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Aulas de Execução

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EXECUÇÃO
Aula 01
Prof. Luiz Eduardo Alves de Siqueira
1. Introdução.
2. Como localizar, no CPC, os dispositivos que tratam da
execução civil.
3. O que é execução?
4. Instrumentos da sanção executiva.
5. Espécies de execução
5.1 Execução mediata e imediata.
5.2 Execução específica
5.3 Execução por título judicial ou extrajudicial
5.4 Cumprimento definitivo ou provisório de sentença.
1. Introdução - Evolução legislativa
• O CPC -73 – LEI 5869-73 em sua redação originária dedicava o livro II ao PROCESSO DE EXECUÇÃO tratando-o
sempre como processo distinto e AUTÔNOMO. Com poucas ressalvas NÃO havia distinção entre processo de
execução fundado em título executivo judicial e extrajudicial.
• Com o advento das Leis 11.232-05 e 11.382-06 numerosas mudanças ocorreram, e tornou-se fundamental a
distinção decorrente do título em que se funda a execução.
• Processo sincrético: não existem dois processos distintos e sucessivos – o de conhecimento e o de execução – mas 
duas fases dentro de um processo único: a fase cognitiva e a fase executiva.
• Atividade de conhecimento X Atividade de execução
• Conflito sobre a existência do direito x Conflito de inadimplemento
• Certeza do direito decorrente de uma decisão judicial ou por documento ao qual a lei atribua a qualidade de título 
executivo
Evolução legislativa
• Processo sincrético
• Processo de Execução x Cumprimento de Sentença
• Ação x Fase
• Citação x Intimação
• Exceções: cumprimento de sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira (haverá processo 
autônomo, mas após a citação seguirá o procedimento do cumprimento de sentença)
2. Como localizar no CPC os dispositivos que tratam da execução
• Código de Processo Civil
• Parte Geral
• Parte Especial
• Livro I – Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença
• Título II – Do cumprimento de sentença (Arts. 513 a 538)
Obs.: Pode ser definitivo ou provisório
• Livro II – Do processo de execução (Arts. 771 a 925)
➢ Cumprimento de sentença (arts. 513 a 538)
- Cumprimento provisório para pagar quantia (arts. 520 a 522)
- Cumprimento definitivo para pagar quantia (arts. 523 a 527)
- Prestar alimentos (arts. 528 a 533)
- Dívida da Fazenda Pública (arts. 534 e 535)
- Obrigações de fazer e não fazer (arts. 536 e 537)
- Entregar coisa (art. 538)
➢ Processo de execução (arts. 771 a 925)
- Entrega de coisa (arts. 806 a 813)
- Obrigações de fazer e não fazer (arts. 814 a 823)
- Execução por quantia certa (arts. 824 a 909)
- Execução contra a Fazenda Pública (art. 910)
- Execução de alimentos (arts. 911 a 913)
3. O que é execução?
Fala-se em execução, quando for imposta uma obrigação e seu responsável não a cumprir
espontaneamente. Para que esse direito possa ser exercido por seu titular, é necessário que
haja a intervenção do Estado.
A execução pressupõe uma obrigação sob a qual não pairam incertezas quanto a sua
existência e titularidade, cabendo ao Estado forçar aquele que tem o dever de cumpri-la a
fazê-la. Constitui-se de três elementos: obrigação impassível de discussão (título executivo),
o titular desta (exequente) e aquele que deve cumpri-la (executado).
Conhecimento X Execução
• Estado (na execução): promove atividade que competia ao devedor exercer = execução forçada.
• Processo de conhecimento: o juiz examina a lide para descobrir e formular a regra jurídica
concreta que deve regular o caso (pesquisa do direito dos litigantes).
• O processo de execução providencia as operações práticas necessárias para efetivar o conteúdo
daquela regra, para modificar os fatos da realidade (certeza do direito do credor).
• No processo de conhecimento o juiz julga (decide); no processo de execução o juiz realiza
(executa)
TUTELA DE CONHECIMENTO TUTELA EXECUTIVA
OBJETIVO DETERMINAR O DIREITO EFETIVAR O DIREITO
ATO PROCESSUAL PROVA PENHORA
PROCEDIMENTO
1. COMUM
2. ESPECIAL
1. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (TEJ)
2. AÇÃO DE EXECUÇÃO (TEE)
4. Instrumentos da sanção executiva
• Sub-rogação
• Estado-juiz substitui-se ao devedor, no cumprimento da obrigação (busca e apreensão,
alienação por leilão, desapossamento, expropriação)
• Não é aplicável nas obrigações de fazer de caráter personalíssimo
• Coerção (preferência nas obrigações de fazer e não fazer)
• Instrumentos cuja finalidade é exercer pressão sobre o devedor para tentar obter a execução
específica, tais como “astreintes”
➢ Nada impede a utilização de ambas as espécies em um mesmo processo
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão
sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do
exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido
de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de
dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no
§ 1o incidirão sobre o restante.
§ 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado
de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por
objeto prestação pecuniária
• O CPC de 2015, em homenagem ao princípio do resultado na execução, inovou o ordenamento jurídico com
a previsão, em seu art. 139, IV, de medidas executivas atípicas, tendentes à satisfação da obrigação
exequenda, inclusive as de pagar quantia certa. As modernas regras de processo, no entanto, ainda
respaldadas pela busca da efetividade jurisdicional, em nenhuma circunstância, poderão se distanciar dos
ditames constitucionais, apenas sendo possível a implementação de comandos não discricionários ou que
restrinjam direitos individuais de forma razoável. Assim, no caso concreto, após esgotados todos os meios
típicos de satisfação da dívida, para assegurar o cumprimento de ordem judicial, deve o magistrado eleger
medida que seja necessária, lógica e proporcional. Não sendo adequada e necessária, ainda que sob o
escudo da busca pela efetivação das decisões judiciais, será contrária à ordem jurídica. Nesse sentido, para
que o julgador se utilize de meios executivos atípicos, a decisão deve ser fundamentada e sujeita ao
contraditório, demonstrando-se a excepcionalidade da medida adotada em razão da ineficácia dos meios
executivos típicos, sob pena de configurar-se como sanção processual. A adoção de medidas de incursão na
esfera de direitos do executado, notadamente direitos fundamentais, carecerá de legitimidade e configurar-
se-á coação reprovável, sempre que vazia de respaldo constitucional ou previsão legal e à medida em que
não se justificar em defesa de outro direito fundamental. A liberdade de locomoção é a primeira de todas as
liberdades, sendo condição de quase todas as demais. O reconhecimento da ilegalidade da medida
consistente na apreensão do passaporte do paciente, na hipótese em apreço, não tem qualquer pretensão
em afirmar a impossibilidade dessa providência coercitiva em outros casos e de maneira genérica. (STJ,
Informativo 631).
5. Espécies de execução
5.1 Execução mediata e imediata
• Execução imediata: ocorre nos mesmos autos em que tramitou a fase de conhecimento. Processo
de natureza sincrética.
➢Ocorre na execução de títulos judiciais, com exceção da sentença arbitral, sentença penal
condenatória e sentença estrangeira homologada.
• Execução mediata: instauração de processo autônomo de execução.
➢Execução de títulos extrajudiciais e cumprimento de sentenças arbitrais, penais condenatórias e
sentenças e decisões estrangeiras.
5.2 Execução específica
• Execução da obrigação de dar, fazer ou não fazer exatamente como estatuídano título.
➢Realização do objeto da obrigação da mesma forma como se ela fosse cumprida
espontaneamente.
5.3 Execução por título judicial e extrajudicial
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e
exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo
não retira a liquidez da obrigação constante do título.
Título Executivo Judicial x Título Executivo Extrajudicial
Art. 515 X Art. 784
Título Executivo Judicial - Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de
obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer
natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta
rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça
Título Executivo Extrajudicial - Art. 784: São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública,
pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador
credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e
aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como
de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que
documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas
pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Quanto ao título em que se baseia
Títulos executivos 
judiciais
(Artigo 515, NCPC)
CUMPRIMENTO 
DE SENTENÇA Cumprime
nto de 
sentença
(processo 
uno) 
Sentença judicial que reconheça 
obrigação de fazer e não fazer
Sentença judicial que reconheça 
obrigação de dar coisa
Sentença judicial que reconheça 
obrigação de pagar quantia
Execução 
propriame
nte dita
(processo 
apartado) 
Sentença penal condenatória; 
Sentença arbitral; Sentença 
estrangeira homologada pelo STJ.
Títulos executivos 
extrajudiciais 
(Artigo 784, NCPC)
EXECUÇÃO
Ação própria – Ação de Execução baseada 
em título executivo extrajudicial
Quanto ao seu caráter
Definitiva fundada em titulo judicial e extrajudicial
Provisória
fundada em sentença ou decisão pendente
de recurso desprovido de efeito suspensivo-
RE e RESP
artigo 520 CPC
• 5.4 Cumprimento de sentença definitivo e provisório
Aplicam-se as regras de execução provisória também na execução de tutelas provisórias ou de
julgamento parcial antecipado de mérito.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela
provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento
provisório da sentença, no que couber.
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela
deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou
ilíquida.
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em
autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
• O cumprimento de sentença já transitada em julgado será definitivo, ainda que haja recurso contra
impugnação rejeitada.
• A execução de título extrajudicial também é sempre definitiva (Súmula 317 do STJ: É definitiva a execução
de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os
embargos).
• Nesses casos, a execução é definitiva, embora possa haver decisão favorável ao executado. Sendo
revertida a decisão que constituiu o título, o exequente será responsabilizado por eventuais perdas e
danos causados (responsabilidade objetiva)
Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a sentença, transitada em
julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a execução.
• Peculiaridades da execução provisória:
➢Se a sentença vier a ser reformada, o exequente deverá arcar com as perdas e danos sofridas pelo
executado, os quais serão liquidados nos mesmos autos.
➢O levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou
alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado,
dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
• A prestação de caução poderá ser dispensada quando:
➢O crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem (se for de origem do direito de
família poderá trazer um prejuízo irreversível, pois estes são irrepetíveis);
➢O credor demonstrar situação de necessidade;
➢pender o agravo contra despacho denegatório de recurso especial ou extraordinário;
➢A sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido
no julgamento de casos repetitivos.
Mesmo em tais situações, a exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto
risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
Questão OAB
O Supermercado “X” firmou contrato com a pessoa jurídica “Excelência” – sociedade empresária de renome -
para que esta lhe prestasse assessoria estratégica e planejamento empresarial no processo de expansão de
suas unidades por todo o país.
Diante da discussão quanto ao cumprimento da prestação acordada, uma vez que o supermercado entendeu
que o serviço fora prestado de forma deficiente, as partes se socorreram da arbitragem, em razão de expressa
previsão do meio de solução de conflitos trazida no contrato.
Na arbitragem, restou decidido que assistia razão ao supermercado, sendo a sociedade empresária
“Excelência” condenada ao pagamento de indenização, além de multa de 30%.
Considerandoo exposto, assinale a afirmativa correta.
a) Por se tratar de um título executivo extrajudicial, deve ser instaurado um processo de execução.
b) Por se tratar de um título executivo judicial, será promovido segundo as regras do cumprimento de 
sentença.
c) A sentença arbitral só poderá ser executada junto ao Poder Judiciário após ser confirmada em processo de 
conhecimento, quando adquire força de título executivo judicial.
d) A sentença arbitral será executada segundo as regras do cumprimento de sentença, tendo em vista seu 
caráter de título executivo extrajudicial.
CASO PRÁTICO 01
João e Maria se divorciaram de forma consensual e constou do acordo homologado que Maria permaneceria por 4
meses na posse do único bem imóvel de propriedade do casal, e após tal prazo deveria colocar o imóvel à venda, pelo
valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais), e, com a venda, pagar o equivalente à metade ideal para João. Ocorre
que já se passaram 6 meses da dissolução da sociedade conjugal e nenhuma providência foi tomada, de forma que
Maria continua a residir no imóvel. João ingressa então com pedido de cumprimento de sentença por quantia certa, a
fim de receber de Maria a sua parte no imóvel, equivalente a R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais)., nos termos
do artigo 523 e seguintes do Código de Processo Civil. Pergunta-se:
A) João valeu-se do instrumento correto de sanção executiva?
B) Qual seria a primeira decisão a ser proferida nos autos do cumprimento de sentença?
CASO PRÁTICO 02
João foi condenado ao pagamento de pensão alimentícia em favor de seu filho quando este tinha 4 anos de idade,
porém nunca pagou uma prestação sequer, e a genitora do menor nunca tomou providência alguma em relação à
execução. Hoje, o menor conta 14 anos de idade e a genitora resolve entrar com ação de execução de alimentos em
face do genitor. Com base em tal caso hipotético pergunta-se:
A) Houve prescrição do débito?
B) Quais os instrumentos de sanção executiva podem ser aplicados ao caso (coerção ou sub-rogação)?
PROCESSO CIVIL III –
EXECUÇÃO
Aula 02
Prof. Luiz Eduardo Alves de Siqueira
Temas:
6. Princípios gerais da execução
6.1 Princípio da autonomia
6.2 Princípio da patrimonialidade
6.3 Princípio do exato adimplemento
6.4 Princípio da disponibilidade do processo pelo credor
6.5 Princípio da utilidade
6.6 Princípio da menor onerosidade
6.7 Princípio do contraditório
6.8 Outros princípios
7. Atos executivos
6. Princípios gerais da execução
• Conceito de Princípio (Robert Alexy): uma norma que ordena que algo
seja realizado na maior medida possível, dentro das possibilidades
fáticas e jurídicas. Constituem “mandados – ou mandamentos – de
otimização”
• Balanceamento entre princípios
• Regras – Antinomias – Tudo ou nada
6.1 PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
• Execução autônoma em relação ao conhecimento
• Mesmo no processo sincrético, fases e atos são bem delimitados, razão pela qual parte da doutrina continua
falando em autonomia das fases, embora nesse caso não exista autonomia dos processos.
6.2 PRINCÍPIO DA PATRIMONIALIDADE/REALIDADE
• Toda execução é real (CPC art. 789)
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas
obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
• Exceção: Alimentante, bens impenhoráveis (CPC arts. 832 a 834), bens de família
• Evolução: Pessoalidade / Patrimonialidade / Patrimonialidade com ressalvas
• Atuação do juiz – art. 139, IV, CPC – suspensão de CNH, cartão de crédito, passaporte.
6.3 PRINCÍPIO DO EXATO ADIMPLEMENTO
• A execução tem por finalidade apenas a satisfação do direito do exequente
• Busca pelo mesmo resultado que o cumprimento espontâneo produziria
• Legislador tem criado instrumentos para possibilitar a execução específica
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido,
concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado
prático equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de
um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou
dolo.
Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo
para o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor
individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará
individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
• Princípio também deve favorecer o devedor, impedindo que a execução se estenda além do necessário
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado,
dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.
6.4 PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE
• O exequente não está obrigado a executar seu título, tampouco prosseguir com a execução quando não mais a
deseja. Nisso difere do processo de conhecimento, em que a parte contrária, após citada, precisa ser intimada e
concordar. Importante: desistência não é renúncia ao crédito! Porém, se impugnar ou opuser embargos,
exequente precisará concordar com a desistência.
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva.
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o
exequente as custas processuais e os honorários advocatícios;
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante.
6.5 PRINCÍPIO DA UTILIDADE
• A execução deve ser útil ao credor e não apenas um meio de prejudicar o devedor.
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados 
será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
• Novamente fica o alerta para medidas coercitivas sem utilidade ao credor
6.6 PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE
• A execução deve se realizar de forma menos gravosa ao devedor
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo
modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais
eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.
• Aplicável quando houver vários modos de atingir o mesmo resultado. Não se pode invocar uma medida
menos gravosa ao devedor se for mais gravosa ao credor, afinal a execução se estabelece em favor deste.
• Situações: penhora de faturamento quando da pandemia.
6.7 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
• Muito já se discutiu a respeito, e parte da doutrina chegou a afirmar que tal princípio não se fazia presente na
execução, até mesmo porque a defesa do executado era feita tão somente por meio interposição de
embargos, os quais têm natureza de Ação.
• Hoje, é pacífico o entendimento de que, embora a amplitude seja menor, se comparado ao processo/fase de
conhecimento, o contraditório se faz presente também na execução, por meio de embargos (caso de TEE) e
impugnação (caso de TEJ), além das manifestações durante a penhora.
• “É preciso lembrar também que, embora o mérito não se julgue no processo executivo, deixar absolutamente
de julgar o juiz da execução não deixa. Nem só de mérito existem sentenças; nem só sentenças profere o juiz.
Pois seria inconcebível um juiz robô, sem participação inteligente e sem poder decisório algum. O juiz é
seguidamente chamado a proferir juízos de valor no processo de execução, seja acerca dos pressupostos
processuais,condições da ação ou dos pressupostos específicos dos diversos atos levados ou a levar a efeito”
(Cândido Rangel Dinamarco)
CF, art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
CPC, art. 7º - é assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades
processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz
zelar pelo efetivo contraditório.
6.8 OUTROS PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DO TÍTULO (“NULLA EXECUTIO SINE TITULO”) E DA SUA TIPICIDADE/TAXATIVIDADE: A execução
sempre se baseia em um título executivo e somente a lei estabelece que atos ou documentos têm força
executiva.
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE: Refere-se à aplicação subsidiária das regras do processo de execução ao
cumprimento de sentença e vice-versa.
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e
conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial, e suas disposições
aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados no
procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei
atribuir força executiva.
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições do Livro I da Parte Especial.
PRINCÍPIO DA LEALDADE E BOA-FÉ
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
I - frauda a execução;
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem 
exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a vinte por cento 
do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios 
autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.
PRINCÍPIOS DA EFETIVIDADE E DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade
satisfativa.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão
de mérito justa e efetiva.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum,
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade,
a legalidade, a publicidade e a eficiência.
PRINCÍPIO DO DESFECHO ÚNICO
O processo de execução se desenvolve com um único objetivo; entregar ao exequente, dentro da maior
proximidade possível, tutela idêntica a que obteria sem o processo. Executado obterá em seu favor no máximo a
extinção do processo nas hipóteses do artigo 485 do CPC.
PRINCÍPIO DO ÔNUS DA EXECUÇÃO
Todas as despesas da execução deve ocorrer à custa do devedor.
7. ATOS EXECUTIVOS
• Atividade judicial desenvolvida não mais visando declarar quem tem razão, mas determinar as providências
práticas para que ele seja cumprido
• Francesco Carnelutti: o processo de conhecimento transforma o fato em direito, e o processo executivo
demuda o direito em fato.
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os
cumprirá.
§ 1º O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também nas comarcas
contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana.
§ 2º Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o juiz a requisitará.
§ 3º A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de
inadimplentes.
§ 4º A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a
execução for extinta por qualquer outro motivo.
§ 5º O disposto nos §§ 3º e 4º aplica-se à execução definitiva de título judicial.
STJ – Informativo 615: Trata-se de habeas corpus em que se discute a possibilidade de ser mantida ordem de prisão civil
em virtude de dívida de natureza alimentar assumida espontaneamente pelos avós, relacionada ao custeio de
mensalidades escolares e de cursos extracurriculares dos netos. Com efeito, não se pode olvidar que, na esteira da
sólida jurisprudência desta Corte, a responsabilidade pela prestação de alimentos pelos avós possui, essencialmente,
as características da complementariedade e da subsidiariedade, de modo que, para estender a obrigação alimentar
aos ascendentes mais próximos, deve-se partir da constatação de que os genitores estão absolutamente
impossibilitados de prestá-los de forma suficiente. O fato de os avós terem assumido uma obrigação de natureza
complementar de forma espontânea não significa dizer que, em caso de inadimplemento, a execução deverá
obrigatoriamente seguir o rito estabelecido para o cumprimento das obrigações alimentares devidas pelos genitores,
que são, em última análise, os responsáveis originários pela prestação dos alimentos necessários aos menores. Não há
dúvida de que o inadimplemento causou transtornos aos menores; todavia, sopesando-se os prejuízos que seriam
causados na hipótese de manutenção do decreto prisional dos idosos, conclui-se que a solução mais adequada à
espécie é autorizar a conversão da execução para o rito da penhora e da expropriação, o que, a um só tempo,
homenageia o princípio da menor onerosidade da execução (art. 805 do CPC/15) e também o princípio da máxima
utilidade da execução. Registre-se, por fim, que, a depender do grau de recalcitrância manifestado pelos pacientes,
poderá o juízo de 1º grau empregar outros meios de coerção ou sub-rogação, tais como aqueles estabelecidos nos arts.
528, § 3º, 529, 831 e seguintes da novel legislação processual civil.
Em respeito aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do
contraditório, há de se conceder ao devedor a oportunidade de se manifestar sobre a
atualização do crédito executado, mormente quando realizada unilateralmente pela
parte contrária, de sorte que, havendo discordância quanto aos cálculos, sejam eles
conferidos pelo contador judicial. Não se trata de rediscutir os critérios de atualização
do débito, matéria afeita à fase de formação do título executivo; porém, sempre haverá
espaço para a parte se insurgir contra erros materiais de cálculo, desde que se
manifeste oportunamente. (MEDIDA CAUTELAR Nº 13.994 - RJ 2008/0063290-6 REL.
MINISTRA NANCY ANDRIGHI).
CASO PRÁTICO 1
(FGV/OAB – Adaptada) Renato contratou a compra de uma obra de arte de Sebastião, mediante documento particular
escrito e assinado pelas partes e duas testemunhas. Do contrato constou cláusula para a efetiva entrega do bem no prazo
de um ano contado a partir da assinatura do contrato, em cujo momento Renato pagaria o restante do preço, equivalente
a 30% do valor avençado. Passado esse prazo, Renato, embora não tenha quitado a parcela final, notifica Sebastião para
que entregue o bem e, diante da resistência do último, moveu ação de execução para entrega de coisa, objetivando haver
o bem. Citado regularmente no processo de execução instaurado, Sebastião pretende apresentar resistência, ante a
ausência do pagamento do saldo.
Diante da situação descrita, responda aos itens a seguir.
A) Essa execuçãoserá movida através de ação autônoma ou fase de cumprimento de sentença?
B) Existe a possibilidade de exercício do contraditório e da ampla defesa em ação de execução?
C) Como fazer valer o princípio do exato adimplemento nessa situação? Cabem medidas de sub-rogação ou medidas 
coercitivas?
CASO PRÁTICO 2
Marcos teve, em fase de cumprimento de sentença, penhorada a quantia de R$25.000,00 pelo sistema Sisbajud, para
satisfação de dívida reconhecida em sentença proferida ao término da fase de conhecimento. Intimado da penhora, Marcos
apresenta impugnação, fundamentada no artigo 805 do Código de Processo Civil, alegando que a forma menos onerosa de
satisfação do débito seria pela penhora de uma máquina que produz tampas de garrafa, que está guardada em um depósito e
sem utilização desde que sua empresa encerrou as atividades, sendo gravosa sob a ótica do devedor a penhora sobre parte
do dinheiro que possui depositado junto à instituição financeira.
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos
gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e
menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.
Diante da situação descrita, responda aos itens a seguir.
A) É cabível o exercício do contraditório e da ampla defesa em fase de cumprimento de sentença por meio da mencionada 
impugnação?
B) O pedido de Marcos deve ser acolhido?
“O processo de conhecimento
transforma o fato em direito, e
o processo executivo demuda o
direito em fato.” (Carnelutti)
EXECUÇÃO
Aula 03
Prof. Luiz Eduardo Alves de Siqueira
Temas:
8. Competência para a execução civil
8.1 Competência para processar o cumprimento de sentença
8.2 Competência para a execução de título extrajudicial
9. Das partes na execução
9.1 Legitimidade ativa
9.2 Legitimidade passiva
9.3 Litisconsórcio na execução
9.4 Intervenção de terceiros
8. Competência
• Competência como medida da jurisdição
• Regras de competência
• Competência absoluta x competência relativa
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função
é inderrogável por convenção das partes.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do
território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
➢ 8.1 Competência para processamento do cumprimento de sentença:
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de
sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal
Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo
juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os
bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a
obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo
será solicitada ao juízo de origem.
• Incisos I e II: competência funcional, logo, absoluta
• Inciso III: relativa (regras gerais de competência, arts. 46 e ss.)
• Parágrafo único dá outras opções, mas competência permanece absoluta no
caso do inciso II, embora concorrente
➢ Possibilidades:
- Cumprimento no mesmo juízo em que tramitou o processo de conhecimento
- Juízo do atual domicílio do executado
- Juízo do local onde se encontram os bens sujeitos à execução
- Juízo do local onde deve ser executada a obrigação de fazer ou de não-fazer
• Caso opte por uma das possibilidades previstas no parágrafo único, exequente
deverá propor a Ação e o magistrado, a recebendo e reconhecendo sua
competência, solicita os autos do processo de conhecimento (ao final autos
serão arquivados onde tramitou a execução).
• Pode ser suscitado conflito positivo de competência.
• Cumprimento de sentença que fixou alimentos
Art. 528, § 9º: Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o
exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que
condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
➢ 8.2 Competência para execução de título extrajudicial
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada
perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de
eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro
de qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução
poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do
exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução
será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o
ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não
mais resida o executado.
• Competência relativa e concorrente
• Sendo relativa a competência, partes podem eleger um foro para solução
de eventuais litígios
• Exequente opta então por foro de eleição, local de domicílio do
executado ou dos bens sujeitos à execução (vale inclusive para as
execuções hipotecárias)
➢ Modificação da competência relativa
• Conexão (Art. 55, §2º)
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo
ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
• Prorrogação
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência
em preliminar de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público
nas causas em que atuar.
9. Partes na execução
Legitimidade (exequente e executado)
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo
quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá
intervir como assistente litisconsorcial.
9.1 Legitimidade ativa (exequente)
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título
executivo.
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao
exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte
deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido
por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2o A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do executado.
➢ O credor, a quem a lei confere título executivo (O)
➢ O sucessor mortis causa (O)
• Antes do trânsito em julgado da sentença que homologa a partilha
espólio, representado pelo inventariante, é o legitimado. Após, crédito já
pertence aos herdeiros.
➢ Cessionário (O)
• Independe da concordância do devedor
➢ O Ministério Público, nos casos previstos em lei (E)
Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com
suas atribuições constitucionais.
Exs.:
- ações de reparação de danos decorrentes de lesão ao meio ambiente, previstas
no art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/81;
- ações que versem sobre interesses difusos ou coletivos, na forma do art. 82 do
Código do Consumidor;
- execução de condenações impostas pela Lei de Improbidade Administrativa,
conforme art. 17 da Lei n. 8.429/92;
- execução de título extrajudicial consistente no termo de ajustamento de
conduta, firmado por ele com o causador do dano.
➢ Sub-rogado (O)
• Seja a sub-rogação legalou convencional (Arts. 346 e 347 do Código Civil).
➢ O fiador sub-rogado (O)
• Art. 794, § 2º: O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado
nos autos do mesmo processo.
➢ O ofendido, ainda que não figure no título executivo (O)
• Casos de sentença penal condenatória ou ações coletivas movidas pelo
Ministério Público.
➢ Advogado (O)
• Execução dos honorários de sucumbência em nome próprio.
• Se execução se dá com o débito principal em nome da parte, esta exerce
legitimidade ordinária em relação a seu crédito e extraordinária em
relação à verba sucumbencial.
• Cabe execução de ofício?
• Sim, nos casos de obrigação de fazer e não fazer (497 CPC), entrega de
coisa certa ou incerta (498 CPC) e execução de contribuições sociais na
Justiça do Trabalho (art. 114, VIII, CF).
9.2 Legitimidade passiva
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a
obrigação resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento
do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
➢ O devedor constante do título
➢ O sucessor mortis causa
• O sucessor responde apenas e tão somente até o limite das forças da
herança.
➢ O novo devedor, que assumiu, com a anuência do credor, a obrigação
resultante do título executivo
• Necessária anuência expressa. Silêncio interpretado como recusa.
➢ O fiador do débito constante em título extrajudicial
• Caso não tenha renunciado, pode valer-se do benefício de ordem (Código Civil,
artigo 827)
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a
contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este
artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e
desembargados, quantos bastem para solver o débito.
• Nesse caso fiador só pode ser executado em litisconsórcio com o devedor
principal
• Se não constar de título extrajudicial, haverá necessidade de ação de
conhecimento, e se esta for proposta apenas em face do fiador ele pode valer-se
do chamamento ao processo (Art. 130 do CPC).
➢ O titular do bem dado em garantia real
• Responde pelo pagamento da dívida até o valor do bem dado em garantia.
➢ O responsável tributário (definido pela legislação tributária)
➢ O avalista
• Aquele que presta garantia do pagamento do título de crédito
• Tendo em vista a autonomia do aval, avalista pode ser executado juntamente ou
não do devedor principal
❖ Obs.: responsabilidade do empregador por danos causados pelo empregado
(responsabilidade objetiva e subjetiva, respectivamente – necessidade de
participação na fase de conhecimento)
9.3 Litisconsórcio
• Pode ser ativo, passivo ou misto, tanto no cumprimento de sentença
quanto no processo de execução.
• Poderá ser facultativo ou necessário, conforme a obrigação:
• Pagar quantia: facultativo
• Entregar coisa divisível: facultativo
• Entregar coisa indivisível: necessário, salvo casos de solidariedade
• Fazer ou não fazer: necessário, salvo casos de solidariedade
9.4 Intervenção de terceiros
• CPC prevê 5 formas de intervenção de terceiros na fase de conhecimento:
• Assistência
• Denunciação da lide
• Chamamento ao processo
• Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
• Amicus curiae
• Assistência: há controvérsia, pois assistente tem interesse que a sentença
seja favorável a alguém.
• Interpretação extensiva pela admissibilidade: devedor principal, por
exemplo, tem interesse na execução que tramita contra o fiador, pois terá
que reembolsar este.
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro
juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas
poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e
em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no
estado em que se encontre.
• Denunciação da lide e chamamento ao processo têm a finalidade de
constituir título contra o terceiro, seja para exercício de regresso
(denunciação da lide) ou contra afiançado ou devedor solidário
(chamamento).
• Há ampliação objetiva na denunciação e subjetiva no chamamento.
• NÃO são admitidas no processo de execução.
• Incidente de desconsideração de personalidade jurídica
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do
processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução
fundada em título executivo extrajudicial.
• Amicus curiae: não há vedação, mas pouca aplicabilidade.
Questões OAB
Amauri ingressou com ação ordinária em face de Mercadinho dos Suínos Ltda., em decorrência do
consumo de alimento inapropriado vendido pelo réu. O pedido foi julgado procedente em decisão
transitada em julgado, condenando a pessoa jurídica ré a indenizar o autor em R$ 10.000,00 (dez
mil reais). Na fase de cumprimento de sentença, não foram encontrados bens penhoráveis
pertencentes à sociedade, razão pela qual o juízo competente decretou, de ofício, a
desconsideração da personalidade jurídica, penhorando um automóvel pertencente a Flávio, sócio
majoritário da sociedade ré.
Diante de tal cenário, assinale a afirmativa correta.
a) A decisão está correta, pois o CPC admite a desconsideração da personalidade jurídica,
independentemente de requerimento da parte interessada.
b) A decisão está incorreta, diante da necessidade de requerimento da parte para que haja a
desconsideração da personalidade jurídica, a qual possui natureza jurídica de processo autônomo.
c) A decisão está incorreta, pois a desconsideração da personalidade jurídica exige,
cumulativamente, o requerimento da parte interessada e a instauração do incidente, nos termos do
CPC.
d) Não é admissível a desconsideração da personalidade jurídica à luz do CPC.
CASO PRÁTICO 1
Marcos envolve-se em acidente de veículo, causado pela imprudência de João, que
dirigia carro da empresa de telefonia para a qual trabalhava no exato momento do
acidente. Marcos propõe ação de reparação de danos em face de João, na qual
resta provado que João ultrapassou o sinal vermelho, além de estar acima do limite
de velocidade permitido, razão pela qual a ação foi julgada procedente, com
condenação de João ao pagamento de indenização no valor de R$15.000,00. Já na
fase de cumprimento de sentença, ao restarem negativas todas as diligências
realizadas na busca de bens em nome do executado, Marcos pede a inclusão da
empresa no polo passivo, já que nos termos do artigo 932 do Código Civil o
empregador é civilmente responsável pelos atos de seus empregados no exercício
do trabalho que lhes competir. Com base em tal situação, pergunta-se: a empresa
pode ser incluída no polo passivo e ter seu patrimônio atingido para pagamento da
indenização fixada judicialmente?
CASO PRÁTICO 2
Suponha, na situação descrita no caso anterior, que o processo de
conhecimento tenha tramitado na Comarca de Ribeirão Preto. Marcelo,
entretanto, hoje reside na Capital, e apresenta o pedido de cumprimento de
sentença nesta Comarca, e o magistrado, sem uma análise minuciosa sobre
o pedido, solicita ao juízo de Ribeirão o envio dos autos e é prontamente
atendido. Feita a intimação do executado para cumprimento voluntário no
prazo de 15 dias, este alega incompetência do juízo. Pergunta-se:
A) Em quais situações o juízo da Capital seria competente?
B) Mesmo após o envio dos autos, ainda cabe o reconhecimento da
incompetência?
EXECUÇÃO
Aula 04
Prof. Luiz Eduardo Alves de Siqueira
Temas:
10. Dos requisitos necessários para a execução
10.1 Do inadimplemento do devedor
10.2 Título executivo
11. Da responsabilidade patrimonial
11.1 Obrigação e responsabilidade
11.2 Bens sujeitos à execução
11.3 Bens nãosujeitos à execução
11.4 Responsabilidade patrimonial de terceiros
10. Dos requisitos necessários para a execução
São 2 os requisitos para que reste demonstrado o interesse do exequente no processo de
execução ou cumprimento de sentença:
• Inadimplemento do devedor (exigibilidade da obrigação)
• Título executivo (assegura grau suficiente de certeza da obrigação)
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação
certa, líquida e exigível.
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa,
líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito
exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.
10.1 Do inadimplemento do devedor
Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o
devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da
prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos
no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada,
ressalvado ao devedor o direito de embargá-la.
• Inadimplemento pode ser absoluto ou relativo (mora)
• Tempo do pagamento (mora ex persona e ex re)
• Lugar do pagamento: obrigações quesíveis (domicílio do devedor) – artigo
327 do Código Civil
• Prova do pagamento: entrega do título ou quitação
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento
particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do
devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a
assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a
quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a
dívida.
• Obrigações líquidas
• Obrigações condicionais e a termo
• Obrigações bilaterais e a exceção do contrato não cumprido
Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão
mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao
requerer a execução, sob pena de extinção do processo.
Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando
em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o
credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar.
10.2 Título Executivo
• Natureza jurídica
A) Documento que prova o débito (Carnelutti) – Ausência de autonomia
B) Ato capaz de desencadear a sanção executiva (Liebman) – Autonomia
absoluta
C) Ato e documento, simultaneamente – título continente e crédito
conteúdo (adotada por Sérgio Shimura, Araken de Assis e Humberto
Theodoro, entre outros)
• Rol legal é taxativo
• Tipicidade, com criação de modelos
• Pluralidade de títulos
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas
em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para
todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
• Cópia do título admitida apenas em situações excepcionais (ex.: cheque
juntado ao processo criminal)
• Requisitos do título executivo (da obrigação)
A) Certeza: título deve demonstrar, em abstrato, a existência do débito (an
debeatur).
B) Liquidez: quantum debeatur. Títulos extrajudiciais devem ser sempre
líquidos; judiciais admitem a liquidação antes do cumprimento de
sentença.
C) Exigibilidade.
➢ Títulos executivos judiciais
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com
os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de
obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante,
aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários
tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta
rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
X - (VETADO).
✓ As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade
de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa
• Não necessariamente sentença (decisão parcial de mérito)
• Não exige trânsito em julgado (execução provisória quando pendente
recurso sem efeito suspensivo)
• No que diz respeito a sentenças, restringe-se às condenatórias
(declaratórias, como a que reconhece a paternidade ou constitutivas,
como a de divórcio, não necessitam de execução)
• Conforme o tipo de obrigação que condenou o executado, diverso será o
procedimento (pagar quantia, entregar, fazer e não-fazer)
✓ A decisão homologatória de autocomposição judicial
• Ainda que envolva matéria não posta em juízo ou pessoa que não participou do
processo
• Inclui o acordo e o reconhecimento jurídico do pedido
✓ A decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza
• Procedimento de jurisdição voluntária previsto nos artigos 719 e ss. do CPC
✓ O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante,
aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal
• Certidão: quinhão não exceder 5 vezes o salário mínimo
• Não constitui título, por exemplo, em favor de um credor do falecido
✓ O crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial
• Correção de equívoco do Código anterior, que tratava como título
extrajudicial
✓ A sentença penal condenatória transitada em julgado
• Essa sim exige o trânsito em julgado (presunção de inocência)
• Vítima pode aguardar o resultado da Ação criminal (não corre prazo
prescricional antes da sentença definitiva)
• Pode a vítima, entretanto, optar por ingressar antes mesmo da
condenação criminal com Ação de reparação de danos (Ação de
conhecimento)
• Se o fizer, juiz PODERÁ suspender o curso do processo cível enquanto os fatos
são apurados na esfera criminal
Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de
fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do processo até que se
pronuncie a justiça criminal.
§ 1o Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da
intimação do ato de suspensão, cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz cível
examinar incidentemente a questão prévia.
§ 2o Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1
(um) ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1o.
• Mas e se o juiz não suspender e no curso da ação de reparação de danos
sobrevém sentença na esfera criminal?
• Sentença condenatória: processo será extinto por ausência de interesse
superveniente ou prosseguirá tão somente para apuração do quantum
debeatur
• Sentença absolutória: deverá ser analisado se a coisa julgada na esfera
criminal aplica-se à esfera cível, conforme a fundamentação
✓ Sentença arbitral
• Art. 31 da Lei n. 9.307/96: A sentença arbitral produz, entre as partes e
seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos
do Poder Judiciário, e, sendo condenatória, constitui título executivo.
• Não precisa ser homologada
• É executada em juízo porque árbitro não tem poderes para impor
medidas satisfativas
✓ A sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça
✓ A decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à
carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça (CPC, arts. 960 e ss.)
✓ Há outros 2 títulos executivos judiciais no CPC fora do artigo 515: a
decisão que concede tutela provisória de naturezaantecipada com cunho
condenatório e a decisão inicial da ação monitória, quando não forem
opostos embargos.
Art. 701, §2º: Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial,
independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o
pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702,
observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
➢ Títulos executivos extrajudiciais
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por
tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido
por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos
acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na
respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais
despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
✓ A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque
• Títulos de crédito
• A duplicata só é título executivo se aceita pelo devedor ou, se não aceita, vier
acompanhada pelo instrumento de protesto e pelo comprovante de entrega das
mercadorias ou da prestação de serviços.
✓ A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor
✓ O documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas
• O Superior Tribunal de Justiça tem decidido que a lei “não exige que a assinatura
das testemunhas seja contemporânea à do devedor” (REsp 8.849/DF, Rel. Min.
Nilson Naves).
✓ O instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou
por conciliador ou mediador credenciado por tribunal
• Não homologado pelo juiz
• Mesmo advogado das 2 partes, basta uma assinatura
• Se não forem advogados das partes ainda assim podem ser considerados
testemunhas
✓ O contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de
garantia e aquele garantido por caução
✓ O contrato de seguro de vida em caso de morte
✓ O crédito decorrente de foro e laudêmio (enfiteuse)
✓ o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de
condomínio
• Contrato de locação pode até ser verbal, mas apenas o escrito é título
executivo
• É irrelevante a duração e a natureza da locação, sendo necessário apenas
que o bem locado seja imóvel
• Inclui os encargos acessórios (contas de água, luz, IPTU) previstas no
contrato
• Despesas condominiais ordinárias (extraordinárias são de
responsabilidade do locador)
✓ A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos
na forma da lei
• Execução fiscal, regida pela Lei nº 6830/80
✓ O crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em
assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas
• Novidade em relação ao Código anterior, que exigia processo de
conhecimento, pelo rito sumário
• Requisito essencial que se comprove documentalmente na inicial a
previsão das despesas em convenção ou aprovação em assembleia geral
✓ A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de
emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados
nas tabelas estabelecidas em lei
• Também novidade em relação ao CPC anterior
✓ Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva
• Ex.: contrato de honorários advocatícios (não se exige assinatura de
testemunhas nem forma especial, mas apenas a indicação do quantum debeatur
– lei 8.906/94)
Obs.: possibilidade do credor optar pelo processo de conhecimento mesmo munido
de título
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar
pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de 
título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro 
não dependem de homologação para serem executados.
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os 
requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e 
quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da 
obrigação.
11. Responsabilidade patrimonial
• Responsabilidade: sujeição do patrimônio de alguém ao cumprimento de
uma obrigação
11.1 Obrigação e responsabilidade
• Elementos da obrigação
• Débito x responsabilidade
• No geral, responsável é o próprio devedor
11.2 Bens sujeitos à execução
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
11.3 Bens não sujeitos à execução
Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado
valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do
devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de
profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros
bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem
penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada
pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação
compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-
mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da
lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação
imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem,
inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendoa constrição
observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os
implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual
produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam
vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza
alimentar, trabalhista ou previdenciária.
• Também é impenhorável o bem de família, nos termos da Lei nº 8.009/90
• Súmula 364 do STJ: O CONCEITO DE IMPENHORABILIDADE DE BEM DE
FAMÍLIA ABRANGE TAMBÉM O IMÓVEL PERTENCENTE A PESSOAS
SOLTEIRAS, SEPARADAS E VIÚVAS.
• Súmula 486 do STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do
devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a
locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
• Se o devedor oferece o bem impenhorável à penhora, entende-se como
renúncia ao benefício
Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os
rendimentos dos bens inalienáveis.
11.4 Responsabilidade patrimonial de terceiros
• Responsável primário é via de regra o devedor, mas a lei estende a
responsabilidade a terceiros em certos casos nos quais o devedor não
tem bens suficientes para satisfação do débito
• Hipóteses previstas no artigo 790 do CPC
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou
obrigação reipersecutória;
II - do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua
meação respondem pela dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do
reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
✓ Sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito
real ou obrigação reipersecutória
• Alienação de coisa litigiosa (artigo 109, §3º, do CPC)
✓ Sócio, nos termos da lei
• Sociedade de responsabilidade ilimitada
✓ Bens do devedor, ainda que em poder de terceiros
• Hipótese de responsabilidade primária, e não de terceiros
✓ Cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua
meação respondem pela dívida
• Apenas em relação a dívidas revertidas em proveito da família, porém há
presunção nesse sentido
✓ Bens alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução
• Alienação em fraude à execução é ineficaz perante o credor
• Adquirente não responde pela dívida com seu patrimônio, como nas
situações anteriores, mas apenas com bem adquirido
• Fraude à execução x fraude contra credores
• Requisitos:
• Processo pendente
• Coisa litigiosa ou insolvência do devedor
• Má-fé do adquirente (presume-se com o registro da penhora)
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com
identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis,
de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
✓ Bens cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em
razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores
• Fraude contra credores – ação pauliana
✓ Bens do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade
jurídica.
• Desconsideração da personalidade jurídica (artigo 50 do CC)
• Pessoa jurídica não é extinta, apenas desconsiderada naquela situação
específica
• Crítica: artigo 28 do CDC e justiça do trabalho
Fraude contra credores Fraude à execução
instituto de direito material (art. 158 a 165, CC)
vício social
instituto de direito processual (art. 774, I e 792, 
CPC)
Essencial uma citação válida em ação judicial 
(conhecimento ou execução) no caso do inciso IV, 792
ônus da prova do credor
ato gratuito - presumida a má-fé
ato oneroso - prova de que o adquirente sabia da 
insolvência do devedor
má-fé presumida
não interessa se houve ânimo de fraudar
interesse somente do credor
interesse do exequente (credor) e do Estado (ato 
atentatório à dignidade da justiça – art. 774, I, CPC)
gera anulabilidade
gera a ineficácia,
necessária a intimação do terceiro para contraditório 
(embargos de 3º) antes de declarar a fraude
não gera tipicidade penal tipifica ilícito penal (art. 179, CP)
necessária a propositura de ação autônoma 
(pauliana, revocatória)
declarada nos próprios autos de maneira incidental
Questões OAB
Pedro propõe execução de alimentos, fundada em título extrajudicial, em face de Augusto,
seu pai, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Regularmente citado, Augusto não
efetuou o pagamento do débito, não justificou a impossibilidade de fazê-lo, não provou
que efetuou o pagamento e nem ofertou embargos à execução. Pedro, então, requereu a
penhora do único bem pertencente a Augusto que fora encontrado, qual seja, R$
10.000,00 (dez mil reais), que estavam depositados em caderneta de poupança. O juiz
defere o pedido.
Sobre a decisão judicial, assinale a afirmativa correta.
a) Ela foi equivocada, pois valores depositados em caderneta, em toda e qualquer
hipótese, são impenhoráveis.
b) Ela foi correta, pois o Código de Processo Civil permite a penhora de quaisquer valores
depositados em aplicações financeiras.
c) Ela foi equivocada, na medida em que o Código de Processo Civil assegura a
impenhorabilidade da caderneta de poupança até o limite de cem salários-mínimos,
independentemente da natureza do débito.
d) Ela foi correta, pois o Código de Processo Civil admite a penhora de valores depositados
em caderneta de poupança para o cumprimento de obrigações alimentícias.
Magno ajuizou ação de execução em face de Maria, alegando ser credor da quantia
de R$ 28.000,00. A obrigação está vencida há 50 dias, não foi paga e está
representada por contrato particular de mútuo, regularmente originado em país
estrangeiro, assinado pelos contratantes e por duas testemunhas, estando
indicada, para cumprimento da obrigação, a cidade de Salinas/MG.
Após despacho positivo proferido pelo Juiz da Vara Cível de Salinas/MG, Maria foi
citada, bem como houve penhora eletrônica de quantia existente em caderneta de
poupança de titularidade da devedora, sendo a quantia suficiente para suportar
80% da dívida executada. A quantia penhorada foi depositada na caderneta de
poupança 10 dias antes do ajuizamento da execução, e Maria possui dois veículos
que poderiam ter sido penhorados.
A partir dos elementos do enunciado, considerando as regras do CPC/15, assinale a 
afirmativa correta.
a) Antes do ajuizamento da ação de execução, exige-se que Magno proceda à
homologação do título executivo originado em país estrangeiro.
b) Maria poderá alegar a inexistência de título executivo extrajudicial apto a instruir
a ação de execução.
c) A penhora recaiu sobre quantia impenhorável.
d) O juiz deve manter a penhora sobre a quantia depositada e seus rendimentos.
CASO PRÁTICO 1
João supostamente cometeu conduta delituosa tipificada como estelionato contra
Nelson. A vítima resolve ingressar com ação de reparação de danos perante a vara
cível, independentemente da ação criminal já em trâmite. Ocorre que, no curso da
ação cível sobrevém absolvição na esfera criminal. Pergunta-se: considerando cada
uma dos possíveis fundamentos para a absolvição criminal mencionados abaixo, a
ação proposta na esfera cível terá prosseguimento ou será atingida pela coisa
julgada?
A) Absolvição por insuficiência de provas
B) Absolvição porque fato não constitui crime
C) Absolvição por ausência de materialidade (fato não ocorreu)
D) Absolvição por negativa de autoria
CASO PRÁTICO 2
Na mesma situação descrita, suponhamos agora que a Ação de reparação de
danos proposta por Nelson foi julgada improcedente e, em momento
posterior ao trânsito em julgado desta, João foicondenado na esfera
criminal. Pergunta-se:
Nelson poderá ingressar com execução dos efeitos civis da sentença penal
condenatória?
EXECUÇÃO
Aula 4-A
Cumprimento de sentença de pagar quantia 
certa (provisório e definitivo). Defesas do 
executado.
Prof. Luiz Eduardo Alves de Siqueira
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
PREVISÃO LEGAL: Art. 523 a 527 DO CPC
➢ São dois os requisitos fundamentais para o cumprimento de sentença:
1. Título Executivo Judicial;
2. Inadimplemento do Devedor.
➢ A Requerimento do exequente, após a constituição do título, será
dado ao devedor prazo de 15 dias para pagamento voluntário
(Art. 523 do CPC).
➢ Se pagar, sequer terá início a fase executiva;
➢ Se não pagar, terá início o Cumprimento de Sentença, com
expedição de mandado de penhora e avaliação e o montante
será acrescido de multa de 10% do débito (Art. 523, §1º do CPC).
PRAZO PARA PAGAMENTO VOLUNTÁRIO
➢ O devedor tem 15 dias para adimplir voluntariamente a obrigação;
➢ Não se aplica o parcelamento compulsório previsto na execução de
título extrajudicial, o que adiante será estudado (art. 916)
➢ Não se admite a prática de atos satisfativos, pois a execução não teve
início;
➢ Necessidade de intimação do executado para efetuar o pagamento
voluntário, acrescido das custas, se houver, e deverá ser realizada no
forma do Art. 513, §2º do CPC;
1. Pelo DJE, na pessoa do Advogado;
2. Por carta com aviso de recebimento, quando representado pelo
Defensoria Pública ou quando não tiver advogado ou após 1 ano do
trânsito;
3. Por meio eletrônico, quando não tiver advogado nos autos;
4. Por edital, quando tiver sido revel na fase de conhecimento.
MULTA
➢ Não ocorrendo o pagamento voluntário, será aplicada multa de 10% (Art.
523, §1º do CPC);
➢ A multa incidirá sobre o valor da condenação, mais juros, correção
monetária, custas e honorários advocatícios fixados na fase de
conhecimento.
➢ Em caso de pagamento parcial, a multa incide sobre o restante do
débito
➢ Iniciando-se a execução, além da multa, o débito será acrescido em 10%
de honorários, tendo em vista a fixação legal de novos honorários
advocatícios para a fase executiva.
➢ A multa e os honorários no Cumprimento de Sentença Definitivo, são
devidos, também, no Cumprimento de Sentença Provisório (Art. 520, §§ 2º
e 3º do CPC);
REQUERIMENTO DO CREDOR
➢ Basta apresentar petição requerendo a intimação do devedor
para pagar no prazo de 15 dias, sob pena de ter início a fase
executiva, com expedição de mandado de penhora e avaliação
dos bens.
➢ Não é necessário preencher os requisitos da Petição Inicial, mas é
preciso que o credor preencha alguns requisitos:
1. Apresentar demonstrativo discriminado e atualizado do cálculo
do débito, conforme o artigo 524 do CPC e, caso não haja o
pagamento voluntário, requerer a aplicação da multa e o
acréscimo dos honorários;
2. Recolher custas iniciais da execução, quando for exigido por lei
estadual;
3. Indicar, se possível, quais os bens que deseja ver penhorados.
PROTESTO DA DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO
➢ Previsão Legal – Art. 517 do CPC;
➢ Não é possível o protesto no caso de Cumprimento de Sentença
Provisória, tendo em vista a inexistência do Trânsito em Julgado.
Exceção: Alimentos (Art. 528, § 1º, do CPC);
➢ Restrito as decisões que reconheçam pagamento de Quantia
líquida, certa e exigível, tendo em vista o artigo fazer alusão ao
523;
➢ Para efetivar o protesto é necessário que o Exequente apresente
a Certidão de teor da decisão, comprovando o trânsito em
julgado e o transcurso do prazo do art. 523;
➢ A certidão deverá conter o previsto no §2º do Art. 517 do CPC;
➢ O Executado poderá requerer o cancelamento do Protesto
comprovando o pagamento.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
➢ Ocorre quando o credor inerte não promove a execução;
➢ Em princípio, o processo será encaminhado para o arquivo, podendo o
exequente, a qualquer tempo, requerer o início do Cumprimento de
Sentença;
Qual é o limite ou o prazo que o exequente poderá permanecer inerte?
➢ A Súmula 150 do STF estabelece que a pretensão executiva prescreve no
mesmo prazo que a condenatória;
➢ Será suspensa por 1 ano caso não se localize bens passíveis de penhora,
após esse prazo, o credor deverá tomar medidas necessárias para
localizar bens; Se não, começará a correr o prazo (Art. 921, §§);
➢ Ocorrendo a Prescrição, deverá ser decretada pelo juiz de
Ofício, ouvindo-se as partes antes, (Art. 921, §5º CPC).
HONORÁRIOS NA FASE EXECUTIVA
➢ No cumprimento de sentença, serão devidos novos honorários
advocatícios, relacionados a essa fase, que não se confundem com os
fixados na sentença condenatória.
➢ Não precisa o valor ser fixado pelo juiz, basta se acrescentado ao
cálculo e são devidos mesmo no Cumprimento de Sentença Provisório
(Art. 520, §2º CPC);
➢ Na impugnação só serão cabíveis os honorários caso sejam acolhidos,
com extinção da execução, Súmula 519 do STJ.
MANDADO DE PENHORA E AVALIAÇÃO
➢ Não há distinção entre Título Executivo Judicial e Extrajudicial e aplicam-
se as mesmas regras.
➢ O cumprimento de sentença condenatória em quantia certa se
inicia com a expedição de mandado de penhora e avaliação, §3º
523 do CPC.
CUMPRIMENTO PROVISÓRIO
PREVISÃO LEGAL – Art. 520 do CPC
➢ Será possível desde que haja recurso desprovido de efeito
suspensivo e será realizada na mesma forma que o
cumprimento de sentença definitivo (Art. 520 do CPC).
➢ Ocorrerá por iniciativa e responsabilidade do exequente, que
se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos
que o executado haja sofrido (art. 520, I, do CPC).
➢ O Executado poderá realizar o depósito do valor, com a
finalidade de isentar-se da multa, contudo, o levantamento só
será possível com o depósito de caução suficiente e idônea,
arbitrada de plano pelo juiz.
➢ A caução poderá ser dispensada nos casos em que (Art. 521 do
CPC):
1. O crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua
origem;
2. O credor demonstrar situação de necessidade;
3. Pender o Agravo do Art. 1.042 do CPC;
4. A sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em
consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade
com Acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos;
➢ A caução será mantida se, quando da dispensa resultar manifesto
risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
DEFESAS DO EXECUTADO
PREVISÃO LEGAL – Art. 525 do CPC
➢ A forma de defesa do executado, por excelência, é a
impugnação.
➢ Excepcionalmente, admitem-se as exceções e objeções de
pré-executividade, embora tenham perdido quase toda a sua
utilidade, já que tanto na execução por título extrajudicial
quanto no cumprimento de sentença o oferecimento de
embargos ou de impugnação dispensa a prévia penhora,
depósito ou caução.
NATUREZA
➢ A impugnação, ao contrário, não será ação autônoma, mas
incidente da fase de cumprimento de sentença e será julgado por
Decisão Interlocutória.
➢ Exceção: Será Ação Incidental quando tiver por objeto declaração
de Inexistência ou Extinção do Débito (Art. 525, VII, do CPC).
➢ A impugnação terá natureza de mero incidente nas hipóteses do art.
525, I a VI, e de ação incidente na do inciso VII e o seu
processamento far-se-á nos autos da execução, e não em apenso
ou em apartado.
PRAZO
➢ O prazo para que o devedor apresente impugnação é de 15 dias,
a contar do transcurso do prazo de 15 dias para pagamento
voluntário, independentemente de penhora ou nova intimação.
➢ Vencido o primeiro prazo de 15 dias para pagamento voluntário,
automaticamente e sem necessidade de novo requerimento ou
intimação, será expedido mandado de penhora e avaliação e
passará a correr o prazo de 15 dias para impugnação.
➢ Aplica-se a dobra do prazo no caso de Litisconsórcio, com
advogados diferentes, de acordo com o Art. 229 do CPC.
➢ Não há necessidade de prévia garantia do juízo pela Penhora ou
Depósito, conforme o caput do Art. 525 do CPC
EFEITO SUSPENSIVO
➢ A Impugnação, assim como os Embargos, em regra,

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