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ANATOMIA APLICADA À FISIOTERAPIA Giulianna da Rocha Borges Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as estruturas ósseas da face e da articulação temporoman- dibular (ATM). Reconhecer as estruturas ósseas da face e da ATM. Descrever a organização e da função dos músculos do rosto com as funções de fala, comunicação e mastigação. Introdução Neste capítulo, você vai descrever a morfologia e a função de estruturas relacionadas à face, especificamente os ossos e os músculos envolvidos nas funções de fala, comunicação e mastigação. Entretanto, essas não são as únicas funções dessas estruturas anatômicas. Dos 22 ossos que formam o crânio, 14 pertencem à face, a qual formará as órbitas que alocam os bulbos dos olhos, a abertura piriforme, que dá passagem à cavidade nasal, bem como a boca, que é a origem do trato gastrointestinal. Ao conhecer essas estruturas e suas particularidades, você será capaz de correlacionar às estruturas adjacentes, além de atribuir e compreender as funções de cada uma delas. Nesse contexto, você vai precisar identi- ficar e descrever as estruturas que compõem a ATM, a única articulação móvel do crânio e que está envolvida nas funções de fala, comunicação, mastigação e muitas outras. Anatomia básica da face e da ATM Você pode delimitar a região da face traçando uma linha unindo uma orelha a outra, superiormente acima da fronte e, inferiormente, passando pelo queixo. Todos nós costumamos demonstrar vários tipos de emoções e percepções por meio de nossa face. Tais movimentos estão relacionados à ação dos músculos da expressão facial. Porém, se observarmos as faces individuais, mesmo que em repouso, veremos que nenhuma é igual a outra, exceto em raras situações. Essa variabilidade na anatomia facial é resultado do formato que os ossos subjacentes à pele e musculatura adquirem. Existem pessoas que apresen- tam a região zigomática (“maçãs do rosto”) mais proeminente, em outras o queixo é mais retraído, em algumas a fronte é maior, enfi m, poderíamos citar várias diferenças observadas e muito provável ainda faltariam outras. Essas diferenças são resultado, principalmente, da variabilidade genética e algumas vezes de agentes externos como traumas, cicatrizes, doenças, etc (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Segundo Moore, Dalley e Agur (2014), as variações anatômicas observadas nas faces individualmente são resultado direto das proeminências ósseas, mais especificamente dos acidentes ósseos, da quantidade de tecido adiposo armazenado na tela subcutânea facial e de pelos distribuídos pela região e até mesmo em razão da cor e ações do envelhecimento. Ao longo dos anos, nossa fisionomia, que está relacionada diretamente ao formato da face, modifica muito. Por exemplo, à medida que a criança cresce, vai perdendo volume dos corpos adiposos da bochecha, os ossos da face passam a crescer mais rápido que os ossos do crânio, principalmente, pelo desenvolvimento dos seios para- nasais. Além disso, há aumento das cavidades orbitais e nasais e crescimento adicional da mandíbula e maxila pelo surgimento dos dentes permanentes. O crânio é formado por 22 ossos, porém, é dividido em ossos do crânio propriamente ditos e osso da face. Os oito ossos do crânio são um frontal, dois parietais, um esfenoide, um etmoide, dois temporais e um occipital. Esse conjunto de ossos também é conhecido como neurocrânio por formar a cavidade craniana que aloja o encéfalo. Já a face, ou viscerocrânio, é composta pelos 14 ossos restantes. São eles uma mandíbula, duas maxilas, dois zigomáticos, dois nasais, dois lacrimais, dois palatinos, duas conchas nasais inferiores e um vômer. Destes, os ossos lacrimais, as conchas nasais inferiores, os palatinos e o vômer não podem ser palpados na superfície do crânio. Apesar do osso frontal formar a porção superior da face, não é considerado componente da face (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2013). Nas Figuras 1, 2 e 3, podemos identificar cada osso que compõe a face e suas Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular2 relações. Todos os ossos da face, com exceção da mandíbula, articulam entre si por meio de articulações fibrosas denominadas suturas. A mandíbula forma uma articulação do tipo sinovial, bastante móvel, com osso temporal (ATM). Figura 1. Vista anterior do crânio. Fonte: Tortora e Derrickson (2012, p. 129). 3Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular Figura 2. Vista lateral direita do crânio. Fonte: Tortora e Derrickson (2012, p. 130). Figura 3. Vista inferior do crânio. Fonte: Tortora e Derrickson (2012, p. 132). Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular4 Não tente decorar a nomenclatura das estruturas. Faça correlações entre as estruturas, suas nomenclaturas e funções, além de relacioná-las com estruturas vizinhas. Dessa maneira, você perceberá que o aprendizado se torna mais significativo e duradouro. Veja a seguir a Figura 4. Figura 4. Neurocrânio e viscerocrânio. Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 135). 5Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular Características anatômicas dos ossos da face e ATM Para melhor compreendermos a anatomia, é essencial descrever as estruturas adjacentes e correlacioná-las entre si. Ossos nasais: são ossos pares, laminares e unidos na linha mediana pela sutura internasal. Lateralmente se articulam com os ossos maxi- lares em seus processos frontais e superiormente com o osso frontal pela sutura frontonasal. Formam a porção superior do dorso do nariz e o limite superior da abertura piriforme (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2013). Maxilas: também são ossos pares. Têm formato irregular, porém são classificados como ossos pneumáticos por apresentarem uma cavidade (seio maxilar) no seu interior revestida por mucosa respiratória, que se comunica com a cavidade nasal e drena sua secreção para ela. A maxila articula-se medialmente com o osso frontal e nasal por seu processo frontal, uma projeção superior desse osso. O processo frontal segue lateralmente formando a face orbital que contribui para a porção inferior da órbita e contém o sulco lacrimal. Mais lateralmente, a maxila forma seu processo zigomático para articular-se com o osso zigomático. Inferiormente, podemos observar os processos alveolares que têm os alvéolos dentais onde se prendem os dentes do arco dental superior ou maxilar. A porção central da maxila é o corpo no qual se destaca o forame infraorbital que serve de passagem ao nervo infraorbital (ramo do nervo maxilar do trigêmeo). Medialmente, a maxila forma o limite lateral e inferior da abertura piriforme. Em vista inferior, o osso forma a porção anterior do palato duro e denominado processo palatino da maxila. A maxila se articula com todos os ossos da face, exceto a mandíbula, porém, tem relação estreita com ela por meio dos dentes dos arcos dentais superiores (maxilares) e inferiores (mandibulares). A Figura 5 apresenta as características anatômicas da maxila (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2013). Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular6 Zigomáticos: os ossos zigomáticos são irregulares, relativamente peque- nos e formam a porção lateral e proeminente das bochechas (“maçãs do rosto”). Medialmente, articula-se com a maxila e forma a porção lateral e assoalho da órbita. Lateralmente, sua projeção denominada processo temporal forma o arco zigomático ao se articular com o processo zigo- mático do osso temporal. Superiormente, forma uma pequena sutura junto ao osso frontal que se estende posteriormente até o osso esfenoide (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2013). Lacrimais: como não estamos considerando os ossos da orelha interna, os ossos lacrimais são os menores ossos que compõem o crânio. São ossos curtos localizadosna porção medial e anterior da órbita articu- lando-se com o frontal, etmoide e maxila. Atravessando esse osso, temos parte do canal lacrimonasal por onde trafega o ducto lacrimonasal que conduz as lágrimas produzidas na região orbital até a cavidade nasal (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2013). Vômer: o vômer é um osso ímpar, mediano e laminar, localizado no interior da cavidade nasal. Articula-se inferiormente com as maxilas e os ossos palatinos, superiormente com a lâmina perpendicular do osso etmoide e parte do esfenoide e anteriormente com a cartilagem septal, contribuindo para a formação do septo nasal. Observe na Figura 6 as relações anatômicas do vômer com o etmoide, esfenoide, maxila e pala- tino (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2013). Figura 5. Vistas anterolateral e medial da maxila direita. Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 150). 7Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular Figura 6. Corte sagital do crânio. Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 141). Palatinos: são ossos duplos e irregulares. Em forma de letra L, sua porção inferior, a lâmina horizontal, articula-se com o processo palatino da maxila, formando o terço posterior do palato duro. Na porção mediana em que se articulam os dois ossos palatinos temos a crista nasal que marca o ponto de articulação com o vômer. A lâmina perpendicular do palatino é bastante irregular e articula-se com a maxila, o esfenoide, concha nasal inferior e etmoide. Por incrível que pareça, uma parte da lâmina perpendicular contribui para a formação de um pequeno pedaço do assoalho da órbita (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2013). Conchas nasais inferiores: ao contrário das conchas nasais superiores e médias que fazem parte do osso etmoide, as conchas nasais inferiores são ossos individuais, localizados na parede lateral da cavidade nasal, inferiormente às conchas nasais médias. As conchas nasais inferiores se fixam na parede lateral e projetam-se de maneira encurvada para o interior da cavidade nasal, formando o meato nasal inferior, um canal que direciona o ar para dentro da cavidade (na inspiração) ou para fora (na expiração) (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2013). Mandíbula: a mandíbula é o maior e único osso móvel do crânio. Em forma de letra U ou de arco (TORTORA; NIELSEN, 2013), articula-se apenas com o osso temporal do neurocrânio. Seu corpo forma a parte anterior e lateral arqueadas e, posteriormente, por meio de uma angula- Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular8 ção (ângulo da mandíbula), o corpo se liga ao ramo da mandíbula, mais perpendicular. No ramo da mandíbula, anteriormente temos o processo coronoide que serve de ponto de inserção para o músculo temporal. A incisura da mandíbula liga esse processo, posteriormente, ao processo condilar que forma a ATM junto ao osso temporal. Toda a extensão do corpo da mandíbula, superiormente, é caracterizada pela presença dos processos alveolares para os dentes do arco dental inferior. Dois forames têm grande importância clínica, os forames mentuais, loca- lizados inferiormente aos segundos molares de cada lado e o forame da mandíbula, localizados na face medial do ramo da mandíbula. Por esses forames, passam a inervação sensorial dos dentes inferiores e são alvos de anestésicos (TEIXEIRA; REHER, P.; REHER, V., 2017). Na Figura 7, temos a identificação dos acidentes anatômicos descritos. Figura 7. Mandíbula. Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 152). A ATM é a única articulação sinovial do crânio. Seu formato e suas es- truturas anatômicas relacionadas permitem, relativamente, uma grande am- plitude de movimento que, por sua vez, está diretamente envolvida nas várias funções como fala, comunicação, mastigação e até mesmo respiração. Como todas as articulações sinoviais, a ATM apresenta as estruturas básicas que a classificam dentro desse tipo de articulação. Envolvendo as partes ósseas que formam a articulação, o processo condilar da mandíbula e a fossa man- 9Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular dibular do osso temporal, temos uma cápsula articular de tecido conjuntivo que fornece pouca estabilidade à articulação. Na parede interna da cápsula articular há uma fina membrana sinovial, cujas células produzem e secretam o líquido sinovial que lubrifica e nutre a cartilagem articular. Esta última é do tipo hialina, mas existe um tecido fibroso avascular misturado a ela que reveste as superfícies articulares dos ossos que se articulam (TEIXEIRA; REHER, P.; REHER, V., 2017). Além desses componentes comuns a todas as articulações sinoviais, a ATM ainda apresenta um disco articular formado por fibrocartilagem que se interpõe entre as superfícies ósseas dividindo a articulação em dois compartimentos, um superior e um inferior. Esse disco fornece amortecimento às superfícies articulares e serve como um coxim que melhora o encaixe entre essas superfícies. Como a cápsula articular não fornece uma resistência suficiente à articulação, existe também um ligamento que promove estabilidade adicional à ATM, o ligamento lateral, impedindo o deslocamento lateral da mandíbula. As finas faixas do ligamento lateral estendem-se em direção posterior e inferior a partir da margem inferior do processo zigomático do temporal em direção às faces lateral e posterior do colo da mandíbula (TORTORA; NIELSEN, 2013). Além desse ligamento, temos os ligamentos esfenomandibular e estilomandibular, os quais partem do osso esfenoide e do processo estiloide do temporal, respectivamente. Segundo Tortora e Nielsen (2013), o ligamento estilomandibular insere-se na porção posteroinferior do ramo da mandíbula e sua função é de limitar os movimentos da articular. Seus feixes de tecido conjuntivo separam as glândulas parótida e submandibular. O ligamento esfenomandibular também se insere no ramo da mandíbula em sua face medial, superiormente ao ligamento estilomandibular, e não contribui efetivamente para a estabilidade da ATM. Veja a Figura 8. Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular10 Figura 8. Articulação temporomandibular (ATM). Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 214). De acordo com o tipo de movimento, a ATM é classificada como gínglimo, porém, existem autores que acrescentam algumas características e a classificam como complexa, pois, apesar de realizar os movimentos de elevação e de abai- xamento da mandíbula, também é capaz de realizar deslizamentos anteriores (protrusão) e posteriores (retrusão ou retração), de rotação e de lateralidade. Para realizar tais movimentos, temos vários músculos esqueléticos relacionados (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2013). Anatomia da fala, comunicação e mastigação A capacidade de falar e de se comunicar de várias formas são característi- cas fundamentais aos seres humanos. Um dos fatores que permite que os movimentos para a realização dessas funções aconteçam é o fato de a ATM ser uma articulação móvel (sinovial ou diartrose). A mandíbula é capaz de realizar movimentos em vários eixos enquanto o osso temporal permanece imóvel no crânio. A musculatura esquelética relacionada a esses movimentos é denominada em conjunto como músculos da mastigação, porém, também estão envolvidos com a fala. Em resumo, os músculos que movem a man- díbula são masseter, temporal e pterigoideos medial e lateral (TORTORA; NIELSEN, 2013). 11Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular Músculo masseter: o músculo masseter é considerado o mais forte músculo da mandíbula. Sua origem está na maxila e no arco zigomático e sua inserção no ramo e no ângulo da mandíbula. Está envolvido na retração e na elevação da mandíbula. É inervado pelo ramo mandi- bular (V3) do nervo trigêmeo (V par de nervo craniano) (TORTORA; NIELSEN, 2013). Músculo temporal: tem origem na fossa temporal e insere-se no pro- cesso coronoideda mandíbula. Ao se contrair, eleva e retrai a mandíbula atuando como um sinergista do m. masseter. É inervado pelo ramo mandibular (V3) do nervo trigêmeo (V par de nervo craniano) (TOR- TORA; NIELSEN, 2013). Músculo pterigoideo lateral: sua origem é na asa maior do esfenoide e parte lateral do processo pterigoide e maxila. O músculo se insere no côndilo da mandíbula e na ATM para protrair e abaixar a mandíbula ao abrirmos a boca, além disso, sua contração move a mandíbula late- ralmente. É inervado pelo ramo mandibular (V3) do nervo trigêmeo (V par de nervo craniano) (TORTORA; NIELSEN, 2013). Músculo pterigoideo medial: sua origem é próxima ao m. pterigoideo lateral na face medial do processo pterigoide e maxila e sua inserção é na face interna do ramo e ângulo da mandíbula. Sua contração promove elevação e protração da mandíbula e, assim como o m. pterigoideo lateral, promove lateralização desse osso. É inervado pelo ramo man- dibular (V3) do nervo trigêmeo (V par de nervo craniano) (TORTORA; NIELSEN, 2013). Você já se deu conta de que quando dormimos, principalmente sentados, a boca tende a abrir? Isso é explicado pelo fato de que a maioria dos músculos da mandíbula, ao se contraírem, fecham a boca (movimento de elevação). Dessa maneira, ao dormirmos, a musculatura relaxa e, somada à ação da gravidade, abrimos a boca. Veja a seguir as Figuras 9 e 10. Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular12 Figura 9. Músculo masseter e músculo temporal. Fonte: Tank e Gest (2008, p. 324). Figura 10. Músculos pterigoideos medial e lateral (os músculos masseter e temporal foram seccionados). Fonte: Tank e Gest (2008, p. 327). 13Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular Além da musculatura que move a mandíbula, temos também os músculos relacionados à língua, que são fundamentais aos processos da fala e mastiga- ção. Os músculos intrínsecos da língua formam a estrutura muscular desse órgão (se originam e se inserem na própria língua) e promovem um pouco de sua movimentação, mas, principalmente, alteram a sua forma. Já os mús- culos extrínsecos promovem a fixação da língua em estruturas como o osso hioide, processo estiloide do temporal e mandíbula e para isso têm origem nessas estruturas e se fixam à língua para promover a sua movimentação (TORTORA; NIELSEN, 2013). Músculo genioglosso. tem origem na mandíbula e inserção na face inferior da língua e osso hioide. Com essa inserção, o músculo é capaz de abaixar e protrair a língua. É inervado pelo nervo hipoglosso (XII par de nervo craniano) (TORTORA; NIELSEN, 2013). Músculo estiloglosso: como a própria nomenclatura indica, tem origem no processo estiloide do osso temporal. A inserção na parte lateral e na face inferior da língua faz com que o músculo eleve a língua, tracionando-a posteriormente. É inervado pelo nervo hipoglosso (XII par de nervo craniano) (TORTORA; NIELSEN, 2013). Músculo hioglosso: tem origem no osso hioide, mais especificamente no corno maior e corpo desse osso. A inserção é feita na margem lateral da língua. Ao se contrair, promove abaixamento e traciona os lados da língua para baixo. É inervado pelo nervo hipoglosso (XII par de nervo craniano) (TORTORA; NIELSEN, 2013). Músculo palatoglosso: tem origem na face anterior do palato mole e inserção na margem lateral da língua. Sua contração eleva a parte posterior da língua e traciona o palato mole para baixo. É inervado pelo nervo faríngeo proveniente do nervo vago (X par de nervo craniano) (TORTORA; NIELSEN, 2013). Veja a Figura 11 a seguir. Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular14 Figura 11. Músculos extrínsecos da língua. Fonte: Tank e Gest (2008, p. 333). Devemos ficar atentos que as funções de fala e mastigação dependem não somente da integridade da musculatura e dos ossos descritos, mas tam- bém da adequada inervação motora e sensorial dos músculos relacionados. Ao pensarmos na comunicação, a tarefa se torna ainda mais complexa ao considerarmos que o ato de se comunicar envolve não somente as estruturas anatômicas relacionadas à fala, como também as envolvidas nas expressões corporais, nos sentimentos, na regulação da respiração e outros. Além disso, temos toda a musculatura da região da laringe que controla a entonação e a abertura e o fechamento das pregas vocais, musculatura abdominal que também está encarregada de aumentar a pressão abdominal para aumentar o volume da voz e os músculos da expressão facial, principalmente, orbicular da boca, bucinador, risório, levantadores do lábio superior e ângulo da boca, abaixadores do lábio inferior e ângulo da boca e zigomáticos maior e menor. Todos os músculos da expressão facial são inervados pelo VII par de nervo craniano, o nervo facial (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014; TORTORA; NIELSEN, 2013). 15Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. TANK, P. W.; GEST, T. R. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2008. TEIXEIRA, L. M. S.; REHER, P.; REHER, V. G. S. Anatomia aplicada à odontologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. TORTORA, G. J.; NIELSEN, M T. Princípios de anatomia humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Estruturas ósseas da face e da articulação temporomandibular16
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