v c , por aparecer vá- rias vezes, é reescrita pela letra grega g, tal que: γ ≡ − 1 1 2 2 v c Assim, quanto maior a velocidade de um objeto com relação a um referencial, maior sua massa. É importante ressaltar que na teoria da relatividade restrita os referenciais são inerciais, ou seja, não estão sujeitos a acelerações. Assim, a velocidade dos referenciais é constante. Não observamos os efeitos da contração espacial, temporal ou alteração da massa dos objetos em nosso coti- diano, pois a velocidade com a qual os objetos precisam se mover para tais alterações ficarem em evidência é muito alta. Na teoria da relatividade restrita, cada observador tem a própria medida de tempo. Para exemplificá-la faz-se o experimento mental denominado paradoxo dos gêmeos. Esse experimento está relacionado à dilatação do tempo. Um dos gêmeos viaja em uma nave em velocidade muito próxima à da luz e volta da viagem mais novo. Seguem detalhes: • Imagine G1 e G2 gêmeos idênticos. • G1 faz uma viagem em uma nave espacial em veloci- dade muito próxima da velocidade da luz. • G2 permanece na Terra. • Para G2, a nave está em movimento, então ele diz que o tempo para seu irmão, que está dentro da nave, pas- sa mais devagar. • Por outro lado, o irmão G1 vê a Terra afastar-se com velocidade muito próxima à da luz no vácuo e afirma que o tempo passa mais devagar para seu irmão. O que se conclui disso? Ambas as afirmações estão erradas. Segundo Einstein, não é possível comparar o passar do tempo entre duas pes- soas com referenciais movendo-se um em relação a outro. Dá para dizer, sim, que o tempo passa mais devagar para G1 emrelação ao referencial de G2 analisando o fato ao referencial inercial Terra. Porém, o viajante G1 mudou de referencial inercial ao sair da Terra, passando a referencial com velocidade cons- tante próxima à da luz e, mais tarde, voltou ao referencial da Terra. Assim, como se faz a avaliação final no referencial da Terra, pode-se afirmar que G1 está mais novo que G2, em virtude da dilatação do tempo em relação ao referencial. Solução Considere o planeta Terra e a estrela α-Centauri, situa- da à distância de L = 4 anos-luz do Sistema Solar. O gêmeo G2 fica na Terra e G1 parte para α-Centauri à velocidade u = 0,8c. Despreze o movimento da Terra em torno do Sol e considere a Terra e α-Centauri fixas no referencial R. G2 está fixo nesse referencial. R’ é o referencial da nave. Do ponto de vista de G2, seu irmão viaja pelo tempo de L/u = 5 anos até a estrela e por tempo igual na volta. Portanto, G2 envelhece dez anos entre a partida e o retor- no de G1: t L u anos luz c = = −4 0 8, Para G1, o tempo de viagem corresponde ao que ele observa em seu relógio, portanto é o tempo próprio e igual para a volta: ∆ ∆ t t c c anos' , ,= = − = ⋅ = γ 5 1 1 0 8 5 0 6 3 2 2 2 Ele envelhece, portanto, 6 anos. No fim da experiência, G1 está quatro anos mais novo que G2. Aparente paradoxo: o gêmeo G1 pode alegar que o reverencial R’ da nave ficou parado enquanto o referen- cial R foi e voltou, porque na teoria da relatividade restrita só importam movimentos relativos. Nesse caso, G2 estaria quatro anos mais novo que G1, gerando um paradoxo na teoria. Observe que, no entanto, não há simetria entre os dois casos. O astronauta G1 “sente” a aceleração da nave ao partir e, quando atinge a estrela e inverte o sentido do movimento, sabe ter sido ele quem fez a viagem e, desse modo, considera estar mais velho. 1. Na avaliação da equação E = mc², que fornece uma relação entre massa e energia de um corpo, o que o ocorre com a energia se a massa for reduzida a um terço do valor inicial? 2. Quais os postulados adotados por Einstein na relativi- dade especial? Como E = m · c2, se a massa for reduzida a um terço, a energia também reduz a um terço do valor inicial. As leis da Física são as mesmas em todos os referenciais inerciais e a velocidade da luz independe do movimento da fonte ou do observador. FIS-M18-1.indd 8 26/09/2016 13:13:45 9 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO CORPO NEGRO No eletromagnetismo, as partículas eletri- zadas em movimento acelerado produzem on- das eletromagnéticas, que são uma espécie de energia radiante. A radiação emitida por corpos devido à agitação térmica de seus átomos deno- mina-se radiação térmica. Um corpo em equilíbrio térmico com o am- biente emite e absorve a mesma quantidade de energia a cada segundo. Assim, um bom emis- sor de energia radiante que esteja em equilíbrio térmico com o ambiente também é um bom absorvedor. Caso esse absorvedor seja ideal — 100% —, e esteja em equilíbrio térmico com o ambiente, diz-se que é um corpo negro. Um corpo negro ideal absorve toda a radiação ele- tromagnética que incide nele, não refletindo nada. Se ele está em equilíbrio com o ambiente, a quantidade de energia emitida por segundo é absorvida na mesma proporção. Essa radiação emitida pelo corpo negro ideal não depende da direção, ou seja, é isotrópica e também é fei- ta em todas as possíveis frequências. Para um corpo negro ideal, a intensidade I da radiação eletromagnética emitida por ele é dada por: I = σT4 Conhecida como lei de Stefan-Boltzmann. Nessa equação: I: intensidade da radiação emitida. Ela é dada pela potência P da radiação por unidade de área A: I = P A (W/m2); já a potência P é dada pela energia por segundo, conforme definido em mecânica: P E t = ∆ σ: constante de Stefan-Boltzmann, cujo va- lor é σ = 5,67 · 10–8 W · m–2K–4 T: temperatura absoluta na escala Kelvin (K) Desse modo, corpos com maior tempera- tura emitem mais energia total por unidade de área que aqueles com menor temperatura. O Sol, com temperatura de aproximadamente 6 000 K em sua superfície, emite centenas de milhares de vezes mais energia que a Terra, com temperatura média de aproximadamente 288 K na superfície . Corpos com temperatura superior ao zero absoluto (T > 0 K) emitem radiação em todos os comprimentos de onda produzida pelo mo- vimento acelerado das cargas elétricas. Quando a temperatura é de aproximadamente 600 °C, o corpo começa a emitir radiação mais intensa- mente na frequência do vermelho e, à medida que a temperatura aumenta, a radiação vai passando para comprimentos de onda meno- res. É por isso que ao esquentar um pedaço de carvão ele começa a ficar avermelhado. Diferentes tonalidades durante a queima do carvão representa diferentes temperaturas. IS TO C K /G ET TY IM A G ES EXEMPLOS DE CORPO NEGRO Estrela Uma estrela, com boa aproximação, pode ser descrita matematicamente como um corpo negro ideal. Ela apresenta uma radiação que permite aos astrônomos deduzir sua tempera- tura com base na radiação emitida. Mediante a análise do fenômeno da radiação dos corpos negros, compreende-se a variação de cores das estrelas, sabendo que esse fator é consequência direta das temperaturas na sua superfície. IS TO C K /G ET TY IM A G ES Em todos os capítulos da obra Física mo- derna experimental e aplicada há uma introdução histórica com esquema simplificado das experiências fundamentais relacionadas ao estudo da Física. CHESMAN, Carlos; AN- DRÉ, Carlos; MACÊDO, Augusto. Física moderna experimental e aplicada. 1. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2004. Cientistas conseguem desacelerar átomos de gases por meio de lasers, o que possibilita um estu- do mais profundo do que é a matéria. Para saber mais, acesse: <http:// www.inovacaotecnologi ca.com.br/noticias/noti cia.php?artigo=010165 071004>. Acesso em: set. 2016. CONECTIVIDADE FIS-M18-1.indd 9 03/10/2016 14:24:26 10 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO Lâmpada de tungstênio Utilizada em experimentos de corpo negro, por apre- sentar comportamento próximo ao ideal, a ponto de servir como padrão para utilização de instrumentos que medem temperatura a partir da análise da radiação emitida pelo corpo. Tais instrumentos são conhecidos como pirômetros ópticos. IS TO C K /G ET TY IM A G ES LEI DE WIEN Quando um corpo negro está em equilíbrio a uma temperatura T, ele emite radiação em diversos comprimen- tos de onda, sendo que a intensidade da radiação de cada comprimento de onda é diferente. O comprimento de onda que é emitido mais intensamente pelo corpo multiplicado pela sua temperatura T é uma constante. Essa característica é conhecida como lei de Wien — laureada com o Prêmio Nobel de Física em 1911. De acordo com essa lei, a radia- ção solar mais intensa concentra-se nas partes visíveis e in- fravermelhas próximas; a radiação emitida pela Terra e sua atmosfera estão basicamente restritas ao infravermelho. O comprimento de onda para o qual a distribuição apresenta um máximo (λMAX) é inversamente proporcional à temperatura absoluta. λMAX · T = 2,9 · 10 –3 m · K (lei de Wien) Quanto maior a temperatura absoluta do corpo radian- te, menor o comprimento de onda da máxima radiação. Sol, corpo radiante. IS TO C K /G ET TY IM A G ES Observe a linha pontilhada no gráfico da intensidade da radiação emitida por um corpo negro em função do comprimento de onda. Comprimento de onda (nm) 1 000 2 000 3 000 5 000 K Intensidade V is ív el Como consequências da lei de Wien, quanto maior a temperatura de um corpo negro, menor o comprimento de onda que ele emite mais intensamente. Intensidade da radiação emitida por um corpo negro em função do comprimento de onda. 500 1 000 1 500 2 000 2 500 3 0000 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 5 000 K 4 000 K 3 000 KIn te ns id ad e re la tiv a da r ad ia çã o Comprimento de onda (nm) A intensidade da radiação no segundo gráfico está em função do comprimentode onda para três temperaturas distintas. A quantidade de radiação emitida aumenta quan- to maior for a área sob a curva do gráfico, ou seja, quando a temperatura aumenta. A lei de Wien pode ser utilizada para, por exemplo, medir temperatura das estrelas, medicina diagnóstica de tumores maligno mediante medição de temperaturas em diferentes regiões internas do corpo humano etc. FIS-M18-1.indd 10 26/09/2016 13:13:50 11 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO A C ER V O P EA RS O N Imagem registrada com uma câmera capaz de detectar radiação infravermelha e a mesma imagem registrada com câmera comum. A C ER V O P EA RS O N HIPÓTESES DE PLANCK Após avaliar teoricamente a radiação emitida por cor- pos negros, o físico Max Planck, utilizando um modelo em que as partículas de um corpo oscilavam como osciladores do tipo massa-mola, não conseguiu explicar os resultados experimentais da curva da intensidade da radiação emitida em função do comprimento de onda. Então Planck aban- donou as teorias da época e formulou algumas hipóteses em 1900, as quais foram consideradas o início da mecânica quântica: • Os osciladores não podem emitir qualquer quantidade de energia, como acontecia com modelos anteriores. Na hipótese de Planck, esses osciladores só podem emitir energia em determinadas quantidades. • A radiação que um corpo emite ou absorve é feita atra- vés de pequenos “pacotes” de energia, os quanta (plu- ral de quantum), daí o nome Física quântica. Os quanta também são chamados de fótons. Segundo Planck, os quanta de radiações eletromagné- ticas possuem energia fixa determinada pela frequência da radiação, ou seja, por sua cor (no caso de radiação visível) e pela constante denominada constante de Planck. Representada pela letra h, a constante de Planck equi- vale a 6,62 ∙ 10–34 J ∙ s. Isso serve para calcular a energia E de um fóton por meio da equação: E = hf E: energia de um fóton. h: constante de Planck (J ∙ s) f: frequência da radiação. Para N quanta, a energia total da radiação eletromag- nética é dada por E = Nhf. 1. Dê exemplos de elementos que podem ser considera- dos corpos negros. 2. Se a temperatura absoluta de um corpo negro cair pela metade, o que ocorre com a intensidade da radiação emitida por ele? 3. Qual a relação entre a temperatura absoluta de um corpo negro e o comprimento de onda radiação de máxima intensidade emitida por ele? 4. Quais as características de um corpo negro ideal? Max Planck, o homem que viria derrubar a Física clássica de seu pedestal, era ao mesmo tempo um de seus maiores defensores. Sua pesquisa criou as bases para o desenvolvimento da Física quântica. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch ?v=cQDDbiYk9Ps>. Acesso em: set. 2016. CONECTIVIDADE Orientação ao professor 3. O vídeo apresenta um panorama sobre o desenvolvimento da Física quântica. Tanto o professor de História como o professor de Inglês podem utilizar esse vídeo — Interdisciplinaridade. Sol e lâmpada incandescente. Fica dividido por 16, pois I = σ ∙ T4. Pela lei de Wien, eles são inversamente proporcionais. É um corpo que absorve toda a energia eletromagnética incidente, inde- pendentemente do comprimento de onda e da direção de incidência, e que, no equilíbrio térmico, a taxa de absorção de energia é igual à taxa de emissão. A radiação emitida por ele abrange todos os comprimentos de onda possíveis e a intensidade de cada comprimento de onda varia conforme a temperatura do corpo. FIS-M18-1.indd 11 26/09/2016 13:13:51 12 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO REGISTRO DA APRENDIZAGEM 1. Um astronauta de massa 60 kg faz uma viagem espacial em uma nave hipotética e com velocidade constante de 80% da velocidade da luz no vácuo. O intervalo de tempo de duração dessa viagem, medida na Terra, é de 15 anos. a) Considerando que o astronauta possua em sua nave aparelhos de alta precisão para medir o tempo, calcule o intervalo de tempo registra- do na nave durante os 15 anos transcorridos na Terra. b) Calcule a massa do astronauta durante o mo- vimento com velocidade de 80% da velocida- de da luz no vácuo. 2. Sabendo que a temperatura da superfície de uma estrela é aproximadamente 5 800 K e que a cons- tante de Wien é 2,9 · 10–3 m · K, qual é o com- primento de onda emitido mais intensamente por essa estrela? 3. A intensidade da radiação de um corpo a uma temperatura T é medida e chega-se ao valor de 1 451,52 W/m2. Sabendo que a constante de Ste- fan-Boltzmann vale σ = 5,67 · 10–8 W · m–2 · K–4, qual é a temperatura T desse corpo, supondo que ele é um corpo negro ideal em equilíbrio térmico? 4. Suponha que uma nave esteja parada em rela- ção a Terra e uma pessoa meça seu comprimento como sendo 10 m. Qual será o comprimento dessa mesma nave se ela estiver andando a 300 km/s? Velocidade da luz: 300 000 km/s. v = 80% c = 0,8 c t = 15 anos t t v c c c t ' ( , ) ' , , = − = − = − = 1 15 1 0 8 15 1 0 64 15 0 36 2 2 2 2 t’=15 · 0,6 = 9 anos Para um observador na Terra a viagem do astronauta demorou 15 anos e para o astronauta no interior da nave a vigem foi de 9 anos. m m v c m c c m kg ' ( , ) ' , , = − = − = − = = 1 1 0 8 60 1 0 64 60 0 6 100 2 2 2 2 Durante a viagem da nave a massa do astronauta é de 100 kg. Pela lei de Stefan-Boltzmann: I = = ⋅ ⋅ = ⋅ = − σT T T T K 4 8 4 4 8 1 45152 5 67 10 256 10 400 , , L L v c L m' ' . ,= − ⇒ = ⋅ − =1 10 1 300 300 000 9 999995 2 2 2 Ou seja, mesmo com uma grande velocidade de 300 km/s — bem maior que a de um carro de fórmula 1 ou mesmo dos mais rápidos aviões de guerra —, é praticamente imperceptível a contração es- pacial para velocidades que não sejam próximas à da luz. λ λ λmáx máx máxT nm⋅ = ⋅ ⇒ = ⋅ ⇒ =− − 2 9 10 2 9 10 5 800 5003 3 , , FIS-M18-1.indd 12 03/10/2016 14:24:55 13 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO COMPREENSÃO 1. UEG-GO — Observe a seguinte sequência de figuras. v = 0 v = 0,4c Sentido de movimento v = 0,8c v = 0,9c v = 0,99c v = (?)c Na sequência indicada, estão representadas várias ima- gens do logo do Núcleo de Seleção da Universidade Estadual de Goiás, cada uma viajando com uma fração da velocidade da luz (c). O fenômeno físico exposto nessa sequência de figuras é explicado a) pela ilusão de ótica com lentes. b) pela lei de proporções múltiplas. c) pelo efeito Compton da translação. d) pela teoria da relatividade especial. 2. UNISC — Em uma explosão de uma mina de carvão foram utilizadas 1.000 toneladas de explosivo trinitro- tolueno (TNT), o que equivale a 1,0 × 1012 calorias. Qual foi, aproximadamente, a quantidade de massa convertida em energia equivalente a essa explosão? Dados: (1 caloria = 4,18 J e c = 3,0 × 108 m/s) a) 4,6 × 10–5 kg. b) 4,6 × 10–8 kg. c) 1,1 × 10–5 kg. d) 1,1 × 10–8 kg. e) 1,1 × 10–13 kg. 3. Fuvest-SP — O elétron e sua antipartícula, o pósitron, possuem massas iguais e cargas opostas. Em uma rea- ção em que o elétron e o pósitron, em repouso, se aniquilam, dois fótons de mesma energia são emitidos em sentidos opostos. A energia de cada fóton produzido é, em MeV, aproximadamente, a) 0,3. b) 0,5. c) 0,8. d) 1,6. e) 3,2. Note e adote: Relação de Einstein entre energia (E) e massa (m): E = mc2 Massa do elétron = 9 × 10–31 kg Velocidade da luz c = 3,0 × 108 m/s 1 eV = 1,6 × 10–19 J 1 MeV = 106 eV No processo de aniquilação, toda a massa das partí- culas é transformada em energia dos fótons. 4. UFMS — Uma das características fundamentais das on- das eletromagnéticas, como ocorre em todo o movi- mento ondulatório, é o transporte de energia. A ener- gia das ondas eletromagnéticas que vêm do Sol é um dos fatores que torna possível a vida na Terra. A energia de cada fóton da radiação eletromagnética que se percebe como a cor verde pode ser calculada pelo produto da pelo(a) . Essa radiação tem a mesma que qualquer outra onda eletromagnética no vácuo. Assinale a alternativa que completa as lacunas. a) frequência — comprimento de onda — velocidade.b) constante de Planck — comprimento de onda — frequência. c) constante de Planck — frequência — velocidade. d) velocidade — massa do fóton — frequência. e) massa do fóton — frequência — velocidade. DESENVOLVIMENTO 5. Udesc — A proposição e a consolidação da teoria da relatividade e da mecânica quântica, componentes teóricos do que se caracterizam atualmente como Fí- sica moderna, romperam com vários paradigmas da Física clássica. Baseando-se especificamente em uma das teorias da Física moderna, a relatividade restrita, analise as proposições. I. A massa de um corpo varia com a velocidade e tenderá ao infinito quando a sua velocidade se aproximar da velocidade da luz no vácuo. II. A teoria da relatividade restrita é complexa e abran- gente, pois, descreve tanto movimentos retilíneos e uniformes quanto movimentos acelerados. III. A teoria da relatividade restrita superou a visão clássica da ocupação espacial dos corpos, ao pro- var que dois corpos, com massa pequena e velo- cidade igual à velocidade da luz no vácuo, podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa I é verdadeira. b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. c) Somente a afirmativa II é verdadeira. d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. e) Todas afirmativas são verdadeiras. 6. UFRGS-RS — Objetos a diferentes temperaturas emi- tem espectros de radiação eletromagnética que pos- suem picos em diferentes comprimentos de onda. A figura abaixo apresenta as curvas de intensidade de FIS-M18-1.indd 13 26/09/2016 13:13:57 14 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO emissão por comprimento de onda (normalizadas para ficarem na mesma escala) para três estrelas conheci- das: Spica, da constelação de Virgem, nosso Sol, e An- tares, da constelação do Escorpião. 1,25 1 0,75 0,50 0,25 0 In te ns id ad e (n or m al iz ad a) Comprimento de onda (× 10–6 m) 0 0,5 1 1,5 2 Sol Antares Spica Tendo em vista que a constante da lei dos deslocamen- tos de Wien é aproximadamente 2,90 × 10–3 m · K, e levando em conta a lei de Stefan-Boltzmann, que rela- ciona a intensidade total da emissão com a temperatu- ra, considere as seguintes afirmações sobre as estrelas mencionadas: I. Spica é a mais brilhante das três. II. A temperatura do Sol é de aproximadamente 5.800 K. III. Antares é a mais fria das três. Qual(is) está(ão) correta(s)? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 7. UFRGS-RS — Os múons cósmicos são partículas de altas energias, criadas na alta atmosfera terrestre. A velocidade de alguns desses múons (v) é próxima da velocidade da luz (c), tal que v2 = 0,998c2, e seu tempo de vida em um referencial em repouso é apro- ximadamente t0 = 2 × 10 –6 s. Pelas leis da mecânica clássica, com esse tempo de vida tão curto, nenhum múon poderia chegar ao solo, no entanto eles são detectados na Terra. Pelos postulados da relatividade restrita, o tempo de vida do múon em um referencial terrestre (t) e o tempo t0 são relacionados pelo fator relativístico: γ = − 1 1 2 2 v c . Para um observador terrestre a distância que o múon pode percorrer antes de se desintegrar é, aproximada- mente, a) 6,0 × 102 m. b) 6,0 × 103 m. c) 13,5 × 103 m. d) 17,5 × 103 m. e) 27,0 × 103 m. 8. UFRGS-RS — De acordo com a teoria da relatividade quando objetos se movem através do espaço-tempo com velocidades da ordem da velocidade da luz, as me- didas de espaço e tempo sofrem alterações. A expressão da contração espacial é dada por L L v co= −( )1 2 2 1 2/ , onde v é a velocidade relativa entre o objeto observado e o observador, c é a velocidade de propagação da luz no vácuo, L é o comprimento medido para o objeto em movimento, e L0 é o comprimento medido para o objeto em repouso. A distância Sol-Terra para um observador fixo na Terra é L0 = 1,5 × 10 11 m. Para um nêutron com velocidade v = 0,6 c, essa distância é de a) 1,2 × 1010 m. b) 7,5 × 1010 m. c) 1,0 × 1011 m. d) 1,2 × 1011 m. e) 1,5 × 1011 m. APROFUNDAMENTO 9. Fuvest-SP — Lasers pulsados de altíssima potência es- tão sendo construídos na Europa. Esses lasers emitirão pulsos de luz verde, e cada pulso terá 1015 W de po- tência e duração de cerca de 30 × 1015 s. Com base nessas informações, determine: a) o comprimento de onda λ da luz desse laser, b) a energia E contida em um pulso, c) o intervalo de tempo Dt durante o qual uma lâm- pada LED de 3W deveria ser mantida acesa, de forma a consumir uma energia igual à contida em cada pulso, d) o número N de fótons em cada pulso. Note e adote: Frequência da luz verde: f = 0,6 × 1015 Hz Velocidade da luz = 3 × 108 m/s Energia do fóton = hf h = 6 × 10–34 J s 10. Udesc — De acordo com o paradoxo dos gêmeos, tal- vez o mais famoso paradoxo da relatividade restrita, pode-se supor a seguinte situação: um amigo da sua idade viaja a uma velocidade de 0,999 c para um pla- neta de uma estrela situado a 20 anos-luz de distância. FIS-M18-1.indd 14 26/09/2016 13:13:58 15 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO Ele passa 5 anos nesse planeta e retorna para casa a 0,999 c. Considerando que g = 22,4, assinale a alter- nativa que representa corretamente quanto tempo seu amigo passou fora de casa do seu ponto de vista e do ponto de vista dele, respectivamente. a) 20,00 anos e 1,12 anos. b) 45,04 anos e 1,79 anos. c) 25,00 anos e 5,00 anos. d) 45,04 anos e 6,79 anos. e) 40,04 anos e 5,00 anos. 11. UFRGS-RS — Cerca de 60 fótons devem atingir a cór- nea para que o olho humano perceba um flash de luz, e aproximadamente metade deles são absorvidos ou refletidos pelo meio ocular. Em média, apenas 5 dos fótons restantes são realmente absorvidos pelos fotor- receptores (bastonetes) na retina, sendo os responsá- veis pela percepção luminosa. Considere a constante de Planck h igual a 6,6 × 10–34 J · s Com base nessas informações, é correto afirmar que, em média, a energia absorvida pelos fotorreceptores quando a luz verde com comprimento de onda igual a 500 nm atinge o olho humano é igual a a) 3,30 × 10–41 J. b) 3,96 × 10–33 J. c) 1,98 × 10–32 J. d) 3,96 × 10–19 J. e) 1,98 × 10–18 J. ESTUDO PARA O ENEM 12. Enem — Devido à sua resistência mecânica, baixa con- dutividade térmica e transparência à luz, o vidro tem sido cada vez mais utilizado na construção civil, aplica- do em portas, janelas e telhados. Sua transparência é importante porque resulta em uma grande economia de energia elétrica usada na iluminação interna do am- biente. Microscopicamente, a transparência ocorre de- vido à forma com que a luz incidente interage com os elétrons dos átomos que compõem o material vítreo. A transparência pode ser explicada, considerando-se que a luz a) é absorvida pelos elétrons e transformada em calor. b) é absorvida pelos elétrons e reemitida em todas as direções. c) não é absorvida pelos elétrons e é espalhada em diversas direções. d) não é absorvida pelos elétrons e continua seu ca- minho em trajetórias regulares. e) é absorvida pelos elétrons e reemitida de volta pela mesma trajetória de onde veio. Competência 6 — Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar interven- ções científico-tecnológicas. Habilidade 22 — Compreender fenômenos decorrentes da in- teração entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações bioló- gicas, sociais, econômicas ou ambientais. 13. Enem — A terapia fotodinâmica é um tratamento que utiliza luz para cura de câncer através da excitação de moléculas medicamentosas, que promovem a deses- truturação das células tumorais. Para a eficácia do tra- tamento, é necessária a iluminação na região do tecido a ser tratado. Em geral, as moléculas medicamentosas absorvem as frequências mais altas. Por isso, as inter- venções cutâneas são limitadas pela penetração da luz visível, conforme a figura. Derme papilar 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5Derme reticular Epiderme 630-650 nm500-550 nm Pr of un di da de d e Pe ne tr aç ão d a Lu z (m m ) 400 nm LANE, N. Profundidade de penetração de feixes de luz de diferentes comprimentos de onda da luz incidente. Scientific American Brasil, fev. 2003. (Adaptado) A profundidade de até 2 mm em que o tratamento cutâneo é eficiente se justifica porque a luz de a) curto comprimento de onda é mais refletida pela pele. b) maior energia é mais absorvida pelo tecido orgânico. c) menor energia é absorvida nas regiões mais profun- das. d) todos os comprimentos de onda terão alta intensi- dade. e) cada comprimento de onda percebe um índice de refração diferente. Competência 6 — Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar interven- ções científico-tecnológicas. Habilidade 22 — Compreender fenômenos decorrentes da in- teração entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações bioló- gicas, sociais, econômicas ou ambientais. FIS-M18-1.indd 15 26/09/2016 13:13:58 1 IM A G E SO U R C E/ G ET TY IM A G ES FIS-M18-2.indd 16 26/09/2016 13:20:13 1 VOCÊ VAI APRENDER A reconhecer e identificar o efeito fotoelétrico; calcular a energia de um fóton; conhecer as aplicações do efeito fotoelétrico; reconhecer a dualidade onda-partícula; conhecer as aplicações da dualidade onda-partícula. EFEITO FOTOELÉTRICO E DUALIDADE ONDA-PARTÍCULA Um avanço significativo que trataremos neste capítulo é a questão da dualidade onda-partícula. No século XVII, de um lado surgiu uma corrente liderada por Isaac New- ton, que defendia o modelo corpuscular para a luz, e de outro, liderado por Christiaan Huygens e outros, favorável ao modelo ondulatório. As duas teorias explicavam tanto a refração quan- to a reflexão da luz. Entretanto, a interferência da luz ainda era algo que viria a ser discutido por Thomas Young no século XIX. Em 1850, Leon Focault realizou experimentos favoráveis à teoria ondulatória, que foram confirmados posteriormente por Hyppolyte Fizeau. No entanto, em 1921, Einstein ganhou o Prê- mio Nobel por explicar, em 1905, algo conhecido como efeito fo- toelétrico, no qual a luz apresenta comportamento corpuscular. Mais de 100 anos depois estamos nós, na sociedade con- temporânea, usufruindo desses e de outros avanços a serem abordados neste capítulo. 2222222222222222222 FIS-M18-2.indd 17 03/10/2016 14:25:45 18 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO A Física quântica forneceu a refutação definitiva do princípio de causalidade. Werner Heisenberg PARA COMEÇAR Atualmente, vários aparelhos eletrônicos estão em nosso cotidiano sem nos darmos conta de como funcionam ou dos avanços científicos e tecnológicos que existiram para serem inventados. Muitos princípios básicos de funcionamento desses aparelhos estão relacionados à mecânica quântica, a ser estudada neste capítulo. IS TO C K /G ET TY IM A G ES IS TO C K /G ET TY IM A G ES A partir das imagens, converse com os seus colegas sobre as seguintes questões: • Quais são alguns dos componentes fundamentais de equipamentos eletrônicos? • Por que as televisões ficaram tão modernas? O que surgiu para os televisores de tubo serem trocados pelos de LED? • Quais as diferenças de uma máquina fotográfica antiga para uma nova? Compare um pouco os dois modelos e considere o poder de memória, resolução das fotos, correção de eventuais defeitos e consumo de bateria. ROTEIRO DE APRENDIZAGEM 1 Efeito fotoelétrico • Aplicações práticas do efeito fotoelétrico • Funcionamento do relé • Anemômetro com sensor fotoelétrico • Tecnologia na área de segurança e comodidade • Imagens em TV 2 De Broglie — dualidade onda-partícula • Aplicações práticas EFEITO FOTOELÉTRICO Em 1887, o físico alemão Heinrich Hertz realizou experiências que confirmaram a existência de ondas eletromagnéticas — propostas teoricamente décadas antes por James Clerk Maxwell. A descoberta de Hertz ocorreu inicialmente por acaso. Ao observar uma descarga elétrica entre duas esferas de metal conectadas a um gerador de corrente alternada de maneira que houvesse dife- rença de potencial elétrico entre elas, ele percebeu a presença de descargas elétricas entre outras Orientação ao professor . Permita que os alunos falem livremen- te sobre o que pensam a respeito das questões propostas. É provável que eles citem a capacidade de armazena- mento e a alta definição como evolu- ções desses equipamentos. Anote as respostas na lousa e também em uma folha a parte a fim de retomar à me- dida que você for explicando a maté- ria deste módulo. Tal prática faz com que os alunos percebam o quão estão aprendendo e isso os motiva. FIS-M18-2.indd 18 03/10/2016 14:26:04 19 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO duas esferas que estavam próximas, mas não conectadas ao gerador. Assim, mesmo não conectadas, ambas esferas recebiam energia eletromagnética por meio das ondas pro- duzidas nas duas primeiras esferas conectadas ao gerador. Com isso, ele consolidou o modelo ondulatório para a luz. Hertz também observou outro efeito: é muito mais fácil obter descargas elétricas entre duas esferas de zinco com uma delas iluminada por luz ultravioleta. Ou seja, a luz que incide nas esferas pode interferir nas propriedades elétricas dos objetos. Em 1889, Joseph John Thomson explicou esse efeito ao admitir que a descarga é facilitada pela emissão de elé- trons do metal quando iluminado por luz ultravioleta. Como a luz é uma onda eletromagnética, ao atingir os átomos do metal, ela faz os elétrons quase livres em seu interior também vibrarem conforme sua frequência de oscilação. Com isso, alguns desses elétrons podem ganhar energia suficiente para escapar do metal. O fenômeno observado por Hertz, conhecido por efeito fotoelétrico, confirma que a energia da luz, ao ser absorvida parcialmente pelo metal, faz com que ele libere elétrons. Em 1905, Albert Einstein fez a interpretação correta desse fenômeno, ao admitir que a luz e todas as radiações eletromagnéticas (espectro não visível) deveriam ser consi- deradas como um feixe de pacotes de energia, comportan- do-se nesse experimento como partículas — chamadas de fótons. Dessa forma, Einstein concluiu que a luz também pode se comportar como uma partícula. Robert Millikan comprovou experimentalmente essa interpretação em 1914. Todavia, somente em 1921 Eins- tein ganhou o Prêmio Nobel de Física pelo chamado efeito fotoelétrico, que diz: "Quando um metal é exposto à radiação eletromagnética, dependendo da frequência dessa radiação, é possível que elétrons sejam arrancados do metal. Essa energia chega aos elétrons em “pacotes” e de forma descontínua. Um pacote corresponde a um quantum de energia, ou seja, carrega quantidade definida de energia. A energia E de cada fóton é dada por: E = hf, em que h é a constante de Planck e f é a frequência da radiação eletromagnética. A energia total da radiação eletromagnética que contenha N fótons é dada por E = Nhf." Experimento com o efeito fotoelétrico A noção de força elétrica tem origem em experi- mentos simples. Por exemplo, se, num dia seco, um bastão de plástico é esfregado com pelo de animal e de- pois aproximado de alguns pedacinhos de papel, estes serão atraídos. Como resultado da fricção, o bastão fica eletrizado com carga elétrica negativa. A presença de carga elétri- ca em excesso no bastão (e em qualquer outro corpo) pode ser detectada por meio de um eletroscópio. Um eletroscópio pode ser construído com uma garrafa de vidro, uma rolha e uma haste metálica, onde uma pe- quena lâmina, também metálica, está articulada. Se o bastão está carregado, encostando-o à haste, a pequena lâmina passa a formar um ângulo com ela, assinalando a presença de carga no ele- troscópio. O sinal da carga em excesso no eletroscópio (e no bastão) pode ser determinado pelo efeitofotoelétrico. Se incide radiação eletromagnética de frequência apropriada sobre a haste do eletroscópio e o ângulo formado pela pequena lâmina diminui, assinalando uma diminuição da carga em excesso no eletroscópio devido à emissão de elétrons causada pelo efeito fotoelétrico, a carga é negativa. Experimento com o efeito fotoelétrico. Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://coral.ufsm.br/gef/Moderna/moderna04.pdf>. Acesso em: set. 2016. CONEXÃO Radiação Eletroscópio FIS-M18-2.indd 19 26/09/2016 13:20:38 20 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO Nos átomos há uma força atrativa entre os elétrons e o núcleo. Percebe-se assim que para ser arrancado, o elétron necessita de uma quantidade mínima de energia. Essa energia varia de acordo com o tipo de material. No efeito fotoelétrico, cada fóton cede toda sua energia a um único elétron do metal. Parte des- sa energia, porém, é usada para “arrancar” o elétron do átomo. Essa parcela de energia mínima ne- cessária para arrancá-lo é denominada função trabalho (W), que depende do metal. O que “sobra” da energia do fóton incidente é convertida em energia cinética do elétron arrancado, denominado algumas vezes de fotoelétron. Utilizando o princípio da conservação de energia, temos: E W E hf W Ecada fóton C elétron arrancado C elétron arrancado= + ⇒ = +, , Função trabalho (W) de alguns metais Metal Função trabalho (W) Alumínio 4,2 eV = 6,7 ∙ 10–19 J Ferro 4,3 eV = 6,9 ∙ 10–19 J Prata 4,7 eV = 7,5 ∙ 10–19 J O efeito fotoelétrico acontece somente se a energia de cada fóton for superior à energia mínima necessária para arrancar o elétron do átomo do metal (função trabalho), lembrando que quanto maior é a frequência do fóton incidente, maior é a energia. Suponha que a menor frequência do fóton incidente em uma chapa metálica para ocorrer o efeito fotoelétrico é f0. Se incidirem radiações com frequência maior que f0, elétrons serão arrancados do material, tendo uma energia cinética não nula. Logo, para um mesmo metal, a energia cinética de cada um dos fotoelétrons aumenta se a frequência da radiação incidente também aumentar. O aumento na intensidade da radiação eletromagnética com uma única frequência f aumenta o número de fótons emitidos por segundo, mas não aumenta a energia de cada fóton, que continua sendo dada por E = hf. Se aumentarmos a intensidade da radiação eletromagnética de determinada frequência f > f0 que incide em uma placa metálica, não se aumenta a energia cinética de cada fotoelétron; o que aumenta é o número de elétrons arrancado da placa a cada segundo. Imagine que, para começar a retirar elétrons de uma placa metálica (efeito fotoelétrico), é ne- cessária uma radiação de frequência igual à da luz vermelha. Se houver necessidade de retirar mais elétrons por segundo, deve-se aumentar a quantidade de luz vermelha, ou seja, sua intensidade. Se houver necessidade de aumentar a energia cinética dos fotoelétrons, deve-se aumentar a frequência da radiação, utilizando, por exemplo, luz azul. APLICAÇÕES PRÁTICAS DO EFEITO FOTOELÉTRICO RELÉ FOTOELÉTRICO Relé fotoelétrico é um aparelho comumente usado em sistemas de iluminação pública e particular, respon- sável pelo acionamento automático de lâmpadas elé- tricas — acende ao anoitecer e apaga ao amanhecer. Funcionamento do relé Durante o dia, a luz solar atua sobre o LDR (Light Dependent Resistor, ou em português, resistor depen- dente de luz) induzindo a emissão de elétrons. Devido O vídeo mostra um experimento de efeito fotoelétrico realizado no Laboratório de Física moderna da UTFPR — Universidade Tecnoló- gica Federal do Paraná. Durante o procedimento é possível acompanhar uma explicação didática acerca da experiência. Disponível em: <https:// www.youtube.com/ watch?v=_vBBpcJofj0>. Acesso em: set. 2016. CONEXÕESCONECTIVIDADE A N N A T H ER EZ A F ER RE IR A Relé usado em iluminações noturnas. FIS-M18-2.indd 20 26/09/2016 13:20:42 21 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO à sua estrutura molecular, a resistência elétrica do LDR se torna mais baixa com a incidência da luz por causa do efei- to fotoelétrico, que libera elétrons para a banda condutora, auxiliando na passagem de corrente elétrica. Uma corrente elétrica atravessa uma bobina, gerando um campo mag- nético, como se fosse ímã. Ao ser atraída pela posição 2, a chave do relé impede a corrente elétrica de passar pelo filamento da lâmpada. Lâmpada do poste apagada Bobina ativada Rede elétrica LDR (baixa resistência elétrica) Mola1 2 Relé Sol Funcionamento do LDR durante o dia. A C ER V O P EA RS O N À noite, a resistência elétrica do LDR é alta, pois a au- sência da luz solar impede (ou dificulta) a passagem de cor- rente elétrica, que não atravessa a bobina e deixa de atuar como ímã. A mola atua sobre a chave do relé que retorna à posição 1, acendendo a lâmpada. Lâmpada do poste acesa Bobina desativadaRede elétrica LDR (alta resistência elétrica) Mola1 2 Relé Noite A C ER V O P EA RS O N ANEMÔMETRO COM SENSOR FOTOELÉTRICO O anemômetro é o aparelho utilizado para registrar a velocidade do vento. Item importantíssimo para detectar desde uma simples brisa até furacões. Seus dados são utili- zados em aeroportos, práticas esportivas, como balonismo, iatismo, paraquedismo, voo livre, além de áreas que utili- zam energia eólica. IS TO C K /G ET TY IM A G ES O anemômetro com sensor fotoelétrico é composto por conchas colocadas a distâncias iguais, formando ângu- los retos com o eixo vertical. A força exercida pelo vento na superfície interna da concha a empurra, fazendo com que o eixo vertical gire e possibilite o registro da velocidade. Ao adquirir velocidade de rotação, as conchas se movi- mentam e geram pulsos elétricos através de um encoder. O encoder é formado pelo conjunto de disco perfurado e um sensor fotoelétrico. Os pulsos elétricos são enviados pelo sensor fotoelétrico a um circuito de controle que o trans- forma, pela variação de frequência, em uma variação de tensão que registra e fornece os valores sobre a velocidade do vento. TECNOLOGIA NA ÁREA DE SEGURANÇA E COMODIDADE Outras aplicações do efeito fotoelétrico são o controle automático de portas, de elevadores, de shoppings e de es- teiras de supermercados. Nesse caso, um feixe de radiação eletromagnética, ao ser interrompido, aciona um sistema automático que abre a porta ou movimenta a esteira. Na área de segurança do trabalho, muitas empresas aderiram aos sensores fotoelétricos para detectar a interfe- rência humana em áreas que poderiam ocasionar acidentes graves; desde a presença da pessoa ou até mesmo um dos membros do corpo, como os braços, adentrando em partes de uma máquina que, com certeza, causaria danos muitas vezes irreversíveis. O controle realizado pelas células fotoelé- tricas detecta a interrupção da radiação eletromagnética e desliga automaticamente a máquina, impedindo o acidente. IMAGENS EM TV A lente objetiva da filmadora focaliza a cena a ser transmitida na tela recoberta de grânulos de césio, material sensível à luz. Os fótons emitidos atingem a tela, provocan- do o efeito fotoelétrico, o qual libera elétrons dos átomos de césio. A quantidade de elétrons liberada depende da intensidade da luz, ou seja, do número de fótons. FIS-M18-2.indd 21 26/09/2016 13:20:47 22 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO A diferença de luminosidade forma uma “imagem eletrostática” em correspondência com as partes claras e escuras da cena que se quer transmitir. Um sistema elétri- co atua neutralizando as regiões positivamente carregadas transformando em impulsos elétricos que, decodificados no receptor, reproduzirão a cena na tela da TV. Nesta, toda re- gião funciona como um emissor de luz constituído por três partes com diferentes sais de fósforo em cada uma delas. Qualquer sal, por ter sua composição atômica diferente, ao ser excitado externamente, provoca “saltos quânticos” do elétron, que vai de um nívelatômico para outro. Ao voltar para o nível inicial, ele emite energia em determinada fre- quência específica, que é diferente para cada tipo de sal. A quantidade de energia emitida pela excitação dos átomos em cada um dos sais de fósforo é diferente. Tal energia corresponde às energias associadas às cores pri- márias de luz: azul, vermelho e verde — responsáveis por formar as imagens. IS TO C K /G ET TY IM A G ES 1. Vamos considerar que certa radiação eletromagnética azul esteja atingindo uma placa metálica e retirando elé- trons. O que se deve fazer para conseguir arrancar maior quantidade de elétrons com essa mesma radiação? 2. O que deve acontecer para o efeito fotoelétrico come- çar a ocorrer quando um feixe de luz de frequência f incide em uma placa metálica? DE BROGLIE — DUALIDADE ONDA-PARTÍCULA No início do século XX, um dos problemas que mais intriga- vam a Física era o caráter dual da luz, uma vez que, em certos fenômenos, ela se apresenta como onda (caráter observado nas experiências de difração e interferência) e, em outros, se apresenta como corpúsculo (caráter observado no efeito fotoelétrico). A dualidade onda-partícula, que constitui uma propriedade básica da mecânica quântica, consiste na capacidade das partícu- las subatômicas ou de radiação eletromagnética de se comporta- rem ou terem propriedades tanto de partículas como de ondas. Isso é observado tanto em radiações eletromagnéticas (como a luz, entre outras) quanto na matéria (prótons, elétrons etc.). Ondas não estão em um lugar específico, mas sim espa- lhadas no espaço/tempo. Por outro lado, a partícula é um objeto que se sabe onde exatamente está localizada. Como vimos, a radiação eletromagnética possui um caráter on- dulatório e um caráter corpuscular, dependendo do experimento que é feito. Louis de Broglie conjecturou então que isso deveria ocorrer D IG IT A L V IS IO N /G ET TY IM A G ES Deve-se emitir maior quantidade de luz azul sobre a placa metálica, ou seja, aumentar a intensidade. Deve-se incidir sobre o metal uma radiação eletromagnética de frequên- cia f maior que determinado valor f0 tal que E = hf > hf0 = W, em que W é a função trabalho do metal. FIS-M18-2.indd 22 03/10/2016 14:26:33 23 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO também com a matéria. Assim, partículas como elétrons e prótons também se comportariam como ondas, ou seja, apresentariam um comportamento dual, cujo comprimento de onda λ seria dado por: λ = ⋅ h m v Em que: m ∙ v: quantidade de movimento Q de uma partícula de massa m e velocidade v (Q = m ∙ v); h: é a constante de Planck. APLICAÇÕES PRÁTICAS A constatação de que partículas possuem ca- ráter ondulatório — dualidade onda-partícula —, abriu diversas possibilidades, como: • Construir microscópios eletrônicos que uti- lizam o comportamento ondulatório dos elétrons em vez de ondas de luz; • Influenciar todas as ciências, levando ao pensamento de que o Universo é mais com- plexo do que a humanidade supunha. Microscópio eletrônico. IS TO C K /G ET TY IM A G ES Louis-Victor-Pierre- Raymond de Broglie, o Louis de Broglie (1892-1987) Físico e professor francês, nascido em Dieppe, príncipe e depois sétimo duque de Bro- glie, estabeleceu correspondên- cia entre onda e partícula e for- mulou a mecânica ondulatória. Descendente de família aristo- crática de ricos e nobres italianos de Piemonte, radicados na França (1640), de ilustres militares, polí- ticos e diplomatas, formou-se em Licenciatura em História (1910) e logo depois cursou um ano de Direito. Mas a grande repercussão que alcançavam na época as transfor- mações na Física, fez com que se- guisse seu irmão Maurice Broglie (1875-1960), 17 anos mais velho, que rompera com essa tradição familiar e dedicara-se a Física. Maurice incentivou-o a ler os trabalhos de Jules Henri Poinca- ré (1854-1912), que tratavam da aplicação da análise matemática aos problemas da astronomia e a certos fenômenos físicos do mun- do macroscópico. Conheceu os trabalhos e es- tudos de Max Karl Ernst Lud- wig Planck (1858-1947) e Albert Einstein (1879-1955) e tomou co- nhecimento das primeiras teorias quânticas e relativísticas. Estes trabalhos iniciais demonstravam a insuficiência das teorias clás- sicas para a explicação de novos fenômenos descobertos e a neces- sidade de introduzir o conceito de quantum de luz. Licenciou-se em Ciências físi- cas. Durante a Primeira Guerra Mundial foi engajado e passou a trabalhar no serviço de radiotele- grafia do Exército francês, perío- do em que aprimorou seus estu- dos sobre o eletromagnetismo. Após a Primeira Guerra Mun- dial continuou trabalhando em Física teórica no laboratório do irmão Maurice, na pesquisa da estrutura da matéria, utilizando raios X. O vídeo apresenta um clássico experimento da física quântica chamado experimento da fenda dupla, no qual é possível identificar o caráter dual da matéria, capaz de se comportar como matéria e como onda. Disponível em: <https:// www.youtube.com/wat ch?v=lytd7B0WRM8>. Acesso em: set. 2016. CONEXÕESCONECTIVIDADE FIS-M18-2.indd 23 26/09/2016 13:20:57 24 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO Defendeu sua tese de doutorado na Sorbonne, Recherches sur la théorie des quanta (1924), resultado de uma pesquisa sobre a teoria dos quanta, for- mulação que marcou o surgimento da mecânica ondulatória, o movimento ondulatório das partículas, associando os princípios da mecânica clássica aos da óptica e, assim, possibilitando a invenção do microscópio eletrônico (1927). Para formular sua teoria, fez a seguinte analogia: se a natureza havia demonstrado ser essencialmente simétrica, por exemplo, existindo cargas po- sitivas e negativas, frio e calor etc. e, além disso, o universo observável era composto inteiramente de matéria e energia, como luz, raios cósmicos etc., e se a luz tinha um comportamento ao mesmo tempo de onda e de partícula, talvez o mesmo acontecesse com a matéria. Recebida inicialmente com reservas, a prova experimental da teoria on- dulatória da matéria seria feita quatro anos após a publicação de sua tese de doutoramento, através da experiência decisiva dos físicos americanos Clinton Joseph Davisson (1881-1958), também um Nobel (1937), e Lester Halbert Germer (1896-1971). Em 1929, ganhou o Prêmio Nobel de Física pela descoberta do compor- tamento ondulatório dos elétrons, tornando-se, aos 37 anos de idade, um dos mais jovens membros da galeria dos prêmios Nobel. Faleceu em 1987, em Paris. FERNANDES, Carlos. Louis-Victor-Pierre-Raymond de Broglie, o Louis de Broglie (1892-1987). Universidade Federal da Campina Grande. Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/LouVictB.html />. Acesso em: set. 2016. (Adaptado) COMPROVANDO A DUALIDADE ONDA-PARTÍCULA O conceito dualidade na Física moderna indica fenômenos de dupla natureza, ou seja, fenôme- nos que são descritos com o modelo ondulatório e também com o modelo corpuscular. Por exemplo, o fenômeno de propagação do som em um gás é descrito em termos de um mode- lo ondulatório, enquanto que o fenômeno de pressão do gás sobre qualquer superfície é entendido pelo modelo corpuscular (teoria cinética). Todavia, em certas situações ambos modelos são utilizados para explicar um fenômeno. A ra- diação eletromagnética é descrita como uma onda (modelo ondulatório), enquanto que o efeito fotoelétrico comprova que esta atua como partícula (modelo corpuscular). Analise o experimento a seguir. Objetivo • Explicar como a luz e outras radiações eletromagnéticas podem se comportar de duas maneiras diferentes: ondulatória ou como partícula. Materiais • um disco CD; • uma lanterna comum de luz branca; • um relé ligado a um soquete ou bocal; • uma lâmpada. Procedimento a) Acenda a lanterna e ilumine o lado cristalino do CD (lado oposto ao que está escrito). Observe e anote o que ocorreu. Como funciona o microscópio eletrônico? Em 1924, o físico francês Louis de Broglie (1892- 1987), ganhador do Prêmio Nobelde 1929, demonstrou que um feixe de elétrons podia descrever um movimento ondulatório, como a luz, mas com um compri- mento de onda menor, permitindo ampliações muito melhores. O microscópio eletrônico, criado em 1933, utiliza esse recurso: um feixe de elétrons, emitido por um filamento de tungstênio, passa por um campo ele- tromagnético que, imitan- do a lente de um aparelho óptico, concentra-o sobre o objeto de estudo. Esse só pode ser analisado den- tro de uma câmara de vá- cuo, para que os elétrons não sofram desvios pelo contato com as moléculas existentes no ar. Depois de atravessar o objeto, os elé- trons passam por outros campos eletromagnéticos, que ampliam e projetam a imagem contrastada sobre uma tela fluorescente. O contraste ocorre porque as áreas mais densas da amostra retêm mais elétrons e aparecem mais escuras na tela do computador. A imagem é ajustada variando a intensidade da corrente que gera os campos ele- tromagnéticos, produzin- do ampliações de até um milhão de vezes. Como funciona o microscópio eletrônico. Mundo Estranho Abril, São Paulo, 19 ago. 2016. Disponível em: <http:// mundoestranho.abril.com. br/materia/como-funciona- o-microscopio-eletronico>. Acesso em: set. 2016. CONEXÕESCONECTIVIDADE Orientação ao professor . Convide o professor de História para conversar com os alunos e contextua- lizar o momento histórico no qual estavam os cientistas responsáveis por grandes descobertas da Física mo- derna. É importante relacionar o engajamento dos cientistas como o panorama social da época. Contraponha com as pesquisas existentes na atualidade e os problemas sociais mais alarmantes da sociedade atual. Quando a luz incide na superfície, sofre difração, e como a luz branca é formada por vários comprimentos de onda dife- rentes, uns difratam mais que o outro, separando as cores e deixando o CD colorido. FIS-M18-2.indd 24 26/09/2016 13:20:58 25 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO b) Qual comportamento observado? Ondulatório ou corpuscular? c) Acenda a lanterna e incida sobre o relé. Cubra o relé e observe o que ocorre. • Explique o que ocorreu. • Qual comportamento observado? Ondulatório ou corpuscular? 1. Associe as duas colunas. I. Existência do núcleo atômico. II. Determinação da carga do elétron. III. Caráter corpuscular da luz. IV. Caráter ondulatório das partículas. ( ) Hipótese de De Broglie. ( ) Efeito fotoelétrico. ( ) Experimento de Millikan. ( ) Experimento de Rutherford. 2. UFRGS-RS — Um artigo de pesquisadores de Viena publicado na revista Nature mostrou os resultados de uma experiência de interferência realizada com molé- culas de fulereno — até então os maiores objetos a exibir dualidade onda-partícula. Nessa experiência, as moléculas de fulereno, que consistem em um arranjo de 60 átomos de carbono, eram ejetadas de um for- no e passavam por um sistema de fendas antes de se- rem detectadas sobre o anteparo. Após a detecção de muitas dessas moléculas, foi observado sobre o ante- paro um padrão de interferência similar ao do elétron, a partir do qual o comprimento de onda de De Broglie associado à molécula foi então medido. Os pesquisa- dores verificaram que o comprimento de onda de De Broglie associado a uma molécula de fulereno com ve- locidade de 220 m/s é de 2,5 ∙ 10–12 m, em concordân- cia com o valor teoricamente previsto. Qual seria o comprimento de onda de De Broglie as- sociado a uma molécula de fulereno com velocidade de 110 m/s? 3. UFPR O que é a luz? As especulações sobre esse enigma se perdem no tempo. Na An- tiguidade, imaginou-se que os olhos ora re- cebiam corpúsculos, ora emitiam raios para visualizar as imagens. A evolução dos estu- dos dos fenômenos ópticos levou os cientis- tas a se dividir em dois grupos: aqueles que acreditavam ser a luz formada por partícu- las e os que defendiam a natureza ondula- tória do fenômeno. MORENO, Márcio Quintão. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC, v. 33, n. 198, p. 68-70. Com base nesse texto e nos conceitos da óptica, assi- nale a alternativa correta a respeito dos fenômenos de reflexão, refração, difração, interferência e polarização. a) A reflexão da luz pode ser explicada tanto pelo mo- delo de partículas como pelo modelo ondulatório. b) A difração da luz somente pode ser explicada pelo modelo de partículas. c) O estudo da polarização da luz permite concluir que a luz é uma onda longitudinal. d) A interferência da luz somente pode ser explicada pelo modelo de partículas. e) A refração da luz somente pode ser explicada pelo modelo de partículas. Foi observado o comportamento ondulatório da luz. A lâmpada fica apagada na presença da luz e acende quando o ambiente fica escuro. Nesta etapa, a luz incide em uma superfície metálica no relé, li- berando elétrons do metal. Isso altera a resistência elétrica desse material, o que altera a passagem de corrente elétrica. Foi observado o comportamento corpuscular da luz. IV III II I Como o comprimento de onda de De Broglie associado a uma partícula de massa m e velocidade v é dado por λ = h mv , no caso do fulereno, a velocidade passou de 220 m/s para 110 m/s — reduziu-se à metade. Então, o comprimento de onda passará a ser o dobro do inicial, ou seja, 5,0 ∙ 10–12 m. a) Tanto o modelo ondulatório quanto o corpuscular obedecem às leis de reflexão. FIS-M18-2.indd 25 26/09/2016 13:20:59 26 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO REGISTRO DA APRENDIZAGEM 1. Uma radiação eletromagnética monocromática vermelha incide em uma chapa metálica arrancando elétrons de sua superfície. Os elétrons arrancados saem com energia cinética Ec. Ao se incidir radiação eletromagnética monocromática azul, a energia cinética dos elétrons arrancados dobra. Qual é o valor da função trabalho desse metal? Dados: constante de Planck: h = 6,6 · 10–34 J · s Frequência do vermelho: fV = 4,4 · 10 14 Hz Frequência do azul: fA = 5,8 · 10 14 Hz 2. Em um experimento de efeito fotoelétrico, uma chapa metálica era incidida com radiação eletromagnética de diferentes frequências. Observou-se que a partir de uma frequência mínima f0 eram emitidos elétrons da chapa. a) O que representa essa frequência mínima? b) Se a intensidade da radiação que incide for aumentada sem variar a frequência, o que ocorre com a energia cinética dos fotoelétrons? c) Calcule a função trabalho W em função da constante de Planck h e f0. Utilizando a equação para o efeito fotoelétrico: Vermelho: hfV = W + EC (I) Azul: hfA = W + 2EC (II) Subtraindo (II) do dobro de (I): 2hfV = 2W +2EC (I) hfA = W + 2EC (II) 2hfV − hfA = W W = h(2fV − fA) W = 6,6 · 10−34 (2·4,4 · 1014 − 5,8 · 1014) W = 6,6 · 10−34 · 3 · 1014 W = 1,98 · 10−19 J Para a frequência mínima, a energia cinética dos elétrons é nula. Nesse caso, tem-se: hf = W + EC hf0 = W + 0 w = hf0 A frequência mínima está associada à energia mínima associada à radiação eletromagnética incidente para que os elétrons sejam arrancados da chapa. Não haverá mudança na energia cinética dos elétrons, pois a intensidade apenas influencia na quantidade de fotoelétrons e não na energia cinética de cada um. FIS-M18-2.indd 26 03/10/2016 14:30:41 27 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO COMPREENSÃO 1. UFRGS-RS — Assinale a alternativa que preenche cor- retamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem. A incidência de radiação eletromagnética sobre uma su- perfície metálica pode arrancar elétrons dessa superfície O fenômeno é conhecido corno _________ só pode ser explicado satisfatoriamente invocando a natureza _________ da luz. a) efeito fotoelétrico — ondulatória b) efeito Coulomb — corpuscular c) efeito Joule — corpuscular d) efeito fotoelétrico — corpuscular e) efeito Coulomb — ondulatória 2. UEG-GO — Em que situação os elétrons são ejetados da superfície de um metal? a) Com o ajuste de uma frequência moderada e alta intensidade da radiação. b) Através de controle de baixas frequências para al- tas intensidades de radiação.c) A partir de uma frequência mínima da radiação eletromagnética incidente. d) Com o aumento crescente da intensidade da ra- diação eletromagnética no metal. 3. PUC-RS — Para responder à questão, analise o texto e os dados a seguir. A matéria apresenta um comportamento dualístico, ou seja, pode se comportar como onda ou como partícula. Uma partícula em movimento apresenta um compri- mento de onda associado a ela, o qual é descrito por λ = h/p, onde p é o módulo do seu momento linear, e h é a constante de Planck. Considere as seguintes partículas movendo-se livre- mente no espaço e suas respectivas massas e veloci- dades: Partícula 1 — massa m e velocidade v Partícula 2 — massa m e velocidade 2v Partícula 3 — massa 2m e velocidade 2v Os comprimentos de onda associados às partículas es- tão relacionados de tal modo que a) λ λ λ1 2 3= = . b) λ λ λ1 2 3= < . c) λ λ λ1 2 3< = . d) λ λ λ1 2 3< < . e) λ λ λ1 2 3> > . DESENVOLVIMENTO 4. UPE — Considere as afirmações a seguir com relação ao efeito fotoelétrico. I. A energia cinética do elétron emitido pelo material depende da intensidade da radiação incidente. II. Somente ocorre quando há incidência de elétrons sobre uma superfície metálica. III. A quantidade de elétrons emitidos pelo material depende da intensidade da luz incidente. IV. A menor energia cinética do elétron emitido pelo material é igual a zero. Estão corretas apenas a) I, II e IV. b) II e III. c) III e IV. d) I e III. e) II e IV. 5. UFRGS-RS — O físico francês Louis de BrogIie (1892- 1987), em analogia ao comportamento dual onda-partí- cula da luz, atribuiu propriedades ondulatórias à matéria Sendo a constante de Planck h = 6,6 × 10–34 J · s, o comprimento de onda de De Broglie para um elétron (massa m = 9 × 10–34 kg) com velocidade de módulo v = 2,2 ×106 m/s é, aproximadamente, a) 3,3 × 10–10 m. b) 3,3 × 10–9 m. c) 3,3 × 103 m. d) 3,9 × 109 m. e) 3,0 × 1010 m. 6. Udesc adaptado — Considere as informações cons- tantes na tabela. Metais Função Trabalho (eV) Alumínio 4,08 Prata 4,73 Platina 6,35 Níquel 5,01 Com base na tabela e no princípio da conservação da energia para o efeito fotoelétrico, analise as proposi- ções. I. Quatro placas metálicas, cada uma composta por um dos metais relacionados na tabela, são ilumi- nadas por uma luz de frequência f. Nesta situação, a energia cinética mínima dos elétrons ejetados de cada placa possui o mesmo valor. FIS-M18-2.indd 27 26/09/2016 13:21:15 28 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO II. Quatro placas metálicas, cada uma composta por um dos metais relacionados na tabela, somente ejetarão elétrons com energia cinética maior que zero, quan- do a energia de cada fóton da luz que as ilumina for maior que o valor da função trabalho de cada metal. III. Quatro placas metálicas, cada uma composta por um dos metais relacionados na tabela, são ilumi- nadas por uma luz cujos fótons têm energia igual a 7,5 eV cada. Neste caso, os elétrons ejetados da superfície da placa de alumínio terão a maior energia cinética. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. c) Somente a afirmativa III é verdadeira. d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. e) Todas afirmativas são verdadeiras. 7. F - pcar-SP — Para a construção de uma célula fo- toelétrica, que será utilizada na abertura e fechamento automático de uma porta, um pesquisador dispõe de quatro metais, cujas funções trabalho ( ) estão listadas na tabela abaixo. Metal (eV) Platina 6,4 Prata 4,7 Chumbo 4,1 Sódio 2,3 Sendo que essa célula deverá ser projetada para fun- cionar com luz visível, poderá(ão) ser usado(s) somente o(s) metal(is) Dados: h = 4,1 10–15 e V s Diagrama do espectro visível f (1014Hz) 7,50 7,06 6,74 6,00 5,22 5,13 4,83 4,00 V io le ta A ni l A zu l Ve rd e A m ar el o La ra nj a Ve rm el ho a) platina. b) sódio. c) chumbo e prata. d) chumbo e sódio. 8. UPF-RS — Duas fontes de luz laser, denominadas de Fonte 1 e Fonte 2, têm as seguintes especificações: Fonte 1 Potência: 5 × 10–3 W Comprimento de onda: 632 mm Fonte 2 Potência: 3 × 10–2 W Comprimento de onda: 632 mm Considere que um estudante do Ensino Médio compra as fontes. Ele sabe que a Fonte 1 emite N1 fótons por se- gundo, cada um com energia E1, e que a Fonte 2 emite N2 fótons por segundo, cada um com energia E2. Com relação a essas fontes e considerando-se as infor- mações anteriormente descritas, é correto afirmar que: a) N1 < N2 e E1 < E2. b) N1 = N2 e E1 < E2. c) N1 = N2 e E1 =E2. d) N1 < N2 e E1 = E2. e) N2 < N1 e E1 = E2. APROFUNDAMENTO 9. Udesc — Filmes fotográficos para radiografias, do tipo preto e branco, possuem uma emulsão fotossensível. Confeccionou-se um filme neste modelo e constatou- -se que, para dissociar moléculas contidas na emulsão fotossensível, é necessária uma exposição a fótons com energia mínima de 0,7 e V. A alternativa que apresenta o valor do maior compri- mento de onda da luz capaz de impressionar este filme é a) 1,7 × 10–9 m. b) 1,7 × 10–6 m. c) 1,7 × 10–14 m. d) 0,7 × 10–6 m. e) 0,7 × 10–9 m. 10. ITA-SP — Duas placas de um mesmo metal e com a mesma área de 5,0 cm2, paralelas e próximas entre si, são conectadas aos terminais de um gerador de tensão ajustável. Sobre a placa conectada ao terminal nega- tivo, faz-se incidir radiação e, por efeito fotoelétrico, aparece uma corrente no circuito, cuja relação com a tensão aplicada é explicitada no gráfico. Geradori + – Corrente i ( A) 10 -2,5 Tensão (V) Sabendo que a função trabalho do metal é de 4,1 eV e assumindo que na região de saturação da corrente todo fóton incidente sobre a placa gera um fotoelétron que é coletado, a medida da intensidade dessa radia- ção em W/cm2 é igual a a) 13. b) 8,2. c) 6,6. d) 3,2. e) 1,6. FIS-M18-2.indd 28 26/09/2016 13:21:20 29 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO ESTUDO PARA O ENEM 11. UFPE — Um feixe de luz de comprimento de onda 4,0 x 10-7 m e Efóton = 3,0 e V tem sua incidência sobre a superfície de um metal. Os fotoelétrons mais ener- géticos têm energia cinética igual a 2,0 eV. Imagine agora a seguinte situação: o comprimento de onda dos fótons incidentes são reduzidos à metade. Qual será a energia cinética máxima dos fotoelétrons, em eV? a) 2,5 eV b) 5 eV c) 10 eV d) 15 eV e) 50 eV Competência 6 — Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar interven- ções científico-tecnológicas. Habilidade 20 — Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes. 12. Enem — Quando a luz branca incide em uma superfície metálica, são removidos elétrons desse material. Esse efeito é utilizado no acendimento automático das lu- zes nos postes de iluminação, na abertura automática das portas, no fotômetro fotográfico e em sistemas de alarme. Esse efeito pode ser usado para fazer a transformação de energia a) nuclear para cinética. b) elétrica para radiante. c) térmica para química. d) radiante para cinética. e) potencial para cinética. Competência 6 — Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar interven- ções científico-tecnológicas. Habilidade 22 — Compreender fenômenos decorrentes da in- teração entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações bioló- gicas, sociais, econômicas ou ambientais. FIS-M18-2.indd 29 26/09/2016 13:21:21 30 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO FIS-M18-2.indd 30 26/09/2016 13:21:22 31 FÍSICA 18 ENSINO MÉDIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMALDI, U. Imagens da Física. São Paulo: Scipione,1995. CARRON, W.; GUIMARÃES, O. As faces da Física. São Paulo: Moderna, 2002. FOGIEL, Max. The High School Physics Tutor. New Jersey: Research and Education Association,1993. HALLIDAY, David;
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