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Fim da conjugalidade e ações correlatas

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Pós-graduação em Advocacia Cível
Disciplina: “Fim da Conjugalidade e 
Ações Correlatas”
Prof.ª: Luciana Mota
Visão histórica:
Quando da edição do CFC/16, o casamento era indissolúvel.
Única possibilidade legal de rompimento com o matrimônio era o desquite, que não 
dissolvia o vínculo. 
Permanecia o vínculo e a obrigação de mútua assistência, a justificar a permanência do 
encargo alimentar em favor do cônjuge inocente e hipossuficiente.
Cessavam os deveres de fidelidade e manutenção da vida em comum sob o mesmo 
teto, mas não havia a opção de novo casamento.
Visão histórica:
As raras referências legais se limitavam a negar quaisquer benefícios aos vínculos 
extramatrimoniais, mas não impediam que as pessoas – desquitadas ou separadas de 
fato – constituíssem novos vínculos afetivos (chamados de concubinato).
Chamado para solucionar conflitos decorrentes, o Poder Judiciário teve que reconhecer 
a existência de tais uniões e atribuir-lhes alguns direitos.
Em um primeiro momento, foram reconhecidas como sociedade de fato, ensejando a 
partilha dos bens adquiridos durante o período da vida em comum e mediante prova do 
aporte econômico de cada um. 
Visão histórica:
A Lei do Divórcio foi aprovada em 1977 (Lei 6515/77).
O antigo desquite sofreu alteração terminológica e foi denominado de separação, com 
as mesmas características: pôr fim à sociedade conjugal sem dissolver o vínculo 
matrimonial.
Para obtenção do divórcio eram impostos vários entraves. Primeiro as pessoas 
precisavam se separar. Só depois podiam converter a separação em divórcio.
A dissolução do vínculo conjugal era autorizada uma única vez. O divórcio direto só era 
possível em caráter emergencial. A intenção era admiti-lo somente para quem se 
encontrava separado de fato há mais de 5 anos quando da EC de 28/06/1977.
Visão histórica:
Para o divórcio direto, era necessário o atendimento cumulativo de 3 requisitos:
- Partes separadas de fato há 5 anos;
- Prazo implementado antes da alteração constitucional;
- Comprovação da causa da separação.
Diante dos avanços, a CF/88 institucionalizou o divórcio direto, não mais com caráter de 
excepcionalidade.
Houve redução do prazo de separação para 2 anos e foi afastada a necessidade de 
identificação de uma causa para sua concessão.
Visão histórica:
A EC 66/2010, ao dar nova redação ao §6º do art. 226, alterou o paradigma de todo o 
Direito das Famílias.
A dissolução do casamento sem a necessidade de implemento de prazos ou 
identificação de culpados dispõe de um efeito simbólico: o Estado deixa de imiscuir-se 
na vida das pessoas, tentando impor a manutenção de vínculos jurídicos quando não 
mais existem laços afetivos.
Maria Berenice Dias sustenta que agora o sistema jurídico conta com uma única forma 
de dissolução do casamento: o divórcio, tendo desaparecido o instituto da separação.
Segundo a Autora, foram derrogados todos os dispositivos da legislação 
infraconstitucional sobre o tema.
Visão histórica:
Ainda segundo a Autora, com o fim da separação, toda a teoria da culpa se esvaiu. Não 
é mais possível trazer para o âmbito da justiça qualquer controvérsia sobre a postura 
dos cônjuges durante o casamento.
Mesmo diante das referências constantes no CPC e de julgamentos isolados do STJ, os 
TJ estaduais têm proclamado a extinção do instituto da separação judicial.
A solução seria admitir apenas a separação consensual, em que não há indicação de 
culpados.
A única ação dissolutória do casamento é a de divórcio, que não mais exige a indicação 
da causa de pedir.
Controvérsias sobre causas, culpas ou prazos deixam de integrar o objeto da demanda.
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. EMENDA CONSTITUCIONAL N° 66/10. 
DIVÓRCIO DIRETO. SEPARAÇÃO JUDICIAL. SUBSISTÊNCIA.
1. A separação é modalidade de extinção da sociedade conjugal, pondo fim aos deveres 
de coabitação e fidelidade, bem como ao regime de bens, podendo, todavia, ser 
revertida a qualquer momento pelos cônjuges (Código Civil, arts. 1571, III e 1.577). O 
divórcio, por outro lado, é forma de dissolução do vínculo conjugal e extingue o 
casamento, permitindo que os ex-cônjuges celebrem novo matrimônio (Código Civil, 
arts. 1571, IV e 1.580). São institutos diversos, com conseqüências e regramentos 
jurídicos distintos. 2. A Emenda Constitucional n° 66/2010 não revogou os artigos do 
Código Civil que tratam da separação judicial.
3. Recurso especial provido.
(REsp n. 1.247.098/MS, relatora Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, julgado 
em 14/3/2017, DJe de 16/5/2017.)
CIVIL. DIVÓRCIO LITIGIOSO. EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. ARTIGO 267, 
INCISO VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO DA 
SEPARAÇÃO JUDICIAL. EC 66/2010. SUPRESSÃO DO INSTITUTO DA SEPARAÇÃO JUDICIAL. 
APLICAÇÃO IMEDIATA AOS PROCESSOS EM CURSO.
A aprovação da PEC 28 de 2009, que alterou a redação do artigo 226 da Constituição 
Federal, resultou em grande transformação no âmbito do direito de família ao extirpar 
do mundo jurídico a figura da separação judicial.
A nova ordem constitucional introduzida pela EC 66/2010, além de suprimir o instituto 
da separação judicial, também eliminou a necessidade de se aguardar o decurso de 
prazo como requisito para a propositura de ação de divórcio.
Tratando-se de norma constitucional de eficácia plena, as alterações introduzidas pela 
EC 66/2010 tem aplicação imediata, refletindo sobre os feitos de separação em curso.
Apelo conhecido e provido.
(TJDF - Acórdão 452761, 20100110642513APC, Relator: ANA MARIA DUARTE 
AMARANTE BRITO, , Revisor: JAIR SOARES, 6ª Turma Cível, data de julgamento: 
29/9/2010, publicado no DJE: 7/10/2010. Pág.: 221)
Separação judicial. Pedido de conversão em divórcio. Emenda Constitucional n. 
66/2010. Aplicação imediata e procedência do pedido. Determinação de regular 
andamento do feito em relação aos demais capítulos. Recurso provido. 
Com a promulgação da Emenda Constitucional n. 66/2010, e a nova redação do § 6º do 
art. 226 da CF, o instituto da separação judicial não foi recepcionado, mesmo porque 
não há direito adquirido a instituto jurídico. A referida norma é de aplicabilidade 
imediata e não impõe condições ao reconhecimento do pedido de divórcio, sejam de 
natureza subjetiva - relegadas para eventual fase posterior a discussão sobre culpa – ou 
objetivas - transcurso do tempo.
(TJSP; Agravo de Instrumento 0357301-80.2010.8.26.0000; Relator (a): Caetano 
Lagrasta; Órgão Julgador: 8ª Câmara de Direito Privado; Foro de Bauru - 2ª. Vara de 
Família e Sucessões; Data do Julgamento: 10/11/2010; Data de Registro: 16/11/2010)
AÇÃO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA. PROMULGAÇÃO DA EMENDA 
CONSTITUCIONAL N° 66/10. DESNECESSIDADE DE AFERIÇÃO DE CULPA OU LAPSO 
TEMPORAL. PARTILHA. RECURSO NÃO PROVIDO. 1) Com o advento da Emenda 
Constitucional nº 66/10, para a extinção do vinculo conjugal não mais se discute sobre 
separação sanção ou falência, portanto, considerando a norma inserta no artigo 462 do 
Código de Processo Civil, para a decretação da separação, não há mais necessidade dos 
requisitos tempo ou culpa, sob pena de rematada incoerência na medida em que, se 
para o divórcio, que extingue o vínculo conjugal, não há qualquer requisito, com muito 
mais razão não se pode exigir qualquer requisito para a separação.
V.V.P.
 (TJMG - Apelação Cível 1.0079.08.405935-5/001, Relator(a): Des.(a) Bitencourt 
Marcondes , Relator(a) para o acórdão: Des.(a) Fernando Botelho , 8ª CÂMARA CÍVEL, 
julgamento em 24/02/2011, publicação da súmula em 11/05/2011)
AGRAVO DE INSTRUMENTO – Ação de Divórcio c/c alimentos, guarda, arrolamento e 
sequestro de bens – Ação ajuizada há mais de cinco (5) anos - Separação de fato 
comprovada – Superveniência da E.C. nº 66/2010 que colocou fim ao sistema dualista 
da extinção do matrimônio em duas etapas: separação judicial para extinguir a 
sociedade conjugal e, conversão em divórcio que extinguia o vínculo matrimonial – 
Divórcio que é sempre direto e imotivado, afigurando-se como direitopotestativo – 
Hipótese de decretação "ex oficio" do divórcio, em face da nova redação dada ao art. 
226, § 6º da CF – Questões restantes que devem prosseguir e não constituem óbice 
para a decretação – Recurso provido. 
(TJSP; Agravo de Instrumento 2071543-78.2013.8.26.0000; Relator (a): Egidio Giacoia; 
Órgão Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 3ª Vara da Família e 
Sucessões; Data do Julgamento: 01/04/2014; Data de Registro: 03/04/2014)
Divórcio Direto Superveniência da Emenda Constitucional no 66/2010 Inteligência da 
nova redação dada ao artigo 226, §6o da Constituição Federal Inexistência de requisitos 
objetivos ou subjetivos para sua decretação - Divórcio que é sempre direto e imotivado 
Nova norma constitucional que atinge os divórcios em curso Cerceamento de defesa 
inexistente Réu que se encontra representado por dois procuradores constituídos nos 
autos Recurso desprovido. 
(TJSP; Apelação Cível 0000527-41.2009.8.26.0032; Relator (a): Fábio Quadros; Órgão 
Julgador: 4ª Câmara de Direito Privado; Foro de Araçatuba - 1ª Vara de Família e das 
Sucessões; Data do Julgamento: 19/01/2012; Data de Registro: 26/01/2012)
O fim do instituto da separação:
A previsão do instituto da separação judicial no CPC afronta o princípio da proibição de retrocesso 
social, não existindo nenhum permissivo para a lei ordinária alterar o comando constitucional.
O CPC de 2015 reafirmou a separação de direito, englobando a separação judicial e a extrajudicial.
A lei processual estabelece ritos para a busca de tutela de direitos pessoais. Porém, se inexiste 
direito a ser tutelado, previsões procedimentais não tem o condão de criar ou recriar direito algum. 
São regras ineficazes.
Sendo incabível a discussão dos motivos que levaram ao fim do relacionamento, não cabe eventual 
achatamento do valor dos alimentos em razão de culpa de quem os pretende (art. 1694, § 2º).
Os artigos 1702 e 1704 estão derrogados.
O fim do instituto da separação:
Também acabou a odiosa prerrogativa de o titular do nome buscar que o cônjuge que o 
adotou seja condenado a abandoná-lo. Não estão mais em vigor os artigos 1571, § 2º e 
1578 do CC.
Entendimento doutrinário em sentido contrário:
V Jornada de Direito Civil do CJF (2011):
Enunciado 514: “A Emenda Constitucional n. 66/2010 não extinguiu o instituto da separação judicial 
e extrajudicial”.
Enunciado 515: “Pela interpretação teleológica da Emenda Constitucional n. 66/2010, não há prazo 
mínimo de casamento para a separação consensual”.
Enunciado 516: “Na separação judicial por mútuo consentimento, o juiz só poderá intervir no limite 
da preservação do interesse dos incapazes ou de um dos cônjuges, permitida a cindibilidade dos 
pedidos com a concordância das partes, aplicando-se esse entendimento também ao divórcio”.
Enunciado 517: “A Emenda Constitucional n. 66/2010 extinguiu os prazos previstos no art. 1.580 do 
Código Civil, mantido o divórcio por conversão”.
Na VI Jornada, realizada em 2013, Rodrigo da Cunha Pereira propôs enunciado com a seguinte 
redação:
“Por uma interpretação lógica, sistemática, teleológica, histórica e social, a Emenda Constitucional 
66/2010 que instituiu o Divórcio Direto no ordenamento jurídico revogou a separação judicial do 
cenário infraconstitucional, eliminando prazos desnecessários e acabando com a discussão da culpa 
quando da dissolução do vínculo conjugal”.
A proposta sequer foi votada, por decisão dos juristas que coordenavam a citada comissão.
O mesmo ocorreu em 2015 e em 2018, quando da VII e VIII Jornada de Direito Civil.
Reconciliação:
Argumento a favor da sobrevida da separação é a possibilidade de reconciliação. 
Havendo arrependimento, não haveria necessidade de ocorrer novo casamento, que 
obrigaria a partilha dos bens ou a adoção do regime da separação obrigatória (arts. 
1523, III e 1641, I).
Contra argumentação: havendo dúvidas ou necessidade de prazo de reflexão, a 
separação de fato preserva o interesse do casal. Suspende os deveres do casamento e 
termina com a comunicabilidade dos bens.
A reconciliação não produz efeitos retroativos. Os bens adquiridos por um durante o 
período da separação não se comunicam com o outro.
A decisão homologatória do pedido de restabelecimento do casamento dispõe de carga 
de eficácia constitutiva.
Reconciliado o par e não levado a juízo o pedido de homologação do restabelecimento da sociedade 
conjugal, o casamento não renasce. A separação rompeu o casamemto. Voltando o casal a viver 
juntos, constituem uma união estável. O estado civil continua o de separados.
Tal circunstância pode ensejar a alteração do regime de bens, considerando o regime supletivo da 
união estável.
O pedido de restabelecimento da sociedade conjugal deve ser feito nos mesmos autos da 
separação. Não há necessidade de audiência de ratificação.
Para cônjuges empresários, o ato de reconciliação precisa ser averbado no Registro Público de 
Empresas Mercantis para valer contra terceiros (art. 980, CC).
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a 
separação judicial do empresário e o ato de reconciliação 
não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e 
averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.
Mesmo que a separação tenha sido judicial, possível que a 
reconciliação ocorra na via administrativa, ainda que haja filhos 
menores ou incapazes:
Resolução 35, CNJ, Art. 48. O restabelecimento de sociedade conjugal 
pode ser feito por escritura pública, ainda que a separação tenha sido 
judicial. Neste caso, é necessária e suficiente a apresentação de 
certidão da sentença de separação ou da averbação da separação no 
assento de casamento.
Caso os cônjuges tenham se divorciado, havendo arrependimento, precisam casar 
novamente. 
Para terem a liberdade de escolha do regime de bens, é necessário que tenham 
procedido à partilha dos bens. Caso contrário, o regime será obrigatoriamente o da 
separação (art. 1641, I e 1523, III).
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento;
Art. 1.523. Não devem casar:
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens 
do casal;
OBS: mesmo com o fim da separação, havendo reconciliação, quem é separado judicialmente 
preserva o direito de, a qualquer tempo, buscar o restabelecimento da sociedade conjugal. 
FAMÍLIA - SEPARAÇÃO JUDICIAL - RESTABELECIMENTO DA SOCIEDADE CONJUGAL - SUPERVENIÊNCIA 
DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66/2010 - POSSIBILIDADE - EFEITOS JURÍDICOS ADSTRITOS 
SOMENTE ÀS SEPARAÇÕES JUDICIAIS REQUERIDAS POSTERIORMENTE À SUA ENTRADA EM VIGOR - 
APLICAÇÃO, AO CASO CONCRETO, DO DISPOSTO NO ART.46 DA LEI 6.515/77 - PROVIMENTO DO 
RECURSO. - A despeito da Emenda Constitucional nº 66/2010 ter efetivamente retirado o instituto 
da separação judicial do mundo jurídico, os efeitos jurídicos daquelas separações ocorridas 
anteriormente à entrada em vigor da referida Emenda subsistem. - Os efeitos jurídicos, de fato e de 
direito, da separação judicial, devidamente homologados e concretizados de acordo com a 
legislação vigente à sua época continuarão regidos pela decisão judicial anterior, baseada, repita-se, 
na Lei então em vigor. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0313.06.205550-1/001, Relator(a): Des.
(a) Geraldo Augusto , 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 01/02/2011, publicação da súmula em 
18/02/2011)
QUESTÕES DE ORDEM PRÁTICA:
Ingressando um dos cônjuges com pedido de separação judicial, o outro, em contestação, pode 
requerer a decretação do divórcio? Ou há necessidade de opor reconvenção?
Tratando-se de direito potestativo, não poderia o outro se opor? Há possibilidade de 
questionamento sobre culpa pelo fim do casamento?
O reconhecimento da culpa autorizaria pedido de indenização por dano moral?
Conversão da separação em divórcio:
Com o advento da EC 66/2010, cabe ainda o pedido de conversão da separação em divórcio(art. 1580, 
CC)?
Art. 1.580. Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação 
judicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, qualquer das partes 
poderá requerer sua conversão em divórcio.
Maria Berenice Dias: o procedimento despareceu e, com ele, a exigência de um ano do trânsito em 
julgado, para que tal ocorresse.
Os separados judicialmente ou de corpos, por decisão judicial, podem pedir imediatamente a 
decretação do divórcio sem necessidade de aguardar o decurso de qualquer prazo.
Estando em andamento o procedimento de conversão da separação em divórcio, cabe ao juiz decretar, 
de ofício, o divórcio.
Aspectos intertemporais:
A nova matriz constitucional elegeu o divórcio como única forma de dissolução do casamento.
A novidade atingiu as ações que estavam em andamento. Todos os processos de separação perderam o 
objeto, segundo Maria Berenice Dias.
No momento em que o instituto deixou de existir, em vez de extinguir o processo, deve o juiz decretar o 
divórcio, de ofício, sem que se possa falar em sentença ultra petita.
As demandas cumuladas (alimentos, guarda, partilha de bens etc) podem continuar sendo objeto de 
discussão, mas o divórcio deve ser decretado de imediato (art 356, CPC).
Aspectos intertemporais:
O procedimento de separação somente era utilizado por determinação legal, que impunha a indicação 
de uma causa de pedir: decurso do prazo da separação ou imputação de culpa ao Réu.
Como o fundamento do pedido não cabe mais ser questionado, deixa de ser necessária qualquer 
motivação para ser decretado o divórcio.
Tendo surgido fato extintivo ao direito objeto da ação, deve ser reconhecido de ofício (art. 493, CPC).
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito 
influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da 
parte, no momento de proferir a decisão.
Logo, deve o juiz decretar o divórcio. Havendo expressa oposição de ambos, o juiz deve reconhecer a 
falta de interesse processual e não resolver o mérito (art. 485, VI, CPC)
APELAÇÃO CÍVEL. DIVÓRCIO APÓS EC N.º 66/10. MUDANÇA DE PARADIGMA. ART. 226, § 
6º, CR/88. NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA PLENA E APLICABILIDADE DIRETA, 
IMEDIATA E INTEGRAL (AUTOAPLICÁVEL OU "SELF-EXECUTING"). FIM DO INSTITUTO DA 
SEPARAÇÃO JUDICIAL. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA DO ESTADO NA VIDA 
PRIVADA. AUTONOMIA DA VONTADE DO CASAL. FIM DO AFETO. EXTINÇÃO DO VÍNCULO 
CONJUGAL. INEXISTÊNCIA DE REQUISITO TEMPORAL PARA O DIVÓRCIO. DIREITO 
POTESTATIVO. CONVERSÃO DE AÇÃO DE SEPARAÇÃO EM DIVÓRCIO: AUSÊNCIA DE 
NULIDADE. SENTENÇA MANTIDA. III - Em observância à nova redação do art. 226, § 6º, da 
CR/88 (dada pela EC n.º 66/2010), considerando-se a extinção do instituto da separação 
judicial, iniludível que a alteração ou a conversão da "ação de separação judicial" para 
"ação de divórcio" não implica afronta ao princípio da inércia ou ao art. 264 do CPC, 
tampouco macula a sentença de vício "ultra petita" ou "extra petita". (TJMG - Apelação 
Cível 1.0028.10.001318-5/001, Relator(a): Des.(a) Peixoto Henriques , 7ª CÂMARA CÍVEL, 
julgamento em 23/10/2012, publicação da súmula em 26/10/2012)
Aspectos intertemporais:
Encontrando-se o processo de separação em grau de recurso, o relator pode decretar o divórcio? Fere o 
princípio do duplo grau de jurisdição?
SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA -AGRAVO RETIDO -PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - 
MANUTENÇÃO DE INDEFERIMENTO - COMPETÊNCIA - EMENDA CONSTITUCIONAL 66/2010 - DIVÓRCIO 
DIRETO - PARTILHA - NOME.
2. Após a EC 66/10 não mais existe no ordenamento jurídico brasileiro o instituto da separação Judicial. 
Não foi delegado ao legislador infraconstitucional poderes para estabelecer qualquer condição que 
restrinja direito à ruptura do vínculo conjugal.
3. É possível a alteração, em segundo grau de jurisdição, da ação de separação judicial em ação de 
divórcio, quando verificado que as partes manifestam o seu interesse em por fim ao casamento.
4. Essa alteração também é cabível quando verificado que atende aos princípios da razoabilidade, da 
proporcionalidade, da economia processual, efetividade da prestação jurisdicional e por se tratar de 
demanda que envolve direito de família, o que; naturalmente, enseja desgaste emocional e psicológico 
das partes envolvidas, não sendo viável a simples extinção do processo sem resolução do mérito para 
que haja a sua repropositura. (AREsp n. 236.619, Ministra Maria Isabel Gallotti, DJe de 22/10/2014.)
Fim do casamento
Com o fim do instituto da separação, o artigo 1571 do CC perdeu sentido.
Não existe outra causa que termine a sociedade conjugal além da separação de fato e da separação de 
corpos.
A dissolução do casamento ocorre com: morte, trânsito em julgado da sentença anulatória do 
casamento ou divórcio.
Tanto a declaração de nulidade como a sua anulação (invalidade relativa) têm efeito ex tunc, 
desconstituindo-o desde a celebração (art. 1563) como se jamais tivesse existido.
Porém, o casamento putativo tem efeito ex nunc com relação ao cônjuge de boa-fé (art. 1561 e § 1º). 
Produz efeitos da data do casamento até o trânsito em julgado da sentença que o desconstitui. 
Separação de fato
Põe fim a todos os deveres, direitos e efeitos do casamento, quer pessoais, quer patrimoniais. 
Cessam os deveres de coabitação e fidelidade, deixando de existir a presunção de paternidade dos 
filhos. Acaba a comunicabilidade patrimonial. Qualquer um pode constituir união estável. 
Possui efeito desconstitutivo do casamento, sem o dissolver.
Quando é determinado o afastamento de um do lar comum, a data do cumprimento da medida gera a 
separação de fato do casal.
É possível reconhecer separação de fato ainda que habitem sob o mesmo teto? Maria Berenice Dias diz 
que sim, sendo necessária a prova da separação.
Separação de fato
Enunciado 2 do IBDFAM: A separação de 
fato põe fim ao regime de bens e 
importa extinção dos deveres entre 
cônjuges e entre companheiros.
Separação de fato
Não há mais deveres do casamento a impedir a constituição de novos vínculos afetivos. 
Tanto que os separados de fato podem constituir união estável (art. 1723, § 1º, CC).
Porém, separados de fato não podem casar. Há impedimento de converter a entidade familiar em 
casamento, conforme recomenda a CR (art. 226, § 3º).
O fim da vida em comum leva à cessação do regime de bens, já que ausente o ânimo socioafetivo. 
A separação é o momento de verificação dos bens para efeitos de partilha.
A regra prevista para o regime da participação final nos aquestos (art. 1683) deve ser invocada para 
qualquer dos regimes de bens.
Separação de fato
Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens por separação 
judicial ou por divórcio, verificar-se-á o montante dos 
aqüestos à data em que cessou a convivência.
Separação de fato
Apesar do que diz a Lei (arts. 1575 e 1576), é a data da separação de fato que põe fim ao regime de 
bens.
Segundo Guilherme Calmon Nogueira da Gama: “para evitar soluções 
injustas, prevenindo o enriquecimento sem causa (art. 884), além de 
cumprir os valores e princípios constitucionais no que tange à ética 
solidária das relações intersubjetivas, urge que se considere que não se 
comunicam, e, por isso, não se sujeitam à partilha, os bens adquiridos 
durante a separação de fato do casal”.
Separação de fato
Em sede de direito securitário, o CC prevê o seguinte: 
Art. 792. Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por 
qualquer motivo não prevalecer a que for feita, o capital segurado será 
pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante 
aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da vocação hereditária.
Separação de fato
Porém, como está pacificado na jurisprudência que a separação de fato rompe o 
casamento, é de se ter por excluído do dispositivo legal a expressão “não separado 
judicialmente”.
Somente o cônjuge queconvivia com o instituidor pode se beneficiar do seguro. 
Tal interpretação está de acordo com o artigo 793:
Art. 793. É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao tempo do contrato 
o segurado era separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fato.
Separação de fato
Cessam também os direitos sucessórios, mas o CC assegura o direito à herança se o casal estava 
separado de fato há menos de 2 anos e a culpa pela separação tenha sido do falecido (art. 1830).
Como o fim da separação ensejou o banimento do instituto da culpa, entende-se que tal dispositivo foi 
derrogado.
Porém, o STJ ainda não enfrentou a questão, aplicando a literalidade do artigo 1830.
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC. AUSÊNCIA 
DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. INOBSERVÂNCIA DO ART. 1.021, § 1º, DO 
NCPC E INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 182 DO STJ. AGRAVO NÃO CONHECIDO.
2. No caso concreto, conforme constou do acórdão recorrido a sociedade conjugal, entre a apelada e o de cujus, para 
todos os efeitos, estava desfeita desde 26/6/2001, posto que o óbito deu-se somente em 23/9/2011, e, por essa razão, 
ela não seria considerada herdeira.
2.1. O entendimento desta Corte, por sua vez, firmou-se no sentido de que, para efeitos sucessórios, o cônjuge herdeiro 
necessário é aquele que, quando da morte do autor da herança, mantinha o vínculo de casamento, não estava separado 
judicialmente ou não estava separado de fato há mais de 2 (dois) anos, salvo, nesta última hipótese, se comprovar que a 
separação de fato se deu por impossibilidade de convivência, sem culpa do cônjuge sobrevivente (REsp 1.294.404/RS, 
Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Terceira Turma, j. 20/10/2015, DJe 29/10/2015).
3. O agravo interno, contudo, não infirmou as razões da decisão agravada, pois não refutou, de forma devida, a 
divergência entre o entendimento firmado na Corte gaúcha e a orientação assentada nesta Corte.
4. Inexistindo impugnação específica, como seria necessário, aos fundamentos da decisão ora agravada, incide na 
espécie, o óbice contido na Súmula nº 182 do Superior Tribunal de Justiça.
5. Agravo interno não conhecido.
(AgInt no REsp n. 1.957.315/RS, relator Ministro Moura Ribeiro, Terceira Turma, julgado em 20/6/2022, DJe de 
22/6/2022.)
Separação de fato
Desaparece o efeito impeditivo de fluência de prazo prescricional entre os cônjuges (art. 197, I, CC):
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
2- O propósito recursal consiste em definir se a separação de fato do casal é suficiente para cessar a 
causa impeditiva da fluência do prazo prescricional prevista no art. 197, I, do CC/2002, e, assim, para 
deflagrar o cômputo do prazo para a prescrição aquisitiva do imóvel previsto no art. 1.240 do CC/2002.
3- Duas espécies distintas de prescrição são reguladas pelo CC/2002:
a extintiva, relacionada ao escoamento do lapso temporal para que se deduza judicialmente pretensão 
decorrente de violação de direito (arts. 189 a 206) e a aquisitiva, relacionada a forma de aquisição da 
propriedade pela usucapião (arts. 1.238 a 1.244). Precedente.
4- A causa impeditiva de fluência do prazo prescricional prevista no art. 197, I, do CC/2002, conquanto 
topologicamente inserida no capítulo da prescrição extintiva, também se aplica às prescrições 
aquisitivas, na forma do art. 1.244 do CC/2002.
5- A constância da sociedade conjugal, exigida para a incidência da causa impeditiva da prescrição 
extintiva ou aquisitiva (art. 197, I, do CC/2002), cessará não apenas nas hipóteses de divórcio ou de 
separação judicial, mas também na hipótese de separação de fato por longo período, tendo em vista 
que igualmente não subsistem, nessa hipótese, as razões de ordem moral que justificam a existência da 
referida norma. Precedente.
(REsp n. 1.693.732/MG, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 5/5/2020, DJe de 
11/5/2020.)
Separação de fato
Havendo contrato de locação firmado durante o casamento por qualquer dos 
cônjuges, com a separação de fato o contrato permanece em favor daquele que 
permanecer no imóvel.
Art. 12. Em casos de separação de fato, separação judicial, divórcio ou 
dissolução da união estável, a locação residencial prosseguirá automaticamente 
com o cônjuge ou companheiro que permanecer no imóvel.
Separação de fato
É cabível ação de exigir contas após a separação de fato e antes da partilha dos bens comuns?
Art. 550, CPC: Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para 
que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 1º Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, 
instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem.
§ 2º Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar, prosseguindo-se o processo 
na forma do Capítulo X do Título I deste Livro.
§ 3º A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser fundamentada e específica, com 
referência expressa ao lançamento questionado.
§ 4º Se o réu não contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 355.
§ 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 
(quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.
§ 6º Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5º, seguir-se-á o procedimento do § 2º, caso 
contrário, o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização 
de exame pericial, se necessário.
Separação de fato
É cabível ação de exigir contas após a separação de fato e antes da partilha dos bens comuns?
Trata-se de procedimento especial bifásico e de natureza condenatória:
- 1ª fase: obrigação de fazer
- 2ª fase: obrigação de pagar
Separação de fato
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. BENS E DIREITOS EM ESTADO DE MANCOMUNHÃO (ENTRE A 
SEPARAÇÃO DE FATO E A EFETIVA PARTILHA). PATRIMÔNIO COMUM ADMINISTRADO EXCLUSIVAMENTE POR EX-
CÔNJUGE.
1. A ação de prestação de contas tem por escopo aclarar o resultado da administração de negócios alheios (apuração da 
existência de saldo credor ou devedor) e, sob a regência do CPC de 1973, ostentava caráter dúplice quanto à sua 
propositura, podendo ser deduzida tanto por quem tivesse o dever de prestar contas quanto pelo titular do direito de 
exigi-las. O Novo CPC, por seu turno, não mais prevê a possibilidade de propositura de ação para prestar contas, mas 
apenas a instauração de demanda judicial com o objetivo de exigi-las (artigo 550).
2. Assim como consagrado jurisprudencialmente sob a égide do CPC de 1973, o Codex de 2015 explicitou o dever do 
autor de, na petição inicial, especificar, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com 
documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem. São as causas de pedir remota e próxima, as quais devem 
ser deduzidas, obrigatoriamente, na exordial, a fim de demonstrar a existência de interesse de agir do autor.
3. Como de sabença, a administração do patrimônio comum do casal compete a ambos os cônjuges (artigos 1.663 e 1720 
do Código Civil).
Nada obstante, a partir da separação de fato ou de corpos (marco final do regime de bens), os bens e direitos dos ex-
consortes ficam em estado de mancomunhão - conforme salienta doutrina especializada -, formando uma massa 
juridicamente indivisível, indistintamente pertencente a ambos.
Separação de fato
4. No presente caso, consoante reconhecido na origem, a separação de fato do casal (que adotara o regime de 
comunhão universal de bens) ocorreu em janeiro de 2000, tendo sido decretada a separação de corpos em 05.05.2000, 
no âmbito de ação cautelar intentada pela ex-esposa. Posteriormente, foi proposta ação de separação judicial litigiosa 
que, em 19.04.2001, foi convertida em consensual. A divisão do acervo patrimonial comum, por suavez, foi objeto de 
ação própria, ajuizada em maio de 2001, processada sob a forma de inventário. Revela-se, outrossim, incontroverso que 
os bens e direitos comuns do casal sempre estiveram sob a administração exclusiva do ex-marido, que, em 27.11.2001, 
veio a assumir o encargo de inventariante do patrimônio.
5. Em caráter geral, a jurisprudência desta Corte já consagrou o entendimento de que a prestação de contas é devida por 
aqueles que administram bens de terceiros, não havendo necessidade de invocação de qualquer motivo para o 
interessado tomá-la.
6. No tocante especificamente à relação decorrente do fim da convivência matrimonial, infere-se que, após a separação 
de fato ou de corpos, o cônjuge que estiver na posse ou na administração do patrimônio partilhável - seja na condição de 
administrador provisório, seja na de inventariante - terá o dever de prestar contas ao ex-consorte. Isso porque, uma vez 
cessada a afeição e a confiança entre os cônjuges, aquele titular de bens ou negócios administrados pelo outro tem o 
legítimo interesse ao pleno conhecimento da forma como são conduzidos, não se revelando necessária a demonstração 
de qualquer irregularidade, prejuízo ou crédito em detrimento do gestor.
7. Recurso especial provido para restabelecer a sentença de procedência.
(REsp n. 1.274.639/SP, relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 12/9/2017, DJe de 23/10/2017.)
Separação de fato e ação de arbitramento de aluguéis
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE DIVÓRCIO E PARTILHA. ARBITRAMENTO DE 
ALUGUEIS CONTRA EX-CÔNJUGE QUE PERMANECE NA POSSE EXCLUSIVA DO IMÓVEL ANTES DA PARTILHA. 
POSSIBILIDADE. HIPÓTESE EM QUE NÃO HÁ PEDIDO DE ARBITRAMENTO DE ALUGUEL, MAS SIM DE RESPONSABILIZAÇÃO 
PELO PAGAMENTO DO FINANCIAMENTO DO BEM ADQUIRIDO PELO CASAL. INOVAÇÃO RECURSAL OCORRIDA NA 
APELAÇÃO. INADMISSIBILIDADE. SÚMULA 568/STJ. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 211/STJ.
1- É admissível a fixação de alugueis devidos contra o cônjuge que, após a separação de fato ou divórcio, permanece 
na posse exclusiva de bem comum de propriedade do casal, inclusive antes mesmo da partilha do bem, desde que não 
haja dúvida acerca da quota-parte de cada cônjuge e de que haja oposição à posse exclusiva, o que não é o caso dos 
autos. Precedentes.
2- Hipótese em que, ausente pedido de arbitramento de aluguel ou de reversão de valores de financiamento pagos à 
parte que não possui a posse do bem, ocorre inovação, apenas no âmbito do recurso de apelação, de modo a desnaturar 
o pedido formulado e a ele agregar elementos não contidos na petição inicial, expediente sabidamente vedado pelo 
ordenamento jurídico.
3- A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais indicados como violados, não obstante a interposição de 
embargos de declaração, impede o conhecimento do recurso especial.
4- Agravo interno desprovido.
(AgInt no REsp n. 1.847.015/RS, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 19/10/2020, DJe de 
21/10/2020.)
Separação de fato e ação de arbitramento de aluguéis quando um dos dois reside com o filho comum
4. Como é de sabença, enquanto o filho for menor, a obrigação alimentícia de ambos os genitores (de custear-lhe as 
despesas com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene e transporte) tem por lastro o dever de 
sustento derivado do poder familiar, havendo presunção de necessidade do alimentando; ao passo que, após a 
maioridade civil (dezoito anos), exsurge o dever dos pais de prestar alimentos ao filho - em decorrência da relação de 
parentesco - quando demonstrada situação de incapacidade ou de indigência não proposital, bem como por estar o 
descendente em período de formação escolar profissionalizante ou em faculdade, observado o trinômio "necessidade de 
quem recebe, capacidade contributiva de quem paga e proporcionalidade". Inteligência da Súmula 358/STJ.
5. A prestação alimentícia, por sua vez, pode ter caráter pecuniário - pagamento de certa soma em dinheiro - e/ou 
corresponder a uma obrigação in natura, hipótese em que o devedor fornece os próprios bens necessários à 
sobrevivência do alimentando, como moradia, saúde e educação.
6. A despeito da alternatividade característica da obrigação de prestar alimentos, o artigo 1.707 do Código Civil enuncia o 
princípio da incompensabilidade, que, nos termos da jurisprudência desta Corte, admite mitigação para impedir o 
enriquecimento indevido de uma das partes, mediante o abatimento de despesas pagas in natura (para satisfação de 
necessidades essenciais do alimentando) do débito oriundo de pensão alimentícia.
Separação de fato e ação de arbitramento de aluguéis quando um dos dois reside com o filho comum
7. Nesse contexto normativo, há dois fundamentos que afastam a pretensão indenizatória da autora da ação de 
arbitramento de aluguel. Um principal e prejudicial, pois a utilização do bem pela descendente dos coproprietários - 
titulares do dever de sustento em razão do poder familiar (filho menor) ou da relação de parentesco (filho maior) - 
beneficia a ambos, motivo pelo qual não se encontra configurado o fato gerador da obrigação reparatória, ou seja, o uso 
do imóvel comum em benefício exclusivo de ex-cônjuge.
8. Como fundamento secundário, o fato de o imóvel comum também servir de moradia para a filha do ex-casal tem a 
possibilidade de converter a "indenização proporcional devida pelo uso exclusivo do bem" em "parcela in natura da 
prestação de alimentos" (sob a forma de habitação), que deverá ser somada aos alimentos in pecunia a serem pagos 
pelo ex-cônjuge que não usufrui do bem - o que poderá ser apurado em ação própria -, sendo certo que tal exegese tem 
o condão de afastar o enriquecimento sem causa de qualquer uma das partes.
9. Ademais, o exame do pedido de arbitramento de verba compensatória pelo uso exclusivo de imóvel comum por ex-
cônjuge não pode olvidar a situação de maior vulnerabilidade que acomete o genitor encarregado do cuidado dos filhos 
financeiramente dependentes, cujas despesas lhe são, em maior parte, atribuídas.
10. Hipótese em que o provimento jurisdicional - pela improcedência da pretensão autoral - submete-se à regra rebus sic 
stantibus, notadamente por se tratar de controvérsia que guarda relação com institutos de direito de família.
11. Recurso especial não provido.
(REsp n. 1.699.013/DF, relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 4/5/2021, DJe de 4/6/2021.)
Separação de fato e ação de arbitramento de aluguéis quando um um dos cônjuges é afastado do lar 
por medida protetiva em razão de ato de violência doméstica:
Lei 11340/06 - Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá 
aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre 
outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 
10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o 
agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou 
serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e 
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em grupo de apoio. 
Separação de fato e ação de arbitramento de aluguéis quando um um dos cônjuges é afastado dolar 
por medida protetiva em razão de ato de violência doméstica:
3. Contudo, impor à vítima de violência doméstica e familiar obrigação pecuniária consistente em locativo pelo uso 
exclusivo e integral do bem comum, na dicção do art. 1.319 do CC/2002, constituiria proteção insuficiente aos direitos 
constitucionais da dignidade humana e da igualdade, além de ir contra um dos objetivos fundamentais do Estado 
brasileiro de promoção do bem de todos sem preconceito de sexo, sobretudo porque serviria de desestímulo a que a 
mulher buscasse o amparo do Estado para rechaçar a violência contra ela praticada, como assegura a Constituição 
Federal em seu art. 226, § 8º, a revelar a desproporcionalidade da pretensão indenizatória em tal caso.
5. Outrossim, a imposição judicial de uma medida protetiva de urgência - que procure cessar a prática de violência 
doméstica e familiar contra a mulher e implique o afastamento do agressor do seu lar - constitui motivo legítimo a que se 
limite o domínio deste sobre o imóvel utilizado como moradia conjuntamente com a vítima, não se evidenciando, assim, 
eventual enriquecimento sem causa, que legitimasse o arbitramento de aluguel como forma de indenização pela 
privação do direito de propriedade do agressor.
6. Portanto, afigura-se descabido o arbitramento de aluguel, com base no disposto no art. 1.319 do CC/2002, em 
desfavor da coproprietária vítima de violência doméstica, que, em razão de medida protetiva de urgência decretada 
judicialmente, detém o uso e gozo exclusivo do imóvel de cotitularidade do agressor, seja pela desproporcionalidade 
constatada em cotejo com o art. 226, § 8º, da CF/1988, seja pela ausência de enriquecimento sem causa (art. 884 do 
CC/2002). Na hipótese, o Tribunal de origem decidiu em consonância com a referida tese, inexistindo, assim, reparo a ser 
realizado no acórdão recorrido.
7. Recurso especial conhecido e desprovido.
(REsp n. 1.966.556/SP, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 8/2/2022, DJe de 17/2/2022.)
Separação de fato e usucapião familiar
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem 
oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² 
(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia 
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja 
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Separação de fato e usucapião familiar
Competência: Juízo Cível
AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação para arbitramento de aluguéis proposta por ex-marido em face de ex-mulher, perante 
o juízo de família, ao argumento de que ela exerce a posse exclusiva, em seu detrimento, sobre bem imóvel pendente de 
partilha. Contestação com reconvenção, em que a reconvinte pretende o reconhecimento da usucapião familiar, nos 
termos do art. 1.240-A do Código Civil. Rejeição liminar da reconvenção, ao fundamento de que não estão presentes os 
requisitos para o instituto. Inconformismo da reconvinte que não merece prosperar. A reconvenção não é cabível se o 
juiz da causa for absolutamente incompetente para apreciar e julgar o pedido reconvencional. O objeto da reconvenção 
é a aquisição originária da propriedade do imóvel em que reside a agravante, de modo que a matéria a ser apreciada e 
julgada nos autos é de natureza eminente patrimonial, não havendo qualquer questão relativa à relação familiar. 
Matéria que não se encontra no rol da competência das varas de família, expressamente delimitada no art. 43 da LODJ. 
Competência do juízo cível. Agravo de instrumento improvido
(0030402-64.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). FABIANO REIS DOS SANTOS - Julgamento: 12/05/2022 
- DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL)
Usucapião familiar: não cabimento e arbitramento de aluguéis
RECURSO DE APELAÇÃO. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE ARBITRAMENTO DE ALUGUEL. EX-CÔNJUGE QUE FRUIU DO IMÓVEL COMUM DO 
EX-CASAL. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. ALEGADA, EM DEFESA DO RÉU, A USUCAPIÃO FAMILIAR. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA 
DO PEDIDO AUTORAL. INSURGÊNCIA RECURSAL DA DEMANDANTE. Usucapião familiar. Não caracterização. separação consensual. 
Réu que não comprovou ter havido abandono do lar pela Autora de forma injustificada. Não comprovada a posse direta e 
ininterrupta do bem imóvel por, no mínimo, dois anos a partir da vigência da Lei nº 12.424/2011 que introduziu o art. 1240-A ao 
Código Civil. Não comprovado que o Réu não é proprietário de outro bem imóvel rural ou urbano. Ônus da prova quanto aos 
requisitos da usucapião familiar que recai sobre a parte que a suscita. Ademais, compete ao Réu a prova de fatos extintivos, 
modificativos ou impeditivo do direito autoral, na forma do art. 373, II, do CPC. Permanência do Réu no imóvel em condomínio após 
a separação judicial e divórcio que configura ato de liberalidade e não induz posse ad usucapionem. Art. 1.208, I, do Código 
Civil/02, correspondente ao art. 497, do Código Civil/1916, vigente à época da separação judicial. Permissão para utilização 
exclusiva do bem por prazo indeterminado, de forma gratuita, que caracteriza contrato de comodato, em que a posse é, por 
natureza, provisória, impedindo a configuração da usucapião, porquanto precária, sem animus domini. Autora que faz jus ao 
recebimento de alugueres a partir da data da notificação extrajudicial. Uso exclusivo do imóvel comum por um dos ex-cônjuges 
que autoriza que aquele privado da fruição do bem reivindique, a título de indenização, a parcela proporcional a sua quota-parte 
sobre a renda de um aluguel presumido, nos termos do disposto nos artigos 1.319 e 1.326 do Código Civil. Obrigação reparatória 
que afasta o enriquecimento sem causa ao coproprietário. Fato gerador da obrigação reparatória que está assentado no uso 
exclusivo do imóvel comum por um dos ex-consortes, a partir da inequívoca oposição daquele que se encontra destituído da fruição 
do bem, notadamente quando ausentes os requisitos ensejadores da chamada "usucapião familiar" prevista no artigo 1.240-A do 
citado Codex. Alugueres, arbitrados no valor mensal de R$ 400,00 (quatrocentos reais), que são devidos a partir de 20 de setembro 
de 2018, data da notificação extrajudicial. Reajuste do valor que deve incidir anualmente, no mês de setembro, regulando-se pelo 
IPCA. Reforma da sentença para proceder a ação. Sucumbência pelo réu. RECURSO PROVIDO.
(0061474-34.2018.8.19.0002 - APELAÇÃO. Des(a). MURILO ANDRÉ KIELING CARDONA PEREIRA - Julgamento: 13/04/2022 - 
VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL)
Usucapião familiar: prova do efetivo abandono
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA E COISAS. AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA. USUCAPIÃO. AÇÃO DE PROCEDIMENTO 
ESPECIAL. IMÓVEL RESIDENCIAL. PEDIDO DECLARATÓRIO DE USUCAPIÃO FAMILIAR (ART. 1.240-A DO CÓDIGO CIVIL). 
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO. SEPARAÇÃO DE FATO 
OCORRIDA EM MAIO DE 2008, ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI FEDERAL N.º 12.424/2011, QUE CRIOU A USUCAPIÃO 
FAMILIAR. ENUNCIADO N.º 595-VII JORNADA DE DIREITO CIVIL-CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL. CONTROVÉRSIA QUE 
VERSA O ABANDONO DO LAR CONJUGAL E O ABANDONO DE QUALQUER POSSE SOBRE O IMÓVEL. AUSÊNCIA DE PROVA 
DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO ALEGADO. APELADA QUE, CONQUANTO TENHA DEIXADO O IMÓVEL COMUM, FÊ-
LO COM BASE EM IMPOSSIBILIDADE DE CONVÍVIO E COMUNICAÇÃO AO CÔNJUGE, POR MEIO DE DOCUMENTO NÃO 
IMPUGNADO, E SOBRE AQUELE CONTINUOU A EXERCER ATOS DE POSSE INDIRETA. MANUTENÇÃO DO CADASTRO 
COMO DEPENDENTE DO APELANTE NA MARINHA DO BRASIL. PARTES QUE, EM MARÇO DE 2010, RENEGOCIARAM O 
FINANCIAMENTO DO IMÓVEL USUCAPIENDO. (...).
(0161380-68.2016.8.19.0001 - APELAÇÃO. Des(a). GILBERTO CAMPISTA GUARINO - Julgamento: 09/03/2022 - DÉCIMA 
QUARTA CÂMARA CÍVEL)
Separação de corpos
Art. 1.562. Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de separação judicial, a 
de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, comprovando sua 
necessidade,a separação de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível brevidade.
Separação de corpos
É a alternativa para quem deseja pôr fim aos deveres conjugais e ao regime de bens, mas não quer 
dissolver o casamento.
Os cônjuges se mantém no estado de casados, mas o casamento está rompido, cessando os deveres de 
coabitação e fidelidade. 
Acaba a comunicabilidade patrimonial.
Autoriza a constituição de união estável.
Serve como prova do fim do casamento, apesar de não o dissolver.
Não há necessidade de alegação e prova de que o cônjuge esteja sujeito a risco. O simples fim da 
afetividade e a intenção de por fim ao vínculo autorizam impor o fim do convívio.
Separação de corpos e direito sucessório
(...) 2. A teor da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, eventual mácula da decisão monocrática do relator fica 
superada com o julgamento do recurso pelo órgão colegiado competente. Inexistência de violação do art. 557 do 
CPC/1973. 3. "O cônjuge herdeiro necessário é aquele que, quando da morte do autor da herança, mantinha o vínculo 
de casamento, não estava separado judicialmente ou não estava separado de fato há mais de 2 (dois) anos, salvo, nesta 
última hipótese, se comprovar que a separação de fato se deu por impossibilidade de convivência, sem culpa do cônjuge 
sobrevivente", sendo certo, outrossim, que "O fato gerador no direito sucessório é a morte de um dos cônjuges e não, 
como cediço no direito de família, a vida em comum" (REsp 1.294.404/RS, Rel. Min. RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, 
TERCEIRA TURMA, DJe de 29/10/2015).
4. Hipótese em que, conforme consignado pelas instâncias ordinárias, a separação do casal decorre de decisão 
concessiva de separação de corpos, há menos de dois anos anteriores à data do falecimento do marido, determinando o 
afastamento temporário da esposa da residência familiar. Não se tratando, portanto, de separação judicial, tampouco de 
separação de fato, exclui-se a possibilidade de exame da culpa pela separação, assegurando-se o direito hereditário, e, 
por consequência, o direito real de habitação relativamente ao imóvel que servira de residência da família.
5. Agravo interno desprovido.
(AgInt no REsp n. 1.281.438/SP, relator Ministro Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), Quarta 
Turma, julgado em 5/6/2018, DJe de 12/6/2018.)
Separação de corpos
Quando a motivação é violência doméstica, possível buscar a aplicação de medida protetiva de 
afastamento do lar comum:
Lei 11340/06, Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos 
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as 
seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
Separação de corpos
Cabível também a fixação de alimentos provisórios a favor dos filhos dependentes do agressor:
ECA, Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou 
responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do 
agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que 
necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor. 
Separação de corpos
Ainda que a tutela cautelar mantenha eficácia pelo prazo de 30 dias, a separação de corpos é 
reconhecida como satisfativa, não se sujeitando ao prazo decadencial.
Não faz sentido que, deixando o cônjuge de promover a ação de divórcio, seja revogada a medida 
cautelar.
Se o juiz cautelarmente decretou a separação de corpos, é de evidência que a ausência de propositura 
da ação principal, no prazo de 30 dias, não pode acarretar a reunião de corpos separados.
Separação de corpos
Nada impede que o pedido de afastamento do cônjuge do lar seja formulado na ação de divórcio, a 
título de tutela antecipada (art. 303, CPC).
Possível o deferimento do pedido em sede liminar, sem a oitiva do Réu, ou depois da audiência de 
mediação e conciliação (art. 696, CPC).
Sendo consensual o fim do convívio, os cônjuges podem lavrar, perante o tabelião, escritura de 
separação de corpos, segundo Maria Berenice Dias.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS. DEFERIMENTO DA TUTELA DE URGÊNCIA. RECURSO DA 
PARTE AUTORA. PLEITO PARA AFASTAMENTO DO LAR CONJUGAL DO AGRAVADO. RELATÓRIO SOCIAL. CARACTERIZADA SITUAÇÃO DE 
VULNERABILIDADE. REFORMA DA DECISÃO AGRAVADA.
1. Trata-se de agravo de instrumento em face de decisão que deferiu pedido liminar da autora, fixando alimentos provisórios, 
decretando a separação de corpos das partes, ficando a autora autorizada a residir com quaisquer de seus familiares, sem que perca 
o direito a partilha dos bens do casal, e determinando que o réu coloque a casa do casal a venda, sob pena de perder o direito de 
ocupar o referido espaço.
2. Pleito da agravante para o imediato afastamento do lar conjugal do agravado, fixando a posse provisória do imóvel em seu favor.
3. Não pode o Judiciário deixar de reconhecer os efeitos imediatos do rompimento fático do casamento, possibilitando a separação 
de corpus com a brevidade necessária. Art. 1562 do Código Civil.
4. Não se revela razoável aguardar todo o processamento do feito para possibilitar o desfazimento da coabitação, prolongar tal 
situação possivelmente causará o aumento dos conflitos entre as partes. Diante de tal realidade, foi deferido o pedido liminar de 
separação de corpus.
5. Contudo, a decisão agravada autorizou à autora a se ausentar do lar, não determinando o afastamento do agravado, como 
pleiteado na peça inicial.
6. Diante dos contornos fáticos apresentados, pode-se concluir que a decisão agravada não observou a razoabilidade e cautela 
necessárias em casos sensíveis como o apresentado. Apesar de ainda não concluído o estudo psicológico, há nos autos a notícia de 
violência psicológica, patrimonial e de subjugação da agravante, o que faz com que o afastamento da recorrente de sua residência 
não reflita a melhor solução, ainda que provisória.
7. Mesmo tendo sido deferidos os alimentos provisórios, não há nos autos comprovação de que estejam sendo pagos, não sendo 
possível ignorar a situação financeira da agravante que ao longo do tempo em que perdurou a relação exerceu atividade laborativa 
no comércio de titularidade do recorrido. 
8. Diante dos fatos apresentados até o presente momento processual e das regras de experiência comum, não se revela solução 
prudente aguardar todo o processamento do feito para possibilitar uma separação de corpus de forma digna à autora que se 
encontra em evidente situação de vulnerabilidade.
PROVIMENTO DO RECURSO.
(0019635-93.2022.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). CARLOS SANTOS DE OLIVEIRA - Julgamento: 04/07/2022 - 
TERCEIRA CÂMARA CÍVEL)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação de Divórcio Litigioso c/c Liminar de separação de corpos c/c alimentos 
provisórios c/c partilha de bens. Antecipação de Tutela. Decisão concessiva da antecipação dos efeitos 
da tutela. Irresignação. Não assiste razão ao agravante. Decisão que restou bem fundamentada. 
Evidenciado os requisitos autorizadores para a concessão da tutela antecipada - artigo 300 do CPC. 
Necessidade de afastamento do varão do lar. Provas trazidas aos autos demonstram que a convivência 
entre as partes sob o mesmo teto pode acirrar os ânimos e ameaçar a integridade física e psíquica da 
autora. Decisão não teratológica, nem contrária à lei ou a prova dos autos. Aplicação do que dispõe a 
Súmula nº 59 deste E. Tribunal de Justiça. Decisão não merecer censura, ausente razão plausível à 
reforma que se almeja. Desprovimento.
(0094961-93.2021.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). ADOLPHO CORREA DE ANDRADE 
MELLO JUNIOR - Julgamento: 26/05/2022 - NONA CÂMARA CÍVEL)
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
O Código de 1973 previa, em seus arts. 1.120 a 1.124, o rito da ação de separação consensual, como 
procedimentode jurisdição voluntária. 
Posteriormente, com a edição da Lei nº 6.515, de 26.12.1977, esse procedimento passou a ser aplicável 
também aos casos de divórcio consensual (art. 40, § 2º).
 Em 2007, a Lei nº 11.441, de 04.01.2007, acrescentou ao CPC/1973 o art. 1.124-A, destinado a viabilizar 
a dissolução consensual da sociedade conjugal, mediante escritura pública. 
As demais ações de família, bem como a separação litigiosa seguiam o rito ordinário (Lei nº 6.515/1977, 
art. 34, caput).
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
O Novo Código de Processo Civil orientou-se diferentemente quanto a essa questão: 
estabeleceu um procedimento especial contencioso para as ações de família, fixado nos 
arts. 693 a 699. 
Essa novidade acolhe pretensão daqueles que militam no Direito de Família, os quais 
entendem que nele se discutem questões relevantes e de complexa resolução, que 
merecem maior atenção, não apenas porque envolvem a vida, a intimidade e a dignidade 
das pessoas que estão diretamente vinculadas ao litígio, mas também de seus familiares. 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Visando à uniformização procedimental, inovou o legislador ao elaborar um capítulo sobre 
aspectos processuais genéricos relativos às ações de família com conteúdo contencioso.
O rol dos processos contenciosos que tramitam sob a égide do rito fixado nos arts. 693 a 
699 do NCPC 2 abrange:
 (i) as ações de divórcio;
 (ii) de separação;
 (iii) de reconhecimento e extinção de união estável;
 (iv) de guarda, visitação e 
(v) de filiação. 
A topografia específica deve ser cotejada com dispositivos esparsos sobre a temática 
dentro do mesmo Código.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda 
que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria 
da Penha); 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de 
justiça os processos:
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união 
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Com relação às ações de família, o NCPC o foi expresso ao determinar que o 
alimentado deve se valer da sistemática prevista na Lei nº 5.478, de 25.07.1968 
(Lei de Alimentos).
 Difere, portanto do CPC/1973, que estabelecia um rito específico para os 
alimentos provisionais, no capítulo referente ao processo cautelar. 
Também não integra o procedimento inserido no NCPC as ações que versam 
sobre interesse da criança ou do adolescente, as quais se encontram sujeitas ao 
que define a Lei nº 8.069, de 13.07.1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Tratando-se de demandas que detenham cunho consensual, há de se 
aplicar as normas rituais de jurisdição voluntária, inclusive com 
regramento próprio no que concerne à homologação de sentença 
estrangeira.
Observe-se que o objeto de todas as ações pode ser submetido a 
soluções consensuais, quando processados sob a égide do rito especial 
da jurisdição voluntária
 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
CAPÍTULO XV - DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
Do Divórcio e da Separação Consensuais, da Extinção Consensual de União Estável e da 
Alteração do Regime de Bens do Matrimônio
 Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os 
requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual 
constarão:
I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns;
II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges;
III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e
IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos.
Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta 
depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658 .
 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Art. 732. As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separação consensuais aplicam-
se, no que couber, ao processo de homologação da extinção consensual de união estável.
 Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro 
ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as 
disposições de que trata o art. 731 .
§ 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como 
para levantamento de importância depositada em instituições financeiras.
§ 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, 
cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
 Art. 734. A alteração do regime de bens do casamento, observados os requisitos legais, poderá ser requerida, 
motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as razões que justificam a alteração, 
ressalvados os direitos de terceiros.
§ 1º Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Ministério Público e a publicação de edital que 
divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decorrido o prazo de 30 (trinta) dias da 
publicação do edital.
§ 2º Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de divulgação da 
alteração do regime de bens, a fim de resguardar direitos de terceiros.
§ 3º Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação aos cartórios de registro civil e de 
imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Mediação e Conciliação
O rito especial das ações de família, estabelecido pelo NCPC, está alicerçado em dois 
institutos de solução de conflitos, a mediação e a conciliação, como forma de possibilitar 
aos familiares litigantes expor, verbalmente, perante a autoridade a sua versão do litígio.
 Com isso, entendeu o legislador que “a satisfação efetiva das partes pode dar-se de modo 
mais intenso se a solução é por elas criadas e não imposta pelo juiz”. 
 A conciliação não é uma ferramenta nova, pois o CPC/1973 previa a possibilidade utilizá-la 
em causas relativas à família (art. 447, 5 parágrafo único). 
Mediação e Conciliação
Já a mediação foi integrada ao ordenamento processual somente no novo CPC. 
Contudo, não é recente a ideia de institucionalização desse método.
 Em 1998, foi apresentado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 4.827/1998, 
destinado a regulamentar a mediação. 
Em 2014, o Senado apresentou projeto similar, que deu origem à Lei nº 13.140, de 26 de 
junho de 2015. 
Nos termos do § único do art. 1º da Lei nº 13.140/2015, “considera-se mediação a 
atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou 
aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais 
para a controvérsia”. Prevê essa lei dois tipos de mediadores: (i) extrajudicial e (ii) judicial 
(arts.9º e 11, respectivamente).
Mediação e Conciliação
De acordo com o art. 165, § 3º, do NCPC, o mediador atuará preferencialmente nas 
situações litigiosas em que as partes possuem vínculo anterior. 
Ele deve ajudar as partes envolvidas a compreender as questões e os interesses em 
conflito, de modo que elas possam restabelecer a comunicação e identificar, por si 
próprias, as soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
 O mesmo artigo, em seu § 2º, estabelece que a conciliação refere-se aos casos em que não 
houver vínculo anterior entre as partes.
 O conciliador, após ouvir os interessados, sugere soluções para o litígio, sendo vedada a 
utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes 
conciliem.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
O art. 694 traz a previsão de que a solução consensual é a melhor das opções nas ações de 
natureza familiar, repetindo normatividade específica (art. 3º, § 2º, Lei 6515/77), inclusive 
mediante a suspensão do processo (art. 313, VIII, CPC) e com auxílio de profissionais 
especializados (§ único).
Seguindo a tônica humanista da novel legislação processual, reverenciam-se a conciliação e 
a mediação nas causas de família, em recomendação de que as próprias partes em litígio 
construam a solução de concordância, havendo ou não proposta formulada pelo terceiro 
intermediário pacificador (art. 3º, § 3º; 139, V; 165/175, CPC).
Sinaliza o Código, ao dar prioridade a esse sistema, que a decisão de autoridade do juiz, 
com base na lei, ficará adstrita quase sempre aos casos em que não for possível obter o 
consenso. 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Não há definição do que seria essa equipe 
multidisciplinar. 
Porém, considerando as situações abrangidas pelas 
ações de família, supõe-se necessária a presença de 
profissionais da área de saúde, como exemplos o 
psicólogo e o assistente social.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
É importante observar que esses institutos passam a integrar o rol dos serviços 
auxiliares da justiça e seu exercício é orientado por princípios estabelecidos no 
Código processual: 
(i) a independência, 
(ii) a imparcialidade, 
(iii) a confidencialidade,
(iv) a oralidade,
(v) a informalidade, 
(vi) a decisão informada e 
(vii) a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição 
das regras procedimentais (NCPC, art. 166, caput e § 4º).
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Art. 694, CPC. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, 
devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se 
submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar.
Art. 313, CPC. Suspende-se o processo:
VIII - nos demais casos que este Código regula.
Lei 6515/77, Art 3º - A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação, fidelidade recíproca e ao regime 
matrimonial de bens, como se o casamento fosse dissolvido.
§ 2º - O juiz deverá promover todos os meios para que as partes se reconciliem ou transijam, ouvindo pessoal e 
separadamente cada uma delas e, a seguir, reunindo-as em sua presença, se assim considerar necessário.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
 Legislador quis estimular a conciliação e mediação:
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser 
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no 
curso do processo judicial.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e 
mediadores judiciais;
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela 
provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, 
observado o disposto no art. 694.
O artigo 695, ao prever a imediata realização de audiência de mediação e conciliação, valoriza a 
oralidade e seus subprincípios:
- Concentração dos atos processuais 
- Imediação do contato entre o juiz e as partes
No que tange à audiência, são aplicáveis os ditames da parte geral (art. 334, CPC).
O mandado de citação não conterá a contrafé da petição inicial, excepcionando a regra do art. 250, V. 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Qual o sentido da regra do artigo 695, § 1º?
Promover a tentativa conciliatória antes da ciência do réu dos termos da inicial, algo que supostamente 
pode contribuir para evitar um clima de beligerância entre os demandantes.
§ 1º O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar 
desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a 
qualquer tempo.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
A citação será feita na pessoa do réu (art. 695, § 3º, do NCPC) e deverá ocorrer 
com antecedência mínima de quinze dias da data designada para a audiência 
(art. 695, § 2º, do NCPC).
Durante a realização da audiência de mediação e conciliação, é indispensável a 
presença de advogado ou defensor público para acompanhar as partes (art. 695, 
§ 4º, do NCPC). 
Entendem alguns doutrinadores que o juiz não deve presidir essas audiências de 
mediação e conciliação, para evitar a sua suspeição no futuro, porque “não 
poderá usar as informações eventualmente obtidas neste processo para decidir”
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
O artigo 696 reitera a assertiva de prestígio à solução consensual nas ações de família, inclusive por 
meio de mais de uma sessão de mediação e conciliação, com intervalo máximo regulado pela lei:
Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam 
necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar 
o perecimento do direito.
 Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência 
liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima 
de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 
(dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Não havendo acordo e diante do caráter contencioso da causa, a lei resume a continuidade do feito 
fazendo correlação com o dispositivo que cogita a contestação.
Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento 
comum, observado o art. 335 .
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial 
será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer 
parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado 
pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I ;
III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art335
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334%C2%A74i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art231
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Visando racionalizar a atuação institucional do MP, para queesta se pratique de modo responsável e 
socialmente efetiva, não deve o órgão intervir em toda e qualquer demanda de família, mas apenas 
quando envolver interesse de incapaz (art. 178, II, CPC) ou quando parte for vítima de violência 
doméstica, sendo ouvido antes da homologação do acordo firmado.
Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse de 
incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo.
Parágrafo único. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas ações de família em que 
figure como parte vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto 
de 2006 (Lei Maria da Penha). 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
O art. 699 traz necessidade de o juiz encontrar apoio em especialista para tomar o depoimento de 
incapaz, quando ocorrer situação de abuso ou alienação parental (art. 2º, Lei 12318/2010). O 
testemunho é prestado independentemente de compromisso (art. 447, §§ 4º e 5º, CPC).
 Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a alienação 
parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista.
Art. 447, § 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas 
ou suspeitas.
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz 
lhes atribuirá o valor que possam merecer.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
A Lei nº 13.431/2017 estabeleceu todo um sistema para garantia de direitos da criança e 
do adolescente vítima ou testemunha de violência, nele explicitando em que consistem tais 
direitos e garantias (art. 5º) e detalhando o procedimento do depoimento especial a ser 
colhido em juízo do menor, em semelhantes condições (art. 12).
 De início, o menor depoente terá de ser resguardado de qualquer contato, ainda que 
visual, com o suposto autor ou acusado, ou com outra pessoa que represente ameaça, 
coação ou constrangimento (art. 9º).
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Art. 2o Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do 
adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou 
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao 
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou 
constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros: 
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; 
II - dificultar o exercício da autoridade parental; 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive 
escolares, médicas e alterações de endereço; 
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a 
convivência deles com a criança ou adolescente; 
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou 
adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Quando se tratar de criança com menos de sete anos ou em caso de violência 
sexual, o depoimento especial seguirá, imediatamente, o rito cautelar de 
antecipação de prova (art. 11, § 1º).
Em regra, não se admitirá a tomada de novo depoimento especial, salvo quando 
justificada a sua imprescindibilidade pelo juiz e houver a concordância do menor 
ou de seu representante legal (art. 11, § 2º).
Depoimento especial do menor vítima ou testemunha de violência
Nos termos do art. 12 da Lei nº 13.431/2017, o depoimento especial do menor vítima ou testemunha 
de violência será colhido conforme o seguinte procedimento:
 I – os profissionais especializados esclarecerão à criança ou ao adolescente sobre a tomada do 
depoimento especial, informando-lhe os seus direitos e os procedimentos a serem adotados e 
planejando sua participação, sendo vedada a leitura da denúncia ou de outras peças processuais;
 II – é assegurada à criança ou ao adolescente a livre narrativa sobre a situação de violência, podendo o 
profissional especializado intervir quando necessário, utilizando técnicas que permitam a elucidação 
dos fatos; 
III – no curso do processo judicial, o depoimento especial será transmitido em tempo real para a sala de 
audiência, preservado o sigilo;
IV – findo o procedimento previsto no inciso II deste artigo, o juiz, após consultar o Ministério Público, o 
defensor e os assistentes técnicos, avaliará a pertinência de perguntas complementares, organizadas em 
bloco; 
V – o profissional especializado poderá adaptar as perguntas à linguagem de melhor compreensão da 
criança ou do adolescente; 
VI – o depoimento especial será gravado em áudio e vídeo. 
Encerramento
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