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Anatomia E Fisiologia Aplicadas À Fonoaudiologia - PARTE 2

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Anatomia, fisiologia e 
patologia do sistema 
articulatório/de 
ressonância
PartE 5
Capítulo 10.indd 215 23/6/14 11:12 AM
Capítulo 10.indd 216 23/6/14 11:12 AM
Conhecimentos exigidos para a certificação da ASHA
•	 Bases	biológicas	dos	processos	básicos	de	comunicação	humana	(III-B).
•	 Bases	neurológicas	dos	processos	básicos	de	comunicação	humana	(III-B).
•	 Bases	acústicas	dos	processos	básicos	de	comunicação	humana	(III-B).
Objetivos de aprendizagem
•	 Descrever	a	estrutura	que	dá	suporte	ao	sistema	articulatório/de	ressonância.
•	 Revisar	as	principais	estruturas	anatômicas	de	articulação	e	ressonância,	bem	como	dos	seus	papéis	no	processo	de	
produção	de	fala.
•	 Descrever	os	músculos	que	mediam	a	articulação	e	a	ressonância.
•	 Discutir	os	conceitos	básicos	envolvidos	na	produção	de	fala,	conforme	descrito	pela	teoria	fonte-filtro.
Capítulo	10
anatomia e fisiologia do sistema 
articulatório/de ressonância
Quadro de afixos e termos
afixo ou termo Significado Exemplo
asa processo	parecido	com	uma	asa asa	do	nariz
buco- pertencente	às	bochechas bucofaríngeo
cerato- pertencente	a	um	corno ceratofaríngeo
condro- pertencente	à	cartilagem condrofaríngeo
-crânico pertencente	ao	neurocrânio epicrânico
crico- pertencente	à	cartilagem	cricóidea cricofaríngeo
epi- sobre	ou	acima epicrânico
estilo- pertencente	ao	processo	estiloide estilofaríngeo
-faríngeo pertencente	à	faringe cricofaríngeo
genio- pertencente	ao	queixo genioglosso
glosso- pertencente	à	língua glossofaríngeo
-glosso pertencente	à	língua palatoglosso
hio- pertencente	ao	osso	hioide hioglosso
incisivo pertencente	aos	dentes	incisivos incisivo	do	lábio	inferior
milo- pertencente	à	mandíbula milofaríngeo
217
Capítulo 10.indd 217 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância218
Provocação clínica
Você	 é	 um	 fonoaudiólogo	 que	 trabalha	 em	 um	 am-
biente	hospitalar.	também	é	membro	da	equipe	 local	de	
fissura	palatina.	Certo	dia,	você	foi	convidado	a	participar	
de	 uma	 avaliação	 de	aidan,	 um	 menino	 de	 4	 anos	 que	
apresenta	as	características	da	síndrome	de	pierre	Robin:	
micrognatia,	fissura	palatina	e	glossoptose.	por	sorte,	essas	
características	não	são	pronunciadas	a	ponto	de	 impedir	
o	crescimento	de	aidan.	No	entanto,	infelizmente,	os	pais	
de	aidan	não	procuraram	atenção	médica	para	a	condição	
de	seu	filho,	então	sua	anomalia	orofacial	foi	deixada	sem	
tratamento.	Ele	foi	trazido	para	o	seu	hospital	pelas	auto-
ridades	do	Serviço	de	proteção	à	Criança.	ao	encontrar	
aidan	 pela	 primeira	 vez,	 você	observa	 que,	 embora	 ele	
tenha	pouca	dificuldade	para	respirar,	apresenta	algum	es-
forço.	Você	também	observa	que	ele	está,	de	forma	geral,	
desnutrido.	 Como	 ele	 ainda	 não	 recebeu	 a	 intervenção	
médica	 adequada	 de	 que	 precisa,	 seu	 desenvolvimento	
tem	sido	adversamente	afetado.
a	micrognatia,	a	fissura	palatina	e	a	glossoptose	se	cons-
tituem	na	principal	preocupação	para	você.	o	que	você	
esperaria	 encontrar	 ao	 fazer	 a	 avaliação	 fonoaudiológica	
dessa	criança?	Você	esperaria	algum	tipo	de	erro	articu-
latório?	Se	sim,	quais	sons	da	fala	ele	mais	provavelmente	
produziria	 com	erro?	Você	 esperaria	 qualquer	 problema	
em	termos	de	ressonância?	Você	suspeitaria	de	qualquer	
outro	problema	em	termos	de	comunicação	e/ou	degluti-
ção?	Considerando	que	aidan	apresenta	problemas	nessas	
áreas,	qual	seria	a	sua	estratégia	de	intervenção?
Introdução 
Conforme apresentado nos Capítulos 6 e 8, os sistemas 
respiratório e fonatório trabalham juntos para produzir o 
tom de voz humano. O sistema respiratório fornece a pres-
são de ar que coloca as pregas vocais aduzidas em vibra-
ção. As pregas vocais estão alojadas na laringe, que é parte 
do sistema fonatório. O sistema fonatório não é responsá-
vel apenas por produzir o tom de voz, como também tem 
a capacidade de variar sua intensidade e frequência. Uma 
vez que o tom de voz é gerado, ele passa pelo trato vocal, 
onde é formado e moldado em um sinal acústico que reco-
nhecemos como fala humana. As estruturas anatômicas 
dentro do trato vocal constituem o sistema articulatório/
de ressonância.
No Capítulo 8, o tom de voz* foi descrito como um tom 
complexo semelhante a um zumbido. O tom de voz em si 
não seria reconhecido como fala. Portanto, ele teria que 
ser transformado em um sinal acústico reconhecido como 
fala humana. Esse processo de transformação acontece por 
meio do sistema articulatório/de ressonância. Você obser-
vará que o sistema articulatório/de ressonância possui dois 
componentes: articulação e ressonância. Esses componen-
tes serão descritos com mais detalhes na seção de fisiologia 
deste capítulo, mas, por enquanto, será mencionado que 
esses dois componentes não são separados, mas sim atuam 
em conjunto simultaneamente para moldar o tom de voz 
em fala. Para entender os processos de articulação e res-
sonância, deve-se saber as estruturas que compreendem o 
trato vocal.
O restante deste capítulo será dedicado a uma discussão 
aprofundada da anatomia e da fisiologia do sistema articula-
* Você não deve se enganar em pensar que o tom de voz é a única fonte 
sonora durante a produção de fala. Aliás, no inglês, 9 dos 24 sons de con- 
soantes são produzidos sem a vibração de prega vocal (e assim são cha-
mados de sons “desvozeados”). Os sons de uma ampla gama de línguas ao 
redor do mundo vêm de uma variedade de fontes e não apenas das pregas 
vocais. Usamos o termo “tom de voz” neste livro para representar o sinal 
acústico que é gerado pela vibração de prega vocal.
afixo ou termo Significado Exemplo
nasal pertencente	ao	nariz columela	nasal
oculo- pertencente	ao	olho nervo	oculomotor
oral pertencente	à	boca cavidade	oral
palato- pertencente	ao	palato,	geralmente	o	véu	palatino palatoglosso
pterigo- pertencente	às	lâminas	pterigóideas pterigofaríngeo
salpingo- pertencente	à	tuba	auditiva salpingofaríngeo
tireo- pertencente	à	cartilagem	tireóidea tireofaríngeo
Capítulo 10.indd 218 23/6/14 11:12 AM
Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 219
A cavidade oral é composta por diversas estruturas e 
pontos anatômicos. Esses incluem os lábios, dentes, crista 
alveolar, palato duro, véu palatino, língua e mandíbula. 
Cada uma dessas estruturas será descrita com mais detalhes 
adiante. A cavidade nasal inclui o nariz e duas câmaras sepa-
radas na linha mediana pelo septo nasal. Dentro de cada 
câmara está uma série de pontos que serão discutidos mais 
tarde. Finalmente, a cavidade faríngea é bastante simples em 
termos de estruturas e pontos, mas é composta de uma rede 
de músculos intrigante e complexa que será discutida mais à 
frente neste capítulo.
O trato vocal, então, consiste principalmente nas seguin-
tes estruturas: lábios, dentes, crista alveolar, palato duro, véu 
palatino, língua, mandíbula, cavidade oral, cavidade nasal e 
cavidade faríngea. Com as cavidades nasal e oral orientadas 
horizontalmente e a cavidade faríngea orientada vertical-
mente, o trato vocal se parece com a letra maiúscula “F”. Em 
um homem adulto, a distância entre as pregas vocais e os 
lábios é de aproximadamente 17 cm. A cavidade oral cor-
responde a 5 cm dessa distância, e os 12 cm restantes são o 
comprimento da faringe.
Como ocorre em muitas estruturas anatômicas dos sis-
temas respiratório e fonatório, os movimentos das estru-
turas anatômicas principais do sistema articulatório/de 
ressonância são mediados pela atividade muscular. Por-
tório/de ressonância. Espera-se que, ao ler este capítulo, você 
fique bem versado na estrutura e mecânica da articulação 
e ressonância, e em como esses processos trabalham juntos 
para produzir a fala humana. Deve-se observar que muitas 
das estruturas que formam o sistema articulatório/de res-
sonância também estão envolvidas na deglutição. Como os 
fonoaudiólogos trabalham com pessoas que têm distúrbios de 
deglutição, uma discussão da anatomia e fisiologia do meca-nismo de deglutição também será apresentada neste capítulo.
anatomia do sistema 
articulatório/de ressonância
Há três cavidades principais no trato vocal: faríngea, oral 
e nasal (ver Fig. 10.1). A cavidade faríngea se estende da base 
do crânio até a cartilagem cricóidea da laringe. Ela tem uma 
orientação vertical. A cavidade oral se estende dos lábios e 
dentes anteriormente até os arcos palatoglossos posterior-
mente, e do palato duro e mole superiormente até a língua 
inferiormente. Sua orientação é horizontal. Por fim, a cavi-
dade nasal, na verdade, consiste em duas câmaras separadas. 
Essas câmaras correm horizontalmente das narinas ante-
riormente até a porção mais superior da faringe posterior-
mente. Cada uma dessas três cavidades principais consiste 
em uma série de estruturas e/ou pontos anatômicos.
Figura 10.1 Vista	sagital	das	cavidades	oral,	nasal	e	faríngea.	(adaptado	com	permissão	de	Moore,	K.l.,	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2009).	Clinically 
oriented anatomy	(6.ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Tuba auditiva
Véu palatino
Arco palatoglosso
Prega faringo-epiglótica
(marca a fronteira entre 
orofaringe e laringofaringe)
Arco palatofaríngeo
Epiglote
Esôfago
Traqueia
Cavidade
faríngea
Nasofaringe
Orofaringe
Laringofaringe
Legenda
Cavidade nasal
Palato duro
Cavidade oral
Osso hioide
Capítulo 10.indd 219 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância220
tanto, este capítulo incluirá uma discussão aprofundada dos 
músculos que auxiliam na articulação e ressonância. Muitos 
desses músculos têm sua inserção ou origem nos ossos do 
crânio. Durante o processo de comunicação, a expressão 
facial pode transmitir parte da mensagem. Os músculos 
estão envolvidos na expressão facial e muitos deles também 
têm ligações com os ossos do crânio. Por causa disso, uma 
discussão do sistema articulatório/de ressonância não esta-
ria completa sem uma descrição do crânio humano. Uma 
vez que o crânio humano for apresentado, a discussão se 
voltará para as estruturas anatômicas que formam as cavi-
dades oral, nasal e faríngea.
O crânio
A Figura 10.2 mostra diversas vistas do crânio humano. 
À primeira vista, o crânio humano parece ser uma estrutura 
que consiste em duas partes: o crânio propriamente dito e o 
osso da mandíbula. Entretanto, na realidade, o crânio é uma 
estrutura complexa que consiste em 28 ossos que se articu-
lam entre si, de modo semelhante a um quebra-cabeça de 
três dimensões. Alguns desses ossos são pareados e outros 
são únicos. Todos eles podem ser categorizados em um dos 
três grupos: ossos do neurocrânio, ossos da face e ossos 
diversos. Existem oito ossos que compreendem o neuro-
crânio, a parte do crânio que aloja o encéfalo. Eles incluem 
os não pareados etmoide, esfenoide, frontal e occipital, e 
os pareados parietais e temporais. A porção facial do crâ-
nio é aquela parte que corresponde ao reconhecido rosto 
humano. Há 14 ossos que compreendem a porção facial do 
crânio. Eles incluem os não pareados mandíbula e vômer, e 
os pareados maxilas, nasais, palatinos, lacrimais, zigomáti-
cos e conchas nasais inferiores.
Por fim, os ossos diversos são seis e incluem uma série de 
três ossos minúsculos alojados dentro de cada osso temporal 
do neurocrânio – o martelo, a bigorna e o estribo – que são 
parte do mecanismo auditivo. Esses ossos serão discutidos 
em maior extensão no Capítulo 12 e, portanto, não serão dis-
cutidos neste capítulo. Alguns anatomistas incluem um osso 
adicional na categoria dos diversos, resultando em um total 
de 29 ossos do crânio. Trata-se do osso hioide que foi dis-
cutido em detalhe no Capítulo 8. Anatomistas que incluem 
o osso hioide como um dos 29 o fazem porque esse osso 
está mais intimamente relacionado à língua do que à laringe. 
Contudo, como o osso hioide não se articula de forma direta 
com nenhum outro osso do crânio, ele não é incluído aqui 
como parte do crânio. Como foi discutido de forma mais 
minuciosa no Capítulo 8, o osso hioide não será descrito 
com detalhes aqui.
A anatomia macroscópica do crânio revelará diversas 
estruturas e pontos anatômicos. As órbitas dos olhos são 
cavidades proeminentes, onde residem os globos oculares. 
Mantendo a analogia do quebra-cabeça tridimensional, 
pode-se perceber que as órbitas não são compostas por 
um único osso, mas, na verdade, são compostas por par-
tes de diversos ossos, entre eles os ossos etmoide, frontal, 
lacrimal, maxila, palatino, esfenoide e zigomático. De modo 
similar, dentro da cavidade nasal está uma divisória verti-
cal do osso. Essa divisória é chamada de septo nasal ósseo, 
e ela também não é um osso único, mas sim composta 
de dois ossos: etmoide (mais especificamente, a lâmina 
perpendicular) e vômer. Ao longo das paredes laterais 
de cada câmara da cavidade nasal estão três cornetos de 
osso conhecidos como as conchas nasais. As duas conchas 
superiores (superior e medial) vêm do etmoide, enquanto 
o corneto mais inferior é um osso independente – a con-
cha nasal inferior. As três conchas nasais formam pequenas 
câmaras chamadas meatos. Retornando ao exterior do crâ-
nio, observam-se diversos pontos: fronte (testa), occipício 
(ponta mais posterior do crânio), e vértice (ponta superior 
do crânio). Ao longo das laterais do crânio, onde a parte 
facial termina e o neurocrânio começa, existem depressões 
chamadas de têmporas. Estas correspondem às têmporas 
de quando as estruturas de tecido mole se sobrepõem ao 
crânio. Exatamente lateral e abaixo de cada órbita está um 
circuito ósseo proeminente chamado arco zigomático, mais 
comumente chamado de maçãs do rosto. O arco zigomá-
tico não é um osso único, mas sim formado por partes de 
três ossos: maxila, temporal e zigomático.
Se fosse removida a parte superior do crânio, cortando-
-se ao redor da circunferência do neurocrânio, o que se segu-
raria é a calvária ou calota craniana. Ao remover o encéfalo 
do neurocrânio, seriam observáveis três grandes cavidades 
no assoalho do neurocrânio. Essas são as fossas cranianas 
anterior, medial e posterior.
Em cada lado do crânio, imediatamente posterior ao 
local onde a mandíbula se articula com o crânio, há uma 
pequena abertura. Essa abertura é o meato acústico externo 
ósseo. Imediatamente atrás e se projetando abaixo de cada 
meato acústico externo está uma protuberância arredon-
dada chamada de processo mastoide. Medial a cada meato 
acústico externo na superfície inferior do crânio está uma 
projeção acentuada de osso conhecida como processo esti-
loide. Na base do crânio, no meio e atrás do processo esti-
loide, está uma abertura grande. Essa abertura é chamada de 
forame magno.
Finalmente, observa-se que diversas linhas irregulares 
atravessam a parte craniana do crânio. Essas linhas irregu-
lares são conhecidas como suturas. Existem quatro suturas 
proeminentes: coronal, sagital, lambdóidea e occipitomas-
tóidea. As suturas coronal e sagital são nomeadas em refe-
rência aos planos que elas percorrem. A sutura lambdóidea 
é nomeada pelo fato de ela se parecer com a letra grega lam-
bda (l). A sutura occipitomastóidea se refere às estruturas 
Capítulo 10.indd 220 23/6/14 11:12 AM
Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 221
Figura 10.2 Diversas	vistas	do	crânio	humano.	A.	Vista	anterior.	B.	Vista	lateral.	(continua)
A
B
Osso frontal
Sutura coronal
Fissura orbital superior
Canal óptico
Fissura orbital inferior
Vômer
Espinha nasal anterior
Mandíbula
Forame mentual
Incisura supraorbital
Margem supraorbital
Osso parietal
Osso temporal
Superfície orbital
Arco zigomático
Forame infraorbital
Osso nasal
Concha nasal inferior
Septo nasal
Maxila
Sutura intermaxilar
Sutura coronal
Osso frontal
Asa maior do 
osso esfenoide
Glabela
Osso lacrimal
Osso nasal
Processo frontal 
da maxila
Forame infraorbital
Espinha nasal anterior
Maxila
Forame mentual
Protuberância mentual
Osso parietal
Osso temporal
Sutura lambdóideaOsso occipital
Meato acústico
externo
Processo mastoide
Processo estiloide
Arco zigomático
Osso zigomático
Mandíbula
Capítulo 10.indd 221 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância222
anatômicas que ela une (i. e., o osso occipital e o processo 
mastoide dos ossos temporais).
Ossos faciais
Maxilas
As maxilas pareadas estão ilustradas na Figura 10.3. 
Esses ossos formam a porção maior da face central exata-
mente lateral ao nariz e abaixo dos olhos e são secundários 
apenas à mandíbula em tamanho. As duas maxilas se fun-
dem na linha mediana exatamente abaixo da abertura nasal 
por meio da sutura intermaxilar. Esta sutura continua entre 
os dois incisivos centrais superiores e entre os processos 
palatinos das maxilas. Imediatamente posterior aos incisi-
vos centrais superiores está uma pequena abertura chamada 
de forame incisivo. No desenvolvimento inicial, suturas 
finas que se estendem bilateralmente do forame incisivo 
até chegar entre os incisivos laterais e caninos formam uma 
região triangular chamada de pré-maxila. Em alguns ani-
mais, esse é um osso separado, mas nos seres humanos as 
suturas estão geralmente fundidas por completo e, portanto, 
as duas metades da pré-maxila são contadas como parte dos 
processos palatinos das maxilas.
É importante saber
Às	 vezes,	 no	 desenvolvimento	 fetal,	 as	 suturas	 das	
maxilas	 falham	em	 se	 fundir	 adequadamente,	 resultando	
em	uma	condição	conhecida	como	fissura	palatina.	a	fis-
sura	pode	envolver	apenas	a	sutura	intermaxilar	ou	pode	
envolver	 as	 suturas	 que	 definem	 a	 pré-maxila.	a	 fissura	
palatina	será	discutida	com	mais	detalhes	no	Capítulo	11.
Cada maxila tem um corpo e uma quantidade de pro-
cessos. Ao todo, cada uma delas se articula com nove outros 
ossos. Esses incluem etmoide, frontal, concha nasal inferior, 
lacrimal, a maxila oposta, nasal, palatino, vômer e zigomático. 
De destaque, há o processo frontal que se articula com o osso 
frontal do neurocrânio e o processo zigomático que se articula 
com o osso zigomático da porção facial do crânio. Cada maxila 
Figura 10.2 (continuação)	C.	Vista	 inferior.	 (adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	 (2008).	Grant’s atlas of anatomy	 (12.ed.).	
Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
C
Sutura intermaxilar
Sutura palatina transversa
Osso palatino (processo horizontal)
Lâmina pterigóidea lateral
Lâmina pterigóidea medial
Meato acústico externo
Processo estiloide
Osso temporal
Forame magno
Osso parietal
Linha nucal inferior
Forame incisivo
Processo palatino (da maxila)
Arco zigomático
Vômer
Fossa mandibular
Processo mastoide
Côndilo occipital
Fossa condilar
Osso occipital
Linha nucal superior
Capítulo 10.indd 222 23/6/14 11:12 AM
Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 223
Figura 10.3 as	maxilas.	A.	Vista	anterior.	B.	Vista	lateral.	(adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	Grant’s atlas of anatomy	
(12.ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Processo frontal
Processo zigomático
Sutura intermaxilar
Processo alveolar
Forame infraorbital
Processo orbital
A
Processo frontal
Processo orbital
Processo zigomático
Forame infraorbital
Espinha nasal anterior
Corpo
B
Capítulo 10.indd 223 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância224
osso temporal do crânio para formar a articulação tempo-
romandibular (ATM). Esta articulação será descrita com 
mais detalhes adiante.
Nasais
Os ossos pareados nasais estão ilustrados na Figura 
10.5. Esses ossos formam a ponte do nariz e estão situados 
medialmente aos processos frontais das maxilas. Embora 
sejam bastante pequenos no tamanho, eles se articulam com 
o osso frontal, lâmina perpendicular do etmoide e maxilas, 
assim como com a cartilagem septal. Os dois ossos nasais 
são fundidos na linha mediana na sutura internasal. Um 
forame nasal também pode existir em um ou nos dois ossos.
Palatinos
Os ossos pareados palatinos têm um formato parecido 
com um “L” e compreendem o quarto posterior do palato 
duro, assim como a porção do assoalho e paredes laterais da 
cavidade nasal (ver Fig. 10.6). Esses ossos também ajudam 
a formar as órbitas inferiores dos olhos. Merecem destaque 
os processos horizontais que formam a porção posterior do 
palato duro. A borda anterior de cada processo horizontal é 
serrilhada para permitir uma articulação forte com os pro-
cessos palatinos das maxilas. Os dois processos horizontais, 
quando fundidos, formam uma espinha nasal posterior. A 
borda posterior dos processos horizontais é livre e forma 
o ponto de ligação para o véu palatino. Os ossos palatinos 
se articulam entre si, assim como etmoide, frontal, conchas 
nasais inferiores, maxilas e vômer.
Lacrimais
Os ossos lacrimais são os menores ossos da porção facial 
do crânio (ver Fig. 10.7). Eles recebem esse nome em vir-
tude de sua proximidade com as glândulas lacrimais. Além 
de formar uma porção pequena das órbitas mediais dos 
olhos, esses ossos se articulam com etmoide, frontal, conchas 
nasais inferiores e maxilas.
Zigomáticos
Os ossos pareados zigomáticos estão ilustrados na Figura 
10.8. Eles ajudam a formar uma porção das paredes laterais 
e inferiores das órbitas dos olhos. Cada osso consiste em um 
corpo e quatro processos: frontoesfenoidal; orbital; maxilar; 
e temporal, os quais descrevem suas ligações com outros 
ossos (frontal, maxilas, esfenoide e ossos temporais). Des-
tacam-se os processos maxilares e temporais. Medialmente, 
o processo maxilar do osso zigomático se articula com o 
processo zigomático da maxila. Lateralmente, o processo 
temporal do osso zigomático se articula com o processo 
zigomático do osso temporal. Essas articulações formam o 
arco zigomático, o qual é mais comumente conhecido como 
maçã do rosto.
também tem um processo orbital que forma boa parte da 
órbita inferior do olho. Imediatamente abaixo da órbita do 
olho está uma pequena abertura chamada de forame infraor-
bital. Cada maxila tem diversos processos alveolares, nos quais 
os dentes superiores estão alojados. Destaca-se uma crista 
orientada ligeiramente vertical na maxila, onde o dente canino 
reside (o terceiro dente a partir da linha mediana). Muito apro-
priadamente, a crista é chamada de eminência canina.
Os processos palatinos são notáveis, pois eles formam os 
três quartos anteriores do palato duro. O processo palatino 
de cada maxila se funde com seu par para formar a maior 
parte do teto da cavidade oral e o assoalho da cavidade 
nasal. No lado nasal de cada processo palatino, há uma crista 
pequena chamada de crista nasal. As cristas nasais das duas 
maxilas formam um sulco horizontalmente direcionado, 
onde reside o vômer perpendicularmente direcionado. Essas 
cristas continuam em uma direção anterior e terminam 
como espinha nasal anterior.
Em inspeção mais próxima das maxilas, é possível obser-
var que esses ossos não são sólidos e possuem um interior 
oco. Eles são chamados de seios paranasais maxilares e são 
os maiores de todos os seios paranasais. Os seios paranasais 
maxilares estão presentes no nascimento.
Mandíbula
A mandíbula está ilustrada na Figura 10.4. Ela é o 
maior dos ossos faciais do crânio. Durante o desenvolvi-
mento embrionário, a mandíbula começa como duas meta-
des unidas na sínfise mandibular que corre verticalmente, 
começando entre os dois incisivos centrais inferiores. A 
mandíbula consiste em um corpo anterior e dois ramos 
posteriores (os ramos mandibulares). Na região da sínfise 
mandibular, o corpo se estende para fora formando a pro-
tuberância mentual. A protuberância mentual é limitada em 
cada lado pelos tubérculos mentuais. Ao longo da margem 
superior do corpo, estão os alvéolos dentais para os dentes 
inferiores. Exatamente lateral e ligeiramente superior a cada 
tubérculo mentual está uma pequena abertura chamada de 
forame mentual. Também correndo de cadatubérculo men-
tual, ligeiramente posterior e superiormente, há uma crista 
indistinta chamada de linha oblíqua. Na superfície interior 
(posterior) do corpo está uma crista mais proeminente que 
corre horizontalmente de lado a lado. Essa crista é conhecida 
como linha milo-hióidea.
Os ramos mandibulares surgem em um ângulo de apro-
ximadamente 90º com o corpo, embora esse ângulo possa 
variar um pouco de pessoa para pessoa. Na borda superior 
dos ramos mandibulares, há dois processos: o processo 
anterior é chamado de processo coronoide e o processo 
posterior é chamado de processo condilar. A incisura 
mandibular separa o processo coronoide do processo con-
dilar. O processo condilar de cada lado se articula com o 
Capítulo 10.indd 224 23/6/14 11:12 AM
Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 225
Figura 10.4 a	mandíbula.	A.	Vista	anterior.	B.	Vista	anterolateral.	C.	Vista	mediossagital.	(A:	adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	
(2008).	Grant’s atlas of anatomy	(12.ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins;	B	e	C:	adaptado	com	permissão	de	anatomical	Chart	Company.)
Forame mentual
Linha milo-hióidea
Borda posterior
do ramo
Processo condilar
C
BA
Forame mentual
Protuberância
mentual
Ângulo da
mandíbula
Processo 
coronoide
Incisura
mandibular
Processo
condilar
Ramo
Linha
oblíqua
Corpo
Ramo
Corpo
Capítulo 10.indd 225 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância226
Conchas nasais inferiores
As conchas nasais inferiores estão ilustradas na Figura 
10.9. Um desses ossos se encontra em cada uma das duas 
câmaras que formam a cavidade nasal, mais especificamente 
formando a parte mais inferior da sua parede lateral. Esses 
ossos se articulam com a maxila anteriormente e com os 
ossos palatinos posteriormente. Junto com as conchas nasais 
superior e medial (que são parte do osso etmoide), as con-
chas nasais inferiores são cornetos de osso fino que também 
são chamados, às vezes, de ossos turbinados.
Vômer
O vômer é um osso com formato ligeiramente quadrila-
teral, que compreende a metade inferior do septo nasal ósseo 
(a metade superior do septo nasal ósseo vem da lâmina per-
pendicular do osso etmoide). Ilustrado na Figura 10.10, o 
vômer reside no sulco horizontalmente orientado criado 
pelas cristas nasais das maxilas. Além de se articular com as 
maxilas, o vômer se articula com os ossos palatinos abaixo e 
com a lâmina perpendicular do etmoide e o rostro esfenoi-
dal acima. Sua borda posterior é livre, mas sua borda ante-
rior se articula com o septo nasal cartilaginoso.
Ossos cranianos
Frontal
O osso frontal corresponde à região da testa e à porção 
anterior do topo do neurocrânio. Ele está ilustrado na Figura 
10.11. O osso frontal consiste em uma porção escamosa e 
uma porção orbital. A porção escamosa é a maior das duas e 
Figura 10.5 os	ossos	nasais.	(adaptado	com	permissão	de	agur,	
a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	Grant’s atlas of anatomy	(12.ed.)	.	Baltimore:	
lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Sutura internasal
Forame nasalVista anterior
corresponde à testa e à parte mais anterior do neurocrânio. 
A porção orbital corresponde às órbitas superiores dos olhos 
e à região das sobrancelhas. Na infância, pode haver uma 
sutura metópica que divide o osso frontal em duas metades.
Medialmente entre as órbitas dos olhos há uma espinha 
frontal. Superior a essa espinha, imediatamente entre as 
duas sobrancelhas, há uma região chamada de glabela. Late-
ral à glabela estão as margens supraorbitais. Essas margens 
podem estar sobrepostas tanto por um forame como por 
uma incisura supraorbital. Nas superfícies orbitais, existem 
pequenas depressões no osso chamadas de fossas das glân-
dulas lacrimais. As glândulas lacrimais estão alojadas nessas 
fossas. Por fim, existe uma abertura entre as porções orbitais 
do osso frontal e abaixo da espinha frontal. Essa abertura é 
chamada de incisura etmoidal. Em um crânio intacto, essa 
incisura é ocupada pelo osso etmoide.
Ao todo, o osso frontal se articula com 12 ossos: os sin-
gulares etmoide e esfenoide e os pareados lacrimais, maxilas, 
nasais, parietais e zigomáticos. A borda posterior da porção 
escamosa do osso frontal se articula praticamente ao longo 
de todo o seu comprimento com os dois ossos parietais.
De modo semelhante às maxilas, o osso frontal tam-
bém é oco no seu interior. Duas cavidades estão separadas 
pelo septo ósseo, formando os seios paranasais frontais 
pareados. Os seios são praticamente ausentes no nasci-
mento. Eles começam a se desenvolver durante o primeiro 
ou segundo ano de vida, mas não se formam por completo 
até a puberdade.
Parietais
Os ossos parietais estão ilustrados na Figura 10.12. Os 
dois ossos parietais se articulam entre si na linha mediana, 
formando, essencialmente, a parte superior arredondada 
do neurocrânio. Os ossos parietais apresentam um formato 
ligeiramente retangular, o que significa que cada um tem 
quatro margens e ângulos. A margem frontal é a parte do 
osso parietal que se articula com o osso frontal. A margem 
sagital é a parte do osso parietal que se articula com o outro 
osso parietal. A margem occipital é a parte do osso parietal 
que se articula com o osso occipital e, por fim, a margem 
temporal é a parte do osso parietal que se articula com o 
osso temporal.
A articulação entre os dois parietais ocorre ao longo da 
sutura sagital. A articulação dos ossos parietais com o osso 
frontal acontece ao longo da sutura coronal. Os ossos parie-
tais também se articulam com o osso occipital, ao longo 
da sutura lambdóidea. A sutura sagital se intersecta com a 
sutura coronal anteriormente e com a sutura lambdóidea 
posteriormente.
Embora a superfície externa de cada osso parietal seja 
ligeiramente lisa na aparência, a superfície interior é mar-
cada por sulcos que se assemelham a vasos sanguíneos. 
Capítulo 10.indd 226 23/6/14 11:12 AM
Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 227
Esses sulcos são chamados de sulcos dos vasos meníngeos 
médios, pois neles repousam os vasos sanguíneos que pas-
sam pelas camadas meníngeas do encéfalo.
Occipital
O osso occipital forma a porção posterior do neuro-
crânio (ver Fig. 10.13) e consiste em duas partes: a porção 
maior escamosa e a porção menor basilar. A porção esca-
mosa é relativamente simples, exceto pela margem lambdói-
dea (ou parietal), onde o osso occipital se articula com os 
ossos parietais, e a margem mastóidea, onde o osso occipital 
se articula com os ossos temporais. O ponto onde a parte 
escamosa do osso occipital se estende mais posteriormente é 
chamado de ínio ou protuberância occipital externa. Avan-
Figura 10.6 os	ossos	palatinos.	A.	Vista	anterior.	B.	Vista	sagital.	C.	Vista	inferior.	(C:	adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	
Grant’s atlas of anatomy	(12.ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
C
Forame incisivo
Sutura intermaxilar
Espinha nasal posterior
Espinha
nasal posterior
Processo horizontal
Processo
horizontal
Processo
horizontal
Processo
piramidal
Processo verticalProcesso vertical
Processo
piramidal
Processo orbital
Processo
piramidal
Osso
palatino
Sutura palatina transversa
Processo palatino da maxila
A B
Processo orbital
Capítulo 10.indd 227 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fi siologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância228
çando transversalmente ao longo do osso occipital, onde a 
porção escamosa termina e a porção basilar começa, estão 
duas cristas chamadas de linhas nucais superior e inferior.
A porção basilar do osso occipital é mais notável em ter-
mos de pontos. O mais óbvio é a abertura grande na parte 
basilar, chamada de forame magno. A medula espinal passa 
pelo forame magno e desce pela coluna vertebral. Na região 
anterior do forame magno e lateral a ele estão dois côndilos 
occipitais proeminentes. Os côndilos occipitais são os pontos 
de articulação dabase do crânio à primeira vértebra cervi-
cal (C1, ou o atlas). Anterior a cada côndilo, está o canal do 
hipoglosso. Anterior e medial aos côndilos, está o tubérculo 
faríngeo, onde a borda mais superior da faringe se liga à 
base do crânio. Finalmente, posterior aos côndilos, está uma 
depressão chamada de fossa condilar. Dentro dessa fossa, há 
uma pequena abertura conhecida como canal condilar.
Temporais
Os ossos temporais compreendem as laterais do neu-
rocrânio (ver Fig. 10.14). Esses ossos consistem em duas 
grandes partes e três subpartes. As duas grandes porções 
dos ossos temporais são as porções escamosa e petrosa. A 
porção escamosa tem aparência lisa e forma a porção late-
ral, anterior e superior do osso temporal. Merece destaque o 
processo zigomático, um ponto da porção escamosa que se 
Figura 10.7 o	 osso	 lacrimal	 (seta).	 (adaptado	 com	 permissão	
de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	Grant’s atlas of anatomy	(12.	ed.).
Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Figura 10.8 os	ossos	zigomáticos.	A.	Vista	anterior.	B.	Vista	interior.	(A:	adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	Grant’s 
atlas of anatomy	(12.	ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
A B
Processo
maxilar
Processo
maxilar
Processo
temporal
Processo
temporal
Processo
marginal
Processo
orbital
Processo
frontal
Processo
frontal
Capítulo 10.indd 228 23/6/14 11:12 AM
Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 229
nome pelo fato de que o osso é bastante duro. Dentro da 
parte timpânica da porção petrosa residem os órgãos essen-
ciais da audição e equilíbrio – a cóclea e os canais semicircu-
lares. Posterior à porção timpânica está a porção mastóidea, 
a qual inclui o processo mastoide. A porção mastóidea não é 
articula com o processo temporal do osso zigomático para 
formar o arco zigomático, ou maçã do rosto.
A porção petrosa encontra-se na base do crânio, entre 
os ossos esfenoide e occipital, e pode ser ainda dividida em 
porções timpânica e mastóidea. A porção petrosa tem esse 
Figura 10.9 as	conchas	nasais	inferiores.	A.	Vista	sagital.	B.	Vista	mediossagital.	(adaptado	com	permissão	de	anatomical	Chart	Company.)
Lâmina
perpendicular
do etmoide
Concha
nasal
inferior
Vômer
BA
Concha
nasal inferiorLâmina
pterigóidea
medial
Sela
túrcica
Concha nasal superior
Osso
frontal
Osso
nasal
Concha nasal média
Osso
lacrimal
Osso palatino
(processo
horizontal)
Processo
palatino
da maxila
Figura 10.10 	o	vômer.	A.	Vista	mediossagital.	B.	Vista	inferior.	(adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	Grant’s atlas of 
anatomy	(12.ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Lâmina perpendicular
do etmoide
Crista do
osso nasal
Vômer
Processo palatino
da maxila
Osso palatino
(processo horizontal)
Cartilagem
septal nasal
A
Rostro
esfenoidal Processo palatino
da maxila
Vômer
Osso palatino
B
Capítulo 10.indd 229 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância230
Etmoide
O osso etmoide é interessante pelo fato de que, embora 
ele seja classificado como um osso do neurocrânio, tam-
bém compõe a parte facial do crânio. O etmoide contri-
bui com as órbitas dos olhos e cavidade nasal, assim como 
forma a porção medial da base craniana anterior. A Figura 
10.15 fornece uma ilustração desse osso, que consiste em 
cinco partes: lâmina cribriforme, crista etmoidal, lâmina 
perpendicular e dois labirintos etmoidais. A lâmina cri-
briforme é horizontalmente orientada, enquanto a crista 
etmoidal e placas perpendiculares compreendem uma 
peça que é orientada verticalmente (a crista etmoidal surge 
acima, enquanto a lâmina perpendicular se estende abaixo 
da lâmina cribriforme). Os labirintos etmoidais também 
localizam-se inferiormente à lâmina cribriforme, mas têm 
uma orientação lateral.
A lâmina cribriforme serve como uma divisória entre as 
cavidades nasal e craniana (a cavidade nasal está abaixo e a 
cavidade craniana está acima). Ela é perfurada por pequenas 
aberturas. O nervo olfatório (nervo craniano I) repousa na 
lâmina cribriforme, e fibras nervosas partem dele e passam 
um osso sólido e é composta por inúmeras cavidades de for-
mato irregular, chamadas de células mastóideas. Na parte 
inferior da porção mastóidea, essas células são relativamente 
pequenas e diminuem de tamanho até que tudo o que resta 
seja medula óssea. Nas regiões anterior e superior da por-
ção mastóidea, as células mastóideas são progressivamente 
maiores, até darem lugar ao antro mastóideo. O limite supe-
rior do antro mastóideo é o tegme timpânico, que é o teto da 
cavidade timpânica. Essas estruturas receberão uma discus-
são mais detalhada no Capítulo 12.
Os dois pontos finais de destaque são o processo estiloide 
e a fossa mandibular. O processo estiloide é grosseiramente 
parecido com uma ponta de lápis apontada. Ele está localizado 
na porção petrosa do osso temporal, posterior e inferior ao 
processo zigomático. O processo estiloide é o ponto de ligação 
de três músculos (estiloglosso, estilo-hióideo e estilofaríngeo) 
e dois ligamentos (estilomandibular e estilo-hióideo). A fossa 
mandibular é uma depressão localizada na superfície inferior 
do osso temporal, entre os processos estiloide e zigomático. 
O processo condilar da mandíbula repousa nessa fossa, for-
mando a articulação temporomandibular.
Figura 10.11 o	osso	frontal.	(adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	Grant’s atlas of anatomy	(12.ed.).	Baltimore:	lip-
pincott	Williams	&	Wilkins.)
Glabela
Margem supraorbital
Teto da cavidade orbital
Incisura supraorbital
Processo zigomático
Vista anterior
Capítulo 10.indd 230 23/6/14 11:12 AM
Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 231
total, existem três cornetos ósseos ao longo das paredes late-
rais de cada uma das duas câmaras da cavidade nasal.
Esfenoide
O osso esfenoide é, talvez, o mais complexo de todos os 
ossos do crânio. Quando removido do crânio, ele se asse-
melha um pouco a uma borboleta (ver Fig. 10.16). Dentro 
do crânio, ele pode ser encontrado imediatamente posterior 
ao etmoide e imediatamente anterior ao forame magno e à 
porção basilar do osso occipital. O esfenoide tem sete gran-
des partes: um corpo singular e asas maiores, asas menores 
e processos pterigoides pareados. As asas maiores e menores 
se estendem lateralmente ao corpo, enquanto os processos 
pterigoides se estendem inferiormente. A superfície ante-
rior do corpo forma a parede posterior da cavidade nasal. 
A superfície inferior do corpo tem uma crista pequena cha-
mada rostro, que se articula com o vômer.
As duas asas menores se estendem lateralmente do 
aspecto superior-anterior do corpo. As superfícies inferiores 
das asas menores formam os limites superiores das fissuras 
orbitais superiores. As margens anteriores das asas menores 
se articulam com as placas orbitais do osso frontal. As asas 
menores se juntam no jugo esfenoidal. Posterior ao jugo, 
pelas perfurações para a cavidade nasal, para percorrer ao 
longo das superfícies das conchas nasais.
A crista etmoidal surge sobre a lâmina cribriforme em 
um plano vertical (traduzido literalmente como “pente de 
galo”). Portanto, a crista etmoidal está alojada na cavidade 
craniana. Esse processo ligeiramente triangular serve como 
o ponto anterior de ligação para a foice do cérebro, uma 
prega de dura-máter que separa os dois hemisférios cere-
brais do encéfalo.
A lâmina perpendicular do etmoide se estende inferior-
mente a partir da lâmina cribriforme em um plano vertical. Ela 
se articula com os ossos frontal e nasal anteriormente e com o 
vômer e rostro esfenoidal posteriormente. O septo nasal carti-
laginoso também está ligado à lâmina perpendicular anterior.
Os labirintos etmoidais contêm células altamente irregu-
lares, que formam os seios paranasais etmoidais pareados. 
Esses seios estão presentes no nascimento. Os labirintos são 
separados das paredesmediais das órbitas dos olhos por uma 
camada óssea bastante fina (lâmina orbital). Camadas ósseas 
finas, do tipo corneto, também se estendem a partir dos labi-
rintos. Elas são conhecidas como as conchas nasais superior 
e média (lembre-se de que as conchas nasais inferiores são 
ossos independentes da parte facial do crânio). Então, no 
Figura 10.12 o	osso	parietal.	(adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	Grant’s atlas of anatomy	(12.ed.).	Baltimore:	lip-
pincott	Williams	&	Wilkins.)
Margem sagital
Margem frontal
Margem temporal
Margem occipital
Vista lateral
(O texto continua na p. 234.)
Capítulo 10.indd 231 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância232
Figura 10.13 o	osso	occipital.	A.	Vista	posterior.	B.	Vista	superior	interior.	C.	Vista	inferior.	(adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	
a.F.	(2008).	Grant’s atlas of anatomy	(12.ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Sutura sagital
Ossos parietais
Osso occipital
Sutura lambdóidea
Linha nucal superior
Linha nucal inferior
Mandíbula
Osso temporal
Crista occipital externa
Processo mastoide
Côndilo occipital
A
B C
Linha
nucal
superior
Linha
nucal
inferior
Forame
magno
Côndilo
occipital
Crista
occipital interna
Fossas
cerebelares
Sulco
transverso
Confluência
dos seios
Porção
basilar
Capítulo 10.indd 232 23/6/14 11:12 AM
Capítulo 10 Anatomia e fi siologia do sistema articulatório/de ressonância 233
Figura 10.15 o	osso	etmoide.	A.	Vista	coronal.	B.	Vista	superior.	(A	e	B1:	adaptado	com	permissão	de	anatomical	Chart	Company;	B2:	
adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	Grant’s atlas of anatomy	(12.ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Figura 10.14 o	osso	temporal.	A.	Vista	lateral.	B.	Vista	superior	interna.	(adaptado	com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	Grant’s 
atlas of anatomy	(12.ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Processo zigomático
Meato acústico
externo
Processo mastoide
Processo estiloide
A B
Porção
escamosa
Porção
petrosa
Meato
acústico
interno
Forame
magno
Porção
escamosa
Porção
petrosa
Capítulo 10.indd 233 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância234
As margens laterais das asas maiores se articulam com os ossos 
zigomáticos. No ponto em que as asas maiores se encontram 
com o corpo do esfenoide, os processos pterigoides se esten-
dem verticalmente em direção descendente.
Cada um dos dois processos pterigoides é composto de 
duas lâminas, que são as lâminas pterigóideas medial e late-
ral, que são separadas entre si pela incisura pterigóidea. Ao 
longo de seus aspectos anteriores, as incisuras pterigóideas 
está o sulco pré-quiasmático que aloja o quiasma óptico, 
onde os dois nervos ópticos (nervo craniano II) se cruzam 
depois de terem saído da área da retina dos globos oculares 
e passado pelos canais ópticos. Imediatamente posterior ao 
sulco pré-quiasmático está a sela túrcica que aloja a hipófise.
As asas maiores se estendem lateralmente a partir do corpo 
do esfenoide e contribuem principalmente para as órbitas dos 
olhos, como parte das suas paredes superior, lateral e inferior. 
Figura 10.16 o	osso	esfenoide.	A.	Vista	anterior.	B.	Vista	posterior.	C.	Vista	superior	interna.	(A:	adaptado	com	permissão	de	anatomical	
Chart	Company;	B:	adaptado	com	permissão	de	oatis,	C.a.	(2008).	Kinesiology	(2.ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins;	C:	adaptado	
com	permissão	de	agur,	a.M.,	Dalley,	a.F.	(2008).	Grant’s atlas of anatomy	(12.ed.).	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Hâmulo
Lâmina
pterigóidea
medial
Corpo Asa menor Asa maior
Lâmina
pterigóidea
lateral
Incisura pterigóidea
Corpo Asa menor Asa maior
Lâmina
pterigóidea
|ateral HâmuloLâmina
pterigóidea
medial
A B
C
Canal óptico
Fissura orbital superior
Fossa hipofisária
Processo clinoide posterior
Dorso da sela
Asa maior do esfenoide
Asa menor do esfenoide
Processo clinoide anterior
Capítulo 10.indd 234 23/6/14 11:12 AM
Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 235
também serão incluídos aqui como parte da cavidade oral. 
Pode-se perceber rapidamente que, excluindo os músculos 
da expressão facial, essas estruturas coletivamente formam 
a boca. A boca possui funções primárias (i. e., biológicas) 
e secundárias (i. e., não biológicas). Em termos de função 
biológica, a boca serve como o conduto pelo qual os siste-
mas respiratório e digestório se comunicam com o ambiente 
externo. Como parte do sistema digestório, a boca é usada 
durante os processos de mastigação (mascar) e deglutição 
(engolir). A digestão da comida começa na cavidade oral.
É importante saber
Embora	as	mães,	muitas	vezes,	digam	a	seus	filhos	para	
respirar	 pelo	 nariz,	 muitos	 tendem	 a	 respirar	 pela	 boca,	
captando	o	oxigênio	principalmente	pela	 cavidade	oral.	o	
problema	com	tal	respiração	é	que	o	ar	inalado	não	é	ume-
decido	 e	 aquecido	 tão	 eficazmente	 quanto	 ele	 é	 quando	
respirado	pelo	nariz.	Em	algum	grau,	o	nariz	também	filtra	o	
ar	conforme	ele	passa	a	caminho	da	faringe	e	para	além.	a	
cavidade	oral	realiza	essa	tarefa	de	forma	menos	eficaz.
A função não biológica ou secundária da cavidade oral 
é gerar sons de fala e modificar as características do pitch 
do tom de voz, por meio do processo de ressonância. Essas 
funções secundárias serão discutidas com mais detalhes na 
seção de fisiologia deste capítulo. Nos parágrafos seguintes, 
será feita uma inspeção mais minuciosa das estruturas indi-
viduais que compreendem a cavidade oral.
Os lábios
Os lábios, ou rima da boca, estão ilustrados na Figura 
10.17. Os lábios são compostos por quatro camadas de 
tecido; de superficial a profunda, elas incluem as camadas 
se articulam com os ossos palatinos. A lâmina pterigóidea 
lateral é mais ampla do que a lâmina pterigóidea medial e 
serve como o ponto de articulação para os músculos pteri-
góideos medial e lateral. A lâmina pterigóidea média é mais 
estreita e termina em uma estrutura pequena, parecida com 
um gancho, chamada de hâmulo.
O corpo do esfenoide é oco. Duas câmaras podem ser 
encontradas dentro; estas câmaras são separadas por um 
septo fino da linha mediana, gerando um par de seios para-
nasais esfenoides. Esses seios não estão presentes no nas-
cimento, e começam a se formar por volta do terceiro ano 
de vida. Os seios paranasais esfenoides, juntamente com o 
frontal, etmoide e seios paranasais maxilares (mencionados 
em seções anteriores), são revestidos por uma membrana 
criada pela fusão do periósteo e da membrana mucosa (esta 
membrana é chamada de mucoperiósteo). O revestimento 
desses seios paranasais é contínuo com o revestimento de 
membrana mucosa da cavidade nasal.
Todos os seios paranasais drenam para a cavidade nasal 
propriamente dita. Os seios paranasais esfenoides se abrem nos 
espaços acima das conchas nasais superiores. Os seios frontal e 
maxilar se abrem no meato nasal médio, e os seios paranasais 
etmoides se abrem nos meatos nasais superior e médio.
É importante saber
Sinusite	 é	 uma	 condição	 em	 que	 as	 membranas	
mucosas	 dos	 seios	 paranasais	 e	 a	 cavidade	 nasal	 ficam	
inflamadas.	À	medida	que	a	inflamação	continua,	os	seios	
paranasais	podem	não	ser	capazes	de	drenar	para	a	cavi-
dade	 nasal.	 o	 muco	 fica,	 então,	 preso	 dentro	 dos	 seios	
paranasais,	criando	sensibilidade	e	dor.	Se	a	condição	for	
crônica,	pode	ser	que	um	cirurgião	tenha	que	fazer	furos	
maiores	(chamados	janelas)	na	cavidade	nasal	para	permi-
tir	que	o	muco	escoe	de	forma	mais	livre.
Ao todo, o osso esfenoide se articula com todos os 
outros ossos cranianos, assim como com muitos dos ossos 
faciais (maxilas, palatinos, vômer e zigomáticos). Esse osso 
compõe as órbitas dos olhos, bem como com as cavidades 
nasal e faríngea.
A cavidade oral
A cavidade oral é a mais ativa das cavidades envolvidas 
na produção de fala. Ela consisteem diversas estruturas ana-
tômicas que incluem lábios, bochechas, dentes, crista alveo-
lar, palato duro, véu palatino, língua e mandíbula. Os arcos 
palatoglosso e palatofaríngeo, tonsilas palatinas, meca-
nismo velofaríngeo (VF) e músculos da expressão facial 
Figura 10.17 pontos	de	referência	nos	 lábios.	 (adaptado	com	per-
missão	de	lippincott	Williams	&	Wilkins’	Surface	anatomy	Collection.)
Arco do cupido
Sulco
labiomentual
Zona
vermelha
Filtro
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Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância236
Os dentes
O conjunto completo de dentes para um adulto é de 32, 
mas, para uma criança, é de apenas 20. Então, obviamente, os 
seres humanos possuem dois conjuntos de dentes. O primeiro 
conjunto, que se desenvolve durante o início da infância, é 
chamado de decíduo (mas também é chamado por algumas 
pessoas de dentes de bebê, dente de leite, primário ou tempo-
rário). Esses dentes eventualmente caem e são substituídos 
pelos dentes permanentes. Existem mais dentes no conjunto 
permanente porque as maxilas e a mandíbula crescem, com 
espaço suficiente para acomodar os dentes adicionais.
Morfologicamente, há quatro tipos básicos de dentes: 
incisivos, cúspides (também conhecidos como caninos), pré-
-molares e molares. Os incisivos possuem formato de cinzel, 
o que lhes permite cortar e cisalhar a comida de forma eficaz. 
Os cúspides têm a aparência mais parecida com presas. Essa 
organização permite que esses dentes possam arrancar e ras-
gar. Finalmente, os pré-molares e molares são planos e com 
superfícies amplas; isso torna-os ideais para moer e triturar.
Um dente típico
Um dente típico consiste em diversas estruturas (ver 
Fig. 10.18). A anatomia macroscópica da superfície externa 
cutânea, muscular, glandular e mucosa. A gordura, em dife-
rentes quantidades dependendo do indivíduo, também pode 
ser depositada dentro dessas camadas. A camada cutânea é 
simplesmente a pele. Profunda na camada cutânea há uma 
camada de tecido muscular. Esse músculo é o orbicular da 
boca, um músculo esfíncter que circunda completamente os 
lábios. O orbicular da boca tem uma camada profunda e uma 
superficial. A camada profunda consiste em fibras muscula-
res organizadas em anéis concêntricos, enquanto a camada 
superficial recebe fibras musculares de outros músculos 
faciais (três músculos que serão discutidos mais à frente). 
A camada glandular contém glândulas labiais que são seme-
lhantes às glândulas salivares na estrutura. Finalmente, a 
camada mucosa dos lábios é contínua com a membrana 
mucosa da cavidade oral e faringe. Na sua superfície interna 
(ou lingual), os lábios estão ancorados na linha mediana da 
região alveolar (lábio superior) e mandíbula (lábio inferior) 
pelos frênulos do lábio superior e inferior.
Uma vista da superfície externa dos lábios revela diver-
sos pontos. Os lábios são mais escuros em sua tonalidade do 
que o resto do rosto em virtude da transparência da zona 
vermelha (essa transparência é gerada por uma abundância 
de eleidina no epitélio). A transparência da zona vermelha 
permite que o tecido vascular abaixo seja exibido de forma 
mais proeminente. Há duas cristas que correm do septo do 
nariz para o meio do lábio superior, verticalmente orienta-
das e com um sulco profundo entre elas. Esse sulco é cha-
mado de filtro. O filtro termina no lábio superior, gerando 
uma depressão na linha mediana que faz com que o lábio 
superior pareça um arco. Assim, a margem superior do lábio 
superior é chamada de arco do cupido.
as bochechas
As bochechas são semelhantes na estrutura e são contí-
nuas com os lábios. A camada externa é pele (i. e., cutânea), 
a camada mais interna é uma membrana mucosa, e cama-
das musculares e glandulares residem dentro dela. Diversos 
músculos faciais (cujas funções são auxiliar na mastigação 
ou mediar a expressão facial) podem ser encontrados na 
camada muscular das bochechas. Dentro da camada glan-
dular, há cinco ou seis glândulas que correspondem à região 
molar dos dentes. Muito apropriadamente, elas são chama-
das de glândulas molares. O ducto parotídeo (uma parte da 
glândula salivar parótida) também se abre na região bucal. 
Finalmente, um coxim adiposo bucal pode existir em algum 
grau. Em lactentes, esse coxim é bastante proeminente, mas 
tende a se dissipar conforme o indivíduo se desenvolve. As 
bochechas e os lábios, juntamente com as gengivas e os den-
tes posteriores, formam uma cavidade secundária dentro da 
cavidade oral, chamada de cavidade bucal.
Figura 10.18 Estrutura	anatômica	de	um	dente	típico.	(adaptado	
com	permissão	de	anatomical	Chart	Company.)
Coroa
Colo
Raiz
Gengiva
Cemento
Cavidade 
pulpar
Dentina
Esmalte
Ligamento
periodontal
Forame do
ápice do 
dente
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Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 237
de calcificação. Essas duas etapas acontecem enquanto os den-
tes ainda estão embutidos dentro da maxila e da mandíbula. 
A etapa de erupção acontece quando os dentes começam a 
migrar para a cavidade oral. Essa etapa tem duas subetapas: 
intraóssea e clínica. Durante a erupção intraóssea, os dentes 
fazem seu caminho por meio da crista alveolar óssea. Nesse 
momento, os dentes ainda não estão totalmente calcificados 
e as raízes ainda não estão formadas por completo. Por meio 
de um processo conhecido como reabsorção, células espe-
cializadas chamadas osteoclastos quebram o tecido ósseo 
dentro da crista alveolar e os dentes migram. Uma vez que 
os dentes emergiram clinicamente, osteoblastos reformam o 
osso para criar os alvéolos. A erupção clínica é evidenciada 
pelo dente cortando as gengivas. A etapa final, atrito, acon-
tece ao longo da vida. À medida que as forças mecânicas da 
mastigação atuam nos dentes, eles se desgastam. No entanto, 
os dentes ainda mantêm suas relações espaciais, porque a 
erupção também continua ao longo da vida.
Os dentes decíduos ou primários são 20, mas não emer-
gem todos de uma vez. A erupção do conjunto decíduo com-
pleto leva cerca de 14 a 18 meses para se realizar, embora isso 
possa variar consideravelmente de criança para criança. Em 
geral, os primeiros dentes que emergem são os incisivos cen-
trais inferiores. Isso acontece aproximadamente entre os 6 e 
9 meses de idade. Os incisivos centrais superiores e superio-
res laterais tendem a ser os próximos dentes a emergir, por 
volta de 8 e 10 meses de idade. A erupção continua anterior e 
posteriormente até que os segundos molares emerjam perto 
de 20 a 24 meses de idade. Quando todos os dentes decíduos 
emergirem, a criança terá 20 dentes: dois incisivos centrais 
superiores; dois incisivos laterais superiores; duas cúspides 
superiores; dois primeiros molares superiores; dois segun-
dos molares superiores; dois incisivos centrais inferiores; 
dois incisivos laterais inferiores; duas cúspides inferiores; 
dois primeiros molares inferiores; e dois segundos molares 
inferiores (ver Fig. 10.19A).
Antes de chegar o conjunto completo de dentes per-
manentes, existe um período de tempo no qual a criança 
poderá ter alguns dentes decíduos e alguns dentes perma-
nentes. A isso se chama etapa de dentição mista. O mesmo 
processo que leva os dentes decíduos a emergirem é respon-
sável pela erupção dos dentes permanentes. Uma divisória 
óssea separa os dentes decíduos dos dentes permanentes 
abaixo deles. Na hora determinada, osteoclastos reabsorvem 
o osso, permitindo que os dentes permanentes migrem. Os 
dentes decíduos acima caem. Uma vez que os dentes perma-
nentes estão no lugar, osteoblastos reformam o osso. A etapa 
de dentição mista dura aproximadamente 6 anos. Ela geral-
mente começa quando os incisivos centrais inferiores decí-
duos caem, entre os 6 e 8 anos de idade, e termina quando 
os segundo molares decíduos caem, por volta dos 10 a 12 
anos de idade.
revela uma coroa, o colo e a raiz. A coroa é a parte do dente 
que pode ser vista (aproximadamente um terçodo dente). 
A raiz fica abaixo da linha da gengiva e, portanto, não pode 
ser vista (aproximadamente dois terços do dente). O colo é 
uma região mal definida entre a coroa e a raiz, geralmente 
na linha da gengiva. A coroa é revestida por uma substân-
cia bastante dura chamada esmalte (aproximadamente 96% 
mineral em peso), enquanto a raiz é revestida pelo cemento 
(aproximadamente 50% mineral em peso). A região do colo 
corresponde à junção amelocementária, onde o esmalte ter-
mina e o cemento começa. A maior parte da porção sólida de 
um dente é chamada de dentina.
O dente está ancorado dentro do seu alvéolo dental por 
uma membrana ou ligamento periodontal. A articulação 
entre o dente e o alvéolo se dá por uma articulação chamada 
de gonfose. Esse tipo de articulação mantém o dente no 
seu alvéolo enquanto permite que o ligamento periodontal 
absorva as forças mecânicas colocadas no dente por meio da 
mastigação ou outra atividade em que os dentes entram em 
contato entre si.
Uma vista interna de um dente típico também revelará 
diversos pontos e estruturas. O interior do dente é oco, for-
mando um canal pulpar. A porção maior do canal pulpar é 
chamada de cavidade pulpar. A cavidade pulpar é preen-
chida pela polpa dental, um tecido especializado que é rico 
em terminações nervosas e vasos sanguíneos. As fibras ner-
vosas e vasos sanguíneos seguem caminho para a cavidade 
pulpar pelo forame do ápice do dente, que está, na verdade, 
no fundo da(s) raiz(ízes) do dente.
Dependendo do seu tipo, um dente pode ter qualquer 
quantidade de superfícies. A superfície de contato de um inci-
sivo é chamada de borda incisal, mas para os outros dentes 
é chamada de superfície oclusal. A superfície posterior (vol-
tada para a cavidade oral) é chamada de superfície lingual, em 
referência à língua. A superfície anterior dos incisivos e cús-
pides é chamada de superfície labial em referência aos lábios. 
Para os pré-molares e molares, essa superfície é chamada 
de superfície bucal em referência às bochechas. Finalmente, 
dentes adjacentes têm superfícies proximais. Se for dividir o 
conjunto de dentes superior e inferior em metades esquerda 
e direita (i. e., começando na linha mediana entre os dois 
incisivos centrais), as superfícies proximais serão classifica-
das tanto como mesial (voltada na direção da linha mediana) 
como distal (voltada para longe da linha mediana). Isso signi-
fica que as superfícies dos dois incisivos centrais voltados de 
frente um para o outro são ambas superfícies mesiais.
O desenvolvimento dos dentes
O ciclo de vida dos dentes envolve quatro etapas: cresci-
mento, calcificação, erupção e atrito. Durante a etapa de cres-
cimento, os germes dentários se formam junto com o esmalte 
e a dentina. O esmalte e a dentina endurecem durante a etapa 
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Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância238
terceiro molar. Os incisivos, cúspides e bicúspides tendem a 
ter uma raiz única, embora as primeiras bicúspides superio-
res possam ter duas raízes. Os molares inferiores geralmente 
têm duas raízes, mas os molares superiores costumam ter 
três raízes. As superfícies oclusais das bicúspides e dos mola-
res tendem a ser planas em comparação com os incisivos e 
as cúspides. A superfície plana desses dentes é dividida em 
seções criadas por sulcos ao longo da superfície. Essas seções 
são chamadas de cúspides. Conforme o termo sugere, os 
bicúspides têm duas cúspides. Os primeiros molares em geral 
têm quatro cúspides; os segundos molares podem ter três ou 
quatro cúspides; e, por fim, os terceiros molares geralmente 
têm três cúspides.
É importante saber
Existe	uma	relação	entre	o	desenvolvimento	dos	den-
tes	 e	 o	 desenvolvimento	 da	 fala.	 Em	 geral,	 os	 primeiros	
sons	de	consoantes	a	surgir	(por	volta	dos	6	e	9	meses)	
são	produzidos	tanto	pelos	lábios	(/p,	m/)	como	pela	língua	
e	crista	alveolar	(/t,	d,	n/).	os	primeiros	dentes	primários	
(incisivos	centrais	inferiores	e	superiores	e	incisivos	laterais	
superiores)	emergem	entre	os	6	e	10	meses.	os	20	dentes	
O conjunto de dentes permanentes começa a emergir com 
os incisivos centrais inferiores e primeiros molares superiores 
e inferiores aproximadamente entre os 6 e 7 anos de idade. A 
erupção, então, continua para os dentes anteriores (incisivos e 
cúspides) e, eventualmente, para os dentes posteriores (bicús-
pides e molares). A erupção dos dentes permanentes dura cerca 
de 11 a 19 anos. Os terceiros molares superiores e inferiores 
(também conhecidos como “dentes do siso”) podem não emer-
gir até que o indivíduo esteja em meados dos seus 20 anos.
Quando o conjunto permanente completo emergir, 
haverá 32 dentes, 12 a mais do que havia no conjunto decíduo 
(ver Fig. 10.19B). Alguns dentes permanentes têm um par-
ceiro decíduo, enquanto outros não têm. Os dentes perma-
nentes que têm um parceiro decíduo são chamados de dentes 
sucessivos, enquanto os que não têm são chamados de dentes 
acrescentados. Os dentes acrescentados incluem duas primei-
ras e segundas bicúspides superiores (também conhecidos 
como pré-molares), duas primeiras e segundas bicúspides 
inferiores, e dois terceiros molares superiores e dois inferio-
res. A Figura 10.19B ilustra um conjunto de dentes perma-
nentes completo. Cada arco dentário (superior e inferior) 
tem 16 dentes com as metades esquerda e direita de cada arco 
sendo imagens espelhadas uma da outra. Cada meio arco tem 
um incisivo central, incisivo lateral, cúspide, primeira bicús-
pide, segunda bicúspide, primeiro molar, segundo molar e 
Figura 10.19 o	conjunto	completo	de	dentes.	A.	Dentes	decíduos.	B.	Dentes	permanentes.	(adaptado	com	permissão	de	anatomical	
Chart	Company.)
A
B
Incisivo central
Incisivo lateral
Cúspide (canino)
1º molar
2º molar
Superior
Inferior
Superior
Inferior
Incisivo central
Incisivo lateral
Cúspide (canino)
1º pré-molar
(bicúspide)
2º pré-molar
(bicúspide)
1º molar
2º molar
3º molar
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Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 239
má oclusão possui “mordida cruzada” (underbite). Por fim, 
além da relação oclusiva geral dos dentes, pode haver qual-
quer quantidade de dentes que não esteja posicionada ade-
quadamente, podendo apresentar distoversão, infraversão, 
labioversão, mesioversão, supraversão e/ou torsiversão.
a crista alveolar
A crista alveolar é a parte óssea da mandíbula e da maxila 
onde os alvéolos (encaixes do dente) residem. A crista conti-
nua atrás dos dentes superiores e inferiores e é mais proemi-
nente no arco maxilar. Uma camada de membrana mucosa 
reveste a crista óssea. Essa membrana mucosa é contínua 
com a membrana que reveste o resto da cavidade oral. A 
crista alveolar maxilar é mais importante clinicamente para 
os fonoaudiólogos, porque é o local de produção de diversos 
sons consonantais da língua.
O palato duro
O palato duro forma a parte óssea do teto da cavidade oral, 
assim como o assoalho da cavidade nasal. Conforme mencio-
nado previamente, ele não é um osso único, mas, na verdade, 
é formado pelos processos de quatro ossos. Mais especifica-
mente, os três quartos anteriores do palato duro são forma-
dos pelos processos palatinos das maxilas, enquanto o quarto 
posterior é formado pelos processos horizontais dos ossos 
palatinos. Os processos palatinos e horizontais da esquerda 
se fundem com seus parceiros na direita ao longo da sutura 
intermaxilar. Na linha mediana, onde os dois processos hori-
zontais se encontram, a espinha nasal posterior é formada. Um 
arco palatal é criado pelo fato de que os processos palatinos são 
mais espessos anterior e lateralmente, mas mais finos medial-
mente. Esse arco varia muito de pessoa para pessoa e, em certa 
proporção, depende do estado do arco dentário maxilar.
A crista alveolar maxilar e o palato duro são revestidos por 
uma membrana mucosa. Logo atrás da crista alveolar, há uma 
série de enrugamentos transversalmenteorientados, chama-
dos de rugosidades. Estendendo-se para além das rugosida-
des, ao longo do comprimento do palato duro, há uma rafe 
mediana. A proeminência das rugosidades e da rafe mediana é 
também altamente variável de pessoa para pessoa. Por fim, em 
cerca de um quinto da população, pode haver uma protube-
rância visível no palato duro. Essa protuberância é conhecida 
como toro palatino, o qual é tipicamente uma consequência do 
osso ao longo da sutura intermaxilar. É provável que o tecido 
ao redor do toro palatino tenha uma tonalidade azulada.
O véu palatino
O véu palatino, ou palato mole, é uma estrutura de três 
camadas. A camada mais profunda é a aponeurose palatina, 
primários	estão	no	lugar	por	volta	dos	30	meses	de	idade.	
o	primeiro	som	de	consoante	a	se	manifestar	que	envolve	
os	dentes	(e	o	lábio	inferior)	é	geralmente	o	/f/,	em	torno	
dos	30	a	36	meses.	Isso	é	seguido	pelo	/v/,	por	volta	dos	48	
meses	e,	na	língua	inglesa,	finalmente	os	dois	sons	de	“th”	
(em	que	a	ponta	da	língua	é	colocada	entre	os	dentes	supe-
riores	e	inferiores)	por	volta	dos	54	a	60	meses.	Incidental-
mente,	quando	os	incisivos	centrais	e	laterais	superiores	e	
inferiores	primários	caem,	em	torno	dos	6	e	8,5	anos,	algu-
mas	crianças	podem	mostrar	um	pouco	de	 regressão	na	
capacidade	de	produzir	os	dois	sons	de	“th”	corretamente.	
Esses	erros	em	geral	se	dissipam	uma	vez	que	os	incisivos	
centrais	e	laterais	permanentes	estejam	no	lugar.
De alguma importância para os fonoaudiólogos são as 
relações espaciais dos dentes. Certa quantidade de sobremor-
dida (overbite) e protrusão dentária (overjet) maxilar é nor-
mal. Como o arco maxilar é maior do que o arco mandibular, 
os dentes mandibulares anteriores (incisivos e cúspides) 
repousarão dentro das suas contrapartes maxilares quando a 
mandíbula está fechada (trata-se da sobremordida maxilar). 
Os incisivos superiores também estão inclinados um pouco 
mais em direção aos lábios do que os incisivos inferiores, 
resultando em um grau normal de protrusão dentária.
Há mais de 100 anos, Angle (1899) propôs um sistema 
para classificar as relações da mandíbula superior e da man-
díbula inferior que ainda hoje é usado. O ponto de referên-
cia para essa relação é a oclusão central, onde a mandíbula 
é central à maxila e há contato oclusivo completo dos den-
tes superiores e inferiores (i. e., a mandíbula é “fechada”). 
Angle sugeriu três tipos básicos de oclusão (oclusão classe 
I e má oclusão classe I são consideradas um tipo de oclusão, 
com a má oclusão classe II e classe III vistas como outros 
dois tipos). A oclusão classe I, que é considerada normal, é 
evidenciada pelas cúspides dos primeiros molares mandi-
bulares (inferiores) repousando à frente e para dentro das 
cúspides dos primeiros molares maxilares (superiores). Com 
esse perfil normal, pode-se, então, descrever os três tipos de 
má oclusão. Com a má oclusão classe I, a relação do primeiro 
molar está intacta, mas algum tipo de anomalia existe na 
região anterior do arco dentário. Com a má oclusão classe II, 
as cúspides dos primeiros molares mandibulares estão atrás 
e para dentro das suas contrapartes no arco dentário maxi-
lar. O queixo parecerá retroceder e diz-se que o indivíduo 
com esse tipo de má oclusão apresenta uma “sobremordida” 
(overbite). Curiosamente, quase metade da população mun-
dial tem uma má oclusão classe II. Com a má oclusão classe 
III, as cúspides dos primeiros molares mandibulares repou-
sam à frente dos primeiros molares maxilares, dando ao 
queixo uma aparência saliente. Uma pessoa com esse tipo de 
Capítulo 10.indd 239 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância240
palatino. O músculo tensor do véu palatino (TVP) também 
abaixa o véu palatino, mas tensiona-o também. Finalmente, 
o levantador do véu palatino (LVP) (que forma a maior 
parte do tecido muscular do véu palatino) e o músculo da 
úvula levantam o véu palatino (ver Fig. 10.20 para vistas 
desses músculos). As ações desses músculos serão descri-
tas de forma mais completa quando o mecanismo VF for 
discutido na seção de fisiologia. Em repouso, o véu pala-
tino fica pendurado na região posterior superior da cavi-
dade oral. Na linha mediana, pode-se ver uma estrutura 
única, conhecida como úvula. Se você começar na úvula 
e se mover lateralmente, verá duas pregas de membrana 
mucosa ao longo das laterais da cavidade oral posterior. 
Esses são os arcos palatoglosso e palatofaríngeo, que serão 
descritos em mais detalhes adiante.
que se liga na borda livre posterior dos processos horizontais 
dos ossos palatinos. Essa aponeurose pode ser considerada 
o “esqueleto” e, juntamente com outros tecidos conjuntivos, 
forma cerca de um terço do total do véu palatino. A camada 
intermediária tem fibras musculares de diversos múscu-
los. Lateralmente, as fibras musculares do véu palatino são 
contínuas com os músculos que compreendem o constritor 
superior da faringe. Por outro lado, a maior parte do tecido 
muscular velar fica confinada à sua região média. A camada 
superficial do véu palatino é uma membrana mucosa, contí-
nua com o resto da cavidade oral.
Os músculos do véu palatino estão resumidos na Tabela 
10.1. Quando esses músculos se contraem, eles elevam, 
abaixam ou tensionam o véu palatino. Os músculos palato-
glosso e palatofaríngeo servem para abaixar e relaxar o véu 
Figura 10.20 Músculos	do	véu	palatino.	A.	Vista	posterior.	B.	Vista	sagital.	(adaptado	com	permissão	de	tank,	p.W.,	Gest,	t.R.	(2008).	Lippincott 
Williams & Wilkins atlas of anatomy.	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Palatoglosso
Levantador do
véu palatino
Tensor do véu palatino
Palatofaríngeo
Músculo da úvula
Levantador do
véu palatino
Epiglote
Palatofaríngeo
B
A
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Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 241
duro, e o dorso contra o véu palatino. Correndo longitu-
dinalmente para baixo do centro da língua há um sulco 
chamado sulco mediano longitudinal. Aproximadamente 
a dois terços do caminho para baixo do comprimento do 
dorso da língua, a partir da sua ponta, o sulco mediano 
longitudinal se intersecta com um ponto em forma de 
bifurcação chamado de sulco terminal, que corre transver-
salmente e é perpendicular à fissura mediana longitudinal. 
No ponto em que o sulco mediano longitudinal intersecta 
o sulco terminal, reside uma pequena abertura conhecida 
como forame cego. No limite posterior da raiz da língua, 
três pedaços de tecido surgem e ancoram a base da lín-
gua à superfície anterior (lingual) da epiglote. Essas são as 
pregas glossoepiglóticas mediana e lateral. Entre a prega 
glossoepiglótica mediana e cada uma das pregas glossoe-
piglóticas laterais estão pequenas depressões chamadas de 
valéculas. A superfície da língua tem uma aparência um 
pouco áspera. Isso é devido à presença de papilas por toda 
a superfície da língua anterior ao sulco terminal. Existem 
quatro tipos de papilas: filiforme, fungiforme, simples e 
valada. As papilas alojam as papilas gustativas, que são 
órgãos essenciais para o sentido do paladar.
a língua
A língua é uma estrutura complexa cuja importância 
não pode ser subestimada. Suas funções biológicas são de 
servir como principal órgão do paladar, assim como parti-
cipar no processo de mastigação e deglutição. A formulação 
dos sons da fala é secundária a essas funções. A língua é 
a estrutura mais importante, responsável por modificar as 
características de ressonância do trato vocal, e é também o 
articulador principal na produção de muitos sons conso-
nantais da língua.
Anatomia macroscópica
A Figura 10.21 fornece uma ilustração da anatomia 
macroscópica da língua. As duas partes principais da lín-
gua são a lâmina e a raiz. A lâmina é aquela parte da lín-
gua que é facilmente visível, enquanto a raiz está abaixo 
da lâmina e não pode ser vista com facilidade. A lâmina 
é ainda dividida em ponta, fronte e dorso. Se a língua forpressionada contra o teto da cavidade oral, a ponta ficará 
na direção dos dentes anteriores, a lâmina ficará na dire-
ção da crista alveolar, a fronte repousará contra o palato 
TABelA 10.1
Origens, inserções e ações dos músculos do véu palatino
Músculo Origem Inserção Ação
levantador	do	véu	
palatino
Ápice	da	porção	petrosa	do	
osso	temporal	e	estrutura	
cartilaginosa	da	tuba	
auditiva
Fibras	se	interdigitam	no	
véu	palatino
principal	levantador	do	véu	palatino;	ergue	o	véu	
palatino	para	cima	e	para	trás,	para	separar	a	
cavidade	nasal	da	cavidade	oral;	pode	auxiliar	no	
disparo	do	reflexo	faríngeo	de	deglutição
Músculo	da	úvula Espinhas	nasais	dos	ossos	
palatinos	e	aponeurose	
palatina	adjacente
Úvula	do	véu	palatino Encurta	e	eleva	o	véu	palatino	para	uma	selagem	
mais	forte	da	porta	velofaríngea	do	que	aquela	
que	o	levantador	do	véu	palatino	pode	realizar	
sozinho
palatoglosso	
(glossopalatino)
Superfície	anterior	do	véu	
palatino
Região	lateral	da	língua Com	a	língua	ancorada,	abaixa	o	véu	palatino,	mas	
não	com	tanta	força	quanto	o	palatofaríngeo;	
pode	auxiliar	no	disparo	do	reflexo	faríngeo	de	
deglutição
palatofaríngeo	
(faringopalatino)
Véu	palatino,	hâmulo	
pterigóideo	e	cartilagem	
da	tuba	auditiva
Corno	superior	da	
cartilagem	tireóidea	e	
parede	lateral	da	faringe
Fornece	maior	força	do	que	o	palatoglosso	no	
abaixamento	do	véu	palatino;	também	puxa	
o	véu	palatino	para	trás;	ajuda	a	guiar	o	bolo	
alimentar	para	a	laringofaringe
Constritor	superior	
da	faringe
placa	pterigóidea	medial,	
rafe	pterigomandibular,	
linha	milo-hióidea,	região	
lateral	da	língua
Rafe	faríngea	medial auxilia	o	levantador	do	véu	palatino	a	criar	maior	
selagem	da	porta	velofaríngea	puxando	a	parede	
faríngea	posterior	para	a	frente	enquanto	puxa	
as	paredes	laterais	para	dentro
tensor	do	véu	
palatino
Hâmulo,	espinha	e	ângulo	
do	osso	esfenoide
Borda	posterior	do	
osso	palatino	e	tecido	
conjuntivo;	musculatura	
do	véu	palatino
a	contração	unilateral	puxará	o	véu	palatino	para	
o	lado	e	levemente	para	baixo;	a	contração	
bilateral	achatará	o	véu	palatino	e	o	puxará	para	
baixo	levemente,	além	de	aumentar	a	tensão	
na	aponeurose	palatina;	também	abre	o	lúmen	
da	tuba	auditiva;	pode	auxiliar	no	disparo	do	
reflexo	faríngeo	de	deglutição
Capítulo 10.indd 241 23/6/14 11:12 AM
Parte 5 Anatomia, fisiologia e patologia do sistema articulatório/de ressonância242
na cavidade oral. Na superfície inferior da língua, a mem-
brana mucosa é relativamente fina. Ela é espessa, solta e 
livremente móvel na região posterior ao sulco terminal. 
Anterior ao sulco terminal, a membrana mucosa é fina e 
adere intimamente ao tecido muscular subjacente. A mem-
brana mucosa consiste em uma camada basal de tecido con-
juntivo chamada de cório. O cório tem uma consistência 
densa e ligeiramente parecida com feltro. Pode ser pensado 
como o “esqueleto” da língua.
A língua como um hidróstato muscular
A maior parte da língua é composta por tecido mus-
cular. Alguns dos músculos estão alojados completamente 
dentro da própria língua e são chamados de músculos 
intrínsecos. Outros músculos se originam em estruturas 
anatômicas fora da língua, mas se ligam a alguma parte 
dela (e, assim, são chamados de músculos extrínsecos). 
Além do osso hioide e do cório, existe relativamente 
pouco suporte esquelético para a língua. Em vez disso, a 
língua tem a capacidade de modificar sua forma e posi-
ção sem diminuir o seu volume no processo. Como tal, 
a língua atua como uma estrutura cheia de líquido que é 
incompressível. Obviamente, a língua não é preenchida 
por líquido, mas, em vez disso, é composta por tecido 
muscular. Essa arquitetura é chamada de hidróstato mus-
cular (Kier & Smith, 1985; Smith & Kier, 1989).
O cório da língua fornece alavancagem para oito mús-
culos (quatro intrínsecos e quatro extrínsecos) que atuam 
O terço posterior da língua possui aparência mais lisa 
do que a porção anterior. Diversas glândulas mucosas são 
encontradas aí, juntamente com tecido linfoide, conhecido 
como tonsilas linguais. Anteriormente na superfície infe-
rior da língua, você observará uma porção de membrana 
mucosa, verticalmente orientada, que corre da superfície 
inferior da língua para o assoalho da cavidade oral. Esse é o 
frênulo da língua.
É importante saber
Em	algum	momento,	você	pode	ter	ouvido	outra	pes-
soa	 dizer	 algo	 como	“a	 língua	 daquela	 pessoa	 é	 presa”.	
obviamente,	não	temos	a	capacidade	de	prender	as	nos-
sas	 línguas	com	nós!	o	termo	“língua	presa”	geralmente	
significa	que	a	pessoa	está	com	dificuldades	em	falar.	aliás,	
o	indivíduo	pode	ter	um	frênulo	da	língua	que	é	tão	curto	
que	 pode	 não	 fornecer	 à	 língua	 a	 mobilidade	 para	 se	
aproximar	da	crista	alveolar,	palato	duro	e/ou	véu	palatino.	
Certamente,	 é	 muito	 provável	 que	 isso	 possa	 provocar	
uma	articulação	 imprecisa	ou	 incorreta	dos	 sons	da	 fala	
que	exigem	que	a	língua	se	mexa	em	direção	ao	teto	da	
cavidade	oral.
A superfície externa da língua é uma membrana mucosa 
contínua com o revestimento de todas as outras estruturas 
Figura 10.21 anatomia	macroscópica	da	língua	e	estruturas	ao	redor.	(adaptado	com	permissão	de	tank,	p.W.,	Gest,	t.R.	(2008).	Lippincott 
Williams & Wilkins atlas of anatomy.	Baltimore:	lippincott	Williams	&	Wilkins.)
Prega glossoepiglótica mediana
Epiglote
Forame cego
Raiz da línguaSulco
terminal
Valada
Simples
Filiforme
longo
Fungiforme
Ápice (ponta)
Corpo da língua
Valécula
Prega glossoepiglótica
lateral
Tonsila lingual
Arco palatoglosso
Sulco mediano longitudinal
Papilas
linguais
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Capítulo 10 Anatomia e fisiologia do sistema articulatório/de ressonância 243
É importante saber
as	duas	metades	do	interior	da	língua	também	rece-
bem	 inervação	 neural	 e	 irrigação	 sanguínea	 indepen-
dente.	Em	distúrbios	neurológicos	nos	quais	metade	da	
língua	é	afetada	(p.	ex.,	paralisia	unilateral),	a	metade	não	
afetada	funcionará	adequadamente.	um	sinal	clínico	de	
paralisia	 unilateral	 da	 língua	 é	 o	 desvio	 da	 língua	 para	
o	 lado	paralisado,	 quando	é	 solicitado	que	o	paciente	
coloque	a	língua	para	fora.	Isso	ocorre	porque	os	mús-
culos	 não	 afetados	 irão	 se	 desequilibrar	 e	 mecanica-
mente	voltar	a	língua	para	o	lado	com	menos	resistência	
–	o	lado	paralisado.
Os músculos extrínsecos são responsáveis pela postura 
bruta da língua. Esses músculos incluem o genioglosso, estilo-
glosso, palatoglosso e hioglosso. As origens, inserções e ações 
desses músculos estão resumidas na Tabela 10.3. O palato-
glosso foi mencionado como um músculo do véu palatino 
(consulte Fig. 10.20). Os demais músculos extrínsecos estão 
ilustrados na Figura 10.23. Sendo um estudante astuto, você 
observará que todos esses músculos têm o termo “-glosso” 
(se referindo à língua) como a segunda parte do seu nome. A 
primeira metade do nome se refere à outra estrutura a qual 
o músculo está ligado (p. ex., “genio-”= queixo ou dentro 
da mandíbula; “estilo-”= processo estiloide; “palato-”= véu 
palatino; “hio-”= osso hioide).
entre si para efetuar os movimentos que a língua é capaz de 
produzir (Miller, Watkin & Chen, 2002). À medida que ela 
muda de forma e posição, o deslocamento para dentro em 
uma área da língua resulta no deslocamento para fora de 
outra área, preservando, assim, o volume da língua. A pro-
priedade hidrostática da língua permite que ela realize uma 
miríade de movimentos que incluem abaulamento, centra-
lização, ondulação, achatamento, ranhurar, lateralização, de 
ponta, protrusão, retração e se mover de um lado para outro, 
entre outros.
Os músculos intrínsecos da língua incluem os seguin-
tes: longitudinal inferior, longitudinal superior, transverso e 
vertical. A Tabela 10.2 resume as origens, inserções e ações 
desses músculos, enquanto a Figura 10.22 fornece ilustra-
ções deles. Deve-se observar que os músculos intrínsecos 
são todos considerados pareados, por causa da presença de 
uma cavidade orientada verticalmente

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