Buscar

Medidas para suprimir a caudofagia podem melhorar o bem-estar de suínos - uma revisão narrativa

Prévia do material em texto

07
Medidas para suprimir a caudofagia podem 
melhorar o bem-estar de suínos: uma 
revisão narrativa
Suzi Paiva Melo
IF Sudeste MG
Carlos Rodolfo Pierozan
IF Sudeste MG
'10.37885/220207844
https://dx.doi.org/10.37885/220207844
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
98
Palavras-chave: Bem-Estar Animal, Canibalismo de Cauda, Suinocultura.
RESUMO
Objetivou-se com esta revisão narrativa apresentar uma visão-holística sobre um compor-
tamento anormal que afeta suínos, denominado “caudofagia” ou “canibalismo de cauda”, 
bem como alguns dos fatores causais e estratégias para reduzi-lo. A caudofagia é oca-
sionada por condições associadas à nutrição, ao ambiente, à saúde dos animais, dentre 
outros aspectos. Este comportamento causa prejuízos econômicos para os suinocultores, 
além de afetar negativamente o bem-estar dos animais. Um dos manejos utilizados a fim 
de reduzir este problema consiste em realizar o corte do terço final da cauda dos leitões, 
contudo, esta prática também se mostra prejudicial ao bem-estar dos suínos. A adoção 
concomitante de estratégias como inclusão de enriquecimento ambiental, melhorias no 
manejo alimentar e nutricional, promoção da saúde dos animais e melhores condições 
de ambiência podem reduzir as chances de ocorrência de caudofagia em suínos.
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
98 99
INTRODUÇÃO
É crescente a demanda mundial por ações que favoreçam o bem-estar de suínos, fato 
que inclui o Brasil como interessado. O avanço da industrialização da produção de suínos 
resultou no aumento da produtividade, maior produção de leitões/porca/ano além da mo-
dernização do sistema de produção. Contudo, tal avanço afetou de forma negativa alguns 
aspectos do bem-estar dos animais, como a expressão de seus comportamentos naturais, 
favorecendo a ocorrência de problemas como a caudofagia.
A “caudofagia” também chamada “canibalismo de cauda” foi definida há algumas dé-
cadas como o ato dos suínos em morder a cauda de seu coespecífico, podendo causar 
sangramento, septicemia, infecções, perda da cauda e até a morte do animal em casos 
mais severos (PUTTEN, 1969; VALROS, 2017), sendo este um comportamento anormal 
aos suínos. Entende-se por comportamento anormal todo e qualquer comportamento que 
não seja natural da espécie, tais como sugar o umbigo ou a orelha (BRASIL, 2020).
A privação do instinto de exploração em vida livre destes animais é um fator de influência 
para a prática de comportamentos anormais (BRAGA; DEL’ARCO; DIAS, 2006). Isso fica 
evidente quando percebemos que suínos criados em sistemas à solta apresentam menor 
incidência de canibalismo de cauda quando comparados aos animais criados em sistemas 
confinados (DIAS; SILVA; MANTECA, 2014). Houve aumento de casos de caudofagia em 
granjas de suínos após a intensificação da suinocultura (SOBESTIANSKY; ZANELLA, 2012).
É provável que a caudofagia seja o mais sério problema comportamental em suínos 
(VALROS, 2017). O animal vítima de caudofagia apresenta comportamentos como manter-se 
deitado durante a maior parte do dia, sinais de apatia e redução da ingestão de alimento, 
resultando perda de peso e de rendimento de carcaça (FRANCO, 2020), pois sente dor e 
se mantém sob estresse (MUNSTERHJELM et al., 2013).
Objetivou-se com a presente revisão narrativa relatar sobre a caudofagia, sua relação 
com o bem-estar animal, alguns dos fatores causais, e apresentar estratégias para reduzir 
a casuística deste problema comportamental na suinocultura.
DESENVOLVIMENTO
Para a confecção desta revisão bibliográfica, foram realizadas pesquisa em artigos 
publicados em periódicos nacionais e internacionais, teses, dissertações, livros e sites re-
nomados de conteúdo técnico já consolidado.
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
100
Panorama mundial da produção suinícola
A nível mundial a China se mantém como detentora da maior produção de suínos 
(38 mil toneladas), seguida da União Europeia (24 mil toneladas) e Estados Unidos (12 mil 
toneladas) (ABPA, 2021). O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de suínos, com-
preendendo em 2020 um plantel de 1.970.611 matrizes alojadas, 4,436 milhões de toneladas 
produzidas, e um consumo per capita de 16 kg/ano. Cerca de 77% do total de carne suína 
produzida no país abasteceu o mercado interno, enquanto o restante deste percentual foi 
destinado à exportação. Os quatro estados que mais abateram suínos no Brasil em 2020 
são: Santa Catarina (30,73%), Paraná (21,10%), Rio Grande do Sul (19,08%) e Minas Gerais 
(9,95%) (ABPA, 2021).
Para que o Brasil continue obtendo êxito nesta atividade, é necessário conhecer e res-
peitar os avanços nas exigências legais e recomendações técnicas relacionadas a nutrição, 
sanidade, instalações e também, cada vem mais, no que tange o bem-estar animal.
Bem-estar animal
Nota-se que é cada vez mais evidente a pressão por parte dos consumidores de 
produtos de origem animal por melhores condições de bem-estar na criação e abate. A sui-
nocultura que atende os preceitos de bem-estar animal é aquela com, segundo definição 
de Carvalho et al. (2013), “qualidade ética”, ou seja, uma produção de forma correta e sus-
tentável. Em países como os da União Europeia, a preocupação com o bem-estar animal é 
elevada, sendo que no Brasil os avanços nesta área, em termos de pesquisas científicas, 
publicações técnicas e atuação industrial e a campo são cada vez mais presentes.
No ano 1965, se iniciaram atuações acerca do bem-estar dos animais a partir da cria-
ção do Comitê Brambell, formado no Reino Unido por vários cientistas. Isso ocorreu após a 
publicação do livro Máquinas Animais (tradução de Animal Machines), por Ruth Harrison no 
ano de 1964, o qual abordava sobre a forma como qual os animais confinados eram tratados, 
gerando grande revolta por parte da população europeia (DIAS; SILVA; MANTECA, 2014).
Como desfecho, o Comitê Brambell criou as “Cinco Liberdades de Brambell”, descri-
tas no livro Report of the Technical Committee to Enquire into the Welfare of Animals kept 
under Intensive Livestock Husbandry Systems (BRAMBELL, 1965). Tal livro foi escrito em 
forma de relatório, sanando as dúvidas da população a respeito do manejo dos animais 
criados em confinamento na Grã-Betanha. Atualmente, as cinco liberdades de Brambell são 
conhecidas como “As cinco liberdades do bem-estar animal”, as quais preconizam que os 
animais estejam nas condições abaixo:
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
100 101
1. Livres de fome e sede;
2. Livres de desconforto;
3. Livres de dor e doenças;
4. Livres para expressar seus comportamentos naturais;
5. Livres de medo e estresse.
A Tabela 1 demonstra em quais parâmetros as cinco liberdades podem atuar dentro 
do sistema de produção animal.
Tabela 1. Princípio das cinco liberdades do bem-estar animal, propostas pelo Farm Animal Welfare Council (FAWC), em 
1992.
Liberdade Parâmetro
Livres de fome e sede Acesso à água fresca, potável e acesso a dietas que complementam a manu-tenção da saúde e vigor
Livres de desconforto Fornecimento de um ambiente apropriado, com abrigo e área para descanso
Livres de dor e doenças Prevenção ou diagnóstico rápido e tratamento
Livres para expressar seus comportamentos 
naturais Fornecer espaço adequado e companhia de animais da mesma espécie
Livres de medo e estresse Garantia das condições e tratamento evitando sofrimento mental
Fonte: Adaptado de FAWC (1992).
O Tratado de Amsterdã foi um reconhecimento a respeito da importância do bem-estar 
animal, comprovando que animais são seres sencientes, o que significa que são capazesde ser conscientes, sentir dor e emoções, isso motivou um plano de ação com o objetivo de 
oferecer proteção aos animais (DIAS; SILVA; MANTECA, 2015a).
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) também firmou seu compromisso com o 
bem-estar através da Estratégia Global de Bem Estar Animal, que visa orientar as atividades 
da OIE, visto que cada país adota um diferente sistema de manejo. O Código Terrestre da 
OIE define bem-estar animal como: “O estado físico e mental de um animal em relação às 
condições em que ele vive e morre” (OIE, 2019).
Caudofagia em suínos
A caudofagia é o ato de morder a cauda de outros animais, podendo provocar feri-
mentos, sangramentos e infecções, prejudicar o desempenho produtivo, causar aumento da 
condenação de carcaças, e aumentar a taxa de mortalidade (DALLA COSTA et al., 1991), 
além de provocar dor e estresse ao animal vítima (MUNSTERHJELM et al., 2013). Além do 
canibalismo de cauda, também é pode ocorrer que os suínos mordam os flancos e orelhas 
de outros animais (EFSA, 2007).
Embora seja um problema que pode ser observado em qualquer fase de criação de 
suínos, é mais comum em animais em crescimento e terminação, bem como em leitoas 
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
102
de reposição (VALROS, 2017). Estudos tem reportado entre 2 e 12% de caso severos de 
caudofagia em suínos com cauda intacta, e cerca de 3% em suínos com cauda cortada 
(VALROS e HEINONEN, 2015).
A caudofagia é um comportamento induzido por uma ampla gama de fatores de risco 
(EFSA, 2007; 2014). A incidência de caudofagia é maior em sistemas de criação confina-
da (SIMONSEN; KLINKEN; BINDSEIL, 1991; BRAGA; DEL’ARCO; DIAS, 2006), devido a 
limitação do comportamento natural dos animais em explorar o ambiente (BRAGA et al., 
2018). Baias com alta densidade, aliadas com dificuldades de acesso à água e falta de 
circulação de ar nos galpões também são fatores que podem aumentar o risco de caudo-
fagia (SCOLLO et al., 2013). A Tabela 2 apresenta os principais fatores de risco para este 
problema comportamental.
Tabela 2. Fatores de risco associados à ocorrência de canibalismo de cauda em granjas de suínos.
Fatores Características
Sexo Fêmeas e machos inteiros manifestam mais comportamentos associados ao canibalismo devido à curiosidade pelos genitais e pelo interesse sexual
Densidade nas baias Alta densidade de animais provoca aumento de canibalismo
Idade e peso A probabilidade de incidência de canibalismo aumenta de acordo com a idade dos animas. Lei-tões mais leves são mais susceptíveis à prática de canibalismo
Tipo de piso Associação entre piso compacto com adição de maravalha ou palha tende a diminuir os casos de canibalismo
Qualidade dos ingredientes 
da dieta Ingredientes de má qualidade e restrição de alimento podem aumentar o canibalismo
Qualidade da mistura da 
dieta
A ração misturada corretamente (coeficiente de variação baixo) garante a disponibilidade dos 
nutrientes
Saúde do rebanho Problemas respiratórios aumentam em 1,6 vezes a incidência de canibalismo
Qualidade do ar Níveis de amônia acima de 10 ppm aumentam a incidência de canibalismo
Fonte: Adaptado de Sonoda et al. (2013).
Sexo
Curiosamente, os suinocultores costumam indicar que fêmeas pequenas são as que 
mais praticam canibalismo de cauda, embora isso não tenha sido comprovado em estudos 
científicos. Em comparação a suínos machos castrados, fêmeas são mais propensas a 
morder a cauda. Isso se deve ao fato de que ao atingirem a maturidade sexual, as fêmeas 
tornam-se mais ativas e possuem maior interesse em explorar a região ânus-genital do que 
os machos (VALROS, 2017).
Ambiente interno nas baias - espaço de comedouro e densidade
Estudos indicam que a competição por ração é um importante fator de risco para cau-
dofagia, o que pode estar relacionado ao comportamento natural dos suínos se alimentarem 
ao mesmo tempo, sendo que se tornam frustrados quando não têm acesso simultâneo à 
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
102 103
ração, resultando em morder a cauda de seu coespecífico (TAYLOR et al., 2010). Laskoski 
et al. (2019) concluiram que reduzir o número de animais por espaço de comedouro, sob 
densidade constante, diminuiu a incidência de caudofagia em leitões de creche. A presença 
de cinco ou mais animais por cada espaço de comedouro refletiu aumento nas chances de 
ocorrência de caudofagia (MOINARD et al., 2003).
Essa disputa por recursos da baia, incluindo o acesso ao alimento, depende de alguns 
fatores, como à densidade animal dentro das baias. Moinard et al. (2003) constataram que 
densidade igual ou superior a 110 kg/m² na fase de crescimento aumenta de forma significati-
va o risco de canibalismo em comparação à densidades menores. Entretanto, as conclusões 
parecem ainda não ser consistentes, uma vez que a maioria dos estudos reporta nenhum 
efeito da densidade sobre a caudofagia (D’EATH et al., 2014).
Tipo de piso e oferta de substrato
Pisos ripados aumentam em até três vezes a probabilidade de casos de canibalismo em 
comparação a utilização de piso sólido (BRAGA; DEL’ARCO; DIAS, 2006). Quanto maior for 
a área de piso ripado, maior será a chance de ocorrência de caudofagia (SOBESTIANSKY; 
ZANELLA, 2012). Além disso, há muito tempo tem se verificado que pisos que comportam 
materiais de enriquecimento fornecidos como cama, a exemplo de palha ou maravalha (ou 
mesmo casca de arroz, Figura 1) diminuem os casos deste comportamento (STEIGER, 1978).
Figura 1. Suíno alojado em sistema de cama sobreposta com casca de arroz.
Fonte: Arquivo pessoal (2017).
Dieta
Animais com deficiências nutricionais possuem apetite maior, podendo justificar a atra-
ção por sangue (FRASER; BERNON; BALL, 1991), resultado em maiores casos de canibalis-
mo de cauda. Déficit de sal, cobalto, cobre e ferro na alimentação de suínos são responsáveis 
por aumento dos níveis de estresse, estimulando o instinto explorador da espécie (BRAGA; 
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
104
DEL’ARCO; DIAS, 2006). De acordo com Lopes (2020), a granulometria da ração e o teor 
de fibra inadequados são fatores que podem desencadear a ocorrência de caudofagia.
Doenças
Leitões doentes são mais susceptíveis a serem afetados por canibalismo de cauda 
(KRITAS; MORRISON, 2004). Morés (2006) ao conduzir um estudo com anatomopatolo-
gias em lesões pulmonares de suínos que tiveram carcaças condenadas observou lesões 
presentes no parênquima pulmonar destes animais causadas por bactérias gram-positivas. 
Estas lesões são comumente associadas à prática de caudofagia. Higuera (2019) afirma que 
doenças infecciosas são consideradas fatores de risco, visto que animais doentes possuem 
menor capacidade a respostas evasivas.
Ambiência
Suínos necessitam de um ambiente que propicie temperatura e umidade adequadas, 
além de níveis ideais de gases e ausência de correntes de ar (HIGUERA, 2019). Animais 
expostos ao estresse por frio, por calor ou causado pelas oscilações rápidas de temperatura 
podem apresentar maior risco de morder a cauda (D’EATH et al., 2014, VALROS, 2017). 
Para determinação da temperatura ideal, é necessário avaliar o microclima de cada região, 
estado nutricional dos animais, idade, tamanho e demais variáveis ambientais (DIAS; SILVA; 
MANTECA, 2015b). Com relação à qualidade do ar, Scollo et al. (2016) afirmam que níveis 
de amônia acima de 10 ppm podem desencadear canibalismo em suínos.
Genética/raças
A caudofagia é precipitada ou agravada por diversos fatores indiretos e cumulati-
vos, dentre os quais cita-se que fatores genéticos podem estar associados a este distúrbio 
(SOBESTIANSKY; ZANELLA, 2012; LOPES, 2020). Entretanto, há poucos estudos sobre as 
diferençasentre raças no risco do suíno apresentar comportamento de caudofagia, sendo 
que a maioria dos estudos não mostram diferenças entre elas (VALROS, 2017).
Estratégias para a redução da caudofagia em suínos
Caudectomia
Uma prática recorrente nas granjas é o corte da cauda de leitões (Figura 2). Até pou-
co tempo, era tolerado o corte com uso de alicate sem realizar cauterização. Desde 2021 
este manejo deve ser conduzido com equipamento que realize o corte, e em seguida haja 
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
104 105
cauterização do local (BRASIL, 2020). Após três dias de vida este manejo só pode ser rea-
lizado com o uso de anestesia e analgesia para controle da dor (BRASIL, 2020).
Figura 2. Leitão sendo submetido ao corte de cauda.
Fonte: Arquivo pessoal (2013).
A caudectomia, apesar de ser eficaz, apresenta risco de infecção e causa dor aos 
animais (RENGGAMAN et al., 2015). A dor proveniente deste procedimento pode se tornar 
crônica (BRAGA; DEL’ARCO; DIAS, 2006; BRAGA et al., 2018). Esse manejo não é reco-
mendado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária e pelo Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento - MAPA (CFMV, 2008; BRASIL, 2020). Entretanto, o procedimento 
é tolerado quando medidas de ajuste do manejo e qualidade do ambiente sejam empregadas, 
quando o corte seja apenas do terço final da cauda, seja recomendado por médico veteriná-
rio, e realizado por operadores capacitados (BRASIL, 2020). Além disso é importante frisar 
que cortar a cauda do suíno não é garantia de que a caudofagia não irá ocorrer.
Enriquecimento ambiental
O enriquecimento ambiental é uma estratégia que consiste em proporcionar aos ani-
mais um ambiente interativo, com a adição de objetos ou materiais que reduzam os níveis 
de estresse suínos (Figura 3). Pode ser definido também pela promoção de um ambiente 
que proporcione ao suíno demonstrar seu comportamento natural, por meio de um ambiente 
enriquecido com materiais e objetos adequados (BRASIL, 2020).
Na Europa a utilização desta técnica é aprovada desde 2003 pelas diretrizes 2001/88/
EC e 2001/93/EC) (SCOTT et al., 2009; GUY et al., 2013), tendo como objetivo instigar o 
comportamento natural exploratório de suínos, além de proporcionar bem-estar físico e psi-
cológico. Como consequência, além da redução do estresse, o enriquecimento ambiental 
também reduz significativamente casos de comportamentos anômalos, como a caudofagia 
(GUY et al., 2002). No Brasil um estudo indicou que 41,5% dentre 1.296 granjas pesquisas 
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
106
utilizavam algum tipo de material ou objeto de enriquecimento ambiental de forma esporá-
dica (não frequente), em baias de suínos com casos de briga, caudofagia ou dejeções na 
área limpa da baia (PIEROZAN et al., 2020), o que representa que os produtores possuem 
uma percepção intrínseca de que o enriquecimento realmente pode reduzir a caudofagia.
Figura 3. Suínos interagindo com brinquedo introduzido na baia como enriquecimento ambiental.
Fonte: Equipe Técnica MS Schippers (2021).
Na implantação dos enriquecimentos é necessário que estes sejam seguros. Além dis-
so, os requisitos desejáveis são que sejam deformáveis e móveis, multifuncionais e tenham 
propriedades relacionadas à alimentação, como cheiro, sabor e valor nutricional. Para que 
despertem um interesse contínuo por parte dos suínos, os materiais devem ser manejados 
de forma que sejam novos ou renovados, acessíveis a todos os animais e mantidos em boas 
condições de higiene (não sujos) (EFSA, 2014).
O uso de materiais manipuláveis é frequentemente considerado o fator mais importante 
para reduzir o risco de canibalismo (EFSA, 2007). Geralmente, objetos são menos eficientes 
do que os materiais tipo cama na redução do risco de caudofagia (EFSA, 2014). Entretanto, 
como material de cama nem sempre é viável a nível de granja comercial, objetos sólidos 
muitas vezes são utilizados sozinhos ou em combinação com porções de material de cama 
(VALROS, 2017). Geralmente são indicados objetos mastigáveis e atraentes, com sabores 
e odores estimulantes (VAN DE WEERD et al., 2003). Alguns dos materiais que podem 
ser utilizados e outros não recomendados como enriquecimento ambiental para suínos são 
expressos nas Tabelas 3 e 4, respectivamente.
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
106 107
Tabela 3. Materiais que podem ser utilizados como enriquecimento ambiental para suínos.
Tipo de material Fornecido como Grau de interesse do suíno Podem ser complementados com materiais
Feno, miscanthus, palha, raízes de 
vegetais e silagem Cama Ótimo Não se aplica
Terra Cama Bom Comestíveis e mastigáveis
Aparas de madeira Cama Bom Comestíveis e manipuláveis
Serragem Cama Bom Comestíveis e mastigáveis
Composto de cogumelos, turfa Cama Bom Comestíveis
Areias e pedras Cama Bom Comestíveis e mastigáveis
Tiras de papel Cama parcial Bom Comestíveis
Pellets Distribuidor Bom Depende da quantidade de pellets fornecidas
Palha, feno ou silagem Manjedoura ou distribuidor Bom Manipuláveis e de investigação
Madeira macia não tratada, corda 
natural, sacos de cânhamo, juta, 
serrapilheira
Objetos e/ou equipamentos Bom Comestíveis e investigáveis
Palha comprimida em cilindro Objetos e/ou equipamentos Bom Manipuláveis e de investigação
Briquete de serradura Objetos e/ou equipamentos Bom Comestíveis, manipuláveis e de investigação
Correntes simples, borracha, manguei-
ra macia plástica, madeira dura, bolas, 
bloco de sal
Objetos e/ou equipamentos Ruim Devem ser complementados com materiais ótimos ou bons
Materiais mais apropriados para 
leitões
Materiais facilmente destrutíveis como: tiras entrelaçadas de tecido, cordões com pontas esfiapadas 
ou porções de madeira macia com casca
Fonte: Adaptado de Franco (2020).
Tabela 4. Materiais não indicados como enriquecimento ambiental para suínos.
Materiais que não podem ser oferecidos
Apresentam risco de lesões Apresentam risco de contaminantes biológicos ou químicos
Corda sintética: engolida em pedaços pode causar 
obstrução intestinal
Palha mal armazenada, turfa não tratada e compostagem de cogumelo: 
podem abrigar agentes patogênicos
Tiras de metal em pneus: quando mordida pode 
causar cortes na boca Serradura seca: quando transportada por via aérea causa pó e irritação
Madeira velha e seca: pode estilhaçar-se quando 
mordida
Objetos de enriquecimento sujos: tornam-se reservatório de agentes 
patogênicos
Fonte: Adaptado de Franco (2020).
É importante ressaltar que a implantação do enriquecimento ambiental para suínos 
deve ser bem planejada, de modo que se o projeto estiver mal estruturado pode causar 
efeito reverso, promovendo mais estresse aos animais (VAN DE WEERD et al., 2006) além 
da perda rápida do interesse (VAN DE WEERD et al., 2003). Além disso, a escolha do enri-
quecimento mais adequado deve estar dentro das possibilidades e perspectivas do produtor 
(ZWICKER et al., 2013; FOPPA et al., 2020).
Campos et al. (2010) ao conduzir um experimento com enriquecimento ambiental para 
leitões desmamados aos 28 dias, comprovaram que a introdução de brinquedos nas baias 
foi atraente para os animais. Porém, assim que os animais se acostumaram com os brin-
quedos, brincar com os demais leitões acabou se tornando mais interessante. Foppa et al. 
(2018) concluiu que objetos de enriquecimento ambiental feitos com materiais destrutíveis 
são mais atrativos para suínos nas fases de creche e crescimento.
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
108
Além de melhorar o bem-estar dos animais, os diversos tipos de enriquecimento devemser interessantes para o produtor, além de sanitário e ambientalmente corretos, apresentar 
alta durabilidade, fácil manejo e baixo custo de implantação (FOPPA, et al., 2020). A utili-
zação de estímulos sonoros, visuais e olfativos também podem ser utilizados em conjunto 
com materiais de manipulação (BRASIL, 2020).
Espaço para os animais
De acordo com a Instrução Normativa n°113/2020 do MAPA, a densidade das baias 
deve ser delineada de acordo com as condições ambientais, de manejo e comportamentais 
dos animais (BRASIL, 2020). As orientações de densidade estão listadas na Tabela 5.
Tabela 5. Densidade ideal para suínos de acordo com a categoria e tipo de alojamento.
Categoria/tipo de alojamento Área útil (m²)
Marrãs em pré cobertura (alojamento 
coletivo) Igual ou superior a 1,30 m
2/ animal
Marrãs gestantes (alojamento coletivo) Igual ou superior a 1,50 m2/ animal
Matrizes gestantes ou vazias (alojamen-
to coletivo) Igual ou superior a 2,00 m
2/ animal
Cachaços adultos (alojamento em baias) Área mínima de 6,00 m2/ animal
Leitões em fase de creche pesando até 
30 kg de peso vivo ou em fase de recria Limite máximo de 100 kg por m
2
Suínos em terminação a serem abatidos 
com até 110 kg de peso vivo Área útil mínima igual ou superior a 0,9 m
2/ animal
Suínos em terminação a serem abatidos 
acima de 110 kg de peso vivo
Área útil mínima deve ser definida com base no peso metabólico dos animais por 
meio da equação A= k x PV0,667, sendo ‘A’ igual a área útil mínima em m2, ‘k’ uma 
constante de valor igual a 0,036 e ‘PV’ o peso vivo do animal
Fonte: Instrução Normativa n° 113/2020 MAPA (BRASIL, 2020).
Ambiência
A características ideais relacionadas à ambiência variam de acordo com a espécie e 
categoria animal. Fatores como temperatura, umidade e velocidade do ar atuam em conjunto 
para que ocorra uma temperatura efetiva ideal (SANTOS et al., 2009).
A temperatura ideal para leitões lactentes com menos de 1 kg varia entre 31 a 33°C, 
a qual diminui com a depender da fase e peso do suíno, chegando a 27 a 29°C para leitões 
desmamados com menos de 8kg, 19 a 21°C para leitões em crescimento entre 15 a 30 kg, 
15 a 17°C para leitões em engorda entre 60 a 120 kg, 17 a 19°C para matrizes gestantes com 
alimentação restrita e cachaços, e 15 a 17°C para matrizes em lactação (WHITTEMORE, 
1993, citado por DIAS, SILVA e MANTECA, 2014).
A umidade relativa do ar ótima varia entre 60 a 70%, independente da fase de criação 
(FERREIRA, 2016). Já a velocidade do ar deve ser de 0,1 a 0,3 m/s para leitões, 0,2 a 0,3 
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
108 109
m/s na fase de crescimento, 0,2 a 0,5 na fase de terminação, e 0,2 a 0,4 para reprodutores 
(FERREIRA, 2016).
Dieta
A redução da competitividade de alimento nas baias pode reduzir a incidência de 
caudofagia (HIGUERA, 2019). Menor chance de caudofagia também está atrelada ao for-
necimento de uma dieta balanceada e em proporções ideais de fibra bruta (3,0 a 4,5%) 
para leitões na fase de creche pesando entre 7 a 12 kg (DE BLAS, et al., 2013), bem como 
atendimento dos aminoácidos essenciais e granulometria correta da ração de acordo com 
a fase (LOPES, 2020).
Manejo e tratamento em casos de caudofagia
A identificação e remoção do animal com comportamento de caudofagia tem sido su-
gerida por produtores como sendo a medida de intervenção mais eficiente (VALROS et al., 
2016), sendo isto apoiado em outros estudos (ZONDERLAND et al., 2011). No entanto, iden-
tificar o animal causador nem sempre é fácil, além de que muitos animais em uma mesma 
baia podem estar apresentando o comportamento (VALROS, 2017).
Ademais, também tem disso recomendada a retirada dos animais afetados na baia, 
alojando-os em baias separadas dos demais, medicando-os com antibiótico, bem como 
realizando a imersão da cauda em medicamentos de uso veterinário que propiciem a cica-
trização do ferimento (SCHRODER-PETERSEN; SIMONSEN, 2001).
CONCLUSÃO
A caudofagia é um comportamento anormal de origem multifatorial. Como forma de 
redução deste comportamento, a inclusão de enriquecimento ambiental, melhorias na am-
biência, nutrição e saúde dos animais, bem como o corte de cauda aliado aos demais fatores, 
são estratégias muitas vezes efetivas quando empregadas corretamente.
REFERÊNCIAS
1. ABPA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL. Relatório anual 2021. São 
Paulo, 75p. Disponível em: https://abpa-br.org/wp-content/uploads/2021/04/ABPA_Relato-
rio_Anual_2021_web.pdf. Acesso em: 11 jan. 2021.
https://abpa-br.org/wp-content/uploads/2021/04/ABPA_Relatorio_Anual_2021_web.pdf
https://abpa-br.org/wp-content/uploads/2021/04/ABPA_Relatorio_Anual_2021_web.pdf
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
110
2. BRAGA, D. P.; DEL’ARCO, A. E.; DIAS, R. C. Condenação de carcaças suínas por caudofagia 
em frigorífico sob Inspeção Federal no município de Concórdia, Santa Catarina. Acta Scientiae 
Veterinariae, v. 34, n. 3, p. 319-323, 2006.
3. BRAGA, J. S. et al. O modelo dos “cinco domínios” do bem-estar animal aplicado em sistemas 
intensivos de produção de bovinos, suínos e aves. Zoociências, v. 19, n. 2, p. 204-226, 2018.
4. BRAMBELL, F. W. R. Report of the technical committee to enquire into the welfare of ani-
mals kept under intensive livestock husbandry systems. London: Her Majesty’s Stationery 
Office. Command Paper 2836, 1965.
5. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Instrução Normativa 
n°113/2020. 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-
-113-de-16-de-dezembro-de-2020-294915279. Acesso em: 20 jan. 2022.
6. CAMPOS, J. A. et al. Enriquecimento ambiental para leitões na fase de creche advindos de 
desmame aos 21 e 28 dias. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 5, n. 2, p. 272-278, 
2010.
7. CARVALHO, C. M. C. et al. Bem-estar na suinocultura. Revista Eletrônica Nutritime, v. 11, 
n. 2, p. 2272-2286, 2013.
8. CFMV – Conselho Federal de Medicina Veterinária. Resolução nº 877, de 15 de fevereiro de 
2008. Dispõe sobre os procedimentos cirúrgicos em animais de produção e em animais silves-
tres; e cirurgias mutilantes em pequenos animais e dá outras providências. 2008. Disponível em:
9. https://www.normasbrasil.com.br/norma/resolucao-877-2008_108008.html. Acesso em 11 jan. 
2022.
10. DALLA COSTA, O. A. et al. Corte da cauda em leitões: estudo comparativo de dois métodos. 
Comunicado Técnico/173/EMBRAPA–CNPSA, Concordia: EMBRAPA-CNPSA, p. 1-3, 1991.
11. D’EATH, R. B. et al. Injurious tail biting in pigs: how can it be controlled in existing systems 
without tail docking? Animal, v. 8, p. 1479-1497, 2014.
12. DE BLAS, C. et al. Necesidades nutricionales para ganado porcino normas FEDNA, 2ª ed. 
Madrid: Fundación Española para el Desarrollo de la Nutrición Animal, 2013.
13. DIAS, C. P.; DA SILVA, C. A.; MANTECA, X. Ações europeias e brasileiras voltadas para a 
melhoria do bem-estar dos suínos. Ciência Animal, p. 6-17, 2015a.
14. DIAS, C. P.; SILVA, C. A.; MANTECA, X. Efeitos do alojamento no bem-estar de suínos em 
fase de crescimento e terminação. Ciência Animal, v. 25, n. 1, p. 76-92, 2015b.
15. DIAS, C. P.; DA SILVA, C. A.; MANTECA, X. Bem-estar dos suínos. Londrina: [s. n.], 2014. 
403 p. ISBN 978-85-8396-014-0.
16. EFSA - European Food Safety Authority. Scientific Opinion of the Panel on Animal Health and 
Welfare on a request from commission on the risks associated with tail biting in pigs and possi-
ble means to reduce the need for tail docking considering the different housing and husbandry 
systems. EFSA Journal, n. 611, p. 1-13, 2007.
17. EFSA - European Food Safety Authority. Scientific opinion concerning a multifactorial approach 
on the use of animal and non-animal-based measures to assess the welfare of pigs. EFSA 
Journal, 12 (3702), 2014.
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-113-de-16-de-dezembro-de-2020-294915279https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-113-de-16-de-dezembro-de-2020-294915279
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
110 111
18. EQUIPE TÉCNICA MS SCHIPPERS. Joga na baia! – Dicas de enriquecimento ambiental. 
2021. Disponível em: https://schippers.com.br/blog-joga-na-baia-dicas-de-enriquecimento-am-
biental/. Acesso em: 10 jan. 2022.
19. FAWC - FARM ANIMAL WELFARE COUNCIL. FAWC updates the five freedoms. Veterinary 
Records, London, v. 17, p. 357, 1992.
20. FERREIRA, R. A. Maior produção com melhor ambiente: para aves, suínos e bovinos. 3. 
ed. Viçosa: Aprenda Fácil Editora, 2016. 528 p.
21. FOPPA, L. et al. Enriquecimento ambiental em suinocultura. In.: RIBAS, J. C. R.; DIAS, C. 
P.; LUDTKE, C. B.; BUSS, L. P. Suinocultura: uma saúde e um bem-estar. Brasília. AECS, 
2020. cap. 12, p. 227-245.
22. FOPPA, L. et al. Pig’s behavioral response in nursery and growth phases to environmental 
enrichment objects. Spanish Journal of Agricultural Research, v. 16, n. 3, e0507, 2018.
23. FRANCO, A. R. C. Acompanhamento das tarefas do médico veterinário oficial-monitori-
zação do corte de cauda e das lesões por mordedura de cauda em suínos no matadouro. 
2020. Relatório final de estágio. Mestrado Integrado em Medicina Veterinária. Universidade 
do Porto. Porto. 2020.
24. FRASER, D; BERNON, D. E.; BALL, R. O. Enhanced attraction to blood by pigs with inade-
quate dietary protein supplementation. Canadian Journal of Animal Science, v. 71, n. 3, p. 
611-619, 1991.
25. GUY, J. H. et al. Behaviour of two genotypes of growing-finishing pigs in three different housing 
systems. Applied Animal Behaviour Science, v. 75, p. 93-206, 2002.
26. GUY, J. H. et al. The effect of combining different environmental enrichment materials on enri-
chment use by growing pigs. Applied Animal Behaviour Science, v. 144, n. 3-4, p. 102–107, 
2013.
27. HIGUERA, M. A. Sanidade: Como é que se pode deixar de cortar rabos de forma rotineira?. 
2019. Disponível em: https://www.3tres3.com.pt/artigos/como-e-que-se-pode-deixar-de-cortar-
-rabos-deforma-rotineira_12357/. Acesso em: 20 jan.2022.
28. KRITAS, S. K.; MORRISON, R., B. An observational study on tail biting in commercial grower-
-finisher barns. Journal of Swine Health and Production, v. 12, n. 1, p. 17-22, 2004.
29. LASKOSKI, F. et al. Effects of pigs per feeder hole and group size on feed intake onset, growth 
performance, and ear and tail lesions in nursery pigs with consistent space allowance. Journal 
of Swine Health and Production, v. 27, n. 1, p. 12–18, 2019.
30. LOPES, R. T. Influência do corte de cauda na prevalência de lesões provocadas por mor-
dedura nas fases de recria e engorda em suínos. 2020. Tese de Doutorado. Universidade 
de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária. Lisboa. 2020.
31. MOINARD, C. et al. case control study of on-farm risk factors for tail biting in pigs. Applied 
Animal Behaviour Science, v. 81, n. 4, p. 333-355, 2003.
32. MORÉS, M. A. Z. Anatomopatologia e bacteriologia de lesões pulmonares responsáveis por 
condenações de carcaças em suínos. 2006. Dissertação apresentada ao Curso de pós-gra-
duação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2006.
https://schippers.com.br/blog-joga-na-baia-dicas-de-enriquecimento-ambiental/
https://schippers.com.br/blog-joga-na-baia-dicas-de-enriquecimento-ambiental/
https://www.3tres3.com.pt/artigos/como-e-que-se-pode-deixar-de-cortar-rabos-deforma-rotineira_12357/
https://www.3tres3.com.pt/artigos/como-e-que-se-pode-deixar-de-cortar-rabos-deforma-rotineira_12357/
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
112
33. MUNSTERHJELM, C. et al. Health parameters in tail biters and bitten pigs in a case–control 
study. Animal, v. 7, n. 5, p. 814-821, 2013.
34. OIE - World Organization for Animal Health. Terrestrial Animal Health Code. 2019. Dis-
ponível em: https://www.oie.int/es/que-hacemos/normas/codigos-y-manuales/acce-
so-en-linea-al-codigo-terrestre/?id=169&L=1&htmfile=chapitre_aw_introduction.htm. Acesso 
em: 24 fev. 2022.
35. PIEROZAN, C. R. et al. Producers’ knowledge and perception about environmental enrichment 
and materials used in pig farms. Revista Brasileira de Zootecnia, v- 49: e20190250, 2020.
36. PUTTEN, VAN G. An investigation into tail biting among fattening pigs. British Veterinary 
Journal, v. 125, p. 511-516, 1969.
37. RENGGAMAN, A. et al. Development of pig welfare assessment protocol integrating animal-, 
environment-, and management-based measures. Journal of Animal Science and Techno-
logy, v. 57, p. 1-11, 2015.
38. SANTOS, P. A. et al. Avaliação dos sistemas de aquecimento a gás e a lenha para frangos de 
corte. Revista Ceres, v. 56, n. 2, p. 009- 017, 2009.
39. SCHRODER-PETERSEN, D. L.; SIMONSEN, H. B. Tail biting in pigs. The Veterinary Journal, 
v. 162, n. 3, p. 196-210, 2001.
40. SCOLLO, A. et al., 2013. Tail docking and the rearing of heavy pigs: The role played by gender 
and the presence of straw in the control of tail biting. Blood parameters, behaviour and skin 
lesions. Research in Veterinary Science, v. 95, n. 2, p. 825-830.
41. SCOLLO, A.; CONTIERO, B.; GOTTARDO, F. Frequency of tail lesions and risk factors for tail 
biting in heavy pig production from weaning to 170 kg live weight. The Veterinary Journal, v. 
207, p. 92-98, 2016.
42. SCOTT, K. et al. Influence of different types of environmental enrichment on the behaviour of 
finishing pigs in two different housing systems. 3. Hanging to versus rootable toy of the same 
material. Applied Animal Behaviour Science, v. 116, p. 186–190, 2009.
43. SIMONSEN, H. B.; KLINKEN, L.; BINDSEIL, E. Histopathology of intact and docked pigtails. 
British Veterinary Journal, v. 147, n. 5, p. 407-412, 1991.
44. SOBESTIANSKY, J; ZANELLA, E. Formas anormais de comportamento. In: SOBESTIANSKY, 
J; BARCELLOS, D. Doenças dos Suínos. 2ª ed. Goiânia: Cânone Editorial, p. 693-710, 2012.
45. SONODA, L. T. et al. Tail biting in pigs - causes and management intervention strategies to 
reduce the behavioural disorder. A review. Berl Munch Tierarztl Wochenschr, v. 126, n. 3-4, 
p. 104-12, 2013.
46. STEIGER, A. Ethologische beuteilung der aufstallungssysteme in der schweinemast. In: World 
Congress on Ethology Applied to Zootechnics, 1º. Madri. Anais... Madri: Garsi. 1978. p.227–234.
47. TAYLOR, N. R. et al. Tail-biting: a new perspective. The Veterinary Journal, v. 186, p. 137-
147, 2010.
48. VALROS, A.; HEINONEN, M. Save the pig tail. Porcine Health Management, v. 1, p. 2, 2015.
https://www.oie.int/es/que-hacemos/normas/codigos-y-manuales/acceso-en-linea-al-codigo-terrestre/?id=169&L=1&htmfile=chapitre_aw_introduction.htm
https://www.oie.int/es/que-hacemos/normas/codigos-y-manuales/acceso-en-linea-al-codigo-terrestre/?id=169&L=1&htmfile=chapitre_aw_introduction.htm
Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas - ISBN 978-65-5360-087-4 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 3 - Ano 2022
112 113
49. VALROS, A. et al. Managing undocked pigs - on-farm prevention of tail biting and attitudes 
towards tail biting and docking. Porcine Health Management, v. 2, p. 2, 2016.
50. VALROS, A. Tail biting. In: ŠPINKA, M. Advances in Pig Welfare. Duxford: Woodhead Pu-
blishing, 2017. cap. 5, p. 137-166
51. VAN DE WEERD, H. A. et al. A systematic approach towards developing environmental enri-
chment for pigs. Applied Animal Behaviour Science, v. 84, p. 101-118, 2003.
52. VAN DE WEERD, H. A. et al. Effects of species-relevant environmental enrichment on the 
behaviour and productivity of finishing pigs. Applied Animal Behaviour Science, v. 99, p. 
230–247, 2006.
53. ZONDERLAND, J. J. et al. Individual piglets’ contribution to the development of tail biting. 
Animal, v. 5, p. 601-607, 2011.
54. ZWICKER, B. et al. Short- and long-term effects ofeight enrichment materials on the behaviour 
of finishing pigs fed ad libitum or restrictively. Applied Animal Behaviour Science, v. 144, p. 
31-38, 2013.

Continue navegando