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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA EDSON PEDRO CUSTÓDIO MUNJOVO IMPORTÂNCIA DAS TICS NA QUALIDADE DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA NAS PME's Maputo 2022 EDSON PEDRO CUSTÓDIO MUNJOVO IMPORTÂNCIA DAS TICS NA QUALIDADE DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA NAS PME's Trabalho de Monografia Científica apresentado no Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Moçambique (ISCAM), como requisito parcial para a conclusão do grau de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria. Supervisor: Mestre Raimundo Bamo Maputo 2022 EDSON PEDRO CUSTÓDIO MUNJOVO IMPORTÂNCIA DAS TICS NA QUALIDADE DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA NAS PME's Trabalho de Monografia Científica apresentado no Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Moçambique (ISCAM), como requisito parcial para a conclusão do grau de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria. Maputo, aos____/____/_____ O Júri _________________________________________ (Presidente) _________________________________________ (Oponente) _________________________________________ (Supervisor) _________________________________________ (Co-Supervisor) DEDICATÓRIA Aos meus pais, Custódio Pedro Munjovo e a Olga Sandra Mário Mafumo Munjovo, por serem a razão do meu ser. AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer, primeiramente, a Deus pelo dom da vida, e por permitir a conclusão desta etapa de minha caminhada. Aos meus pais, Custódio Pedro Munjovo e a Olga Sandra Mário Mafumo Munjovo pelos ensinamentos, que me permitem lutar pela conquista de meus ideais. Ao Mestre Raimundo Bamo pela orientação, pela disponibilidade e profissionalismo. Aos meus amigos e colegas pela confiança depositada, a segurança transmitida e a coragem incentivada para prosseguir. Às pessoas que conheci durante o período da graduação, pois sem vocês a caminhada até aqui teria sido mais difícil, E a todos aqueles, que de alguma forma contribuíram para a realização desta pesquisa. MUITO OBRIGADO! Lista de Ilustrações Ilustração 1. Estrutura de um sistema ERP............................................................................... 14 Lista de Tabelas Quadro 1: Etapas dos sistemas informáticos e de comunicação ............................................................ 5 Quadro 2: Etapas da Contabilidade em Moçambique ............................................................................ 9 Lista de Abreviaturas e Siglas ERP Enterprise Resource Planning FASB Financial Acconting Standard Board MRP Material Requirements Planning MRPII Manufacturing Resources Planning NIRF Normas Internacionais do Relato Financeiro PCs Personal Computers PMEs Pequenas e Médias Empresas SCE Sistema de Contabilidade do Sector Empresarial SIC Sistema de Informação Contabilística TI Tecnologia de informação TIC Tecnologia de Informação e Comunicação Resumo O ambiente empresarial está em constante mudança e a contabilidade teve que acompanhar estas alterações. A globalização dos negócios provocou aumentos e alterações acentuadas dos níveis de competitividade e tecnologia nas operações diárias das empresas. As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) representam assim hoje, uma ferramenta crucial na gestão das organizações. Contudo, e apesar da importância das TIC´s na empresa, e particularmente na área da contabilidade, muito pouca investigação tem sido efectuada. O objectivo do presente estudo é, compreender a importância das TICs na qualidade da Informação Contabilísticas nas PMEs. Para tal, realizou-se uma pesquisa qualitativa, tendo – se recorrido ao método de estudo de caso para investigar o assunto em questão. Numa primeira fase foi realizada uma revisão da literatura de modo a enriquecer e sustentar todo o estudo empírico, recorrendo aos diversos autores que investigaram o tema. Na segunda foram efetuados os três estudos de caso, recorrendo essencialmente a informações recolhidas através de entrevistas pessoais aos responsáveis pelo departamento da contabilidade. A informática proporciona à Contabilidade inúmeras facilidades, que vão desde o lançamento e processamento de dados até a gestão dos relatórios que podem ser produzidos pelo sistema. Além dessas facilidades, associam-se outros factores, como segurança, confiabilidade, credibilidade e rapidez nas informações prestadas. Os resultados obtidos mostram que as PMEs apostam nas TICs, pois estes facilitam o trabalho, e com menos tempo obtém se informações que de maneira ocasional levaria mais tempo procurando. Por tanto, em relação a confiabilidade a empresa deve garantir todos os meios de confidencialidade assegurados, contudo devendo prestar sempre atenção à sua utilização, para que a informação não possa ser usada para outros fins. Pode também concluir-se que por automatização e por questão de confiabilidade, a informação contabilística é apresentada com qualidade, pois os Sistemas não aceitam adulteração dos dados já registados e isso credibiliza todas as rubricas existentes nas demonstrações financeiras. Palavras-chave: Tecnologia de Informação e comunicação; Contabilidade; Qualidade da informação. ÍNDICE 1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................ 1 1.1. Contextualização do tema .................................................................................. 1 1.2. Formulação do Problema ................................................................................... 2 1.3. Perguntas de Pesquisa ........................................................................................ 3 1.4. Objectivos .......................................................................................................... 3 1.4.1. Objectivo Geral........................................................................................... 3 1.4.2. Objectivos Específicos ............................................................................... 3 1.5. Justificativa ........................................................................................................ 4 2. CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA ....................................................... 5 2.1. Evolução de tecnologias de informação e comunicação ................................... 5 2.1.1. Considerações Conceituais das TICs .......................................................... 6 2.2. Evolução da contabilidade ................................................................................. 7 2.2.1. Evolução da Contabilidade em Moçambique ............................................. 7 2.3. As TICs na Contabilidade ................................................................................ 10 2.4. A importância das TICs nas Pequenas e Médias Empresas ............................. 11 2.5. Sistemas de Informação Contabilística (SIC) .................................................. 12 2.5.1. Os Sistemas Enterprise Resource Planning – ERP .................................. 12 2.5.2. Benefício dos Sistemas ERP para a Contabilidade .................................. 14 3. CAPITULO III: METODOLOGIA ........................................................................ 16 3.1. Caracterização de Pesquisa .............................................................................. 16 3.1.1. Pesquisa quanto à Abordagem .................................................................. 16 3.1.2. Pesquisa quanto à Natureza ...................................................................... 16 3.1.3. Pesquisa quanto aos Objectivos................................................................ 16 3.1.4. Pesquisa quanto aos Procedimentos técnicos ........................................... 16 3.2. Delimitação Temporal e Espacial do Estudo (Local e Tempo do Estudo) ...... 17 3.2.1. Delimitação Temporal .............................................................................. 17 3.2.2. Delimitação Espacial ................................................................................ 17 3.3. População e Amostragem ................................................................................ 17 3.4. Modo de Selecção dos Participantes ................................................................ 18 3.4.1. Critérios de Exclusão ................................................................................ 18 3.4.2. Critérios de Inclusão ................................................................................. 18 3.5. Procedimentos e Instrumento de Recolha de Dados ........................................ 18 3.5.1. Técnicas ou Instrumentos de Recolha de Dados ...................................... 18 3.5.2. Procedimentos de Recolha de dados ........................................................ 18 3.6. Técnicas de Análise de dados .......................................................................... 18 3.7. Aspectos éticos ................................................................................................ 18 4. CAPITULO IV: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...................... 19 4.1. Processo de implementação dos sistemas da informação nas PMEs ............... 19 4.2. Benefícios dos Sistemas de Informação Contabilística ................................... 19 4.3. Importância das TICs nos factores Contabilísticos .......................................... 20 5. CAPITULO V: CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES ........... 22 5.1. Conclusões ....................................................................................................... 22 5.2. Limitações ........................................................................................................ 22 5.3. Recomendações ............................................................................................... 23 1. Referencias Bibliográficas ...................................................................................... 24 Apêndices ....................................................................................................................... 26 1 1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO 1.1. Contextualização do tema Dentro da temática da importância das TICs na qualidade da informação contabilística, o recorte de pesquisa parte de estudo de caso, experienciado em três (3) PMEs no período actual, em que se pretende compreender até que ponto as TICs são importantes na qualidade da informação contabilística. A informação é algo de extrema importância nas actividades humanas, sendo um requisito básico no âmbito organizacional. Baltzan (2016, p. 89) afirma que “as informações de boa qualidade podem melhorar significativamente a tomada de decisões”. Almeida e Varvakis (2005, p. 56) definem o valor da informação como “a validade e relevância que a informação representa a um determinado indivíduo ou grupo”, ou seja, quanto mais a informação é válida e relevante para quem a possui melhor, pois este último fará a avaliação da qualidade se é suficientemente útil para servir de base e facilitar nos processos de tomada de decisão. O desenvolvimento das TICs trouxe mudanças significativas na elaboração das actividades Contabilísticas, proporcionando maiores ganhos de produtividade e mais eficiência nos seus trabalhos. Entretanto, as PMEs terão sempre a necessidade de acompanhar os avanços das TICs, para atender as necessidades de um mercado cada vez mais exigente. Uma das principais consequências do desenvolvimento tecnológico nos últimos tempos é o uso cada vez mais disseminado do computador, por isso o domínio da Tecnologia de Informação e Comunicação é indispensável para que as organizações conquistem e alcancem resultados positivos, com qualidade e com eficiência. 2 1.2. Formulação do Problema Os profissionais da contabilidade sempre tiveram de cuidar de muitas tarefas, como: o controlo de estoque, o levantamento de balancetes, os lançamentos contabilísticos etc. Com o desenvolvimento das ferramentas virtuais, esses serviços, antes manuais, foram automatizados. Actualmente, a tecnologia da informação na contabilidade trouxe melhorias aos desafios que foram apresentados. A solução veio principalmente por meio do sistema enterprise resource planning (ERP) que agiliza e facilita a rotina de trabalho dos contabilistas. No período actual ainda existem gestores que aceitam receber as demonstrações financeiras produzidas por Excel, dando a entender que consegue obter a informação que necessitam para tomada de decisão. Alguns responsáveis da contabilidade afirmam que usar Excel ficou obsoleto, pois é morosa a produção das informações financeiras e não há segurança da informação, sendo que facilmente pode se alterar a mesma, o que leva a afirmar a existência da pouca qualidade da mesma. Tendo em conta o contexto teórico e o ambiente em que se insere propõe-se a seguinte a pergunta de partida: Qual é importância das TICS na qualidade da informação contabilística nas PME'S? 3 1.3. Perguntas de Pesquisa Como são implementadas as TICs na Contabilidade? Quais são os benefícios dos Sistemas de Informação Contabilística? Qual é a importância das TICs nos factores Contabilisticos? 1.4. Objectivos 1.4.1. Objectivo Geral Compreender a importância das TICs na Qualidade da Informação Contabilística nas PME's. 1.4.2. Objectivos Específicos Descrever o processo de implementação dos sistemas da informação nas PMEs; Identificar os benefícios dos Sistemas de Informação Contabilística; Inferir a importância das TICs nos factores Contabilísticos. 4 1.5. Justificativa A motivação no âmbito institucional a escolha do tema teve em conta a escassez de estudos centrados nas TICs com maior foco na área da Contabilidade e Auditoria, uma vez que envolve aspectos relacionados com a dinâmica, qualidade e competitividade no mercado. A crescente competitividade no mercado em todos os ramos da economia revela que alguns conceitos tornaram-se primordiais para as empresas pois contribuem para o crescimento e evolução das mesmas. É percebível a permanente necessidade de automação da Contabilidade, que tem estado vulnerável às constantes alterações do contexto económico, de um lado atingida pelas mudanças da economia, e de outro, pelo volume e complexidade das transacções que envolvem as operações das empresas em geral. Espera-se que a pesquisa possa ajudar no enriquecimento do estudo sobre as TICs na área da Contabilidade fornecendo informações de qualidade e transparência na gestão de dados Contabilísticos. Também esperamos que esta pesquisa possa servir de instrumento e estimulo para trabalhos vindouros com abordagens similares. Para o desenvolvimento desse tema, centrou – se na fascinação que o autor tem com as TICs no ambiente Contabilístico em concordância com a rapidez que o mercado exige e principalmente na qualidade da informação contabilística apresentada, contando que existe maior competitividade das PMEs no mercado, para maior satisfação dos clientes. 5 2. CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Evolução de tecnologias de informação e comunicação Antes da existência dos computadores, os sistemas de informação nas Organizações eram centralizados em técnicas de arquivo e recuperação de informações de grandes arquivos. Geralmente existia um responsável (arquivista) em organizar, registar, catalogar e recuperar os dados quando era necessário. Dada a importância dos factos históricos quemarcaram a evolução das novas TICs, apresenta-se no quadro abaixo as seguintes etapas dos sistemas informáticos e de comunicação. Quadro 1: Etapas dos sistemas informáticos e de comunicação Etapas Descrição I. Válvulas electrónicas (1940-1952): componentes grandes e caros; técnica lenta e pouco durável; cálculos rápidos; mão obra elevada na manutenção; ocupavam grandes áreas; programação feita na linguagem da máquina; dados colocados em papel perfurado. II. Transístores (1952-1964): Diminuição do tamanho de máquinas, cabos e fios; comercializados por grandes empresas; Utilização da técnica de integração (cápsulas transístores); utilização linguagem programação ASSEMBLY; armazenamento das fitas e tambores magnéticos III. SLT - Solid Logic Technology - (1964-1971): Circuito Integrados, isto é micro circuitos; utilização de linguagens orientadas. IV. Microprocessadores (1971-1981): redução dos computadores; surgimento de linguagens de alto nível; transmissão de dados entre redes V. Inteligência Artificial (1981): Enorme velocidade; com um ou mais núcleos por processadores; grandes frequências e transferência de dados; programas com alto grau de interactividade com o utilizador; grande rede mundial VI. 2009 Nova Era: As TICs não incluem somente componentes de máquinas, mas também tecnologias intelectuais usadas para lidar com o ciclo da informação, isto é, técnicas de classificação que não usam as máquinas apenas como esquema. As tecnologias de classificação e organização de informações existem desde que as Bibliotecas começaram a ser formadas. Com pesquisas técnico-científicas, surgem avanços de informação, fazendo com que o futuro seja plena para todos, com rapidez eficiência e eficácia nos processamentos 6 Actualmente, além de utilizar a tecnologia de informação e comunicação para esse fim, novos e maiores desafios foram incorporados, principalmente com a visão da informação global, na procura de uma gestão mais eficiente e eficaz. Esta incorporação transforma-se numa mais- valia para as organizações, possibilitando-lhes poder de responder à procura na sua área de actuação, assegurando, não só, a sua sobrevivência, como a possibilidade de prestar serviços com qualidade, o que lhes garante a manutenção da sua competitividade. No que respeita aos ambientes turbulentos estes conduzem as organizações: A usarem TIC para traduzir as informações preferenciais do ambiente, em metas; A usarem TIC para analisar as suas estruturas em função do meio; A fazer maior uso de TIC para incrementar as suas características orgânicas (delegação de autoridade e controlo); A reduzirem suas dimensões; A procurarem relações inter-organizacionais. 2.1.1. Considerações Conceituais das TICs Principalmente no século XX, a informação começa a fluir com maior velocidade, o século fica marcado como sociedade da informação, ou era da informação. Os meios de comunicação, os sistemas de informação e a tecnologia permeiam e modificam as dinâmicas sociais, fazendo com que a humanidade continue aprendendo a usar e conviver com o crescimento exponencial das tecnologias. Na literatura, consideram-se Tecnologias de Informação (TI) os recursos oferecidos por computadores, aplicativos de software e processo de telecomunicações, e a análise e desenho dos fluxos de trabalho e processos dentro e entre organizações (Davenport & Short, 1990). Segundo Ramos (2010), define TICs como o “ramo da ciência da computação e da sua utilização prática que tenta classificar, conservar e disseminar a informação. Trata-se TICs um conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada, com um objectivo comum, sendo utilizadas das mais diversas formas, na indústria, no comércio, no sector de investimentos e na educação (Pacievitch, n.d.). Pode se definir TICs como sendo um conjunto de recursos tecnológicos interligados entre sí por meio de hardware, software e telecomunicações são aplicados nos negócios e na aprendizagem. 7 2.2. Evolução da contabilidade A contabilidade surgiu a partir do momento em que o homem percebeu a necessidade de registar seus bens, cerca de 2000 antes de Cristo. Um dos primeiros Registro contabilísticos foi o facto de contabilizar, dando nó em cordas ou pela separação das pedrinhas, ao contar o rebanho de ovelhas, para ver se havia perdido algum de seus animais. O objectivo deste trabalho foi desenvolver uma pesquisa científica da história contabilística, apresentando a origem da contabilidade, e seu progresso na evolução histórica. O método utilizado foi a pesquisa bibliográfica qualitativa indutiva. O surgimento da contabilidade projecta-se na antiguidade, juntamente com o aparecimento do homem. Na evolução da Era Medieval surge a aritmética, elevando assim a contabilidade, mediante os estudos de Frei Francisco Luca Pacioli, em 1494, quando manifesta os princípios aritméticos, fundamentais para o desenvolvimento das partidas dobradas (para cada crédito existe um débito). As partidas dobradas é o método mais adoptado até hoje pelas empresas, para Registro de contas, inovando a escrituração, mensuração e pensamento contabilístico, tornando Pacioli o pai da Contabilidade Moderna. Ao desmontar as teorias, a Contabilidade transitou por diversas fases. Da análise passou à administração dos raciocínios, por meio de conceitos em que se criaram os teoremas, que transformaram, em teorias. Os estudos científicos apresentaram-se a partir do momento em que vários pensadores estabeleceram suas próprias teorias, que são similares entre eles. Desta maneira, apareceu uma sucessão de escolas do pensamento contabilístico, cada qual com suas similaridades, facultando conhecimentos pensamentos que inspiraram a estrutura definitiva da Contabilidade como ciência. A escola primária destaca-se nessa fase Administrativa ou Lombarda, nomeada por sua localização, a Lombardia, no norte da Itália. A última escola a despontar na Contabilidade mundial foi a Escola Norte-Americana, que foi lucrando ganhos de terreno através dos anos, ampliando o grande número de construções teóricas de essencial importância. 2.2.1. Evolução da Contabilidade em Moçambique A evolução da contabilidade em Moçambique conheceu três fases diferentes. Sendo assim, verifica-se que a primeira surgiu nove anos após a declaração da independência nacional em 1975. Isto é, após a independência, o País viveu uma era de reestruturação económica e 8 administrativa, caracterizada pela nacionalização de infra-estruturas físicas e económicas. E, existindo empresas privadas, em 1984, ainda República Popular de Moçambique, foi aprovada a Resolução nº 13/ 84 de 14 Dezembro, cujo objectivo era de introduzir um Sistema de Contabilidade para Sector Empresarial de Moçambique. Com está resolução, Moçambique passou a apoiar-se para regulamentar as actividades do sector privado, permitindo deste modo dar maior informe ao governo de modo a regular a actividade económica bem como definir as políticas fiscais e tributárias. Desta forma, importa referir que as políticas fiscais constituem o processo de administração das receitas e despesas públicas e as tributárias são mecanismos usados por este órgão que permitem obter as receitas necessárias para fazer face as despesas públicas. A segunda era, inicia em 2006, quando Moçambique aprova o Decreto nº 36/ 2006, de 25 de Julho. Este novo normativo, é antecedido de evolução tecnológica mundial e da crescente utilização das novas tecnologias de informação e comunicação nas empresas e, pela incapacidade da contabilidade em registar determinados bens, ou seja os imobiliários incorpóreos (marcas, patentes, software). Assim, o Decreto nº 36/ 2006, veio solucionar os problemas em torno das dificuldades do tratamento contabilístico das imobilizações incorpóreas, pois através deste as empresas passaram de modo uniformea contabilizar estes elementos do património. Durante os anos 2006 à 2009, o mundo já estava em processo de harmonização contabilística, devido a unificação das fronteiras internacionais, a globalização, a necessidade da expansão de negócios internacionais e de financiamentos através do Mercado de capital. Esta harmonização, consistiu em integração das normas internacionais de relato financeiro nos sistemas de contabilidades dos Países Europeus e Americanos. Coincidentemente, Moçambique ao longo da mesma época iniciou com as descobertas de recursos minerais e entradas de investimentos estrangeiros. E, mais uma vez o sistema de contabilidade utilizado nesta altura (2006 -2009) começa a mostrar fragilidades no registo de determinadas operações realizadas por estas grandes empresas e ainda pelas dificuldades apresentadas na comparação com as operações dos empreendimentos do grupo localizados fora das fronteiras nacionais. Pois, estas multinacionais eram obrigadas a elaborarem duas DF’s, os primeiros para fins locais e o segundo para fins de gestão interna da empresa, comparação e submissão ao Mercado de Capital Internacional. 9 Desta forma, Moçambique passa a viver a terceira e actual fase do seu Sistema de Contabilidade do Sector Empresarial (SCE). Com interesse de desenvolver o Mercado de Capital em Moçambique bem como integrar as empresas nas bolsas de valores estrangeiras foi aprovado o Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro, que está baseado em Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF’s). E, com a criação da Ordem dos Contabilistas e Auditores (OCAM) este interesse foi alargado, pois esta organização tem uma visão mais ampla em relação a aprovação deste normativo contabilístico à medida que vai certificar a qualidade das Df’s elaboradas no território nacional e ainda vai permitir o profissional desta área a melhorar a qualidade dos seus serviços e abrir novos horizontes internacionais de oportunidade de trabalho. Entretanto, este normativo veio evolucionar a realidade contabilística moçambicana, pois vários elementos novos foram introduzidos, destacando -se a DFC e a demonstração de alterações de capital próprio, o que veio a melhorar a qualidade das DF’s. Face a esta situação, de modo a seguir a exigência deste novo normativo, as empresas abrangidas por este têm envergado esforço de modo a integrar-se nesta nova era da contabilidade moçambicana, através de capacitação dos seus trabalhadores e contratação de empresas de renome que trabalham a muito com estas normas para efeitos de reclassificação e requalificação do seu património. Quadro 2: Etapas da Contabilidade em Moçambique Período Normativo Objectivos 1984 – 2006 Resolução nº 13/84 de 14 de Dezembro Introdução do SCE em Moçambique 2006 – 2009 Decreto nº 36/2006 de 25 de Julho Fazer face ao desenvolvimento tecnológico Mundial Actualmente Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro Desenvolver Mercado de Capital; Responder as necessidades de Investimentos estrageiros; 10 Necessidade de harmonizar o sistema de Contabilidade. Moçambique começou a adoptar as normas internacionais de Contabilidade de Relato Financeiro (NIRF), a partir de 2010 (FASB), as quais já estavam sendo utilizadas pelas maiores potências comerciais, promovendo a escritura internacional entre países. A evolução contabilística também ocorreu por meio da tecnologia, que veio para desenvolver a teoria contabilística, transferindo o papel de meros guardadores de papéis, para sistemas contabilísticos competentes e modernos. Os Registro patrimoniais tornaram-se uma simples maneira de Registro contabilístico e se modificaram para uma tomada de decisão eficiente e eficaz. Os métodos e suas interpretações são utilizados para atender suas necessidades contabilísticas, que sejam as mensurações de pedrinhas ou a aplicação de softwares de grande valia, mas não se atinge o ápice, sendo assim, as descobertas a serem desenvolvidas ainda poderão superar as grandes descobertas. 2.3. As TICs na Contabilidade O desenvolvimento tecnológico tem criado novas alternativas de informação que podem influenciar a maneira como os usuários do sistema de informação tomam decisões (O’Donnell & David, 2000). Com o nível de globalização actual, as empresas sentem cada vez mais a necessidade de serem competitivas para sobreviverem, pelo que as TICs representam, sem dúvida, uma ferramenta importante para a competitividade das organizações. Um sistema de contabilidade informatizado é capaz de lidar com dados financeiros de uma forma rápida, eficaz e eficiente, tendo a valiosa capacidade de gerar relatórios imediatos em relação à empresa (Ghasemi, Shafeiepour, Aslani & Barvayeh, 2011). Relativamente às empresas de contabilidade, estas apostam nas TICS, sobretudo para diminuir o tempo de resposta aos seus clientes, tendo em vista conseguir fazer operações em tempo real, ou seja, operações Just-In-Time (Ramos, 2010). Nos últimos tempos, o desejo de compreender os processos de mudança na contabilidade tem dado origem a um conjunto de trabalhos de investigação nesta área (Napier, 2006). Para alguns autores como Jansen (2011) a mudança na contabilidade ocorreu com alterações ao nível das informações contabilísticas disponíveis para os gestores. 11 De um modo geral são definidos vários tipos de mudanças nesta área (Sulaiman & Mitchell, 2005): A introdução de novas técnicas no actual sistema de contabilidade; A substituição do sistema; A modificação do formato de saída das informações; A alteração do funcionamento técnico do sistema e A remoção de técnicas de contabilidade de gestão. (Roberts, Kelley, & Medlin, 2007). Assim, a adaptabilidade à tecnologia é uma competência central para a profissão, agregando valor para a empresa e clientes, contudo as tecnologias tem invadido todos os aspectos da vida destes profissionais, possuindo também mais habilidades para a utilização eficaz das novas tecnologias. 2.4. A importância das TICs nas Pequenas e Médias Empresas A maioria das PMEs investe pouco nas suas funções administrativas, dando mais importância aos aspectos comerciais. No entanto têm uma grande importância o reinvestimento nas TICs, uma vez que existe sempre um ganho, independentemente da perspectiva de análise. Também dadas as constantes evoluções ambientais, e a especificidade dos mercados em que operam, as PMEs que perderem o fluxo das novas TICs estarão certamente, num futuro muito próximo, a enfrentar sérios problemas de competitividade no mercado. Os escassos recursos disponíveis levam, muitas vezes, a que as empresas retardem a adopção dessas tecnologias ou que procuram soluções limitadas e particularizadas que pouco tempo mais tarde se revelam inadequadas e difíceis de integrar. Um maior conhecimento das TICs por parte das PMEs e uma rápida e reflectida estratégia de investimento nestas tecnologias é muito mais importante para este tipo de empresas do que para as de maior dimensão. As maiores dificuldades para a adopção e implementação das TICs podem ocorrer em função de alguns factores, tais como: Dificuldades de reestruturação das áreas necessitadas de informatização, com a formação dos trabalhadores e equipamentos necessários; Dificuldades financeiras, uma vez que para algumas empresas o custo com as informatizações podem ser significativas; Receio de ficar dependente de pessoal qualificado para alimentar as informações e operar os diversos sistemas informatizados. 12 A importância atribuída às PMEs tem tido um aumento significativo nos últimos tempos, e o sector tem cada vez mais peso na economia de um país. Para fazer face às constantes mudanças contextuais, as grandes empresas tentam manter-se flexíveis e eficientes, subcontratando cada vez mais, quer parte da produção, quer os serviços de apoio. Pode-se dizerque, as TICs suportam por um lado o aumento das práticas de subcontratação, por outro, o desacoplamento vertical e a reestruturação em redes contribuindo para um maior número de PMEs, na maior parte dos casos fortemente especializados. Com a adopção das TICs, as PMEs podem-se tornar em empresas globais. 2.5. Sistemas de Informação Contabilística (SIC) Os sistemas de informação contabilística são constituídos por componentes relacionados que trabalham juntos para colectar, armazenar e divulgar dados para fins de planeamento, controlo, coordenação, análise e tomada de decisão. Os sistemas de informação contabilística são muito úteis e eficazes no desempenho organizacional (Ahmad & Zawaideh, 2013). Segundo Stefanou (2006), o principal objectivo dos sistemas de informação contabilística (SIC) é a recolha de dados e informações sobre eventos que tenham um impacto económico sobre as organizações, sejam elas internas ou externas. Estes sistemas são responsáveis pela análise e processamento da situação financeira das empresas, preparação de documentos necessários para efeitos fiscais, fornecimento de informações para apoiar outras funções organizacionais, tais como produção, marketing, gestão de recursos humanos e planeamento estratégico. Sem estes sistemas, será bastante difícil para uma organização determinar o desempenho, identificar saldos das contas de clientes e fornecedores, bem como fazer uma previsão futura do desempenho da organização. 2.5.1. Os Sistemas Enterprise Resource Planning – ERP Com a flexibilidade de negócio no mercado envolve uma mudança radical em todos âmbitos. As organizações são agora mais complexas em termos da sua estrutura e dispersão geográfica. Diariamente, grandes quantidades de informação são produzidas e, para superar esses problemas, as organizações têm investido em sistemas ERP (Alves & Matos, 2013). Os sistemas de informação estão em evolução contínua desde que os processos produtivos e a cadeia produtiva começaram a despertar o interesse da alta administração, em pouco tempo, houve uma evolução que consistiu no surgimento do MRP – Material Requirements Planning, 13 passando pelo MRPII – Manufacturing Resources Planning e chegando ao Enterprise Resource Planning – ERP (Padilha & Marins, 2005). Davenport (1998) refere-se ao sistema ERP como um pacote de software comercial que promete a integração de toda a informação que flui pela organização: informação financeira e contabilística, informação de recursos humanos, informação da cadeia de abastecimento e informação de clientes. Assim, os ERP são sistemas de informação que permitem a sincronização e o controlo dos processos de uma empresa, em tempo real, por meio de tecnologia de informação avançada. São conjuntos de módulos pré-formados, integrados e, que abrangem quase todas as áreas de uma empresa. São padronizados, mas podem ser configurados para atender as necessidades específicas da empresa (Riccio, 2001). Segundo Klaus, Rosemann, e Gable (2000) os ERP são soluções de software abrangentes, que procuram integrar uma gama completa de processos e funções de uma empresa a fim de apresentar uma visão holística do negócio a partir de uma única informação e arquitectura de TI. Um sistema ERP pode ser visto como um produto na forma de software como um meio de mapear todos os processos e dados de uma organização numa estrutura integrativa abrangente; assim como um elemento chave, como uma infra-estrutura que apresenta soluções para o negócio (Matos, 2011). A configuração de um sistema ERP fundamenta-se numa única base de dados central (Ilustração 1) que recolhe e fornece dados a diversos módulos, que por sua vez suportam transversalmente toda a actividade de negócio da organização, em termos funcionais, de unidades de negócio e regiões (Davenport, 1998). 14 Ilustração 1. Estrutura de um sistema ERP Fonte: Adaptado de Davenport (1998). Os sistemas ERP são compostos por vários módulos, cada um deles tem uma função específica, cabendo a cada organização determinar quais os módulos que necessita utilizar no momento de implementar o sistema ERP (Matos, 2011). O estudo realizado por Teittinen, Pellinen e Järvenpää (2013) mostrou que as pessoas têm um papel-chave no desenho do sistema ERP para efeitos de controlo de gestão, especialmente no controlo operacional. Já para outros autores (Scapens & Jazayeri, 2003; Dechow & Mouritsen, 2005) os sistemas de ERP ajudam a criar visibilidade organizacional, sendo muitas vezes apresentados como tecnologias para controlo de gestão. Os contabilistas podem assumir um papel de destaque na implementação e no funcionamento do sistema ERP, tornando se criadores pró-activos dentro das organizações e lucrando assim com o ERP, ou seja, com a padronização das práticas e linguagens que transcendem contextos locais, as interfunções dos fluxos de informação e relações de trabalho e à adopção de uma visão de processos de actividades organizacionais (Caglio, 2003). 2.5.2. Benefício dos Sistemas ERP para a Contabilidade De acordo com o estudo de Matos (2011), o sistema ERP tem impacto na contabilidade de gestão e no papel do contabilista de gestão, pois fornece informações em tempo real e uma informação mais exacta para a realização de orçamentos e de relatórios, por outro lado, 15 fomenta a adopção de técnicas de contabilidade de gestão mais avançadas e de novos métodos e práticas de contabilidade. No que se refere ao tempo necessário para o contabilista de gestão realizar as suas tarefas, este autor (Matos, 2011) indica que é necessário menos tempo, pelo que o tempo extra é utilizado para analisar e interpretar dados, analisar a evolução da performance da organização e para realizar outras tarefas. O sistema ERP pode ser uma opção para a empresa obter maior controlo do seu negócio, alcançando assim as metas e objectivos desejados, a redução de custos com desenvolvimento de sistemas, fornecimento de versões actualizadas com melhorias e correcções, ganho de confiabilidade com a integração de todas as áreas da empresa, garantindo a integridade dos dados e a facilidade de adequar as funcionalidades da empresa aos processos disponíveis no sistema através da parametrização são grandes diferenciais que devem ser cuidadosamente abordados. Em contrapartida, os custos elevados envolvidos na aquisição, manutenção e, principalmente os custos não mensuráveis ou ocultos no planeamento orçamental da implantação são factores críticos (Gomes & Vanalle, 2001). Os principais benefícios esperados pela gestão de topo prendem se com questões de controlo e estratégicas (Teittinen et al., 2013). A escassez de recursos limita o desenvolvimento e a utilização do sistema de ERP e a rigidez do sistema (modular) limita ainda mais a oportunidade de usar informações de contabilidade de gestão. Além disso, dificuldades ao nível da inadequação estrutural do ERP também podem levar a uma situação em que as práticas de trabalho sejam pouco padronizadas (Teittinen et al., 2013) As vantagens do sistema ERP incluem a possibilidade de integrar os diversos departamentos da empresa, a actualização permanente da base tecnológica e benefícios relacionados com a terciarização do desenvolvimento de aplicações, assim como a redução dos custos de informática (Souza & Zwicker, 2000). As organizações ao implementar estes sistemas tornam se mais eficientes, e conseguem integrar e modernizar todo o seu negócio. Contudo o sistema ERP é geralmente um sistema “standard” ou seja pouco personalizado e ajustado às necessidades especificas da empresa, o que pode trazer alguns problemas na obtenção da informação de gestão (Mahony & Doran, 2008) 16 3. CAPITULO III: METODOLOGIA 3.1. Caracterização de Pesquisa A pesquisa científica leva em consideração um conjunto de procedimentos sistemáticos, que se apoiano raciocínio lógico e usa métodos científicos para encontrar soluções, ou discorrer sobre, o problema seguinte: Qual é a importância das TICS na qualidade da informação contabilística nas PME's? 3.1.1. Pesquisa quanto à Abordagem Quanto a abordagem a pesquisa é qualitativa. A escolha justifica-se pelo facto de se mostrar adequado para colher opiniões, factos, sentimentos, sensibilidade e emoções bem detalhadas sobre a importância das TICS na qualidade da informação contabilística nas PME's. 3.1.2. Pesquisa quanto à Natureza Quanto a natureza a pesquisa é aplicada, e tem como motivação a necessidade de produzir conhecimento para aplicação de seus resultados, com objectivo de contribuir para fins práticos, visando à solução mais ou menos mediata do problema encontrado na realidade. Neste contexto a pesquisa em torno da importância das TICS na qualidade da informação contabilística nas PME's, visa contribuir na compreensão adequada sobre as TICs na contabilidade como forma de ser eficiente e eficaz na qualidade de informação contabilística. 3.1.3. Pesquisa quanto aos Objectivos A presente pesquisa é exploratória, pois objectiva facilitar familiaridade com o problema objecto da pesquisa, para permitir a construção de hipóteses ou tornar a questão mais clara. Neste contexto o estudo exploratório auxiliará na busca de causas – consequências da importância das TICS na qualidade da informação contabilística nas PME's. 3.1.4. Pesquisa quanto aos Procedimentos técnicos As técnicas e instrumentos, numa pesquisa são responsáveis pela colecta de dados sejam eles secundários (obras completas), terciários (teses, dissertações e monografias) e primárias, tal é o caso de documentos institucionais (legislações) e depoimentos do grupo amostral. As técnicas propostas para a elaboração deste trabalho são: Pesquisa bibliográfica; Pesquisa Documental; 17 Pesquisa de Levantamento 3.2. Delimitação Temporal e Espacial do Estudo (Local e Tempo do Estudo) 3.2.1. Delimitação Temporal O presente estudo está situado no período de 2020 à 2022 para a colecta de dados. 3.2.2. Delimitação Espacial A presente monografia, importância das TICS na qualidade da informação contabilística nas PME’s, foi feita três estudos de caso: E & N SERVIÇOS, S.A. A empresa E & N Serviços, S.A., fundada em 2018, está localizada em Nkobe na Cidade da Matola. A E & N Serviços, S.A., dedica-se prestação de serviço de Contabilidade e Auditoria. Trata-se de uma sociedade anónima, que emprega actualmente 7 trabalhadores. SMACH RENT, S.A. A empresa Smach Rent, S.A., fundada em 2015, está localizada em Liberdade, Cidade da Matola. A Smach Rent, S.A., dedica-se a reparação e Aluguer de Maquinas de construção. Trata-se de uma sociedade anónima, que emprega actualmente 20 trabalhadores. AUTO MATCHINE SERVICES, LDA A empresa Auto Matchine Services, Lda., fundada em 2017, está localizada em Maxaquene ``D´´, Cidade de Maputo. A Auto Matchine Services, Lda., dedica-se a prestação de serviço da Mecânica Auto, Bate – Chapa e Pintura. Trata-se de uma Limitada, que emprega actualmente 8 trabalhadores. 3.3. População e Amostragem O presente estudo é feito em amostragem não probabilística e tem como população Três PMEs e como amostra o responsável do departamento de Contabilidade de cada caso em estudo, seguiu se um critério pré-estabelecido para algumas características de interesse do autor, e como foram escolhidos de forma deliberada, pode-se considerar a amostragem não probabilística e intencional. 18 3.4. Modo de Selecção dos Participantes 3.4.1. Critérios de Exclusão Funcionário da empresa, do departamento de Contabilidade. 3.4.2. Critérios de Inclusão O modo de selecção adoptado foi o Critérios de Inclusão, a pesquisa abrange a funcionário da empresa sendo responsável pelo departamento de Contabilidade. 3.5. Procedimentos e Instrumento de Recolha de Dados 3.5.1. Técnicas ou Instrumentos de Recolha de Dados O instrumento que foi usado para elaboração deste trabalho é técnica não-documental que é realizado por meio de entrevista (Vide Apêndice). Os entrevistados tiveram total liberdade para falarem dos assuntos questionados, não havendo interrupções por parte do entrevistador para não condicionar os seus testemunhos. 3.5.2. Procedimentos de Recolha de dados Nos procedimentos básicos da recolha de dados na pesquisa adoptamos a Análise e interpretação de dados pelo facto de ser uma actividade intelectual que busca dar um significado amplo às respostas, vinculando-se a outros conhecimentos e teorias. Em outras palavras, trata-se da exposição e interpretação do significado do material apresentado. 3.6. Técnicas de Análise de dados O presente trabalho baseia-se na análise do conteúdo, utilização de uma revisão bibliográfica especializada no tema ora proposto, bem como na utilização de pesquisas em diversas páginas da web, artigos relacionados ao tema e de dados secundários. 3.7. Aspectos éticos Na presente pesquisa não há discriminação na selecção dos indivíduos e nem exposição destes a riscos desnecessários. Foram entrevistados responsáveis do departamento da Contabilidade e mereceram dos devidos cuidados. Os aspectos éticos essenciais são: A adequada avaliação da relação risco-benefício; A obtenção do consentimento informado; e A garantia da preservação da privacidade. 19 4. CAPITULO IV: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 4.1. Processo de implementação dos sistemas da informação nas PMEs Em relação ao processo de implementação dos sistemas de informação nas PMEs, tem se a seguinte questão para melhor compreender qual o tipo de sistema ERP implementado pela empresa. Existe um sistema utilizado nos serviços de contabilidade da empresa? Segundo o entrevistado da E & N SERVIÇOS, S.A, existe um sistema em uso na sua empresa e se optou pelo sistema Primavera V9.1. e isso deve se ao facto deste conter os recursos necessários na s actividades quotidianas da empresa. Para o entrevistado da SMACH RENT, S.A, existe um Sistema ERP que é usado na empresa, é o Microsoft Dynamics AX, mas haverá uma alteração do mesmo para o Sistema Dynamics D365 por ser a nova versão desse tipo de Sistema e pois mais componentes e tem mais facilidades para o processo do trabalho. De acordo com o AUTO MATCHINE SERVICES, LDA, existe sim um Sistema ERP que é usado na empresa e é o Primavera ERP V10. Os resultados obtidos mostram que as PMEs apostam nos sistemas ERP para execução de tarefas, pois estes facilitam o trabalho de acordo com o mercado de actuação da empresa. 4.2. Benefícios dos Sistemas de Informação Contabilística Em relação aos benefícios dos sistemas de informação contabilística, tem se a seguinte questão para melhor compreender quais são os benefícios em adoptar as TICs. Existe credibilidade e confiabilidade do sistema? E & N SERVIÇOS, S.A Afirma que se pode confiar porque os sistemas são completamente automatizados e processam correctamente a informação que é introduzida. Por outro lado com a quantidade de informação que é preciso tratar esta é a única forma de se conseguir fazer o processamento em tempo útil da informação, reduzindo o tempo do trabalho e fornece a informação contabilística oportunamente. De acordo com o entrevistado da SMACH RENT, S.A, o Sistema usado pela empresa é confiável e credível nas informações que fornece. 20 O mesmo sistema ajuda na facturação e na contabilidade de gestão, segundo ele ao facturar e submeter, fica impossível fazer uma alteração da mesma factura no caso de ter cometido algum erro. De acordo com o entrevistado o sistema é diferente do Primavera que traz consigo a opção de alterar a factura e os lançamentos contabilísticos feitos se por ventura tiver errado algum lançamento ou mesmo no preenchimento da factura. Colocada a questão ao entrevistado AUTO MATCHINE SERVICES, LDAeste respondeu que o Sistema Primavera ERP V10 é confiável e credível por que transmite uma segurança na informação para o caso de adulteração da mesma, mas ressalta que deve se olhar para as actualizações do mesmo, de forma a garantir maior segurança. Este ERP faz ligações com a Gestão integrada dos processos de finanças, contabilidade, vendas, marketing, compras, inventário, produção, activos e recursos humanos, garante também a Segurança no cumprimento das regras fiscais, Alerta de riscos para o negócio, Conecta se aos equipamentos móveis, para que acompanhe o seu negócio em qualquer lugar. Essas ferramentas fazem com que a informação seja credível e confiável por existir maior controlo das actividades da empresa. Em relação aos benefícios do SIC, pode concluir – se que as PMEs adoptam os sistemas pela credibilidade e confiabilidade das informações, que é um dos maiores benefícios que estes dispõe para os usuários, mas deve se ter em consideração todos os meios de confidencialidade assegurados. 4.3. Importância das TICs nos factores Contabilísticos Em relação a importância das TICs nos factores contabilísticos tem se a seguinte questão para melhor compreender o quão é importante adoptar as TICs. Há transparência na qualidade da informação contabilística? De acordo com o funcionário E & N SERVIÇOS, S.A a qualidade da informação contabilística existe sim porque a informação contabilística extraída do ERP contém todos elementos para análise, assim como é fácil proceder com a análise da mesma informação, não obstante de não ser facilmente manipulada. O entrevistado da SMACH RENT, S.A afirma dizendo que existe muita qualidade da informação produzida pelo Microsoft Dynamics AX, mas porque houve melhoria do mesmo sistema na nova versão, a empresa pretende emigrar para anova versão trará maior qualidade 21 na informação contabilística. Acima da qualidade há também muita flexibilidade para gerar essa informação. Antigamente a facturação era manual e tinha que se duplicar e por vezes as mesmas facturas se perdiam e para se fazer lançamentos na contabilidade era mais complicado ainda pois era muita papelada por lançar, por vezes cometíamos erros dos valores no reconhecimento. Com este ERP, tudo é automatizado, é só facturar no sistema e a contabilidade já tem disponível a informação para elaborar as demostrações financeiras com muita qualidade e a qualquer momento e menos tempo consegue – se obter a informação que necessitar. De acordo com o entrevistado da AUTO MATCHINE SERVICES, LDA afirmou com toda certeza que o sistema disponibiliza informações com qualidade e salientou que a mesma informação após a análise auxilia na tomada de decisão, assim como facilita a interpretação contabilística, e fiscal. Em relação a importância das TICs nos factores contabilísticos, concluí – se que por automatização e por questão de confiabilidade a informação já vem com qualidade, olhando no sentido dos Sistemas não aceitar adulteração da informação e isso credibiliza todas as rubricas existentes nas demonstrações financeiras. Pode se também concluir que a utilização das TICs permite alcançar maior eficácia e eficiência e um melhor desempenho das actividades contabilísticas e na divulgação da informação. O que torna as TICs importantes nas actividades de gestão e principalmente na contabilidade pois as suas informações detém qualidade. 22 5. CAPITULO V: CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES 5.1. Conclusões Este estudo objectivou em apresentar resultados de uma análise da percepção dos responsáveis do departamento da contabilidade das três empresas para compreensão da importância das TICs na qualidade da informação contabilística nas PMEs. Diante do exposto, podemos aprender e constatar que as TICs estão muito presentes no nosso dia-a-dia e que mesmo o mais insignificante objecto pode revolucionar o Mundo. De uma forma geral, verifica-se por meio deste estudo, mediante a revisão teórica e análise de resultado que as TICs desempenham um papel indispensável nas operações diárias do sector contabilístico das PMEs, além de ser um instrumento valioso de informação para o processo de tomada de decisão. A Contabilidade tem evoluído de forma significativa nos últimos anos, e dentro desse parâmetro é evidente a influência das TICs sob a nova visão e desenvolvimento dos Contabilistas. A tendência actual é mesmo criar um ambiente de escritório sem papel, substituindo os documentos em papel por documentos electrónicos para que se possa ter acesso fácil e rápido às informações, melhorando a eficiência do trabalho e reduzindo os custos operacionais (Hunton, 1994). Por fim, salienta-se que a utilização das TICs permite alcançar melhorias em termos da eficácia e eficiência para um melhor desempenho das actividades contabilísticas e na divulgação da informação de qualidade, demostrando uma grande importância para as actividades do dia-a-dia dos contabilistas, assim como dos gestores e influenciando de forma significativa a tomada de decisão. 5.2. Limitações Apesar de ter respondido às questões inicialmente colocadas, este estudo apresentou algumas limitações. Dificuldade em encontrar informações físicas que versam sobre o tema apresentado. 23 5.3. Recomendações Sugere-se que outros estudos inerentes a esta temática sejam aprofundados, dado que a tecnologia e a contabilidade são duas áreas inseparáveis, e que se encontram em constante evolução, é desejável que exista uma continuidade e desenvolvimento desta temática ao nível da investigação científica. Deste facto, apresenta – se a proposta das PMEs adoptarem os sistemas ERPs para execução das suas tarefas, visto que o resultado final é ter informação contabilística com qualidade. 24 6. Referencias Bibliográficas Ahmad, M. A., & Zawaideh, F. H. (2013). Effect of the Cost of Expert Systems Implementation on the Usefulness of Accounting Information System. Internacional Journal of Emerging Research in Management E Technology, 2(1), 67–73. Amidu, M., Effah, J., & Abor, J. (2011). E-Accounting Practices among Small and Medium Enterprises in Ghana. Journal of Management Policy and Practice, 12(2006), 146–156. Carvalho, J. E. (2009). 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Tecnologia da Informação e Comunicação ao Serviço da Gestão da Contabilidade - Licenciatura em Contabilidade e Administração http://www.portaldoconhecimento.gov.cv/handle/10961/1256 http://www.portaldoconhecimento.gov.cv/handle/10961/1256 26 Apêndices 27 Guião de Entrevista O ERP (Enterprise Resource Planning) é conhecido como um software de Planeamento de Recursos Empresariais que melhora a gestão das empresas, automatizando os processos e integrando as actividades de vendas, finanças, contabilidade, fiscal, estoque, compras, recursos humanos, produção e logística. Com ele é possível criar uma base de dados operacional e gerencial confiável, que facilita o trabalho sincronizado de diferentes departamentos, evitando perda de informação e reduzindo custos. 1. Existe um sistema utilizado nos serviços de contabilidade da empresa? Sim____________. Não__________. a) Qual é o tipo do sistema? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 2. Existe credibilidade e confiabilidade do sistema? Sim_____________. Não___________. a) Porquê? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3. Há transparência na qualidade da informação contabilística? Sim_________. Não________. a) Se sim, Porquê? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO 1.1. Contextualização do tema 1.2. Formulação do Problema 1.3. Perguntas de Pesquisa 1.4. Objectivos 1.4.1. Objectivo Geral 1.4.2. Objectivos Específicos 1.5. Justificativa 2. CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Evolução de tecnologias de informação e comunicação 2.1.1. Considerações Conceituais das TICs 2.2. Evolução da contabilidade 2.2.1. Evolução da Contabilidade em Moçambique 2.3. As TICs na Contabilidade 2.4. A importância das TICs nas Pequenas e Médias Empresas 2.5. Sistemas de Informação Contabilística (SIC) 2.5.1. Os Sistemas Enterprise Resource Planning – ERP 2.5.2. Benefício dos Sistemas ERP para a Contabilidade 3. CAPITULO III: METODOLOGIA 3.1. Caracterização de Pesquisa 3.1.1. Pesquisa quanto à Abordagem 3.1.2. Pesquisa quanto à Natureza 3.1.3. Pesquisa quanto aos Objectivos 3.1.4. Pesquisa quanto aos Procedimentos técnicos 3.2. Delimitação Temporal e Espacial do Estudo (Local e Tempo do Estudo) 3.2.1. Delimitação Temporal 3.3. População e Amostragem 3.4. Modo de Selecção dos Participantes 3.4.1. Critérios de Exclusão 3.4.2. Critérios de Inclusão 3.5. Procedimentos e Instrumento de Recolha de Dados 3.5.1. Técnicas ou Instrumentos de Recolha de Dados 3.5.2. Procedimentos de Recolha de dados 3.6. Técnicas de Análise de dados 3.7. Aspectos éticos 4. CAPITULO IV: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 4.1. Processo de implementação dos sistemas da informação nas PMEs 4.2. Benefícios dos Sistemas de Informação Contabilística 4.3. Importância das TICs nos factores Contabilísticos 5. CAPITULO V: CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES 5.1. Conclusões 5.2. Limitações 5.3. Recomendações 6. Referencias Bibliográficas Apêndices
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