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Direito Empresarial I -

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Aula 28.02.2020
· O Direito empresarial regula o sujeito, os negócios/títulos, a falência (crise econômica no empresário). É visto mais como direito privado (empresário individual/coletivo).
· Há uma segunda linha de abordagem do direito empresarial, onde se vincula mais ao direito público, que liga ao mercado. Este é o foco desenvolvido pela USP. Existe m autor para esta linha, Fábio Corder Comparado, ele quem desenvolveu mais essa linha ligada ao mercado.
· Art. 966 CC = capítulo que trata da empresa, do empre4sario como individual (geralmente de pequeno porte), sociedades coletivas e a Eireli (empresa de responsabilidade individual e limitada). 
PRINCÍPIOS:
1. ECONOMICIDADE: é central na área empresarial, o direito empresarial é voltado às transações, é a parte do direito mais próximo da economia. Destinado a receber as questões econômicas antigas ou atuais, se não tiver caráter econômico não tem espaço para o direito empresarial. 
2. PROFISSIONALIDADE: o empresário é um profissional, e isto dá um viés diferente ao direito empresarial. Um dos princípios que o Código Civil é a eticidade. Miguel Reale trata como ética da situação. Não trata todos como iguais, mas sim trata cada sujeitos de acordo com a sua situação. O empresário é tratado como alguém inteligente, alguém profissional, com discernimento. É uma forma de reação do direito dando ao empresário mais responsabilidades e exige do empresário uma consciência profissional. 
3. INFORMALIDADE: a área empresarial é uma área com vocação informal. O empresário ganha pela atividade que produz. É aceito o empresário de fato, sociedades informais (camelôs). Há momentos que a informalidade perde espaço, principalmente quanto a títulos de créditos. A sociedade anônima é formal (Lei 6404/76), a formalidade é exceção.
4. CELERIDADE: tudo na área empresarial é voltado para a celeridade, transações mais rápidas e imediatas. A celeridade só é possível na medida que as negociações são informais. 
5. CARÁTER DINÂMICO: a dinamicidade marca o direito empresarial, é uma área de constantes modificações.
6. LIBERDADE ECONÔMICA: é o que dá segurança jurídica ao direito empresarial, vista como algo positivo. Liberdade econômica com responsabilidade, condita adequada no contexto de mercado. O empresário deve ser livre para poder agir, produzir, sempre com responsabilidade acompanhando a liberdade. (art. 170 CC)
7. GLOBALIZAÇÃO: o direito empresarial é vocacionado à internacionalização, é o direito mais globalizado que temos, como por exemplos os títulos de créditos. 
8. BOA-FÉ: a área empresarial é estruturada pela boa-fé, é mais intensa que na área civil. A boa-fé é quem norteia os contratos, sejam eles verbais ou não. Não tem como se ter atuação empresarial sem a presença da boa-fé (objetiva). Como se tem liberdade econômica surge muitas vezes os contratos atípicos e nestes contratos é essencial a boa-fé. (art. 422, 425 CC)
Exemplo: art. 1147, 1148 CC – trespasse
FORMAÇÃO/EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
· No Direito Romano não havia o ramo do Direito Empresarial, Comercial, Mercantil. De regra o cidadão romano não era mercador, o comércio era deixado aos apátridas. 
· Na 1ª parte do Medieval também não havia relevância o Direito Empresarial. O que vigorava era o Sistema Feudal, o feudalismo é a negação da existência de comercio. E como no Direito Romano, o comércio era deixado aos apátridas. 
· O Direito Empresarial Mercantil surgiu com o saturamento da Idade Média, a 2ª parte da Idade Média, o saturamento do Sistema Feudal, surge então as CORPORAÇÕES DE OFÍCIO (eram associações de pessoal que se dedicavam a um ofício artesanal) e a CRUZADAS (acontecimentos que geraram a derrocada do Sistema Feudal). A Idade Média acabou quando o Sistema Feudal teve fim.
· Direito Comercial (como ramo jurídico) 1808, surgiu com o Código Comercial Francês, marco do nascimento do Direito Comercial, antes era chamado de Direito Mercantil. Vários países usaram o Código Comercial Francês como lei interna, este código foi assinado por Napoleão. O Brasil não utilizou este código. 
· O Código Comercial Francês trouxe a figura do comerciante, listou atos de comércio: 
· PROPRIAMENTE DITOS – atos de circulação de mercadoria
· POR DETERMINÇÃO LEGAL – aqueles que lei determinava
Exemplo: atividade bancária, seguradoras, contratos de transporte de mercadorias, títulos de créditos.
· POR CONEXÃO – atos que servem para viabilizar o ato de comércio 
Exemplo: locação, representação comercial, fiança, troca mercantil.
· 1947 = depois da crise de 1943, foi adotado o Código Civil Italiano, revogou os demais e criou um código unificado (Código Civil Unificado) e o capítulo DIREITO DE EMPRESA ATOS DE EMPRESA: 
· COMÉRCIO
· INDÚSTRIA
· PRESTAÇÕES DE SERVIÇO
Quem concebeu esta lógica foi o jurista italiano Túlio Ascarelli.
· Sistema Francês = atos de comércio
· Sistema Italiano = atos de empresa
EVOLUÇÃO:
	SUJEITO 	 MERCADOR
 COMERCIANTE
 EMPRESÁRIO*
 EMPREENDEDOR (autores mais atuais)
* EVOLUÇÃO NO MODELO BRASILEIRO:
· Direito Colonial = ordenações Filipinas regulavam o comercio no Brasil no período colonial.
· 1850 = o Brasil aprova o código comercial, muito parecido com o código francês, adotando o critério de atos de comercio. Existia os Tribunais do Comércio que eras juntas de comerciantes que julgavam as lides comerciais. Decreto 737/1850 regulava estes tribunais de comércio. Com a proclamação da república houve uma unificação e deixou de existes os tribunais, passando as lides a serem julgadas por um juiz de direito. 
O Código Comercial era dividido da seguinte forma: 
1ª parte = todo revogado pelo Código Civil 2002
· Comércio Terrestre
· Parte Geral: comerciante
· Obrigações e contratos
· Títulos de créditos – 1904
· Quebra e concordata – 1890
2ª parte = 
· Comércio Marítimo – não é usado, é um assunto do Direito Internacional
O Direito Comercial hoje é regulado pelo CC e por leis esparsas.
- Falências: 1890/ leis esparsas
2005
- Obrigações e contratos: unificado pelo CC/2002, não há distinção entre contrato civil e mercantil
- Comerciante e atos de comércio: revogado no Código Comercial e inserido no CC/2002 Direito de Empresas art. 966 e seguintes.
- No Brasil hoje: modelo italiano.
Aula 06.03.2020
FORMAÇÃO/EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL NO BRASIL
FASES:
· Período Colonial = usava as normas de Portugal, não se tem um Direito Empresarial no Brasil.
· 1808 = vinda da família imperial ao Brasil, abertura dos portos (Carta Régia), é o início do Direito Comercial/Mercantil/Empresarial no Brasil. Foram criadas as juntas comerciais/mercantis do império para trata das questões mercantis.
· 1850 = surge o Código Comercial, deixa-se de usar a expressão mercantil e passa a utilizar comércio ATOS DE COMÉRCIO
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DE COMÉRCIO:
· POR NATUREZA – regulados pelo direito comercial. É o ato de troca de mercadoria e fabricação de mercadorias.
· LEI – a lei determina como tal as atividades que ficam sujeitas.
· SECUNDÁRIOS/ACESSÓRIOS POR AFINIDADE – atos civis, mas que em função de estarem vinculados a atividade mercantil, estariam vinculados ao tribunal do comércio.
- Essa classificação é atribuída pelo Carvalho de Mendonça. Porém havia uma certa limitação nesta classificação, e certos serviços ficavam de fora, como por exemplo os hotéis.
- Atos de empresa vieram do direito italiano, o Brasil recebe dois grandes juristas: Dúlio de Lima e Túlio Ascarelli. 
- Túlio Ascarelli: maior jurista de direito comercial na Itália e trouxe ao Brasil a chamada TEORIA DE EMPRESA. 
- Silvio Marcondes: foi pupilo de Túlio, professor da USP e fez a introdução do Código Italiano no Brasil.
TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO ATOS DE EMPRESA
 (Código Comercial 1850)		 (Código Civil 2002)
- Atos de empresa/atos empresariais = art. 966 CC/2002, organizada para a produção de bens ou circulação de bens e serviços.
ATOS DE EMPRESA:
· PRODUÇÃO
· CIRCULAÇÃO
· PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS (trazido pelo CC através do Código Italiano)
ATOS DE COMÉRCIO ATOS DE EMPRESA
CIRCULAÇÃO		CIRCULAÇÃOPRODUÇÃO			PRODUÇÃO
				PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
- Se utilizou a expressão atos de empresa para substituir atos de comércio.
- Hoje no Senado Federal tem um projeto de novo Código comercial, pois o CC/2002 não cuida de toda a parte empresarial. 
SUJEITOS DO DIREITO EMPRESARIAL
· Art. 966, CC = conceito de empresário (regra geral)
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
ELEMENTOS QUE CARACTERIZAM A FIGURA DO EMPRESÁRIO:
SUJEITO:
· INDIVIDUAL
· COLETIVO
· EIRELI
- O empresário sempre atua na área econômica, tem objetivo de lucro, de se manter pela atividade, fim econômico. Exerce a atividade de forma constante, reiterada, de maneira profissional, com ausência de eventualidade. Atua como titular da atividade, na organização, é o dono da atividade e tem direito ao lucro. Assume o risco sempre da atividade. O empresário é sujeito da matéria empresarial. 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
- O tipo de risco que o empresário assume vai depender da modalidade de empresário, de cada tipo de empresário. Todo empresário assume o risco. Há casos em que a reponsabilidade é limitada, como na Eireli, sempre se terá responsabilidade, sendo ela limitada ou ilimitada. 
NÃO PERTENCEM AO DIREITO EMPRESARIAL:
· ASSOCIAÇÕES = art. 53 CC (Cartório e Registro de Pessoas Jurídicas)
É pessoa jurídica, tem patrimônio, pode realizar comércio, mas não visa lucro, não faz inscrição na Junta Comercial, não tem sujeição a falência, pertence ao Direito Civil.
· FUNDAÇÕES = art. 62 CC
Não pode ter caráter lucrativo (idem associações).
- O empresário organiza a atividade visando atingir a CIRCULAÇÃO, PRODUÇÃO, PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. 
- Exceções ao conceito de empresário: 
· Art. 966, parágrafo único 
· Art. 971 – atividade rural (pecuária, cultura/plantio, pesca, mineração quando não sujeito ao código de mineração); caráter constitutivo.
- As exceções a noção de empresário são frutos de escolha legislativa, situações que a lei determinada que não sejam empresário. Não é uma questão de ausência de requisitos/elementos, mas sim porque a lei determinou.
Art. 966. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Não se considera empresário quem exerce profissão INTELECTUAL, de natureza cientifica, literária ou artística. 
- O artista não é empresário em qualquer das suas atividades, é o senso comum quem define quem é artista.
	Exemplo: artista plástico, escultor, pintor, cantor, ator.
· É um profissional civil sujeito às normas do Direito Civil, sozinho ou na forma de sociedade não são empresários.
- O literário: poeta, novelista, escritor não são empresários, sozinhos ou na forma de sociedade.
- Atividade cientifica é aquela que para ser exercida exige um curso superior (não é entendimento pacífico).
	Exemplo: médico, dentista, advogado, arquiteto
· Não são empresários, é um profissional civil, sozinho na forma de sociedade.
- Art. 966, parágrafo único = parte final, exceção da exceção
· Passam a ser empresários se presente o elemento empresa. Quando se perde a pessoalidade no exercício da atividade, pessoalidade integralmente. Quando se torna impessoal passa a ser empresário.
Exemplo: médico que deixa de atender e contrata médicos em sua clínica, passando a ser empresário. 
Se ele atende sozinho na clínica não é empresário.
O médico pode continuar atendendo e contrata médicos em sua clínica é empresário
ADVOGADO: exceção da exceção
· É regido pelo Estatuto da OAB: art. 16
· O advogado NUNCA é empresário, com ou sem impessoalidade, no exercício da atividade de advogado, sozinho ou na forma de sociedade.
· Profissional civil regido pelo Estatuto da OAB
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
- O ruralista, em princípio, não é empresário, porém ele pode escolher se quer ou não ser empresário. Geralmente os ruralistas não querem ser empresários, pois os empresários estão sujeitos à falência.
Aula 13.03.2020
- Empresário = regulado pelo Direito Empresarial
- Não-empresário = regulado pelo Código Civil
- Alguns autores hoje definem o empresário como 4ª geração empreendedor, o CDC é um exemplo de que trata o empresário como empreendedor, sendo um conceito mais amplo que o conceito de empresário. 
· EMPRESÁRIO = quem exerce atividade empresarial
· EMPRESA = atividade exercida pelo empresário
· ESTABELECIMENTO 
- Pela doutrina:
 
ESTABELECIMENTO
EMPRESA
EMPRESÁRIO
EMPRESA: em princípio, é a atividade que o empresário exerce. Não é sujeito de direitos. Representa a atividade desenvolvida pelo empresário. 
· Art. 1.142 CC – empresa como atividade exercida pelo empresário (na linguagem do código)
· Empresa – a empresa representa estes três elementos clássicos (compõe a empresa): 
· Capital = representa os meios de produção. É o instrumento que viabiliza o exercício da atividade, meios que vão instrumentalizar. É a base econômica do empresário.
· Trabalho = energia em potencial para movimentar o capital
· Organização = é o diálogo entre capital e trabalho, é o elo de ligação.
- Alguns autores mais modernos acrescentam um quarto elemento: TECNOLOGIA, como técnica de implementação da atividade, e não como “modernidade”.
- Uma outra corrente substitui organização por tecnologia.
- Art. 2º, parágrafo 2º CLT = sentido de empresa usada pela CLT.
- O Estatuto da Microempresa é destinado para empresas de pequeno e médio porte.
ESTABELECIMENTO: art. 1.142 CC, traz o conceito de estabelecimento.
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
- Todo empresário precisa de estabelecimento, é essencial, tanto físico quanto virtual. 
- O estabelecimento é um conjunto de bens.
- É um conjunto de bens com viés finalístico, o estabelecimento é um bem coletivo, que ganha uma identidade. Um conjunto de bens destinado ao exercício da atividade empresarial. É “pegar bens e direcionar a um certo objetivo”.
- Estabelecimento pode ser composto por bens corpóreos ou incorpóreos, pode-se ter os dois também. 
A 					BENS CORPÓREOS
B 		ATIVIDADE	 		 +
C 					BENS INCOPÓREOS
- A matriz e suas filiais compõem o estabelecimento, mas cada filial e matriz são estabelecimentos.
- Na falência a ideia central não é a função social.
- Pode-se alienar o estabelecimento, como por exemplo, o usufruto, arrendamento, penhora.
- Alienação do estabelecimento = “venda do ponto”, TRESPASSE, é um contrato atípico (muito comum), mas tem algumas normas que tratam sobre: 
· Art. 1.146 CC = obrigações em caso de trespasse
· Art. 1.147 CC = proibição de concorrência 
· Art. 1.148 CC = sucessão nos contratos de trespasse
NÃO DÃO TIPICIDADE, APENAS UM REGRAMENTO.
CLÁUSULA DE PROIBIÇÃO DE REESTABELECIMENTO/PROIBIÇÃO DE CONCORRÊNCIA = ART. 1.147 CC
				TRESPASSE
· TRESPASSANTE TRESPASSÁRIO
· ALIENANTE ADQUIRENTE
· CEDENTE CESSIONÁRIO
- Os bens incorpóreos não são vendidos, mas sim “transferidos”.
- Quando o trespassário adquire o estabelecimento não é pela composição dos bens e sim pelos seus atributos.
· Atributo como causa negocial, é o que motiva a negociação, não é elemento da validade.
· Clientela/freguesia: um dos atributos para a aquisição do estabelecimento.
· Aviamento: outro atributo, sentido preparo, potencial lucrativo, aptidão para a produção de lucro (ex.: farmácia em frente a um hospital).- O trespasse não se confunde com venda de ações, alienação de cotas, mudança no quadro de sócios. 
- Art. 1.147 CC = princípio da boa-fé objetiva (lealdade na fase pós-contratual).
- É uma cláusula implícita que se insere nos contratos, e as partes podem afastar está cláusula, é disponível, basta colocar no contrato o seu afastamento. Não havendo nada escrito no contrato, estará implícito.
- Está cláusula pode ser modulada, pode-se estipular um tempo maior ou menor.
- Na ampliação do prazo não pode ser feita de forma eterna (seria uma cláusula abusiva), não pode ampliar muito também sem motivo.
- Para reduzir o prazo não necessita de motivação, somente para a ampliação. 
- Enunciado 490 Jornadas de Direito Civil: A ampliação do prazo de 5 (cinco) anos de proibição de concorrência pelo alienante ao adquirente do estabelecimento, ainda que convencionada no exercício da autonomia da vontade, pode ser revista judicialmente, se abusiva.
· CONCORRÊNCIA = o Código Civil não conceitua o que é concorrência, pode se entender por concorrência como o uso do mesmo mercado. Não quer dizer necessariamente proximidade física, pode ser ou não. 
· Ambiente de trocas especificas, concorrência é um conceito aberto, o juiz vai analisar o caso concreto se há ou não concorrência.
· Definição de base física ou de mercado no texto do contrato é importante para evitar a subjetividade. 
- Tudo na área empresarial tem de ter uma justificativa plausível. 
OBRIGAÇÃO EM CASO DE TRESPASSE = ART. 1.146 CC
- Quem adquire o estabelecimento absorve “todas” as obrigações, vincendas e vencidas. Mas estas regras não se aplicam as questões tributárias e trabalhistas (regras próprias). 
- Não tem disponibilidade, princípio da relatividade dos vínculos.
- O alienante não se desvincula das obrigações vincendas ou vencidas.
- Obrigação solidária imprópria = 1 realmente é o devedor e o outro é o responsável.
- Cabe direito de regresso.
- PUBLICAÇÃO = alguns defendem que deveria ter a publicação do trespasse na imprensa. O entendimento predominante é que está publicação é o arquivamento na Junta Comercial. O alienante fica responsável até 1 ano após esse arquivamento na Junta Comercial (publicação) (cópia do trespasse).
· Depois de 1 ano a prescrição é conforme o crédito, responsabilidade do adquirente.
· Vincendas = 1 ano de cada parcela
- Se a dívida não está contabilizada ela não atinge o adquirente, princípio da boa-fé objetiva. Só atinge quando a dívida está contabilizada. 
- Art. 133 Código Tributário Nacional
- No direito falimentar tem regras diferentes
- Regras para obrigações civis
- FUNDO DE COMÉRCIO = é sinônimo de estabelecimento. Para alguns autores fundo de comercio é bens incorpóreos que integram o estabelecimento.
SUCESSÃO/SUBROGAÇÃO NOS CONTRATOS = ART. 1.148 CC
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
EMPRESÁRIO X ADMINISTRADOR X SÓCIO X GERENTE X PREPOSTO
Aula 20.03.2020
Exercícios de fixação - Direito Empresarial I 
01. Olímpio Noronha é servidor público militar ativo e, concomitantemente, exerce pessoalmente atividade econômica organizada sem ter sua firma inscrita na Junta Comercial. Em relação às obrigações assumidas por Olímpio Noronha, assinale a alternativa correta. 
A) São válidas tanto as obrigações assumidas no exercício da empresa quanto estranhas a essa atividade e por elas Olímpio Noronha responderá ilimitadamente. 
	A questão da inscrição formaliza o empresário, mesmo sendo proibido a atividade por servidor público ele responde pelos riscos da atividade. Protege-se a boa-fé. Não há uma penalidade quando não se faz a inscrição, mas o Estado estimula que se tenha a inscrição.
B) São nulas todas as obrigações assumidas, porque Olímpio Noronha não pode ser empresário concomitantemente com o serviço público militar. 
C) São válidas apenas as obrigações estranhas ao exercício da empresa, pelas quais Olímpio Noronha responderá ilimitadamente; as demais são nulas. 
D) São válidas apenas as obrigações relacionadas ao exercício da empresa e por elas Olímpio Noronha responderá limitadamente; as demais são anuláveis. 
02. Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional, atividade intelectual de natureza literária, com a auxiliares. O exercício da profissão constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo Chaves em nenhum órgão público. Com base nessas informações e nas disposições do Código Civil, assinale a afirmativa correta. 
A) Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza literária. 
B) Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão público. 
C) Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta Comercial. 
	Está presente o elemento de empresa, é sim um empresário.
D) Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter profissional.
03. O engenheiro agrônomo Zacarias é proprietário de quatro fazendas onde ele realiza, em nome próprio, a exploração de culturas de soja e milho, bem como criação intensiva de gado. 
A atividade em todas as fazendas é voltada para exportação, com emprego intenso de tecnologia e insumos de alto custo. Zacarias não está registrado na Junta Comercial. 
Com base nessas informações, é correto afirmar que 
A) Zacarias, por exercer empresa em caráter profissional, é considerado empresário independentemente de ter ou não registro na Junta Comercial. 
B) Zacarias, mesmo que exerça uma empresa, não será considerado empresário pelo fato de não ter realizado seu registro na Junta Comercial. 
	A inscrição na Junta Comercial tem caráter constitutivo.
C) Zacarias não pode ser registrado como empresário, porque, sendo engenheiro agrônomo, exerce profissão intelectual de natureza científica, com auxílio de colaboradores. 
D) Zacarias é um empresário de fato, por não ter realizado seu registro na Junta Comercial antes do início de sua atividade, descumprindo obrigação legal. 
Exercícios de fixação - Direito Empresarial I 
01. É correto afirmar que na linguagem jurídica atual empresário e comerciante são sinônimos? Explique. 
Não. Comerciante tem origem no sistema Francês, atos de comércio. É um termo limitado, em que atos de comércio fazem referência a circulação e a produção de mercadorias. Certos serviços ficavam de fora, como por exemplo os hotéis. Hoje no Brasil se tem a influência do modelo Italiano que substitui a Teoria dos Atos de Comércio pelos Atos de Empresa (posição do Código Civil 2002) O sistema Italiano dos atos de empresa abarcam o conceito de empresário, é mais amplo e faz referência a circulação, produção de mercadorias e a prestação de serviços. Empresário é quem exerce atividade empresarial.
Comerciante é uma expressão mais antiga. Não se usa mais.
02. Indique e explique os atributos do estabelecimento, indicando a sua influência no contrato de trespasse.
O artigo 1.142 do Código Civil de 2002 traz o conceito de estabelecimento. Todo empresário precisa de estabelecimento, é essencial, tanto físico quanto virtual.
Estabelecimento é um conjunto de bens com viés finalístico, destinado ao exercício da atividade empresarial, é um bem coletivo que ganha uma identidade. O estabelecimento pode ser composto por bens corpóreos e incorpóreos. A matriz e suas filiais compõem o estabelecimento, mas cada filial e matriz são estabelecimentos. Pode-se alienar o estabelecimento, como por exemplo, o usufruto, arrendamento e penhora.
O trespasse é um contrato atípico, ocorre a alienação do estabelecimento. No Código Civil 2002, nos artigos 1.146, 1.147 e 1.148 se tem algumas normas que tratam sobre o instituto do trespasse, não dando tipicidade, apenas um regramento.
É um bem coletivo. No contrato de trespasse tem-se o interessenos atributos do estabelecimento, a clientela e o aviamento. 
03. Determinado advogado se estabelece em um escritório, contratando uma secretária e um estagiário e passando a desempenhar a sua atividade jurídica (médica). Neste caso, de acordo com o nosso sistema jurídico o advogado deverá ser considerado como empresário? Explique. 
	O advogado é regido pelo Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil em seu artigo 16. Ele nunca é empresário, com ou sem impessoalidade, no exercício da atividade de advogado. É um profissional civil regido pelo Estatuto da OAB. 
	Se um advogado tiver como outra profissão a de médico, e exercer sozinho o atendimento de pacientes não será considerado empresário. Será empresário quando se perder a pessoalidade no exercício da atividade, quando se torna impessoal passa a ser empresário. Um médico que contrate outros médicos para atender em sua clínica será considerado empresário.
04.Determinada Associação de Defesa do Meio Ambiente, entidade privada, lhe procura e solicita informações sobre a possibilidade de instalar uma loja em um Centro Comercial de seu bairro, com o objetivo de vender objetos vinculados à sua causa (camisetas, bonés, agendas, calendários), afim de angariar fundos para a sua causa. Assim questiona: a) se é necessário que faça registro na Junta Comercial em relação a esta atividade, ou em caso negativo, onde realizar o seu registro? Explique. b) o fato de exercer o comércio vincula a associação em questão ao Direito Empresarial? Explique.
	a) As associações não pertencem ao Direito Empresarial. São pessoas jurídicas, podem realizar comércio, mas não visam lucro. E não fazem inscrição na Junta Comercial, não tem sujeição a falência e sim a insolvência civil, pertencem ao Direito Civil (art. 53 do Código Civil 2002). 
	b) Não vinculam pois não possuem o objetivo de lucro, não tem caráter lucrativo. Para o Direito Empresarial é necessário que a atividade seja exercida de forma constante, reiterada, de maneira profissional, com ausência de eventualidade e atuação na área econômica.
05. Lavanderias Roupa Limpa Ltda. (“Roupa impa”) alienou um de seus estabelecimentos comerciais, uma lavanderia no bairro do Jacintinho, na cidade de Maceió, para Caio da Silva, empresário individual. O contrato de trespasse foi omisso quanto à possibilidade de restabelecimento da “Roupa Limpa”, bem como nada dispôs a respeito da responsabilidade de Caio da Silva por débitos anteriores à transferência do estabelecimento. Neste caso a trespassante poderá realizar atividade concorrente com a trespassária?
	O art. 1.147 do Código Civil 2002 traz uma cláusula implícita que se insere nos contratos. Não havendo nada escrito no contrato quanto ao afastamento desta cláusula, deverá ser respeitada e o trespassante não poderá realizar atividade concorrente ao trepassário.
	Importante uma prévia analise antes de se adquirir um estabelecimento, contratar um contador. Quem aliena o estabelecimento continua vinculado, pelo prazo que o código estabeleceu, parcelas vencidas e vincendas. Durante este tempo é obrigação solidária. Obrigação envolve o débito e a responsabilidade, sujeição patrimonial.
Aula 27.03.2020
Teoria geral do direito empresarial – conceito de empresário, empresa e estabelecimento
O direito empresarial regula as relações comerciais de mercado, é o direito mais próximo da economia.
Comerciante consolidado no código comercial francês, e no Brasil com o código civil de 2002 usamos a ideia de atos de empresa, traz o conceito de empresário.
Art. 966 CC
Empresário é aquele sujeito de direito na condição de empresário individual, eirelli ou na forma de sociedades. Sempre atua na área econômica, sempre se dedicava a busca de lucro, de retorno financeiro da atividade. Aquele que não é empresário não tem espaço na área empresarial, como por exemplo as associações (art. 53 CC).
Existem associações formadas exclusivamente por empresários, e terão atuação apenas no civil. 
Falsas associações: com o intuito de ter benéficos típicos de associações, não tem ilegalidade, não busca a filantropia, é apenas uma forma de associação, busca o intermedeio de relações de associados e o mercado. É mais uma questão de ordem prática. Na ordem tributária se tem a desconsideração da personalidade jurídica.
Exemplo: compre uma carga de remédios e guarda em um depósito, os associados vão comprando aos poucos, não tem divisão de lucros
As associações podem até exercer o comercio, mas não são vistas como empresário. As fundações privadas seguem a mesma lógica das associações (art. 62 CC). 
Nem todo que visa lucro é empresário, mas todo empresário visa lucro.
Não se exige de regra exclusividade, mas deve ser constante, reiteração para ser um profissional empresarial. Envolve a produção de bens, a circulação de bens e a produção de serviços.
Empresário é o dono, é o titular da atividade. Traz o bônus de reter o benéfico econômico, e ao mesmo tempo ele assume o risco da atividade (sempre corre o risco), há casos em que o empresário responde de forma ilimitada. Cada modalidade de empresário vai ter a sua forma de responsabilidade. 
Comerciante e empresário não são sinônimos, pode-se dizer que empresário é o gênero e comerciante é espécie. É pela abrangência, empresário se agregou as prestações de serviços, o conceito de empresário é mais extenso. 
Livros: André de Santa Cruz, Marco Tomazetti
Exceções ao conceito de empresário – art. 966, parágrafo único, art. 971 CC
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Artista: não se tem uma conceituação pelo direito, artista é aquele que a sociedade o vê como tal. É um profissional civil (expressão bem abrangente), alguém que tem uma atuação econômica, mas que não é empresário. Mesmo atuando sozinho ou na forma de sociedade, com empregados não é empresário.
Literário: é quem se dedica a alguém tipo de atividade voltada a atuação literária, um escritor, autor de novelas, letas de música, livros de ficção ou técnicos. Mesmo atuando sozinho ou na forma de sociedade, com empregados não é empresário. Os elementos típicos de empresário vão estar presentes, mas é uma exceção. 
Profissional científico: é aquele que tem um domínio sobre certa área do conhecimento científico, é um domínio técnico que se tem com a conclusão de um curso superior.
Exemplo: médico, advogado, contador, arquiteto, engenheiro
Elemento de empresa: representa a perda da pessoalidade, total ou parcialmente
Advogado não é empresário no exercício da sua atividade, sempre vai ser um profissional civil, regido pelo Estatuto da OAB (Lei 8906/94 - lei especial não se revoga pela lei geral)
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
 Ruralista pode escolher o ramo jurídico que vai regular ele, pode ser empresário ou não. O critério de escolha é subjetivo. O ruralista é um profissional e vai ser empresário a partir da sua escolha e com a inscrição na Junta Comercial.
Conceito de ruralista está no Estatuto da Terra no art. 4º: é muito limitada
Código Italiano: traz a orientação de quem é ruralista, aquele que se dedica a pecuária, cultura, pesca, extração.
Principal profissão: o que vem a ser principal profissão? Não se tem critério objetivo. Quem iria controlar qual seria a principal profissão do ruralista? Não se tem como realizar este controle. O legislador quis deixar claro que não é ruralista aquele que tem a atividade rural de subsistência (aquele que tem umahorta não é ruralista).
Equiparação: não é uma expressão boa, o ruralista que fez a inscrição passa a ser empresário, não tem equiparação.
Empresário individual, Eirelli, Sociedade - art. 984 CC
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Empresa – art. 1142 CC – é a atividade que o empresário exerce, organização tecnologia
Trabalho: é a energia que movimenta o capital
Estabelecimento – art. 1142 CC – é conjunto de bens que vão integrar a atividade, nem todo patrimônio está destinado a estabelecimento (bens corpóreos e incorpóreos). É um bem coletivo e sujeito as negociações.
Concorrência é o uso do mesmo mercado, depende do contexto.
Atributos do estabelecimento: clientela e aviamento (potencial econômico)
Trespasse: é um contrato atípico, mas tem algumas orientações no Código Civil nos Art.1146, 1147 e 1148 CC
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
	É indisponível este artigo.
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
Havendo omissão vale o que está no artigo, 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
	Contratos em caso de trespasse: de regra quem adquire um estabelecimento o adquire pensando em continuar a atividade. E pode-se dispor de como ficam os contratos em caso de trespasse, em relação aos fornecedores. Pode definir que não irá haver a sub-rogação, quer continuar e começar do “zero”. 
Em caso de omissão sobre esses contratos relacionados a atividade o código propõe uma bifurcação:
· Contratos com intuito persona não vai haver uma sub-rogação do adquirente nestes contratos (exemplo o contrato de franquia empresarial), deve-se negociar com os contratados. 
· Regra geral, nos contratos não personalíssimos, vinculados mais a atividade do que a pessoa, estes contratos vão ser sub-rogados automaticamente. 90 dias para denunciar o contrato (prazo decadencial), dizer que não que a substituição do contratante anterior, porém está denúncia deve ter um motivo justificado, resgata a responsabilidade do contratante anterior (antigo alienante). Então nestes dias são solidariamente responsáveis. 
A aplicação do artigo é tácita, salvo disposição em contrário.
Aula 03.04.2020
Sujeitos da condição de empresário
Empresário Individual – a pessoa natural que exerce atividade empresarial, de regra de pequeno porte, a sua atividade tende a ser pequena, nada impede que tenha uma grande atividade, como por exemplo quem tem um posto de gasolina, padaria.
Micro Pequeno, pequeno e no máximo de médio porte.
Natureza jurídica do empresário individual – é pessoa natural, pessoa física que exerce atividade empresarial. 
- Se não estiver no art. 44 CC não será pessoa jurídica (Numerus Clausius)
- O Estado optou por não conhecer o empresário individual como pessoa jurídica.
- O Direito Tributário tem um sistema próprio voltada a tributação, CNPJ (cadastro nacional de pessoas jurídicas) controle maior sobre a tributação regulado pela Receita Federal, é voltado a todo aquele que exerce atividade econômica com sujeição a tributação federal, mesmo não sendo pessoa jurídica. 
- Faz o CNPJ e continua como pessoal natural, é um cadastro só para fim de tributação. Quem dispõe se é ou não pessoal jurídica é o Código Civil.
Sistema de responsabilidade – sistema de responsabilidade ilimitada, com as exceções previstas em lei (bens impenhoráveis). O empresário não possui separação patrimonial, ele é um indivíduo que tem apenas um patrimônio.
Art. 391 Código Civil: Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
Art. 789 CPC: O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
- I Jornada de Direito Comercial, enunciado 5: Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o empresário individual tipificado no art.
966 do Código Civil responderá primeiramente com os bens vinculados à exploração de sua atividade econômica, nos termos do art. 1.024 do Código Civil.
- Art. 1024 CC – diz respeito as pessoas jurídicas
Exceções previstas em lei quanto a responsabilidade ilimitada: 
· Bens impenhoráveis em relação as dívidas vinculadas a atividade.
Bem de família – Lei 8009/90
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Exceções quanto a impenhorabilidade do bem de família – art. 3º 
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.  
Instrumentos de trabalho do empresário individual: em regra, são impenhoráveis. Não importa a quantidade de instrumentos.
Bens impenhoráveis – art. 833 CPC
Art. 833. São impenhoráveis:
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
Sistema de responsabilidade do empresário individual casado (se aplica também a união estável) – analisar o regime de bens do casamento 
- Comunhão universal: não há como afastar a responsabilidade do cônjuge, responde com a sua meação. 
- Separação total de bens: em princípio, o cônjuge não responde.
- Comunhão parcial de bens: 3 massas patrimoniais, os bens que já possuíam antes do casamento ficam afastados da comunhão. Com relação aos bens adquiridos durante o casamento, em princípio o patrimônio em comum responde pelas dívidas do empresário (a meação do cônjuge vai responder), presume-se que a dívida foi assumida em benefício da família. É uma presença relativa (iuris tantum – admite prova em sentido contrário), o cônjuge deve provar que a dívida não foi em benefício do casal, deve propor uma ação de embargos de terceiro (art. 674 CPC), é uma ação incidental de procedimento especial e o ônus da prova é do autor.Inscrição na Junta Comercial – Registro Público de Empresas Mercantis
- Não altera o sistema de responsabilidade do empresário. Possui essa responsabilidade ilimitada independente de ser de fato (sem inscrição) ou de direito (inscrito na Junta Comercial). É pessoa natural e o seu sistema de reponsabilidade não pode ser outro (art. 391 CC; art. 789 CPC).
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
- A inscrição é um dever do empresário, mas quem não cumpre não deixa de ser empresário. Aqueles quem cumprem a inscrição perante a Junta Comercial são chamados de empresário de direito, formal, regular. Aquele que não faz a inscrição é chamado de empresário de fato, informal, irregular (camelô, vendedor ambulante). 
- O Estado utiliza a técnica de sanção premial, estimula a prática de uma conduta que venha ser realizada. O empresário vê a Junta como algo que lhe é benéfico. O Estado prefere o empresário com inscrição perante a Junta Comercial, e com isso ele dará prêmios, benefícios. Passa a ter a proteção do seu nome empresarial, atuação mais segura em um contexto de mercado; acesso do benefício da recuperação econômica de empresas (empresário de direito – plano de recuperação econômica); acesso as licitações (participar), pode postular a falência de outro empresário; linhas de créditos diferencias para modernizar equipamentos de produção, aquisição de maquinário, materiais de informática.
- Não há uma punição para o empresário de fato. A sociedade não abre espaço para ele crescer, encontra barreiras sociais para o seu crescimento.
III Jornada de Direito Civil: 
· 198 – Art. 967: A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário.
· 199 – Art. 967: A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito
delineador de sua regularidade, e não da sua caracterização.
Requisitos para o Registo Público das Empresas Mercantis – art. 972 c/c art. 968 Código Civil
- É uma inscrição facilitada, não é gratuita.
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha:
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1º do art. 4º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 ; 
III - o capital;
IV - o objeto e a sede da empresa.
§1º Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos.
§2º À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes.
§3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código . 
§4º O processo de abertura, registro, alteração e baixa do microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 , bem como qualquer exigência para o início de seu funcionamento deverão ter trâmite especial e simplificado, preferentemente eletrônico, opcional para o empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o inciso III do art. 2º da mesma Lei . 
§5º Para fins do disposto no § 4º, poderão ser dispensados o uso da firma, com a respectiva assinatura autógrafa, o capital, requerimentos, demais assinaturas, informações relativas à nacionalidade, estado civil e regime de bens, bem como remessa de documentos, na forma estabelecida pelo CGSIM. 
1º Requisito: Capacidade Civil
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
Emancipação voluntária, legal, judicial. O emancipado é capaz.
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
- Capacidade em termos civis, capacidade total. Não se admite alguém que não tenha capacidade de entender os atos da vida civil. Não há distinção sobre capacidade civil pela emancipação. 
- O emancipado é aquele que tem menos de18 anos, e não tem a imputabilidade penal. Desta forma, na área empresarial o empresário pode incidir em crimes tributários, de consumo, falimentares, previdenciários, e não seria precipitado incluir o emancipado na área empresarial? Outra questão é os pais quando emancipam para usar o nome do filho na área empresarial (laranja). Na prática a Junta não faz nenhuma distinção entre capacidade pela emancipação. 
2º Requisito: Ausência de impedimento
Ausência de algum tipo de restrição, proibição para ter acesso a condição de empresário individual. 
Impedimento = proibição para atuar na área empresarial.
Capacidade civil + assinar um documento de que não há impedimento para exerce a atividade de empresário individual (apenas uma declaração, não há necessidade de provar).
O ordenamento jurídico como um todo vai trazer algumas proibições para ser empresário, leis especiais:
· Servidor público – enquanto na ativa (cada esfera jurídica tem a sua lógica);
· Membros da Magistratura
· Membros do Ministério Públicos
· Chefes do Poder Executivo
· Estrangeiro que tem visto de turista
· Punições – crimes que decorrem da ordem econômica 
No site da Junta Comercial tem uma lista de quem não pode ser empresário. (manual de registros de empresário). Orientações para empresário individual, não se referem a serem sócios, administradores de sociedade empresária.
Os impedidos de ser empresário, tais como:
· os chefes do Poder Executivo nacional, estadual ou municipal;
· os membros do Poder Legislativo, como senadores, deputados federais e estaduais e vereadores, se a empresa “goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
· os Magistrados;
· os membros do Ministério Público Federal;
· os empresários falidos, enquanto não forem reabilitados;
· as pessoas condenadas a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação;
· os leiloeiros;
· os cônsules, nos seus distritos, salvo os não remunerados;
· os médicos, para o exercício simultâneo da farmácia; os farmacêuticos, para o exercício simultâneo da medicina;
· os servidores públicos civis da ativa, federais (inclusive Ministros de Estado e ocupantes de cargos públicos comissionados em geral). Em relação aos servidoresestaduais e municipais observar a legislação respectiva;
· os servidores militares da ativa das Forças Armadas e das Polícias Militares;
· os estrangeiros (sem visto permanente);
· os estrangeiros naturais de países limítrofes, domiciliados em cidade contígua ao território nacional;
· os estrangeiros (com visto permanente), para o exercício das seguintes atividades: pesquisa ou lavra de recursos minerais ou de aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica; atividade jornalística e de radiodifusão sonoro e de sons e imagens; serem proprietário ou armadores de embarcação nacional, inclusive nos serviços de navegação fluvial e lacustre, exceto embarcação de pesca; e serem proprietários ou exploradores de aeronave brasileira, ressalvado o disposto na legislação específica.
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
Indicação do capital – não precisa observar um valor mínimo de capital e não precisar provar a sua existência (mera indicação). 
Aula 17.04.2020
Empresário Incapaz 
Incapacidade superveniente do empresário individual – art. 974 CC
 	O empresário que faz a inscrição e depois se torna incapaz. O juiz do processo de interdição é quem vai definir, estabelecer qual o caminho a ser seguido de acordo com as circunstâncias do caso concreto. O juiz pode determinar o encerramento da atividade ou a continuação do negócio provisoriamente. 
Curador: pessoa nomeada para cuidar de alguém incapaz maior de 18 anos, geralmente é alguém mais próximo como, cônjuge, pai, mãe por ter um relacionamento melhor. 
O juiz nomeia curador, e este por sua vez escolhe o gerente.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
Regra geral de responsabilidade ilimitada do empresário individual recebe no § 2º do art. 974 uma exceção – não há uma personalização desse empresário, os bens passam a participar do patrimônio e sofrem afetação. Só respondem os bens da atividade. Inventário listando todos os bens da atividade, passam a ter uma gestão autônoma. Forma de proteger os interesses do incapaz. 
O parágrafo 3º está em local errado, diz respeito às sociedades e não a figura do empresário individual, se refere a sociedade limitada.
§3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; 
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; 
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais.
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
§1º Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser conveniente.
§2º A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.
Hipótese de falecimento do empresário individual – art. 974 CC
Direito sucessório: princípio da saisine - Os bens não ficam sem titulares
- Falecendo-se o empresário os bens se repassam aos herdeiros, estabelecimentos os bens em geral que integram a atividade. As dívidas do de cujus acompanham a herança nas forças da herança. 
- Herdeiro incapaz – mesma regra para o empresário que faz a inscrição e depois se torna incapaz. O juiz do processo de inventário pode tomar duas decisões: determinar o encerramento da atividade ou a continuação do negócio provisoriamente. O responsável pelo incapaz (tutor) é quem dará continuidade, e pode contar com um gerente (art. 975 CC).
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
Este artigo vai contra o art. 1647, I, CC – para alienar bens imóveis necessita da anuência do cônjuge, salvo o regime de separação universal.
· Outorga uxória – esposa
· Outorga marital – marido
- O artigo 978 CC é uma exceção, permite alienação do bem imóvel sem anuência do cônjuge. O empresário individual é pessoa natural. 
Requisitos para aplicação do art. 978 CC:
1. Somente o empresário de fato; 
2. Imóvel estar registrado como propriedade exclusiva deste cônjuge/empresário;
3. Imóvel deve ser utilizado na atividade.
- 1ª Jornada de Direito Comercial - Enunciado 6: O empresário individual regularmente inscrito é o destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, desde que exista, se for o caso, prévio registro de autorização conjugal no Cartório de Imóveis, devendo tais requisitos constar do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis. 
Obs.: o ideal é sempre pedir concordância do cônjuge.
Exercícios de fixação – Empresário Individual
01. Maria, empresária individual, teve sua interdição decretada pelo juiz a pedido de seu pai, José, em razão de causa permanente que a impede de exprimir sua vontade para os atos da vida civil. Sabendo-se que José, servidor público federal na ativa, foi nomeado curador de Maria, assinale a afirmativa correta. 
A) É possível a concessão de autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Maria; porém, diante do impedimento de José para exercer atividade de empresário, este nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes. 
B) A interdição de Maria por incapacidade traz como efeito imediato a extinção da empresa, cabendo a José, na condição de pai e curador, promover a liquidação do estabelecimento. 
C) É possível a concessão de autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Maria antes exercida por ela enquanto capaz, devendo seu pai, José, como curador e representante, assumir o exercício da empresa. 
D) Poderá ser concedida autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Maria, porém ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que Maria já possuía ao tempo da interdição, tanto os afetados quanto os estranhos ao acervo daquela.
02. Paulo, casado no regime de comunhão parcial com Jacobina, é empresário enquadrado como microempreendedor individual (MEI). O varão pretende gravar com hipoteca o imóvel onde está situado seu estabelecimento, que serve exclusivamente aos fins da empresa. De acordo com o Código Civil, assinale a opção correta. 
A) Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento. ART. 978 CC
B) Paulo não pode, sem a outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento, salvo no regime de separação de bens.
C) Paulo, qualquer que seja o regime de bens, depende de outorga conjugal para gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento. 
D) Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento, salvo no regime da comunhão universal.
03. João é advogado e pretende começar a atividade de empresário,abrindo um pequeno restaurante para explorar os seus talentos culinários. Porém João não pretende deixar de manter ativo o seu escritório de advocacia. João é casado com Maria pelo regime da comunhão parcial de bens.
Assim, João lhe questiona:
A) Há incompatibilidade entre a sua condição de advogado e a atividade do restaurante? Explique.
O advogado não é empresário no exercício de sua função de advogado, não há incompatibilidade.
B) João é casado sob o regime da comunhão parcial de bens e lhe questiona se há necessidade da anuência de Maria para que ele passe a exercer a atividade do restaurante? Explique.
Liberdade de profissão, de atuação econômica, não necessita da anuência do cônjuge para exercer a atividade empresarial.
C) Em caso de dívida da atividade do restaurante os bens pessoais de João responderão por elas perante os respectivos credores? E Maria Também responderá com os seus bens pessoais? Em caso positivo como deverá atuar o advogado de Maria para defender os seus interesses?
Sim, empresário individual possui responsabilidade ilimitada. Art. 291 CC
Maria responde com a sua meação os bens da sua comunhão serão atingidos, João responde com seu patrimônio e com a sua parte da meação.
O advogado deve alegar a presunção relativa, iuris tantum, trazer provas de que essas dívidas não foram adquiridas em benefício do casal, ação de embargos de terceiros (incidental)
D) Se a atividade do restaurante não se mostrar exitosa João poderá realizar a alienação do estabelecimento? Neste caso como ficam as obrigações resultantes da atividade?
Trespasse – contrato de alienação do estabelecimento e as dívidas já existentes são passadas ao adquirente assim como as dívidas futuras, mas João fica responsável a parti de 1 ano da publicação do trespasse. Art. 1646 CC
04. João da Silva o procura apresentado a seguinte consulta: É credor de Luis da Silva, empresário individual, que está sofrendo uma ação de interdição. Ocorre que o cliente é credor de um empréstimo que prestou a este há seis meses. O crédito é garantido pela hipoteca incidente sobre três lotes de um loteamento. Temendo perder a sua garantia e não conseguir receber o seu crédito, o cliente lhe questiona sobre o que poderá acontecer se for decretada a interdição de seu devedor.
	João é credor do Luís. Já tem o crédito constituído antes da interdição e tem uma garantia real que é a hipoteca. O juiz vai determinar a interdição sem atingir terceiros, o crédito não será afetado. Art. 974, parágrafo 1º, CC.
05. João da Silva, que atuava na condição de empresário individual, vem a falecer. Os herdeiros lhe consultam solicitando informações sobre a viabilidade de continuação da atividade, já que se tratava de atuação que era exercida pelos familiares em conjunto e sempre se mostrou lucrativa. Trabalhe com duas hipóteses: (a) os herdeiros serem capazes e; (b) haver um único herdeiro menor.
Herdeiros incapazes: fica a critério do juiz analisar a conveniência da continuidade de atividade empresarial, e será realizada por meio do responsável do menor até completar 18 anos
Herdeiros Capazes: regras do direito sucessório, a herança passa a pertencer aos herdeiros e cabe a eles a decisão de manter ou não a atividade empresarial. Podem ter interessem em formar uma sociedade. 
Aula 24.04.2020
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) – art. 980-A CC
- Introdução: Surgiu por uma alteração no CC em 2011, e surgiu por aspectos negativos que acabou levando a concepção da figura da Eireli, que é o sistema responsabilidade ilimitada (este é o principal aspecto negativo). 
É uma alternativa ao empresário individual, tem acesso aos pontos positivos e afasta os pontos negativos. Em uma Eireli não vai haver partilha decisória, tem um sistema de responsabilidade limitada. 
- Aspectos positivos: 
· SIMPLICIDADE X SOCIETÁRIA (é bem mais simples que a forma societária, simplicidade de atuação, em termos contábeis e jurídicos).
· AUTONOMIA (o empresário é literalmente dono do negócio, sem ter de partilhar as suas decisões, tem total disponibilidade comparado com a forma societária). 
Quando surgiu, em 2011, trouxe uma série de dúvidas sobre a sua aceitação, adequação desta nova figura. Hoje a Eireli já uma realidade bastante comum. 
- Natureza jurídica: a lei fez uma alteração no art. 44 CC, a Eireli é uma pessoa jurídica. Ou seja, tem natureza de pessoa jurídica. 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
VI - As empresas individuais de responsabilidade limitada.  
- 3 Modelos de Atuação Unipessoal Mundial:
1. ESTABELECIMENTO INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (PORTUGAL): possibilidade de o empresário individual separar uma parte do seu patrimônio e vincular essa parte ao seu estabelecimento empresarial, patrimônio de afetação, esses bens separados vão responder pela atividade empresarial. Patrimônio destinado a sustentar a garantia dos credores, sem ter personificação. DOTAÇÃO PATRIMONIAL = PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO. 
2. SOCIEDADE UNIPESSOAL: Alemanha, França, Itália adotaram este modelo como responsabilidade limitada. Tem uma grande critica este modelo que aos poucos vai se desfazendo, que é o fato de a sociedade envolver 2 ou mais pessoas (em tese sociedade não poderia ser unipessoal). Uma sociedade pode ser constituída por 1 ou mais pessoas. 
3. EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA: não se tem uma sociedade, tem-se uma entidade unipessoal. Não se confunde com o estabelecimento, não é uma simples dotação patrimonial, mas sim é uma verdadeira pessoa jurídica. 
- Críticas ao art. 980-A: o artigo possui uma redação contraditória, confusa. Usa a expressão capital social, denominação social. Mas não é sociedade. O Brasil fez uma fusão de 2 projetos de lei, por isso a redação ficou confusa. O nome empresa não é uma figura personificada, e Eireli é uma pessoa jurídica.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.  
§1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão " EIRELI " após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.  
§2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.  
§3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração.  
§5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional.  
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.  
§7º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude. 
- Requisitos para constituição da Eireli: art. 980-A, caput
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.  
Capital social indica que se tem uma sociedade, o correto seria capital empresarial. E na parte final o sistema de salário mínimo é igual em todo o País, não confundir salário mínimo com piso regional (valor mínimo em cada região).
1. Existência de capital mínimo: somente para o ato de constituição, deve ter capital equivalente a 100 SM, hoje seria de R$ 104.500,00 (levando em conta o dia quea Eireli foi constituída) e neste contexto a Eireli não está colocada a disposição de empresário individual. O capital pode ser constituído em dinheiro ou por bens em geral (imóvel, carros, maquinários), e não serve o serviço como forma de composição do capital social. Mudanças posteriores no salários mínimos não alteram em nada a Eireli. Esse capital passa a ser uma cifra contábil (gestão contábil). 
Obs.: tem 2 projetos que visam a alteração do salário mínimo (50 salários mínimos) ou extinguir o capital mínimo.
No Brasil, como regra geral, não precisa observar um capital mínimo. Mas este é o modelo adotado na Eireli
Princípio do valor nominal do capital: quando se cria uma Eireli e na Limitada não precisa provar que existe este capital, apenas indicar a existência desse capital no ato constitutivo (indicação formal de capital).
2. Imposição de capital integralizado: o capital da Eireli deve todo ele estar integralizado, sentido de capital social pago. O titular da Eireli contribui para formar o capital, de regra é à vista. Em um ilimitada o capital pode ser pago em parcelas, é possível colocar clausulas de como será pago a cota de cada sócio, dessa forma constitui capital social ainda não integralizado. Na Eireli precisa pagar à vista a sua contribuição, independentemente do valor deste capital, todo o capital deve estar integralizado. Se indica um capital que não existe sofre uma punição, a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica. Só precisa indicar que está integralizado, não tem a necessidade de provar.
- Características da Eireli:
· Responsabilidade limitada: art. 980-A, caput + §7º 
§7º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude. (inserido pela Lei da liberdade econômica) – não é uma hipótese absoluta, e a desconsideração da personalidade jurídica não é afetada por este parágrafo.
Art. 50 CC - Teoria da desconsideração da personalidade jurídica: criada para evitar as hipóteses de fraude, abuso, desvio de finalidade no uso da personalidade jurídica e até mesmo a confusão patrimonial. 
Art. 50.  Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.  
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: 
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;  
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e 
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. 
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. 
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. 
· Unipessoalidade: tem uma condição por uma única pessoa, titular ou instituidor da Eireli. É sempre uma entidade unipessoal, nunca terá sócios. De regra, o titular de uma Eireli será uma pessoa natural, mas tem se aceito também a pessoa jurídica (2017). Mas sempre uma pessoa natural ou uma pessoa jurídica.
a) Pessoa Natural: mesmos requisitos para inscrição do empresário individual (art. 972 CC). Para constituir uma Eireli deve ser uma pessoa capaz, e a declaração que não há impedimento para atuação empresarial (deduz por comparação ao empresário individual). 
Art. 980-A, §2º: A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.  
b) Pessoa Jurídica: essa possibilidade veio apenas em 2017, nova versão da instrução normativa. O caput do art. 980-A se refere apenas a pessoa. Hoje a Eireli pode ser sociedade limitada, sociedade anônima, fundação, associação e até mesmo uma Eireli. O § 2º não se aplica as pessoas jurídicas que constituírem Eireli. 
· Formação da Eireli - Duas formas: Eireli inicial e Eireli posterior
· Eireli inicial: já foi criada na forma como Eireli
· Eireli posterior: resulta da transformação da sociedade em Eireli, porém deve se observar os requisitos da Eireli (capital mínimo e devidamente integralizado)
 §3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração.  
· Objeto da Eireli: Será uma atuação na atividade empresarial como atividade não empresárias (atividades de natureza intelectual). 
§5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional.  
Onde realizar a inscrição de um a Eireli que não é empresária? Não se tem uma resposta definitiva, aguarda definição do CNJ. Aceita-se a inscrição no Registro de pessoas civis. 
Advogado pode constituir uma Eireli? Nunca pode adotar a forma empresária, na sua atuação como advogado. 
2011 - Admitir a Eireli para profissionais em geral
2017- Estatuto da OAB trouxe a possibilidade de sociedade unipessoal de advocacia, mas é diferente da Eireli, em especial pois não tem o benefício da limitação de responsabilidade.
· Nome Empresarial Firma Ou Denominação: firma é nome próprio, denominação é atividade.
§1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão " EIRELI " após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.  	
· Aplicação subsidiária das regras de sociedade limitada (naquilo que for compatível)
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.  
Resumindo: Eireli é uma sociedade unipessoal com responsabilidade limitada, tem como instituidor ou titular uma pessoa natural ou jurídica, pode ser inicial ou posterior, liberdade de objeto, aplicação supletiva das normas da limitada naquilo que for compatível. Capital social mínimo e integralizado.
Aula 08.05.2020
Prova: 10 questões objetivas 6,00
Trabalho: Conceito de empresário (áudio até 3 minutos ou texto 1pág.) 3,00
Revisão G1 = Introdução, Conceito de empresário, Sujeitos da área empresarial 
Exercícios sobre a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada:
01. Determinado cliente lhe consulta sobre a possibilidade de seu filho, menor com dezesseis anos de idade, constituir uma empresa individual de responsabilidade limitada, uma vez que este recebeu herança de seus avós e tem interesse em atuar na área empresarial. É viável esta pretensão?
	Requisitos para aquele que vai constituir a Eireli, o CC é muito omisso na constituição da Eireli. A doutrina pacificou que os requisitos de empresário individual devem ser observados na constituição da Eireli, e para instituir uma Eireli ele deve ser capaz, logo uma pessoa incapaz não pode constituir uma Eireli. O que se pode fazer é a emancipação do filho por vontade dos pais, atendendoos requisitos da Eireli de 100 SM integralizados.
02. João da Silva é servidor público federal e tem interesse em constituir uma empresa individual de responsabilidade limitada, assim ele lhe questiona sobre como deverá proceder para constituir a referida inscrição. Explique.
	Para se fazer a inscrição da Eireli tem que atender os requisitos de empresário individual, o servidor não poderá constituir Eireli. 
03. Os sócios de uma sociedade limitada lhe questionam sobre a possibilidade da sociedade limitada vir a constituir uma empresa individual de responsabilidade limitada, sendo este o seu único titular. Assim, a limitada pretende converter cada uma de suas filias em empresa individual. Explique se é viável tal pretensão.
	Quando foi criada a Eireli em 2011 se entendia que apenas a pessoa natural poderia constituir uma Eireli. Em 2017 houve uma mudança de entendimento. A junta comercial passou a aceitar que as pessoas jurídicas podem constituir uma Eireli, uma limitada pode constituir várias Eireli. A tributação em cada uma das Eireli seria de microempresa, tem-se a dúvida se o fisco iria aceitar.
04. Determinado cliente quer constituir uma empresa individual de responsabilidade limitada com o capital de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) e lhe questiona sobre a possibilidade de inicialmente integralizar a vista apenas o limite legal equivalente a cem salários mínimos e, posteriormente, no prazo de um ano, integralizar o restante. É viável esta situação?
	2 Requisitos mínimos: Capital mínimo equivalente a 100 salarios minimos e todo capital deve ser integralizado. Então não é viável a pretensão art. 980-A, caput CC
05. Determinado cliente é credor de um devedor que é titular de uma empresa individual de responsabilidade limitada. Considerando que este não possui patrimônio pessoal suficiente para pagar este débito, poderão ser buscados bens na empresa individual ou poderão ser penhorados seus direitos em relação a esta empresa para saldar a dívida?
Não há solidariedade entre o capital da Eireli e o seu instituidor, são pessoas distintas, cada um responde pelas suas dívidas. Porém é possível aplicar a Teoria da desconsideração da personalidade jurídica de forma inversa (possibilidade de buscar os bens da pessoa jurídica as dívidas do seu sócio – requisitos art. 50 CC: abuso da personalidade jurídica caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial). 
06. Determinado advogado tem interesse em constituir uma empresa individual de responsabilidade limitada para o exercício da advocacia e está em dúvida se deve realizar a sua inscrição na Junta Comercial ou na Seccional da OAB de seu Estado. Como resolver esta questão?
	Advogado não pode constituir Eireli para exercer a atividade como advogado. O advogado pode criar uma sociedade unipessoal de advocacia. Art. 16 Estatuto OAB
07. Determinado cliente lhe apresenta o seguinte “ato constitutivo”, que pretende utilizar para constituir empresa individual de responsabilidade limitada. Dê o seu parecer sobre o referido instrumento, com os devidos ajustes e correções:
“Contrato social constitutivo de empresa individual de responsabilidade limitada – EIRELI
É um ato constitutivo de empresa individual de responsabilidade limitada = não é um contrato
		Pelo presente instrumento contratual, João da Silva, brasileiro, casado, engenheiro, CPF nº 00000001, carteira de identidade nº 0000002, residente e domiciliado na Rua Principal, nº 10, Centro, nesta cidade, resolve constituir empresa individual de responsabilidade limitada, nos termos indicados no artigo 980-A do Código Civil, com a redação que lhe foi atribuída pela Lei nº 12.441/2011, a qual se regerá também pelas cláusulas e condições seguintes:
		Cláusula 01. Denominação
		A presente empresa individual de responsabilidade limitada girará sob a denominação Comércio de livros jurídicos Ltda EIRELI, e com a adoção no nome de fantasia Livraria Livro Jurídico.
Não deve contar a expressão LTDA
		Cláusula 02. Sede
		A sede societária está localizada na Rua Principal, nº 100, sala 01, centro, nesta cidade, podendo, a qualquer tempo, a critério de seu titular, abrir ou fechar filiais ou outras dependências em qualquer parte do território nacional.
		Cláusula 03. Objeto
		A presente sociedade terá por objeto o comércio de livros jurídicos em geral, de diversas editoras, tais como Editora Forense, Editora dos Tribunais, Editora Saraiva, etc.
Indicar o gênero e a espécie
		Cláusula 04. Capital social
		O capital social é de R$ 30.000 (trinta mil reais), que será integralizado em duas parcelas mensais de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com a contribuição em serviço do titular da empresa, avaliada em R$ 10.000,00 (dez mil reais) e o restante com caixa registradora e estantes que serão utilizadas na exploração da atividade.
O capital deve ser de 100 salários mínimos, e todo integralizado
		Cláusula 05. Da Administração
		A administração da atividade será exercida por Luis Da Silva, filho do sócio, a quem caberá a representação ativa e passiva, judicial e judicial desta sociedade unipessoal.
Não é uma sociedade unipessoal
		É vedada a atuação do administrador a prática de atos estranhos ao objeto social ou de forma contrária aos interesses da presente empresa individual de responsabilidade limitada.
Objeto empresarial
		Cláusula 07. Declaração de exclusividade.
		O Sócio declara, para os devidos fins de direito, que não participa em nenhuma outra sociedade concorrente.
Instituidor 
		Cláusula 08. Da Responsabilidade social.
		A responsabilidade pelas dívidas sociais é exclusiva da sociedade Eireli, não respondendo o sócio titular por quaisquer dívidas ou encargos provenientes da atividade. Fica ressalvado de responsabilidade o bem que o sócio utiliza com sua moradia, na condição de bem de família.
		Cláusula 08. Declaração do Administrador
		Sob as penas da e lei, o sócio administrador declara que não está impedido de exercer atividades empresariais, nem se encontra sob os efeitos de condenação criminal que proíba de exercer atividade empresarial.
		Cláusula 09. Declaração do cônjuge
		A cônjuge de João da Silva, titular da presente empresa individual de responsabilidade, casado pelo regime da comunhão universal de bens, declara a sua concordância com a constituição da presente sociedade.
		Cláusula 10: Opção por microempresa
		A presente empresa individual de responsabilidade adota a forma de Microempresa.
		Cláusula 11: Prazo de duração.
		A presente empresa individual de responsabilidade limitada iniciará as suas atividades a partir do deferimento de seu registro pela Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul.
O presente contrato terá prazo de duração indeterminado, a critério de seu sócio titular.
Ato constitutivo	
Cláusula 12. Do exercício financeiro
		O exercício financeiro encerrará no dia 31 de dezembro de cada ano.
		Cláusula 13. Da continuação da atividade em caso de incapacidade ou falecimento do titular
Falecendo o titular, a empresa continuará suas atividades com os herdeiros, sucessores e o incapaz. Não sendo possível ou inexistindo interesse destes, o valor de seus haveres será apurado e liquidado com base na situação patrimonial da empresa, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado. 
	É o juiz que decide e se houver herdeiros menores. 
Cláusula 13 - Das omissões deste contrato
		Nas omissões deste contrato constitutivo deverão ser aplicadas as regras previstas no Código Civil, referente às sociedades simples.
		Por ser verdade, assina o presente instrumento, em três vias de igual forma e teor, que será levado a registro no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo da Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul, para que adquira personalidade jurídica societária, de acordo com a legislação em vigor.
		Porto Alegre, 19 de outubro de 2013.
João da Silva
Titular
Maria da Silva
Cônjuge
Visto do advogado: só da o visto quando não for microempresa

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