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FACULDADE REDENTOR – PARAÍBA DO SUL Alunos A CULTURA E A ARTE DE CATAGUASES (MG) PARAÌBA DO SUL 2017 Alunos A CULTURA E A ARTE DE CATAGUASES (MG) Trabalho final sob a Cultura e a Arte de Cataguases solicitado pelo professor Getúlio Júnior da disciplina de Projeto Integrador I do curso de Arquitetura e Urbanismo. PARAÍBA DO SUL 2017 Paraíba do Sul, 19 de junho de 2017 __________________________________ Professor: __________________________________ Coordenadora: __________________________________ Diretor: FACULDADE REDENTOR – PARAÍBA DO SUL AGRADECIMENTO Dedicamos esse projeto a todos nossos amigos e familiares que sempre nos esperançaram e acreditaram em nossos objetivos mesmo quando tudo parecia sucumbir. Porém um agradecimento especial para todos os nossos professores e a instituição que durante toda essa jornada, nos ajudaram e nos encorajaram, pessoas que contribuíram para nossa formação acadêmica e pessoal, a vocês o nosso obrigado! Agradecemos a Deus que nos ajudou e fortaleceu-nos a cada dia, ao professor e orientador Getúlio Júnior e também a todos os profissionais que contribuíram de alguma forma para nossa formação que nos transmitiram seus conhecimentos profissionais e suas experiências de vida. Agradecemos também a Virgínia Ribeiro, secretária e pedagoga de Cultura de Cataguases que contribuiu com seus conhecimentos sobre a cidade para a elaboração do trabalho. Cedeu seu tempo, sua experiência e sua competência para a perdura do conhecimento artístico, cultural, urbanístico e arquitetônico da cidade. A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. (Charles Chaplin) RESUMO O trabalho a seguir trata de uma série de informações colhidas sobre a cidade de Cataguases que foi proposta pela Faculdade Redentor no curso de Arquitetura e Urbanismo da disciplina Projeto Integrador I. Em primeiro momento foi colocado um reconhecimento virtual da cidade para esclarecer as características arquitetônicas, culturais, ambientais, urbanísticas e históricas da cidade. Posteriormente foi abordada uma pesquisa mais específica sobre a cultura e a arte da cidade, logo o conteúdo do trabalho trabalha enfatizando esses aspectos da mesma através de um roteiro sob tal visão e depois de um relatório comprovando ou contrapondo os pontos abordados no roteiro. ABSTRACT The following work deals with a series of information collected about the city of Cataguases that was proposed by Redentor Faculty in the course of Architecture and Urbanism of the discipline Integrator Project I. At first it was placed a virtual recognition of the city to clarify the architectural features, Cultural, environmental, urban and historical aspects of the city. Later, a more specific research about the culture and art of the city was approached, so the content of the work works emphasizing these aspects of the same through a script under that vision and after a report proving or opposing the points covered in the script. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Boneco de Apresentação. ............................................................................................ 3 Figura 2: Figura do Mapa do Roteiro. ........................................................................................ 5 Figura 3: Escultura “A Família” de Bruno Giorgi ...................................................................... 6 Figura 4: Painel “As Fiandeiras” de Portinari ............................................................................ 6 Figura 5: Cine Teatro Edgar, 1953. ............................................................................................ 7 Figura 6: Feira de Artesanato em Cataguases. ........................................................................... 8 Figura 7: Escultura Violeta de Sonia Ebling. ............................................................................. 9 Figura 8: Antiga Estação Ferroviária, 1877.............................................................................. 10 Figura 9: Salão Interno do Museu de Belas Artes. ................................................................... 11 Figura 10: Museu Nacional de Belas Artes em Cataguases. .................................................... 11 Figura 11: Monumento a Humberto Mauro, 1958 de Almicar de Castro. ............................... 12 Figura 12: Foto de Humberto Mauro ........................................................................................ 12 Figura 13: Painel Inconfidência Mineira, 1948 de Portinari. ................................................... 13 Figura 14: Colégio Cataguases. ................................................................................................ 13 Figura 15: Escultura: “O Pensador” de Jan Zach. .................................................................... 13 Figura 16: Obra: “Os Pássaros” de Anísio Medeiros, 1954. .................................................... 14 Figura 17: Obra: “Feira Nordestina” de Anísio Medeiros, 1958. ............................................. 14 Figura 18: Santuário Santa Rita de Cássia................................................................................ 15 Figura 19: “Mulher” de Jan Zach, 1951. .................................................................................. 16 Figura 20: Obra: “As Mulheres” de José Pedrosa. ................................................................... 17 Figura 21: Antiga Estação Ferroviária – Centro Cultural Eva Nil. .......................................... 18 Figura 22: Câmera Original de Humberto Mauro. ................................................................... 18 Figura 23: Mosaico do Interior do Centro Cultural Eva Nil. ................................................... 18 Figura 24: Mosaico da Obra Violeta. ....................................................................................... 19 Figura 25: Mosaico da Chácara na Praça Dona Catarina. ........................................................ 19 Figura 26: Deusa da Fortuna de Alex Schimitz. ....................................................................... 20 Figura 27: Feira Nordestina de Anísio Medeiros. .................................................................... 20 Figura 28: Monumento a Humberto Mauro de Almicar Castro. .............................................. 20 Figura 29: Colégio Cataguases. ................................................................................................ 21 Figura 30: Obra “O Pensador” de Jan Zach. ............................................................................ 21 Figura 31: Inconfidência Mineira de Candido Portinari. .......................................................... 21 Figura 32: Santuário Santa Rita de Cássia................................................................................ 22 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634630 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634631 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634632 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634633 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634634 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634635 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634636file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634637 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634638 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634639 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634640 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634641 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....................................................................... 23 Figura 37: A Família de Bruno Giorgi. .................................................................................... 23 Figura 38: Mosaico do Trem Rio Minas. ................................................................................. 24 Figura 39: Humberto Mauro. .................................................................................................... 29 Figura 40: Candido Portinari. ................................................................................................... 31 Figura 41: Oscar Niemeyer. ..................................................................................................... 33 Figura 42: Francisco Inácio Peixoto. ........................................................................................ 36 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634662 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634663 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634664 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634665 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634666 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634667 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634668 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634669 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634670 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485634671 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Pontos Positivos ...................................................................................................... 28 Gráfico 2: Conhecimento do Movimento Modernista. ............................................................. 28 Gráfico 3: Pontos Negativos. .................................................................................................... 28 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485629553 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485629554 file:///C:/Users/Guilherme/Downloads/Trabalho%20Final.docx%23_Toc485629555 LISTA DE SIGLAS DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte PCB - Partido Comunista Brasileiro VLI - Valor da Logística Integrada LISTA DE TABELAS Tabela 1: Pesquisa de Cataguases. ........................................................................................... 27 Sumário INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1 ROTEIRO DE VISITAÇÃO A CATAGUASES ....................................................................... 2 Conhecendo Cataguases ......................................................................................................... 2 O que é Cultura e Arte? .......................................................................................................... 3 Mapa do Roteiro sob a Arte e a Cultura de Cataguases ......................................................... 5 01 – Monumento a José Inácio Peixoto .................................................................................. 6 02 - Cine Teatro Edgar ........................................................................................................... 7 03 - Praça Rui Barbosa (Feira de Artesanato) ........................................................................ 8 04 – Escultura Violeta ............................................................................................................ 9 05 – Antiga Estação Ferroviária ........................................................................................... 10 06 – Museu de Belas Artes de Cataguases (Antiga Fábrica de Fiação e Tecelagem) .......... 11 07 – Monumento a Humberto Mauro ................................................................................... 12 08 – Colégio Cataguases ...................................................................................................... 13 09 – Educandário Dom Silveiro ........................................................................................... 14 10 – Santuário Santa Rita de Cássia ..................................................................................... 15 11 – Hotel Cataguases .......................................................................................................... 16 12 – Residência Inácio Peixoto ............................................................................................ 17 RELATÓRIO DE VISITAÇÃO A CATAGUASES (MG). .................................................... 18 TREM RIO MINAS ................................................................................................................. 24 Sobre o Trem Rio Minas ...................................................................................................... 24 Sobre a ONG Amigos do Trem ............................................................................................ 26 PESQUISA EM CATAGUASES ............................................................................................. 27 GRÁFICOS BASEADOS NA PESQUISA ............................................................................. 28 PESSOAS IMPORTANTES ....................................................................................................29 Humberto Mauro .................................................................................................................. 29 Candido Portinari .................................................................................................................. 31 Oscar Niemeyer .................................................................................................................... 33 Anísio Araújo de Medeiros .................................................................................................. 35 Francisco Inácio Peixoto ...................................................................................................... 36 MOVIMENTO VERDE ........................................................................................................... 38 HINO DE CATAGUASES (MG) ............................................................................................ 40 POESIA: MEIA PATACA DE GUILHERMINO CESAR ..................................................... 41 CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 43 1 INTRODUÇÃO A pesquisa a seguir tem como tema principal a arte e a cultura de Cataguases, porém vai abordar também conceitos históricos onde é compreendido como foi fundada a cidade de Cataguases. Ressalta também, a arquitetura da cidade que além de contemplar obras ecléticas, é ricamente composta e destacada pelo seu acervo modernista. Logo, entende-se que a cidade de Cataguases foi muito importante para o movimento modernista no Brasil, contou com inúmeros artistas e arquitetos da época que consagraram a cidade e deixando seu legado. A Semana Nacional de Artes Modernas (1922) impulsionou e motivou empresários da cidade que lançaram a mesma nesse contexto. Passaram por Cataguases nomes consagrados não só em território nacional, mas também internacional, como: Oscar Niemeyer na arquitetura, Candido Portinari na pintura, Humberto Mauro no cinema, Jan Zach, Sonia Ebling entre outros nas artes plásticas. 2 ROTEIRO DE VISITAÇÃO A CATAGUASES Conhecendo Cataguases Cataguases é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. De acordo com a estimativa do IBGE em 2015, sua população em julho de 2015 foi estimada em 74 171 habitantes. Em se tratando da fundação de Cataguases, há notoriedade para Guido Thomas Marllière - apontado como o fundador da cidade. Ele fora enviado à região com o objetivo de realizar trabalhos referentes à povoação da área, caracterizada por abundância em diamantes, nunca efetivamente encontrados. Logo a região começou a se erguer conforme as diretrizes de Guido, pois ele se empenhara na elaboração de um delineamento estrutural urbano sofisticado e particularizado para a região. Primeiramente o major Joaquim Vieira da Silva Pinto fundou a fazenda da Glória em distrito de mesmo nome e o filho dele, coronel José Vieira de Resende e Silva, fundou posteriormente a fazenda do Rochedo, nas proximidades do distrito de Sereno. A denominação Cataguases causa controvérsias quanto ao verdadeiro sentido: uns alegam ser o nome escolhido por José Vieira em homenagem ao riacho que banhava a casa dele e possuía este nome em sua cidade natal (atual cidade de Prado). Para alguns o nome significa “terra de gente boa”, para outros é “povo que mora no país das matas”. Independentemente do real significado do nome, a cidade se mostra como um portal vivo do modernismo que floresceu durante o século XX. O município localiza-se na Mesorregião da Zona da Mata mineira. A sede dista por rodovia 320 km da capital Belo Horizonte. Seu território apresenta área de 491,7 km², o qual inclui a sede municipal e os distritos de Aracati de Minas, Cataguarino, Glória de Cataguases, Sereno e Vista Alegre. A altitude da sede é de 169 metros, possuindo como ponto culminante a altitude de 1119 metros. O clima é do tipo tropical com chuvas durante o verão e temperatura média anual em torno de 23,5°C, com variações entre 18°C (média das mínimas) e 31°C (média das máximas). O município de Cataguases integra a bacia do rio Paraíba do Sul, sendo banhado pelo rio Pomba e seu afluente ribeirão Meia Pataca. 3 O que é Cultura e Arte? Cultura trata-se de todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro. Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepções, emoções e ideias, onde cada obra de arte possui um significado único e diferente. Possui vários tipos, como: ➢ Música; ➢ Dança; ➢ Pintura; ➢ Escultura; ➢ Teatro; ➢ Literatura; ➢ Cinema, entre outros. Visto os conceitos de Cultura e de Arte, foi traçado então, um roteiro turístico sobre o mapa da cidade de Cataguases visando as obras artísticas e culturais. Logo foram marcados e enfatizados, monumentos, esculturas, edifícios culturais e pinturas da cidade de Cataguases. Figura 1: Boneco de Apresentação. 4 Roteiro Sob a Cultura e a Arte de Cataguases Se chegaria a Cataguases com acesso pela Rua Geogina Oliveira e ao final desta rua visitar-se o Monumento a José Inácio Peixoto (01). Segue então, pela Rua Maurício Carrara em sentido a Rua Tenente Fortunado onde se tem o Cine Teatro Edgar (02) e a Praça Rui Barbosa (03). Dando continuidade pelo calçadão na Rua Coronel João Duarte entrando pela direita na Rua Joaquim Augusto de Almeida onde se tem a Escultura Violeta (04) na Praça Catarina e mais adiante, na mesma rua, a Antiga Estação Ferroviária (05). Seguindo ainda pela Rua Joaquim Augusto de Almeida, virando a esquerda na Rua Cleto da Costa e em seguida a direita na Rua Visconde do Rio Branco, encontra-se, na Praça Governador Valadares a antiga Fábrica de Fiação e Tecelagem (06) onde se funciona hoje o Museu de Belas Artes de Cataguases (06), o “Chica”. Retornando pela Rua Coronel Joaquim Duarte e seguindo pela direita na Avenida Astolfo Dutra até a segunda direita na Avenida Humberto Mauro, encontra-se o Monumento a Humberto Mauro (07). Seguindo essa mesma avenida, viraremos a direita ainda nessa mesma rua até encontrarmos, em seu fim, o Colégio Cataguases (08), onde encontramos a Escultura “O Pensador” de Jan Zach e o Painel Inconfidência Mineira de Portinari. .Voltando pela Avenida Humberto Mauro, seguiremos pela Rua dos Estudantes virando a direita e seguindo pela Praça Santa Rita e virando novamente a direita na Rua Doutor Lôbo Filho têm-se o Educandário Dom Silveiro (09) e o Santuário Santa Rita de Cássia (10). Seguindo ainda pela Rua Doutor Lôbo Filho até a Rua Major Viêira, se visitam o Hotel Cataguases (11), onde se encontra a Escultura “Mulher” e uma das residências Peixoto onde há a Escultura “As Mulheres” (12). Encerrando-se assim, o roteiro turístico sob a Cultura e a Arte de Cataguases percorrendo um total de aproximadamente 3,5 Km segundo o Google Maps, gastando aproximadamente, a pé, duas horas e meia. 5 Mapa do Roteiro sob a Arte e a Cultura de Cataguases Legenda do Mapa: 01 – Monumento a José Inácio Peixoto 07 – Monumento a Humberto Mauro 02 – Cine Teatro Edgar 08 – Colégio Cataguases 03 – Praça Rui Barbosa 09 – Educandário Dom Silveiro 04 – Escultura Violeta 10 – Igreja Santa Rita de Cássia 05 – Antiga Estação Ferroviária 11 – Hotel Cataguases 06 – Museu de Belas Artes Cataguases 12 – Escultura Mulheres Figura 2: Figura do Mapa do Roteiro. 6 01 – Monumento a José Inácio Peixoto Entreos anos de 1896 e 1953 os operários da Companhia Industrial Cataguases manifestaram o desejo de homenagear o industrial José Inácio Peixoto. O arquiteto Francisco Bolonha é chamado para construir um monumento que dê continuidade, no espaço público, às primeiras experiências com arquitetura moderna realizadas na década anterior. Nele podemos ver “As Fiandeiras”, de Cândido Portinari, executado em azulejos vitrificados por Américo Braga. E a Escultura “A Família” de Bruno Giorgi, feita em ferro fundido com figuras estilizadas de um homem, uma mulher e uma criança. Localizado na Praça José Inácio Peixoto, na Rua José de Almeida Kneip. Figura 4: Painel “As Fiandeiras” de Portinari Figura 3: Escultura “A Família” de Bruno Giorgi 7 02 - Cine Teatro Edgar Nos anos 1940, o escritor Francisco Inácio Peixoto, então diretor da Companhia Cinematográfica Cataguases, encomendou a construção do prédio do novo cinema ao arquiteto Aldary Toledo. No local já funcionava desde o final do século XIX uma sala destinada a encenações teatrais e exibições de filmes, o famoso Cine-Theatro Recreio. O Cineteatro foi inaugurado em 1953. Localiza-se na Praça Rui Barbosa na Rua Rabelô Horta. Figura 5: Cine Teatro Edgar, 1953. 8 03 - Praça Rui Barbosa (Feira de Artesanato) A Feira de Artesanato é realizada aos sábados na Praça Rui Barbosa e aos domingos na Praça Santa Rita. Com barracas padronizadas, os artesãos e fabricantes de doces e salgados caseiros, apresentam seus trabalhos para a comercialização. Os artesanatos são geralmente em madeira, sisal, tecidos, telas, bordados e tricô. Os doces em compotas, pedaços e caldas, são feitos com frutas da época, assim como os licores e os sucos. Figura 6: Feira de Artesanato em Cataguases. 9 04 – Escultura Violeta Localizada na Praça Catarina, obra Violeta que foi escolhida por voto popular entre outras obras de Sonia Ebling, para ficar em Cataguases, na Rua Joaquim Augusto de Almeida. Figura 7: Escultura Violeta de Sonia Ebling. 10 05 – Antiga Estação Ferroviária Uma das mais antigas construções ainda preservadas do conjunto Arquitetônico da Praça Governador Valadares, típico de todas as estações da época, seguindo o traçado dos pavilhões industriais ingleses – foi construído no final do século XIX pela Estrada de Ferro Leopoldina. Após a privatização, o prédio foi cedido à Prefeitura Municipal, que o reformou inteiramente, na década de 1990, após seu tombamento pelo IPHAN e em 1997, a estação foi reaberta, desta vez como Centro Cultural Eva Nil. Localizado na Praça Governador Valadares, na Rua Tenente Luís Ribeiro. Figura 8: Antiga Estação Ferroviária, 1877. 11 06 – Museu de Belas Artes de Cataguases (Antiga Fábrica de Fiação e Tecelagem) “Fábrica Velha” foi inaugurada em 1905, embora suas obras completas tenham se acabado somente em 1913. Destinava-se na época a abrigar os modernos teares movidos à eletricidade e todo complexo da Fábrica de Fiação e Tecelagem Manuel Ignácio Peixoto e Filhos. Hoje ele abriga o Instituto Francisca de Souza Peixoto, o “Chica”. Figura 10: Museu Nacional de Belas Artes em Cataguases. Figura 9: Salão Interno do Museu de Belas Artes. 12 07 – Monumento a Humberto Mauro Considerada como cidade histórica de Minas Gerais, Cataguases gravou seu nome no cinema brasileiro com Humberto Mauro, entre anos 1925 e 1974, sempre com temas brasileiros; Realizada por um dos maiores escultores brasileiros, Amilcar de Castro, a obra é uma portentosa estrutura pesando 15 toneladas e que homenageia o cineasta Humberto Mauro, que fez em Cataguases seus primeiros filmes. A escultura tem a forma de uma porta, significando os novos horizontes vislumbrados por Mauro. Figura 12: Foto de Humberto Mauro Figura 11: Monumento a Humberto Mauro, 1958 de Almicar de Castro. 13 08 – Colégio Cataguases Principal obra do arquiteto Oscar Niemeyer em Cataguases, o prédio do Colégio foi encomendado pelo industrial e escritor Francisco Inácio Peixoto para substituir o antigo ginásio da cidade, que funcionava no mesmo local desde 1909. Entre os anos de 1948 e 1974, o salão nobre recebeu uma das obras-primas do pintor brasileiro Cândido Portinari, o painel “Tiradentes” e a escultura “O Pensador”, de Jan Zach. Por sugestão de Oscar Niemeyer, o industrial e literato Francisco Inácio Peixoto encomendou a Candido Portinari um quadro para ocupar uma enorme parede no saguão de entrada do Colégio de Cataguases, que havia sido projetado por Niemeyer. O tema era livre Figura 14: Colégio Cataguases. Figura 15: Escultura: “O Pensador” de Jan Zach. Figura 13: Painel Inconfidência Mineira, 1948 de Portinari. 14 09 – Educandário Dom Silveiro As Irmãs Carmelitas chegaram a Cataguases, em fevereiro de 1912. Com a ajuda de pessoas ricas da cidade, as irmãs adquiriram o prédio da antiga Prefeitura e cadeia pública, transformando-o no Orfanato Dom Silvério. Em 1949, o velho casarão já não suportava mais e houve urgência em substituí-lo, isto é, edificar um novo. A construção do novo edifício visou ao estilo moderno. Na fachada do prédio, há um mural em azulejo, de Anísio Medeiros, e a capela apresenta uma obra primorosa do pintor Emerick Marcier. A inauguração deu-se em 1954. E temos também, bem perto do Educandário, outra obra do artista Anísio Medeiros, Feira Nordestina, localizada na Residência da Pintora Nanzita na Avenida Astoufo Dutra. Figura 16: Obra: “Os Pássaros” de Anísio Medeiros, 1954. Figura 17: Obra: “Feira Nordestina” de Anísio Medeiros, 1958. 15 10 – Santuário Santa Rita de Cássia Em 1941, chega a Cataguases o padre Solindo José da Cunha – e com ele a ousadia de um novo templo, inaugurado apenas em 1968. O projeto de Edgar Guimarães do Valle traz o arrojo da nave livre, do vão central sem colunas. Na parte frontal externa, “A vida de Santa Rita”, painel de Djanira. Em 1995, o interior da nave rompe com o “branco-silêncio” de suas paredes e ganha o mural “A via Crucis de Jesus Cristo”, assinado por Nanzita. Na parte frontal do Santuário é possível identificar a arte em azulejos feita por Portinari. Figura 18: Santuário Santa Rita de Cássia. 16 11 – Hotel Cataguases A influência de Oscar Niemeyer, principalmente o traçado do Colégio Cataguases, se faz sentir nesse projeto do final dos anos 1940, realizado por Aldary Toledo. Novamente, vê-se aqui uma bela composição realizada a partir de soluções de grande simplicidade e despojamento. O mobiliário é de Joaquim Tenreiro, o paisagismo do Hotel é de Carlos Perry e, na entrada, um espelho d`água serve como pano de fundo para a escultura “Mulher”, de Jan Zach. Figura 19: “Mulher” de Jan Zach, 1951. 17 12 – Residência Inácio Peixoto Localizada na Rua Major Vieira nº 154, Centro, Cataguases - MG. Temo a obra "As Mulheres", de José Pedrosa, embelezando umas das residências Peixoto. Figura 20: Obra: “As Mulheres” de José Pedrosa. 18 RELATÓRIO DE VISITAÇÃO A CATAGUASES (MG). É notável a importância de Cataguases para o contexto histórico, cultural e artístico para o cenário brasileiro. Pois Cataguases destacou-se por seu acervo de arquitetura modernista. Ao visitar a cidade encontra-se no ponto de desembarque a Antiga Estação Ferroviária de Cataguases onde, atualmente, funciona o Centro Cultural Eva Nil. Teve-se acesso ao interior do Centro Cultural Eva Nil, onde obteve-se uma entrevista com a pedagoga cultural da cidade Virgínia Ribeiro que contribuiu com informações valiosas sobre a história e a cultura da cidade. Dentro do Centro Cultural, existem vários salões voltados à cultura, à arte e à história do lugar, além de funcionartambém uma feirinha artesanal singela e encantadora e uma sala especial da musa do cineasta Humberto Mauro, Eva Nil. Figura 21: Antiga Estação Ferroviária – Centro Cultural Eva Nil. Figura 22: Câmera Original de Humberto Mauro. Figura 23: Mosaico do Interior do Centro Cultural Eva Nil. 19 Logo ao lado, tem-se a Praça Santa Catarina com uma belíssima escultura (Violeta) que por sua vez encontra-se mal conservada e bem descuidada de uma famosa escultora, Sonia Ebling, que foi escolhida para ficar na mesma por voto popular. Ainda na mesma praça localiza-se também o museu chácara Dona Catarina, apresentando uma arquitetura exuberante e encantadora. A Praça possui esse nome (Dona Catarina) porque a mesma, mulher do coronel Inácio Peixoto dava muitas festas na chácara. Logo no começo da visitação já é perceptível o quão importante Cataguases é para a história cultural, arquitetônica e histórica do Brasil. Foi também ainda nesta mesma praça, que foram gravados diversos filmes do saudoso Humberto Mauro por Eva Nil, que encantou durante anos as cenas dos filmes brasileiros. Humberto, este que foi responsável por lançar a cidade de Cataguases no cinema brasileiro da época. Figura 24: Mosaico da Obra Violeta. Figura 25: Mosaico da Chácara na Praça Dona Catarina. 20 Ao lado esquerdo da Antiga Estação Ferroviária de Cataguases, localiza-se o Hotel Villas que foi projetado entre os anos de 1893 e 1895 para ser o banco de Cataguases e posteriormente se tornou hotel. O mesmo possuía uma escultura no topo do seu prédio que por motivos de segurança e por conta das trepidações, foi retirada do topo do mesmo e colocada no pátio do hotel em um jardim de canto. Trata-se de uma escultura chamada Deusa da Fortuna de Alex Schimitz. Prosseguindo com a visitação, andou-se em direção ao Colégio Cataguases, e antes de chegar ao mesmo visitou-se também o painel Feira Nordestina de Anísio de Araújo Medeiros que por se localizar em residência privada a fotografia foi externamente capturada. Seguindo ainda em direção ao Colégio, percebeu-se também o monumento a Humberto Mauro feito por Almicar de Castro, um dos maiores escultores brasileiros. A porta, representando os novos horizontes deslumbrados por Humberto é de ferro fundido pesando em torno de 15 toneladas. Embora esteja também mal conservada assim como a escultura Violeta, é uma obra fantástica. Figura 26: Deusa da Fortuna de Alex Schimitz. Figura 27: Feira Nordestina de Anísio Medeiros. Figura 28: Monumento a Humberto Mauro de Almicar Castro. 21 Chegando ao Colégio Cataguases, notou-se a exuberante arquitetura de Oscar Niemeyer logo na entrada do Colégio. O mesmo possui obras de importantes nomes da arquitetura, escultura e pintura brasileira. No colégio localiza-se o painel “Inconfidência Mineira” de Candido Portinari que foi encomendado por José Inácio Peixoto a pedido de Oscar Niemeyer e a escultura “O pensador” de Jan Zach. O Colégio encontrava-se com o pátio muito sujo aparentando ter sido palco de uma festa no dia anterior a visitação. As ruas são bem arborizadas, com árvores frondosas e grandes provocando boas sombras. Porém parecem não serem podadas a um bom tempo. Não há também nas ruas muitas lixeiras, o que propicia o acúmulo de lixo nas ruas, embora as ruas estivessem relativamente limpas no dia da visitação. Figura 30: Obra “O Pensador” de Jan Zach. Figura 29: Colégio Cataguases. Figura 31: Inconfidência Mineira de Candido Portinari. 22 Após a visita ao Colégio Cataguases, e ao retornar do almoço, visitou-se o santuário Santa Rita de Cássia que por sua vez possui uma obra em azulejos feita por Candido Portinari. Pode-se observar uma grande praça com um lindo arsenal arbóreo e um paisagismo local encantador. Ao lado do santuário, localiza-se o Educandário Dom Silvério que possui uma obra também em azulejos vitrificados, chamado “Os Pássaros” de Anísio Medeiros. Diferente de outras obras presentes na cidade é notável a preservação tanto da obra no Educandário quanto do Santuário. Também bem perto dali, é possível notar a Ponte Metálica de Cataguases, que completou cem anos e liga duas partes da cidade economicamente e socialmente distinta. De frente para a Praça Santa Rita é percebido o prédio eclético da prefeitura da cidade. Embora a cidade seja conhecida por seu arsenal arquitetônico modernista, vale ressaltar a beleza e marcas cronotrópicas presente não só neste, mas em outros prédios ecléticos contidos na cidade. Figura 32: Santuário Santa Rita de Cássia. Figura 33: “Os Pássaros” de Anísio Medeiros. Figura 34: Palácio da Prefeitura da Cidade. 23 Prosseguindo, visitou-se o Hotel Cataguases que por sua vez além de ter em sua entrada uma bela escultura chama “A Mulher” de Jan Zach, possui um paisagismo local, com espelhos d’água mal tratados e plantas que poderiam realçar e complementar ainda mais a paisagem. Logo deve ser trabalhado melhor o espaço, para tornar este paisagismo mais elegante e atrativo aos visitantes e hospedes do hotel. Terminou-se a visita a Cataguases, na Praça José Inácio Peixoto que contribui com um painel chamado “As Fiandeiras” de Candido Portinari e também uma escultura chamada “A Família” de Bruno Giorgi. Embora ambas as obras estejam cercadas para visitação, a praça se encontra descuidada podendo haver na mesma uma restauração e revitalização da área. Figura 35: Hotel Cataguases. Figura 36: As Fiandeiras de Candido Portinari. Figura 37: A Família de Bruno Giorgi. 24 TREM RIO MINAS Sobre o Trem Rio Minas Uma reunião realizada na manhã da segunda feira, dia 16 de janeiro, em Cataguases, formalizou os voluntários da ONG "Amigos do Trem" na cidade. A Organização Não Governamental tem sede em Juiz de Fora e seu objetivo é revitalizar e defender as ferrovias brasileiras. Através da ONG, em parceria com o DNIT, com apoio da VLI, empresa que controla as concessionárias de transporte ferroviário de cargas Ferrovia Centro-Atlântica e Ferrovia Norte-Sul, além de prefeituras da região, é que se dará continuidade ao projeto "Trem Turístico Rio Minas", que pretende implantar um trem para circular no trecho entre Cataguases (MG) e Três Rios (RJ). O grupo de voluntários de Cataguases é formado por pessoal técnico e capacitado da ferrovia, entre maquinistas, auxiliares de maquinistas, mecânicos, eletricistas e pessoal de via permanente, a fim de que o trem de turismo opere com total segurança e pessoal habilitado do setor. Figura 38: Mosaico do Trem Rio Minas. 25 Conforme informações da ONG Amigos do Trem, este será o primeiro trem turístico interestadual do Brasil, e deverá circular entre as cidades de Sapucaia e Três Rios, no Centro Sul Fluminense, Cataguases, Recreio, Leopoldina, Chiador, Além Paraíba e Volta Grande, em Minas. O trecho tem 187 quilômetros de malha ferroviária. A composição terá duas locomotivas, quatro vagões e dois carros-restaurantes. Os equipamentos são da década de 1970, oriundos da Fábrica Santa Matilde, estão sem utilidade, foram cedidos pelo DNIT e serão recuperados em parceria com a iniciativa privada. O “Trem Rio Minas” ligará as cidades de Cataguases, Leopoldina, Recreio, Volta Grande, Além Paraíba, Chiador, Sapucaia (RJ) e Três Rios (RJ), com parceria do Ministério dos Transportes, DNIT, Inventariança da RFFSA, Governo de Minas, ONG Amigos do Trem e o apoio do Movimento Além nos Trilhos e das prefeituras das cidades do trajeto. 26 Sobre a ONG Amigos do Trem A Oscip Amigos do Trem trabalha pela preservação,reimplantação do transporte ferroviário, principalmente o transporte de passageiros sobre trilhos em todo território nacional. Organização da Sociedade Civil de Interesse Publico CNPJ 04.717.670/0001-84 A ONG Movimento Nacional dos Amigos do Trem fundada oficialmente em 05 de junho de 2001, e qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Publico (OSCIP), nos termos da Lei 9.790/99, pelo Ministério da Justiça no processo n.º 08026.000236/2004-00, autuado em 09 de janeiro de 2004, e publicado no Diário Oficial da União no dia 21 de janeiro de 2004. A OSCIP/MNAT tem como objetivos: promover a cultura, o turismo, o desenvolvimento sustentável, defender o patrimônio histórico público das ferrovias nacionais além de incentivar a modernização do mesmo. A OSCIP/MNAT possui vários segmentos no Estado de Minas Gerias e no Brasil, em decorrência do apoio de inúmeras pessoas que incentivam e apoiam o transporte ferroviário de passageiros como mecanismo de desenvolvimento social e econômico do país, visto que este é amplamente utilizado na Europa, América do Norte e apresenta ampla expansão em países vizinhos. OBS: A OSCIP Amigos do Trem, conta Voluntários em várias regiões do Brasil, além de dezenas de simpatizantes e colaboradores, que contribuem de forma direta e indireta com a entidade. Sede Operacional: Rua Salvador Nota Roberto nº 09 - Bairro Industrial - Juiz de Fora Minas Gerais. Três Rios é reconhecido como maior entroncamento rodoferroviário do país, e desta forma irá contribuir de forma significativa para a implantação do projeto, que sugere, dentre outras coisas, a construção de uma nova Estação Ferroviária, com arquitetura temática e histórica. "Trazer visitantes é uma forma de gerar emprego e renda, além de aquecer a economia e movimentar tanto as redes de hotéis e restaurantes quanto o comércio em geral. Além do Trem Turístico Rio-Minas, a associação também apresentou o projeto Ferrovia Escola. Através deste, as pessoas seriam capacitadas, com aulas práticas e teóricas, para trabalhar em ferrovias, abrindo oportunidades para quem quer ingressar no mercado de trabalho. O projeto poderá gerar, inicialmente, 150 empregos diretos e indiretos. 27 PESQUISA EM CATAGUASES A fim de constatar alguns dados e querer descobrir um pouco mais sobre Cataguases, o grupo Cultura e Arte decidiu fazer realizar uma pesquisa com a população da cidade, para descobrir algumas informações distintas das que se obtém na internet. Com a mesma pode-se verificar gostos e conhecimentos da população cataguasense. Para a pesquisa foi abordado cerca de 100 pessoas e a mesma ocorreu no dia da visitação à cidade (06/05/2017). Tabela 1: Pesquisa de Cataguases. Tabela da Pesquisa de Cataguases MG Pergunta: Sabe o que foi o Movimento Modernista em Cataguases? Sim Não Total 35 65 100 Estilo Musical Favorito: Sertanejo Samba Rock MPB Outros Total 26 25 12 12 25 100 Comida Preferida: Mineira Gaúcha Japonesa Indefinida Total 35 25 15 25 100 Gênero de Filme Favorito: Ação Suspense Outros Total 68 17 15 100 Doce Preferido: Goiaba com Queijo Doce de Leite Indefinido Total 40 40 20 100 Conhecimento da Família Peixoto: Sim Não Total 67 33 100 Pontos Positivos: Natureza Tranquilidade Total 42 58 100 Pontos Negativos: Lixo Pavimentação Transito Total 30 30 40 100 28 GRÁFICOS BASEADOS NA PESQUISA 42% 58% Pontos Positivos em Cataguases Natureza Tranquilidade Fonte: Tabela de Pesquisa 35% 65% Conhecimento sobre Movimento Modernista em Cataguases Sabem Não Sabem Fonte: Tabela de Pesquisa. Gráfico 1: Pontos Positivos Gráfico 2: Conhecimento do Movimento Modernista. 40% 30% 30% Pontos Negativos em Cataguases Transito Lixo Pavimentação Fonte: Tabela de Pesquisa. Gráfico 3: Pontos Negativos. 29 PESSOAS IMPORTANTES Humberto Mauro Humberto Mauro (Volta Grande, 30 de abril de 1897 — 5 de novembro de 1983) foi um dos pioneiros do cinema brasileiro. Fez filmes entre 1925 e 1974, sempre com temas brasileiros. Filho de Gaetano Mauro, imigrante italiano, e de Teresa Duarte, mineira culta e poliglota, ele nasceu na Zona da Mata mineira dois anos depois da histórica sessão cinematográfica promovida pelos irmãos Lumière, em Paris. Quando criança mudou-se com a família para Cataguases. Humberto Mauro é tio-avô do ator André Di Mauro e da atriz Cláudia Mauro. Começo - O ciclo de Cataguases Desde cedo se dedicou à música, tocando o violino e o bandolim. Interessado também em mecânica ingressou no curso de engenharia em Belo Horizonte, que abandonou uns anos depois para voltar a Cataguases. Como as linhas de transmissão de eletricidade chegavam à região, trabalhou na instalação de energia elétrica nas fazendas. Foi para o Rio de Janeiro em 1916, onde trabalhou como eletricista, retornando a Cataguases em 1920. Neste mesmo ano casou com Maria Vilela de Almeida (Dona Bebê), com quem permaneceria casado pelo resto da vida. Em 1923, passou a se interessar por fotografia. Adquiriu uma câmera Kodak de Pedro Comello (pai da atriz Eva Nill), imigrante italiano a quem convenceu a se instalar em Cataguases como fotógrafo e de quem se tornaria amigo inseparável. Ambos compartilhavam de uma paixão pelo cinema, principalmente pelos filmes americanos de aventura. Admirava D.W. Griffith e King Vidor. Em 1925, Mauro e Comello compraram uma câmara cinematográfica de 9,5 mm, marca Pathé, com a qual Mauro filmou um curta-metragem cômico de apenas 5 minutos de duração. Mostraram esse filme a comerciantes locais, tentando convencê-los a investir numa Figura 39: Humberto Mauro. 30 companhia produtora de filmes em Cataguases. Com o apoio financeiro de Homero Domingues compraram uma câmara de 35 mm e centenas de metros de filme. Mas o filme que resolveram fazer ficou inacabado. Ainda em 1925, com a participação do negociante Agenor Cortes de Barros, fundaram em Cataguases a Phebo Sul América. Em 1926 realizam Na Primavera da Vida e em seguida Thesouro Perdido, um filme nos moldes dos filmes de aventura americanos, com muitas e complicadas cenas de ação. Foi premiado como o melhor filme brasileiro de 1927. Este filme contou com a única participação nas telas da mulher de Mauro, com o nome artístico de Lola Lys. Com o sucesso de Thesouro Perdido, Mauro pôde ampliar sua produtora, rebatizada de Phebo Brasil, e desenvolver filmes de acordo com sua visão pessoal. Seu trabalho seguinte, Brasa Dormida, é uma bem sucedida mistura de aventura e romance, com excelente aproveitamento dos cenários naturais, em que não falta uma excitante (para os padrões da época) cena erótica. Lançada em 1929, foi distribuída para todo o país. Seu longa-metragem seguinte, seu último para a Phebo, Sangue Mineiro é considerado sua obra-prima em Cataguases. Lançado em julho de 1929, percorreu todo o país com sucesso de crítica e público. Aqui ele deixa de lado a aventura e faz um filme intimista, em que os únicos conflitos são os do coração. Mauro manteve estreitas ligações com poetas e escritores modernistas da época, especialmente com os integrantes do chamado Movimento Verde. Criado em Cataguases após a Semana de Arte Moderna de 1922, tinha como integrantes Rosário Fusco, Francisco Inácio Peixoto, Ascânio Lopes e Guilhermino César, dentre outros, que eram responsáveis pela edição da Revista Verde, um dos marcos da literatura modernista brasileira. Com o surgimento da Cinédia, em 1929 ele vai para o Rio de Janeiro e começa a trabalhar com Adhemar Gonzaga, dirigindo as primeiras produções do estúdio, Barro Humano e "Lábios sem beijos", mostrando domínio na técnica do cinema falado. O sucesso desses filmes tornou a Cinédia o estúdio mais importante da época. Em 1931 foi lançado Mulher, na qual Mauro atuou como câmera, cabendo a direçãoa Octavio Gabus Mendes. Seu filme seguinte, Ganga Bruta, teve dificuldades na sua realização que se prolongou de 1931 a 1933. Era um filme de estrutura narrativa revolucionária para a época, com flashbacks e cortes rápidos. 31 Candido Portinari Filho dos imigrantes italianos, Giovan Battista Portinari e Domenica Torquato, originários de Chiampo (Vêneto), Candido Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, numa fazenda de café nas proximidades de Brodowski, interior de São Paulo. Com a vocação artística logo na infância, Portinari teve pouco estudo não completando sequer o ensino primário. Aos 14 anos de idade, uma trupe de pintores e escultores italianos que atuavam na restauração de igrejas, passa pela região de Brodowski e recruta Portinari como ajudante. Seria o primeiro grande indício do talento do pintor brasileiro. Aos 15 anos, já decidido a aprimorar seus dons, Portinari deixa São Paulo e parte para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Durante seus estudos na ENBA, Portinari começa a se destacar e chamar a atenção tanto de professores quanto da própria imprensa. Tanto que aos 20 anos já participa de diversas exposições, ganhando elogios em artigos de vários jornais. Mesmo com toda essa badalação, começa a despertar no artista o interesse por um movimento artístico até então considerado marginal: o modernismo. Um dos principais prêmios almejados por Portinari era a medalha de ouro do Salão da ENBA. Nos anos de 1926 e 1927, o pintor conseguiu destaque, mas não venceu. Anos depois, Portinari chegou a afirmar que suas telas com elementos modernistas escandalizaram os juízes do concurso. Em 1928 Portinari deliberadamente prepara uma tela com elementos acadêmicos tradicionais e finalmente ganha a medalha de ouro e uma viagem para a Europa. Os dois anos que passou vivendo em Paris foram decisivos no estilo que consagraria Portinari. Lá ele teve contato com outros artistas como Van Dongen e Othon Friesz, além de conhecer Maria Martinelli (1912-2006), uma uruguaia de 19 anos com quem o artista passaria o resto de sua vida. A distância de Portinari de suas raízes acabou aproximando o artista do Brasil, e despertou nele um interesse social muito mais profundo. Em 1931, Portinari volta ao Brasil renovado. Muda completamente a estética de sua obra, valorizando mais cores e a ideia das pinturas. Ele quebra o compromisso volumétrico e abandona a tridimensionalidade de suas obras. Aos poucos o artista deixa de lado as telas pintadas a óleo e começa a se dedicar a murais e afrescos. Ganhando nova notoriedade entre a Figura 40: Candido Portinari. https://pt.wikipedia.org/wiki/Filho https://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_italiana_no_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Chiampo https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%AAneto https://pt.wikipedia.org/wiki/Cafeicultura https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Nacional_de_Belas_Artes https://pt.wikipedia.org/wiki/1926 https://pt.wikipedia.org/wiki/1927 https://pt.wikipedia.org/wiki/Paris https://pt.wikipedia.org/wiki/1912 https://pt.wikipedia.org/wiki/2006 https://pt.wikipedia.org/wiki/1931 32 imprensa, Portinari expõe três telas no Pavilhão Brasil da Feira Mundial em Nova Iorque de 1939. Os quadros chamam a atenção de Alfred Barr, diretor geral do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA). https://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Iorque https://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Iorque https://pt.wikipedia.org/wiki/1939 https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_de_Arte_Moderna_(Nova_Iorque) https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_de_Arte_Moderna_(Nova_Iorque) 33 Oscar Niemeyer Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1907 – Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2012) foi um arquiteto brasileiro, considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Niemeyer foi mais conhecido pelos projetos de edifícios cívicos para Brasília, uma cidade planejada que se tornou a capital do Brasil em 1960, bem como por sua colaboração no grupo de arquitetos que projetou a sede das Nações Unidas em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Sua exploração das possibilidades construtivas do concreto armado foi altamente influente na época, tal como na arquitetura do final do século XX e início do século XXI. Elogiado e criticado por ser um "escultor de monumentos", Niemeyer foi um grande artista e um dos maiores arquitetos de sua geração por seus partidários. Ele alegou que sua arquitetura foi fortemente influenciada por Le Corbusier, mas, em entrevista, assegurou que isso "não impediu que [sua] arquitetura seguisse em uma direção diferente". Nascido no Rio de Janeiro, Niemeyer estudou na Escola Nacional de Belas Artes (atual UFRJ) e durante seu terceiro ano estagiou com Lúcio Costa, com quem acabou colaborando no projeto para o Ministério de Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. Contando com a presença de Le Corbusier, Niemeyer teve a chance de trabalhar junto com o mestre suíço, sendo ele uma grande influência em sua arquitetura. O primeiro grande trabalho individual de Niemeyer foram os projetos de uma série de edifícios na Pampulha, um subúrbio planejado no norte de Belo Horizonte. Esse trabalho, especialmente a Igreja São Francisco de Assis, recebeu elogios da crítica nacional e estrangeira, chamando a atenção internacional a Niemeyer. Ao longo dos anos 1940 e 1950, Niemeyer se tornou um dos arquitetos mais prolíficos do Brasil, projetando uma série de edifícios, tanto no país como no exterior. Isso incluiu o projeto de diversas residências e edifícios públicos, e ainda a colaboração com Le Corbusier (e outros) no projeto da sede das Nações Unidas em Nova Iorque, o que provocou convites para ensinar na Universidade Yale e na Escola de Design da Universidade Harvard. Figura 41: Oscar Niemeyer. 34 Em 1956, Niemeyer foi convidado pelo novo presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, para projetar os prédios públicos da nova capital do Brasil, que seria construída no centro do país. Seus projetos para o Congresso Nacional do Brasil, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e a Catedral de Brasília, todos concluídos anteriormente a 1960, foram em grande parte de natureza experimental e foram ligados por elementos de design comuns. Esse trabalho levou à sua nomeação como diretor do departamento de arquitetura da Universidade de Brasília, bem como membro honorário do Instituto Americano de Arquitetos. Devido à sua ideologia de esquerda e sua militância no PCB, Niemeyer deixou o país após o golpe militar de 1964 e, posteriormente, abriu um escritório em Paris. Ele retornou ao Brasil em 1985 e foi premiado com o prêmio Pritzker de arquitetura, em 1988. Entre seus projetos mais recentes se destacam o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (1996), o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (2002), a Cidade Administrativa de Minas Gerais (2010) e o Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer, na Espanha (2011). Niemeyer continuou a trabalhar até dias antes de sua morte, em 5 de dezembro de 2012, aos 104 anos. 35 Anísio Araújo de Medeiros Anísio Araújo de Medeiros (Teresina, 13 de outubro de 1922 — Rio de Janeiro, 26 de março de 2003) foi um diretor de arte, cenógrafo, figurinista e professor brasileiro. Destacou-se nas décadas de 50 e 60, trabalhando com os principais grupos teatrais da época, tais como o Teatro Oficina, Teatro Jovem, Grupo Decisão e Teatro do Rio, posteriormente renomeado Teatro Ipanema. Formou-se em 1950 na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro). Exerceu a atividade de arquiteto, tendo feito diversos projetos pelo Brasil. Ganhou em 1958 o Prêmio de Viagem como desenhista, que o levou a morar por dois anos na Europa.Foi professor de desenho na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na Escola de teatro da UNI-Rio foi professor de cenografia. Foi professor de desenho artístico na Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro. Foi responsável por cenários e figurinos de peças de teatro como Electra, O círculo do giz caucasiano e, em 1968, pelas mãos de Paulo Cesar Saraceni, Medeiros chegou ao cinema, assinando a cenografia de Capitu, seguido de Amor e Traição (1974) e Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Em 1976, ele trabalhou em Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto, e com o mesmo diretor em Amor Bandido (1978). Entre outros assinou também O Grande Mentecapto (1987) e Tiradentes, o filme (1999), de Oswaldo Caldeira. Medeiros trabalhou ainda, com Rubens Corrêa e Ivan de Albuquerque na construção do que viria a ser o Teatro Ipanema, nos anos 70. É de sua autoria o belo painel de azulejos que se encontra no monumento aos mortos da Segunda Guerra Mundial, no aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. 36 Francisco Inácio Peixoto Francisco Inácio Peixoto nasceu em Cataguases, Minas Gerais, em 5 de abril de 1909, quando a arte e a cultura brasileiras passavam por um processo de transformação significativo, que desembocaria, poucos anos mais tarde, na Semana de Arte Moderna de 1922, evento que inaugura oficialmente o projeto modernista no Brasil. Industrial, fazendeiro, advogado e escritor, financiou as mais importantes manifestações culturais de Cataguases, contribuindo para que sua cidade natal ganhasse vulto no cenário moderno do país. Na década de 1940, por exemplo, chega a contratar Oscar Niemeyer, importante nome da arquitetura moderna, para projetar sua residência e o Colégio Cataguases, construções que tiveram também como autores outros nomes de destaque do Modernismo, como o paisagista Burle Marx e o projetista imobiliário Joaquim Tenreiro. Sua produção literária, no entanto, mostra-se tímida. Dentre suas obras, destacam-se Meia Pataca (1928, poemas com Guilhermino César), Dona Flor (1940, contos), Passaporte proibido (1960, romance e novela), A janela (1960, contos) e Chamada geral (1982, contos). Em parceria com outros artistas cataguasenses como Rosário Fusco, Henrique de Resende, Guilhermino César e Ascânio Lopes, fundou, na década de 1920, o chamado Grupo Verde, que seria responsável, em 1927, pelo lançamento da revista Verde – revista mensal de arte e cultura –, um importante periódico na divulgação do modernismo em Cataguases. Figura 42: Francisco Inácio Peixoto. 37 Segundo o manifesto do Grupo Verde, publicado em 1927, o objetivo do movimento era “focalizar a linha divisória que nos põe no lado oposto ao dos demais modernistas brasileiros e estrangeiros. Não sofremos a influência direta estrangeira. Revista Verde, nº 1, ano 1. Todos nós fizemos questão de esquecer o francês.” Como se observa, em uma postura, por assim dizer, antiantropofágica, Peixoto e seus companheiros rechaçam os modelos artísticos europeus, não admitindo nem mesmo sua deglutição a fim de construir uma produção artística nova, brasileira, como aconteceu com o Modernismo do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo. Dessa forma, a recuperação do processo criativo da revista Verde, oportunizada pela organização do arquivo do escritor Francisco Inácio Peixoto, mostra-se por demais significativa. Por meio do trabalho, será possível evidenciar a gênese da arquitetura de um Modernismo cataguasense, tão importante para a edificação da arte moderna no Brasil. 38 MOVIMENTO VERDE Após a eclosão do movimento modernista alavancado pela Semana de 1922, surgem as revistas Klaxon (São Paulo, 1922–23), Estética (Rio, 1924–25), A Revista (Belo Horizonte, 1925–26), Terra Roxa (São Paulo, 1926). Logo em seguida, aparece em Cataguases a revista Verde (1927–29), ponta de lança do modernismo e única publicação de importância do movimento no interior do país, lançada numa cidade com pouco mais de 16 mil habitantes na época. Só depois iriam aparecer Festa (Rio, 1927–28;1934–35) e a Revista de Antropofagia (São Paulo, 1928–29). Verde teve sete edições publicadas, as cinco primeiras em 1927, uma em 1928 e a última em 1929, toda esta dedicada a Ascânio Lopes, que acabara de falecer, aos 23 anos. O primeiro número publicava apenas escritores mineiros – Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura etc. – e entre eles os rapazes da cidade, núcleo de resistência de Verde e fundadores da Revista: Ascânio Lopes, Cristóphoro Fonte-Boa, Camilo Soares, Enrique de Resende (o mais velho, então com 28 anos), Francisco Inácio Peixoto, Guilhermino Cesar, Martins Mendes, Oswaldo Abritta e Rosário Fusco. “Sou de Cataguases, cidadezinha pacata de Minas Gerais, e venho trazer a notícia de que eu e Henrique (mais tarde ele suprimiria o H) de Resende fundamos uma revista moderna aqui. Verde é o nome da baita” – escrevia o rapazote Rosário Fusco (17 anos recém-completados) a Mário de Andrade. E pedia colaboração, acrescentando que acabara de “dar uma facada no Alcântara e no Oswald”. O primeiro contato do petulante Fusco foi com Antônio de Alcântara Machado, que daria os endereços dos outros modernistas (corre que Fusco teria “ordenado” a um deles: “Mande colaboração, seu bosta!”). E todos acabaram mandando textos e poemas, inclusive os dois Andrades, que no número 4 assinariam em conjunto, “Marioswald de Andrade”, o poema “Homenagem aos homens que agem”, que terminava com a estrofe que ficou famosa: “Todos nós/ Somos rapazes/ Muito capazes/ De ir ver de/ Forde verde/ Os ases/ De Cataguases”. Nunca foram à cidade, é bem verdade, mas tornaram-se assíduos na revista que, inclusive, publicou em primeira mão capítulo inédito do Macunaíma de Mário. E logo, além de Minas e São Paulo, surgiram colaborações de várias partes do país e até mesmo do exterior – encomendadas por Rosário Fusco via Mário de Andrade, um dos grandes entusiastas da revista. Nacional e internacionalmente, a revista Verde logo se transformou numa tribuna livre “a todos os novos do Brasil e do mundo”. Em carta a Rosário Fusco, de 8/11/1927, escrevia Mário de Andrade: “Principiar é trabalho leviano que qualquer ombro de piá carrega. 39 Porém em seguida a gente percebe que não pode ficar nessa de ir além e, sobretudo, ir mais profundo e que-dê estudo, quê-de base, que-dê treino e fôlego para isso?”. Mas, ao escrever sobre o livro Poemas Cronológicos – de Ascânio Lopes, Enrique de Resende e Rosário Fusco (Verde Editora, Cataguases, 1928) –, Tristão de Athayde contrapõe: “Os poetas de Cataguases não serão talvez grandes poetas, mas possuem sem dúvida um feitio próprio que não se explica apenas pela grande influência que o Sr. Mário de Andrade exerceu sobre eles. Têm mais alguma coisa – e esse mais alguma coisa é essa “alma de Minas”, que é das coisas mais preciosas que temos de contar para as grandes descaracterizações do amanhã”. Como registra Ivan Marques em “Modernismo em Revista” (Editora Casa da Palavra, 2013), “nos últimos meses de 1927, o modernismo se transferiu em peso para Cataguases”. E acrescenta: “Espantoso, foi o adjetivo usado mais de uma vez por Mário de Andrade para se referir ao grupo, ao qual depois se juntariam outros qualificativos – milagre, fenômeno de Cataguases, proeza, milagre verde etc. – todos pertencentes ao campo semântico da exceção e da anormalidade”. O mesmo Mário que, em carta a Rosário Fusco, diria: “também quero ser verdinho que nem vocês”. E depois, dada a expansão de Verde e do movimento pelo interior do país, Mário antevia uma “cultura nacional”, que “exigiu da inteligência estar ao par do que se passava nas numerosas Cataguases”. Mas a cidade, que hoje se orgulha de ter sido berço de Verde, fingia não ver, ou até mesmo rejeitava, a aventura de seus rapazes. Diriaainda Mário de Andrade para os rapazes e o olhar avesso com que eram vistos por parte da cidade, exatamente: “a cidadinha à qual haviam dado realidade geográfica”. E também José Américo de Almeida: “Eu sonhei com vocês: todo o Brasil espiando pra Cataguases e Cataguases dando as costas a vocês”. 40 HINO DE CATAGUASES (MG) Flor esplendente da mata! Cataguases bem fadada Terra por nós adorada Que os corações arrebata De ti, quem pouco presume Mentindo ao próprio sentir Não vê que és filha de Nume Que teu fado se resume Teu futuro se desata Num constante progredir Salve, ó ninho de encantos Salve, Princesa da Mata Ouves de perto a sonata Cheia de magos quebrantos Que o rio canta, tremente Enaltecendo-te as graças Tudo aqui vive contente Do céu o azul, a aura olente As flores, aves aos cantos Tudo te envia profalças Salve, Salve! Princesa da Mata Vai longe o tempo nefário Vão longe os dias de dor Findo o teu triste fadário Sentes de novo o calor Que, do peito de teus filhos A redeirar os teus brilhos Transborda em estos de amor És a Phoenix rediviva! Desfeito o negro sudário Resurge a face da Diva Salve, ó ninho de encantos Salve, Princesa da Mata Ouves de perto a sonata Cheia de magos quebrantos Que o rio canta, tremente Enaltecendo-te as graças Tudo aqui vive contente Do céu o azul, a aura olente As flores, aves aos cantos Tudo te envia profalças Salve, Salve! Princesa da Mata 41 POESIA: MEIA PATACA DE GUILHERMINO CESAR O conquistador chegou cansado e batizou com o ouro da cobiça aterra que lhe prometia um punhado de coisas tentadoras MEIA-PATACA! Vieram mais gentes porém não havia mais ouro no rio de águas feias. Vieram outras gentes. Cataguases… a cidade cresceu. O Pomba tem barcos de nome estrangeiro brincando no dorso barrento. O Meia-Pataca ficou desdeixado pobre riozinho que se esconde e passa de longe medroso. – Olhando o rio esquecido eu penso no ouro que sumiu e no ouro que ficou pra sempre no coração da minha gente. 42 CONCLUSÃO Logo, com a disciplina Projeto Integrador I, pode-se investigar e apresentar a série de fatores históricos na construção cultural, social, artística, arquitetônica e urbanística da cidade Cataguases (MG), buscar referenciais ao longo do tempo que contribuíram para a formação de uma identidade local e regional, capaz de se materializar em manifestações culturais e artísticas. Ficou nítido o quanto a cidade contribuiu para o modernismo no Brasil, sua importância cultura, histórica, artística e, sobretudo arquitetônica. Com a visita à cidade pode- se desenvolver habilidades perceptivas, sociais e sensoriais que são necessárias ao profissional de arquitetura. E como toda cidade, Cataguases, apresenta problemas, como: a necessidade do reconhecimento da população da importância da cidade, pois grande maioria não sabe; a cidade é bastante arborizada, porém a manutenção das mesmas parece não acontecer; a revitalização e restauração de áreas ambientais, culturais e históricas da cidade. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FABRICA DO FUTURO. Guia da Arquitetura Modernista de Cataguases, 2013[Internet]. Disponível em: < http://sv2.fabricadofuturo.org.br/guiamodernista/>. Acesso em: 27 abr. 2017. GOOGLE MAPS. Roteiro Turístico de Cultura e Arte, 2017 [Internet]. Disponível em: <https://www.google.com/maps/d/viewer?hl=ptBR&authuser=0&mid=1hh4fsMW43a6JE759 caCeUmPDeu8&ll=-21.38779226203485%2C-42.697980515899644&z=15>. Acesso em: 06 maio 2017. KENNEDY – LETRAS. Hino do Município de Cataguases, 2015 [Internet]. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/hinos-de-cidades/1789041/>. Acesso em: 18 jun. 2017. MANIA DE HISTORIA. Cataguases: onde tudo começou..., 2012 [Internet]. Disponível em: <https://maniadehistoria2a1.wordpress.com/2012/06/07/cataguases-onde- tudo-comeou>. Acesso em: 27 abr. 2017. PREFEITURA MUNICIPAL DE CATAGUASES. Dados Municipais, 2014 [Internet]. Disponível em: <http://www.cataguases.mg.gov.br/325/DadosMunicipais/>. Acesso em: 25 abr. 2017. QUIRINO CRISTINA – MARCELO LOPES. Projeto “Trem Rio Minas” formaliza voluntários em Cataguases, 2017 [Internet]. Disponível em: <http://www.marcelolopes.jor.br/noticia/detalhe/19809/projeto-trem-de- turismo-rio-minas-formaliza-voluntarios-em-cataguases>. Acesso em: 17 jun. 2017. RIBEIRO, VIRGÍNIA. Informações sobre Cataguases, 2017 [Entrevista]. Data: 06 maio 2017. WIKIPEDIA. Cataguases, 2017 [Internet]. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cataguases>. Acesso em: 25 abr. 2017. http://sv2.fabricadofuturo.org.br/guiamodernista/ https://www.google.com/maps/d/viewer?hl=ptBR&authuser=0&mid=1hh4fsMW43a6JE759caCeUmPDeu8&ll=-21.38779226203485%2C-42.697980515899644&z=15 https://www.google.com/maps/d/viewer?hl=ptBR&authuser=0&mid=1hh4fsMW43a6JE759caCeUmPDeu8&ll=-21.38779226203485%2C-42.697980515899644&z=15 https://www.letras.mus.br/hinos-de-cidades/1789041/ https https://maniadehistoria2a1.wordpress.com/2012/06/07/cataguases-onde-tudo-comeou/ https://maniadehistoria2a1.wordpress.com/2012/06/07/cataguases-onde-tudo-comeou/ http://www.cataguases.mg.gov.br/325/DadosMunicipais/ http://www.marcelolopes.jor.br/noticia/detalhe/19809/projeto-trem-de-turismo-rio-minas-formaliza-voluntarios-em-cataguases http://www.marcelolopes.jor.br/noticia/detalhe/19809/projeto-trem-de-turismo-rio-minas-formaliza-voluntarios-em-cataguases https://pt.wikipedia.org/wiki/Cataguases https://pt.wikipedia.org/wiki/Cataguases https://pt.wikipedia.org/wiki/Cataguases 44 ANEXO