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Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) Autor: Sergio Henrique 21 de Abril de 2022 05303426343 - João Batista Gomes do Amaral Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 1 157 SUMÁRIO 00. Bate Papo Inicial .......................................................................................................... 3 1. Agricultura: Aspectos Gerais e Limitantes Físicos ........................................................... 4 2. Solos .............................................................................................................................. 7 2.1. Os Solos do Brasil ....................................................................................................................... 8 3. Agronegócio ................................................................................................................. 10 3.1. A Biotecnologia ........................................................................................................................ 11 3.2. Produção de Alimentos Modificados Geneticamente .............................................................. 12 3.3. A Polêmica dos Transgênicos e a Lei de Biossegurança........................................................... 12 3.4. Bioética ..................................................................................................................................... 14 3.5. Os Alimentos Transgênicos um Paradigma Mundial ............................................................... 15 3.6. Vantagens e Desvantagens Sobre Transgênicos ...................................................................... 16 3.6.1. Vantagens dos Alimentos Transgênicos ............................................................................................................... 16 3.6.2. Desvantagens dos Alimentos Transgênicos .......................................................................................................... 16 4. Modelos Agrícolas ....................................................................................................... 17 4.1 Agricultura Moderna ................................................................................................................. 18 5. Agricultura Intensiva Não Mecanizada ......................................................................... 19 5.1. Agricultura na Jardinagem ....................................................................................................... 19 5.2. Agroecologia ou Agricultura Sintrópica ................................................................................... 20 5.3. Agricultura Itinerante ............................................................................................................... 21 6. Impactos Sociais e Naturais da Atividade Agrícola ....................................................... 22 6.1. Revolução Verde e a Atualização Territorial ............................................................................ 23 6.2. Agricultura Familiar, Desenvolvimento Social e Segurança Alimentar ................................... 25 7. A Agricultura no Brasil ................................................................................................. 27 7.1. Contexto Atual .......................................................................................................................... 28 7.2. Principais Cultivos Temporários e Permanentes ...................................................................... 29 7.2.1. Lavouras Temporárias .......................................................................................................................................... 29 7.2.2. Lavouras Permanentes ......................................................................................................................................... 38 8. A Pecuária Brasileira .................................................................................................... 50 8.1. Bovinos ..................................................................................................................................... 50 8.2. Suínos e Aves ............................................................................................................................ 52 Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 2 157 8.3. Caprinos e Ovinos ..................................................................................................................... 53 9. Texto Complementar ................................................................................................... 55 10. O Sistema Brasileiro de Transportes ........................................................................... 56 10.1. O Transporte Rodoviário ........................................................................................................ 63 11. Orientações de Estudos (Checklist) e Pontos a Destacar ............................................. 66 12. Questionário de Revisão ............................................................................................ 71 Questionário – Somente Perguntas ................................................................................................ 71 Questionário – Perguntas e Respostas ........................................................................................... 71 13. Exercícios ................................................................................................................... 75 14. Considerações Finais ................................................................................................ 176 Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 3 157 00. BATE PAPO INICIAL Olá amigo concurseiro. É com muita alegria que o recebo novamente para falarmos de geografia. Estudar as aulas anteriores é fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito importante você fazer suas próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos exercícios, não importa, você escolhe. O importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos. Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos. Bons estudos. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 4 157 1. AGRICULTURA: ASPECTOS GERAIS E LIMITANTES FÍSICOS As práticas de domesticação de plantas e animais, que são inerentes à agricultura, significaram um marco na evolução humana. Os grupos que se estabeleceram em locais com boa disponibilidade de recursos naturais, solos férteis e se dedicaram ao desenvolvimento das práticas agrícolas, apresentaram uma taxa de reprodução maior, o que biologicamente falando, quer dizer que obtiveram maior sucesso em relação aos grupos nômades. A revolução agrícola foi uma das principais revoluções promovidas pela inteligência humana. O controle da natureza e da produçãode alimentos teve como consequência a sedentarização do homem. Além de fixar o homem à terra possibilitou um grande aumento populacional devido à maior oferta de alimentos. Estima-se que a agricultura surgiu há cerca de 10.000 anos nas margens das grandes planícies fluviais dos rios Nilo, Tigre e Eufrates na região conhecida como Crescente Fértil, que compreendia o Egito Antigo e Mesopotâmia, hoje Egito, Israel, Síria, Líbano, parte da Turquia e Iraque até a Cordilheira de Zagros no Irã, como ilustrado na imagem abaixo. A partir daí a agricultura foi difundida para a Europa Central pelo Mar Egeu, por fazendeiros conhecidos como anatólios Na antiguidade, a agricultura estava diretamente ligada às crenças religiosas, pois acreditava-se que a produção agrícola dependia dos deuses da chuva, fertilidade do solo e outros elementos da natureza. Os gregos, por exemplo, tinham como deusa da terra cultivada, Demeter ou Demetra, propiciadora do trigo, planta símbolo da civilização. Já os romanos, veneravam a deusa Ceres, celebrando seu despertar na primavera. Na idade média, a organização política dos feudos começa a ter influência direta na produtividade agrícola. A concentração de terras Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 5 157 agrícolas, a partir daí, torna-se também uma forma de dominação dos senhores feudais e da igreja (proprietários de grandes porções de terras) sobre os pequenos produtores adeptos da agricultura de subsistência em pequenas propriedades. Com a fome assolando o mundo nos períodos pós primeira e segunda guerras mundiais, surgiu a necessidade de aumentar a produção de alimentos, período em que houveram grandes avanços nas técnicas agrícolas difundidos por todo o mundo. Esse período ficou conhecido como Revolução Verde, que se caracteriza pela inserção de um conjunto de inovações tecnológicas como o uso de defensivos agrícolas, sementes geneticamente modificadas, fertilizantes, implementos agrícolas como tratores, plantadeiras, colheitadeiras, equipamento para irrigação, etc. Esse processo acentuou ainda mais a concentração de terras expandindo cada vez mais os grandes latifúndios produtores de monoculturas para exportação, suprimindo as áreas naturais e acentuando as disputas no campo pelo direito à terra. Nesse cenário de aumento da desigualdade social é que emergem os movimentos sociais, sendo que à frente no combate à desigual distribuição de terras no Brasil está o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, que tem como principal pauta a Reforma Agrária, que se trata da redistribuição de terras improdutivas para pequenos proprietários que buscam o desenvolvimento da agricultura familiar, responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros e que não é considerada deletéria ao meio ambiente. A maior parte do planeta pratica a agricultura, com exceção de algumas sociedades tribais ainda existentes pelo mundo, como tribos nômades africanas e algumas tribos amazônicas. Em determinadas áreas do planeta não se praticam atividades agrícolas, é porque devido a existência de algum elemento natural que limita o cultivo das lavouras, como nos grandes desertos, topos de montanhas e regiões glaciais. O principal elemento natural que limita a agricultura é o clima, que também influencia nas características do solo, outro fator limitante. De acordo com a profundidade e fertilidade podemos produzir ou não. Em áreas de clima quente e seco em maior parte do ano, há uma alta taxa de evaporação, tornando os solos arenosos e pouco profundos. Em áreas com elevadas taxas de pluviosidade, os solos são pouco férteis devido à lixiviação (solubilização, ou lavagem, dos constituintes químicos) do solo, tornando-os ácidos. O clima brasileiro é excelente para o desenvolvimento agrícola devido ao clima tropical, com boa oferta de calor durante o ano todo concentrando as chuvas durante o verão. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil é o terceiro maior exportador agrícola do mundo, responsável por 5,7% do mercado global, abaixo apenas dos EUA e União Europeia. Dentre os principais produtos estão soja, milho, café, carnes bovina e de frango, além de produtos relacionados à agricultura de subsistência como do setor madeireiro e relacionados à agricultura comercial de produtos tropicais como frutas tropicais, como podemos visualizar no mapa a seguir. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 6 157 Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 7 157 2. SOLOS Os solos são o resultado da rocha decomposta misturada à matéria orgânica. Vários fatores podem interferir na fertilidade dos solos como o tipo de rocha, quantidade de matéria orgânica e microrganismos. Os solos também são divididos em solos maduros, que são mais desenvolvidos e profundos (latossolos) e solos imaturos e pouco desenvolvidos (litossolos). A profundidade dos solos está diretamente ligada às zonas climáticas em que estão localizados. Nas zonas tropicais temos maiores temperaturas e uma maior quantidade de chuvas, consequentemente um processo erosivo mais intenso. Portanto quanto maior a temperatura e a pluviosidade os solos são mais profundos. É importante lembrar que assim como o petróleo os solos são recursos naturais não renováveis. A perda de solo está entre os grandes problemas provocados pela agricultura (devido ao desmatamento e às culturas temporárias). São bilhões de toneladas de solos perdidos todo ano no mundo. No Brasil, são estimadas perdas de 616,5 milhões de toneladas de terra ao ano, decorrentes do processo de erosão do solo em lavouras anuais, e custos da ordem de US$ 1,3 bilhão ao ano. Segundo dados de 2019 publicados pela FAO, o planeta perde 24 bilhões de toneladas de solos fértil todos os anos, ou ainda, a cada 5 segundos, o mundo perde a quantidade de solo equivalente a um campo de futebol. A organização alerta que no ritmo atual, mais de 90% dos solos da Terra podem estar degradados até 2050. Exemplos de solos férteis no mundo: Tchernoziom (solo negro): Encontrado nas pradarias temperadas do Leste europeu, especialmente na Ucrânia, Romênia e Rússia europeia. É um solo profundo e muito rico em matéria orgânica. Solos aluviais fluviais: são os solos encontrados nas regiões dos vales de grandes rios. São chamados aluviais, pois são formados por sedimentos rochosos trazidos pelo rio de diversas regiões (quando são solos de rochas do local em que se encontram são solos eluviais). São exemplos os solos das grandes planícies férteis asiáticas como os solos às margens do Rio Ganges (Índia), Rio Indo (Paquistão), Rio Amarelo e Azul (China). Solo Loëss (solos aluviais eólicos): São solos profundos formados por sedimentos trazidos de várias regiões (aluviais) pelo vento (eólicos). Possui cor amarelada e é muito fértil. Encontrado na China na região da Manchúria. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. SérgioHenrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 8 157 2.1. OS SOLOS DO BRASIL Os solos, por melhor dizer, são o resultado da alteração da rocha matriz, pela ação climática, temperatura, pressão e organismos vivos ao longo do tempo. Podemos entender que um “solo jovem” é pouco desenvolvido, pois não sofreu tanta alteração quanto um “solo maduro”, bastante alterado ao longo do tempo proporcionando-lhe grande profundidade. Se cavarmos este solo até atingirmos a rocha, veremos que o seu perfil não é totalmente homogêneo, sendo as camadas superficiais mais antigas (e por isso mais alteradas) que as camadas profundas. Sendo assim, o solo divide-se em horizontes: O, A, B, C e R, sendo este último a rocha consolidada. Quanto mais horizontes, mais profundo. Quanto mais se aprofunda no solo, mais pedregoso fica até chegarmos à rocha matriz (a rocha que deu origem àquele solo). ✓ Solo de Massapê: Solo fértil resultado da decomposição do calcário e do gnaisse. Encontrado no litoral nordestino (zona da mata). Foi na zona da mata pernambucana em que foi implantado com sucesso o plantation de cana-de-açúcar pelos portugueses no período colonial. ✓ Terra Roxa: Solo fértil resultado da decomposição do Basalto (Rocha vulcânica). Encontrado principalmente no Estado de São Paulo e Paraná. No século XIX foi quando se iniciou o ciclo cafeeiro em terras cariocas e paulistas, onde o café se desenvolveu principalmente neste solo fértil. ✓ O solo do cerrado: É um solo imaturo, ou seja, pouco desenvolvido (litossolo). É também um solo ácido e precisa ser tratado com o método da calagem (jogar cal virgem no solo para neutralizar a acidez). ✓ O solo da Amazônia: É uma confusão muito comum atribuirmos a mega diversidade amazônica à fertilidade dos seus solos, mas não é correto. Na verdade, os solos amazônicos são pouco férteis e toda a floresta está assentada em uma camada de matéria orgânica. Abaixo desta camada encontramos sedimentos arenosos. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 9 157 Como podemos visualizar na figura acima, mais da metade do território brasileiro é composto pelas classes dos Latossolos (31,61%) e dos Argissolos (26,94%). Estes solos, assim como todos os demais, variam de acordo com a sua estrutura e composição, o que altera inclusive a sua denominação, como por exemplo o Latossolo Amarelo, Vermelho, ou ainda o Argissolo Vermelho- Amarelo. Estes solos são em geral, solos bastante desenvolvidos, com horizontes profundos e com boa fertilidade ou relativamente fáceis de serem corrigidos. Por isso são amplamente utilizados para o desenvolvimento agrícola. 18,50% são compostos por solos pouco desenvolvidos, com horizontes de baixa profundidade como os Cambissolos (5,26%) e os Neossolos (13,24%). São encontrados em regiões de relevo inclinado e/ou com baixos índices pluviométricos, processo muito importante na desagregação das partículas das rochas que constituem os solos. Os solos restantes são de menor representatividade no território nacional, como os com abundância de matéria orgânica como os Chernossolos (coloração escura), Espodossolos (matéria orgânica associada à presença de alumínio) e Organossolos (horizonte superficial e subsuperficial orgânico) que correspondem à 0,44%, 1,98% e 0,03%, respectivamente. Os Gleissolos (encharcados), os Luvissolos (com acumulação de argila) e os Planossolos (relevo plano), estão concentrados nas áreas de planícies fluviais e correspondem a 4,69%, 2,85% e 2,67%, respectivamente. Os Plintossolos (materiais argilosos que endurecem expostos ao ar), Nitossolos (do latim nitidus, “brilhante”, conotativo de superfícies brilhantes nas unidades estruturais) e os Vertissolos (do latim vertere, “inverter”, material de solo expansivo/contrativo que se movimenta na superfície), correspondem a 6,95%, 1,14% e 0,21%, respectivamente, e estão espalhados pelo território. O restante é composto por Afloramentos rochosos, dunas e corpos d’água. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 10 157 3. AGRONEGÓCIO São todos os setores produtivos da cadeia agrícola. Estão incluídos no agronegócio por exemplo a lavoura mecanizada, mas também a indústria de maquinários agrícolas, adubos e fertilizantes. Inclusive o processamento final do alimento também é agronegócio, por exemplo, uma fábrica de sucos. A modernização tecnológica no campo promoveu mudanças incríveis. A agropecuária desenvolveu-se tanto em pesquisa, seleção e desenvolvimento de espécies cultiváveis como em métodos cada vez mais automatizados. O desenvolvimento de insumos agrícolas como plantadeiras, aradeiras, colhedeiras e tratores, fertilizantes e agrotóxicos foi muito grande. Esta modernização no campo promoveu uma transformação estrutural da agricultura e aumentou muito a produtividade. Hoje a agropecuária se articula em modelos cada vez mais complexos Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 11 157 organizados em agroindústrias ou simplesmente agronegócio. Como agronegócio podemos considerar toda a cadeia produtiva da agricultura, desde as áreas cultivadas altamente mecanizadas, como a indústria que produz os insumos (maquinários) e componentes químicos (fertilizantes e agrotóxicos). Também a indústria que processa o produto como um grande frigorífico ou fábrica de sucos. A modernização do campo e o aumento de produtividade que ocorreu na década de 60 e 70 é conhecida como revolução verde. Esta modernização no campo se deu a partir do desenvolvimento de novas técnicas e seleção de espécies para viabilizar a agricultura em regiões em que ela não era praticada por limitações naturais ou socioeconômicas. A revolução verde contou com apoio da ONU, que via uma oportunidade para o aumento da produção de alimentos e a erradicação da fome no mundo. Infelizmente este objetivo não foi alcançado. A produtividade aumentou, mas principalmente a da agricultura comercial de exportação (plantation mecanizado). Na África, por exemplo, na região conhecida como SAHEL (região na transição do deserto para a savana e com os piores índices socioeconômicos do continente) ocorreu a expansão da agricultura, entretanto voltada para exportação e não para suprir as necessidades da região. Os países pioneiros a aderirem o pacote da revolução verde foram o México, Brasil, Índia e Tailândia que hoje são grandes produtores e exportadores agrícolas. Dentre os avanços tecnológicos para aumentar a produção agrícola estão melhorias genéticas em sementes, desenvolvimento de sementes híbridas, mecanização e redução do custo de manejo agrícola. As grandes propriedades no Brasil e no mundo são essencialmente monocultoras voltadas à exportação. O plantation normalmente produz poucos alimentos, ou nenhum. As lavouras de milho e soja, por exemplo, são destinadas à produção de ração. Os alimentos são produzidos principalmente pela agricultura familiar realizada nas pequenas propriedades. 3.1. A BIOTECNOLOGIA São realizadas várias pesquisas em busca do melhoramento genético das plantas para selecionarmos as características mais desejáveis.Existem as sementes híbridas e as sementes transgênicas. Os híbridos são vegetais selecionados e cruzados em laboratório, obtendo-se assim plantas mais resistentes às pragas, ou maiores e mais suculentas. As plantas são cruzadas e selecionadas, mas não sofrem modificação genética. Já os transgênicos são OGMs (organismos geneticamente modificados). Selecionam e introduzem características desejáveis (mesmo que não sejam naturais da espécie). Podem tornar as plantas resistentes à ação de pragas e a utilização de agrotóxicos, além de adaptá-las às condições climáticas e de solo específicas. Vamos ao exemplo dos transgênicos no Brasil. Somos atualmente o segundo maior produtor mundial de Soja. Até 2005 a soja, que é um cultivo tipicamente de climas temperados era cultivada somente na região Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 12 157 Sul. Foi desenvolvida uma variedade de sementes transgênicas adaptadas ao clima tropical e ao solo do cerrado. Isso possibilitou a expansão da agricultura brasileira com base na produção da soja, que hoje ocupa uma grande área cultivada e suas lavouras possuem grande produtividade. 3.2. PRODUÇÃO DE ALIMENTOS MODIFICADOS GENETICAMENTE Estima-se que o uso de processamento biológicos de microrganismos tenha começado há mais de 6.000 anos com a produção de alimentos, como pães e bebidas fermentadas, em diversas civilizações. Atualmente a biotecnologia já vem produzindo alimentos livres de alérgenos e toxinas, desenvolvendo culturas com perfis nutricionais avançados suplementando vitaminas e nutrientes, reduzindo o uso de produtos químicos agrícolas e produzindo culturas agrícolas com menor uso de insumos. Os estudos biotecnológicos na área de produção de alimentos estão voltados ao melhoramento genético de plantas, reprodução vegetal afim de enriquecimento de populações existentes, geração de novos genótipos (composição genética) através da engenharia genética e também para alterações do metabolismo das plantas. Os feitos nas sociedades da biotecnologia são inegáveis em muitas áreas. Porém quando tratamos de produção de alimentos vários fatores devem ser levados em consideração. São crescentes as discussões sobre utilização intensiva de agrotóxicos e fertilizantes inorgânicos, interferência no equilíbrio da natureza, criação de sementes geneticamente modificadas, "poluição genética", uma vez que não é possível controlar os efeitos da disseminação de organismos geneticamente modificados no ambiente e por último e mais polêmico a produção de alimentos transgênicos. 3.3. A POLÊMICA DOS TRANSGÊNICOS E A LEI DE BIOSSEGURANÇA A nova tecnologia das plantas transgênicas, antes de serem liberadas pela lei, provocou um grande debate entre os cidadãos e cientistas sobre os possíveis impactos nocivos do uso destas sementes. São muitas as consequências e muito variadas, pois refletem tanto no meio ambiente quanto na economia e na saúde humana. As pesquisas realizadas sobre os impactos dos alimentos transgênicos na saúde humana não foram conclusivas, ou seja, foram liberados antes de sabermos se podem provocar efeitos nocivos. Os principais riscos dos transgênicos apontados são: Risco de cruzamento espontâneo, desaparecimento das espécies originais, dependência do produtor das grandes corporações e o problema bioético sobre patentes sobre organismos vivos. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 13 157 Para tentar minimizar os riscos na alimentação devido a possíveis mutações e adaptações dos transgênicos, foi criado na Noruega um banco de sementes chamado de “banco do fim do mundo”, que reúne coleções de sementes de todos os principais alimentos conhecidos pelo homem em sua variedade natural. Caso ocorra um problema imprevisto que possa comprometer a alimentação mundial, teremos armazenadas as matrizes genéticas originais. No Brasil enquanto o debate sobre os transgênicos ocorria foi aprovada no congresso a chamada Lei de Biossegurança, de 2005. Numa mesma lei foram aprovados dois temas polêmicos na época: o plantio de transgênicos e a pesquisa com células tronco (que contava com a resistência de grupos religiosos). Pela existência de possíveis efeitos inesperados, esses organismos transgênicos são integralmente avaliados pelas premissas da biossegurança alimentar desde as suas características e propriedades até suas funções, afim de encontrar eventuais riscos existentes para a saúde humana. Estes quando encontrados são analisados e caracterizados. Também são desenvolvidas técnicas que possam reduzir ou erradicar os riscos e impactos existentes na produção, liberação e comercialização dos transgênicos. A biossegurança de transgênicos engloba diversas informações infundadas e ainda há falta de conhecimento do tema. Em decorrência disso, parte da sociedade ignora a potencialidade desses organismos na agricultura, economia, sociedade e meio ambiente. O desenvolvimento da biotecnologia suscita uma série de preocupações tanto para cientistas quanto para a sociedade de maneira geral. Dentre essas preocupações, destaca-se a necessidade de se alfabetizar cientificamente a sociedade. A realidade do mundo biotecnológico se apresenta como um processo aparentemente sem limites, e a biossegurança que em termos clássicos pode Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 14 157 ser definida como a segurança ocupacional e ambiental da moderna biotecnologia, de forma contraditória, começa a ocupar espaços em ambientes não-biotecnológicos, como hospitais, laboratórios de saúde pública, hemocentros, etc. COMO SE PRODUZ UMA PLANTA TRANSGÊNICA? 1. IDENTIFICAÇÃO E ISOLAMENTO: Uma característica reconhecida como importante para uma planta é identificada. Depois, seleciona-se os genes responsáveis pela expressão dessa característica; 2. TRANSFORMAÇÃO: Inserção do gene de interesse no genoma da planta a ser transformada. Isso pode ser realizado via Biobalística (pequenas esferas de ouro ou tungstênio contendo material genético são disparadas em direção ao tecido do organismo- alvo. O gene de interesse chega ao núcleo celular e é integrado ao genoma da célula vegetal) ou via Agrobacterium tumefaciens (Bactéria do solo que naturalmente transfere parte de seu DNA para o vegetal. Usa-se esse microrganismo como vetor, inserindo na bactéria o gene de interesse e colocando-a em contato com as células vegetais), por exemplo; 3. SELEÇÃO: Identificação das células que receberam os genes de interesse. Para isso, as células vegetais são avaliadas em condições de cultivo; 4. REGENERAÇÃO: Obtenção da planta completa a partir da célula vegetal transformada. Este processo é realizado cultivando os fragmentos de tecido vegetal modificado; 5. TESTES DE BIOSSEGURANÇA: Durante todo o processo de desenvolvimento do transgênico, são realizados testes de biossegurança em laboratório, em casa de vegetação e em campos experimentais. Nessa fase também são realizados testes para avaliar a segurança da planta transgênica para a saúde humana, animal e para o meio ambiente; 6. APROVAÇÃO: Depois de passar pelos testes de biossegurança, a planta pode ser submetida à avaliação dosórgãos reguladores de diferentes países. No Brasil, o órgão responsável por essa avaliação é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). As plantas transgênicas, portanto, são aquela que receberam um ou mais genes de outros seres vivos com o objetivo de apresentarem novas características. Atualmente, somente soja, milho e algodão transgênicos são cultivados comercialmente no Brasil. Fonte: Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) 3.4. BIOÉTICA Segundo conteúdo disponível no website da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNASUS), as ações de saúde pública visam interferir no processo saúde-doença da Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 15 157 coletividade, com a finalidade de proporcionar um melhor estado de saúde para as populações. Essas ações podem, contudo, gerar confrontos entre os interesses individuais e os coletivos, entre as liberdades individuais e o bem-estar ou a segurança da coletividade. Em um contexto cultural que privilegia o conceito de autonomia, passam a ser aceitas todas as escolhas individuais, mesmo aquelas que prejudicam a saúde. Contudo, essas escolhas pessoais devem ser responsáveis, ainda que sejam influenciadas pelo grupo social a que pertencem essas pessoas, que as exercem para ser aceitas como parte desse grupo. Muito se discute sobre os transgênicos e a efetividade desses tipos de alimentos “artificiais”, visto que na natureza muitos deles não se reproduziram dessa maneira. Há controvérsias a respeito dos nutrientes que contém, bem como suas implicações éticas, econômicas, sociais e políticas. Todos esses fatores se relacionam diretamente com os efeitos a curto e longo prazo para a saúde dos seres humanos e dos animais. O conhecimento a respeito da segurança alimentar por parte da população para decisões responsáveis sobre o consumo ou não de transgênicos ainda é uma discussão delicada. Em outras palavras, visar o lucro em possível detrimento da saúde, pode ser um grande problema no futuro. 3.5. OS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS UM PARADIGMA MUNDIAL Conforme a legislação em vigor, é obrigatório o rótulo de identificação em alimentos transgênicos com o intuito de alertar o consumidor sobre o que ele está consumindo. No Brasil e na União Europeia são apresentados rótulos de produtos com até 1% de componentes transgênicos. Em muitos países, o consumo de alimentos transgênicos é legal, como o Japão, uma potência mundial cuja comercialização de transgênicos é proibida. Os países que lideram a produção de alimentos transgênicos são os Estados Unidos, Argentina, Canadá, China, além do Brasil. No mundo, os alimentos produzidos em maior quantidade são o milho, a soja, o algodão e a canola. O cultivo mais predominante no planeta é o da soja resistente à herbicidas. Os alimentos transgênicos de origem animal também podem ser modificados. Em 2012, a empresa estadunidense “Food and Drug Administration” (FDA) aprovou o consumo do primeiro animal geneticamente modificado, um tipo de salmão. Em 2017 o Brasil tornou-se o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, como podemos visualizar na imagem abaixo. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 16 157 3.6. VANTAGENS E DESVANTAGENS SOBRE TRANSGÊNICOS 3.6.1. Vantagens dos Alimentos Transgênicos ✓ Maior produtividade; ✓ Redução de custos; ✓ Aumento do potencial nutricional do alimento; ✓ Plantas mais resistentes às pragas (insetos, fungos, vírus, bactérias) e aos agrotóxicos, inseticidas e herbicidas; ✓ Aumento da tolerância das plantas as condições adversas de solo e clima. 3.6.2. Desvantagens dos Alimentos Transgênicos ✓ Relação com o desenvolvimento de doenças (reações alérgicas, câncer, etc.); ✓ Desequilíbrio ambiental (poluição do solo, da água e do ar, desaparecimento de espécies, perda da biodiversidade, contaminação de sementes, etc.). Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 17 157 4. MODELOS AGRÍCOLAS Existem diversos modelos agrícolas pelo mundo, cada qual adaptado às condições de cada local. Há os sistemas agrícolas com uso intensivo ou extensivo dos solos. ✓ Agricultura extensiva: A agricultura realizada sem muito uso de tecnologia, com técnicas rudimentares. Tem uma baixa produtividade e ocupam maior espaço. São exemplos os roçados, a agricultura de subsistência. ✓ Agricultura intensiva: A agricultura tipicamente praticada nos países desenvolvidos. Utilizam agrotóxicos e fertilizantes e possui alta produtividade. Ocupam um menor espaço, devido à adaptação das culturas a um alto adensamento. Na Ásia temos um exemplo muito interessante de agricultura intensiva não mecanizada. aqui nos referimos à tradicional prática da jardinagem associada ao terraceamento. São bons exemplos as produções hidropônicas (plantios realizados na água), cultivo de hortaliças em estufas, os polders holandeses, o modelo agrícola dos Estados Unidos (cinturões agrícolas) e toda lavoura de agronegócio. Aqui temos um polder holandês. São áreas do mar que são aterradas em parte e construídas estruturas flutuantes, com um sistema de diques e barragens. As áreas conquistadas são usadas para a agricultura. Os EUA e os Belts (cinturões agrícolas): São setores agrícolas, que são organizados de acordo com a “vocação agrícola do lugar”, ou seja, de acordo com a proximidade do mercado consumidor, do solo e clima mais adequado àquela cultura. Nestes cinturões são oferecidos subsídios agrícolas aos produtores que optam por cultivar aquele produto. Os subsídios dados pelos EUA e U.E. provocam uma grande polêmica internacional na OMC (organização mundial do comércio). Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 18 157 4.1 AGRICULTURA MODERNA A agricultura moderna é aquela em que o sucesso do processo é garantido pelo uso de tecnologia, gestão, investimento, características do mercado e apoio a nível governamental. São práticas de cultura intensivas com planejamento para todos os fatores. Consiste no controle das práticas de irrigação, uso de fertilizantes, sementes de alto desempenho (modificadas geneticamente), uso de pesticidas, rotação de colheitas e uso de maquinário com controle altamente tecnológico. As empresas são administradas como empresas, sendo que a grande maioria dos proprietários não reside na propriedade rural, e sim em grandes centros urbanos onde são realizadas as transações financeiras. As safras dessas propriedades pode ser dividida em fases: 1 – Preparação do solo: análise do solo e aplicação de fertilizantes e corretivos; 2 – Plantio: semeadura de acordo com o potencial produtivo; 3 – Acompanhamento da lavoura: mapeamento de doenças e pragas e aplicação localizada de defensivos agrícolas; 4 – Colheita: utilizadas máquinas com sensores de produtividade e são produzidos mapas de produtividade para identificaçãode áreas improdutivas. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 19 157 5. AGRICULTURA INTENSIVA NÃO MECANIZADA Os sistemas agrícolas da Ásia de Monções são milenares. Técnicas simples e tradicionais, não mecanizadas, que proporcionam um uso intensivo do solo. É o sistema de terraceamento associado com a jardinagem. O uso de milhares de jardineiros está diretamente relacionado ao excesso populacional e o fato de lá ser considerado um formigueiro humano. O terraceamento é uma técnica em que são realizados cortes nas vertentes dos planaltos, construindo os terraços. Neles são colocados jardineiros. Não há uso de tecnologias modernas, mas a produtividade é alta e é intensiva. O principal objetivo do terraceamento é evitar a erosão já que os terraços agem na diminuição da velocidade da água que escoa no sentido morro abaixo transportando o solo retirado (regiões planálticas e com muita chuva sofrem maior erosão). 5.1. AGRICULTURA NA JARDINAGEM A agricultura de jardinagem é uma expressão da ação humana interagindo com o espaço geográfico, utilizando os conhecimentos sobre o ambiente natural (relevo e clima) para o desenvolvimento das práticas agrícolas. É uma espécie de cultivo milenar que acompanha o desenvolvimento das civilizações até os dias atuais. É comum no Sul do continente asiático e um dos principais exemplos é a rizicultura (cultivo de arroz) no Vietnã que é organizada por técnicas de terraceamento. Os principais aspectos da agricultura de jardinagem são: a elevada utilização de mão de obra e trabalho manual, o baixo incremento tecnológico, a elevada produtividade, o uso de medidas para evitar ou conter a erosão (curvas de nível e terraceamento) e o predomínio do cultivo de alimentos, principalmente o arroz. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 20 157 Essa técnica é possível graças as características climáticas locais que contam com duas estações bem definidas ao longo do ano: uma muito chuvosa e intensa e outra mais fria e seca com longa estiagem. Durante a época chuvosa, quando os índices pluviométricos são muito acentuados e caracterizados por longas tempestades, transforma-se o relevo acidentado da região em terraços ou realiza-se o plantio em curvas de nível. 5.2. AGROECOLOGIA OU AGRICULTURA SINTRÓPICA Agricultura Sintrópica é o termo designado à um sistema de cultivo agroflorestal caracterizado pela organização, integração, equilíbrio e preservação de energia no ambiente através do manejo sustentável. Nesse tipo de cultivo não se utiliza nada além do que o meio ambiente pode oferecer, inclusive, os agricultores recebem a orientação de não irrigar suas plantações, pois o equilíbrio será atingido de maneira natural. O termo Agricultura Sintrópica foi criado por Ernst Gotsch, agricultor e pesquisador suíço. O principal propósito dessa forma de cultivar alimentos está na preocupação com o meio ambiente, ou seja, com a não devastação e com a preservação das características naturais da região. Isso se aproxima muito dos sistemas agrícolas tradicionais conduzidos por grupos locais em comunidades espalhadas por todo território brasileiro. Geralmente o cultivo da terra é feito por agricultores ligados por elos de parentesco, que objetivam principalmente a subsistência, cuja manutenção é feita através da mão-de-obra familiar, aproveitamento de insumos locais e desenvolvimento de tecnologias simples. Nesse caso, a escolha por determinado cultivo ultrapassa questões de cunho econômico, e permeiam valores sociais, culturais, ambientais, étnicos e míticos. Nos ambientes cultivados procura-se manter ou permitir processos ecológicos, que por sua vez contribuem para a manutenção e produtividade dos sistemas e da comunidade em si. As diferenças e vantagens da agroecologia ou agricultura sintrópica são muitos. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 21 157 Como o sistema funciona: ✓ É preciso fortalecer o sistema para aumentar a biodiversidade e diminuir a necessidade de insumos externos. A floresta só necessita do que produz. ✓ Policultivo: um canteiro nunca terá apenas uma espécie, como acontece na agricultura convencional. Cada canteiro é composto por um consórcio de espécies. ✓ Compor o consórcio pensando na sucessão: para a combinação de espécies é analisado o tamanho e o tempo que cada uma necessita para produzir. Assim, teremos no mesmo canteiro culturas de ciclos curtos acompanhadas por culturas de ciclo mais e mais longo. ✓ Todas as espécies do consórcio são plantadas ao mesmo tempo. ✓ O solo nunca está exposto. Para a cobertura, utiliza-se palha, restos de poda, madeira. Como na floresta, onde o solo está sempre coberto pelas folhas e galhos que caem naturalmente das árvores. ✓ Essa biomassa de cobertura é decomposta naturalmente e “vira” solo. ✓ Alto manejo (principalmente poda), para acelerar a regeneração do sistema e produção de alimentos. 5.3. AGRICULTURA ITINERANTE A agricultura itinerante é um tipo de agricultura muito antiga adotado historicamente pelos povos indígenas nas florestas tropicais A agricultura itinerante consiste em derrubar trechos das florestas e posteriormente atear fogo aos resíduos do corte, as populares “queimadas”. O derrube e corte do mato são feitos em solos cobertos com floresta densa, e os materiais resultantes do abate são depois aproveitados, sendo os desperdícios queimados antes das sementeiras. Ao se utilizar desta técnica, o produtor acaba diminuindo a fertilidade do solo em longo prazo, uma vez que a queimada prejudica a atividade dos microrganismos ali presentes. Porém o aumento de nitrogênio no solo deixado pelas cinzas favorece momentaneamente o plantio até ser lavado pela chuva. Este processo prepara a terra para o cultivo de subsistência. Com a falta de conservação do solo é necessário o movimento periódico dos trabalhadores em busca de solos ainda férteis, por isso denominamos este sistema de itinerante. Passado o período de fertilidade do terreno o agricultor se desloca para um novo onde colocará em prática processo semelhante. Durante o período de desuso da área ocorre naturalmente a instalação de floresta secundária, e ao longo do tempo a recuperação total permitindo que esse terreno volte a ser produtivo e utilizado para o cultivo. Essa prática é comum nos países em desenvolvimento, ou nas zonas de agricultura Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 22 157 tradicional. A Agricultura itinerante é aplicada em países da África, América Latina, Ásia Central e Sudeste Asiático. 6. IMPACTOS SOCIAIS E NATURAIS DA ATIVIDADE AGRÍCOLA A principal consequência da modernização agrícola é um grande impacto social inicial, pois as novas tecnologias dispensam uma grande quantidade de mão de obra. Os trabalhadores rurais então desempregados, migram para as cidades (e aumentam a marginalizaçãoespacial com a proliferação de favelas). À essa migração em massa que ocorre do campo para a cidade denominamos êxodo rural. Podemos destacar o final da década de 60 e a década de 70 como o auge deste processo. Primeiramente devido a aprovação em 1964 do Estatuto do trabalhador rural (a criação das leis trabalhistas no campo. GV as criou somente na cidade) e a implantação dos primeiros modelos de agronegócio, que foram implantados em meados da década de 70. De lá pra cá a modernização foi constante e também o êxodo rural. O modelo agrícola brasileiro, desde a colonização, é baseado no plantation (latifúndios monocultores agroexportadores). É um modelo agrícola que provoca um grande desgaste do solo em razão da sua exploração intensiva. Então os impactos ambientais da agricultura são vários, entre eles: ✓ Contaminação do solo e da água com agrotóxicos. ✓ Desmatamento. ✓ Destruição da biodiversidade. ✓ Aceleração do processo erosivo. ✓ Erosão e assoreamento dos rios (quando o leito do rio perde a profundidade devido ao acúmulo de sedimentos). ✓ Desertificação. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 23 157 Observe o mapa com atenção. Há dois problemas ambientais ligados à agropecuária, que visualmente são muito parecidos, mas as causas são muito diferentes. Tratam-se dos processos de desertificação e de arenização. A desertificação é provocada pelo clima semiárido associado à agricultura predatória e o desmatamento. A arenização é provocada pela pecuária. O pisoteio do gado compacta o solo, que devido às chuvas frequentes é perdido e as camadas arenosas expostas. Sua causa está ligada ao desmatamento, compactação do solo e ao solo arenoso. As atividades agrícolas e pecuárias, também são as principais responsáveis pela retirada da vegetação natural. Em vermelho, podemos visualizar a expansão da fronteira agrícola em direção a Floresta Amazônica. 6.1. REVOLUÇÃO VERDE E A ATUALIZAÇÃO TERRITORIAL A Revolução Verde trouxe novas configurações ao território do país. A crise do pequeno proprietário do setor rural consequência do processo de industrialização, provocou o crescimento desordenado dos grandes centros urbanos. Nos últimos 40 anos, a população brasileira inverteu Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 24 157 sua localização. Hoje mais de 84% da população vive em meios urbano, mais de 15 milhões são migrantes dos quatro cantos do país, levadas aos grandes centros à procura de qualidade de vida. O modelo de produção familiar foi prejudicado devido à falta de subsídio e crédito governamentais, contrapondo-se ao excesso de privilégios para o setor industrial urbano. A manipulação dos preços dos produtos agrícola para controlar as taxas de inflação foi aos poucos destituindo os proprietários rurais do seu meio de produção. Isso se perpetua até aos dias atuais. Assim os grandes proprietários de terra, passaram a investir na indústria, relegando às atividades agrícolas um papel secundário. A política agrícola foi, e ainda é direcionada por grupos de interesses, que dominam os processos de financiamento rural desde a pesquisa à concessão do crédito. Diante do cenário que se apresentava, foi determinado na constituição de 1988 com intuito de proteger o pequeno agricultor frente a esse tipo de situação a impenhorabilidade da pequena propriedade referente à dívida contraída pelo produtor na manutenção da propriedade. Essa lei tem origem no reconhecimento de que a atividade rural envolve uma série de riscos, muitos dos quais estão fora do controle do produtor, à exemplo de alterações naturais, como secas ou pragas e foi regulamentada no Inciso XXVI Artigo 5° da Constituição Federal de 1988. Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE em 2017, aproximadamente 81,3% das áreas rurais do Brasil são compostas por latifúndios. O mesmo documento informa que a agricultura familiar é base econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 25 157 Os países em que a população economicamente ativa trabalha principalmente no setor primário, se explica por ser menos industrializado e urbanizado, portanto, está diretamente ligado ao seu desenvolvimento. Quanto maior a PEA no setor primário, menos desenvolvido ele é. Países que concentram suas atividades econômicas no setor primário são mais frágeis economicamente em relação a crises, possuem pior infraestrutura, sua população tem um pior IDH. Não conseguem, por exemplo, se preparar para enfrentar acidentes naturais. 6.2. AGRICULTURA FAMILIAR, DESENVOLVIMENTO SOCIAL E SEGURANÇA ALIMENTAR O surgimento e o reconhecimento da agricultura familiar no Brasil é muito recente e deve- se à três fatores igualmente importantes. O primeiro tem a ver com a retomada do papel do movimento sindical após o fim da ditatura militar; o segundo está relacionado ao papel dos mediadores e intelectuais, especialmente cientistas sociais que debateram o tema no início da década de 1990; e o terceiro fator está relacionado ao papel do Estado e das políticas públicas, que passaram a reconhecer este setor e dar-lhe visibilidade a partir da criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) são programas de compras institucionais que garantem o acesso do agricultor familiar ao mercado de comercialização, um destino certo para os alimentos produzidos, garantindo renda e melhor qualidade de vida às famílias. Os alimentos comprados pelo Governo Federal são repassados para instituições assistenciais e escolas públicas. Nas diretrizes de execução do PNAE foram estabelecidas através da Lei no 11.947/2009 e da Resolução nº 38/FNDE/2009 o percentual para a compra de alimentos: no mínimo, trinta por cento (30%) do total de recursos repassados pelo FNDE devem ser destinados à compra de alimentos, preferencialmente orgânicos, produzidos pela agricultura familiar local, regional ou nacional, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas. Neste contexto, o estímulo e o apoio à agricultura familiar têm se mostrado relevantes para a formulação e a implementação de ações municipais e de desenvolvimento local, que visem promover o Direito Humano à Alimentação Adequada. A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) destaca que a maior parte do abastecimento da mesa dos brasileiros é proveniente da agricultura familiar que responde por 7 de cada 10 empregos no campo, ocupando 80% do setor rural. O apoio a estes agricultores como forma de estimular a produção de alimentos sustentáveis é considerado essencial, não só por sua capacidade de geração de ocupação e de renda, como também pela maior diversidade e oferta de alimentos de qualidade, menor custo com transporte, confiabilidade do produto, preservação do hábito regional e da produção artesanal, promovendo uma conexão entre o campo e a cidade. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia)Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 26 157 O Censo agropecuário realizado em 2017 aponta que 77% dos estabelecimentos agropecuários foram classificados como agricultura familiar. Em extensão de área, a agricultura familiar ocupava no período da pesquisa 80,9 milhões de hectares, o que representa 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Segundo o levantamento, a agricultura familiar emprega mais de 10 milhões de pessoas, o que representa 67% do total de pessoas ocupadas na agropecuária. A agricultura familiar não é a atividade que ocupa a maior arte das áreas cultiváveis, o domínio dessas áreas ainda pertence aos grandes latifúndios e se encontram a serviço do agronegócio. Apesar dos estabelecimentos não familiares representarem apenas 23% do total de unidades, ocupam 77% dessas áreas. Como vimos a agricultura familiar tem um papel de protagonismo na segurança alimentar além de estimular o aumento do IDH no país. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 27 157 7. A AGRICULTURA NO BRASIL Há registros de vestígios da agricultura primitiva em todas as regiões brasileiras, especialmente na região amazônica. As matas ofereciam aos nativos uma diversidade rica de alimentos naturais, que, juntamente com a caça e a pesca, constituíam a base de sua alimentação. A domesticação de muitas dessas plantas, como a mandioca, o milho e a batata-doce, deu início à agricultura em volta das aldeias. A formação da agricultura brasileira, como conhecemos hoje, deveu-se sobretudo à ação dos colonizadores, que trouxeram espécies animais (como o gado) e vegetais (como coqueiros, mangueiras e laranjeiras). Os ciclos do pau-brasil, da cana-de-açúcar, do tabaco, do algodão, do gado, do café, do cacau, da borracha e, mais recentemente, da soja, das aves, dos suínos e de novo da cana-de-açúcar, agora como também produtora de combustível, marcam períodos de elevado crescimento da produção. Vejamos um pouco mais sobre alguns desses ciclos a seguir. O pau-brasil, era abundante na região costeira, e foi o primeiro produto a causar interesse dos exploradores, que além da madeira, comercializavam o corante extraído da madeira chamado brasilina, utilizado pela indústria têxtil com alternativa para tingir tecidos de vermelho, que era conhecido como a cor do rei e dos nobres. Sua extração financiou o reconhecimento e mapeamento da costa brasileira. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 28 157 Passado esse primeiro momento de exploração extrativista associada inclusive à extração de minérios, principalmente o ouro, a economia brasileira passa a ser baseada na produção açucareira. O ciclo da cana-de-açúcar, durou de 1530 a 1700, consistindo na atividade mais densa do Brasil colonial relacionando-se ainda com o processo de povoamento da colônia. Assim, o cultivo de cana-de-açúcar nas capitanias hereditárias obteve grande êxito devido ao clima e solo fértil (massapê), e ao baixo custo de produção em sistema de plantation, que utilizava mão-de- obra escrava (indígenas em primeiro momento e depois africanos em grande quantidade) em grandes latifúndios monocultores para exportação. Durante a colônia também foi produzido algodão e tabaco, usados no escambo para a compra de africanos para a escravização. Após a desaceleração da produção no Nordeste brasileiro, a região Sudoeste tornou-se a nova protagonista no setor agrícola nacional. No final do período colonial, o café já se mostrava o novo grande negócio do setor rural, passando de 3 mil sacas exportadas no início do século XIX para mais de 51 milhões de sacas em 1880, sendo este produto responsável por 60% das exportações nacionais. Neste período o café chegou ao seu ápice em nosso país, retraindo-se apenas com a crise mundial de 1929, que impulsionou a industrialização brasileira, com migração do capital investido no café para a atividade de transformação de bens, emergindo o então ciclo da borracha, relacionado à extração do látex das seringueiras, destinado a suprir a demanda fabril principalmente no setor automotivo. 7.1. CONTEXTO ATUAL O Brasil fechou o ano de 2018 com um PIB de 6,8 trilhões de reais, sendo que o setor do agronegócio correspondeu a 21,12% deste total, correspondendo também a quase metade (42,39%) das exportações brasileiras, segundo o IBGE. O produto que lidera as exportações é a soja, mas também são exportados produtos como milho, açúcar, café, carnes, couro, madeira, algodão, cacau, além de frutas como goiaba, manga, maçã, banana, laranja, limão e castanhas. Segundo o Ministério da Agricultura, o principal destino das exportações é a China, que renderam em 2018, 9,4 bilhões de dólares, seguido pelos Estados Unidos (US$ 2,2 bi), União Europeia (US$ 1,5 bi), Irã (US$ 700 mi) e Japão (US$ 600 mi). O modelo agrícola predominante é derivado das técnicas de plantation, lembrando que esta prática é a principal responsável pela expansão da fronteira agrícola, que primeiramente avançou pelo cerrado avançando rumo à Amazônia atualmente. Nos últimos anos a produção de cana-de- açúcar para a produção de etanol obteve grande destaque para a economia nacional. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 29 157 7.2. PRINCIPAIS CULTIVOS TEMPORÁRIOS E PERMANENTES Antes de estudarmos mais a fundo sobre as diferentes culturas agrícolas cultivadas em todo o mundo e mais especificamente no Brasil, é preciso que tenhamos conhecimento de como elas são classificadas. De acordo com o IBGE: ✓ Culturas temporárias: “São culturas de curta ou média duração, geralmente com ciclo vegetativo inferior a um ano, que após a colheita necessitam de novo plantio para produzir, como por exemplo: soja, milho, feijão etc. São incluídos nesta categoria o abacaxi, a cana-de-açúcar, a mandioca e a mamona, que apresentam ciclos de colheita muitas vezes superiores a 12 meses.” ✓ Culturas permanentes: “São culturas de longo ciclo vegetativo, que permitem colheitas sucessivas, sem necessidade de novo plantio, como por exemplo: café, maçã, pera, uva, manga, laranja etc.” 7.2.1. Lavouras Temporárias ✓ Cana-de-açúcar: É o principal produto agrícola na história brasileira. Introduziu a colonização por meio do plantation: grandes latifúndios (sesmarias), monocultores com a produção voltada para a exportação. A cana-de-açúcar foi escolhida pelos portugueses para iniciar a colonização, pois era um produto muito caro e com alta demanda na Europa. Ainda contavam com o financiamento holandês que ficavam com a parte mais lucrativa: o refino, transporte, distribuição e comércio. A Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br30 157 cana-de-açúcar é uma espécie asiática que se adaptou muito bem ao clima do Nordeste brasileiro: clima tropical úmido (com chuvas concentradas no inverno) e solo de massapê (resultado da decomposição do calcário e do gnaisse). Os séculos XI e XII marcaram seu auge. Devido a disputa pelo controle da região açucareira, a Holanda invadiu o Nordeste e travou uma guerra contra Portugal (A Guerra do Açúcar: que culminou na expulsão dos holandeses). No início do século XXI, o Brasil viveu um período de grande prosperidade agrícola. Políticas de incentivo ao consumo levaram ao aumento da frota automotiva e da demanda por combustíveis. O setor sucroalcooleiro deu um salto neste período com a popularização dos carros flex (movidos à gasolina e à etanol). O agronegócio investiu no cultivo canavieiro e multiplicou as lavouras em São Paulo que se tornou líder da produção nacional, muito à frente dos outros estados. A região Nordeste do estado é onde concentra-se a maior produção, sendo o entorno de Ribeirão Preto é o principal polo nacional do agronegócio da cana-de-açúcar. O Brasil lidera a produção mundial de cana-de-açúcar, principalmente pelo fato de possuir a maior área plantada no mundo, com mais de 9 milhões de hectares e produtividade de 79 toneladas por hectare. A Etiópia é o país com maior produtividade, 127 toneladas por hectare, entretanto possui apenas 19 mil hectares de área plantada. Fonte: FAO, 2010. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 31 157 É um produto cultivado em regiões tropicais especialmente mais úmidas, pois quanto maior o calor e a umidade maior a produtividade da cana-de-açúcar. Índia, China, Paquistão, Tailândia e Filipinas possuem o litoral com o clima tropical monçônico, muito quente e úmido, o que proporciona uma boa representatividade no mercado internacional, sobretudo nos dois primeiros países citados onde há maior disponibilidade de área plantada. O litoral mexicano, da Colômbia, da Argentina (próximo à foz do Rio Prata) e litoral Nordeste da Austrália, também são áreas de clima propício para o cultivo da cana-de-açúcar. Na década de 70, a economia mundial passava pela crise do petróleo (causada por conflitos no Oriente Médio) e para diminuir a dependência do petróleo, o país lançou o Proálcool (Programa Nacional do Álcool) que desenvolveu a tecnologia do etanol combustível, derivado da cana-de- açúcar. Os gráficos abaixo demonstram a liderança do sudeste na produção canavieira e sucroalcooleira, sendo que a região paulista é responsável por 51% da produção nacional. A mesma também lidera a produção de etanol, com 57% de toda a produção nacional. A produção da região Norte está abaixo de meio por cento, por esse motivo não compõe o gráfico de produção nacional de etanol. Fonte: CONAB, 2019. 61% 22% 9% 7% 1% SUDESTE CENTRO- OESTE NORDESTE SUL NORTE ÁREA PLANTADA COM CANA-DE- ÁÇUCAR POR REGIÃO SAFRA 2018/2019 Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 32 157 Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 33 157 FONTE: CONAB, 2019. ✓ Soja: A soja é naturalmente um cultivo de clima temperado e era cultivada na costa leste da Ásia, principalmente na China. No Brasil, no final da década de 60, o trigo era a principal cultura da região Sul, mas a soja surgia como uma opção de verão, em sucessão ao trigo. O Brasil também iniciava um esforço para produção de suínos e aves, gerando demanda por farelo de soja. O país passou a investir também em tecnologia para adaptação da cultura às condições brasileiras, processo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 58% 32% 6% 5% SUDESTE CENTRO-OESTE NORDESTE SUL PRODUÇÃO DE ETANOL POR REGIÃO SAFRA 2018/2019 Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 34 157 A indústria biotecnológica desenvolveu sementes transgênicas de soja resistentes à agrotóxicos e adaptadas ao solo do cerrado (demanda correção por calagem e adubação pois normalmente é ácido). Em 2005 o congresso brasileiro aprovou a Lei de Biossegurança que permitia a pesquisa e o cultivo de transgênicos e a produção deu um salto incrível, passando a ser plantada em outras regiões e encontrou no cerrado do Centro-Oeste, amplas áreas com relevo plano e vegetação pouco adensada (com maior facilidade de ser desmatada) processo que atualmente avança sobre as bordas da Floresta Amazônica. É o produto responsável pela ampliação da fronteira agrícola brasileira. O que é isso? São os limites das terras agricultáveis em uso. Silva, em seu artigo científico intitulado “Amazônia globalizada: da fronteira agrícola ao território do agronegócio – o exemplo de Rondônia”, representa graficamente como houve um aumento na produção de soja e milho na Amazônia, no ano de 2010 e especializa essa produção no mapa abaixo, onde podemos perceber como o cultivo da soja está avançando cada vez mais para os limites da floresta. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 35 157 Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 36 157 O destino da soja é a exportação do farelo para a produção de ração e óleo. Veja abaixo os dados das safras 2018/19: Soja no mundo: Produção: 362 milhões de toneladas. Área plantada: 126 milhões de hectares. Fonte: USDA Soja nos EUA (maior produtor mundial do grão): Produção: 124 milhões de toneladas. Área plantada: 36 milhões de hectares. Produtividade: 468 quilos por hectare (kg/ha). Fonte: USDA Soja no Brasil (segundo maior produtor mundial do grão): Produção: 115 milhões de toneladas. Área plantada: 36 milhões de hectares. Produtividade: 3.206 kg/ha. Fonte: CONAB Mato Grosso (maior produtor brasileiro de soja): Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 37 157 Produção: 32 milhões de toneladas. Área plantada: 10 milhões de hectares. Produtividade: 3.346 kg/ha. Paraná (segundo produtor brasileiro de soja): Produção: 16 milhões de toneladas. Área plantada: 5 milhões de hectares. Produtividade: 2.989 kg/ha. Fonte: CONAB Rio Grande do Sul (terceiro produtor brasileiro desoja): Produção: 19 milhões de toneladas. Área plantada: 6 milhões de hectares. Produtividade: 3.321 kg/ha. Fonte: CONAB Segundo projeções do Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA), o Brasil produzirá 125 milhões de toneladas contra 96,8 dos EUA, se tornando o maior produtor e exportador de soja mundial em 2020, ultrapassando a produção norte-americana. A China continua como o maior consumidor mundial, seguido dos EUA, Argentina, e o Brasil ocupa a quarta colocação no consumo do grão e seus derivados conforme ilustrado nos gráficos abaixo. Fonte: USDA. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 38 157 7.2.2. Lavouras Permanentes ✓ Algodão O algodão é uma cultura tradicional no Brasil desde a colônia. Até a década de 60, era cultivado principalmente no Maranhão, no Seridó (região interestadual localizada no sertão nordestino) e na Bahia. Era uma atividade que se somava às grandes exportações de melaço de cana-de-açúcar, nosso principal produto. No século XVIII, o primeiro Ministro Marquês de Pombal estimulou a produção de algodão para abastecer as manufaturas têxteis inglesas. O principal fornecedor de algodão para a Inglaterra eram os EUA, mas em dois momentos de Guerra, a de independência e a de secessão, o Brasil ocupou a lacuna deixada pelas 13 colônias. Os gráficos abaixo nos apresentam uma projeção de 2012. Observe que os quatro primeiros países são produtores históricos de algodão que abastecia as manufaturas e mais tarde as indústrias têxteis inglesas. No século XVIII as 13 colônias e o Brasil e no século XIX a China e a Índia (o neocolonialismo ou imperialismo afro asiático. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 39 157 Fonte: USDA. Historicamente o algodão destacou-se no sertão nordestino, principalmente tipo arbóreo (“mocó” ou “seridó”). A região perdeu a liderança da produção algodoeira, primeiramente para São Paulo, e mais tarde para a região Centro-Oeste, que desenvolveu o algodão do tipo herbáceo. Os principais usos do algodão são a indústria têxtil (pluma) e a alimentícia (caroço para produção de óleo). Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 40 157 O Centro-Oeste é líder na produção nacional de algodão, tendo o Estado do Mato Grosso é como maior produtor do país, seguido por Goiás. O clima tropical típico, em geral bastante regular, com uma estação seca e outra úmida (com variações) favorece a produtividade nestes Estados cuja produção reduziu entre 2014/2016 em razão da praga do bicudo, uma das principais doenças que acometem as lavouras. O Nordeste é a segunda maior região produtora de algodão, tendo a Bahia como maior produtor nordestino e o segundo maior produtor nacional, sendo a principal região produtora é o cerrado baiano. No Maranhão a produção está hoje concentrada nos municípios no entorno de Balsas, no extremo sul do Estado. O início da colheita do algodão ocorre em julho e se estende até agosto e setembro. Atualmente o Brasil é o segundo maior exportador de algodão do mercado mundial, atrás somente dos EUA. Segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (CONAB), até abril de 2019 já tinham sido embarcadas 998 mil toneladas para exportação. O grande desafio para o país manter-se competitivo no mercado, segundo os produtores, é aumentar a participação nos mercados da Ásia, onde estão as maiores indústrias de algodão. ✓ Café: O Brasil é o maior produtor mundial de café, seguido do Vietnã e da Colômbia. A produção brasileira se iniciou no século XIX e logo São Paulo tornou-se o maior produtor mundial e durante um século (1830 e 1930), foi o principal produto de exportação brasileira. Atualmente a maior produção nacional é de MG, responsável por 50% da produção nacional. Um tema que costuma ser bastante cobrado em história e geografia é a “Marcha do Café”, o percurso do produto ao longo do século XIX. De acordo com o mapa abaixo, esse processo ocorreu Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 41 157 primeiramente no RJ e SP, depois sul de Minas e então no Oeste paulista e Norte do Paraná. O ciclo do café foi o responsável pela modernização do país no século XIX com a introdução de ferrovias, e foi quando ocorreu a abolição da escravidão e também a imigração europeia principalmente dos italianos que vieram trabalhar nas lavouras paulistas. Fonte: OIC. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 42 157 Segundo boletim executivo do Ministério da Agricultura publicado em outubro de 2019, a região Sudeste respondeu por 93% da produção cafeeira nacional, sendo que o Estado de Minas Gerais por si só contribuiu com 52% de toda essa produção. Os Estados do Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia e Paraná, foram responsáveis por mais 25%, 8%, 7%, 4% e 2%, respectivamente, do total produzido no ano de 2019. O cultivo nesta região está associado ao relevo de planalto e suas temperaturas mais amenas. O café também é cultivado nas encostas, e para isso é preciso que se adotem práticas de conservação do solo para evitar que ocorra erosão, como as curvas de nível. No Sudeste predomina o café arábico e em Rondônia o café do tipo robusta. O povoamento de Rondônia está diretamente ligado à produção do café no Estado. ✓ Laranja: A laranja é a fruta mais produzida no Brasil. Está presente em todos os estados da federação e também no Distrito Federal, mas sua principal produção está em um cinturão que vai do Paraná a Sergipe, passando por São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O estado de São Paulo é de longe o maior produtor da fruta, responsável por 72% de toda produção nacional de 2018/2019, de acordo com estimativas do IBGE. O Brasil é ainda o maior produtor mundial da fruta e principal exportador de suco de laranja. A laranja produzida para a indústria de suco é o terceiro produto agropecuário do estado de São Paulo, atrás apenas da cana-de-açúcar e da carne bovina, sendo responsável por 6,43% do valor produzido pela agropecuária em 2017, segundo dados do Valor da Produção Agropecuária (VPA), estimado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA). Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista Gomes do Amaral Prof. Sérgio Henrique Aula 04 – Agricultura e Transportes. Geografia. www.estrategiaconcursos.com.br 43 157 Fonte: USDA. Sergio Henrique Aula 04 SEC-BA (Professor de Geografia) Conhecimentos específicos - 2022 (Pré-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 148484705303426343 - João Batista
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