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TCC - Direito Penal -O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E OS DESAFIOS DA RESSOCIALIZAÇÃO

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E OS DESAFIOS DA RESSOCIALIZAÇÃO 
TÚLIO JOSÉ DA SILVA CARVALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campos dos Goytacazes 
2021.1 
 
 
 
TÚLIO JOSÉ DA SILVA CARVALHO 
 
 
O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E OS DESAFIOS DA RESSOCIALIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo Científico Jurídico apresentado à 
Universidade Estácio de Sá, Curso de Direito, 
como requisito parcial para conclusão da 
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso. 
 
 
Orientadora: Professora Cristiane Dupret 
Filipe Pessoa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Campos dos Goytacazes 
2021.1 
 
RESUMO 
 
O objetivo deste trabalho é transparecer o crescimento e a veracidade do 
sistema carcerário brasileiro que tem como propósito o reestabelecimento do detendo, 
e se ela realmente funciona. O estudo é de grande importância tendo em vista a triste 
realidade que se presencia e é mostrada pela mídia com relação aos presídios. O 
embaraço desta pesquisa é se é cabível a recapacitarão do criminoso à frente da crise 
no sistema carcerário brasileiro. O propósito do presente trabalho é tratar sobre o 
sistema carcerário em si, como sua condição, os regimes de pena, o sistema adotado, 
dentre outros, e principalmente evidenciar as causas da crise no sistema carcerário, 
assim como manifestar elucidações para a decifração desse empecilho. 
 
 
Palavras-chave: Prisional. Crise. Ressocialização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1.INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 2 
2.DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 4 
2.1SURGIMENTO DAS PRISÕES ........................................................................... 4 
2.2.O SISTEMA CARCERÁRIO NO BRASIL E OS DESAFIOS DA 
RESSOCIALIZAÇÃO ............................................................................................... 5 
2.2.1.PRISÃO NO BRASIL ...................................................................................... 5 
2.2.2.CRITÉRIOS LEGAIS DE TRATAMENTO DO PRESO ................................... 8 
2.2.3.DIREITO A RESSOCIALIZAÇÃO ................................................................... 9 
2.2.4.CRISE NO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO .......................................... 11 
2.2.5.RESSOCIALIZAÇÃO .................................................................................... 14 
2.2.6.A INEFICIÊNCIA DO SISTEMA PRISIONAL ................................................ 16 
3.CONCLUSÃO ........................................................................................................ 18 
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema central a crise no 
sistema prisional brasileiro e os desafios da ressocialização do apenado perante a 
sociedade, de forma sinônima serão usadas as expressões crise no sistema 
carcerário e crise no sistema prisional. Tendo como objetivo central o estudo 
detalhado visando uma solução justa a respeito ressocialização do apenado ao voltar 
para a sociedade em meio à crise existente no sistema prisional brasileiro por onde 
ele passou e seus reflexos nessa reintegração, e os desafios que podem ser 
enfrentados. 
Partindo de uma evolução histórica onde mostra diferentes tipos de sanções, 
desde quando perda da liberdade na antiguidade, tinha a visão do encarceramento 
não no sentido de pena, mas sim baseado na vingança, moral e da religião, onde as 
primeiras maneiras de punir o infrator era desalojando o mesmo da convivência de 
outras pessoas para que ele não persuadisse os demais dentro do corpo social, até o 
surgimento das prisões, e a mudança de visão quanto a perda de liberdade. Podemos 
perceber que diferente de uma evolução temos um sistema que caminha a passos 
lentos, com diversos problemas, que passam desde situações internas, como 
estrutura, superlotações, violência, organização até a omissão do estado diante disso. 
Com o objetivo de evidenciar os problemas dentro das prisões e tentar entender se 
realmente é possível dizer que o objetivo ressocializador está sendo atendido e 
mostrar quais as possíveis alterações podem ser feitas para que esta meta tenha um 
efetivo cumprimento. 
Foi utilizado como base do artigo o método pesquisa aplicada (investigação 
qualitativa), através de pesquisa bibliográfica, na legislação e doutrinas específicas. 
O presente Trabalho de Conclusão de Curso busca apresentar os principais 
problemas do sistema prisional e o que pode ser feito para se obter uma efetiva 
ressocialização do apenado para seu ingresso à sociedade. Essa recuperação se dá 
através da educação? Quais as estruturas adequadas para com os detentos nessa 
reintegração perante a sociedade? 
O presente estudo elencado neste Trabalho de Conclusão de Curso é de muita 
relevância, tendo em vista que estamos tratando não só da história, evolução, tipos 
de pena, estrutura, condições de habitação nas penitenciárias brasileiras, mas como 
3 
 
principal foco na crise que assona esse sistema. Estamos levantando os desafios dos 
apenados nessa volta à sociedade, em como esses presidiários viveram lá dentro, se 
as condições foram boas para uma melhora pessoal como um todo, para que ele volte 
melhor do que entrou lá e não volte a cometer os mesmos ou outros erros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1. SURGIMENTO DAS PRISÕES 
 
A perda da liberdade existe desde as antiguidades, mas no passado, a visão 
do encarceramento não era no sentido de pena, mas sim baseado na vingança, moral 
e da religião. 
Uma das primeiras maneiras de punir o infrator era desalojando o mesmo da 
convivência de outras pessoas para que ele não persuadisse os demais dentro do 
corpo social. 
 
Na antiguidade os infratores eram mantidos encarcerados até que 
saísse o julgamento a eles serem impostos, penas que naquele 
período era destinado ao castigo físico, os infratores eram tratados de 
maneira desumana, passando por torturas e humilhações, onde foi 
citado por Bittencourt (2011 pg. 28) usando como exemplo o “Código 
de Hamurabi”. 
 
Os prisioneiros não tinham um local específico para serem condicionados 
enquanto aguardassem a pena, ficavam então em locais sem nenhuma estrutura, 
como por exemplo, torres e conventos abandonados. 
Na Idade Média surgiu indícios de dois tipos de prisões, a de Estado e 
Eclesiástica: 
Prisão de Estado: onde o objetivo era impor penas para opositores do poder Real ou 
Senhorial que tenham realizado alguma traição aos inimigos políticos. Eram 
encarcerados a espera de suas penas impiedosas, e então eram detentos temporários 
ou perpetuamente. 
Prisão Eclesiástica: Voltada as Clérigos, onde as penas eram canalizadas a 
meditações, penitencias e orações. Também tinha as sanções onde os passavam por 
algumas circunstâncias torturantes e se sobrevivessem, seria o mesmo que Deus ter 
ajudado, e então eram absolvidos pelos atos praticados. 
No final da Idade Média, por volta do século XV, a força da religião começa a 
reflexionar efeito na sociedade que começa a mudar de visão sobre as penas, e 
começa como, por exemplo, a usar a prisão canônica, focada na Oração, Meditação 
e Penitência. 
Falando sobre a Idade Moderna, A partir dos séculos XVI e XVII o alto índice 
de pobreza foi acrescendo na Europa, consequentemente os delitos aumentavam, 
5 
 
pois, os menos afortunados precisavam sobreviver de alguma maneira. A pena de 
morte e a tortura nessa época não era mais viável, pois o número de criminososera 
grandioso, houve então a necessidade de uma revolução no sistema Penal e diante 
deste caos surge na Inglaterra algumas modificações nas penas privativas de 
liberdade, alterando sua finalidade baseada na correção dos apenados por meio de 
disciplina e trabalho. 
 
2.2. O SISTEMA CARCERÁRIO NO BRASIL E OS DESAFIOS DA 
RESSOCIALIZAÇÃO 
 
2.2.1. PRISÃO NO BRASIL 
 
Através de uma visão ampla, podemos averiguar que a involução dentro do 
sistema prisional Brasileiro é ascendente com o transcorrer dos anos, em um 
levantamento feito pelo INFOPEN, em 1989 o Brasil tinha cerca de 90 mil presos, hoje 
esse número é de no mínimo 800 mil, ficando claro que a violência no país só vem 
piorando. O Brasil encontra-se em terceiro lugar como o país com a maior população 
carcerária no mundo e vem aprisionando cada vez mais. 
Quando observamos uma informação como essa, da elevação significativa de 
penitenciários, podemos imaginar que a prática de crimes não tenha diminuído, e a 
pratica de atos ilícitos não tem apresentado queda enquanto o número de presidiários 
só aumenta. 
O número de presos condenados, que diz respeito a aqueles que deverão 
cumprir, pelo menos parte de sua prisão em uma unidade prisional, cresceu 
significativamente, enquanto o número de presos provisórios, o que causa o maior 
número na lotação dos presídios, só vem aumentando. 
O Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias traz informações de 
todas as unidades prisionais brasileiras, incluindo dados de infraestrutura, recursos 
humanos, vagas, gestão, assistências, população prisional, perfil dos presos, entre 
outros. 
Considerando presos em estabelecimentos penais e presos detidos em outras 
carceragens, o Infopen 2019 aponta que o Brasil possui uma população prisional de 
6 
 
aproximadamente 773.151 pessoas privadas de liberdade em todos os regimes. Caso 
sejam analisados presos custodiados apenas em unidades prisionais, sem contar 
delegacias, o país detém 758.676 presos. 
Em sua rede social, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que o 
número significa menos bandidos nas ruas. 
O percentual de presos provisórios (sem uma condenação) manteve-se estável 
em aproximadamente 33%. O crescimento da população carcerária que, de acordo 
com projeção feita em dezembro de 2018, seria de 8,3% por ano, não se confirmou. 
De 2017 para 2018, o crescimento chegou a 2,97%. E do último semestre de 2018 
para o primeiro de 2019 foi de 3,89%. 
 
“Estes dados são reflexo de uma política criminal populista e ineficaz. 
O Brasil encarcera muito e de maneira desordenada, não oferece 
condições dignas nas prisões, sendo precários os acessos à saúde ao 
trabalho (18%) e à educação (14%). Os dados revelam uma crise 
crônica e que exige medidas urgentes para sua superação, por meio 
da revisão da legislação, ampliando, por exemplo, as alternativas 
penais para crimes sem violência, revisão da Lei de Drogas, e redução 
das prisões provisórias”, pontua Gabriel Sampaio, coordenador do 
programa Enfrentamento à Violência Institucional da Conectas. 
 
Antes de aprofundar no assunto em que diz respeito a ressocialização dentro 
do sistema prisional Brasileiro, temos que entender o que é a ressocialização, que 
nada mais é que ressocializar o encarcerado por meio de projetos e tratamentos 
dentro da prisão para que assim, quanto tiver cumprido sua pena e estiver fora das 
grades poder se integralizar novamente na sociedade. 
E quando surge a dúvida se dentro do Brasil a ressocialização funciona ou não 
corretamente, analises indicam que não, o Brasil vive uma situação preocupante, onde 
não se pode ter um bom resultado na reabilitação desses penitenciados, o fato é de 
que nada adianta castiga-los sem dar uma boa condição para que ele não volte a 
seguir o caminho que o levou para traz das grades. 
O Brasil é um País falho por inúmeros motivos quando se trata de ressocializar 
um detento, como por exemplo as condições precárias das cadeias, a superlotação e 
o pior, a convivência de presos com nenhuma ou baixa periculosidade com detentos 
de alta periculosidade, o que pode se dizer que os presídios se transformam em escola 
do crime. 
7 
 
Esse problema é bem explicado em uma citação de Júlio Fabbrini Mirabete 
(2002, p.24), que diz: “O ordenamento jurídico brasileiro afasta o preso da sociedade 
com a intenção de ressocializá-lo, mas o que encontramos é uma situação diferente”. 
A cada dia que se passa, as prisões Brasileiras ficam mais cheias, e o estado continua 
omisso e negligente quanto a isso, deixando o sistema carcerário chegar a um 
verdadeiro caos. Infelizmente não a perspectivas não são boas. 
A negligência acarreta inúmeros problemas, como, por exemplo, a superlotação 
gera a violência sexual, que acarreta doenças que se alastram, sem contar o uso de 
drogas que é cada vez mais comum dentro da prisão. O uso de celulares dentro da 
cadeia é outra comprovação de uma falência no sistema, pois os aprisionados 
mantem contato com o lado de fora e continuam a comandar o crime, sem falar que a 
superlotação pode gerar rebeliões que no caso são protestações de falhas existentes. 
A Revista do Conselho Federal publicou uma matéria que retrata exatamente 
estes erros: 
Analisa a situação atual do sistema penitenciário brasileiro e afirma que as 
rebeliões e fugas de presos a que assistimos diariamente são uma resposta e ao 
mesmo tempo um alerta às autoridades para as condições desumanas a que são 
submetidos, apesar da legislação protetiva existente. Além da violação de direitos 
dentro do cárcere, chama a atenção para a ineficácia do sistema de ressocialização 
do egresso prisional já que, em média, 90% dos ex-detentos voltam a delinquir e 
acabam retornando à prisão. Conclui que a principal solução para o problema da 
reincidência é o efetivo apoio ao egresso pois, ao permanecer a situação atual, o 
egresso desassistido de hoje continuará sendo o criminoso reincidente de amanhã. 
Fica evidente de como a situação do sistema carcerário evolui a passos lentos, 
quando se é analisado um relatório de da Comissão dos Direitos Humanos onde é 
mostrado a realidade carcerária no ano de 1997, problemas apresentados a 18 anos 
que ainda são atuais e existentes. 
Presente no relatório está o quão precário era o sistema carcerário no que diz 
respeito a lentidão e a tramitação burocrática para requerimento de benefícios e 
direitos por lei, do presidiário; presos de diferentes níveis de periculosidade na mesma 
cela, a falta de oportunidade de trabalho dentro das cadeias dentre outras coisas que 
tiveram mínimas ou nenhuma evolução no tempo, mostram o quanto o Brasil precisa 
caminhar para a mudança. 
 
8 
 
 
 
 
2.2.2. CRITÉRIOS LEGAIS DE TRATAMENTO DO PRESO 
 
De 1955 criada com o objetivo de ressocialização, onde se baseia o tratamento 
do encarcerado através de normas legais, descrevendo um modelo ideal de 
tratamento carcerário, são normas que garantem a segurança e as garantias dos 
presidiários dentro da cadeia para que eles tenham uma efetiva ressocialização ao 
retornarem as suas vidas após o cumprimento de suas penas. 
Normas criadas que ao serem realizadas atingirem uma meta, meta na qual é 
o pós-cumprimento da sentença, buscando garantir a qualidade em diversos pontos, 
sejam elas no aspecto educativo, social entre outros preparando o mesmo, para que 
retorne para uma vida mais digna. 
Mas para que haja mudanças concretas os critérios deveriam não estar 
somente no papel, mas ser uma realidade para que os efeitos procurados sejam de 
fato acontecidos, precisa ser diminuído urgentemente esse espaço entre teoria e a 
pratica. 
Teorias que são de extrema importância, como, por exemplo, regras de aplicação 
básica, como respeito a raça e opiniões religiosas: 
 As regras que se seguem devem ser aplicadas imparcialmente. Não haverá 
discriminação alguma com base em raça, cor, sexo, língua, religião,opinião 
política ou outra, origem nacional ou social, meios de fortuna, nascimento ou 
outra condição. 
 Por outro lado, é necessário respeitar as crenças religiosas e os preceitos 
morais do grupo a que pertença o recluso. 
Alimentação: 
 A administração deve fornecer a cada recluso, há horas determinadas, 
alimentação de valor nutritivo adequado à saúde e à robustez física, de 
qualidade e bem preparada e servida. 
 Todos os reclusos devem ter a possibilidade de se prover com água potável 
sempre que necessário. 
Trabalho: 
9 
 
 O trabalho na prisão não deve ser penoso. 
 Todos os reclusos condenados devem trabalhar, em conformidade com as 
suas aptidões física e mental, de acordo com determinação do médico. 
São alguns dos 95 artigos com inúmeros critérios que se realmente funcionassem 
no Brasil a situação carcerária não estaria no caos que está nos dias de hoje, pois o 
que é ensinado no cárcere é praticado na rua. 
 
2.2.3. DIREITO A RESSOCIALIZAÇÃO 
 
A respeito ao assunto da ressocialização, analisaremos uma breve comparação 
de como era antes da existência da Lei de Execução Penal e agora. Superlotação, 
condições sub-humanas e escola para o crime é a visão de que temos do sistema 
carcerário Brasileiro, na teoria a pena privativa de liberdade serve para recuperação 
de quem já cometeu um crime e devolver um cidadão para o convívio social, já na 
prática não é a realidade que enfrentamos. 
Antes da Criação da lei especifica para o preso, que é a Lei de execução Penal 
(Lei 7.210/1984) publicada em 1984 e colocada em vigor em 1985 o presidiário era 
tratado só como apenas mais um número atrás das grades, tendo vezes que o detento 
ficava preso por tempo indeterminado, o objetivo era o cumprimento de tempo máximo 
de execução de pena exercida pelo juiz, naquela época já existia o Código Penal de 
1940 e o Código de Processo Penal mas era necessário uma lei de execução que 
complementasse as duas anterior para garantir a eficácia da execução da pena no 
caso das sentenças condenatórias. A lei de execução penal disciplina e classifica a 
internação dos condenados nos regimes prisionais fechado, semiaberto e aberto e 
também estabelece a prestação de assistência como progressão de regime, graça, 
anistia e induto, além do juízo de execução. 
Hoje a busca é pela ressocialização, oferecendo por cursos profissionalizantes 
e estudos dentro da prisão, com o objetivo que o detento retorne a sociedade pronto 
para trilhar um caminho diferente daquele que o colocou dentro da prisão. 
Só que a realidade do sistema prisional Brasileiro está longe de ser padrão para 
mundo, é de se perguntar se a lei de execução penal está à frente do tempo em que 
vivemos ou as cadeias estão sem a mínima condição de cumprir sua função social. 
10 
 
Para pesquisadores a solução está no investimento e na elaboração de 
políticas públicas, havendo mudanças nestes aspectos é evidente que causara um 
impacto muito forte na segurança da sociedade, é necessário também a colaboração 
da sociedade no que se diz respeito a sociedade, como por exemplo no oferecer 
trabalho para quem passou pelo sistema prisional, é o primeiro passo para uma 
reintegração eficaz. 
Grandes seriam os avanços se as leis estivessem sendo efetivamente 
aplicadas, se os detentos realmente estivessem recebendo o tratamento e os serviços 
de que são por direito, porem cerca 76% dos Presos no Brasil estão sem o tratamento 
adequado pelo qual seria necessário para que pudesse haver concretas mudanças 
para uma diferente realidade pós reclusão, porcentagem que acarreta elevado número 
de reincidência. 
É preciso também que a sociedade entenda sobre o direito a ressocialização e 
Rafael Damasceno de Assis explica de maneira clara e objetiva: 
 
Quando se defende que os presos usufruam as garantias previstas em 
lei durante o cumprimento de sua pena privativa de liberdade, a 
intenção não é tornar a prisão um ambiente agradável e cômodo ao 
seu convívio, tirando dessa forma até mesmo o caráter retributivo da 
pena de prisão. No entanto, enquanto o Estado e a própria sociedade 
continuarem negligenciando a situação do preso e tratando as prisões 
como um depósito de lixo humano e de seres inservíveis para o 
convívio em sociedade, não apenas a situação carcerária, mas o 
problema da segurança pública e da criminalidade como um todo tende 
apenas a agravar-se. (ASSIS, 2007, p. 76) 
 
Para uma efetiva ressocialização é necessário que seja fornecido para o 
encarcerado o que lhe é de direito, assim como os impostos na Lei de Execuções 
Penais de julho de 1984, como: 
 Assistência Material: Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado 
consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. 
 Assistência Saúde: Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de 
caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico 
e odontológico. 
11 
 
 Assistência Jurídica: 
 
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados 
sem recursos financeiros para constituir advogado. 
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência 
jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos 
estabelecimentos penais. 
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada 
aos presos e aos internados, permitindo-se lhes a participação nos 
serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de 
livros de instrução religiosa. 
Assistência Social: 
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o 
internado e prepará-los para o retorno à liberdade. 
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: 
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; 
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e 
as dificuldades enfrentadas pelo assistido; 
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas 
temporárias; 
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a 
recreação; 
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento 
da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade; 
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da 
Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho; 
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do 
internado e da vítima. 
Assistência Educacional: 
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e 
a formação profissional do preso e do internado. 
 
2.2.4. CRISE NO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO 
 
A crise que enfrenta o sistema prisional fere os princípios e garantias 
preconizados na constituição pátria, na seara do direito penal são enumerados 
princípios garantidores daqueles que cometeram ato ilícito, pois ao infrator preso 
devem ser proporcionados todos os seus direitos especificados em lei. 
Conforme a Constituição Federal do Brasil em seu artigo 1º, III está efetivado o 
Princípio basilar do ser humano “a dignidade do ser humano”. Também encontram 
esculpidos na Carta Magna de 1988 no rol do artigo 5º as seguintes garantias 
fundamentais: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
12 
 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens 
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de 
acordo com a natureza do delito, a idadee o sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos 
casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos 
em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso 
ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e 
de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua 
prisão ou por seu interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade 
judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei 
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a 
do depositário infiel; 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou 
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim 
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença. 
 
Ainda ocorre também além dessas garantias o Brasil ser signatário de tratados 
internacionais em relação a tratamento digno e ético com seres humanos, a Lei de 
Execução Penal em vigor no Brasil rege também como deverá ser as prisões e 
cumprimentos de pena no Estado visando a garantir os direitos humanos. 
Contudo, encontra-se grande dificuldade em expressar um conceito para o 
princípio. Greco (2011) expõe, o que acredita ser a dignidade da pessoa humana: 
 
[...] é entendida como uma qualidade que integra a própria condição 
humana, sendo, em muitas situações, considerada, ainda, 
irrenunciável e inalienável. É algo inerente ao ser humano, um valor 
que não pode ser suprimido, em virtude da sua própria natureza. Até o 
mais vil, o homem mais detestável, o criminoso mais frio e cruel é 
portador desse valor (GRECO, 2011). 
13 
 
 
São incontáveis os problemas vividos pelo sistema prisional. Começando pelos 
direitos fundamentais dos egressos: 
 
Há discrepâncias muito fortes entre a previsão legal e a realidade. No 
Estado Democrático de Direito, o cumprimento das leis, especialmente 
as que tratam de um dos maiores valores do ser humano, que é a sua 
liberdade, deveria ser a regra. Todavia, o que se vê em quase todos os 
Estados é o descumprimento flagrante das normas jurídicas que tratam 
da execução penal. Basta lembrar os presos que cumprem pena em 
regime fechado, os quais deveriam estar em celas individuais (art. 34, 
d 1º, do Código Penal e art. 88, da LEP). Isso raramente acontece em 
nosso país. As regras do regime semiaberto estão desvirtuadas e 
praticamente são as do regime aberto. Não existem casas de 
albergados. Os patronatos não foram instalados; os Conselhos da 
Comunidade, com raras exceções, não cumprem suas atribuições. Em 
suma, a Lei de Execução Penal não passa de ficção: só existe no papel 
(MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2007). 
 
No Brasil a situação carcerária varia de Estado para Estado, porém nenhuma 
delas deixa de ser deplorável um verdadeiro absurdo. Pessoas são obrigadas a 
sobreviver em locais minúsculos muitas vezes sem capacidade para que possam 
dormir. Uma triste realidade nomeada como “crise”, uma crise que nunca passa, uma 
crise que permanece e aumenta a cada dia. 
Os governantes não investem na educação, para que as crianças não entrem 
para o mundo do crime. 
A crise que se encontra o Sistema Prisional Brasileiro nos dias atuais, percebe-
se que apesar do tempo e das diversas leis existentes e reformas, a pena privativa de 
liberdade no Brasil continua não alcançando os objetivos propostos. O sistema 
prisional não ressocializar; ele socializa os seus membros dentro da lógica da 
reincidência e aperfeiçoamento de técnicas para realização de novos delitos 
(ALMEIDA, 2006). 
Ocorre dentre os detentos do sistema uma hierarquia de grande repercussão 
até mesmo no meio social que disputam veemente o controle dos delitos como o 
tráfico de drogas, que são as facções criminosas organizadas e sendo a mais 
conhecida o Primeiro Comando da Capital – PCC presente em maioria dos 
estabelecimentos prisionais. 
O sistema prisional brasileiro está em crise desde a sua criação, mas com o 
grande aumento da criminalidade e com a imensa influência negativa da mídia que 
14 
 
insisti em convencer a sociedade que o direito penal é solução para todos os 
problemas emanados a sociedade e a criminalidade. Infelizmente a mídia tem poder 
sobre a sociedade e faz com que a prisão seja a melhor resposta para o criminoso. 
 
2.2.5. RESSOCIALIZAÇÃO 
 
Na concepção de Bitencourt (2001, p. 139) “[...] o objetivo da ressocialização é 
esperar do criminoso o respeito e a aceitação de tais normas com a finalidade de evitar 
a prática de novos delitos”. 
Considerava-se que com as penas privativas de liberdade os homens sairiam 
da reclusão renovados, com novos pensamentos e que a sociedade os receberia de 
braços abertos, no entanto nada disso acontece. 
Averiguando o contexto do processo de ressocialização, convém expor 
algumas considerações: a de cunho sociológico e de cunho constitucional. De ordem 
sociológica, entende-se que não se pode considerar a ressocialização tão somente 
pelo cumprimento da pena, e sim tornar a pena como um meio para se alcançá-la, de 
forma a proporcionar ao detento, durante a sua passagem na prisão, condições para 
que esse indivíduo venha adquirir os padrões necessários a ponto de prepará-lo de 
tal maneira que o seu retorno à sociedade seja satisfatório, eliminando assim, a 
possibilidade de reincidência ao crime (BARATTA, 2004). 
No cárcere é oferecido estudo para os sentenciados que não possuem 
instrução, são oferecidos cursos de capacitação para que os egressos consigam ter 
um futuro ao deixar a prisão. 
Entretanto, Bitencourt explica que: 
 
Quando a prisão converteu-se na principal resposta penológica, 
especialmente a partir do século XIX, acreditou-se que poderia ser um 
meio adequado para conseguir a reforma do delinquente. Durante 
muitos anos imperou um ambiente otimista, predominando a firme 
convicção de que a prisão poderia ser meio idôneo para realizar todas 
as finalidades da pena e que, dentro de certas condições, seria 
possível reabilitar o delinquente. Esse otimismo inicial desapareceu e 
atualmente predomina certa atitude pessimista, que já não tem muitas 
esperanças sobre os resultados que se possam conseguir com a prisão 
tradicional. A crítica tem sido tão persistente que se pode afirmar, sem 
exageros, que a prisão está em crise. Essa crise abrange também o 
objetivo ressocializador da pena privativa de liberdade, visto que 
grande parte das críticas e questionamentos que faz a prisão refere- 
se à impossibilidade – absoluta ou relativa – de obter algum efeito 
positivo sobre o apenado (BITENCOURT, 2991). 
15 
 
 
Entre os culpados de não haver a ressocialização encontram-se o Estado e a 
sociedade. O Estado por negligenciar, abandonar e agir com total descaso para com 
os indivíduos que desde o início de suas vidas sofreram com as dificuldades da vida 
em sociedade. E a sociedade por julgar e por tratar os indivíduos com a mesma 
crueldade com que eles cometeram os crimes. Tais negligências podem ser 
facilmente identificadas com a realidade da precarização do sistema educacional, do 
sistema público de saúde, da falta de igualdade social, na discriminação das classes 
menos favorecidas, na má distribuição de renda, dentre outros inúmeros fatores que 
certamenteforam preponderantes para propiciar a entrada desse indivíduo à vida do 
crime e a reincidência. 
Com a superlotação ficou impossível fazer com a ressocialização seja eficaz, 
pelo fato dos egressos ficarem em situação desumana. 
Consequentemente, não há como evitar a reincidência se não for trabalhada a 
ressocialização do apenado. O que no atual sistema prisional brasileiro é uma tarefa 
muito difícil, para não dizer quase impossível. 
A sociedade pode e deve participar das decisões que digam respeito à solução 
para o problema da crise penitenciária. A Lei n. 12.313, de 19 de agosto de 2010 
inseriu na LEP (Lei de Execuções Penais nº. 7.210/1984), em seus artigos 4º, 80 e 81 
o papel que deve ser exercido pela comunidade e porque não interpretar de maneira 
extensiva, de toda a sociedade. 
Todavia, foram desenvolvidos os sistemas da APACs (Associação de Proteção 
e Assistência aos Condenados) em que o tratamento e a religiosidade têm alcançado 
com êxito um bom índice de ressocialização, acreditando que na entidade “entra o 
homem e o crime fica lá fora”. 
De acordo com Ottoboni (2001) o delinquente é condenado e preso por 
imposição da sociedade, ao passo que recuperá-lo é um imperativo de ordem moral, 
do qual ninguém deve se escusar. A sociedade somente se sentirá protegida quando 
o preso for recuperado. A prisão existe por castigo e não para castigar. O Estado não 
se julga responsável pela obrigação no que diz respeito ao condenado. A superlotação 
é inevitável, pois além da falta de novos estabelecimentos, muitos ali se encontram já 
com penas cumpridas e são esquecidos. A falta de capacitação dos agentes, a 
corrupção, a falta de higiene e assistência ao condenado também são fatores que 
contribuem para a falência. O Estado tenta realizar, na prisão, durante o cumprimento 
16 
 
da pena, tudo quanto deveria ter proporcionado ao cidadão, em época oportuna e, 
criminosamente deixou de fazê-lo. Mas este mesmo Estado continua a praticar o 
crime, fazendo com que as prisões fabriquem delinquentes mais perigosos, e de 
dentro das cadeias os presos continuam praticando crimes e comandando quadrilhas. 
 
 
2.2.6. A INEFICIÊNCIA DO SISTEMA PRISIONAL 
 
Como dito por Paci (2015), por décadas se conduzem os problemas da 
ineficiência carcerária brasileira. Indagações como dificuldades sociais, políticos e 
legais contribuíam pouco a pouco para a quebra carcerária. Sem conclusão em um 
período curto, o conflito carcerário e o panorama do sistema carcerário brasileiro se 
tornam a cada dia mais agravante. A solução é atingir o problema em sua origem, 
sendo assim é preciso revisar a maneira como o Estado lida com o sistema prisional 
e o aspecto que o mesmo tem frente a tais problemas. Observando apenas a 
desastrosa infraestrutura prisional, deixamos de lado outros órgãos de suas 
incumbências, desse modo, nos deparamos com uma realidade falsa e uma análise 
contestável sobre o tema, o que nos revela que é imprescindível que se faça um 
resumo de todos os fatores que levaram a decadência prisional. Desta maneira, torna-
se de elevada notoriedade que se tenha compreensão da existência de fatores diretos 
e indiretos que levaram a impraticabilidade do sistema apresentado. 
Além disso, de acordo com a referida autora, relativos a alguns fatores 
indiretos, são mostrados as dificuldades sociais e o desemprego. Como resultado da 
falta de estrutura social, nos esbarramos com a elevação da criminalidade. Enquanto 
a população mais miserável continuar sem acesso à educação, saúde, cultura e 
dignidade, não adianta tentar resolver os problemas sociais de forma reducionista e 
rasa, pois, a parcela mais carente da população continuará a praticar pequenos ou 
grandes crimes em busca de uma vida menos desumana visto que essa vida não é 
oferecida a eles de forma legal. Segundo Gonçalves (2016): 
 
Em uma sequência lógica e simplória, em que, se a educação não for bem 
imposta e aplicada gerará em um problema posterior, tem-se o seguinte: 
fornecem-nos uma educação que não é lá grande coisa. Com uma educação 
ruim, não há qualificação do educando para mercado de trabalho. Se não é 
qualificado, não tem emprego. O ser humano almeja por natureza, e para se 
ter o que almeja, precisa de dinheiro, o que não tem porque não trabalha. Como 
o sentimento de desejo é grande, procurar-se-á uma maneira para conseguir 
17 
 
dinheiro de forma fácil, que não necessita de qualquer qualificação, pois não 
tem. Então, a forma mais fácil encontrada pela pessoa são ações cuja suja 
prática está descrita como o crime. Lembrando que, uma vez preso, a 
tendência é piorar: será pior conseguir um emprego e, enfim, provavelmente, 
se tal pessoa depois de ser presa ainda continuar com os delitos, será preso 
novamente. 
 
Pertinente aos fatores diretos, Paci (2015) afirma que o Estado não deve 
apenas se atentar na publicação de leis que transmitam determinada aparência a sua 
população, o Estado deve sempre estar informado de seu papel protecionista em 
relação aos princípios básicos do indivíduo e lembrar-se de fato que o mesmo é um 
vultuoso personagem no caminho da ressocialização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
3. CONCLUSÃO 
 
Em virtude dos argumentos apresentados neste Trabalho de Conclusão de 
curso, podemos concluir que, apesar de existir a Constituição Federal, a Lei de 
Execução Penal e os tratados internacionais de direitos humanos, o Estado não 
consegue garantir o que está previsto de forma efetiva, violando o direito dos presos 
a educação, a saúde, a vida, e etc. 
Independentemente de o Brasil garantir diversos direitos e garantias e ter um 
ordenamento jurídico de primeiro mundo, o sistema carcerário não consegue 
recuperar e ressocializar o aprisionado para retornar a sociedade recuperado e 
preparado para recomeçar uma nova vida. Isso pelo fato da superlotação dentro das 
celas, pelo tráfico dentro dos presídios, pelas mortes por conta de facções e rebeliões. 
O governo deve investir na educação, trabalho e infraestrutura dentro do 
sistema prisional para reduzir o número de reincidentes e consequentemente à 
criminalidade. Os indivíduos que acabam ingressando no sistema ao invés de saírem 
ressocializados voltam para a sociedade piores, sem perspectiva de um futuro, sem 
educação, despreparado para competir no mercado de trabalho. 
Deste modo, o presente Taralho de Conclusão de Curso conduziu uma análise 
do sistema prisional brasileiro, que precisa urgentemente de uma política pública que 
os faça recuperar, reconquistar, resgatar a sua humanidade, e a solução não é tão 
somente do detento atrás de uma grade ou deixar a pena mais branda, mas sim 
garantir educação no cárcere, celas adequadas que possam suprir suas 
necessidades, capacitação profissional, oferecendo, portanto, uma efetiva 
ressocialização, reduzindo a violência e a reincidência no Brasil. O trabalho dignifica 
o homem. A educação muda o mundo e muda as pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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