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FMU – Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas Direito da Administração Pública RESENHA CRÍTICA APS – Atividade Prática Supervisionada Aluno: Matheus Violante Moreira – RA: 3109856 O presente instrumento, tem como seu objetivo, apresentar de forma clara e objetiva, observadas as exigências de formatação e referências, uma resenha crítica universitária, com relação aos textos impostos para a realização da atividade. 1 Resumo/Introdução: De forma expressa, podemos afirmar que o direito brasileiro é regido pelo modelo de Estado Democrático de Direito, regido pela sua constituição federal, e os princípios norteadores do direito. Ainda é necessário ter em mente, que todo direito gera um dever, seja ele ao cidadão administrado, controlado ou jurisdicionado ou ao Estado em sua esfera administrativa, controladora e judicial. Consta apontar também, que o Direito Administrativo absorve as mudanças necessárias para uma maior efetividade, visto que as mudanças quebram paradigmas sobre os princípios norteadores do direito administrativo. Para tanto, é necessário que o administrador, controlador ou aquele detentor de poder jurisdicional, não seja mecanizado a apenas a aplicação da lei, como se nela estivesse e atendesse todos as diferentes situações e peculiaridades que acontecem no mundo fático, devendo além de aplicar a lei, observar aos critérios em que motivem sua decisão observadas o caso concreto, caracterizando que para o Direito Público e ao Direito como um todo, não está vinculado a apenas a observação da fonte de direito vinda da lei, mas também de outras fontes de direitos, pois hoje, há diversas fontes do direito presente no nosso sistema jurídico, e social, como a Constituição, os direitos fundamentais, os princípios jurídicos, as súmulas vinculantes, os precedentes judiciais e a jurisprudência dotada de efeito vinculante, pois a lei não é um única fonte, mas apenas uma delas. Com isso a Lei º 13.655/2018 da LINDB trouxe novas perspectivas e direitos e deveres a administração pública, acrescentados pelos novos 10 artigos impostos pela lei ao LINDB. Com a criação do Tribunal de Contas, seja ele ou não da União, é claro visar que houve diversas mudanças históricas, mas que no fim, caracterizam sua essencialidade, para uma Administração Pública eficiente, justa, e que respeita além dos princípios que os regem, mas também a lei nos limites em que ela o permite fazer na Administração Pública, sendo por vezes visto como uma instituição de natureza “sui generis” além de auxiliar do Poder Legislativos, contatado que suas funções e atribuições são formas de controlar e fiscalizar a Administração Pública, em resumo, o patrimônio público, mas que sua natureza jurídica não está ligada a nenhum dos três poderes. Ainda o Tribunal de Contas, dada a evolução histórica e entendimentos, hoje é constatado como o uso dos procedimentos podem ser usados de forma preventiva, a fim de evitar desvios e irregularidades do patrimônio público. 2 – Desenvolvimento O direito brasileiro é regido sobre o modelo de Estado Democrático de Direito, onde o poder exercido pelo Estado é limitado pelos direitos dos cidadãos, com a finalidade de que o Estado não seja imparcial, arbitrário e use de forma abusiva tal poder conferido pelos cidadãos para com os indivíduos. Na constituição os direitos fundamentais estão previstos como por exemplo, a autonomia e a liberdade dos indivíduos em suas vidas cotidianas e dessa forma limitam o pode estatal. Bem como outro fator que limita o poder estatal, e a separação dos poderes em Executivo, Legislativo, Judiciário e a democracia política. Para esse referido modelo de estado, é a soberania popular que legitima o ato legislativo para criarem os corpos das leis, e a Constituição que norteará as ações das pessoas e de seus agentes estatais. O modelo de Estado Democrático de Direito está expresso na Constituição Federal de 1988, previsto em seu artigo 1° e balizado pela premissa de que “todo poder emana do povo” de forma representada, seu princípio básico se encontra balizado por Abraham Lincoln onde preceitua: “governo do povo, pelo povo e para o povo” caracterizando o que é um Estado Democrático de Direito. O conceito e necessidade de um Estado foi teorizado pelos filósofos contratualistas como Hobbes, Locke e Rousseau, que por visões e teorias diferentes, conceituam que o Estado é necessário para manter a ordem social, bem como mediar os conflitos existentes entre os indivíduos da quele meio social. Um grande percalço enfrentado pelo direito se encontra na segurança jurídica que o próprio Estado almeja, bem como os cidadãos, uma vez que um Estado sem segurança jurídica de como o Estado age ou atua, bem como na insegurança de sua imparcialidade, aplicabilidade e criação de regras, demonstram resultados de um Estado imperfeito, abusivo e imprevisível, mas para evitar conflitos maiores com os cidadãos é necessário que o Estado emane segurança jurídica em suas decisões, atuações e aplicabilidade, como preceitua o referido texto a segurança jurídica é um elemento intrínseco ao estado de direito, tendo como finalidade equilibrar o poder estatal para as tomadas de decisões, medição e sua determinação de prescrições normativa, para a imposição de limites a sua atuação e aplicabilidade. Um estudo comprova que o ser humano necessita dessa segurança jurídica de saber como o estado age, seus limites, e forma de interpretação para seguirem com suas vidas e se desenvolverem, conduzindo seus atos de acordo com as leis impostas, direitos e deveres atribuídos. A Constituição Federal de 1988 preceitua em seus artigos 5º, caput, XXXVI, XI, XII, 1ª parte, XXXVII a LXVII, no art. 6º, caput, e no art. 150, I a VI, evidenciando o direito à segurança, constituindo-se um princípio intrínseco na constituição, que é aceito e eleito pela sociedade servindo-se para proteger as diversas relações jurídicas que podem surgir, bem como serve para ter uma previsão do comportamento estatal e social e estabelecer os ideais aceitos pela sociedade brasileira. A constituição é grande marco e representa de forma concreta a segurança jurídica de seu povo em suas diversas dimensões, benéfica ao cidadão ao prever seus direitos fundamentais, e perante ao Estado impondo-lhe limites para sua atuação. Portanto, a segurança jurídica se faz mais que importante para um modelo de Estado Democrático de Direito, mas sim base, para evitar abusos e arbitrariedade dos agentes estatais do Estado, promovendo uma estabilidade nas relações de seus órgãos e entidades estatais e nas relações com os cidadãos particulares. Assim define o texto “segurança jurídica pode significar segurança pelo direito e segurança do próprio direito.” Dessa forma, conclui-se que segurança jurídica é emanação de espirito de um estado ideal, que apresenta para os cidadãos e em suas relações, certeza, compreensibilidade, determinabilidade e previsibilidade de seu comportamento e da atuação de seus agentes estatais e públicos, para não atingirem de forma imprevisível a esfera jurídica de seus particulares, evitando que os sujeitos submetidos as atribuições das leis e regras de um estado, sejam surpreendidos de forma radical para com as modificações das condutas e forma de interpretação estatal. Ainda é visto que no nosso sistema brasileiro, temos não tão somente uma fonte de direito, que seja a lei, mas sim diversas fontes que visam a aplicabilidade de justiça ao caso concreto, e isso se vale até mesmo para os agentes públicos e estatais em suas decisões administrativas, que devem atender ao interesse de seus indivíduos observados o caso concreto. O direito administrativo, foco desta resenha critica, já teve e foi postulado por muitas vezes acima de paradigmas que são criados acima de seus princípios, algo bastante interessante citado no texto foi sobre a luz do princípio da“Supremacia do Interesse Público” haja vista que o que seja mais importante para um sociedade se não o interesse de seus indivíduos, de buscar segurança, tutela, regras aplicado a todos e oportunidades, ainda haja vista que o princípio caminha e convive com os direitos fundamentais e princípios constitucionais, mas é necessário levar em conta que o interesse público deve ser levado a sério e com cautela para que não se desvirtue, mas ainda é preciso ter em mente que o interesse público não é livre, pois os direitos fundamentais e princípios constitucionais servem como contra peso, não sendo sempre que a “Supremacia do Interesse Público” será atendida, essa mudança que ocorreu foi chamada de “constitucionalização do interesse público” no texto supra referido. Uma grande mudança levantada, foi sobre a legalidade dos atos administrativos públicos, basta dizer ainda que “Para a administração pública, este só pode fazer aquilo com que a lei o autoriza a fazer, enquanto para a administração particular, pode-se fazer somente aquilo que a lei não o proíbe” a famosa legalidade estrita ao direito da administração pública. Ainda nesse mesmo contexto, pontua o texto sobre a diversas fontes de direito que temos no nosso sistema brasileiro, haja vista que a Constituição Federal em seu artigo 37 expressamente impõe que a administração pública obedecerá ao princípio da legalidade, fonte da famosa frase dita acima sobre ela fazer apenas aquilo que a lei permite, é necessário ter em mente as diversas fontes de direito que temos no nosso sistema jurídico brasileiro, ainda que não esteja na lei, poderia a administração pública se valer da legalidade de outras fontes de direito que não seja a lei, dar- se aí uma necessidade de nova visão sobre o paradigma da legalidade dos atos administrativos públicos. Portanto passa o direito administrativo na seara pública, não ser mecanizado a apenas ao que a lei o autoriza, mas também observar e absorver da legalidade em que as fontes de direito permitidas o atribuem, objetivando uma maior aplicabilidade efetiva na interação com o caso concreto. A Administração Pública, diante da sua relevância social, e contribuição para o Estado, visto que a Administração Pública em seu exercício, só pode fazer aquilo com que a lei o estabelece e o autoriza, nota-se que tão somente a lei não basta para ter um controle de fato se o que os agentes públicos fazem, bem como a distribuição orçamentária, assim também os diversos ramos da administração Púbica, como a Lei não basta para ter controle, foi criado pelo, na época, Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, em 1890, no dia 7 de novembro, através do Decreto 966-A, sendo este o Tribunal de Contas da União, já a primeira Constituição Federal que previu e regulou as atividades do Tribunal de Contas, foi em 1891, em seu artigo 89, de forma que sua responsabilidade e atribuições servem como meio de controle para a Administração Pública, sendo competente para liquidar e verificar a legalidade da receita pública e de suas despesas, a serem analisadas antes de serem enviadas ao Congresso Nacional, sua instalação veio ocorrer somente no ano de 1893, pela Lei Nº 8.443, DE 16 DE JULHO DE 1992, o Tribunal de Contas. Em que pese o ato histórico, a Constituição Federal de 1934, ampliou sua competência e atribuições, conferindo a função de julgar as contas dos responsáveis por dinheiro ou bens públicos. Nota-se que, além de ser um meio de controle, ao ser acrescentado novas atribuições, estas atribuições mais reforçaram o caráter jurisdicional de “julgar” que o Tribunal de Contas já tinha. Em que pese a natureza do Tribunal de Contas, de acordo com o autor e jurista Pontes de Miranda, o Tribunal de Contas tem uma natureza “sui generis” de forma que além de ser uma forma de meio de controlar e de fiscalização, é também um auxiliar do Poder Legislativo. Ainda reforço o que dito nesta resenha, que a Lei tão somente não basta, pois não conseguiria controlar se de fato suas atribuições e princípios vem sendo seguidos, com um caráter de auxiliar do Poder Legislativo, mais reforça essa ideia. Ainda relacionado ao ato histórico, as funções ora atribuídas em 1934, na Constituição Federal de 1967, houve a exclusão e então enfraquecimento do caráter jurisdicional do Tribunal de Contas, de examinar e julgar de forma preliminar e prévio os atos e contratos geradores de despesas. Entretanto, manteve-se com sua função de apontar falhas e irregularidades, que devem ser sanadas, e caso não ocorra, serão representados no Congresso Nacional. Bem como, essa Constituição Federal, também retirou de seu escopo, a função de julgar a legalidade das concessões das aposentadorias, reformas e pensões, restando ao Tribunal de Contas a competência de apreciar a legalidade a fim de registro. Já a Constituição Federal de 1988, trouxe uma reforma de forma que fortaleceu novamente as funções e atribuições do Tribunal de Contas, vejamos a redação do artigo 73 da Constituição Federal de 1988: “Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96”. Reforça ainda o que diz o jurista Francisco de Queiroz: “O art.73, do Texto Constitucional, ao estabelecer que dois terços dos membros do TCU seriam indicados pelo Congresso Nacional, enquanto o Presidente da República indica apenas um terço, sendo que dois, alternadamente, entre membros do Ministério Público junto ao Tribunal e auditores, e apenas um membro em princípio estranho ao TCU, fortaleceu a Corte, em tese, assegurando-lhe maior autonomia em relação ao Executivo.” Ainda, no que se trata, em relação as atribuições do Tribunal de Contas, este também tem caráter preventivo, ora, uma vez que fiscalizando e controlando os atos da Administração Pública, tende a prevenir atos ilegais ou em discordância com a legalidade, princípios e lei. O controle exercido pelo Tribunal de Contas, é essencial para uma boa Administração Pública, visando, como já dito, evitar ilegalidades e discordâncias com as leis e princípios que os regem, haja vista que este controle, em decorrência da situação atual no Brasil, onde desvios de finalidade, e do patrimônio público estão à tona nas mídias e canais de veiculação de informações. Esse controle poderia sim ser um divisor de aguas, e prevenir e evitar tais desvios e danos ao erário em todo o Brasil. Com todo o exposto, com a observância da história da lei e suas atribuições, bem como jurisprudência e evoluções nos entendimentos, hoje o Tribunal de Contas utiliza de seus procedimentos permitidos e autorizados pela Lei de forma preventiva, visto que no Brasil, a atuação educativa e de controle, a principio não foram suficientes para impedir desvios e irregularidades perante a Administração pública. Mas no que pese a minha crítica, ter tais poderes e meios, bem como procedimentos que visam a prevenir irregularidades e desvios do patrimônio público, o Tribunal de Contas não deve apenas ficar em sua teoria, mas sim de fato o fazer. 3 - Conclusão Em que pese essa resenha crítica, podemos concluir que a Administração pública deve manter- se de acordo com a sua finalidade e observados os princípios e leis que o regem, de forma a passar para a Sociedade segurança jurídica em seus atos, observados também aquilo que a lei o permite fazer, e o LINDB, bem como deve atuar de forma que atenda ao princípio da Supremacia da Administração Pública, no que se trata do Tribunal de Contas, podemos concluir que este é de certa forma essencial para uma boa Administração Pública, seguimento de acordo com a lei e observância aos princípios que regem a Administração Pública, em que pese sua responsabilidade, consolida-se que sua competência está ligada a proteção do patrimônio público,ainda podemos concluir que o Tribunal de Contas, mesmo que tenha natureza “sui generis” e de acordo com alguns juristas seja um auxiliar do Poder Legislativo, o Tribunal de Contas não pertence a nenhum dos três poderes, pois sua natureza jurídica é de instituição autônoma. Que inclusive teve reconhecimento pelo STF, na súmula 347, de apreciar a constitucionalidade de leis e atos do Poder Público. Não se resta dúvidas que em relação ao Tribunal de Contas, este está muito além de legalidade no controle orçamentário, contábil patrimonial, operacional e financeiro, mas também de fiscalização com base na legitimidade dos atos administrativos, e no princípio da economicidade. Além disso, deve atuar de forma preventiva, a evitar com eficiência desvios e irregularidades do patrimônio público.
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