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Importancia do Bem-Estar na Suinocultura

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1 
 
CUNHA, T¹. CHIARINI, C¹. SOAVE, N¹. GUIROTO, F¹. PACOLA, G². 
 
Medicina Veterinária – Faculdade de Americana. 
 
A Importância do Bem-estar Animal na Suinocultura. 
The Importance of Welfare in Swine Culture. 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O objetivo desse trabalho foi apontar 
o bem-estar animal na suinocultura que é 
baseada na adoção de práticas mais 
humanitárias em todas as fases da cadeia 
produtiva ou seja, do nascimento ao abate. 
Essa prática tende a oferecer cuidados 
desde o ambiente em que os animais vivem 
até a forma como é feito o seu abate. As 
adesões dessas técnicas na rotina das 
granjas apresentam benefícios não apenas 
para os suínos, mas também para os 
proprietários e, inclusive, no lucro final. 
Utilização de padrões com foco no bem-
estar animal coincide com ganhos de 
produtividade. 
 
Palavras chaves: Suinocultura, suínos, 
bem-estar animal. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The objective of this work was to point 
out animal welfare in pig farming, which is 
based on the adoption of more humanitarian 
practices in all stages of the production 
chain, that is, from birth to slaughter. This 
practice tends to offer care from the 
environment in which the animals live to the 
way they are slaughtered. The adhesion of 
these techniques in the routine of the farms 
presents benefits not only for the pigs, but 
also for the owners and, even, in the final 
profit. Use of standards with a focus on 
animal welfare coincides with productivity 
gains. 
 
Keywords: Pig farming, pigs, animal 
welfare. 
 
 
 
 
CUNHA, T¹; CHIARINI, C¹; SOAVE, N¹; 
GUIROTO, F¹; PACOLA, G². 
 
¹ Graduandas da Disciplina Etiologia e Bem-Estar Animal - Faculdade de Medicina Veterinária – 
FAM/Americana, SP. 
² Docente da Disciplina de Etiologia e Bem-Estar Animal – Faculdade de Medicina Veterinária – 
FAM/Americana, SP. 
 
2 
 
CUNHA, T¹. CHIARINI, C¹. SOAVE, N¹. GUIROTO, F¹. PACOLA, G². 
INTRODUÇÃO 
 
A suinocultura é a segunda atividade 
mais praticada e com maior crescimento no 
mercado nos dias atuais, e isso ocorre pois 
é o tipo de carne que é mais consumido 
mundialmente (ABARAUJO, 2020). 
No entanto, apesar destes animais 
geralmente serem destinados para o 
consumo alimentício, são necessários 
muitos cuidados em cada fase de seu 
crescimento, tendo em mente o manejo e o 
bem-estar dos mesmos. Levando em 
consideração que a maioria dos suínos irá 
passar grande parte de sua vida em 
instalações, é necessário proporcionar um 
ambiente que o permita apresentar um 
comportamento natural, e que lhe garanta 
satisfação e supra suas necessidades 
básicas. 
É preciso mantê-los livres de sede, 
fome, desconforto, medo e estresse, e fazer 
com que tenham uma boa nutrição, saúde 
(evitando dor, injúrias e enfermidades) e que 
possam se expressar de forma normal. Além 
disso, é importante se atentar com o bom 
manejo sanitário, ou seja, realizar a limpeza 
das baias, bebedouros, comedouros; 
temperatura do ambiente adequada; 
enriquecimento ambiental; fornecimento de 
alimento de boa qualidade e fonte de água 
limpa; comportamentos estereotipados 
(ligados ao estresse); realização dos 
métodos de profilaxias (vacinas) e de outros 
procedimentos que irão contribuir no 
desenvolvimento desses animais. 
 
 
 
 
BEM-ESTAR ANIMAL 
 
A Suinocultura é uma unidade de 
sistema de criação de suínos em que a 
maioria são mecanizadas e o animal passa 
toda a sua vida em instalações fechadas, 
muitas vezes isolado dos outros suínos e em 
espaço reduzido e, com isso, gerando 
diversas situações de estresse 
(HEMSWORTH et al., 1989). 
Para avaliar o bem-estar dos animais 
é necessário que sejam avaliadas diferentes 
variáveis que interferem na vida dos 
animais. Para isso, o Comitê Brambell 
desenvolveu o conceito das Cinco 
Liberdades, que foram aprimoradas pelo 
Farm Animal Welfare Council – Fawc 
(Conselho de Bem-estar na Produção 
Animal) do Reino Unido e têm sido adotadas 
mundialmente (LUDTKE, 2010). 
As cinco liberdades são: 
-Livres de sede, fome e má-nutrição; 
-Livres de desconforto; 
-Livres de dor, injúria e doença; 
-Livres para expressar seu comportamento 
normal; 
-Livres de medo e estresse. 
Confinamento intensivo, isolamento 
social, ausência de substrato ou 
enriquecimento, fome, alta densidade, 
agressão de animais dominantes, 
monotonia do ambiente, mutilação, baixa 
qualidade do ar são todos os fatores 
causadores de estresse que podem levar os 
animais a redirecionar o seu comportamento 
natural para estereotipias (MACHADO 
FILHO e HÕTZEL, 2000). 
 
 
3 
 
CUNHA, T¹. CHIARINI, C¹. SOAVE, N¹. GUIROTO, F¹. PACOLA, G². 
SISTEMA INTENSIVO DE CRIAÇÃO DE 
SUÍNOS 
 
No sistema intensivo de suínos, os 
animais passam toda sua vida em 
instalações fechadas com espaço reduzido 
gerando diversas situações de estresse. 
Esse sistema valoriza muito pouco o bem-
estar animal e isso pode ser melhorado 
através do “enriquecimento ambiental” que 
consiste em incluir melhorias no sistema de 
confinamento tornando o ambiente mais 
adequado aos animais. 
Segundo Costa et al. (2005), podem 
ser consideradas como medidas de 
enriquecimento ambientais: 
a) Utilização de baias coletivas para porcas 
em gestação (após 35 dias de gestação ou 
todo período); 
 b) Melhora nas celas de parição 
(aumentando a área, melhorando os 
bebedouros e comedouros); 
c) Colocação de objetos como correntes e 
“brinquedos” sobre as baias para quebrar a 
monotonia do ambiente. 
d) Manejo diário com os animais 
(alimentação, limpeza das baias e vistoria 
do plantel) de maneira que o tratador se 
relacione com os animais sem gritos, 
agressões e violência, conversando e com 
contato físico com os suínos e do uso de 
uniformes. 
e) Da melhor qualificação da mão de obra 
com ênfase ao bem-estar dos animais, meio 
ambiente e segurança alimentar e da 
utilização da mão de obra feminina na 
maternidade e creche. 
 
 
FASES DE CRESCIMENTO E 
TERMINAÇÃO 
 
Na suinocultura, podemos dividir as 
fases de crescimento em quatro, sendo elas: 
reprodução/gestação, maternidade, creche 
e engorda/terminação. 
Na fase de reprodução, as fêmeas 
(matrizes) são cobertas pelos machos, e 
passarão aproximadamente três meses, 
três semanas e três dias gestacionando 
(144 dias, no total). Quando estiverem 
prestes a parir, as mesmas serão 
transferidas à sala de maternidade e lá 
permanecerão por cerca de quatro semanas 
(até se acostumarem com o ambiente), onde 
darão à luz aos leitões em local protegido. 
Importante ressaltar que após o nascimento, 
deve ser realizado o manejo ideal, como: a 
limpeza do animal para a retirada das 
membranas fetais; auxílio (se necessário) 
na primeira mamada para a certificação da 
ingestão do colostro; corte e sepsia do 
umbigo, ente outros. 
Quando os filhotes forem 
desmamados (com 8 Kg), serão colocados 
na creche até que completem 
aproximadamente 8 a 10 semanas de vida e 
atinjam em torno de 20 Kg. Para a última 
fase, os animais serão alimentados até que 
atinjam o peso ideal de mercado (100/120 
Kg), e geralmente serão vendidos com cinco 
a seis meses de idade. 
Pensando no bem-estar animal e/ou 
também no produto final, é essencial que 
sejam feitos enriquecimentos ambientais 
com palhas ou correntes nos locais em que 
os leitões irão crescer, a fim de minimizar os 
fatores de estresse e proporcionar um 
ambiente saudável. Além disso, deve ser 
4 
 
CUNHA, T¹. CHIARINI, C¹. SOAVE, N¹. GUIROTO, F¹. PACOLA, G². 
feito um manejo sanitário adequado (nas 
baias, bebedouros, entre outros), manter 
uma boa temperatura (para não haver 
estresse térmico) e implantar medidas de 
biosseguridade. 
 
CORTE DE CALDA 
 
Quando se trata de criadores de 
suínos, ou reprodutores, é importante 
ressaltar que o manejo é uma das coisas 
essenciais para se obter o sucesso. Por 
viverem juntos, alguns animaisacabam 
brigando o que causa o canibalismo, os 
animais acabam comendo caudas e orelhas 
uns dos outros, e por esse motivo, é 
necessário a realização da caudectomia, 
que é a realização do corte do último terço 
da cauda dos suínos, sendo uma medida 
preventiva para que não cause danos 
maiores para eles. 
O corte da cauda deve ser realizado 
nos primeiros três dias de vida do leitão, 
com um alicate desinfetado, cortando o 
ultimo terço de uma vez e aplicar o iodo para 
desinfecção do local a ser realizado o 
procedimento. 
Outra medida utilizada é o uso de um 
soldador elétrico, sua extremidade é 
semelhante a um machado que se aquece 
quando o aparelho está ligado, a cauda do 
animal fica esticada em cima de uma tábua 
e em uma única vez se faz o corte. Há 
também o método onde a cauda é 
esmagada e consequentemente ela cairá, 
evitando a hemorragia. 
Assim como esses métodos de corte 
de cauda, existem outros e sua real intenção 
é inibir o desencadeamento de canibalismo 
entre os animais; é aconselhável utilizar 
métodos que visem o bem-estar do animal, 
ou que chegue mais perto disso, é 
necessário escolher um método que 
possibilite o corte e a cicatrização 
conjuntamente. 
O papel do veterinário é de suma 
importância para que complicações futuras 
não causem a queda na produção e a morte 
dos animais, vale lembrar que nem todos 
utilizam essa técnica. 
 
CASTRAÇÃO 
 
A castração para os leitões é utilizada 
como prática de manejo na suinocultura. Os 
leitões devem ser castrados por volta dos 12 
dias de idade; O abate só deverá ser 
realizado após 45 dias da castração 
realizada. Conforme o Decreto-Lei n.º 
135/2003, de 28 de junho devem ser 
castrados mais novos pois o procedimento é 
menos traumático e pelos animais serem 
novinhos, sua cicatrização é mais rápida. 
Os suínos machos que são 
produzidos para a finalidade de abate no 
Brasil devem ser castrados, sendo o motivo 
principal o forte odor, conhecido como “odor 
sexual”, causado pelo Androsterona e o 
Escatol. 
O Androsterona é encontrado nos 
testículos onde é transportado pelo sangue 
até as glândulas salivares, lá atua no 
comportamento sexual, sendo um esteroide 
metabólico da testosterona; já o Escatol é 
acumulado na gordura do animal na medida 
em que eles amadurecem causando o 
“odor” do macho inteiro, onde o sabor da 
5 
 
CUNHA, T¹. CHIARINI, C¹. SOAVE, N¹. GUIROTO, F¹. PACOLA, G². 
carne fica amarga e extremamente 
desagradável para o consumidor. 
Assim como o lado positivo, a 
castração também tem seu lado negativo, 
devido à queda de hormônio anabolizante 
natural, há como consequência o aumento 
de tecido adiposo e uma queda na condição 
produtiva desses animais em vista de 
fêmeas inteiras. 
Há diversos métodos que podem ser 
adotados para a castração dos leitões, 
dentre as técnicas está a cirúrgica, uma das 
mais praticadas em suínos, com ação direta 
nos testículos, impedindo a produção de 
espermatozoide o que limita o odor na carne 
e diminui o comportamento sexual. 
Pode ser realizado também outra 
castração cirúrgica, chamada de inguinal, 
onde é tracionado o cordão espermático, 
expondo os testículos envoltos na túnica 
vaginalis e com o bisturi se faz a raspagem 
dos cordões para ruptura suave, porém, não 
é tão utilizada devido ao estresse que os 
animais são submetidos e em alguns países 
é proibido. 
A imunocastração é uma forma de 
castração através de uma vacina injetável, 
modificando o hormônio liberador da 
gonadotrofina (GnRH) estimulando os 
anticorpos do animal contra o GnRH. É uma 
vacina onde sua vantagem está 
correlacionada com o efeito anabólico dos 
hormônios; 
As doses devem ser aplicadas em 
2mL, via subcutânea, no pescoço logo atrás 
da orelha; A primeira dose é realizada com 
18 semanas de vida, e a segunda dose deve 
ser aplicada de quatro a cinco semanas 
antes do abate; após a segunda, se observa 
cerca de um declínio de 90% da 
testosterona. 
É importante lembrar que no Brasil o 
abate de suínos machos inteiros é 
totalmente proibido e restrita somente ás 
granjas, que desenvolvem programas de 
melhoramento genético, o que consta na 
legislação Brasileira devido o artigo 121 do 
RIISPOA, Decreto 30.691 de 29.03.1952, 
alterado pelo Decreto 1255 de 25.06.1962. 
 
CORTE DE DENTES 
 
O desgaste dos dentes dos leitões 
recém-nascidos é uma prática muito comum 
na criação de suínos, e tem como objetivo a 
redução de lesões na glândula mamária das 
matrizes, lesões cutâneas na face dos 
leitões, agressão de machos castrados, o 
canibalismo, entre outros. Geralmente, as 
brigas dos leitões ocorrem a fim de 
disputarem pelos tetos que mais produzem 
leite. São mais evidentes em casos de 
leitegadas maiores, produção baixa de leite 
e da grande variação de peso da leitegada 
(ao nascer), e tem seu pico 3 horas após o 
parto. 
Os dentes 3º incisivos e caninos 
decíduos serão desgastados pós-parto, e no 
primeiro mês de vida, os primeiros incisivos 
decíduos e 3º e 4º pré-molares decíduos 
irão germinar. No segundo a terceiro mês, o 
2º pré-molar e 2º incisivo decíduos eclodem, 
e completam a dentição decídua. 
O primeiro dente permanente vai 
eclodir ao redor dos seis meses de idade, e 
estará completa até os 18 meses de idade 
(1ano e 6 meses). Para o manejo dentário, 
6 
 
CUNHA, T¹. CHIARINI, C¹. SOAVE, N¹. GUIROTO, F¹. PACOLA, G². 
atualmente há três alternativas: realizar o 
desgaste dos dentes com degastador 
(pedra porosa rotativa), cortar os dentes 
com alicate (específico), ou manter os 
dentes intactos. 
No entanto, a realização do mesmo 
tem sido bastante criticado devido a dor e 
redução de bem-estar do animal, já que no 
período de aleitamento, os leitões e as 
matrizes apresentam bastante dor, que 
acarretará em estresse e 
consequentemente, diminuição na taxa de 
peso ao desmame e em outros aspectos. 
Além disso, sabe-se que tal técnica 
(quando feita nas primeiras 24 horas de 
vida) levará a uma fratura no esmalte 
dentário e uma exposição pulpar direta, 
ocasionando uma colonização bacteriana 
que pode evoluir para um caso de abscesso 
periapical. Alguns observam que o desgaste 
é importante para o desempenho dos leitões 
na maternidade, e quando bem executados, 
também podem interferir positivamente na 
saúde das matrizes, a realização do mesmo 
torna-se um procedimento importante. 
Porém, nota-se que não há ganho de 
peso significante na maternidade e creche 
quando é realizado o desgaste; leitões com 
dentes intactos apresentam menor taxa de 
mortalidade e redução do volume de serviço 
na maternidade; devido ao estresse 
causado aos animais, há ocorrência de 
ferimentos induzidos pelo homem na hora 
do procedimento. Portanto, visando o bem-
estar e o fato de que tal realização não 
gerou melhorias significativas, o ideal seria 
eliminar o manejo dos dentes dos leitões. 
 
 
 
MATRIZES 
 
Na fase de gestação as matrizes são 
colocadas em celas que são feitas de barra 
de metal e possuem espaço extremamente 
limitado que as porcas não conseguem nem 
mesmo se virar. As matrizes são confinadas 
a estas celas durante as 16 semanas e meia 
de prenhes. 
Após esse período, as matrizes vão 
para uma área da granja determinada como 
maternidade, onde são confinadas em celas 
de parição, e depois voltam para celas de 
gestação até serem descartadas. Isto 
significa que as matrizes ficam isoladas 
desta forma durante a maior parte de suas 
vidas. 
Os estudiosos têm desafiado e 
intimado a cadeia produtiva a levar em 
consideração seguintes aspectos básicos 
visando proporcionar maior conforto ás 
fêmeas (SOBESTIANSKY et al, 2003): 
- A fêmea gestante deve possuir condições 
de deitar em decúbito, sem que o aparelho 
mamário fique em contato com a cela 
adjacente, ou seja, devem ser evitados 
quaisquer tipos de compressão do aparelho 
mamário contra paredes, barrasde ferro ou 
outros tipos de barreiras. • A cabeça da 
fêmea gestante não pode ficar apoiada 
sobre o comedouro frontal da cela gestante. 
- O posterior das fêmeas não pode ficar em 
contato permanente com a estrutura de 
sustentação traseira da cela de gestação. 
- A fêmea gestante deve ter condições de 
levantar sem nenhum tipo de impedimento. 
Estudos mostram que as celas infligem uma 
série de problemas de saúde e de bem-estar 
em matrizes como o contato social, 
7 
 
CUNHA, T¹. CHIARINI, C¹. SOAVE, N¹. GUIROTO, F¹. PACOLA, G². 
estereotipias, desconforto físico e falta de 
exercício. 
 
BEM-ESTAR NA FASE DE PRÉ-ABATE 
 
As operações pré-abate abrangem 
todo o manejo envolvido antes do abate do 
animal, tanto na coleta, embarque e 
transporte para o frigorífico, como na 
recepção, seleção, espera e condução ao 
abate. 
 
Jejum Pré-abate 
 
O jejum pré-abate é uma atividade 
desejada e de relevância na cadeia 
produtiva dos suínos (PELOSO, 2002). Esta 
prática resume-se na retirada dos alimentos 
sólidos (ração) aos suínos de 18 à 24h, no 
entanto, os suínos devem ter à sua 
disposição água de boa qualidade 
(FAUCITANO, 2000). 
Alimentar o animal antes do 
transporte, é desaconselhável pois o 
estresse digestivo normalmente leva o 
animal à morte. A ração administrada nas 
últimas 10 horas não agrega à carcaça e o 
estresse do transporte combinado com 
estômago cheio promove a proliferação de 
espécies de Salmonela spp. no intestino e 
sua excreção no ambiente, comprometendo 
a segurança alimentar (BONOTTO, 2013). 
No manejo pré-abate, o jejum é 
fundamental, pois contribui em diversos 
aspectos, tais como: economia de ração, 
redução da taxa de mortalidade durante o 
transporte, diminuição do volume de dejetos 
e nas ocorrências vômitos durante o 
transporte, facilita e aumenta a velocidade 
do processo de evisceração na linha de 
abate no frigorífico e possibilita maior 
segurança alimentar (DALLA COSTA, 2006; 
FAUCITANO, 2000; PELOSO, 2002). 
 
Coleta e Embarque 
 
É recomendável que os animais 
destinados ao abate sejam separados do 
rebanho principal e permaneçam em uma 
instalação fora do setor de engorda e 
terminação, localizada, preferencialmente, 
em local de fácil acesso. Isto facilita a 
execução do jejum e a identificação dos 
animais, quando necessário, bem como a 
operação de coleta (SILVEIRA, 2006). 
A condução dos animais para o 
veículo de transporte deve ser realizada em 
corredores com largura suficiente para que 
os animais caminhem lado a lado sem 
comprimirem um ao outro excessivamente. 
O piso deve ser de material antiderrapante 
em toda a extensão. Os animais embarcam 
com maior facilidade no veículo quando a 
rampa de acesso e carroceria estão no 
mesmo nível (SILVEIRA, 2006). 
 
Transporte 
 
O transporte é uma atividade nova 
para os suínos e por isso pode provocar 
medo e várias novas condições de estresse, 
como barulhos e cheiros diferentes, 
vibrações e mudanças súbitas na 
velocidade do caminhão, variação da 
temperatura ambiental e menos espaço 
social ambiental (FAUCITANO, 2000). 
O caminhão que irá transportar os 
animais deve estar limpo, higienizado e 
desinfetado, antes de chegar à propriedade, 
assim, evitando a exposição dos 21 animais 
8 
 
CUNHA, T¹. CHIARINI, C¹. SOAVE, N¹. GUIROTO, F¹. PACOLA, G². 
a eventuais agentes contaminantes. Deve 
ser efetuado com calma, de preferência 
durante a noite, sempre aproveitando as 
horas mais frescas ou de menor 
temperatura. Quando for em estradas não 
pavimentadas ou irregulares, o cuidado do 
transporte deve ser redobrado (EMBRAPA, 
2003). 
O excesso de animais (sobrecarga), 
além de desconforto para os suínos, gera 
para os frigoríficos carcaças escoriadas, 
fraturadas, arranhadas e que podem ainda 
conter carne de qualidade, e isto pode 
acontecer quando são desrespeitadas as 
normas de transporte de suínos vivos, 
quando a densidade populacional dos 
suínos transportados é alta resultará em 
desconforto, pois nem todos são capazes de 
deitar, alguns sentarão sobre os outros, 
posição essa que causa dispneia. Para 
livrar-se dessa situação, os animais fazem 
um tipo de alongamento, colocando seus 
pés dianteiros sobre outros. Outra 
dificuldade refere-se à troca térmica a que o 
suíno é particularmente sensível, além das 
condições favoráveis ao bem-estar do 
animal, como a ventilação e o tempo do 
transporte (SILVEIRA, 2006). 
 
Desembarque 
 
Ao chegarem ao frigorífico os suínos 
devem ser descarregados com auxílio de 
rampas móveis que devem ter no máximo 
20°C, e também serem dirigidos as pocilgas, 
onde também será realizado o descanso, 
que varia de 4 a 5 horas. Os suínos devem 
ser descarregados imediatamente para que 
a temperatura interna da carroceria do 
caminhão não aumente e seja prejudicial à 
qualidade da carne (MONDELLI, 2000). 
Os suínos devem ser desembarcados 
no frigorífico o mais rápido possível, caso 
contrário, o caminhão deve ter ventilação 
adequada (DALLA COSTA, 2006). 
O estresse do desembarque é 
semelhante ao do embarque. Ao chegaram 
no frigorífico, os suínos estão extremamente 
cansados ou 22 estressados devido ao 
manejo do transporte que foram 
submetidos. Assim, esses animais precisam 
eliminar o excesso de ácido lático 
acumulado nos músculos e restabelecer o 
seu equilíbrio homeostático que somente 
pode ser alcançado com a submissão dos 
suínos a períodos de descanso adequado 
(FAUCITANO, 2000). 
As baias de espera além de garantir 
fluxo continuo do sistema de abate do 
frigorífico, esse período de descanso (sob 
dieta hídrica) permite a recuperação do 
desgaste físico ocasionado durante o 
manejo pré-abate (VAN DE WAL, 1997). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Concluímos que a importância do 
bem-estar para os animais, não só de 
suínos, mais em geral, é de extrema 
importância e necessidade. 
O bem-estar animal condiz com a 
qualidade de vida que o animal leva, como 
ele consegue reagir ao ambiente em que ele 
vive, não só em relação a suas condições 
físicas e de saúde mais também em relação 
ao seu psicológico, sendo livre para 
expressar qualquer tipo de comportamento. 
Sabemos que existem diversas formas para 
proporcionar o bem-estar, podemos 
9 
 
CUNHA, T¹. CHIARINI, C¹. SOAVE, N¹. GUIROTO, F¹. PACOLA, G². 
fornecer o mesmo em diversas situações e 
condições para que eles tenham uma 
aceitação melhor do “novo” e se adaptem da 
forma mais natural possível. 
As cinco liberdades é a regra a ser 
seguida dentro do bem-estar para que se 
tenha um resultado positivo. Só assim, 
conseguiremos fornecer o melhor para os 
animais. 
Nós seres humanos queremos viver 
em conforto, seguro e bem nutridos, 
devemos fornecer tudo isso e ainda mas 
para os animais, não só os de produção 
como os domésticos, pois todos devem viver 
e ter o direito de ter uma vida digna. 
 
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ADAMS, T.E. USING GONADOTROPIN-
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CRIAÇÃO. ATUALIZADO EM: 09 DE MARÇO DE 
2020. DISPONÍVEL EM:< 
HTTPS://WWW.ABARAUJO.COM/BLOG/CRIACA
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2020. 
 
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