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Problema 26 - Mamas

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Carla Bertelli – 4° Período 
– Revisar a morfofisiologia das mamas 
– Compreender a avaliação das mamas (semiologia) 
– Entender a etiologia, fisiopatologia, epidemiologia, sinais e 
sintomas e diagnóstico das alterações benignas e malignas da mama 
 
Cada mama tem uma projeção pigmentada, a papila 
mamária, que tem uma série de aberturas pouco 
espaçadas de ductos chamados ductos lactíferos, dos 
quais emergem leite. A área circular de pele pigmentada 
ao redor do mamilo é chamada aréola da mama; tem 
aspecto áspero, porque contém glândulas sebáceas 
modificadas. 
No interior de cada mama está uma glândula mamária, 
uma glândula sudorífera modificada que produz leite. 
A glândula mamária consiste em 15 a 20 ou 
compartimentos, separados por uma quantidade variável 
de tecido adiposo. Em cada lobo existem vários 
compartimentos menores chamados ó compostos 
por agrupamentos de glândulas secretoras de leite em 
forma de uva chamados de é , embutidos no 
tecido conjuntivo. A contração das é
 em torno dos alvéolos ajuda a impulsionar o 
leite em direção às papilas mamárias. Quando está sendo 
produzido leite, ele passa dos alvéolos por vários ú
á e, em seguida, para os á 
Próximo do mamilo, os ductos mamários se expandem 
discretamente para formar seios chamados 
í , onde um pouco de leite pode ser armazenado 
antes de ser drenado para um í . Cada 
ducto lactífero normalmente transporta leite de um dos 
lobos para o exterior. 
 
As funções das glândulas mamárias são a síntese, a 
secreção e a ejeção de leite; estas funções, chamadas 
de lactação, estão associadas à gestação e ao parto. A 
produção de leite é estimulada em grande parte pelo 
hormônio prolactina liberado pela adeno-hipófise, com 
contribuições da progesterona e dos estrogênios. A 
ejeção do leite é estimulada pela ocitocina, que é liberada 
pela neuro-hipófise em resposta à sucção do bebê na 
papila mamária da mãe. 
As glândulas mamárias fixam-se à pele sobrejacente e à 
fáscia do peitoral subjacente por meio de septos fibrosos, 
denominados ligamentos de Cooper. A fáscia superficial 
do peitoral é contínua com a fáscia superficial abdominal 
de Camper. Os linfáticos da mama drenam para os 
linfonodos mamários internos (3%) e axilares (97%) 
A estrutura das glândulas mamárias varia com a idade, 
gravidez e lactação. Ao nascer, consiste apenas em 
ductos lactíferos, não havendo ácinos. Na puberdade, sob 
a influência dos estrogênios, os ductos ramificam-se, 
aparecendo em suas extremidades pequenas massas 
celulares que são ácinos potenciais 
As mudanças cíclicas dos níveis de hormônios esteroides 
sexuais durante o ciclo menstrual influenciam a 
morfologia e as funções da mama feminina. Sob a 
influência das gonadotrofinas hipofisárias (hormônios 
foliculestimulante [FSH] e luteinizante [LH]) durante a fase 
folicular do ciclo menstrual e níveis crescentes de 
estrogênio secretado pelos folículos de Graaf ovarianos, 
inicia-se a proliferação do epitélio da mama. Após a 
ovulação, a progesterona, sintetizada na fase lútea, induz 
a dilatação ductal e as células alveolares se diferenciam 
em células secretoras, levando a um edema interlobular. 
Com a menstruação e o declínio dos níveis de esteroides 
sexuais, a atividade secretora epitelial é reduzida, 
amenizando a mastalgia. 
 
 Carla Bertelli – 4° Período 
Para fins clínicos, as mamas são divididas em quadrantes, 
por meio de duas linhas que se cruzam no nível da papila, 
uma na direção horizontal e outra na vertical. Essas linhas 
dividem as mamas nos quadrantes superiores e inferiores 
e nos laterais e mediais 
Anamnese - Deve-se obter informações sobre ciclo 
menstrual, fatores de risco para câncer de mama. 
Importante anotar idade, cor, naturalidade, idade da 
menarca, números de gravidezes, partos, abortamentos, 
idade do primeiro parto. Queixa principal e duração, 
história pregressa da doença atual, interrogatório 
sintomatológico, antecedentes familiares de câncer de 
mama, ovário e tuba uterina. Antecedentes de doenças 
prévias ou atuais, tais como: hipertensão arterial, diabetes, 
cardiopatias, pneumopatias e tromboembolismo. História 
de cirurgias prévias de neoplasias e estéticas da mama. 
Uso de medicamentos que podem causar galactorreia e 
outros sintomas mamários. Utilização de bebidas 
alcoólicas, tabagismo, etilismo, atividade física, alimentação 
e uso de terapia hormonal. 
 - A galactorreia é a produção de leite nas mamas de 
homens ou de mulheres que não estão amamentando. A causa mais 
comum da galactorreia é a produção excessiva do hormônio 
prolactina (hiperprolactinemia) devido a um tumor na hipófise. 
 – Dor nas mamas 
 - Dor mamária, nódulo e derrame 
papilar são os principais motivo da consulta. 
 
Mastodinia ou mastalgia, representa 50% das queixas. É 
localizada na topografia da mama, sendo mais comum na 
menacme (idade fértil) e tende a diminuir com a 
menopausa, mostrando estreita interação com o ciclo 
menstrual. Pode ser classificada em í í
á
Cíclica – Dor difusa, bilateral, varia de intensidade durante 
o ciclo menstrual e intensifica-se na última semana. 
Melhora após a menstruação 
Acíclica – Sem associação com o período menstrual, 
localizada, unilateral, geralmente causada por cistos, 
mastites, traumas, tromboflebite e mastopatia diabética 
Extramamária – Origem fora da mama, costocondrite, 
neurite, traumas, fratura de costelas. 
Pode ser classificada também conforme a intensidade da 
dor em leve, moderada e intensa. O diagnóstico é feito 
pela anamnese e pelo exame clínico detalhado. Os 
exames de imagem como mamografia e ultrassonografia 
devem ser solicitados de acordo com as suspeitas clínicas 
de lesões focais evidenciadas ao exame clínico 
 
Podem ser benignos ou malignos. Os mais frequentes 
são os fibroadenomas, cistos, lipomas, adenomas, tumor 
filodes e o carcinoma. Podem ser caracterizados 
conforme a localização (uni ou bilateral), tamanho, 
crescimento (rápido, progressivo ou estacionário), 
consistência, mobilidade e sensibilidade) 
 
Também chamado de secreção, fluxo ou descarga 
mamilar, pode ser decorrente de causa mamária ou 
extramamária. Ocorre tanto no homem quanto na 
mulher, pode ser classificado como galactorreia, derrame 
fisiológico e patológico. 
Na , a secreção é leitosa, bilateral, multiductal, 
fora do ciclo grávido puerperal, e, geralmente, causada 
pelo aumento da prolactina produzida por tumores 
hipofisários ou uso de medicamentos (fenotiazinas, 
metildopa, neurolépticos, antidepressivos, opiáceos, 
ranitidina) e drogas ilícitas (cocaína). 
No ó a secreção é multiductal, bilateral, 
provocada ou espontânea, de cor amarela, esverdeada 
ou escura, geralmente causada pela manipulação mamilar 
ou ectasia ductal. 
No ó a secreção é unilateral, uniductal, 
espontânea, persistente e de coloração cristalina (água 
de rocha), serosa ou hemática. Geralmente é causada por 
papiloma ductal ou carcinoma mamário 
 
çã á - A inspeção estática é realizada com 
a paciente sentada, com os membros superiores 
dispostos paralelamente ao longo do tronco, usando 
avental tipo camisola com abertura na frente. 
Observamse pele, contorno, forma, volume e simetria 
 Carla Bertelli – 4° Período 
glandular, pigmentação da aréola, aspecto da papila, 
presença de abaulamentos ou de retrações, circulação 
venosa e presença de sinais flogísticos (edema e rubor). 
O carcinoma inflamatório pode cursar com edema do 
tecido subcutâneo, descrito classicamente como pele em 
casca de laranja. A retração da papila, quando recente, é 
sinal de alerta para câncer 
A aréola deve ser cuidadosamente examinada, 
pesquisando eczema, dermatite de contato e doença de 
Paget, que é um tipo de câncer de mama. Na pele, 
eventualmente pode-se observar lesões vesiculares 
típicas de infecção viral por herpes-zóster. 
çã â - Solicita-se à paciente que eleve os 
braços acima da cabeça ou que pressione as asas dos 
ossos ilíacos,colocando as mãos na cintura e fazendo 
compressão. Tais manobras tornam mais evidentes as 
retrações e assimetrias, além de possibilitar a avaliação 
do comprometimento muscular pela neoplasia. 
çã
 - Os linfonodos são melhor examinados 
com a paciente sentada de frente para o examinador. 
Com a mão espalmada (a mão direita examina o lado 
esquerdo da paciente e vice-versa), faz-se a palpação 
deslizante do oco axilar e de suas proximidades. As fossas 
supra e infraclaviculares e as axilas são palpadas com as 
pontas dos dedos 
A presença de linfonodos palpáveis, móveis e 
fibroelásticos não representa sinal de suspeição. 
Linfonodos axilares aumentados, endurecidos, fixos e 
coalescentes são indicativos de metástase de carcinoma 
de mama, linfomas ou outros tipos de neoplasias malignas 
çã á - a palpação pode ser executada por 
meio de duas técnicas: a de Velpeaux, em que se utiliza 
a região palmar dos dedos, e a de bloodgood, em que 
são utilizadas as falanges distais. Realiza-se a palpação das 
mamas com a paciente em decúbito dorsal com as mãos 
apoiadas atrás da cabeça e os braços bem abertos. A 
palpação deve ser feita delicadamente, partindo-se da 
região subareolar e estendendo-se até as regiões 
paraesternais, infraclaviculares e axilares (prolongamento 
axilar da mama). Em um primeiro momento, a palpação 
deve ser executada com leve pressão, a fim de permitir 
a detecção de nódulos superficiais, e, em seguida, com 
mais vigor, procurando nódulos profundos 
A consistência das mamas normais varia amplamente, 
dependendo das proporções relativas de tecido 
gorduroso e glandular, podendo ser observada certa 
irregularidade, que aumenta no período pré-menstrual. 
No período pré-menstrual, as mamas podem aumentar 
de tamanho e tornarem-se hipersensíveis à palpação. Há 
aumento também da nodularidade, que pode despertar 
a atenção da paciente no autoexame. 
Na presença de nódulo palpável, definir localização, 
tamanho, consistência (fibroelástica, cística ou 
endurecida), superfície (regular, lobulada ou irregular) e 
aderência a planos superficiais ou profundos. 
ã - Terminada a palpação, faz-se uma 
delicada pressão no nível da aréola e da papila, 
identificando as características da secreção como 
coloração (sero-hemática, citrina, serosa, láctea, 
esverdeada ou acastanhada); se ocorre por ducto único 
ou múltiplo, se é espontânea ou provocada. 
A pesquisa do ponto do gatilho, que é a digitopressão 
realizada de forma circular ao redor da aréola, pode 
auxiliar na identificação do ducto comprometido 
Geralmente os derrames papilares contendo sangue, 
sero-hemáticos ou cristalinos em água de rocha levantam 
a suspeita de neoplasia (papiloma ou carcinoma) e devem 
ser investigados com biopsia excisiona 
 - mamografia, ultrassonografia, 
punção aspirativa por agulha fina, biópsia por agulha 
grossa. 
 
Galactorreia; Patologias inflamatórias: mastite, abscesso mamário; 
Distúrbios do sistema ductal; Papilomavírus intraductais; 
Fibroadenoma e alterações fibrocísticas; Câncer de mama. 
A maioria das doenças da mama pode ser descrita como 
benigna ou maligna. Os tecidos mamários nunca estão 
estáticos, ou seja, as mamas reagem continuamente às 
alterações dos estímulos hormonais, nutricionais, 
psicológicos e ambientais que acarretam alterações 
celulares contínuas. As doenças benignas das mamas não 
são progressivas. Contudo, algumas doenças mamárias 
benignas aumentam o risco de desenvolver câncer. Por 
isso, a adesão rigorosa a uma dicotomia entre doenças 
benignas versus malignas nem sempre pode ser 
apropriada. 
 - O pico de incidência é tipicamente em 
meados dos anos 40 e podem estar associadas a fatores 
 Carla Bertelli – 4° Período 
de risco como obesidade e principalmente histórico 
familiar. 
Englobam várias lesões inflamatórias da mama, algumas 
de causa infecciosa, outras de etiologia desconhecida. A 
maioria dos casos manifesta-se como aumento doloroso 
e eritematoso das mamas. Embora o tipo mais 
importante seja a mastite aguda da lactação, algumas 
mastites simulam câncer, e outras, como o abscesso 
subareolar recorrente, podem necessitar cirurgia 
extensa, com alta morbidade. A lesão ocorre por 
obstrução dos vasos linfáticos dérmicos por êmbolos 
neoplásicos, resultando em edema acentuado da mama 
e eritema da pele, semelhante ao quadro de mastite 
aguda. 
A maioria das infecções agudas da mama ocorre durante 
a lactação, em especial nas primeiras semanas de 
amamentação. Nesse período, a mama fica mais 
vulnerável à penetração de bactérias, 
principalmente Staphylococcus aureus e estreptococos, 
através de fissuras e rachaduras no mamilo ou na aréola. 
A infecção inicial causa mastite aguda, difusa, dolorosa, 
com aumento de volume da mama, por edema, 
hiperemia e exsudato neutrofílico. O quadro geralmente 
regride com antibióticos e drenagem completa do leite. 
Em alguns casos, a lesão evolui para abscesso, 
necessitando drenagem cirúrgica. 
ô nespecífica é rara e pode resultar de 
mastite aguda com resolução incompleta. Caracteriza-se 
por fibrose e infiltrado inflamatório 
linfoplasmocitário. ô são 
raras e podem associar-se a doenças granulomatosas 
sistêmicas. Ocorrem na tuberculose, em micoses 
(paracoccidioidomicose, histoplasmose, actinomicose), 
sarcoidose e poliangiite com granulomas. 
 
Abscesso sub ou periareolar recidivante ou mastite 
periductal é mais comum em mulheres adultas, 
particularmente durante a lactação, mas pode surgir após 
a menopausa e em homens, em 90% dos casos em 
fumantes. Os pacientes apresentam nódulo subareolar, 
doloroso e edematoso, com episódios recorrentes de 
fistulização e drenagem de material purulento através do 
mamilo e da pele da aréola. A patogênese é variada. Em 
algumas mulheres, ocorre inversão do mamilo por fibrose 
cicatricial por outras lesões, predispondo a metaplasia 
escamosa, dilatação, ruptura e inflamação de ductos. 
Outra possibilidade é tabagismo, que altera a 
diferenciação do epitélio ductal por causa de deficiência 
de vitamina A e de substâncias contidas no tabaco, que 
também favorecem inflamação. À microscopia, encontra-
se inflamação inespecífica, metaplasia escamosa e 
tampões córneos nos seios lactíferos, dilatação e ruptura 
dos ductos e fístulas entre ductos e pele. Reação 
inflamatória crônica desenvolve-se em torno de ceratina 
extravasada. Infecção bacteriana secundária pode 
ocorrer em qualquer momento, levando a inflamação 
aguda. O tratamento é difícil e requer cirurgia extensa 
para remover o ducto e o trato fistuloso em 
continuidade, evitando-se deixar ductos com epitélio 
ceratinizado, que são responsáveis por recorrência. 
 
Galactorreia é secreção de leite pelas mamas de 
mulheres que não estão amamentando. Isso pode ser 
causado por estimulação vigorosa dos mamilos, 
hormônios exógenos, desequilíbrio dos hormônios 
endógenos ou infecção ou traumatismo torácico 
localizado. Tumores hipofisários (p. ex., prolactinoma) 
podem aumentar expressivamente os níveis de 
prolactina e causar galactorreia. Galactorreia ocorre em 
homens e mulheres e, geralmente, é benigna. O 
acompanhamento clínico pode ser mantido por vários 
meses, antes que seja indicada triagem hormonal com 
finalidade diagnóstica. O extravasamento espontâneo de 
leite da mama (sem qualquer tipo de estimulação) é 
patológico e deve ser detalhadamente investigado 
 
Nas mulheres idosas, a dilatação dos ductos mamários 
evidencia-se por secreção mamilar cinza-esverdeada 
intermitente, geralmente unilateral. A palpação da mama 
aumenta o volume da secreção. A dilatação ductal ocorre 
durante ou depois da menopausa e está associada a sinais 
e sintomas como ardência, prurido, dor e sensação de 
tração do mamilo e da aréola. Essa doença causa 
inflamação e espessamento subsequente dos ductos. 
Os são tumores benignos dos 
tecidos epiteliais, cujas dimensões podem variar de 2 a 5 
cm. Uma porcentagem muito pequena dessaslesões terá 
 Carla Bertelli – 4° Período 
células atípicas que podem progredir para câncer e a 
excisão é recomendada. Em geral, os papilomas são 
evidenciados por secreção mamilar sanguinolenta. O 
tumor pode ser palpado na região areolar. O diagnóstico 
é estabelecido por galactografia – uma radiografia obtida 
depois da injeção de contraste no ducto afetado. O 
papiloma é explorado por uma sonda através do mamilo 
e o ducto afetado é removido. Tem-se argumentado que 
a ressonância magnética pode ser tão e, em alguns 
casos, até mais eficaz na identificação dessas doenças 
Papiloma intraductal é uma neoplasia benigna originada 
em ductos centrais (papiloma central único) ou 
periféricos (papilomas múltiplos). Papiloma central origina-
se quase sempre em ductos grandes, subareolares, e 
manifesta-se por derrame papilar seroso ou 
sanguinolento. Quando o ducto torna-se muito dilatado, o 
papiloma pode formar nódulo clinicamente palpável e 
detectável à ultrassonografia e à mamografia. 
Microscopicamente, o tumor tem eixo fibrovascular 
revestido por duas camadas de células, uma mioepitelial 
interna e uma epitelial externa com pleomorfismo 
discreto e baixa atividade mitótica. A fusão de papilas 
forma estruturas semelhantes a ductos, também 
revestidas por epitélio e mioepitélio. O papiloma periférico 
é geralmente múltiplo, envolve a unidade ductolobular 
terminal, associa-se a maior risco de malignização e surge 
na periferia da mama. Papiloma periférico pode associar-
se a hiperplasia ductal atípica e a carcinoma in situ. 
 
Os fibroadenomas são encontrados nas mulheres pré-
menopausa, mais comumente entre a terceira e a quarta 
década de vida. As manifestações clínicas incluem massa 
arredondada firme e bem demarcada com consistência 
de borracha. À palpação, a massa “escorrega” entre os 
dedos e pode ser mobilizada facilmente. Em geral, a 
paciente tem apenas um fibroadenoma, mas as lesões 
são bilaterais ou múltiplas em apenas 15%. Os 
fibroadenomas são assintomáticos e geralmente 
detectados casualmente. Esses tumores benignos não 
parecem ser precursores de câncer e o tratamento 
consiste em excisão simples 
çõ í são as lesões mais comuns das 
mamas. Essas alterações são mais frequentes nas 
mulheres entre a 2a e a 5a década de vida e são raras 
nas mulheres pós-menopausa que não fazem tratamento 
de reposição hormonal Em geral, as alterações 
fibrocísticas evidenciam-se por massas mamárias 
granulares e nodulares, que são mais proeminentes e 
dolorosas durante a fase lútea – ou de predomínio da 
progesterona – do ciclo menstrual. O desconforto varia 
de sensação de peso até hipersensibilidade extrema, 
dependendo do grau de congestão vascular e distensão 
cística. 
As alterações fibrocísticas englobam grande variedade de 
lesões e variações mamárias. Ao exame microscópico, as 
alterações fibrocísticas significam um conjunto de 
alterações morfológicas evidenciadas por: (a) cistos 
microscópicos, (b) metaplasia apócrina, (c) hiperplasia 
epitelial branda e (d) aumento do estroma 
fibroso.1 Embora as alterações fibrocísticas tenham sido 
relacionadas com um aumento aparente do risco de 
câncer mamário, apenas algumas variantes nas quais há 
proliferação dos componentes ductais estão realmente 
associadas a um risco real. A existência de cistos grandes 
e lesões epiteliais proliferativas com atipia é mais comum 
nas mulheres com risco mais alto de desenvolver câncer 
de mama invasivo. A forma não proliferativa das 
alterações fibrocísticas, que não aumenta o risco de 
desenvolver câncer, é mais comum. 
O diagnóstico das alterações fibrocísticas é firmado com 
base no exame físico, na mamografia, na ultrassonografia 
e na biopsia (i. e., aspiração ou retirada de um fragmento). 
 
Câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum das 
mulheres. Uma em oito mulheres americanas 
desenvolverá câncer de mama em alguma fase de sua 
vida. As taxas de incidência do carcinoma in situ têm 
aumentado dramaticamente desde meados da década de 
1970, por causa das recomendações referentes à triagem 
por mamografia. As taxas de mortalidade diminuíram, 
principalmente entre as mulheres com menos de 50 
anos. O declínio da taxa de mortalidade por câncer de 
mama desde 1989 é atribuído ao diagnóstico mais 
precoce por meio dos programas de triagem e à 
conscientização do público, assim como ao 
aperfeiçoamento dos tratamentos do câncer 
Os fatores de risco do câncer de mama incluem sexo 
feminino, envelhecimento, história pessoal ou familiar de 
câncer mamário (i. e., as mulheres em risco mais alto são 
as que têm vários parentes de primeiro grau com câncer 
de mama), história de doença mamária benigna (i. e., 
hiperplasia “atípica” primária) e fatores hormonais que 
estimulam a maturação das mamas e podem aumentar 
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527737876/epub/OEBPS/Text/chapter45.xhtml?favre=brett#ref1
 Carla Bertelli – 4° Período 
as chances de ocorrerem mutações celulares (i. e., 
menarca precoce, menopausa tardia, nenhuma gestação 
a termo ou primeiro filho depois da idade de 30 anos e 
não ter amamentado). Os fatores de risco modificáveis 
são obesidade (especialmente depois da menopausa), 
inatividade física e etilismo (mais de um drinque por dia). 
Cerca de 5 a 10% de todos os cânceres de mama são 
hereditários e mutações genéticas causam até 80% 
desses carcinomas que se desenvolvem nas mulheres 
com menos de 50 anos 
Dois genes de suscetibilidade ao câncer de mama – 
BRCA1 no cromossomo 17 e BRCA2 no cromossomo 13 
– podem ser responsáveis pela maioria das formas 
hereditárias desse câncer. O BRCA1 está 
comprovadamente envolvido na supressão tumoral. As 
mulheres com mutações confirmadas do gene BRCA1 
têm risco de 60 a 85% de desenvolver câncer de mama 
em alguma época da vida e estão mais sujeitas a ter 
câncer de ovário. Como o gene BRCA1, o BRCA2 é outro 
gene de suscetibilidade que aumenta o risco de ter 
câncer de mama. Dois genes de suscetibilidade ao câncer 
de mama – BRCA1 no cromossomo 17 e BRCA2 no 
cromossomo 13 – podem ser responsáveis pela maioria 
das formas hereditárias desse câncer. O BRCA1 está 
comprovadamente envolvido na supressão tumoral. As 
mulheres com mutações confirmadas do gene BRCA1 
têm risco de 60 a 85% de desenvolver câncer de mama 
em alguma época da vida e estão mais sujeitas a ter 
câncer de ovário. Como o gene BRCA1, o BRCA2 é outro 
gene de suscetibilidade que aumenta o risco de ter 
câncer de mama 
O câncer de mama pode manifestar-se clinicamente 
como massa, retração mamilar deprimida, ou secreção 
mamária anormal. Alguns tumores são percebidos pelas 
próprias pacientes – algumas vezes quando há apenas 
espessamento ou alteração sutil do contorno mamário. 
As mulheres pré-menopausa que fazem AEM devem 
realizar o exame pouco depois das menstruações. Esse 
período é mais apropriado em razão das alterações 
mamárias cíclicas que ocorrem em resposta às variações 
dos níveis hormonais. As mulheres pós-menopausa e as 
que fizeram histerectomia podem fazer o autoexame em 
qualquer dia do mês. O exame deve ser realizado no 
chuveiro ou na banheira, ou à hora de deitar. O aspecto 
mais importante do AEM é adotar um método 
sistemático, conveniente e consistente para examinar as 
mamas. As mulheres devem ser examinadas por um 
médico experiente, no mínimo a cada 3 anos entre as 
idades de 20 a 40 anos e anualmente depois de 
completar 40 anos. 
Mamografia é o único exame de triagem eficaz para 
estabelecer o diagnóstico precoce de lesões clinicamente 
imperceptíveis. Um tipo de câncer geralmente com 
crescimento lento, o carcinoma de mama pode se 
manifestar por 2 a 9 anos antes que chegue ao tamanho 
de 1 cm, que é a menor massa normalmente detectável 
por palpação. A mamografia pode detectar lesões de 
apenas 1 mm e áreas de calcificação, que podem justificar 
uma biopsia para excluir câncer. A mamografia tem 
sensibilidade de 80 a 90%no diagnóstico desse tipo de 
câncer, mesmo quando é realizada nas instituições mais 
capacitadas. 
Os procedimentos realizados para diagnosticar câncer de 
mama incluem exame físico, mamografia, 
ultrassonografia, biopsia de aspiração por agulha fina, 
biopsia por agulha estereostática (i. e., biopsia com agulha 
cilíndrica) e biopsia excisional. 
Em geral, o carcinoma de mama evidencia-se por uma 
única lesão indolor, firme e fixa com bordas mal 
demarcadas. O tumor pode estar localizado em qualquer 
parte da mama, mas é mais comum no quadrante 
superior externo. Por causa da variabilidade de 
apresentação, qualquer alteração suspeita dos tecidos 
mamários deve ser investigada com muito cuidado. O uso 
diagnóstico da mamografia viabiliza a definição mais clara 
de uma área clinicamente suspeita (p. ex., formato, 
características, calcificação) e pode contribuir para a 
detecção precoce do câncer. A colocação de um 
marcador de fio metálico sob controle radiográfico pode 
assegurar a biopsia cirúrgica precisa das áreas suspeitas, 
embora impalpáveis. A ultrassonografia é útil como 
exame diagnóstico para diferenciar entre lesões císticas 
e sólidas nas mulheres com espessamento inespecífico. 
A aspiração por agulha fina é um procedimento simples 
realizado no consultório, que pode ser efetuado 
repetidamente em várias áreas com desconforto 
mínimo. A biopsia pode ser realizada estabilizando-se a 
massa palpável entre dois dedos, ou com a ajuda de uma 
sonda de ultrassonografia para definir massas císticas ou 
alterações fibrocísticas e recolher amostra 
A aspiração por agulha fina pode revelar células malignas, 
mas não consegue diferenciar entre carcinoma in situ e 
câncer invasivo. A biopsia por agulha estereostática é um 
procedimento ambulatorial realizado com a ajuda de um 
aparelho de mamografia. Depois de localizar a lesão 
radiograficamente, uma agulha calibrosa é introduzida 
 Carla Bertelli – 4° Período 
mecanicamente e avançada rapidamente para dentro da 
área afetada, removendo um núcleo de tecidos no 
interior da agulha 
Os tumores são classificados histologicamente de acordo 
com as características dos tecidos e estagiados com base 
na dimensão do tumor, na invasão linfática e na existência 
de metástases. É recomendável realizar análises de 
receptores de estrogênio e progesterona nas amostras 
obtidas cirurgicamente. A informação quanto à existência 
ou não de receptores de estrogênio e progesterona 
pode ser usada para prever a resposta do tumor às 
intervenções hormonais. Níveis altos desses dois 
receptores melhoram o prognóstico e aumentam as 
chances de remissão. 
 
Norris, Tommie L. Porth - Fisiopatologia . Disponível em: 
Minha Biblioteca, (10ª edição). Grupo GEN, 2021. 
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Visão geral das doenças benignas da mama. (n.d.). 
Retrieved October 29, 2022, from 
https://www.uptodate.com/contents/overview-of-benign-
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type=default&display_rank=1

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