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APS 1 Civil III

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O contrato é um ato jurídico negocial, que só ocorre se obtiver a vontade de ambas as partes, em um acordo de interesses entre ambos as partes, e que não efetua o interesses de terceiros nem patrimônios. Em geral a regra é que só as partes negociantes que se envolvem no conteúdo do acordo proposto no contrato.
Como prevê o art. 928 do Código Civil de 1916, a obrigação opera somente entre as partes e seus sucessores, sendo assim, o contrato opera para satisfazer as necessidades individuais, por isso só produz efeito entre os que estão diretamente envolvidos no contrato de acordo com as vontades das partes. Por conta disso, o art. esclarece que não é possível conceber que o contrato se estenda os efeitos para terceiros. Somente a obrigação sendo personalíssima que opera entre as partes e também os herdeiros, somente esta que vinculava os sucessores, sendo de título universal ou singular.
Com esta base da função social dos contratos, há casos de excepcionalidade em que o princípio da relatividade dos efeitos contratuais pode gerar efeitos perante terceiros. Os favores do terceiro estão regulados pelos arts. 436 a 438 do Código Civil. O autor Flávio Tartuce destaca em alguns de seus livros, quatro dessas exceções são elas:
· 1º exceção (arts. 436 a 438, CC) – Designação em favor de terceiros, quando o terceiro é beneficiário, como em um contrato de seguro de vida, pois mesmo sendo celebrado pelo segurado e pela seguradora, os efeitos abrangem também um terceiro que mesmo não assinando o contrato, possui aquele efeito.
· 2º exceção (arts. 439 a 440, CC) – Promessa de fato de terceiro, que ocorre quando um indivíduo assume a responsabilidade, ou promessa, de que outro indivíduo irá praticar uma conduta específica. Sendo assim, em caso do outro indivíduo na realizar a prática combinada, responderá quem realizou a promessa, como prevê o art. 439 do CC, porém, caso o próprio indivíduo que não fez a promessa assumir a responsabilidade pessoalmente, passa a não existir mais a responsabilidade civil do contratante, como prevê o art. 440 do CC.
· 3º exceção (arts. 467 a 471, CC) – Contrato com a pessoa a declarar, que ocorre quando na conclusão do contrato uma das partes designa um terceiro para adquirir os direitos e assumir as obrigações do contrato, geralmente é chamada de cláusula pro amigo eligendo, normalmente é usada em contratos preliminares.
· 4º exceção (art. 421, CC) – Tutela externa do crédito, que ocorre quando um contrato projeta efeitos na esfera jurídica para um terceiro, que não participou da celebração, e todas as obrigações permanecem com o estipulante, e todos os direitos são adquiridos pelo terceiro.
Outros autores encontram, ainda, mais casos de exceção a este princípio. Por exemplo, BARROS (2005, p. 223) afirma que “as exceções do princípio da relatividade são: a estipulação em favor de terceiro; a responsabilidade dos herdeiros quanto ao cumprimento do contrato do de cujus, até as forças da herança; e o poder do consumidor acionar judicialmente o fabricante, produtor, construtor ou importador, mesmo não tendo contratado diretamente com eles, na hipótese de reparação de danos causados por defeitos ou informações insuficientes do produto”.
Mesmo existindo exceções, o contrato fica adstrito às partes contratantes, tendo que se delimitar apenas até onde vão os direitos pelas partes do negócio.

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