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Aula 04
SEC-BA (Professor de Geografia)
Conhecimentos específicos - 2022
(Pré-Edital)
Autor:
Sergio Henrique
21 de Abril de 2022
05303426343 - João Batista Gomes do Amaral
 
 
 
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SUMÁRIO 
00. Bate Papo Inicial .......................................................................................................... 3 
1. Agricultura: Aspectos Gerais e Limitantes Físicos ........................................................... 4 
2. Solos .............................................................................................................................. 7 
2.1. Os Solos do Brasil ....................................................................................................................... 8 
3. Agronegócio ................................................................................................................. 10 
3.1. A Biotecnologia ........................................................................................................................ 11 
3.2. Produção de Alimentos Modificados Geneticamente .............................................................. 12 
3.3. A Polêmica dos Transgênicos e a Lei de Biossegurança........................................................... 12 
3.4. Bioética ..................................................................................................................................... 14 
3.5. Os Alimentos Transgênicos um Paradigma Mundial ............................................................... 15 
3.6. Vantagens e Desvantagens Sobre Transgênicos ...................................................................... 16 
3.6.1. Vantagens dos Alimentos Transgênicos ............................................................................................................... 16 
3.6.2. Desvantagens dos Alimentos Transgênicos .......................................................................................................... 16 
4. Modelos Agrícolas ....................................................................................................... 17 
4.1 Agricultura Moderna ................................................................................................................. 18 
5. Agricultura Intensiva Não Mecanizada ......................................................................... 19 
5.1. Agricultura na Jardinagem ....................................................................................................... 19 
5.2. Agroecologia ou Agricultura Sintrópica ................................................................................... 20 
5.3. Agricultura Itinerante ............................................................................................................... 21 
6. Impactos Sociais e Naturais da Atividade Agrícola ....................................................... 22 
6.1. Revolução Verde e a Atualização Territorial ............................................................................ 23 
6.2. Agricultura Familiar, Desenvolvimento Social e Segurança Alimentar ................................... 25 
7. A Agricultura no Brasil ................................................................................................. 27 
7.1. Contexto Atual .......................................................................................................................... 28 
7.2. Principais Cultivos Temporários e Permanentes ...................................................................... 29 
7.2.1. Lavouras Temporárias .......................................................................................................................................... 29 
7.2.2. Lavouras Permanentes ......................................................................................................................................... 38 
8. A Pecuária Brasileira .................................................................................................... 50 
8.1. Bovinos ..................................................................................................................................... 50 
8.2. Suínos e Aves ............................................................................................................................ 52 
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8.3. Caprinos e Ovinos ..................................................................................................................... 53 
9. Texto Complementar ................................................................................................... 55 
10. O Sistema Brasileiro de Transportes ........................................................................... 56 
10.1. O Transporte Rodoviário ........................................................................................................ 63 
11. Orientações de Estudos (Checklist) e Pontos a Destacar ............................................. 66 
12. Questionário de Revisão ............................................................................................ 71 
Questionário – Somente Perguntas ................................................................................................ 71 
Questionário – Perguntas e Respostas ........................................................................................... 71 
13. Exercícios ................................................................................................................... 75 
14. Considerações Finais ................................................................................................ 176 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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00. BATE PAPO INICIAL 
Olá amigo concurseiro. É com muita alegria que o recebo novamente para falarmos de 
geografia. Estudar as aulas anteriores é fundamental para que você possa compreender muitas 
das coisas que vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e pratique exercícios. 
Aos poucos o conteúdo básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito 
importante você fazer suas próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos 
exercícios, não importa, você escolhe. O importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos 
nos estudos. Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos. Bons 
estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. AGRICULTURA: ASPECTOS GERAIS E LIMITANTES FÍSICOS 
As práticas de domesticação de plantas e animais, que são inerentes à agricultura, 
significaram um marco na evolução humana. Os grupos que se estabeleceram em locais com boa 
disponibilidade de recursos naturais, solos férteis e se dedicaram ao desenvolvimento das práticas 
agrícolas, apresentaram uma taxa de reprodução maior, o que biologicamente falando, quer dizer 
que obtiveram maior sucesso em relação aos grupos nômades. A revolução agrícola foi uma das 
principais revoluções promovidas pela inteligência humana. O controle da natureza e da produçãode alimentos teve como consequência a sedentarização do homem. Além de fixar o homem à terra 
possibilitou um grande aumento populacional devido à maior oferta de alimentos. 
Estima-se que a agricultura surgiu há cerca de 10.000 anos nas margens das grandes 
planícies fluviais dos rios Nilo, Tigre e Eufrates na região conhecida como Crescente Fértil, que 
compreendia o Egito Antigo e Mesopotâmia, hoje Egito, Israel, Síria, Líbano, parte da Turquia e 
Iraque até a Cordilheira de Zagros no Irã, como ilustrado na imagem abaixo. A partir daí a 
agricultura foi difundida para a Europa Central pelo Mar Egeu, por fazendeiros conhecidos como 
anatólios 
 
 
Na antiguidade, a agricultura estava diretamente ligada às crenças religiosas, pois 
acreditava-se que a produção agrícola dependia dos deuses da chuva, fertilidade do solo e outros 
elementos da natureza. Os gregos, por exemplo, tinham como deusa da terra cultivada, Demeter 
ou Demetra, propiciadora do trigo, planta símbolo da civilização. Já os romanos, veneravam a 
deusa Ceres, celebrando seu despertar na primavera. Na idade média, a organização política dos 
feudos começa a ter influência direta na produtividade agrícola. A concentração de terras 
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agrícolas, a partir daí, torna-se também uma forma de dominação dos senhores feudais e da igreja 
(proprietários de grandes porções de terras) sobre os pequenos produtores adeptos da agricultura 
de subsistência em pequenas propriedades. 
Com a fome assolando o mundo nos períodos pós primeira e segunda guerras mundiais, 
surgiu a necessidade de aumentar a produção de alimentos, período em que houveram grandes 
avanços nas técnicas agrícolas difundidos por todo o mundo. Esse período ficou conhecido como 
Revolução Verde, que se caracteriza pela inserção de um conjunto de inovações tecnológicas 
como o uso de defensivos agrícolas, sementes geneticamente modificadas, fertilizantes, 
implementos agrícolas como tratores, plantadeiras, colheitadeiras, equipamento para irrigação, 
etc. Esse processo acentuou ainda mais a concentração de terras expandindo cada vez mais os 
grandes latifúndios produtores de monoculturas para exportação, suprimindo as áreas naturais e 
acentuando as disputas no campo pelo direito à terra. Nesse cenário de aumento da desigualdade 
social é que emergem os movimentos sociais, sendo que à frente no combate à desigual 
distribuição de terras no Brasil está o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, que tem 
como principal pauta a Reforma Agrária, que se trata da redistribuição de terras improdutivas para 
pequenos proprietários que buscam o desenvolvimento da agricultura familiar, responsável pela 
produção de 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros e que não é considerada deletéria ao 
meio ambiente. 
A maior parte do planeta pratica a agricultura, com exceção de algumas sociedades tribais 
ainda existentes pelo mundo, como tribos nômades africanas e algumas tribos amazônicas. Em 
determinadas áreas do planeta não se praticam atividades agrícolas, é porque devido a existência 
de algum elemento natural que limita o cultivo das lavouras, como nos grandes desertos, topos de 
montanhas e regiões glaciais. O principal elemento natural que limita a agricultura é o clima, que 
também influencia nas características do solo, outro fator limitante. De acordo com a 
profundidade e fertilidade podemos produzir ou não. Em áreas de clima quente e seco em maior 
parte do ano, há uma alta taxa de evaporação, tornando os solos arenosos e pouco profundos. Em 
áreas com elevadas taxas de pluviosidade, os solos são pouco férteis devido à lixiviação 
(solubilização, ou lavagem, dos constituintes químicos) do solo, tornando-os ácidos. O clima 
brasileiro é excelente para o desenvolvimento agrícola devido ao clima tropical, com boa oferta de 
calor durante o ano todo concentrando as chuvas durante o verão. 
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil é o 
terceiro maior exportador agrícola do mundo, responsável por 5,7% do mercado global, abaixo 
apenas dos EUA e União Europeia. Dentre os principais produtos estão soja, milho, café, carnes 
bovina e de frango, além de produtos relacionados à agricultura de subsistência como do setor 
madeireiro e relacionados à agricultura comercial de produtos tropicais como frutas tropicais, 
como podemos visualizar no mapa a seguir. 
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2. SOLOS 
Os solos são o resultado da rocha decomposta misturada à matéria orgânica. Vários fatores 
podem interferir na fertilidade dos solos como o tipo de rocha, quantidade de matéria orgânica e 
microrganismos. Os solos também são divididos em solos maduros, que são mais desenvolvidos e 
profundos (latossolos) e solos imaturos e pouco desenvolvidos (litossolos). A profundidade dos 
solos está diretamente ligada às zonas climáticas em que estão localizados. Nas zonas tropicais 
temos maiores temperaturas e uma maior quantidade de chuvas, consequentemente um processo 
erosivo mais intenso. Portanto quanto maior a temperatura e a pluviosidade os solos são mais 
profundos. É importante lembrar que assim como o petróleo os solos são recursos naturais não 
renováveis. A perda de solo está entre os grandes problemas provocados pela agricultura (devido 
ao desmatamento e às culturas temporárias). São bilhões de toneladas de solos perdidos todo ano 
no mundo. No Brasil, são estimadas perdas de 616,5 milhões de toneladas de terra ao ano, 
decorrentes do processo de erosão do solo em lavouras anuais, e custos da ordem de US$ 1,3 
bilhão ao ano. Segundo dados de 2019 publicados pela FAO, o planeta perde 24 bilhões de 
toneladas de solos fértil todos os anos, ou ainda, a cada 5 segundos, o mundo perde a quantidade 
de solo equivalente a um campo de futebol. A organização alerta que no ritmo atual, mais de 90% 
dos solos da Terra podem estar degradados até 2050. 
 
Exemplos de solos férteis no mundo: 
 
 Tchernoziom (solo negro): Encontrado nas pradarias temperadas do Leste 
europeu, especialmente na Ucrânia, Romênia e Rússia europeia. É um solo profundo e muito 
rico em matéria orgânica. 
Solos aluviais fluviais: são os solos encontrados nas regiões dos vales de grandes rios. São 
chamados aluviais, pois são formados por sedimentos rochosos trazidos pelo rio de diversas 
regiões (quando são solos de rochas do local em que se encontram são solos eluviais). São 
exemplos os solos das grandes planícies férteis asiáticas como os solos às margens do Rio 
Ganges (Índia), Rio Indo (Paquistão), Rio Amarelo e Azul (China). 
Solo Loëss (solos aluviais eólicos): São solos profundos formados por sedimentos trazidos de 
várias regiões (aluviais) pelo vento (eólicos). Possui cor amarelada e é muito fértil. 
Encontrado na China na região da Manchúria. 
 
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2.1. OS SOLOS DO BRASIL 
Os solos, por melhor dizer, são o resultado da alteração da rocha matriz, pela ação climática, 
temperatura, pressão e organismos vivos ao longo do tempo. Podemos entender que um “solo 
jovem” é pouco desenvolvido, pois não sofreu tanta alteração quanto um “solo maduro”, bastante 
alterado ao longo do tempo proporcionando-lhe grande profundidade. Se cavarmos este solo até 
atingirmos a rocha, veremos que o seu perfil não é totalmente homogêneo, sendo as camadas 
superficiais mais antigas (e por isso mais alteradas) que as camadas profundas. Sendo assim, o solo 
divide-se em horizontes: O, A, B, C e R, sendo este último a rocha consolidada. Quanto mais 
horizontes, mais profundo. Quanto mais se aprofunda no solo, mais pedregoso fica até chegarmos 
à rocha matriz (a rocha que deu origem àquele solo). 
✓ Solo de Massapê: Solo fértil resultado da decomposição do calcário e do gnaisse. 
Encontrado no litoral nordestino (zona da mata). Foi na zona da mata pernambucana em 
que foi implantado com sucesso o plantation de cana-de-açúcar pelos portugueses no 
período colonial. 
✓ Terra Roxa: Solo fértil resultado da decomposição do Basalto (Rocha vulcânica). Encontrado 
principalmente no Estado de São Paulo e Paraná. No século XIX foi quando se iniciou o ciclo 
cafeeiro em terras cariocas e paulistas, onde o café se desenvolveu principalmente neste 
solo fértil. 
✓ O solo do cerrado: É um solo imaturo, ou seja, pouco desenvolvido (litossolo). É também 
um solo ácido e precisa ser tratado com o método da calagem (jogar cal virgem no solo para 
neutralizar a acidez). 
✓ O solo da Amazônia: É uma confusão muito comum atribuirmos a mega diversidade 
amazônica à fertilidade dos seus solos, mas não é correto. Na verdade, os solos amazônicos 
são pouco férteis e toda a floresta está assentada em uma camada de matéria orgânica. 
Abaixo desta camada encontramos sedimentos arenosos. 
 
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Como podemos visualizar na figura acima, mais da metade do território brasileiro é 
composto pelas classes dos Latossolos (31,61%) e dos Argissolos (26,94%). Estes solos, assim como 
todos os demais, variam de acordo com a sua estrutura e composição, o que altera inclusive a sua 
denominação, como por exemplo o Latossolo Amarelo, Vermelho, ou ainda o Argissolo Vermelho-
Amarelo. Estes solos são em geral, solos bastante desenvolvidos, com horizontes profundos e com 
boa fertilidade ou relativamente fáceis de serem corrigidos. Por isso são amplamente utilizados 
para o desenvolvimento agrícola. 18,50% são compostos por solos pouco desenvolvidos, com 
horizontes de baixa profundidade como os Cambissolos (5,26%) e os Neossolos (13,24%). São 
encontrados em regiões de relevo inclinado e/ou com baixos índices pluviométricos, processo 
muito importante na desagregação das partículas das rochas que constituem os solos. 
Os solos restantes são de menor representatividade no território nacional, como os com 
abundância de matéria orgânica como os Chernossolos (coloração escura), Espodossolos (matéria 
orgânica associada à presença de alumínio) e Organossolos (horizonte superficial e subsuperficial 
orgânico) que correspondem à 0,44%, 1,98% e 0,03%, respectivamente. Os Gleissolos 
(encharcados), os Luvissolos (com acumulação de argila) e os Planossolos (relevo plano), estão 
concentrados nas áreas de planícies fluviais e correspondem a 4,69%, 2,85% e 2,67%, 
respectivamente. Os Plintossolos (materiais argilosos que endurecem expostos ao ar), Nitossolos 
(do latim nitidus, “brilhante”, conotativo de superfícies brilhantes nas unidades estruturais) e os 
Vertissolos (do latim vertere, “inverter”, material de solo expansivo/contrativo que se movimenta 
na superfície), correspondem a 6,95%, 1,14% e 0,21%, respectivamente, e estão espalhados pelo 
território. O restante é composto por Afloramentos rochosos, dunas e corpos d’água. 
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3. AGRONEGÓCIO 
 
 
São todos os setores produtivos da cadeia agrícola. Estão incluídos no agronegócio por 
exemplo a lavoura mecanizada, mas também a indústria de maquinários agrícolas, adubos e 
fertilizantes. Inclusive o processamento final do alimento também é agronegócio, por exemplo, 
uma fábrica de sucos. 
A modernização tecnológica no campo promoveu mudanças incríveis. A agropecuária 
desenvolveu-se tanto em pesquisa, seleção e desenvolvimento de espécies cultiváveis como em 
métodos cada vez mais automatizados. O desenvolvimento de insumos agrícolas como 
plantadeiras, aradeiras, colhedeiras e tratores, fertilizantes e agrotóxicos foi muito grande. Esta 
modernização no campo promoveu uma transformação estrutural da agricultura e aumentou 
muito a produtividade. Hoje a agropecuária se articula em modelos cada vez mais complexos 
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organizados em agroindústrias ou simplesmente agronegócio. Como agronegócio podemos 
considerar toda a cadeia produtiva da agricultura, desde as áreas cultivadas altamente 
mecanizadas, como a indústria que produz os insumos (maquinários) e componentes químicos 
(fertilizantes e agrotóxicos). Também a indústria que processa o produto como um grande 
frigorífico ou fábrica de sucos. A modernização do campo e o aumento de produtividade que 
ocorreu na década de 60 e 70 é conhecida como revolução verde. Esta modernização no campo se 
deu a partir do desenvolvimento de novas técnicas e seleção de espécies para viabilizar a 
agricultura em regiões em que ela não era praticada por limitações naturais ou socioeconômicas. 
A revolução verde contou com apoio da ONU, que via uma oportunidade para o aumento da 
produção de alimentos e a erradicação da fome no mundo. Infelizmente este objetivo não foi 
alcançado. A produtividade aumentou, mas principalmente a da agricultura comercial de 
exportação (plantation mecanizado). Na África, por exemplo, na região conhecida como SAHEL 
(região na transição do deserto para a savana e com os piores índices socioeconômicos do 
continente) ocorreu a expansão da agricultura, entretanto voltada para exportação e não para 
suprir as necessidades da região. 
Os países pioneiros a aderirem o pacote da revolução verde foram o México, Brasil, Índia e 
Tailândia que hoje são grandes produtores e exportadores agrícolas. Dentre os avanços 
tecnológicos para aumentar a produção agrícola estão melhorias genéticas em sementes, 
desenvolvimento de sementes híbridas, mecanização e redução do custo de manejo agrícola. As 
grandes propriedades no Brasil e no mundo são essencialmente monocultoras voltadas à 
exportação. O plantation normalmente produz poucos alimentos, ou nenhum. As lavouras de 
milho e soja, por exemplo, são destinadas à produção de ração. Os alimentos são produzidos 
principalmente pela agricultura familiar realizada nas pequenas propriedades. 
 
3.1. A BIOTECNOLOGIA 
São realizadas várias pesquisas em busca do melhoramento genético das plantas para 
selecionarmos as características mais desejáveis.Existem as sementes híbridas e as sementes 
transgênicas. Os híbridos são vegetais selecionados e cruzados em laboratório, obtendo-se assim 
plantas mais resistentes às pragas, ou maiores e mais suculentas. As plantas são cruzadas e 
selecionadas, mas não sofrem modificação genética. Já os transgênicos são OGMs (organismos 
geneticamente modificados). Selecionam e introduzem características desejáveis (mesmo que não 
sejam naturais da espécie). Podem tornar as plantas resistentes à ação de pragas e a utilização de 
agrotóxicos, além de adaptá-las às condições climáticas e de solo específicas. Vamos ao exemplo 
dos transgênicos no Brasil. Somos atualmente o segundo maior produtor mundial de Soja. Até 
2005 a soja, que é um cultivo tipicamente de climas temperados era cultivada somente na região 
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Sul. Foi desenvolvida uma variedade de sementes transgênicas adaptadas ao clima tropical e ao 
solo do cerrado. Isso possibilitou a expansão da agricultura brasileira com base na produção da 
soja, que hoje ocupa uma grande área cultivada e suas lavouras possuem grande produtividade. 
 
3.2. PRODUÇÃO DE ALIMENTOS MODIFICADOS GENETICAMENTE 
 Estima-se que o uso de processamento biológicos de microrganismos tenha começado há 
mais de 6.000 anos com a produção de alimentos, como pães e bebidas fermentadas, em diversas 
civilizações. Atualmente a biotecnologia já vem produzindo alimentos livres de alérgenos e toxinas, 
desenvolvendo culturas com perfis nutricionais avançados suplementando vitaminas e nutrientes, 
reduzindo o uso de produtos químicos agrícolas e produzindo culturas agrícolas com menor uso de 
insumos. Os estudos biotecnológicos na área de produção de alimentos estão voltados ao 
melhoramento genético de plantas, reprodução vegetal afim de enriquecimento de populações 
existentes, geração de novos genótipos (composição genética) através da engenharia genética e 
também para alterações do metabolismo das plantas. Os feitos nas sociedades da biotecnologia 
são inegáveis em muitas áreas. Porém quando tratamos de produção de alimentos vários fatores 
devem ser levados em consideração. São crescentes as discussões sobre utilização intensiva de 
agrotóxicos e fertilizantes inorgânicos, interferência no equilíbrio da natureza, criação de sementes 
geneticamente modificadas, "poluição genética", uma vez que não é possível controlar os efeitos 
da disseminação de organismos geneticamente modificados no ambiente e por último e mais 
polêmico a produção de alimentos transgênicos. 
 
3.3. A POLÊMICA DOS TRANSGÊNICOS E A LEI DE BIOSSEGURANÇA 
A nova tecnologia das plantas transgênicas, antes de serem liberadas pela lei, provocou um 
grande debate entre os cidadãos e cientistas sobre os possíveis impactos nocivos do uso destas 
sementes. São muitas as consequências e muito variadas, pois refletem tanto no meio ambiente 
quanto na economia e na saúde humana. As pesquisas realizadas sobre os impactos dos alimentos 
transgênicos na saúde humana não foram conclusivas, ou seja, foram liberados antes de sabermos 
se podem provocar efeitos nocivos. Os principais riscos dos transgênicos apontados são: Risco de 
cruzamento espontâneo, desaparecimento das espécies originais, dependência do produtor das 
grandes corporações e o problema bioético sobre patentes sobre organismos vivos. 
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Para tentar minimizar os riscos na alimentação devido a possíveis mutações e adaptações 
dos transgênicos, foi criado na Noruega um banco de sementes chamado de “banco do fim do 
mundo”, que reúne coleções de sementes de todos os principais alimentos conhecidos pelo 
homem em sua variedade natural. Caso ocorra um problema imprevisto que possa comprometer a 
alimentação mundial, teremos armazenadas as matrizes genéticas originais. No Brasil enquanto o 
debate sobre os transgênicos ocorria foi aprovada no congresso a chamada Lei de Biossegurança, 
de 2005. Numa mesma lei foram aprovados dois temas polêmicos na época: o plantio de 
transgênicos e a pesquisa com células tronco (que contava com a resistência de grupos religiosos). 
Pela existência de possíveis efeitos inesperados, esses organismos transgênicos são 
integralmente avaliados pelas premissas da biossegurança alimentar desde as suas características 
e propriedades até suas funções, afim de encontrar eventuais riscos existentes para a saúde 
humana. Estes quando encontrados são analisados e caracterizados. Também são desenvolvidas 
técnicas que possam reduzir ou erradicar os riscos e impactos existentes na produção, liberação e 
comercialização dos transgênicos. A biossegurança de transgênicos engloba diversas informações 
infundadas e ainda há falta de conhecimento do tema. Em decorrência disso, parte da sociedade 
ignora a potencialidade desses organismos na agricultura, economia, sociedade e meio ambiente. 
O desenvolvimento da biotecnologia suscita uma série de preocupações tanto para cientistas 
quanto para a sociedade de maneira geral. Dentre essas preocupações, destaca-se a necessidade 
de se alfabetizar cientificamente a sociedade. A realidade do mundo biotecnológico se apresenta 
como um processo aparentemente sem limites, e a biossegurança que em termos clássicos pode 
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ser definida como a segurança ocupacional e ambiental da moderna biotecnologia, de forma 
contraditória, começa a ocupar espaços em ambientes não-biotecnológicos, como hospitais, 
laboratórios de saúde pública, hemocentros, etc. 
 
COMO SE PRODUZ UMA PLANTA TRANSGÊNICA? 
1. IDENTIFICAÇÃO E ISOLAMENTO: Uma característica reconhecida como importante para 
uma planta é identificada. Depois, seleciona-se os genes responsáveis pela expressão dessa 
característica; 
2. TRANSFORMAÇÃO: Inserção do gene de interesse no genoma da planta a ser 
transformada. Isso pode ser realizado via Biobalística (pequenas esferas de ouro ou 
tungstênio contendo material genético são disparadas em direção ao tecido do organismo-
alvo. O gene de interesse chega ao núcleo celular e é integrado ao genoma da célula vegetal) 
ou via Agrobacterium tumefaciens (Bactéria do solo que naturalmente transfere parte de seu 
DNA para o vegetal. Usa-se esse microrganismo como vetor, inserindo na bactéria o gene de 
interesse e colocando-a em contato com as células vegetais), por exemplo; 
3. SELEÇÃO: Identificação das células que receberam os genes de interesse. Para isso, as 
células vegetais são avaliadas em condições de cultivo; 
4. REGENERAÇÃO: Obtenção da planta completa a partir da célula vegetal transformada. Este 
processo é realizado cultivando os fragmentos de tecido vegetal modificado; 
5. TESTES DE BIOSSEGURANÇA: Durante todo o processo de desenvolvimento do transgênico, 
são realizados testes de biossegurança em laboratório, em casa de vegetação e em campos 
experimentais. Nessa fase também são realizados testes para avaliar a segurança da planta 
transgênica para a saúde humana, animal e para o meio ambiente; 
6. APROVAÇÃO: Depois de passar pelos testes de biossegurança, a planta pode ser submetida 
à avaliação dosórgãos reguladores de diferentes países. No Brasil, o órgão responsável por 
essa avaliação é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). 
As plantas transgênicas, portanto, são aquela que receberam um ou mais genes de outros 
seres vivos com o objetivo de apresentarem novas características. Atualmente, somente soja, 
milho e algodão transgênicos são cultivados comercialmente no Brasil. 
Fonte: Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) 
3.4. BIOÉTICA 
Segundo conteúdo disponível no website da Universidade Aberta do Sistema Único de 
Saúde (UNASUS), as ações de saúde pública visam interferir no processo saúde-doença da 
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coletividade, com a finalidade de proporcionar um melhor estado de saúde para as populações. 
Essas ações podem, contudo, gerar confrontos entre os interesses individuais e os coletivos, entre 
as liberdades individuais e o bem-estar ou a segurança da coletividade. Em um contexto cultural 
que privilegia o conceito de autonomia, passam a ser aceitas todas as escolhas individuais, mesmo 
aquelas que prejudicam a saúde. Contudo, essas escolhas pessoais devem ser responsáveis, ainda 
que sejam influenciadas pelo grupo social a que pertencem essas pessoas, que as exercem para ser 
aceitas como parte desse grupo. 
Muito se discute sobre os transgênicos e a efetividade desses tipos de alimentos 
“artificiais”, visto que na natureza muitos deles não se reproduziram dessa maneira. Há 
controvérsias a respeito dos nutrientes que contém, bem como suas implicações éticas, 
econômicas, sociais e políticas. Todos esses fatores se relacionam diretamente com os efeitos a 
curto e longo prazo para a saúde dos seres humanos e dos animais. O conhecimento a respeito da 
segurança alimentar por parte da população para decisões responsáveis sobre o consumo ou não 
de transgênicos ainda é uma discussão delicada. Em outras palavras, visar o lucro em possível 
detrimento da saúde, pode ser um grande problema no futuro. 
 
3.5. OS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS UM PARADIGMA MUNDIAL 
Conforme a legislação em vigor, é obrigatório o rótulo de identificação em alimentos 
transgênicos com o intuito de alertar o consumidor sobre o que ele está consumindo. No Brasil e 
na União Europeia são apresentados rótulos de produtos com até 1% de componentes 
transgênicos. Em muitos países, o consumo de alimentos transgênicos é legal, como o Japão, uma 
potência mundial cuja comercialização de transgênicos é proibida. Os países que lideram a 
produção de alimentos transgênicos são os Estados Unidos, Argentina, Canadá, China, além do 
Brasil. No mundo, os alimentos produzidos em maior quantidade são o milho, a soja, o algodão e a 
canola. O cultivo mais predominante no planeta é o da soja resistente à herbicidas. Os alimentos 
transgênicos de origem animal também podem ser modificados. Em 2012, a empresa 
estadunidense “Food and Drug Administration” (FDA) aprovou o consumo do primeiro animal 
geneticamente modificado, um tipo de salmão. Em 2017 o Brasil tornou-se o segundo maior 
produtor de transgênicos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, como podemos visualizar 
na imagem abaixo. 
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3.6. VANTAGENS E DESVANTAGENS SOBRE TRANSGÊNICOS 
3.6.1. Vantagens dos Alimentos Transgênicos 
✓ Maior produtividade; 
✓ Redução de custos; 
✓ Aumento do potencial nutricional do alimento; 
✓ Plantas mais resistentes às pragas (insetos, fungos, vírus, bactérias) e aos agrotóxicos, 
inseticidas e herbicidas; 
✓ Aumento da tolerância das plantas as condições adversas de solo e clima. 
 
3.6.2. Desvantagens dos Alimentos Transgênicos 
✓ Relação com o desenvolvimento de doenças (reações alérgicas, câncer, etc.); 
✓ Desequilíbrio ambiental (poluição do solo, da água e do ar, desaparecimento de espécies, 
perda da biodiversidade, contaminação de sementes, etc.). 
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4. MODELOS AGRÍCOLAS 
Existem diversos modelos agrícolas pelo mundo, cada qual adaptado às condições de cada 
local. Há os sistemas agrícolas com uso intensivo ou extensivo dos solos. 
✓ Agricultura extensiva: A agricultura realizada sem muito uso de tecnologia, com técnicas 
rudimentares. Tem uma baixa produtividade e ocupam maior espaço. São exemplos os 
roçados, a agricultura de subsistência. 
✓ Agricultura intensiva: A agricultura tipicamente praticada nos países desenvolvidos. 
Utilizam agrotóxicos e fertilizantes e possui alta produtividade. Ocupam um menor espaço, 
devido à adaptação das culturas a um alto adensamento. 
 Na Ásia temos um exemplo muito interessante de agricultura intensiva não mecanizada. 
aqui nos referimos à tradicional prática da jardinagem associada ao terraceamento. São bons 
exemplos as produções hidropônicas (plantios realizados na água), cultivo de hortaliças em 
estufas, os polders holandeses, o modelo agrícola dos Estados Unidos (cinturões agrícolas) e toda 
lavoura de agronegócio. 
 
 
 
 
 
 
 
Aqui temos um polder holandês. São áreas do mar que são aterradas em parte e construídas estruturas flutuantes, com um sistema de diques e 
barragens. As áreas conquistadas são usadas para a agricultura. 
 
Os EUA e os Belts (cinturões agrícolas): São setores agrícolas, que são organizados de acordo 
com a “vocação agrícola do lugar”, ou seja, de acordo com a proximidade do mercado consumidor, 
do solo e clima mais adequado àquela cultura. Nestes cinturões são oferecidos subsídios agrícolas 
aos produtores que optam por cultivar aquele produto. Os subsídios dados pelos EUA e U.E. 
provocam uma grande polêmica internacional na OMC (organização mundial do comércio). 
 
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4.1 AGRICULTURA MODERNA 
A agricultura moderna é aquela em que o sucesso do processo é garantido pelo uso de 
tecnologia, gestão, investimento, características do mercado e apoio a nível governamental. São 
práticas de cultura intensivas com planejamento para todos os fatores. Consiste no controle das 
práticas de irrigação, uso de fertilizantes, sementes de alto desempenho (modificadas 
geneticamente), uso de pesticidas, rotação de colheitas e uso de maquinário com controle 
altamente tecnológico. As empresas são administradas como empresas, sendo que a grande 
maioria dos proprietários não reside na propriedade rural, e sim em grandes centros urbanos onde 
são realizadas as transações financeiras. As safras dessas propriedades pode ser dividida em fases: 
1 – Preparação do solo: análise do solo e aplicação de fertilizantes e corretivos; 2 – Plantio: 
semeadura de acordo com o potencial produtivo; 3 – Acompanhamento da lavoura: mapeamento 
de doenças e pragas e aplicação localizada de defensivos agrícolas; 4 – Colheita: utilizadas 
máquinas com sensores de produtividade e são produzidos mapas de produtividade para 
identificaçãode áreas improdutivas. 
 
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5. AGRICULTURA INTENSIVA NÃO MECANIZADA 
Os sistemas agrícolas da Ásia de Monções são milenares. Técnicas simples e tradicionais, 
não mecanizadas, que proporcionam um uso intensivo do solo. É o sistema de terraceamento 
associado com a jardinagem. O uso de milhares de jardineiros está diretamente relacionado ao 
excesso populacional e o fato de lá ser considerado um formigueiro humano. 
 
 
 
O terraceamento é uma técnica em que são realizados cortes nas vertentes dos planaltos, 
construindo os terraços. Neles são colocados jardineiros. Não há uso de tecnologias modernas, 
mas a produtividade é alta e é intensiva. O principal objetivo do terraceamento é evitar a erosão já 
que os terraços agem na diminuição da velocidade da água que escoa no sentido morro abaixo 
transportando o solo retirado (regiões planálticas e com muita chuva sofrem maior erosão). 
 
5.1. AGRICULTURA NA JARDINAGEM 
A agricultura de jardinagem é uma expressão da ação humana interagindo com o espaço 
geográfico, utilizando os conhecimentos sobre o ambiente natural (relevo e clima) para o 
desenvolvimento das práticas agrícolas. É uma espécie de cultivo milenar que acompanha o 
desenvolvimento das civilizações até os dias atuais. É comum no Sul do continente asiático e um 
dos principais exemplos é a rizicultura (cultivo de arroz) no Vietnã que é organizada por técnicas de 
terraceamento. Os principais aspectos da agricultura de jardinagem são: a elevada utilização de 
mão de obra e trabalho manual, o baixo incremento tecnológico, a elevada produtividade, o uso de 
medidas para evitar ou conter a erosão (curvas de nível e terraceamento) e o predomínio do 
cultivo de alimentos, principalmente o arroz. 
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Essa técnica é possível graças as 
características climáticas locais que contam 
com duas estações bem definidas ao longo do 
ano: uma muito chuvosa e intensa e outra 
mais fria e seca com longa estiagem. Durante 
a época chuvosa, quando os índices 
pluviométricos são muito acentuados e 
caracterizados por longas tempestades, 
transforma-se o relevo acidentado da região 
em terraços ou realiza-se o plantio em curvas 
de nível. 
 
5.2. AGROECOLOGIA OU AGRICULTURA SINTRÓPICA 
 Agricultura Sintrópica é o termo designado à um sistema de cultivo agroflorestal 
caracterizado pela organização, integração, equilíbrio e preservação de energia no ambiente 
através do manejo sustentável. Nesse tipo de cultivo não se utiliza nada além do que o meio 
ambiente pode oferecer, inclusive, os agricultores recebem a orientação de não irrigar suas 
plantações, pois o equilíbrio será atingido de maneira natural. 
O termo Agricultura Sintrópica foi criado por Ernst Gotsch, agricultor e pesquisador suíço. O 
principal propósito dessa forma de cultivar alimentos está na preocupação com o meio ambiente, 
ou seja, com a não devastação e com a preservação das características naturais da região. Isso se 
aproxima muito dos sistemas agrícolas tradicionais conduzidos por grupos locais em comunidades 
espalhadas por todo território brasileiro. Geralmente o cultivo da terra é feito por agricultores 
ligados por elos de parentesco, que objetivam principalmente a subsistência, cuja manutenção é 
feita através da mão-de-obra familiar, aproveitamento de insumos locais e desenvolvimento de 
tecnologias simples. Nesse caso, a escolha por 
determinado cultivo ultrapassa questões de 
cunho econômico, e permeiam valores sociais, 
culturais, ambientais, étnicos e míticos. Nos 
ambientes cultivados procura-se manter ou 
permitir processos ecológicos, que por sua vez 
contribuem para a manutenção e produtividade 
dos sistemas e da comunidade em si. As 
diferenças e vantagens da agroecologia ou 
agricultura sintrópica são muitos. 
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Como o sistema funciona: 
✓ É preciso fortalecer o sistema para aumentar a biodiversidade e diminuir a necessidade de 
insumos externos. A floresta só necessita do que produz. 
✓ Policultivo: um canteiro nunca terá apenas uma espécie, como acontece na agricultura 
convencional. Cada canteiro é composto por um consórcio de espécies. 
✓ Compor o consórcio pensando na sucessão: para a combinação de espécies é analisado o 
tamanho e o tempo que cada uma necessita para produzir. Assim, teremos no mesmo 
canteiro culturas de ciclos curtos acompanhadas por culturas de ciclo mais e mais longo. 
✓ Todas as espécies do consórcio são plantadas ao mesmo tempo. 
✓ O solo nunca está exposto. Para a cobertura, utiliza-se palha, restos de poda, madeira. 
Como na floresta, onde o solo está sempre coberto pelas folhas e galhos que caem 
naturalmente das árvores. 
✓ Essa biomassa de cobertura é decomposta naturalmente e “vira” solo. 
✓ Alto manejo (principalmente poda), para acelerar a regeneração do sistema e produção de 
alimentos. 
 
5.3. AGRICULTURA ITINERANTE 
A agricultura itinerante é um tipo de agricultura muito antiga adotado historicamente pelos 
povos indígenas nas florestas tropicais A agricultura itinerante consiste em derrubar trechos das 
florestas e posteriormente atear fogo aos resíduos do corte, as populares “queimadas”. O derrube 
e corte do mato são feitos em solos cobertos com floresta densa, e os materiais resultantes do 
abate são depois aproveitados, sendo os desperdícios queimados antes das sementeiras. Ao se 
utilizar desta técnica, o produtor acaba diminuindo a fertilidade do solo em longo prazo, uma vez 
que a queimada prejudica a atividade dos microrganismos ali presentes. Porém o aumento de 
nitrogênio no solo deixado pelas cinzas favorece momentaneamente o plantio até ser lavado pela 
chuva. Este processo prepara a terra para o cultivo de subsistência. Com a falta de conservação do 
solo é necessário o movimento periódico dos trabalhadores em busca de solos ainda férteis, por 
isso denominamos este sistema de itinerante. Passado o período de fertilidade do terreno o 
agricultor se desloca para um novo onde colocará em prática processo semelhante. Durante o 
período de desuso da área ocorre naturalmente a instalação de floresta secundária, e ao longo do 
tempo a recuperação total permitindo que esse terreno volte a ser produtivo e utilizado para o 
cultivo. Essa prática é comum nos países em desenvolvimento, ou nas zonas de agricultura 
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tradicional. A Agricultura itinerante é aplicada em países da África, América Latina, Ásia Central e 
Sudeste Asiático. 
6. IMPACTOS SOCIAIS E NATURAIS DA ATIVIDADE AGRÍCOLA 
 A principal consequência da 
modernização agrícola é um grande impacto 
social inicial, pois as novas tecnologias 
dispensam uma grande quantidade de mão de 
obra. Os trabalhadores rurais então 
desempregados, migram para as cidades (e 
aumentam a marginalizaçãoespacial com a 
proliferação de favelas). À essa migração em 
massa que ocorre do campo para a cidade 
denominamos êxodo rural. Podemos destacar 
o final da década de 60 e a década de 70 como o auge deste processo. Primeiramente devido a 
aprovação em 1964 do Estatuto do trabalhador rural (a criação das leis trabalhistas no campo. GV 
as criou somente na cidade) e a implantação dos primeiros modelos de agronegócio, que foram 
implantados em meados da década de 70. De lá pra cá a modernização foi constante e também o 
êxodo rural. 
O modelo agrícola brasileiro, desde a colonização, é baseado no plantation (latifúndios 
monocultores agroexportadores). É um modelo agrícola que provoca um grande desgaste do solo 
em razão da sua exploração intensiva. Então os impactos ambientais da agricultura são vários, 
entre eles: 
✓ Contaminação do solo e da água com agrotóxicos. 
✓ Desmatamento. 
✓ Destruição da biodiversidade. 
✓ Aceleração do processo erosivo. 
✓ Erosão e assoreamento dos rios (quando o leito do rio perde a profundidade devido ao 
acúmulo de sedimentos). 
✓ Desertificação. 
 
 
 
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Observe o mapa com atenção. Há dois problemas ambientais ligados à agropecuária, que 
visualmente são muito parecidos, mas as causas são muito diferentes. Tratam-se dos processos de 
desertificação e de arenização. 
 A desertificação é provocada pelo clima semiárido associado à agricultura predatória e o 
desmatamento. A arenização é provocada pela pecuária. O pisoteio do gado compacta o solo, que 
devido às chuvas frequentes é perdido e as camadas arenosas expostas. Sua causa está ligada ao 
desmatamento, compactação do solo e ao solo arenoso. 
As atividades agrícolas e pecuárias, também são as principais responsáveis pela retirada da 
vegetação natural. Em vermelho, podemos visualizar a expansão da fronteira agrícola em direção a 
Floresta Amazônica. 
 
6.1. REVOLUÇÃO VERDE E A ATUALIZAÇÃO TERRITORIAL 
A Revolução Verde trouxe novas configurações ao território do país. A crise do pequeno 
proprietário do setor rural consequência do processo de industrialização, provocou o crescimento 
desordenado dos grandes centros urbanos. Nos últimos 40 anos, a população brasileira inverteu 
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sua localização. Hoje mais de 84% da população vive em meios urbano, mais de 15 milhões são 
migrantes dos quatro cantos do país, levadas aos grandes centros à procura de qualidade de vida. 
O modelo de produção familiar foi prejudicado devido à falta de subsídio e crédito 
governamentais, contrapondo-se ao excesso de privilégios para o setor industrial urbano. A 
manipulação dos preços dos produtos agrícola para controlar as taxas de inflação foi aos poucos 
destituindo os proprietários rurais do seu meio de produção. Isso se perpetua até aos dias atuais. 
Assim os grandes proprietários de terra, passaram a investir na indústria, relegando às atividades 
agrícolas um papel secundário. A política agrícola foi, e ainda é direcionada por grupos de 
interesses, que dominam os processos de financiamento rural desde a pesquisa à concessão do 
crédito. 
Diante do cenário que se apresentava, foi determinado na constituição de 1988 com intuito 
de proteger o pequeno agricultor frente a esse tipo de situação a impenhorabilidade da pequena 
propriedade referente à dívida contraída pelo produtor na manutenção da propriedade. Essa lei 
tem origem no reconhecimento de que a atividade rural envolve uma série de riscos, muitos dos 
quais estão fora do controle do produtor, à exemplo de alterações naturais, como secas ou pragas 
e foi regulamentada no Inciso XXVI Artigo 5° da Constituição Federal de 1988. 
Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE em 2017, aproximadamente 81,3% das áreas 
rurais do Brasil são compostas por latifúndios. O mesmo documento informa que a agricultura 
familiar é base econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. 
 
 
 
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Os países em que a população economicamente ativa trabalha principalmente no setor 
primário, se explica por ser menos industrializado e urbanizado, portanto, está diretamente ligado 
ao seu desenvolvimento. Quanto maior a PEA no setor primário, menos desenvolvido ele é. Países 
que concentram suas atividades econômicas no setor primário são mais frágeis economicamente 
em relação a crises, possuem pior infraestrutura, sua população tem um pior IDH. Não conseguem, 
por exemplo, se preparar para enfrentar acidentes naturais. 
 
6.2. AGRICULTURA FAMILIAR, DESENVOLVIMENTO SOCIAL E SEGURANÇA ALIMENTAR 
O surgimento e o reconhecimento da agricultura familiar no Brasil é muito recente e deve-
se à três fatores igualmente importantes. O primeiro tem a ver com a retomada do papel do 
movimento sindical após o fim da ditatura militar; o segundo está relacionado ao papel dos 
mediadores e intelectuais, especialmente cientistas sociais que debateram o tema no início da 
década de 1990; e o terceiro fator está relacionado ao papel do Estado e das políticas públicas, que 
passaram a reconhecer este setor e dar-lhe visibilidade a partir da criação do Programa Nacional 
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). 
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar 
(PNAE) são programas de compras institucionais que garantem o acesso do agricultor familiar ao 
mercado de comercialização, um destino certo para os alimentos produzidos, garantindo renda e 
melhor qualidade de vida às famílias. Os alimentos comprados pelo Governo Federal são 
repassados para instituições assistenciais e escolas públicas. Nas diretrizes de execução do PNAE 
foram estabelecidas através da Lei no 11.947/2009 e da Resolução nº 38/FNDE/2009 o percentual 
para a compra de alimentos: no mínimo, trinta por cento (30%) do total de recursos repassados 
pelo FNDE devem ser destinados à compra de alimentos, preferencialmente orgânicos, produzidos 
pela agricultura familiar local, regional ou nacional, priorizando-se os assentamentos da reforma 
agrária, as comunidades tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas. 
Neste contexto, o estímulo e o apoio à agricultura familiar têm se mostrado relevantes para 
a formulação e a implementação de ações municipais e de desenvolvimento local, que visem 
promover o Direito Humano à Alimentação Adequada. A Companhia Nacional de Abastecimento 
(CONAB) destaca que a maior parte do abastecimento da mesa dos brasileiros é proveniente da 
agricultura familiar que responde por 7 de cada 10 empregos no campo, ocupando 80% do setor 
rural. O apoio a estes agricultores como forma de estimular a produção de alimentos sustentáveis 
é considerado essencial, não só por sua capacidade de geração de ocupação e de renda, como 
também pela maior diversidade e oferta de alimentos de qualidade, menor custo com transporte, 
confiabilidade do produto, preservação do hábito regional e da produção artesanal, promovendo 
uma conexão entre o campo e a cidade. 
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O Censo agropecuário realizado em 2017 aponta que 77% dos estabelecimentos 
agropecuários foram classificados como agricultura familiar. Em extensão de área, a agricultura 
familiar ocupava no período da pesquisa 80,9 milhões de hectares, o que representa 23% da área 
total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Segundo o levantamento, a agricultura 
familiar emprega mais de 10 milhões de pessoas, o que representa 67% do total de pessoas 
ocupadas na agropecuária. A agricultura familiar não é a atividade que ocupa a maior arte das 
áreas cultiváveis, o domínio dessas áreas ainda pertence aos grandes latifúndios e se encontram a 
serviço do agronegócio. Apesar dos estabelecimentos não familiares representarem apenas 23% 
do total de unidades, ocupam 77% dessas áreas. Como vimos a agricultura familiar tem um papel 
de protagonismo na segurança alimentar além de estimular o aumento do IDH no país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. A AGRICULTURA NO BRASIL 
Há registros de vestígios da agricultura primitiva em todas as regiões brasileiras, 
especialmente na região amazônica. As matas ofereciam aos nativos uma diversidade rica de 
alimentos naturais, que, juntamente com a caça e a pesca, constituíam a base de sua alimentação. 
A domesticação de muitas dessas plantas, como a mandioca, o milho e a batata-doce, deu início à 
agricultura em volta das aldeias. A formação da agricultura brasileira, como conhecemos hoje, 
deveu-se sobretudo à ação dos colonizadores, que trouxeram espécies animais (como o gado) e 
vegetais (como coqueiros, mangueiras e laranjeiras). Os ciclos do pau-brasil, da cana-de-açúcar, do 
tabaco, do algodão, do gado, do café, do cacau, da borracha e, mais recentemente, da soja, das 
aves, dos suínos e de novo da cana-de-açúcar, agora como também produtora de combustível, 
marcam períodos de elevado crescimento da produção. Vejamos um pouco mais sobre alguns 
desses ciclos a seguir. 
 
 
O pau-brasil, era abundante na região costeira, e foi o primeiro produto a causar interesse 
dos exploradores, que além da madeira, comercializavam o corante extraído da madeira chamado 
brasilina, utilizado pela indústria têxtil com alternativa para tingir tecidos de vermelho, que era 
conhecido como a cor do rei e dos nobres. Sua extração financiou o reconhecimento e 
mapeamento da costa brasileira. 
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Passado esse primeiro momento de exploração extrativista associada inclusive à extração de 
minérios, principalmente o ouro, a economia brasileira passa a ser baseada na produção 
açucareira. O ciclo da cana-de-açúcar, durou de 1530 a 1700, consistindo na atividade mais densa 
do Brasil colonial relacionando-se ainda com o processo de povoamento da colônia. Assim, o 
cultivo de cana-de-açúcar nas capitanias hereditárias obteve grande êxito devido ao clima e solo 
fértil (massapê), e ao baixo custo de produção em sistema de plantation, que utilizava mão-de-
obra escrava (indígenas em primeiro momento e depois africanos em grande quantidade) em 
grandes latifúndios monocultores para exportação. Durante a colônia também foi produzido 
algodão e tabaco, usados no escambo para a compra de africanos para a escravização. 
Após a desaceleração da produção no Nordeste brasileiro, a região Sudoeste tornou-se a 
nova protagonista no setor agrícola nacional. No final do período colonial, o café já se mostrava o 
novo grande negócio do setor rural, passando de 3 mil sacas exportadas no início do século XIX 
para mais de 51 milhões de sacas em 1880, sendo este produto responsável por 60% das 
exportações nacionais. Neste período o café chegou ao seu ápice em nosso país, retraindo-se 
apenas com a crise mundial de 1929, que impulsionou a industrialização brasileira, com migração 
do capital investido no café para a atividade de transformação de bens, emergindo o então ciclo da 
borracha, relacionado à extração do látex das seringueiras, destinado a suprir a demanda fabril 
principalmente no setor automotivo. 
 
7.1. CONTEXTO ATUAL 
O Brasil fechou o ano de 2018 com um PIB de 6,8 trilhões de reais, sendo que o setor do 
agronegócio correspondeu a 21,12% deste total, correspondendo também a quase metade 
(42,39%) das exportações brasileiras, segundo o IBGE. O produto que lidera as exportações é a 
soja, mas também são exportados produtos como milho, açúcar, café, carnes, couro, madeira, 
algodão, cacau, além de frutas como goiaba, manga, maçã, banana, laranja, limão e castanhas. 
Segundo o Ministério da Agricultura, o principal destino das exportações é a China, que renderam 
em 2018, 9,4 bilhões de dólares, seguido pelos Estados Unidos (US$ 2,2 bi), União Europeia (US$ 
1,5 bi), Irã (US$ 700 mi) e Japão (US$ 600 mi). 
O modelo agrícola predominante é derivado das técnicas de plantation, lembrando que esta 
prática é a principal responsável pela expansão da fronteira agrícola, que primeiramente avançou 
pelo cerrado avançando rumo à Amazônia atualmente. Nos últimos anos a produção de cana-de-
açúcar para a produção de etanol obteve grande destaque para a economia nacional. 
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7.2. PRINCIPAIS CULTIVOS TEMPORÁRIOS E PERMANENTES 
Antes de estudarmos mais a fundo sobre as diferentes culturas agrícolas cultivadas em todo 
o mundo e mais especificamente no Brasil, é preciso que tenhamos conhecimento de como elas 
são classificadas. De acordo com o IBGE: 
✓ Culturas temporárias: “São culturas de curta ou média duração, geralmente com ciclo 
vegetativo inferior a um ano, que após a colheita necessitam de novo plantio para 
produzir, como por exemplo: soja, milho, feijão etc. São incluídos nesta categoria o 
abacaxi, a cana-de-açúcar, a mandioca e a mamona, que apresentam ciclos de colheita 
muitas vezes superiores a 12 meses.” 
✓ Culturas permanentes: “São culturas de longo ciclo vegetativo, que permitem colheitas 
sucessivas, sem necessidade de novo plantio, como por exemplo: café, maçã, pera, uva, 
manga, laranja etc.” 
 
7.2.1. Lavouras Temporárias 
✓ Cana-de-açúcar: 
 É o principal produto agrícola na história brasileira. Introduziu a colonização por meio do 
plantation: grandes latifúndios (sesmarias), monocultores com a produção voltada para a 
exportação. A cana-de-açúcar foi escolhida pelos portugueses para iniciar a colonização, pois era 
um produto muito caro e com alta demanda na Europa. Ainda contavam com o financiamento 
holandês que ficavam com a parte mais lucrativa: o refino, transporte, distribuição e comércio. A 
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cana-de-açúcar é uma espécie asiática que se adaptou muito bem ao clima do Nordeste brasileiro: 
clima tropical úmido (com chuvas concentradas no inverno) e solo de massapê (resultado da 
decomposição do calcário e do gnaisse). Os séculos XI e XII marcaram seu auge. Devido a disputa 
pelo controle da região açucareira, a Holanda invadiu o Nordeste e travou uma guerra contra 
Portugal (A Guerra do Açúcar: que culminou na expulsão dos holandeses). 
No início do século XXI, o Brasil viveu um período de grande prosperidade agrícola. Políticas 
de incentivo ao consumo levaram ao aumento da frota automotiva e da demanda por 
combustíveis. O setor sucroalcooleiro deu um salto neste período com a popularização dos carros 
flex (movidos à gasolina e à etanol). O agronegócio investiu no cultivo canavieiro e multiplicou as 
lavouras em São Paulo que se tornou líder da produção nacional, muito à frente dos outros 
estados. A região Nordeste do estado é onde concentra-se a maior produção, sendo o entorno de 
Ribeirão Preto é o principal polo nacional do agronegócio da cana-de-açúcar. O Brasil lidera a 
produção mundial de cana-de-açúcar, principalmente pelo fato de possuir a maior área plantada 
no mundo, com mais de 9 milhões de hectares e produtividade de 79 toneladas por hectare. A 
Etiópia é o país com maior produtividade, 127 toneladas por hectare, entretanto possui apenas 19 
mil hectares de área plantada. 
 
 
Fonte: FAO, 2010. 
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É um produto cultivado em regiões tropicais especialmente mais úmidas, pois quanto maior 
o calor e a umidade maior a produtividade da cana-de-açúcar. Índia, China, Paquistão, Tailândia e 
Filipinas possuem o litoral com o clima tropical monçônico, muito quente e úmido, o que 
proporciona uma boa representatividade no mercado internacional, sobretudo nos dois primeiros 
países citados onde há maior disponibilidade de área plantada. O litoral mexicano, da Colômbia, da 
Argentina (próximo à foz do Rio Prata) e litoral Nordeste da Austrália, também são áreas de clima 
propício para o cultivo da cana-de-açúcar. 
Na década de 70, a economia mundial passava pela crise do petróleo (causada por conflitos 
no Oriente Médio) e para diminuir a dependência do petróleo, o país lançou o Proálcool (Programa 
Nacional do Álcool) que desenvolveu a tecnologia do etanol combustível, derivado da cana-de-
açúcar. Os gráficos abaixo demonstram a liderança do sudeste na produção canavieira e 
sucroalcooleira, sendo que a região paulista é responsável por 51% da produção nacional. A 
mesma também lidera a produção de etanol, com 57% de toda a produção nacional. A produção 
da região Norte está abaixo de meio por cento, por esse motivo não compõe o gráfico de produção 
nacional de etanol. 
 
Fonte: CONAB, 2019. 
61%
22% 9% 7% 1%
SUDESTE CENTRO-
OESTE
NORDESTE SUL NORTE
ÁREA PLANTADA COM CANA-DE-
ÁÇUCAR POR REGIÃO SAFRA 
2018/2019
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FONTE: CONAB, 2019. 
 
 
✓ Soja: 
A soja é naturalmente um cultivo de clima temperado e era cultivada na costa leste da Ásia, 
principalmente na China. No Brasil, no final da década de 60, o trigo era a principal cultura da 
região Sul, mas a soja surgia como uma opção de verão, em sucessão ao trigo. O Brasil também 
iniciava um esforço para produção de suínos e aves, gerando demanda por farelo de soja. O país 
passou a investir também em tecnologia para adaptação da cultura às condições brasileiras, 
processo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 
 
 
58%
32%
6% 5%
SUDESTE CENTRO-OESTE NORDESTE SUL
PRODUÇÃO DE ETANOL POR REGIÃO SAFRA 
2018/2019
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A indústria biotecnológica desenvolveu sementes transgênicas de soja resistentes à 
agrotóxicos e adaptadas ao solo do cerrado (demanda correção por calagem e adubação pois 
normalmente é ácido). Em 2005 o congresso brasileiro aprovou a Lei de Biossegurança que 
permitia a pesquisa e o cultivo de transgênicos e a produção deu um salto incrível, passando a ser 
plantada em outras regiões e encontrou no cerrado do Centro-Oeste, amplas áreas com relevo 
plano e vegetação pouco adensada (com maior facilidade de ser desmatada) processo que 
atualmente avança sobre as bordas da Floresta Amazônica. É o produto responsável pela 
ampliação da fronteira agrícola brasileira. O que é isso? São os limites das terras agricultáveis em 
uso. Silva, em seu artigo científico intitulado “Amazônia globalizada: da fronteira agrícola ao 
território do agronegócio – o exemplo de Rondônia”, representa graficamente como houve um 
aumento na produção de soja e milho na Amazônia, no ano de 2010 e especializa essa produção 
no mapa abaixo, onde podemos perceber como o cultivo da soja está avançando cada vez mais 
para os limites da floresta. 
 
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O destino da soja é a exportação do farelo para a produção de ração e óleo. Veja abaixo os 
dados das safras 2018/19: 
Soja no mundo: 
Produção: 362 milhões de toneladas. 
Área plantada: 126 milhões de hectares. 
Fonte: USDA 
 
 
Soja nos EUA (maior produtor mundial do grão): 
Produção: 124 milhões de toneladas. 
Área plantada: 36 milhões de hectares. 
Produtividade: 468 quilos por hectare (kg/ha). 
Fonte: USDA 
Soja no Brasil (segundo maior produtor mundial do grão): 
Produção: 115 milhões de toneladas. 
Área plantada: 36 milhões de hectares. 
Produtividade: 3.206 kg/ha. 
Fonte: CONAB 
Mato Grosso (maior produtor brasileiro de soja): 
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Produção: 32 milhões de toneladas. 
Área plantada: 10 milhões de hectares. 
Produtividade: 3.346 kg/ha. 
 
Paraná (segundo produtor brasileiro de soja): 
Produção: 16 milhões de toneladas. 
Área plantada: 5 milhões de hectares. 
Produtividade: 2.989 kg/ha. 
Fonte: CONAB 
Rio Grande do Sul (terceiro produtor brasileiro desoja): 
Produção: 19 milhões de toneladas. 
Área plantada: 6 milhões de hectares. 
Produtividade: 3.321 kg/ha. 
Fonte: CONAB 
 
Segundo projeções do Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA), o Brasil 
produzirá 125 milhões de toneladas contra 96,8 dos EUA, se tornando o maior produtor e 
exportador de soja mundial em 2020, ultrapassando a produção norte-americana. A China 
continua como o maior consumidor mundial, seguido dos EUA, Argentina, e o Brasil ocupa a quarta 
colocação no consumo do grão e seus derivados conforme ilustrado nos gráficos abaixo. 
 
Fonte: USDA. 
 
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7.2.2. Lavouras Permanentes 
✓ Algodão 
O algodão é uma cultura tradicional no Brasil desde a colônia. Até a década de 60, era 
cultivado principalmente no Maranhão, no Seridó (região interestadual localizada no sertão 
nordestino) e na Bahia. Era uma atividade que se somava às grandes exportações de melaço de 
cana-de-açúcar, nosso principal produto. No século XVIII, o primeiro Ministro Marquês de Pombal 
estimulou a produção de algodão para abastecer as manufaturas têxteis inglesas. O principal 
fornecedor de algodão para a Inglaterra eram os EUA, mas em dois momentos de Guerra, a de 
independência e a de secessão, o Brasil ocupou a lacuna deixada pelas 13 colônias. Os gráficos 
abaixo nos apresentam uma projeção de 2012. Observe que os quatro primeiros países são 
produtores históricos de algodão que abastecia as manufaturas e mais tarde as indústrias têxteis 
inglesas. No século XVIII as 13 colônias e o Brasil e no século XIX a China e a Índia (o 
neocolonialismo ou imperialismo afro asiático. 
 
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Fonte: USDA. 
 
 
 Historicamente o algodão destacou-se no sertão nordestino, principalmente tipo arbóreo 
(“mocó” ou “seridó”). A região perdeu a liderança da produção algodoeira, primeiramente para 
São Paulo, e mais tarde para a região Centro-Oeste, que desenvolveu o algodão do tipo herbáceo. 
Os principais usos do algodão são a indústria têxtil (pluma) e a alimentícia (caroço para produção 
de óleo). 
 
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O Centro-Oeste é líder na produção nacional de algodão, tendo o Estado do Mato Grosso é 
como maior produtor do país, seguido por Goiás. O clima tropical típico, em geral bastante regular, 
com uma estação seca e outra úmida (com variações) favorece a produtividade nestes Estados cuja 
produção reduziu entre 2014/2016 em razão da praga do bicudo, uma das principais doenças que 
acometem as lavouras. O Nordeste é a segunda maior região produtora de algodão, tendo a Bahia 
como maior produtor nordestino e o segundo maior produtor nacional, sendo a principal região 
produtora é o cerrado baiano. No Maranhão a produção está hoje concentrada nos municípios no 
entorno de Balsas, no extremo sul do Estado. O início da colheita do algodão ocorre em julho e se 
estende até agosto e setembro. Atualmente o Brasil é o segundo maior exportador de algodão do 
mercado mundial, atrás somente dos EUA. Segundo a Companhia Nacional do Abastecimento 
(CONAB), até abril de 2019 já tinham sido embarcadas 998 mil toneladas para exportação. O 
grande desafio para o país manter-se competitivo no mercado, segundo os produtores, é 
aumentar a participação nos mercados da Ásia, onde estão as maiores indústrias de algodão. 
 
✓ Café: 
 O Brasil é o maior produtor mundial de café, seguido do Vietnã e da Colômbia. A 
produção brasileira se iniciou no século XIX e logo São Paulo tornou-se o maior produtor mundial e 
durante um século (1830 e 1930), foi o principal produto de exportação brasileira. Atualmente a 
maior produção nacional é de MG, responsável por 50% da produção nacional. Um tema que 
costuma ser bastante cobrado em história e geografia é a “Marcha do Café”, o percurso do 
produto ao longo do século XIX. De acordo com o mapa abaixo, esse processo ocorreu 
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primeiramente no RJ e SP, depois sul de Minas e então no Oeste paulista e Norte do Paraná. O 
ciclo do café foi o responsável pela modernização do país no século XIX com a introdução de 
ferrovias, e foi quando ocorreu a abolição da escravidão e também a imigração europeia 
principalmente dos italianos que vieram trabalhar nas lavouras paulistas. 
 
 
 
 
Fonte: OIC. 
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 Segundo boletim executivo do Ministério da Agricultura publicado em outubro de 2019, a 
região Sudeste respondeu por 93% da produção cafeeira nacional, sendo que o Estado de Minas 
Gerais por si só contribuiu com 52% de toda essa produção. Os Estados do Espírito Santo, São 
Paulo, Bahia, Rondônia e Paraná, foram responsáveis por mais 25%, 8%, 7%, 4% e 2%, 
respectivamente, do total produzido no ano de 2019. O cultivo nesta região está associado ao 
relevo de planalto e suas temperaturas mais amenas. O café também é cultivado nas encostas, e 
para isso é preciso que se adotem práticas de conservação do solo para evitar que ocorra erosão, 
como as curvas de nível. No Sudeste predomina o café arábico e em Rondônia o café do tipo 
robusta. O povoamento de Rondônia está diretamente ligado à produção do café no Estado. 
 
✓ Laranja: 
 A laranja é a fruta mais produzida no Brasil. Está presente em todos os estados da 
federação e também no Distrito Federal, mas sua principal produção está em um cinturão que vai 
do Paraná a Sergipe, passando por São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O estado de São Paulo é de 
longe o maior produtor da fruta, responsável por 72% de toda produção nacional de 2018/2019, 
de acordo com estimativas do IBGE. O Brasil é ainda o maior produtor mundial da fruta e principal 
exportador de suco de laranja. A laranja produzida para a indústria de suco é o terceiro produto 
agropecuário do estado de São Paulo, atrás apenas da cana-de-açúcar e da carne bovina, sendo 
responsável por 6,43% do valor produzido pela agropecuária em 2017, segundo dados do Valor da 
Produção Agropecuária (VPA), estimado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA). 
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