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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIHORIZONTES BACHARELADO EM DIREITO Beatriz Souza Azevedo O desafio da reintegração social do ex detento Belo Horizonte 2022 Beatriz Souza Azevedo O desafio da reintegração social do ex detento Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Unihorizontes, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Direito. Orientadora: Professora Marcia Rocha Belo Horizonte 2022 EPÍGRAFE A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar. Martin Luther King Para uso da comunidade acadêmica do Centro Universitário Unihorizontes. Resumo A pessoa que passa pelo Sistema Penitenciário Brasileiro, mesmo após ter cumprido a pena que foi estabelecida pelo Estado, estará marcada para sempre pelo fato de ser um ex-presidiário (a). Com esse “peso”, fica difícil conseguir um emprego e a tão almejada ressocialização. O presente estudo tem por finalidade desenvolver reflexões acerca das políticas públicas de inclusão desses ex-detentos no mercado de trabalho. O encarceramento por si só não contribui para a humanização, não permite aos condenados refletir e rever suas atitudes, esse retorno ao convívio social só é possível quando lhe é dado uma oportunidade de estudar e trabalhar. Um dos grandes desafios essas pessoas é o de encontrar uma oportunidade no mercado de trabalho, seja por falta de políticas sociais para a implantação de mais programas de reinserção, de profissionalização, de educação ou pelos empresários que tem medo, receio de contratar um ex-detento para sua empresa. A oferta de qualificação e de oportunidade de trabalho é considerada uma maneira de garantir que os mesmos se reinsiram na sociedade e não retornem ao mundo do crime. Tal reingresso nas funções sociais é fundamental para que esse objetivo seja atingido. É dever da sociedade e do Estado promover a ressocialização dessas pessoas da qual foram excluídas durante a pena. Ao final, concluiu-se pela complexidade das razões que levam a essas dificuldades, mas principalmente o preconceito social, que ainda é o grande obstáculo para a ressocialização do preso. É preciso que a sociedade reveja essa visão preconceituosa e passe a aceitar aquela pessoa que deseja uma segunda chance para recomeçar a sua vida. PALAVRAS-CHAVE: Reintegração. Ex-detentos. Sociedade. Políticas. Preconceito. ABSTRACT The person who passes through the Brazilian Penitentiary, even after having served the sentence that was established by the State, will be marked for without because it is a prison-fact. With this “weight”, it is difficult to get a job and the so desired resocialization. The purpose of this study is to develop public policies for the inclusion of these ex-detainees in the labor market. Incarceration alone does not allow convicts to reflect and review their attitudes, this return does not contribute to a social opportunity that is only possible when it allows them to study and work. A great challenge for these people is to find an opportunity in the job market, either because of the lack of social policies to implement more programs for reinsertion, professionalization, education for professionals who are afraid, remuneration or hiring a ex-inmate to your company. The offer of qualifications and job opportunities is considered a way to ensure that they re-enter society and are not remunerated in the world of crime. Such re- entry into social functions is essential for this objective to be achieved. It is society and the State that promotes the resocialization of the people they were educated during their sentence. In the end, it was concluded by the complexity of the reasons that still lead to these difficulties, mainly social prejudice, which is the great obstacle to resocialization. It is necessary for society to review this prejudiced view and begin to accept that person who wants a second chance to start over again. your life. KEYWORDS: Reintegration. Former inmates. Society. policies. Preconception. Introdução Os graves problemas carcerários do Brasil têm levado o poder público e a sociedade a refletir sobre a atual política de execução penal, fazendo emergir o reconhecimento da necessidade de repensar esta política, que, na prática, privilegia o encarceramento maciço, a construção de novos presídios e a criação de mais vagas em detrimento de outras políticas. A Lei de Execução Penal (LEP) brasileira, Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984, enfrenta obstáculos na aplicação de muitos de seus dispositivos. Em seu Art. 1o, a lei apresenta o objetivo de “efetivar as disposições da sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado” (Brasil, 1984). A legislação tenta, de um lado, garantir a dignidade e a humanidade da execução da pena, tornando expressa a extensão de direitos constitucionais aos presos e internos, e, de outro, assegurar as condições para a sua reintegração social. No Art. 10 está disposto que “a assistência ao preso e ao internado como dever do Estado objetiva prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade, estendendo-se esta ao egresso” (Brasil, 1984). A LEP prevê, entre as atenções básicas que devem ser prestadas aos presos: assistência psicológica, educacional, jurídica, religiosa, social, material e à saúde. Os ideais previstos pelos legisladores trouxeram para o cerne da discussão polêmicas em torno do conceito de ressocialização (Bitencourt, 2007), finalidade atribuída à prisão moderna e base da concepção de execução penal prevista na LEP. Embora a literatura revele a existência de controvérsias em torno do tema da ressocialização (Baratta, 2007), qualquer das posições traz propostas de ações que têm como finalidade impactar na trajetória de vida dos indivíduos encarcerados (Julião, 2009). Entre os especialistas, predomina a opinião sobre a incapacidade da prisão no que se refere à ressocialização do condenado, de modo que é difícil defender que esse possa ser um de seus objetivos (Salla e Lourenço, 2014). Os ataques mais severos advêm dos adeptos da criminologia crítica, que censuram a ressocialização por implicar na violação do livre-arbítrio e da autonomia do sujeito, uma vez que a ideia de tratamento ou correção do indivíduo que sustenta esta perspectiva pressupõe que se deva anular a sua personalidade, suas ideologias e suas escalas de valores para adequá-lo aos valores sociais tidos como legítimos. Haveria ainda um paradoxo: como esperar que indivíduos desviantes se adequem às regras sociais segregando-os completamente da sociedade e inserindo-os em um microcosmo prisional com suas próprias regras e cultura? (Bitencourt, 2007). Todavia, a opinião quase consensual de que a prisão não é capaz de ressocializar não implica em consenso sobre os rumos que deveriam ser dados à prisão. Quanto a isto, Baratta (2007) aponta duas grandes posições: a realista e a idealista. Os adeptos da posição realista, partindo da premissa de que a prisão não é capaz de se constituir em espaço de ressocialização, defendem que o máximo que ela pode fazer é neutralizar o delinquente. Em decorrência, se alinham ao discurso oficial da prisão como prevenção especial negativa – neutralização ou incapacitação do delinquente –, que está na base do recrudescimento das estratégias de contenção repressiva. No extremo oposto estão os que se inserem na posição idealista, que permanecem na defesa da prisão como espaço de prevenção especial positiva (ressocialização). Mesmo admitindo seu fracassopara este fim, advogam que é preciso manter a ideia da ressocialização, já que seu abandono acabaria reforçando o caráter exclusivamente punitivo da pena, dando à prisão a única função de excluir da sociedade aqueles que são considerados delinquentes. Para Baratta (2007), nenhuma dessas duas posições é aceitável. Para o autor, a prisão, do modo como se apresenta, é de fato incapaz de promover a ressocialização; ao contrário, o que ela tem produzido realmente são obstáculos ao alcance deste objetivo. No entanto, apesar deste reconhecimento, Baratta (op. cit.) sustenta que o intuito não deve ser abandonado, mas reconstruído e, nesta reconstrução, propõe a substituição dos termos ressocialização e tratamento pelo de reintegração social. A seu ver, ressocialização e tratamento denotam “uma postura passiva do detento e ativa das instituições: são heranças anacrônicas da velha criminologia positivista que tinha o condenado como um indivíduo anormal e inferior que precisava ser (re)adaptado à sociedade, considerando acriticamente esta como ‘boa’ e aquele como ‘mau’” (Baratta, 2007, p. 3). Em oposição, o termo reintegração social pressupõe a igualdade entre as partes envolvidas no processo, já que requer a “abertura de um processo de comunicação e interação entre a prisão e a sociedade, no qual os cidadãos reclusos se reconheçam na sociedade e esta, por sua vez, se reconheça na prisão” (Baratta, 2007, p. 3). Seguindo essa mesma linha argumentativa, Alvino de Sá acrescenta que a oposição aos termos reabilitação e ressocialização se dá pela responsabilidade que a sociedade passa a ter neste processo. Retomando suas palavras, “pela reintegração social, a sociedade (re)inclui aqueles que ela excluiu, através de estratégias nas quais esses excluídos tenham uma participação ativa, isto é, não como meros ‘objetos de assistência’, mas como sujeitos” (Sá, 2005, p. 11). Superlotação e fundamentais da Constituição Federal Diante da situação nas penitenciárias, ocorre violação generalizada de direitos fundamentais dos presos no tocante à dignidade, higidez física e integridade psíquica, a superlotação carcerária e a precariedade das instalações das delegacias e presídios, mais do que inobservância, pelo Estado, da ordem jurídica correspondente, configuram tratamento degradante, ultrajante e indigno a pessoas que se encontram sob custódia. As penas privativas de liberdade aplicadas em nossos presídios convertem-se em penas cruéis e desumanas, os presos tornam-se lixo digno do pior tratamento possível, sendo-lhes negado todo e qualquer direito à existência minimamente segura e salubre. Nesse contexto, diversos dispositivos, contendo normas nucleares do programa objetivo de direitos fundamentais da Constituição Federal, são ofendidos como: o princípio da dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III); a proibição de tortura e tratamento desumano ou degradante de seres humanos (artigo 5º, inciso III); a vedação da aplicação de penas cruéis (artigo 5º, inciso XLVII, alínea “e”); o dever estatal de viabilizar o cumprimento da pena em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e sexo do apenado (artigo 5º, inciso XLVIII); a segurança dos presos à integridade física e moral (artigo 5º, inciso XLIX); e os direitos à saúde, educação, alimentação, trabalho, previdência e assistência social (artigo 6º) e à assistência judiciária (artigo 5º, inciso LXXIV). Todavia, a superlotação de presídios é uma verdadeira afronta aos direitos e garantias individuais do recluso, mais do que isso os presos não são respeitados dentro ou fora do ambiente carcerário, não são tratados como seres humanos pela sociedade, e sim coisas amontoadas em um verdadeiro campo de concentração. Portanto, uma violação aos direitos humanos, pode chegar a constituir uma forma de trato cruel, desumano e degradante, vulnera o direito à integridade pessoal e outros direitos humanos reconhecidos internacionalmente, conforme dita a Análise da Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos em matéria de integridade pessoal e privação de liberdade. Segundos dados estatísticos do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (lnfopen) de 2019, são apontados que no Brasil possui uma população prisional que ultrapassa os 800.000 mil pessoas privadas de liberdade em todos os regimes. Estes dados demonstram que as prisões encontram-se abarrotadas, não fornecendo ao preso a sua dignidade, a superlotação prisional que se encontra no Brasil é diversa do artigo 85 da Lei de Execução Penal, o qual prevê “O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade”. Devido a esta lotação de presos, há uma grande dificuldade na separação dos presos considerados de alta periculosidade dos que cometeram crimes mais leves, fazendo assim, que ambos convivam juntos, ferindo mais uma vez o que preceitua o artigo 84 da LEP, dispondo que: “art.84. o presos provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado. §1°: o preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada para os reincidentes”. (LEI DE EXECUÇÃO PENAL N° 7.210/84) A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados – APAC’s, é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que desenvolve um trabalho para a recuperação e reintegração social de condenados as penas privativas de liberdade nos regimes fechado, semiaberto e aberto, bem como socorrer a vítima e proteger a sociedade. Está apresenta aos próprios presos, que estes são responsáveis pela sua própria recuperação contendo assistência espiritual, médica, psicológica e jurídica prestada pela comunidade, a segurança e a disciplina do presídio são feitas com a colaboração dos recuperandos, tendo como suporte funcionários, voluntários e diretores das entidades, sem a presença de policiais e agentes penitenciários. Em Minas Gerais tem sido dedicado a implantação de novas APAC’s, a unidade pioneira foi na cidade de Itaúna, em 1986, também foram implantadas APAC’s em outros Estados do Brasil como, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul e já fora implantada em países como, Estados Unidos, Austrália, Chile, México, Nigéria, Nova Zelândia, Paquistão entre outros países. O método utilizado desde de dezembro de 2011 foi o “Projeto Novos Rumos na Execução Penal”, visando a criação de novas APAC’s no Estado, como alternativa na humanização do condenado. Este Projeto atualmente é coordenado pelo Desembargador Joaquim Alves de Andrade, apresentando o Método APAC, orientando as Comarcas e municípios interessados em implantar e desenvolve-lo, como medida de defesa social. Faz-se necessário tratar dos elementos que fundamentam este Método de valorização humana, sem que haja a ausência da finalidade punitiva da pena, buscando a recuperação do condenado e sua reinserção no convívio social, um dos requisitos da LEP que não vem sendo cumprindo, haja vista o grande número de reincidência no sistema comum. Ótica de reestabelecimento de um ex-detento a convivência social Trazendo para uma ótica de reestabelecer um ex-detento a convivência social por meio de políticas humanísticas, tornar sociável aquele que se desviou do caminho pela prática de condutas ilícitas, no cenário atual é bem difícil, pois para isso tornar realidade irá depender da sociedade, tendo em vista que, este serão alicerces que iram oferecer oportunidades ao reeducando, e condições para que ele consiga se regenerar e, dessa forma, não voltar mais a realizar o mesmo crime. A ressocialização por sua vez tem a intenção de propiciar a dignidade e tratamento humanizado, mantendo a honra e a autoestima do detento, permitindo que este indivíduo tenha um acompanhamento psicológico, projetos de profissionalização e incentivosque colaborem para que os direitos básicos do condenado sejam realizados e priorizados. Para esse fim, a atuação da sociedade na inclusão do condenado a convivência social é essencial para a ressocialização supra efeitos positivos, pois reitera o preconceito existente para com esses indivíduos que estão reintegrando ao meio social, em busca de remissão pelos seus atos ilícitos praticados em algum momento de sua vida. Existem diversos desafios percorridos por esses indivíduos após conquistarem a liberdade, a sociedade a frente da violência e criminalidade, se deixa levar pelo preconceito criado pelos meios de divulgação e acaba seguindo uma compostura. Porém, o principal obstáculo enfrentado pelos ex-condenados é entrar no mercado de trabalho, contudo, por serem ex-presidiários, a maioria não possui ensino fundamental completo e sequer profissional, sendo impossível serem inseridos em qualquer emprego. Evitando assim, que estes ex-detentos voltem ao convívio social contribuindo de meio direito para o aumento de reincidência no país, para que essa realidade mude os presídios teriam que oferecer as condições necessárias, uma delas é a classificação dos detentos função está se faz na individualização da pena. O Método APAC tem como alicerce o estabelecimento de uma disciplina rígida, caracterizada por respeito, ordem, trabalho e o envolvimento da família do sentenciado. E tem como filosofia “matar o criminoso e salvar o homem”, pois por meio do Método desenvolvido a execução penal deveria mostrar-se eficiente, eliminando os fatores criminógenos na personalidade e modus vivendi do apenado, alcançando assim seu objetivo de remir-se do crime reformando o criminoso. O trabalho desenvolvido pela APAC é baseado em 12 (doze) elementos fundamentais, quais sejam: a) participação da comunidade; b) ajuda mútua entre os recuperandos; c) o trabalho; d) a religião; e) assistência jurídica; f) assistência à saúde; g) valorização humana; h) integração da família; i) trabalho voluntariado; j) centro de reintegração social (CRS); k) conquistas de benefícios por mérito; l) jornada de libertação em Cristo, que foram descobertos depois de longos estudos e tentativas frustradas para alcançar índices satisfatórios. A APAC é apenas um exemplo de diversas outras existentes no Brasil, que ajudam com educação, dignidade e humanidade para que estes indivíduos tenham chance de restabelecer na sociedade novamente. Há vários outros métodos de recuperação do preso, uma delas é o estudo onde o detento estuda dentro do presídio e poderá também ganhar remição em sua pena. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto pode remir um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar, definida por atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, superior, ou ainda de requalificação profissional. De acordo coma Recomendação n. 44 do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, para a remição por estudo devem ser consideradas o número de horas correspondentes à efetiva participação do apenado nas atividades educacionais, independentemente de aproveitamento, exceto quando o condenado for autorizado a estudar fora do estabelecimento penal. Neste caso, o condenado terá de comprovar, mensalmente, por meio de autoridade educacional competente, tanto a frequência, quanto o aproveitamento escolar. Estas atividades podem ser desenvolvidas de forma presencial ou pelo Ensino a Distância (EAD), modalidade que já é realidade em alguns presídios do país, desde que certificadas pelas autoridades educacionais competentes. A norma do CNJ possibilita também a remição aos presos que estudam sozinhos e, mesmo assim, conseguem obter os certificados de conclusão de ensino fundamental e médio, com a aprovação no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA) e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), respectivamente. Nesse sentido, Albergaria (1996) expõe de forma contrária ao descrito anteriormente que: “[...] a reeducação ou escolarização de delinquente é educação tardia de quem não logrou obtê-la em época própria [...]”. (ALBERGARIA, p. 26, 1996) Deste modo, a educação é um direito amplo e não um benefício, pois o art. 41, inciso VII da LEP prevê a assistência educacional ao apenado e a própria CRFB/1988, em seu art. 205, versa que a educação é um direito de todos e um dever do Estado e da própria família, devendo ser promovida e estimulada com o auxílio da sociedade, buscando o desenvolvimento da pessoa, dando conhecimentos para o trabalho. A leitura, por sua vez, também é um meio de reintegração do apenado, pois possibilita a facilidade de remir a pena por meio da leitura. Conforme a Recomendação n. 44 do CNJ, deve ser estabelecida a remição pela leitura como meio de atividade complementar, especialmente para apenados aos quais não sejam assegurados os direitos ao trabalho, educação e qualificação profissional. Para isso, há necessidade de elaboração de um projeto por parte da autoridade penitenciária estadual ou federal visando à remição pela leitura, assegurando, entre outros critérios, que a participação do preso seja voluntária e que exista um acervo de livros dentro da unidade penitenciária. De acordo com a norma, o preso deve ter o prazo de 22 a 30 dias para a leitura de uma obra, apresentando ao final do período uma resenha a respeito do assunto, que deverá ser avaliada pela comissão organizadora do projeto. Cada obra lida possibilita a remição de quatro dias de pena, com o limite de doze obras por ano, ou seja, no máximo 48 dias de remição por leitura a cada doze meses. No que tange ao exposto, Gomes (2008) diz que: “é fundamentalmente uma forma de poder que potencializa virtudes e pessoas. O direito à educação é muito mais do que um direito à sala de aula. É um direito proeminente à maior qualidade de vida. A singularidade do sistema prisional e a pluralidade dos sujeitos detentos reivindica uma educação prisional que deixe de ser pensada como um benefício e seja vista como a razão de ser do sistema prisional”. (GOMES, p.44, 2008) Mas, independentemente da remição, a leitura virou hábito entre presos. E outros benefícios são considerados tanto por presos, quanto por profissionais que atuam junto ao sistema. Condenado há nove anos por estupro, um dos mais banidos pela sociedade, um preso de 43 anos acredita que esteja evoluindo enquanto ser humano, através dos livros. A religião vem de suma importância na questão da ressocialização já que ela proporciona uma convivência integralizada dos indivíduos, consegue despertar sentimentos que muitas vezes são deixados de lado devidos o maltrato que estão sujeitos na prisão, podemos ter como alguns sentimentos o perdão a paciência dentre outros. A mesma traz aos condenados uma nova forma de afrontar a situação que estão, não só na questão da vivencia dentro do presidio, mas também quando saírem, vendo sua saída de forma positiva que poderá conseguir uma verdadeira ressocialização e terá reais oportunidades de começar uma vida nova. A dignidade no trato enquanto ser humano é um direito inerente a todos os indivíduos, por esse motivo os problemas estão aí e se tornam cada vez maiores, existem as ideias do que possa ser feito para que possa ser transformada a situação, as leis estão à disposição de todos, mas não bastam apenas normas se elas não são cumpridas como devem, é necessário colocar em prática de maneira efetiva as normas existentes em nosso ordenamento bem como a LEP que tem-se como uma normatização específica a respeito do assunto. Portanto, a situação nos presídios brasileiros é caótica e não atendem às finalidades essenciais da pena quais sejam punir e recuperar. É necessário que sejam implementadas políticas públicas voltadas para a organização desse sistema e promover uma melhor efetivação da Lei de ExecuçãoPenal. Os meios de Inclusão do Trabalho no Sistema Prisional O desenvolvimento profissional do preso é fundamental no sistema prisional, é a única forma da sociedade mostrar ao criminoso uma forma diferente de trabalhar e manter- se. Neste caso, faz-se referência ao criminoso profissional, se o sistema prisional oferecer ao preso uma formação profissional aceita pela sociedade, demonstrando a ele formas de lucrar licitamente com aquela formação que recebeu, este quando sair da prisão, terá capacitação profissional para manter um estilo de vida lícito. Para isso, as condições de trabalho no sistema prisional devem atender aos princípios de higiene e salubridade, além dos princípios constitucionais de segurança do trabalho, o ambiente do trabalho prisional deve ser melhor que os demais ambientes prisionais, de forma que o preso trabalhador se sinta motivado a sair da cela para uma oficina, devendo-se optar no sistema prisional por espécies de trabalho que supram as necessidades pessoais do condenado, sejam compatíveis com sua inteligência, com suas habilidades específicas. Conforme Hassem (1999) cita o caso de presos urbanos que são encaminhados para penitenciárias agrícolas, as condições de trabalho, para este trabalhador serão infamantes, aviltantes, posto que não respeita o que ele será. Assim, o trabalho do preso não deve ser visto unicamente como forma de ele pagar sua dívida com a sociedade, mas como a forma dele optar por uma nova forma de viver, durante o cumprimento da pena e após seu cumprimento, na vida em liberdade, para que não volte a delinquir. Um ponto negativo do sistema que não reeduca o preso, não lhe oferece trabalho, mas apenas segrega o condenado pela prática de crimes, transformando as prisões em depósitos temporários de seres humanos indesejados pela sociedade, existe uma enorme probabilidade de reincidência, tanto para o criminoso profissional, posto que não foi ressocializado, como para o criminoso eventual, já que pode pesar sobre si o estigma da prisão, sua rotulação e consequente segregação do convívio social. Este indivíduo que não é reincidente em potencial acaba se tornando um criminoso profissional por pura falta de opção. Neste estágio em que se apresenta o sistema, pode-se dizer que a incidência é o que gera a reincidência. Em vista disto, a busca por melhores condições de sobrevivência impulsionou a sociedade para uma evolução tão grande que criou a necessidade da existência de uma mega estrutura estatal de resolução de conflitos, que atualmente no Brasil aplica- se a segregação temporária do infrator das normas sociais, fazendo-se necessário para a manutenção da ordem, mas acontece que o sistema além de punir muito pouco do total de infrações ocorridas, pune mal, pune somente por punir. Sendo, necessário pensar em uma forma que habilite o infrator das normas sociais a conviver pacificamente em sociedade, formula ainda não encontrada. Alguns modelos ideais são propostos com bastante frequência, entretanto, nem tudo que é ideal é viável. O Estado precisa dispender dinheiro para a prevenção de desigualdades sociais e solução de problemas emergentes, como a saúde da população, sendo difícil encontrar uma forma de conseguir dinheiro para ressocializar os indivíduos que violam as leis. Onde, a proposta, então, é que o indivíduo segregado do convívio social pelo aprisionamento tenha no trabalho lícito e prazeroso uma nova forma de viver em harmonia com os demais. Na qual este trabalho apresenta-se como solução, pois a sociedade vê o trabalho como algo necessário, e o homem trabalhador como virtuoso, e por consequência, aceito. Entretanto, o trabalho, no sistema prisional, ainda não atingiu a todos os presos, vezes por falta de vagas em oficinas ou empresas, e por conta dos presos não quererem trabalhar. Sendo assim, o trabalho no sistema é direito e também uma obrigação imposta ao preso e tem como finalidades reduzir ou acabar com a ociosidade destes, ociosidade esta que no sistema prisional nunca é benéfica quando por longos períodos, assim como é na vida de qualquer pessoa livre. Aquele preso que tem no crime seu meio de subsistência, como trabalho habitual a prática do ilícito penal, seja qual for o crime estelionatos, tráfico ilícito de entorpecentes, homicídio, entre outros, o trabalho no sistema serve como forma de incutir uma nova forma de ver o trabalho, nova forma de lidar com o dinheiro e de ganhar dinheiro, incutindo valores e demonstrando a viabilidade de viver dignamente dentro da licitude. Para os presos que não tem o crime como meio de vida o trabalho é importante no sentido de retirar da ociosidade, já que para o preso que praticou um crime por deslize, ou qualquer outro fator que não a obtenção de dinheiro, não para a subsistência sua e da família, dificilmente voltará a delinquir, pois o castigo nestes casos costuma funcionar, entretanto poderá voltar a delinquir se, ao chegar na sociedade, for descriminado por sua condição de egresso do sistema, pelo que poderá praticar crimes, inclusive com o aprimoramento técnico do que aprendeu com os colegas de cárcere que utilizavam o crime para sobreviver. Com isso, é importante estudar formas de reinserção no seio de onde ele habitará, quando sair da prisão, e onde viverá com sua família, formas essas que poderão dar melhoria de vida e manter suas mentes sempre ocupadas, longe de pensamentos ilícitos, pois após se redimir o ex-detento apenas deseja se reintegrar dentro da sociedade. Assim, para ambos os casos o trabalho é importante, e deve ser executado da forma mais digna e prazerosa possível, dada sua importância. CONCLUSÃO O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise da ressocialização dos detentos, que se tratou do ato de reingresso no mercado de trabalho em ambiente dentro das penitenciárias ao invés de algum estabelecimento particular. Essa insatisfação com o ambiente predomina no próprio sistema prisional pois cria um ambiente propício para um comportamento ainda mais violento por parte do detento. Dessa forma, esta pesquisa tentou contribuir para a reinserção do ex-detento no mercado de trabalho, a mesma tem como função proporcionar condições harmônicas ao condenado para a integração social. De fato, o trabalho dentro do sistema prisional não é somente possível como já se apresenta como uma realidade em alguns Estados pelo Brasil. Portanto, a ressocialização de ex apenados surge como forma de resgatar a dignidade humana destes indivíduos. O objetivo desta pesquisa foi o sistema prisional para a ressocialização dos detentos com base nos problemas da superlotação, da importância da ressocialização dos detentos e nos meios de inclusão do trabalho no sistema prisional. Esta questão levantada na pesquisa foi respondida no desenvolvimento da pesquisa quando o Estado possui o dever de promover a reintegração dos detentos à sociedade da qual foi segregado durante a pena, a contribuição desse reingresso seria o trabalho se tornar um instrumento produtivo que atuará como propulsor de uma educação, ou reeducação do detento. Assim, a ressocialização como meio de trazer de volta aqueles indivíduos que um dia fizeram parte da sociedade, sejam beneficiados pela inclusão do trabalho, meios estes que proporcionaram aos detentos um mecanismo onde trará oportunidades de retornar a trabalhar e poder sustentar suas famílias como muitos possuem. Afinal, a prática da ressocialização dos detentos a sociedade significa dizer que irá ter mão de obra disponível para o Estado e menos frequência de infrações penais pelas cidades. Contudo, pudemos abordar também a metodologia pedagógica aos condenados, está por sua vez, traz uma nova forma de afrontar a situação que estes se encontram, não só na questão da vivencia dentro do presidio, mas também quando saírem, vendo sua saída de forma positivaque poderá conseguir uma verdadeira ressocialização e terá reais oportunidades de começar uma vida nova. Portanto, de qualquer modo, é possível concluir que não há nenhuma norma que proíba expressamente a prática da ressocialização dos apenados no sistema prisional, pelo contrário há normas regulamentadoras que deixam clara o viés deste tema. Diante disto, é fundamental ocorrer mudanças extremas neste sistema como a modernização de estruturas penitenciarias, a descentralização com a edificação de novas cadeias pelas cidades, a ampliação da assistência jurídica, melhorias na assistência médica, social e psicológica, a expansão de novos projetos que visem à ocupação e o trabalho do detento, separar presos reincidentes dos primários, acompanhar a reintegração social dos reclusos, oferecer garantias de retorno ao mercado de trabalho e outras providencias se fazem necessárias. Referencias BARATTA, A. Ressocialização ou controle social: uma abordagem crítica da reintegração social do sentenciado. Alemanha: Universidade de Saarland, 2007. Disponível em: . Acesso em: 14 maio 202021. 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