Buscar

Amor de Clarice Lispector

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A obra Literária “Amor” de Clarice Lispector faz parte da coletânea “Laços de Família”, essa coletânea, quase sempre traz a figura feminina oprimida, cheia de afazeres habituais que eram fruto de uma cultura da época.
 Ana, personagem principal da história, a protagonista séria é uma mulher comum no nosso dia a dia: mãe, esposa, dona de casa que sempre busca tratar de sua vida familiar com muito zelo. Leva uma vida estável.
 No decorrer do conto a personagem principal acaba desenvolvendo uma crise de epifania (aparição ou manifestação de algo, normalmente relacionado com o contexto espiritual e divino.) A cena descrita essa “epifania ” LISPECTO, Clarice (1960)
 “O que havia mais que fizesse Ana se aprumar em desconfiança? 
 Alguma coisa intranquila estava sucedendo. Então ela viu: o cego 
 mascava chicles... Um homem cego mascava chicles.
 Ana ainda teve tempo de pensar por um segundo que os irmãos 
 viriam jantar — o coração batia-lhe violento, espaçado. Inclinada, 
 olhava o cego profundamente, como se olha o que não nos vê. Ele 
 mascava goma na escuridão. Sem sofrimento, com os olhos 
 abertos. O movimento da mastigação fazia-o parecer sorrir e de 
 repente deixar de sorrir, sorrir e deixar de sorrir — como se ele a 
 tivesse insultado, Ana olhava-o. E quem a visse teria a impressão 
 de uma mulher com ódio. Mas continuava a olhá-lo, cada vez mais 
 inclinada — o bonde deu uma arrancada súbita jogando-a 
 desprevenida para trás, o pesado saco de tricô despencou-se do 
 colo, ruiu no chão — Ana deu um grito, o condutor deu ordem de 
 parada antes de saber do que se tratava — o bonde estacou, os 
 passageiros olharam assustados.”
 Nesse sentido a sacola caindo no chão, no conto é uma metáfora para o desabafar da vida de Ana. Se fizermos uma análise do “conto amor” com a pandemia que o mundo passou nos últimos dois anos. A saúde mental das mulheres foi e tem sido um grande problema neste mundo pós-pandemia. Na pandemia donas de casas chegaram até fazer jornadas triplas. Pois para a sociedade a mulher precisar ter certeza de que a comida estaria na mesa, completar as tarefas diárias e sempre apresentável para o seu companheiro. (Sociedade machista imposta desde sempre)
 Durante a pandemia as mulheres ficaram deprimidas e também mostrara baixa autoestima. Já é bastante difícil para as mulheres enfrentar em suas próprias barreiras sociais, agora a doença da loucura se manifestou na mente das mulheres que são forçadas a continuar sua rotina de trabalho habitual.
 Os problemas de saúde mental induzidos pela pandemia diferem de um problema de saúde mental normal nas mulheres porque pode ser mais difícil para elas obter ajuda. Eles enfrentam restrições com base em seu gênero e podem não se sentir capazes de se afastar do trabalho de assistência quando precisam de ajuda para gerenciar sua própria saúde mental.
 Nesse sentido, podemos concluir pela leitura atenta que a história não é apenas a descrição de um dia na vida de uma dona de casa, mas um momento complexo de epifania causado por uma situação cotidiana. Que faz ela refleti, somente quem realmente é.

Continue navegando