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MONILÍASE VAGINAL (CANDIDÍASE VAGINAL) A candidíase vaginal é uma infecção muito comum, causada por um tipo de fungo que vive na flora de nosso intestino e vagina. Esse fungo pode apresentar-se de duas formas: levedura ou filamentosa.Quando em forma de levedura, não representa doença, ou seja, está na forma benigna de conviver em nosso organismo. Já na forma filamentosa (de pseudo-hifas e hifas verdadeiras), se apresenta como candidíase, causando sintomas como coceira, ardência e corrimento de cor esbranquiçada, pode se tornar um problema recorrente se não for tratada desde o início e de forma correta AGENTE ETIOLÓGICO A Candidíase é causada por um fungo chamado Cândida. Esse fungo possui várias espécies,80 a 90% das candidíases são causadas pela espécie chamada Candida albicans,sendo o restante por outras chamados de não-albicans. As espécies mais comumente encontradas são: · Candida albicans · Candida parapsilosis · Candida krusei · Candida tropicalis · Candida glabrata · Candida guilliermondii TRANSMISSÃO Na prática, a infecção vaginal por C. albicans é associada a situações de debilidade do organismo, alto teor de glicogênio (derivado dos açúcares) e acidez vaginal , doenças imunossupressoras,diabetes e uso crônico de corticóides são fatores de risco. Quanto ao uso de antibióticos, embora diferentes estudos não tenham sido conclusivos nesse sentido, o argumento é de que eles possam suprimir a flora vaginal de lactobacilos, que é o principal mecanismo defensivo vaginal contra os fungos, favorecendo assim tanto a colonização quanto a infecção por Candida. A flora vaginal composta por lactobacilos constitui uma barreira defensiva importante à candidíase vaginal. Isso talvez explique porque tratamentos com antibióticos que deletam lactobacilos da flora podem desencadear candidíase. Lactobacillus São bactérias que provêm do intestino e atuam também na vagina. Mulheres com intolerância alimentar e diarréia crônica (ou mesmo intestino preso) tendem a ter episódios recorrentes de candidíase pela escassez de lactobacillus. .Quanto à questão hormonal, altos níveis de produção de hormônios femininos, especialmente de progesterona, aumentam a disponibilidade de glicogênio no ambiente vaginal.Por causa da elevação desse hormônio no período pré menstrual, é comum que os sintomas apareçam nesse momento do ciclo, uma vez que a progesterona também acidifica o pH da vagina, favorecendo a formação das formas filamentosas. Sendo assim,não é à toa que muitas mulheres sintam que o sangue menstrual alivia ou até resolve os sintomas, e isso se dá pois o pH do sangue é mais básico, o que acaba neutralizando o ambiente e inibindo a proliferação das hifas.O excesso de estrogênio (como acontece em usuárias de pílula anticoncepcional combinada, terapia de reposição hormonal e durante a gravidez) também pode aumentar a chance de candidíase. Durante a gestação os episódios podem surgir também devido ao aumento da umidade da vagina, aumento da resistência à insulina e alterações da flora devidas a alterações metabólicas.Pequenos traumas como o ato sexual, hábito de usar roupas muito justas ou de fibras sintéticas, ou ainda de permanecer muito tempo com roupas de banho molhadas ou úmidas podem favorecer o ambiente para proliferação do fungo. Além disso, sabemos que podem estar relacionadas a dieta alimentar rica em açúcares e carboidratos e também a vivências de situações de estresse, que aumentam o nível sérico de cortisol. A candidíase vulvovaginal geralmente não é adquirida por meio de relações sexuais porém o tratamento dos parceiros sexuais deve ser considerado em mulheres com infecção recorrente , se um parceiro sexual do sexo masculino apresentar sintomas (por exemplo, irritação), estes devem ser tratados com pomadas QUADRO CLÍNICO Ardência, coceira e secreção espessa, que pode ou não conter grumos (como uma coalhada). A mulher pode ter também desconforto para urinar e para manter relação sexual, além de inchaço da vulva e vagina e vermelhidão da região.No exame físico pode-se visualizar o períneo (região entre vagina e ânus) com pequenos cortes (fissuras). Com o exame especular, é possível observar o interior da vagina, que pode estar avermelhada e cheia de grumos aderidos. A grande maioria pode ser diagnosticada no exame físico durante a consulta ou pela própria mulher na auto observação. No entanto, se mesmo após exame físico houver dúvida diagnóstica, é possível que seja feita a observação direta da secreção vaginal em microscópio. Tal observação pode ocorrer durante o atendimento nos locais onde há material disponível e treinamento de profissionais no próprio consultório (algo bastante raro nos serviços de saúde no Brasil). Caso contrário, pode ser feita a coleta de material para posterior análise e cultura em laboratório TRATAMENTO Em geral, a cura da candidíase se dá por antifúngicos ingeridos por via oral ou por pomadas que devem ser aplicadas na região genital Uso tópico: Pomadas antifúngicas diretamente na vagina podendo ser recomendado o uso de Nistatina, Miconazol, Itraconazol ou Cetoconazol. Uso oral: comprimido antifúngico, como Fluconazol. Há também a possibilidade de terapias naturais, de uso popular, cujo benefício são presenciados na prática cotidiana · Melaleuca/Tea Tree: 1 ou 2 gotas de óleo essencial de melaleuca diluída em 100mL de água - fazer banhos de assento · Camomila ou calêndula: Faça um chá concentrado e dilua coado em bacia com água morna, permaneça sentada com a vulva totalmente imersa, por no mínimo 15 minutos. Promove alívio dos sintomas irritativos. · Bicarbonato de sódio: pode-se fazer banho de assento diluindo 1 colher de sopa de bicarbonato para cada 500ml de água.O bicarbonato é básico e por isso alivia os sintomas da candidíase (que é ácida). · Óleo de coco: alivia sintomas de coceira e ajuda na reepitelização a região (refazer as células que foram descamadas). Passar uma colher de chá de óleo com os dedos na vagina e vulva . PREVENÇÃO · Manter a região vaginal sempre limpa e seca. · Usar antibióticos somente quando eles forem prescritos por um médico, e exatamente na forma como ele indicar. · Manter dieta saudável. Controlar a glicemia: principalmente paciente com diabetes. · Manter a higiene genital: esta não se limita apenas às boas práticas de higiene íntima e inclui as melhores opções de depilação, vestuário e até o cuidado com a atividade sexual. · Usar camisinha: apesar da candidíase não ser uma IST, o preservativo protege a região e evita lesões. · Trocar o maiô ou biquíni molhado tão logo seja possível. Evitar o uso de calças e calcinhas apertadas por longos períodos. · pensar em métodos contraceptivos não-hormonais. · usar roupas frescas, caldcinha de algodão, evitar absorvente de uso diário, dormir sem calcinha, tomar sol na vulva sempre que possível · favorecer funcionamento intestinal com consumo de água, fibras e atividade física ANEXOS Candida albicans vista no microscópio Observação de grumos de Cândida ao exame especular Colo do útero com infecção por Candida albicans
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