Buscar

ed infantil linha do tempo

Prévia do material em texto

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
ELAINE CRISTINA MELO BATISTA
LINHA DO TEMPO ACERCA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
BELÉM - PA
2022
ELAINE CRISTINA MELO BATISTA
LINHA DO TEMPO ACERCA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho avaliativo apresentado como exigência
parcial para a obtenção de conceito na disciplina
Educação Infantil: Concepções e práticas
ministrada pela professora Doutora Celi da Costa
Silva Bahia, da Faculdade de Educação, da
Universidade Federal do Pará
BELÉM - PA
2022
A partir da era moderna, com a mudança da estruturação da família na sociedade
dessa época , as mulheres passaram a também ser mão de obra nas indústrias.
Muitas mulheres já eram mães de família, portanto surgiu a necessidade de haver
locais onde essas mulheres pudessem deixar seus filhos para que as mesmas
pudessem trabalhar. Nesse contexto surgiram as "mães mercenárias", que eram
mulheres que abdicavam do trabalho nessas indústrias para cuidar dos filhos dessas
mulheres que sim, saiam para trabalhar. Essas mulheres eram da própria
comunidade, que não tinham uma proposta de trabalho didático com as crianças,
mas, dentre os trabalhos de assistência essas mulheres também aplicavam
trabalhos de cantos e memorização de rezas.
Segundo Paschoal e Machado (2009) "As primeiras instituições na Europa e
Estados Unidos tinham como objetivos cuidar e proteger as crianças enquanto as
mães saíam para o trabalho."
A partir da metade do século XIX, as instituições destinadas à primeira infância era
compostas basicamente por creches, jardins de infância e outras instituições
educacionais que tornaram-se modelos para outros países. Entretanto no Brasil, a
creche surgiu com o único objetivo de caráter assistencialista o que era
completamente contrário às demais instituições criadas na Europa e EUA, que
objetivavam o caráter pedagógico.
Uma das instituições de assistencia a infancia mais duradouras e criadas antes das
creches no Brasil, foi a roda dos expostos ou roda dos excluídos, onde :
[...] colocavam os bebês abandonados e era composto por uma forma
cilíndrica, dividida ao meio por uma divisória e fixada na janela da instituição
ou das casas de misericórdia. Assim, a criança era colocada no tabuleiro pela
mãe ou qualquer pessoa da família: essa ao girar a roda, puxava uma corda
para avisar a cordeira que um bebe acaba de ser abandonado, retirando-se
do local, para preservar sua identidade.(PASCHOAL; MACHADO, 2009, p.
82)
Por mais de um século, essa era a única instituição de assistência a crianças
abandonadas no Brasil, apesar de muitos movimentos contrários a essa instituição,
somente no século XX, esse tipo de instituição foi extinto no Brasil, sendo assim
também o último a acabar com a roda dos enjeitados.
Mesmo com os trabalhos de instituições como a roda dos enjeitados, no Brasil
surgiram muitas creches, porém, não por via do poder público e sim por
organizações filantrópicas.
Entre o final do século XIX e início do século XX, no Brasil, foi criado o instituto de
Proteção à Infância do Rio de Janeiro pelo médico Arthur Moncorvo Filho, que
atendia mães pobres, com objetivo de assistência com recém-nascidos, com
distribuição de leite, consultas as mães, vacinação e higiene dos bebês. No mesmo
ano foi criado o Instituto de Proteção e Assistência à Infância, o que precedeu a
criação do Departamento da Criança em 1919, órgão que além de fiscalizar essas
instituições, combatia o trabalho de mães voluntárias por se tratar de um trabalho
em situação precária aos filhos das trabalhadoras.
Até o final da década de setenta, pouco se fez no que tange a legislação em torno
da oferta de educação infantil. Devido a muita pressão por parte de órgãos não
governamentais, população civil, comunidade acadêmica e outras entidades
dedicadas aos estudos dessa área, que enfim o direito da criança a educação foi
garantido e reconhecido ao ser incluído na Carta Constitucional de 1988.
A pressão desses movimentos na Assembléia Constituinte possibilitou a
inclusão da creche e da pré-escola no sistema educativo ao inserir, na
Constituição Federal de 1988, em seu em seu artigo 208, o inciso IV [...]
A partir dessa Lei, as creches, anteriormente vinculadas à área de
assistência social, passaram a ser de responsabilidade da educação.
Tomou-se por orientação o princípio de que essas instituições não
apenas cuidam das crianças, mas devem, prioritariamente, desenvolver
um trabalho educacional.(PASCHOAL; MACHADO, 2009, p. 85)
Dois anos após a Constituição Federal de 1988, aprovou-se o Estatuto da Criança e
do Adolecente(ECA), o que inclui a criança no mundo dos direitos humanos.
Entre os anos de 1994 e 1996, foi publicado pelo Ministério da Educação(MEC),
documentações intituladas” Política Nacional de Educação Infantil". Esses
documentos determinaram as diretrizes pedagógicas e de recursos humanos que
objetivam o aumento da oferta de vagas e expandir a melhoria da qualidade de
atendimento nesse nível de educação.
Ainda neste ano de 1996, outro destaque se faz a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, que em relação aos níveis de ensino, inseriu a educação infantil
como primeira etapa da educação básica. Segundo essa Lei, a educação infantil
fundamenta-se no intuito de promover a educação integral da criança até os seis
anos de idade em articulação com a família e sociedade.
Em 1998 foi criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério(FUNDEF), e o mesmo designou que a
EI, era de responsabilidade da esfera municipal e que o fundo contribuiria apenas
com o Ensino Fundamental.
Em 1998 e 1999, foi aprovado pelo Conselho Nacional de para a Educação Infantil,
cujo objetivo era obrigar os encaminhamentos de ordem pedagógica deste nível de
ensino aos sistemas municipais de educação além das Diretrizes Curriculares
pertinentes a formação dos professores da educação infantil e ensino fundamental
dos anos iniciais, o que acarretou na melhoria do ensino em ambos os níveis ao por
em discussão a formação qualificada destes profissionais.
Em 2001, foi aprovado o Plano Nacional de Educação(PNE), plano esse que
estabelecia metas para todos os níveis de ensino cuja vigência estendeu-se até o
ano de 2010.
E somente em 2007 que foi aprovado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação(FUNDEB), a
EI, passou a ter um maior incentivo financeiro , pois esse fundo incluiu creches e
pré-escolas no financiamento da educação pública.
Em 2009, foi realizada na Constituição Federal a emenda n°59, onde tornou
obrigatória e gratuita a Educação Básica as crianças de quatro aos dezessete anos.
E no mesmo ano foram lançadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Básica (DCNEI), onde as crianças que completam seis anos até o dia
trinta e um de Março tem matrícula assegurada na primeira etapa da educação
básica.
Em 2013, a Lei n° 12.796, no Art. 31 passou a organizar regras para a EI, como
avaliação, CH, atendimento, frequência e expedição de documentos.
O PNE (2014-2024), lançou como primeira meta matricular todas as crianças de
quatro a cinco anos na pré-escola até 2016 e sugeriu a ampliação de creches, para
assistir até o final do PNE 50% das crianças de até 3 anos.
Até 2017 as DCNEI, eram o que norteavam o trabalho na EI.
Mesmo passando por processos de consultas públicas, aprovação de textos,
protestos de professores, críticas de entidades. Foi aprovada e homologada em
dezembro de 2017 Base Nacional Comum Curricular(BNCC)
REFERÊNCIAS
PASCHOAL, Jaqueline Delgado; MACHADO, Maria Cristina Gomes. A História da
educação infantil no Brasil: avanços, retrocessos e desafios dessa modalidade de
educação. 33. ed. Campinas: Histedbr, 2009.p. 78-95
MELLO, Ana Paula Barbieride; SUDBRACK, Edite Maria. Caminhos da Educação
Infantil: da Constituição de 1988 até a BNCC. 5. ed. Campinas: RIES,2019. p. 1-21

Continue navegando