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A Filosofia de Platão

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Platão 
 
Platão Aprofundando esta busca de conhecimentos universais, Platão (Atenas, 
429- 348 a.C) atribui à formação de conceitos socráticos não só um valor mental, 
lógico e abstrato, mas um valor também ontológico (ontologia, parte da filosofia 
que estuda o ser em si, atributo de tudo o que existe – o ser das coisas), 
considerando-os objetos de pensamento e situados numa dimensão superior ao 
universo físico percebido pelos sentidos. Desta maneira, a realidade fica 
dividida, para ele, em dois mundos distintos e contrapostos: um, superior, 
invisível, eterno e imutável das ideias subsistentes, outro, físico, visível, 
material, sujeito à transformação. Em conjunto são pensados sob uma 
hierarquia, em cujo topo encontra-se o que é perfeito (o ser transcendente das 
Idéias, o reino do definido, do medido, da realidade fixa e estável) e, abaixo 
dele, o que é imperfeito (mundo indefinido, do não medido, das gênesis e da 
mutação). 
 
Platão escolheu como gênero literário para exprimir seu pensamento o diálogo, 
vinculando-o à dialética; esta abrangeria os sentidos tanto de arte da discussão 
por meio do diálogo, consistindo em saber interrogar e responder, quanto o de 
marcha do mundo sensível, físico, em direção ao mundo inteligível das ideias. 
Sua obra divide-se em: diálogos da juventude (primeiro período), fortemente 
marcados pelo pensamento socrático; diálogos da maturidade (segundo e 
terceiro períodos) e diálogos da velhice (quarto período). 
 
A ética platônica gira em torno da aspiração dos homens à felicidade. Mas, em 
que consiste e aonde se encontra o objeto capaz de tornar o homem feliz? A 
resposta nos leva à busca do Sumo Bem (eudemonia), tal como se debatia no 
círculo socrático, refletindo-se nos diálogos da juventude, reproduzindo as 2 
controvérsias sobre a primazia de duas espécies de vida: a que é entregue ao 
prazer e a consagrada à sabedoria, vinculada à prática da virtude. No diálogo 
Fédon (segundo período), Platão vislumbra uma existência feliz depois da morte, 
inclinando-se ao ascetismo e mortificação (1869a). 
 
 
 
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No diálogo República (segundo período), condena energicamente a vida entregue 
ao prazer, propondo um ideal de vida baseado na virtude e no cultivo da 
sabedoria (1869b). No diálogo Filebo (quarto período), enuncia a suficiência 
como propriedade fundamental do Sumo Bem, a qual asseguraria a felicidade do 
homem (1869c). Seu pensamento completo sobre esta questão só se completa, 
no entanto, quando elabora a teoria das ideias transcendentes; voltado para este 
fim, a conduta do homem encontraria a felicidade, consistindo na prática da 
virtude (esta é uma atividade própria da alma, formada pelo costume regulado 
através das leis) e no cultivo da Filosofia.

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