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Trabalho - D P PENAL I (EXERCÍCIO I RESPOSTAS)

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1
 TRABALHO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL I
EXERCÍCIO I – RESPOSTAS
1. Quais as características do inquérito policial? Justifique-as.
Resposta: O inquérito policial é procedimento obrigatório, dispensável e indisponível.
· Obrigatoriedade: O I.P. é obrigatório para o Delegado. Se há indícios mínimos da ocorrência de ilícito penal e não há elementos suficientes para embasar a propositura da ação penal, a autoridade policial está obrigada a instaurar o inquérito policial. Tal característica decorre do Princípio da Obrigatoriedade da ação penal. Vale destacar que da decisão do delegado que indefere a instauração de inquérito cabe recurso inominado para o Chefe de Polícia. 
· Dispensabilidade: O I.P. é dispensável para a Ação Penal. Se já existem elementos de informação suficientes para embasar a ação penal, o inquérito poderá ser dispensado, já que tem caráter meramente instrumental. Desse modo, é perfeitamente possível que a ação penal seja iniciada sem prévia instauração de inquérito policial (Art. 39, par. 5º, CPP). 
· Indisponibilidade: O IP é indisponível PARA O DELEGADO! Uma vez instaurado, o inquérito policial jamais poderá ser arquivado por iniciativa da autoridade policial (art. 17, CPP). Aqui, vale destacar a aplicação do art. 28 do CPP, segundo o qual cabe ao órgão acusatório pedir o arquivamento do inquérito ao juiz. Caso este considere improcedentes as razões invocadas pelo membro do parquet, fará remessa dos autos ao procurador-geral, que poderá: oferecer denúncia, designar outro órgão do MP para oferecê-la, ou insistir no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
· Portanto, o inquérito policial é, ao mesmo tempo, obrigatório e indisponível para o delegado e dispensável para a ação penal. O inquérito policial é procedimento Inquisitivo, haja vista que não obedece aos princípios da ampla defesa e do contraditório. Em face disso, eventual sentença condenatória não poderá se basear Exclusivamente em elementos de informação colhidos durante a fase investigatória, Ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas (art. 155, CPP).
2. O que é notitia criminis provocada e delatio criminis?
Resposta: A Notitia Criminis é o meio pelo qual a autoridade toma conhecimento do possível fato delituoso e consequentemente instaura o inquérito. Há três Espécies: 
· Notitia criminis de cognição direta ou imediata: Ocorre quando a autoridade policial (delegado/policia) toma conhecimento do fato por meios corriqueiros (jornais, denuncia anônima, informação da policia preventiva – policia militar).
· Notitia criminis de cognição indireta ou mediata: Ocorre por meio de uma provocação judicial, por exemplo, requisição por parte do juiz, requisição do ministério publico, representação do ofendido, etc. Aqui vem uma ordem para o delegado. Indireta porque o delegado recebe a informação por meio de outras pessoas e não por ele.
· Notitia criminis de cognição coercitiva:  Nem foi o delegado, nem foi o órgão judicial que mandou, mas sim, o cidadão foi pego em flagrante.
E o Delatio Criminis, é a delação do crime ao Estado, sem representar, tecnicamente, a delação, como instrumento processual adequado para o coautor ou partícipe apontar seus comparsas. Trata-se da revelação da ocorrência de uma infração penal ou de seu autor à autoridade policial (ou similar) feita por qualquer pessoa do povo.
3. Quais as hipóteses de instauração do inquérito policial?
Resposta: As formas pelas quais pode ser iniciada a peça investigativa:
 
De ofício (art. 5º, I, CPP): O inquérito policial, neste caso, é instaurado por ato da autoridade, sem que tenha havido pedido de qualquer pessoa. Deve fazer isso quando tomar conhecimento da prática de alguma infração penal, seja no desenvolver se duas atividades, seja através da comunicação de alguém. O ato pelo qual o delegado de polícia instaura o inquérito policial é chamado de portaria.
 
Por requisição do juiz ou do Ministério Público (art. 5º, II, CPP): Por requisição deve-se entender ordem. Se for requisitada a instauração por juiz ou membro do Ministério Público, está o delegado obrigado a atender.
 
Por requerimento do ofendido (art. 5º, II, CPP, e § 4º): É a possibilidade que a vítima tem de solicitar formalmente da autoridade a instauração do inquérito policial. Em crime de ação pública, normalmente é ele é instaurado de ofício, mas, se não for, pode a vítima requerer. Já em caso de ação privada, a regra é só iniciar o inquérito se houver requerimento nesse sentido, pois se trata de ação que fica à disposição da vontade da própria vítima. O delegado de polícia poderá indeferir o pedido, cabendo, neste caso, recurso ao Chefe de Polícia (Secretário de Segurança Pública ou Delegado Geral de Polícia).
 
Por representação do ofendido (art. 5º, § 4º, CPP): Quando se tratar de crime que se apura mediante ação penal condicionada à representação do ofendido, somente com o oferecimento desta é que terá início a peça informativa.
 
Pelo auto de prisão em flagrante (art. 8º, CPP): É a chamada instauração compulsória. Quando alguém é preso em flagrante, lavrado o auto respectivo, considera-se instaurado o inquérito policial. Nem poderia ser diferente, pois, se há indícios a ensejar a prisão de alguém, com mais razão há indicativos de crime a ser apurado.
4. O delegado de polícia pode arquivar o inquérito policial? Justifique.
Resposta: O delegado de polícia não pode determinar o arquivamento do procedimento de inquérito policial. Ao terminar o inquérito, a autoridade policial envia os autos ao Ministério Público. O representante do Ministério Público é quem possuí competência para requerer o arquivamento do inquérito. O juiz pode ou não concordar com a posição do MP. Todavia, o magistrado não pode iniciar o processo penal cujo arquivamento do inquérito foi requerido pelo Ministério Público. Isso porque é o órgão ministerial quem possuí a titularidade da ação penal pública, sendo o juiz incompetente para instaurar a ação penal de ofício. 
5. O que o magistrado deve fazer caso não concorde com o arquivamento do inquérito policial?
Resposta: Poderá o magistrado, ele próprio, oferecer a denúncia ou designar um promotor de justiça para oferecê-la, diverso daquele que pediu o arquivamento.
Conforme o artigo 28 do Código de Processo Penal tem a seguinte redação: “Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento de inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.”.
6. Quais as formalidades a serem cumpridas para a elaboração da representação na ação penal pública condicionada? Fundamente.
Resposta: A ação penal pública condicionada é aquela que, embora deva ser ajuizada pelo MP, depende da representação da vítima, ou seja, a vítima tem que querer que o autor do crime seja denunciado. Nestes crimes, o inquérito policial pode se iniciar:
· Representação do ofendido ou de seu representante legal. Trata-se da chamada delatio criminis postulatória, que é o ato mediante o qual o ofendido autoriza formalmente o Estado (através do MP) a prosseguir na persecução penal e a proceder à responsabilização do autor do fato, se for o caso. Trata-se de formalidade necessária nesse tipo de crime, nos termos do art. 5º, §4º, do CPP: O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
· Não se trata de ato que exija formalidade, podendo ser dirigido ao juiz, ao delegado e ao membro do MP. Caso não seja dirigida ao Delegado, será recebida pelo juiz ou promotor e àquele encaminhada. Nos termos do art. 39 do CPP: O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feitaao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
· Caso a vítima não exerça seu direito de representação no prazo de seis meses, estará extinta a punibilidade (decai do direito de representar), nos termos do art. 38 do CPP: Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber em é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
· Caso se trate de vítima menor de 18 anos, quem deve representar é o seu representante legal. Caso não o faça, entretanto, o prazo decadencial só começa a correr quando a vítima completa 18 anos, para que esta não seja prejudicada por eventual inércia de seu representante. Inclusive, o verbete sumular nº 594 do STF se coaduna com este entendimento.
· E se o autor do fato for o próprio representante legal (como no caso de estupro e violência doméstica), nesse caso, aplica-se o art. 33 do CPP, por analogia, nomeando-se curador especial para que exercite o direito de representação:
· Requisição de autoridade judiciária ou do MP: Como nos crimes de ação penal pública incondicionada, o inquérito policial pode ser instaurado mediante requisição do juiz ou do membro do MP, entretanto, neste caso, dependerá da existência de representação da vítima.
· Auto de Prisão em Flagrante: Também é possível a instauração de inquérito policial com fundamento no auto de prisão em flagrante, dependendo, também, da existência de representação do ofendido. Caso o ofendido não exerça esse direito dentro do prazo 24 horas contados do momento da prisão, é obrigatória a soltura do preso, mas permanece o direito de o ofendido representar depois, mas dentro do prazo de 06 meses.
· Requisição do Ministério da Justiça: Esta hipótese só se aplica a alguns crimes, como nos crimes cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3º, b, do CP), crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou qualquer chefe de governo estrangeiro (art. 141, c, c/c art. 145, parágrafo único do CP) e alguns outros.
Trata-se de requisição não dirigida ao delegado, mas ao membro do MP. Entretanto, apesar do nome requisição se o membro do MP achar que não se trata de hipótese de ajuizamento da ação penal, não estará obrigado a promovê-la.
Diferentemente da representação, a requisição do Ministro da Justiça é irretratável e não está sujeita a prazo decadencial, podendo ser exercitada enquanto o crime ainda não estiver prescrito.
7. Quem representará a empresa se está for vítima do crime de difamação? Justifique e fundamente.
Resposta: A representação criminal possui eficácia objetiva e não subjetiva, portanto, pode-se afirmar que a representação se refere ao fato criminoso e não ao sujeito ativo do crime. Não pode o ofendido escolher a pessoa contra quem pretende exercer o direito. Se oferecida a representação contra um dos partícipes do crime, deve o Promotor, em obediência ao princípio da indivisibilidade da ação penal (artigo 48 do CPP), oferecer denúncia contra todos aqueles que praticaram o delito ou que para ele concorreram de qualquer forma. Se houver, contudo, retratação em relação a qualquer deles, a todos se estenderá (artigo 49 do CPP, por analogia) (DEMERCIAN, MALULY, 2013).
	
	Assim, apresentada a representação contra um dos coautores ou partícipes, o Ministério Público encontra-se autorizado a oferecer denúncia contra todos os agentes. Decorre tal situação da obrigatoriedade da ação penal pública, razão pela qual não se pode escolher qual dos vários coautores merece e qual não merece ser processado. O promotor, dispondo de autorização para agir contra um, em crime de ação pública condicionada, está, automaticamente, legitimado a apurar os fatos e agir contra todos (NUCCI, 2014).
8. Qual o prazo para vítima propor a queixa crime e a representação? E a partir de quando começa a contar? Fundamente.
Resposta: Segundo a redação do artigo 38 do Código de Processo Penal o prazo decadencial da representação é de 6 (seis) meses contados do conhecimento da autoria do fato, desta forma, não sendo ofertada a representação criminal dentro deste período o fato criminoso terá sua punibilidade extinta em razão da decadência.
Diante do concurso de crimes a contagem do prazo sempre se inicia do conhecimento da autoria de cada delito. Ademais, no caso de crimes habituais, o prazo flui do último ato praticado conhecido pelo ofendido. Nos crimes permanentes a decadência somente atinge os atos praticados e mantidos ocorridos seis meses antes da representação ou queixa.
9. O que é ação penal privada subsidiária da pública?
Resposta: A Ação Penal Privada Subsidiária da Pública (APPSP) só ocorre quando o Ministério Público não cumpre sua função, não oferecendo a denúncia no prazo legal (art. 100, §3º, do Código Penal e art. 29 do Código de Processo Penal). Neste caso, o ofendido (vítima) ou seu representante legal podem oferecer queixa e se tornam os titulares da ação. O MP, na condição de assistente, deve, no entanto, aditar a queixa caso seja necessário, oferecer denúncia alternativa, participar de todos os atos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recursos etc.
	Caso o querelante se mostre negligente (perca prazos, não interponha recursos, não compareça à audiências) o MP deve retomar a titularidade da ação. A APPSP não cabe quando ocorre o arquivamento do inquérito a pedido do MP (súmula 524 do STF). No entanto, é possível a APPSP quando for “proposta após o pedido de arquivamento que ainda não foi apreciado pelo juiz, se o MP só se manifestou pelo arquivamento após o prazo legal” ou referente a delitos não abrangidos na denúncia oferecida.
10. O que é sucessão processual? Justifique e fundamente.
Resposta: Disciplinada no artigo 31 do Código de Processo Penal, a sucessão processual ocorre quando houver a morte ou declaração de ausência do ofendido por decisão judicial, transmitindo-se os direitos da ação penal ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

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