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Caso clínico Vaginose

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"História 
A.J.F., sexo feminino, 23 anos, negra, estudante, natural e procedente de Salvador, Bahia, 
procurou atendimento médico na unidade básica da saúde. Relata que há cerca de 10 dias 
cursa com prurido intenso na vulva, ardor e corrimento esbranquiçado. Refere também 
dispareunia, e, que foi a primeira vez que sentiu esses sintomas. Associado ao quadro, Nega 
odor característico e febre. Relata ainda que há cerca de 30 dias usou Ciprofloxacino, sendo 
prescrito por um médico para tratar uma infecção urinária (sic). Relata que mantem relações 
sexuais com parceiro fixo há cerca de 2 meses, com uso de preservativo de maneira 
irregular. Relata uso de protetores diários. Em uso de contraceptivo oral combinado há 5 
anos. G0P0A0, ciclos menstruais regulares, de 28 dias, sem relato de dismenorreia. DUM há 
cerca de 5 dias. 
Exame físico 
Estado geral: bom estado geral e nutricional, lúcida e orientada no tempo e espaço, afebril, 
acianótica, anictérica, hidratada. 
Dados vitais: FR: 14 ipm, FC: 72 bpm, FC: 120/80 mmHg. 
Outros sintomas: nenhum achado disfuncional nos sistemas cardiovascular, respiratório e 
abdominal. 
Exame ginecológico: genitália externa: vulva tricotomizada, lábios maiores e menores com 
hiperemia vulvar, fissuras e escoriações. Introito vaginal e meato uretral tópicos, sem 
alterações. Hímen roto. 
Exame especular: paredes vaginais hiperemiadas, rugosidades normais, presença de 
secreção esbranquiçada, grumosa, aderido as paredes vaginais e do colo, sem odor. 
Toque vaginal: colo posterior, útero em AVF, indolor a mobilização do colo e ao toque 
combinado. Não palpo anexos. Períneo suficiente." 
Questões para orientar a discussão: 
1. Qual sua principal suspeita diagnóstica? 
2. É necessário realizar exames complementares? Se sim, quais? 
3. Como classificar? 
4. Como tratar? 
5. Quais os principais diagnósticos diferenciais? 
 
 
 
 
 
 
https://www.sanarmed.com/dicas-de-ginecologia-resumo-de-corrimento-vaginal?term=vaginal
 
 
1) Qual sua principal suspeita diagnóstica? 
 
A suspeita diagnóstica é de Candidíase Vaginal. O diagnóstico de candidíase é 
clínico, vale ressaltar que Candidíase apesar de ser transmitida por relações 
sexuais não é considerada uma DST. A candidíase vulvovaginal é uma infecção 
vaginal e da vulva por espécies de Cândida, um fungo que naturalmente já habita o 
corpo da mulher saudável. A Candidíase está associada a um desequilíbrio da 
microflora vaginal por consequente alteração quantitativa e/ou qualitativa dos 
Lactobacillus e sobrecrescimento de outros comensais da mucosa vaginal, 
nomeadamente a Candida albicans. A Cândida é um gênero de fungo que sua 
colonização e transmissão podem se dar de maneira assintomática. Segundo 
estudos a maioria das mulheres apresentam pelo menos um episódio de candidíase 
na sua vida, sendo importante salientar que essa infecção, na grande maioria das 
vezes, se dá entre o período da primeira e a última menstruação da mulher. A 
maioria das espécies de Cândida presentes na flora vaginal são da espécie C. 
albicans, a responsável pela maioria das infecções não complicadas. As espécies C. 
glabrata e C. tropicalis são menos comuns e responsáveis pela maioria das 
infecções complicadas. 
 
A paciente do caso possui os seguintes sintomas: prurido intenso na vulva, ardor e 
corrimento esbranquiçado. No Exame físico foi constatado: Vulva tricotomizada, 
lábios maiores e menores com hiperemia vulvar, fissuras e escoriações, paredes 
vaginais hiperemiadas, presença de secreção esbranquiçada, grumosa, aderido as 
paredes vaginais e do colo. A paciente também fez uso recente de antibiótico e 
manteve relações sexuais nos últimos dois meses com uso irregular de 
preservativos. Todos os fatores são fatores de risco para a ocorrência da 
Candidíase. Os sintomas e achados do exame físico são diretamente ligados ao 
diagnóstico de candidíase. 
 
2) É necessário realizar exames complementares para candidíase? 
Não é necessária a realização de exames complementares pois o diagnóstico de 
candidíase vaginal é clínico. Entretanto existem exames que auxiliam em casos de 
https://www.sanarmed.com/dicas-de-ginecologia-resumo-de-corrimento-vaginal?term=vaginal
dúvida, já que a candidíase pode estar acompanhada de outra vulvovaginite. Esses 
exames são: 
Análise do pH vaginal: normalmente o pH vaginal é ácido, a cândida e os 
lactobacilos que mantém o pH abaixo de 4,5 , por isso, se a doença vier isolada, o 
pH vai estar nesse nível. 
Teste de Whiff ou teste das aminas: quando negativo, indica doença isolada. 
Exame a fresco do fluxo e gram: visualização de hifas e esporos indica doença 
isolada 
Cultura: realizada apenas em casos de recidiva ou resistência, para se investigar 
infecção por outras cepas como a glabrata. 
 
3) Como classificar a candidíase? 
 
A candidíase é classificada como: 
Complicada: Quando os sintomas são intensos, ou, há mais de 4 episódios ao ano, 
ou, a colonização provavelmente é por uma espécie não-albicans, ou, em mulheres 
imunocomprometidas. 
Não complicada: não complicada quando há menos 4 episódios no ano, com 
sintomas leves a moderados, provavelmente causada por C. albicans e em 
mulheres imunocompetentes. 
Sintomática: têm presença de sintomas. 
Assintomática: Não têm presença de sintomas. 
 
No caso da paciente ela é sintomática, com candidíase vulvovaginal não-
complicada. 
4) Como tratar a candidíase? 
 
Primariamente, a escolha do tipo de tratamento deverá ser feita baseada no quadro 
clínico da candidíase vulvovaginal, sendo que o objetivo é o alivio dos sintomas das 
pacientes sintomáticas. Em caso de pacientes assintomáticas, o tratamento não é 
realizado. Caso a paciente possua candidíase recorrente, é recomendado que se 
faça uma cultura para a identificação do tipo de Candida colonizada, pois, Candida 
não-albicans são resistentes ao tratamento habitual. 
Existe esquemas tópicos e orais. Não existe uma superioridade de um esquema 
sobre outro. Na prática, sabemos que o tópico melhora os sintomas irritativos mais 
rapidamente que o oral, porém os dois tem eficácia parecida. 
Esquema tópico 
• Miconazol creme 2%, vaginal, 7 dias 
• Cotrimazol creme 1%, vaginal, por 6-12 dias 
• Nistatina vaginal, por 14 dias 
Esquema oral 
• Fluconazol 150mg dose única 
• Itraconazol 100mg 2 cp, 2x/dia por 1 dia 
Para candidíase a recorrente é indicado Fluconazol nos dias 1, 4 e 7 com 
manutenção por fluconazol 1x por semana por 6 meses. 
 
Para melhorar os sintomas de prurido, irritação e eritema, pode-se fazer uso de 
pomada de dexametasona tópica em região vulvar. 
Tratamento não farmacológico 
 
Como tratamento não-farmacológico, é importante a diminuição do consumo de leite 
e derivados (já que o fungo se alimenta de glicose), maior cuidado com a higiene 
íntima, uso de roupas intimas de algodão, evitar calças apertadas, retirar a roupa 
intima para dormir, reduzir o uso de protetores diários (todas essas medidas 
aumentam a ventilação no local). Também podem ser utilizados banhos de assento 
com infusões de melaleuca, camomila e bicarbonato de sódio. 
 
Observação: Nas grávidas, o tratamento deve ser feito por via intravaginal. O 
Cotrimazol e o Miconazol por 7 dias são as drogas mais usadas. 
 
5 - Quais os principais diagnósticos diferenciais? 
 
É importante fazer o diagnóstico diferencial da candidíase vulvovaginal com a 
tricomoníase e a vaginose bacteriana, pois, possuem sintomas semelhantes. 
A vaginose bacteriana é caracterizada por uma alteração na floral bacteriana vaginal 
normal, a qual há alcalinização repetida do pH vaginal, fazendo com que haja 
diminuição dos lactobacilos normais da flora, ocasionando o supercrescimento de 
bactérias predominantemente anaeróbicas. Entre os sinais e sintomas, estão 
presentes a secreção vaginal acinzentada, cremosa, com odor fétido (mas 
acentuada pós coito e no período menstrual). Para o diagnóstico, é utilizado oCritério de Amsel, sendo que a associação de 3 sinais ou sintomas – de quatro – 
são suficientes para diagnosticar a vaginose bacteriana. São eles: pH vaginal >4,5; 
leucorreia; teste de Whiff positivo, presença de clue cells no exame a fresco da 
lâmina ao microscópio. O tratatamento do parceiro (a) sexual não é preconizado, 
somente se houver sintomas (assim como na candidíase). 
A tricomoníase é causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, sendo uma 
infecção sexualmente transmissível (sendo então, o tratamento do (a) parceiro (a) 
sexual mandatório). O período de incubação pode variar de 4 a 28 dias, sendo que 
os homens geralmente são assintomáticos. Nas mulheres, a apresentação desse 
agravo pode variar: desde assintomática até uma doença inflamatória grave e 
aguda. Sendo o parasita anaeróbio, muitas vezes a infecção por Tricomonas está 
associada a uma vaginose bacteriana. Como sinais e sintomas apresentados pelas 
pacientes, temos a secreção vaginal abundante e bolhosa, de coloração amarelo-
esverdeada; prurido vulvar intenso; e hiperemia/edema de vulva e vagina. Ao exame 
ginecológico, é comum o teste de Schiller com aspecto tigróide (colo em 
framboesa), pH vaginal >4,5, e, no exame a fresco da lâmina, presença de 
protozoário móvel e leucócitos abundantes. 
 
 
 
 
 
Referências 
 
Pinheiro. P. Como tratar a candidíase Vaginal. MDSaúde. Disponível 
em:<https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/tratamento-
candidiase/> Acesso em 14 de abril de 2021. 
 
Campinho, L.C.P. et al. Probióticos em mulheres com candidíase vulvovaginal: qual 
a evidência? Rev Port Med Geral Fam vol.35 no.6 Lisboa dez. 2019.Disponível em: 
<http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-
51732019000600005&lang=pt> Acesso em:14 de abril de 2021. 
 
 
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/tratamento-candidiase/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/tratamento-candidiase/
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000600005&lang=pt
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000600005&lang=pt
	1) Qual sua principal suspeita diagnóstica?
	3) Como classificar a candidíase?
	3) Como classificar a candidíase?
	4) Como tratar a candidíase?
	4) Como tratar a candidíase?
	Esquema tópico
	Esquema oral
	Para candidíase a recorrente é indicado Fluconazol nos dias 1, 4 e 7 com manutenção por fluconazol 1x por semana por 6 meses.
	Tratamento não farmacológico
	Tratamento não farmacológico
	5 - Quais os principais diagnósticos diferenciais?
	5 - Quais os principais diagnósticos diferenciais?

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