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HIDRATAÇÃO, HIGIENE E LIMPEZA

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DESCRIÇÃO
Preparações cosméticas e sua aplicação na higiene, limpeza, hidratação e fotoproteção da face, corpo e cabelos.
PROPÓSITO
Compreender as principais preparações cosméticas aplicadas na higiene, limpeza, hidratação e proteção facial, corporal e capilar, proporcionando o uso adequado nos programas de tratamentos cosméticos e indicação Home Care (tratamento em casa).
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar sabões, sabonetes, tônicos, adstringentes, desodorantes e antitranspirantes utilizados na higiene e limpeza cutânea, considerando-se os diferentes tipos de pele
MÓDULO 2
Listar os diferentes fotoprotetores de acordo com a sua categoria química e aplicação
MÓDULO 3
Classificar as máscaras cosméticas segundo a sua função e forma de apresentação
MÓDULO 4
Identificar os principais cuidados relacionados à higiene e limpeza da fibra capilar, couro cabeludo e unhas
INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, identificaremos as principais preparações cosméticas utilizadas na higiene, limpeza, hidratação e proteção da pele e dos cabelos. Esses produtos devem conter princípios ativos e veículos adequados à necessidade e ao tipo cutâneo ou de seus anexos, sem provocar efeitos indesejáveis.
Você compreenderá que os cosméticos são utilizados com diversas finalidades e que o seu uso correto promove a harmonia, a manutenção e o equilíbrio da pele, da fibra capilar e das unhas. Esse conhecimento permitirá ao profissional de estética selecionar o produto e o tratamento adequados, considerando os diferentes tipos de pele e os seus anexos.
MÓDULO 1
Identificar sabões, sabonetes, tônicos, adstringentes, desodorantes e antitranspirantes utilizados na higiene e limpeza cutânea, considerando-se os diferentes tipos de pele.
HIGIENE E LIMPEZA DA PELE
Limpar a pele significa remover sujidades provenientes de poluição, resíduos cosméticos, secreções naturais e células córneas em descamação. O produto mais popular utilizado para essa finalidade é o sabão, e as primeiras evidências do seu uso datam de 2800 a.C., a partir da fervura de gorduras com cinzas.
No século VII, os árabes descobriram o processo de saponificação, utilizando uma mistura de gordura, óleos e álcali, pela qual se obtinha o sabão duro em barra. Apenas no século XIX foi desenvolvido o sabão perfumado ou o sabonete.
ÁLCALI
Álcali é uma base que pode ser constituída por um sal iônico de metal alcalino ou de um elemento metal alcalinoterroso com ph >7.
SABÕES
O sabão foi um dos primeiros produtos utilizados na higiene e limpeza da pele, e ainda persiste nos dias atuais. Trata-se de um sal alcalino de ácido graxo obtido da reação de saponificação de óleos ou gorduras mediante a adição de um alcalinizante, como, por exemplo, o hidróxido de sódio, ou por meio da neutralização de ácidos graxos. O sabão possui a capacidade de decompor o óleo presente na superfície da pele e de remover impurezas ou sujidades sem causar irritação ou sensibilização cutânea.
Os sabões de sódio são mais duros, os de potássio são mais solúveis em água e os de trietanolamina são menos alcalinos. O material graxo empregado no processo de saponificação pode ser de três tipos:
1. De origem animal (gordura).
2. De origem vegetal (óleo).
3. Estearina ou ácido esteárico.
ESTEARINA
Principal constituinte das gorduras animais; glicerol.
A gordura animal possibilita sabões em barra altamente rijos e menos solúveis que os obtidos com óleos vegetais, porém mais solúveis que os processados com estearina. No entanto, algumas empresas vêm substituindo o uso de material graxo derivado de fonte animal por óleos vegetais, adotando no rótulo dos seus produtos a frase: “Não contém derivados animais”.
Foto: Shutterstock.com
Barras de sabão artesanal.
SABONETES
Um dos produtos mais difundidos para a higiene e limpeza corporal é o sabonete em barra, cuja preparação é feita a partir do sabão. Dependendo do tipo de tensoativo ou mistura que compõe a formulação do sabonete, esse pode ser classificado em regular, combo ou combars (combination bars ou barras de combinação), syndet (syntetic detergent ou detergente sintético), glicerinados e pó.
TENSOATIVO
Substância constituída de longa cadeia carbônica hidrofóbica (sem afinidade pela água) com um grupo hidrofílico (com afinidade pela água) em uma de suas extremidades, permitindo interagir tanto com moléculas polares (água) quanto apolares (sebo e sujidades).
Além das apresentações em barra, os sabonetes podem ser:
· líquidos;
· semissólidos; e
· em pó.
Além do tipo de tensoativo presente na formulação ― sabão, detergente sintético ou misturas ― os sabonetes diferem entre si em relação à quantidade de sabão e pH, podendo ser ácidos ou alcalinos (Tabela 1).
	Tipo de sabonete
	pH
	Sabão
	Detergente sintético
	Sabonete em barra Regular
	9 – 12
	X
	
	Combar
	9 – 12
	X
	X
	Syndet
	5,5 – 7,5
	X (em baixa concentração)
	X
	Líquidos
	5 – 7
	
	X
	Glicerinado
	9 – 12
	X
	X
	Pó
	5 – 7
	
	X
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 1. Tipo de sabonete com seus respectivos tensoativos e pH.
Extraído de: Ribeiro, 2010.
Sabonetes em barra regular (tradicional)
Consistem em uma mistura de sabões elaborados com gordura animal e óleo vegetal, na proporção de 4:1, correspondendo a 80% de sabão derivado de sebo animal e 20% derivado de óleo vegetal. Contudo, há os que contêm 95% de sabão derivado de sebo animal e 5% de óleo vegetal, ou formulados somente com os óleos vegetais.
À formulação, são acrescentados:
· corantes;
· agentes branqueadores;
· fragrâncias;
· água;
· substâncias de preenchimento;
· ligantes;
· substâncias que aumentam a consistência da barra de sabão;
· antioxidantes;
· umectantes;
· sobre-engordurantes;
· quelantes etc.
A ALCALINIDADE ASSOCIADA À ALTA DETERGÊNCIA RESULTA EM MAIOR IRRITABILIDADE PARA A PELE EM COMPARAÇÃO COM O SABÃO, SENDO DESACONSELHÁVEL O SEU USO EM PELES SECAS E SENSÍVEIS.
Foto: Shutterstock.com
Exemplo de sabonete em barra tradicional.
Sabonetes glicerinados
São exemplos de formulações em que há uma redução da quantidade de sabão na fórmula, correspondendo a 30% do total do produto. A composição restante é formada por solubilizantes (glicerina, álcool, propilenoglicol), corante, fragrância e sacarose para aumentar a transparência. Esses sabonetes são mais suaves devido ao menor teor de sabão presente na fórmula e à glicerina, que ameniza a aspereza deixada na pele pelos sabões.
Sabonetes syndets
São formulações que contêm menos de 10% de sabão em sua composição. Associados à formulação, encontram-se os isotionatos e, especialmente, o cocoil e lauril isotionato de sódio, tensoativos que podem compor até 70% do produto, além de ligantes, plastificantes, potencializadores de espuma, agentes de preenchimento, água, fragrância e agentes opacificantes.
Apresentam como característica a suavidade, o sensorial agradável, além da melhora da textura, do tônus e da luminosidade da pele. São indicados para peles com acne, rosácea e dermatite atópica, pois contribuem para a redução do número de lesões inflamatórias.
Sabonetes combars
São formulados associando-se sabão com detergentes sintéticos. Combinam a economia e a processabilidade dos sabões com a suavidade e outros benefícios dos detergentes sintéticos.
Sabonetes líquidos
As primeiras formulações foram elaboradas com sabões de potássio na concentração de 15% a 20%. Atualmente, esse tipo de formulação não contém sabão e é desenvolvido apenas com misturas de tensoativos sintéticos ou derivados de produtos naturais, também utilizados para formulações de xampus. Quando opacificados, esses produtos podem receber a denominação de sabonete cremoso. A apresentação líquida pode ser ajustada em pH ácido, o que lhe confere o apelo de ser neutro para pele ou conter pH fisiológico.
Foto: Shutterstock.com
Sabonetes em pó
Consistem em associações de detergentes em pó, lauril sulfato de sódio e os derivados de aminoácidos cocoil glutamato de sódio e cocoil glicinato de sódio com veículo inerte. São comercializados na forma de sachê e adicionados na água no momento do uso, transformando-seem um sabonete líquido.
RECOMENDAÇÃO
Uso de sabonetes para os diferentes tipos de pele
Esses cosméticos podem ser prejudiciais quando utilizados de forma inadequada, acelerando o processo de envelhecimento. Não se deve, por exemplo, lavar o rosto com sabonete todas as vezes que a pele apresentar um aspecto oleoso. Esse procedimento remove o manto hidrolipídico, deixando a pele exposta à poluição e sujeita às agressões climáticas.
Após os 30 anos de idade, a produção das glândulas sebáceas começa a ser reduzida, intensificando-se com o tempo, e essa redução pode ser agravada pelo constante uso de sabonetes, geralmente muito abrasivos e com pH alcalino, como os utilizados para banho. O banho com água muito quente também contribui para a remoção do manto hidrolipídico.
Alguns cuidados são recomendados na utilização dos sabonetes para limpeza facial (Figura 5), conforme o tipo de pele:
Limpeza da pele seca e sensível
O mais recomendado é um leite ou loção de limpeza hidratante pela manhã, com subsequente enxágue, e pequena quantidade de sabonete específico para pele seca à noite.
Limpeza da pele oleosa
Deve-se utilizar sabonete próprio pela manhã e à noite. Durante o dia, caso necessário, lavar com água pura, ou limpar com lenços absorventes. Para peles oleosas desvitalizadas, desidratadas e/ou fotoenvelhecidas, executa-se o procedimento para pele seca, apenas substituindo o sabonete por um exclusivo para pele oleosa.
Limpeza da pele seborreica e/ou acneica
Esse tipo de pele apresenta hiperatividade das glândulas sebáceas, portanto sua higiene deve ser semelhante à da pele oleosa, utilizando com maior frequência lenços absorventes associados a outros cosméticos, como ceratolíticos, loções secativas e antissépticas.
Atenção: Deve-se ter cuidado com a excessiva retirada de sebo, uma vez que a atividade das glândulas sebáceas pode ser intensificada e aumentar a produção de óleo.
CERATOLÍTICOS
Substâncias que amolecem e esfoliam a camada córnea (estrato córneo) da pele, provocando a sua descamação.
Foto: Shutterstock.com
Figura 5. Limpeza facial com sabonete.
INDEPENDENTEMENTE DO TIPO DE PELE, OS SABONETES LÍQUIDOS SÃO OS MAIS INDICADOS PARA O USO FACIAL E CORPORAL.
Nos sabonetes líquidos, o pH é mais próximo ao pH da pele ou apresenta pH neutro, causando menor alteração nas características fisiológicas do tecido. Sabonetes sólidos geralmente apresentam pH alcalino, entre 9 e 12, podendo proporcionar efeitos irritantes e desidratantes.
TÔNICOS E ADSTRINGENTES
Loção tônica é uma preparação cosmética aquosa ou hidroalcoólica combinada a um agente surfactante e/ou adstringente. Sua aplicação deve ser realizada após a limpeza da pele, constituindo-se em um passo intermediário da rotina de tratamento.
Sua finalidade é retirar os resíduos e o óleo que não foram totalmente removidos na “higienização ou retirada de sujidade”, além de equilibrar o pH. Suas ações podem ser transitórias, normalizando características estéticas (tônicos adstringentes) ou funcionais (tônicos descongestionantes).
As loções tônicas adstringentes promovem a contração dos tecidos e a consequente diminuição da secreção local, promovendo o equilíbrio cutâneo. Quando utilizadas em consultório, não são indicadas após a higiene, visto que a vasoconstrição não é desejável para procedimentos como extração de comedões ou introdução de ativos. Contudo, são utilizadas no final, antes da aplicação do filtro solar.
Já na higiene domiciliar, o uso das loções tônicas adstringentes é recomendado na parte da manhã, antes da aplicação do filtro solar. No período noturno, os tônicos adstringentes não são aconselháveis, caso, posteriormente, sejam utilizados cosméticos com propriedades hidratantes, nutritivas, antioxidantes, entre outros. Esse produto dificultaria a permeação transepidérmica e, principalmente, a permeação transfolicular. É aconselhável, no entanto, o uso antes da maquiagem, uma vez que proporciona uma superfície mais lisa e com menos oleosidade.
De acordo com o tipo de pele, as loções tônicas podem apresentar composições distintas, devendo ser aplicadas com algodão:
a) Tonificação da pele normal: os tônicos para a pele normal devem conter em sua formulação baixas concentrações de álcool, podendo apresentar ativos calmantes (ex.: extrato de Hamamélis), anti-inflamatórios e refrescantes (ex.: extrato de Hawthorn).
b) Tonificação da pele oleosa: Os tônicos desenvolvidos especialmente para a pele oleosa contêm álcool em concentração usual próxima a 50%. Mentol, ácido salicílico e resorcina são ativos utilizados nessas preparações.
c) Tonificação da pele seca: As loções tônicas e refrescantes devem ser aplicadas como um segundo passo da limpeza de pele, especialmente após o uso de loções ou leites de limpeza. Continue lendo...
d) Tonificação da pele mista ou combinada: Na zona T, a limpeza deve ser complementada com um tônico com baixo teor alcoólico e com adstringentes suaves (ex.: extrato de Hamamélis, mentol e cânfora).
O tônico também é um importante complemento na remoção dos resíduos de maquiagem cremosas que não são totalmente retirados pelos agentes de limpeza. Os tônicos para pele seca devem apresentar formulação isenta de álcool e conter ativos hidratantes como PCA-Na, hialuronato de sódio, glicerina e alantoína. Em caso de pele sensível, associar ativos calmantes, como extrato de camomila.
Foto: Shutterstock.com
Aplicação da loção tônica facial para a remoção de resíduos na pele.
DESODORANTES E ANTITRANSPIRANTES
O suor é produzido pelas glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas (Figura 7). As primeiras são mais numerosas, menores em tamanho e distribuídas por todo o corpo. Estão presentes principalmente nas palmas das mãos e nas solas dos pés. As segundas são maiores e encontradas nas axilas, região pubiana, genitais e abdômen. Uma variante dessas glândulas é encontrada nas pálpebras e glândulas mamárias.
Glândulas Écrinas
As glândulas écrinas são as responsáveis pela formação do suor aquoso, cuja finalidade é impedir a hipertermia, mantendo a temperatura corporal em aproximadamente 37°C. O suor écrino, mais abundante, consiste em uma solução inodora diluída de íons e alguns compostos orgânicos, cujo pH varia de 3,8 a 5,6. Apesar de não ser o principal responsável pelo odor, esse suor supre a pele de água, facilita o desenvolvimento de bactérias e ajuda a dispersar o suor apócrino para uma área maior.
Glândulas Apócrinas
As glândulas apócrinas possuem estrutura semelhante às glândulas sudoríparas écrinas, porém encontram-se anexadas ao folículo pilossebáceo. A secreção apócrina é originada na puberdade, acompanhada de parte da desintegração de suas células glandulares. Trata-se de um fluido viscoso, leitoso, rico em material orgânico e sem odor. Este, por sua vez, é formado a partir da ação de bactérias sobre os componentes desse suor, de proteínas da pele e da secreção sebácea, produzindo as substâncias fétidas responsáveis pelo odor desagradável.
Imagem: Shutterstock.com
Anexos cutâneos com destaque para as glândulas sudoríparas écrina e apócrina.
VOCÊ SABIA
Os produtos cosméticos para controle da transpiração apresentam a função de retardar a saída do suor écrino e apócrino e, assim, diminuir água e nutrientes para as bactérias. Já os desodorantes atuam mascarando ou reduzindo o odor formado. Portanto, se não houver redução da secreção dos suores écrinos e apócrinos e/ou inibição da proliferação bacteriana, um odor fétido poderá ser identificado, por isso esses produtos são necessários para o controle do odor corporal.
DESODORANTES
Os desodorantes ou desodorizantes são preparações cosméticas utilizadas para mascarar ou inibir o odor desagradável gerado pela ação das bactérias sobre os componentes do suor.
Foto: Shutterstock.com
Desodorante spray.
 SAIBA MAIS
Algumas substâncias podem ser acrescentadas às formulações desodorantes com a finalidade de absorver a umidade e reduzir o desenvolvimento bacteriano. Também podem ser adicionados absorvedores ou adsorvedores de moléculas odoríferas já formadas na pele, porém com ação limitadaporque absorve apenas alguns tipos dessas moléculas
Os preventivos de odor são os mais utilizados em produtos cosméticos. São compostos basicamente por substâncias antibacterianas que inibem o seu desenvolvimento nas axilas. Além disso, antioxidantes e perfumes também podem ser associados. O primeiro devido à degradação oxidativa sofrida por alguns componentes da secreção sudorípara, contribuindo para o aumento do odor, e o segundo para mascarar sobrepondo-se ao odor formado.
Alguns exemplos de substâncias desodorantes são apresentados na Tabela 2:
	Substâncias desodorantes
	Características
	Bicarbonato de sódio e potássio
	Ao reagir com os ácidos voláteis presentes nos odores fétidos, forma outros odores e subprodutos menos odoríferos
	Sequestrante de ferro
	Algumas bactérias podem usar o ferro da proteína transportadora de ferro, a transferrina, presente nas glândulas sudoríparas écrinas. Com o sequestro do íon de ferro, nutriente para bactéria, o crescimento bacteriano na pele é comprometido
	Farnesol
	Óleo essencial que apresenta propriedades bacteriostáticas e inibe as bactérias responsáveis pela decomposição do suor
	Etanol
	Usado como veículo em muitas formulações, possui propriedades antissépticas. Por ser muito volátil, evapora rapidamente e deixa de atuar como desodorante. Os glicóis, como a glicerina e o propilenoglicol são associados ao álcool (etanol) para diminuir a sua evaporação
	Triclosan
	Substância com amplo espectro de ação antimicrobiana, atuando principalmente sobre bactérias. Também expressa um pouco de ação antifúngica e antiviral. É um ativo desodorante relativamente não tóxico, mas pode provocar irritação cutânea e dermatite de contágio alérgica
	Absorvedores do odor
	Atuam por um mecanismo de captação físico-química, retendo, no interior de suas moléculas, as substâncias fétidas produzidas no processo de degradação do suor
	Cloreto de benzalcônio
	Composto de amônio quaternário com ação antisséptica. Atua principalmente em bactérias gram-positivas e gram-negativas, porém com melhor eficácia sobre as gram-positivas
	Ácido butiloctanoico
	Apresenta propriedades tensoativas e atividade antimicrobiana, podendo ser empregado em formulações desodorantes associadas, ou não, a antitranspirantes.
	Pidolato de zinco
	A associação patenteada do pidolato de zinco ― anti-inflamatório, hidratante, antisseborreico e antimicrobiano ― com sais de alumínio antitranspirantes, formando um sistema sinérgico com aumento do efeito na redução da intensidade do odor e da transpiração, com adicional redução de resíduo visível após aplicação.
	Inibidores enzimáticos
	Alguns compostos, como o citrato de trietila, o lactato de alquila ou o caprilato de 3-poliglicerila, são hidrolisados enzimaticamente por esterases, liberando o ácido cítrico, lático e caprílico, respectivamente. Isso faz com que o pH da pele diminua, reduzindo a atividade das próprias esterases e de outras enzimas, dificultando a decomposição de alguns materiais orgânicos na pele. Dessa forma, o odor desagradável gerado por essa decomposição é impedido
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Tabela 2. Exemplos de substâncias desodorantes e suas características.
Adaptada de Ribeiro, 2010
ANTITRANSPIRANTES
Antitranspirantes ou antiperspirantes são preparações cosméticas destinadas a inibir ou diminuir a transpiração. Podem ser coloridos e/ou perfumados, apresentados em formas e veículos apropriados, bem como associados aos desodorantes.
PARA SEREM EFICAZES, OS ATIVOS ANTITRANSPIRANTES DEVEM REDUZIR EM, NO MÍNIMO, 20% A UMIDADE DAS AXILAS.
A teoria mais aceita para explicar a redução da transpiração ou dos efeitos antiperspirantes consiste na formação de um tampão no ducto sudoríparo. Os sais metálicos formariam um molde (gel de alumínio) no interior do ducto, bloqueando-o e diminuindo o fluxo de suor, que é reabsorvido, sem causar problemas para a saúde. Alguns exemplos de substâncias antitranspirantes são apresentados na Tabela 3:
	Substâncias antitranspirantes
	Características
	Cloreto de alumínio
	Primeiro ativo usado como antitranspirante com boa eficácia. A solução aquosa contendo essa substância causa irritação da pele, manchas e danos aos tecidos devido ao pH
	Cloridratos ou cloridróxidos de alumínio
	Apresentam pH mais próximo ao pH cutâneo e provocam menor efeito de destruição dos tecidos. Além dos cloridróxidos de alumínio, há o dicloridrato de alumínio e o sesquicloridrato de alumínio, que apresentam baixo grau de irritação e são indicados para produtos hipoalergênicos
	Cloridrato de alumínio e zircônio
	Os complexos de cloridrato de alumínio/zircônio tamponados, quando comparados ao cloridrato de alumínio, mostram-se mais eficazes e com baixos índices de irritação
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Tabela 3. Exemplos de substâncias antitranspirantes e suas características.
Adaptada de Ribeiro, 2010
NA DÉCADA DE 1980, ATIVOS ANTIPERSPIRANTES FORAM INTRODUZIDOS NO MERCADO COM ATIVIDADE REALÇADA, PERMITINDO OBTER FORMULAÇÕES COM EFICÁCIA ANTITRANSPIRANTE AUMENTADA.
Comparando a redução da transpiração promovida pelos diferentes sais de alumínio ativados ou não, é possível estabelecer uma ordem decrescente de eficácia antiperspirante. Dessa forma, o tricloridróxido alumínio-zircônio glicina ativado é considerado o melhor antiperspirante, seguido pelo tetracloridróxido de alumínio-zircônio glicina ativado, o tetracloridróxido de alumínio-zircônio não ativado, o cloridróxido de alumínio ativado e o cloridróxido de alumínio não ativado.
PRINCIPAIS PREPARAÇÕES COSMÉTICAS UTILIZADAS NA HIGIENE E LIMPEZA DA PELE
A especialista Patrícia Dias apresenta os diferentes tipos de preparações cosméticas (sabões, sabonetes, tônicos, adstringentes, desodorantes e antitranspirantes), buscando destacar a sua aplicação na estética facial e corporal, considerando os diferentes tipos de pele.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. SÃO SUBSTÂNCIAS UTILIZADAS COM AÇÃO ANTITRANSPIRANTES OU ANTIPERSPIRANTES:
Cloridróxido de alumínio e tricloridróxido alumínio-zircônio glicina ativado
Cloreto de benzalcônio e cloridrato de alumínio
Cloridrato de alumínio-zircônio e bicarbonato de sódio e potássio
Triclosan e tetracloridróxido de alumínio-zircônio glicina ativado
Ácido butiloctanoico e cloreto de alumínio
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. PRODUTO GERALMENTE USADO COMO COMPLEMENTO DA LIMPEZA DE PELE E DO DEMAQUILANTE. SUA FUNÇÃO CONSISTE EM RETIRAR OS RESÍDUOS DE MAQUIAGEM, AS IMPUREZAS E CÉLULAS MORTAS EXISTENTES QUE NÃO FORAM COMPLETAMENTE REMOVIDOS NA ETAPA ANTERIOR. ESSA PREPARAÇÃO COSMÉTICA É DEFINIDA COMO:
Sabão
Desodorante
Loção tônica
Antitranspirante
Sabonete em pó
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. São substâncias utilizadas com ação antitranspirantes ou antiperspirantes:
A alternativa "A " está correta.
O cloridróxido de alumínio e o tricloridróxido alumínio-zircônio glicina ativado são duas substâncias que reduzem a umidade das axilas, presentes nos cosméticos antitranspirantes. O bicarbonato de sódio, o cloreto de benzalcônio, o triclosan e o ácido butiloctanoico possuem propriedades desodorantes.
2. Produto geralmente usado como complemento da limpeza de pele e do demaquilante. Sua função consiste em retirar os resíduos de maquiagem, as impurezas e células mortas existentes que não foram completamente removidos na etapa anterior. Essa preparação cosmética é definida como:
A alternativa "C " está correta.
A loção tônica é uma preparação cosmética cuja finalidade é retirar os resíduos e o óleo que não foram totalmente removidos na etapa de limpeza da pele, além de equilibrar o pH. Suas ações podem ser transitórias, normalizando características estéticas (tônicos adstringentes) ou funcionais (tônicos descongestionantes).
MÓDULO 2
Listar os diferentes fotoprotetores de acordo com a sua categoria química e aplicação
FOTOPROTETORES E PREPARAÇÕES ANTISSOLARES
O sol é a fonte de energia fundamentalque permite a existência da vida na Terra. Quase todos os ciclos biológicos conhecidos dependem, direta ou indiretamente, da luz visível, radiação infravermelha e radiação ultravioleta (RUV). A radiação solar influencia diretamente o metabolismo humano.
O progressivo aumento das atividades ao ar livre e a grande incidência de pessoas com fototipo I vivendo em climas tropical e equatorial proporcionaram o surgimento do fotoenvelhecimento cutâneo e do câncer de pele.
FOTOTIPO I
Pele branca que sempre queima, nunca bronzeia e muito sensível ao sol.
Para se evitar os efeitos indesejáveis da ação solar sobre a pele, três alternativas podem ser adotadas:
1. Evitar o sol.
2. Utilizar roupas fotoprotetoras.
3. Usar protetores solares com filtros inorgânicos e orgânicos.
As primeiras opções requerem mudanças profundas de hábitos e a última tem custo relativamente alto e requer disciplina na sua aplicação.
Foto: Shutterstock.com
Aplicação corporal do protetor solar.
ATENÇÃO
Os filtros solares ocupam um lugar de destaque entre os diversos tipos de cosméticos, mas infelizmente seu uso diário é inexpressivo se comparado ao aumento anual dos cânceres de pele. Entre os fatores que contribuem para a falta de adesão está a desinformação sobre o produto adequado ao tipo de pele, o modo de aplicação e a necessidade de reaplicação ao longo do dia.
Cabe ao profissional de estética orientar sobre os efeitos prejudiciais e cumulativos das radiações solares e indicar o protetor solar adequado, a fim de proporcionar resultados exitosos e duradouros após os procedimentos estéticos.
ESPECTRO SOLAR E OS EFEITOS BIOQUÍMICOS NA PELE
No sol, ocorrem constantes reações nucleares que transformam o hidrogênio em hélio, liberando uma enorme quantidade de energia na forma de ondas eletromagnéticas (radiações solares), com comprimento, frequência e nível de energia distintos.
O espectro eletromagnético emitido pelo sol e de interesse em fotoproteção compreende os comprimentos de ondas na faixa de 100 – 400nm. São elas:
RAIOS ULTRAVIOLETA C OU UVC (100 – 280NM)
são absorvidos pela camada de ozônio e não chegam à superfície da Terra.
RAIOS ULTRAVIOLETA B OU UVB (280 – 320NM)
são parcialmente filtrados pela camada de ozônio; apenas cerca de 5% do total da radiação UV, que chega à superfície da Terra, corresponde ao UVB.
RAIOS ULTRAVIOLETA A OU UVA (320 – 400NM)
de intensidades praticamente constantes durante todo o ano e ao longo do dia. É 800 a 1000 vezes menos ativa do que o UVB na pele. Podem ser divididas em curto ou UVA-II (320 – 340nm), mais eritematosa e fotossensibilizante, e longo ou UVA-I (340 – 400nm), menos eritematosa.
Quando a radiação atinge a pele, parte dela é refletida e dispersada.
Outra parte é absorvida pela camada córnea.
Outra parte é transmitida para as demais camadas que formam a pele, até a energia incidente ser completamente dissipada.
A camada córnea de uma pele branca transmite mais radiação do que a de uma pele pigmentada. Como consequência, é observado um aumentado risco de danos actínicos.
DANOS ACTÍNICOS
Danos provocados pela radiação ultravioleta.
O UVA atinge a derme profunda e se torna o principal responsável pelo fotoenvelhecimento. A radiação UVB, apesar de a penetração da pele ser menor, pode chegar até a derme papilar, podendo provocar alterações nas fibras de elastina e de colágeno presentes nessa região, bem como na atividade metabólica dos fibroblastos, participando no processo de fotoenvelhecimento.
Imagem: Shutterstock.com
Nível de penetração cutânea dos raios UVA e UVB.
 SAIBA MAIS
O UVA curto e o UVB parecem atuar, na maioria das vezes, como um mutagênico direto, isto é, o DNA absorve a radiação incidente e sofre alterações em sua conformação original. Essas alterações são detectadas e corrigidas e, se irreparáveis, ainda é possível que ocorra apoptose. Quando não ocorre o reparo e apoptose, há o perigo de desenvolvimento de uma célula mutante.
APOPTOSE
Morte celular programada devido à detecção de danos no DNA.
Nem todos os efeitos da radiação UV são maléficos. O UVB é responsável pela síntese da vitamina D3 na pele. Portanto, a exposição moderada a essa radiação é necessária. Todos os efeitos maléficos do UV podem ser minimizados com o uso diário de preparações cosméticas com filtros solares associados (protetores solares). Para tanto, alguns estudos afirmam que 15% das radiações UVB e 50% das radiações UVA que atingem a pele conseguem chegar à camada basal.
CARACTERÍSTICAS DOS PROTETORES SOLARES
OS PROTETORES SOLARES DEVEM OBEDECER A ALGUNS CRITÉRIOS DE QUALIDADE:
Oferecer proteção contra RUV-A (fotoenvelhecimento) e RUV-B (câncer).
Não provocar irritação.
Não devem ser tóxicos nem sensibilizantes.
Ser insolúveis em água e suor.
Não manchar as roupas e a pele.
Ser de fácil aplicação.
Aderir bem à pele, sem que sejam absorvidos.
Ser quimicamente estáveis, não reagindo com outros componentes.
CLASSIFICAÇÃO DOS PROTETORES SOLARES
Filtros solares são substâncias químicas capazes de absorver, refletir ou dispersar a RUV que incide sobre a pele e podem ser classificados em físicos, químicos ou biológicos.
Filtro solar físico
Não é permeável à radiação solar. Atua como um espelho, refletindo e/ou dispersando a RUV. Seus componentes são dióxido de titânio, óxido de zinco, óxido de ferro, caolim, bentonita, vaselina, entre outros. Não provoca irritação nem sensibilidade, mas é opaco e não muito aceito cosmeticamente, pois deixa a pele esbranquiçada.
Filtro solar químico
As substâncias desse tipo de protetor solar captam a energia que incide sobre a pele e a transforma em uma energia não nociva. Atuam na RUV e nos raios infravermelhos. O filtro solar químico é incolor e bem-aceito cosmeticamente. Pode ser sintético, natural ou misto (Tabela 4).
	Tipos de filtro solar químico
	Características
	Sintéticos
	São derivados do PABA (ácido para-aminobenzoico), salicilatos, cinamatos, benzofenonas, antralinatos, dibenzoilmetanos e derivados da cânfora. Tanto o PABA como o PABA free (sem ácido para-aminobenzoico) são comumente alergênicos e mancham as roupas. São os mais usados.
	Naturais
	São derivados de óleos vegetais, extratos glicólicos ou fluidos. São menos eficazes. Exemplos: óleos de coco, amendoim, algodão, gergelim, extratos de aloe, camomila, hamamélis, alecrim, calêndula, própolis, entre outros.
	Mistos
	Como a atuação dos naturais não é tão eficaz, a combinação de sintéticos e naturais aumenta consideravelmente a proteção. Atuam difundindo a energia danosa da RUV, podendo absorvê-la ou refleti-la.
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Tabela 4. Tipos de filtro solar químico e suas características.
Extraído de: Gomes, Damazio, 2017.
ATENÇÃO
É importante lembrar que o veículo é essencial para a eficácia do produto final, devendo se adequar aos tipos de pele e não interferir na ação dos ativos. No caso dos fotoprotetores, não é diferente.
Imagem: Shutterstock.com
Figura 11. Mecanismo de ação dos filtros solares físicos e químicos.
Filtro solar biológico
É antioxidante e protege os tecidos das reações causadas pela formação de radicais livres, quando expostos à RUV. O seu uso aumenta a proteção natural da pele diante dos radicais livres. As substâncias mais empregadas são vitaminas A, C e E, bem como polifenóis extraídos do chá-verde, do trevo vermelho, da soja, do dente-de-leão e do polipódio.
DIFERENÇA ENTRE PROTETOR SOLAR E BLOQUEADOR SOLAR
PROTETOR SOLAR:
É um creme, loção, gel ou óleo com FPS estimado. É um fotoprotetor químico, pois atua quimicamente na pele oferecendo proteção contra o sol por meio da absorção dos raios ultravioleta. Devido à necessidade de um determinado tempo para que ocorra a reação do filtro solar com a pele, deve ser aplicado 20 minutos antes da exposição solar. É de fácil aplicação e invisível na pele.
BLOQUEADOR SOLAR:
É um fotoprotetor físico, geralmente uma emulsão ou pasta opaca contendo óxido de zinco e dióxido de titânio. O bloqueador reflete a luz solar. Adequadamente aplicado, protege a pele de todaradiação ultravioleta (UVA e UVB), portanto não é classificado quanto ao FPS. Entretanto, alguns fotoprotetores com FPS acima de 15 são algumas vezes referidos como bloqueadores, apesar de deixar passar a radiação UV.
FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR (FPS) E PROTEÇÃO UVA
O termo Fator de Proteção Solar (FPS) foi criado a fim de se estabelecer o grau de proteção oferecido pelos fotoprotetores. O índice é o resultado da divisão do tempo da Dose Eritematosa Mínima (DEM) da pele protegida com o filtro solar, pelo tempo da DEM da pele não protegida. Dose Eritematosa Mínima (DEM) é a dose mínima de radiação ultravioleta requerida para produzir a primeira reação eritematosa perceptível com bordas claramente definidas, observadas entre 16 e 24 horas após a exposição à radiação ultravioleta, de acordo com a metodologia adotada.
Assim, FPS é uma indicação de quanto tempo um indivíduo protegido com um fotoprotetor pode permanecer exposto ao sol sem que apresente queimadura, comparado com o tempo que poderia permanecer exposto caso não estivesse protegido.
Vamos a um exemplo: um produto com FPS 8 permitiria que o indivíduo permanecesse exposto ao sol sem se queimar por um período oito vezes maior do que ele poderia permanecer caso não tivesse aplicado um fotoprotetor.
COMENTÁRIO
É importante ressaltar que o FPS refere-se à proteção contra as radiações UVB (eritematosas). Para a proteção UVA, deve ser avaliado o Fator de Proteção UVA (FPUVA), cujo valor é obtido pela razão entre a Dose Mínima Pigmentária em uma pele protegida por um protetor solar (DMPp) e a Dose Mínima Pigmentária na mesma pele, quando desprotegida (DMPnp).
A Dose Mínima Pigmentária (DMP) é a dose mínima de radiação UVA requerida para produzir um escurecimento pigmentário persistente da pele com bordas claramente definidas, observado entre 2 e 4 horas após a exposição à radiação UVA. O parâmetro que avalia a proteção contra essa radiação solar é o Persistent Pigmented Darkening (PPD) acima de 12.  
PERSISTENT PIGMENTED DARKENING
Escurecimento pigmentário persistente.
De acordo com a RDC nº 30/2012 (ANVISA), na rotulagem principal (primária e secundária) do produto para proteção solar, é obrigatório indicar de forma destacada o número inteiro de proteção solar precedido da sigla "FPS", ou das palavras "Fator de Proteção Solar", devendo constar na embalagem a Denominação de Categoria de Proteção (DCP) (Tabela 5).
	Indicações adicionais não obrigatórias na rotulagem
	Categoria indicada no rótulo (DCP)
	Fator de Proteção Solar medido (FPS)
	Fator mínimo de proteção UVA (FPUVA)
	Comprimento de onda crítico mínimo
	Pele pouco sensível à queimadura solar
	BAIXA PROTEÇÃO
	6,0 -14,9
	1/3 do fator de proteção solar indicado na rotulagem
	370nm
	Pele moderadamente sensível à queimadura solar
	MÉDIA PROTEÇÃO
	15,0-29,9
	
	
	Pele muito sensível à queimadura solar
	ALTA PROTEÇÃO
	30,0-50,0
	
	
	Pele extremamente sensível à queimadura solar
	PROTEÇÃO MUITO ALTA
	Maior que 50,0 e menor que 100
	
	
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Tabela 5. Designação de Categoria de Proteção (DCP) relativa à proteção oferecida pelo produto contra radiação UVB e UVA para a rotulagem dos protetores solares.
Extraído de: BRASIL, 2012.
Atendendo ao que é estabelecido pela ANVISA, os protetores solares devem cumprir os seguintes requisitos:
FPS de, no mínimo, 6.
FPUVA cujo valor corresponda a, no mínimo, 1/3 do valor do FPS declarado na rotulagem.
Comprimento de onda crítico mínimo de 370nm.
As preparações antissolares podem apresentar média, alta e máxima proteção (Tabela 6):
	Preparações antissolares
	Absorventes
	Veículo
	Fórmula de média proteção
	UVA e UVB
	Hidroalcoólico, hidrogliceroalcoólico, gel hidrocoloidal, emulsão fluida
	Fórmula de alta proteção
	UVA + e UVB +
	Solução oleosa, emulsão cremosa
	Fórmula de máxima proteção
	UVA ++ e UVB ++
	Creme viscoso, excipiente anidro
	
	Barreira física
	
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+ SIGNIFICA AUMENTO DE CONCENTRAÇÃO.
Tabela 6. Formulações antissolares.
Adaptada de Ferreira, 2010
Fatores que interferem no FPS:
O FPS desejado de uma formulação é obtido com uma mistura equilibrada de filtros químicos e/ou físicos e outros componentes de formulação que podem contribuir para o aumento de FPS, sem a necessidade de aumentar filtros. No entanto, outros fatores podem interferir no FPS:
FATORES HUMANOS
Tipo de pele, conteúdo de melanina, quantidade de pelo.
FATORES AMBIENTAIS
Temperatura, umidade, intensidade da radiação, ângulo de radiação incidente, presença de produtos refletores da radiação.
EXCIPIENTE DO FILTRO SOLAR
Emulsão A/O, emulsão O/A, óleo, gel oleoso, gel aquoso, solução hidroalcoólica, aerossol.
TIPO E CONCENTRAÇÃO DO AGENTE FILTRANTE
O tipo e a concentração do agente filtrante exercem um efeito direto sobre o grau de proteção a ser obtido. De um modo geral, para a obtenção de altos FPS é necessário associar diferentes filtros.
ESPESSURA DO FILME APLICADO
A aplicação correta do produto pode contribuir de maneira satisfatória na proteção pretendida.
HIDRORRESISTÊNCIA DO FILME APLICADO
Natação e sudorese podem resultar em perda significativa do produto aplicado.
PRINCIPAIS PREPARAÇÕES COSMÉTICAS UTILIZADAS NA HIGIENE E LIMPEZA DA PELE
A especialista Patrícia Dias apresenta o significado de fator de proteção solar (FPS) e de que forma esse valor é determinado. Identifica os diferentes métodos para determinação da proteção UVA. Por fim, aborda como são expressas as informações sobre FPS e proteção UVA nos rótulos de preparações antissolares.
RECOMENDAÇÕES REFERENTES AO USO DOS PROTETORES SOLARES E À EXPOSIÇÃO SOLAR
A radiação UVB apresenta maior incidência entre 10 e 14 horas, horário em que a exposição solar deve ser evitada. A irradiação UV não é afetada pelo calor, frio ou vento, e a proteção dada pelas roupas não é total.
O protetor leva aproximadamente 30 minutos para atingir sua proteção máxima, por isso recomenda-se a sua aplicação bem antes da exposição solar. Mesmo com filtro solar, uma parte da RUV atinge a pele e estimula o bronzeamento.
O FPS presente nessas preparações cosméticas mede o grau de proteção oferecido contra os raios UV, indicando quanto tempo uma pessoa pode ficar exposta ao sol usando uma formulação com filtro solar sem desenvolver eritema (pele vermelha).
SENDO ASSIM, SE NA AUSÊNCIA DE PROTEÇÃO SOLAR O ERITEMA COMEÇA A SER OBSERVADO APÓS 10 MINUTOS DE EXPOSIÇÃO SOLAR, AO USAR CORRETAMENTE UM PROTETOR SOLAR FPS 8, POR EXEMPLO, UM INDIVÍDUO PODERÁ FICAR EXPOSTO COM SEGURANÇA DURANTE 80 MINUTOS.
Se o filtro solar utilizado permite que a pele fique vermelha após a exposição solar, é sinal de que a proteção não está sendo eficaz e de que o FPS deve ser aumentado, ou o produto deve ser aplicado em intervalos menores. O FPS mínimo recomendado é 15, com reaplicação a cada 2 ou 4 horas, conforme orientação do fabricante.
Todos os protetores solares, mesmo os resistentes à água, devem ser reaplicados nos seguintes casos:
Após duas horas de exposição contínua ao sol.
Nado ou mergulho.
Secar-se com toalhas.
Prática de exercícios físicos.
Suar excessivamente.
É necessário aplicar o protetor nas partes mais vulneráveis, como:
Orelhas
Pescoço
Nariz
Pés e mãos
O PROTETOR SOLAR LABIAL TAMBÉM DEVE SER UTILIZADO.
O uso de chapéu contribui para a proteção de áreas sensíveis como olhos, orelhas, rosto, pescoço e nuca, sendo imprescindível para os calvos. Óculos de sol com 99% a 100% de proteção contra RUV também podem auxiliar na proteção dos olhos, que podem sofrer sérios danos. A catarata, por exemplo, é uma lesão ocular que pode ser desencadeada pela exposição solar sem proteção.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. FILTROS SOLARES FÍSICOS ATUAM COMO UM ESPELHO NA PELE, REFLETINDO E/OU DISPERSANDO A RADIAÇÃO UV. É UM EXEMPLO DE FILTRO SOLAR FÍSICO:
Óxido de zinco
Vitamina E
PABA
Benzofenona
Vitamina C
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. O FATOR DE PROTEÇÃOSOLAR (FPS) PRESENTE NOS PROTETORES SOLARES AUMENTA O TEMPO QUE A PELE FICA PROTEGIDA DOS RAIOS SOLARES. POR EXEMPLO, UMA PELE QUE LEVA DEZ MINUTOS PARA SOFRER OS EFEITOS DO SOL, AO PASSAR PROTETOR SOLAR COM FPS 15 FICA PROTEGIDA 15 VEZES DURANTE AQUELE TEMPO, NESSE CASO, 150 MINUTOS. CONSIDERE UMA PESSOA CUJA PELE SEM PROTEÇÃO SOFRE OS EFEITOS DO SOL APÓS 18 MINUTOS. AO FAZER USO DE UM PROTETOR SOLAR DE FPS 25, ELA TERÁ SUA PELE PROTEGIDA DOS EFEITOS DO SOL POR ATÉ:
4h50min
5h10min
5h50min
6h50min
7h30min
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Filtros solares físicos atuam como um espelho na pele, refletindo e/ou dispersando a radiação UV. É um exemplo de filtro solar físico:
A alternativa "A " está correta.
Filtros solares físicos não são permeáveis à radiação solar, atuando como um espelho, refletindo e/ou dispersando a radiação UV. O óxido de zinco é filtro solar físico, assim como o dióxido de titânio, o óxido de ferro, o caolim, a bentonita e a vaselina.
2. O Fator de Proteção Solar (FPS) presente nos protetores solares aumenta o tempo que a pele fica protegida dos raios solares. Por exemplo, uma pele que leva dez minutos para sofrer os efeitos do sol, ao passar protetor solar com FPS 15 fica protegida 15 vezes durante aquele tempo, nesse caso, 150 minutos. Considere uma pessoa cuja pele sem proteção sofre os efeitos do sol após 18 minutos. Ao fazer uso de um protetor solar de FPS 25, ela terá sua pele protegida dos efeitos do sol por até:
A alternativa "E " está correta.
Se na ausência de proteção solar o eritema começa a ser formado após 18 minutos de exposição solar, ao usar corretamente o protetor solar FPS 25 o indivíduo poderá ficar exposto com segurança durante 450 minutos, o que corresponde a 7h30min.
MÓDULO 3
Classificar as máscaras cosméticas segundo a sua função e forma de apresentação
MÁSCARAS COSMÉTICAS
As máscaras cosméticas constituem uma das preparações mais antigas da história da cosmetologia, sendo utilizadas, atualmente, na estética facial, capilar ou corporal. Podem ser definidas como formulações destinadas ao tratamento da pele, mediante a aplicação de uma fina ou espessa camada que ficará aderida à pele. Geralmente, as máscaras são aplicadas com a utilização de pincéis, com a ponta dos dedos ou com espátulas, permanecem por um período de 10 a 20 minutos e são retiradas com água.
Distribuição de máscara facial na pele.
De acordo com a RDC nº 7/2015, as máscaras faciais, corporais e capilares são enquadradas como produtos de grau 1, desde que obedecidos alguns critérios. As máscaras faciais são classificadas em grau 1 exceto quando indicadas para pele acneica, peeling químico e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia. Já as máscaras corporais devem apresentar finalidade exclusiva de limpeza e/ou hidratação.
As máscaras cosméticas formam uma película sobre a pele, isolando-a do ambiente externo. Essa película pode ser opaca ou transparente, seca ou úmida, rígida ou flexível, dependendo do tipo de formulação usada. Além dessa função, as máscaras produzem hiperemia após algum tempo de aplicação, devido à oclusão provocada. Quanto maior for o efeito oclusivo, mais intensa será a hiperemia. De forma geral, esses produtos também adsorvem secreções e debris celulares (mistura de proteínas, lipídios e outros fragmentos celulares).
PEELING
São produtos que apresentam propriedades básicas, que não precisam ser comprovadas inicialmente e não requerem informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e a suas restrições de uso.
ADSORVEM
Adsorver: adesão (fixação) de moléculas de um fluido a uma superfície sólida. Absorver: recolher o líquido em si, embeber-se, sugar. Não há adesão.
CLASSIFICAÇÃO DAS MÁSCARAS
As máscaras podem ser classificadas quanto à função que exercem na pele e quanto à sua forma de apresentação.
Função cosmética das máscaras
Quanto à função cosmética, as máscaras podem ser classificadas em:
NUTRITIVAS OU REPOSITORAS
Esse tipo de produto visa repor componentes dos quais a pele necessita, como, por exemplo, ácidos graxos em uma pele envelhecida ou vitaminas para melhorar o metabolismo cutâneo.
ADSTRINGENTES E REDUTORAS DA OLEOSIDADE
São máscaras que contêm substâncias que, temporariamente, obstruem os óstios, reduzindo a excreção de secreções aquosa e/ou sebácea da pele. Normalmente, essas formulações contêm sais de alumínio, zinco e taninos. Podem também ser elaboradas com adsorvedores de secreções e umidade, como as argilas.
ANTISSÉPTICAS
São formulações destinadas a promover a assepsia da pele, principalmente em peles acneicas. Os óleos essenciais e alguns extratos vegetais padronizados são aplicáveis nesse tipo de produto.
HIDRATANTES
São preparações destinadas à reposição cutânea de substâncias fundamentais para a manutenção da água na camada córnea. Podem ser aditivados com substâncias hidratantes oclusivas e/ou umectantes.
CLAREADORAS
São usadas quando se deseja obter o clareamento da pele. O efeito é sempre psicológico e deve-se, na maioria das vezes, a uma impregnação temporária de argilas brancas na superfície da camada córnea e/ou melhora da reflexão da luz. É difícil uma máscara cosmética clarear a pele instantaneamente, pois seu tempo de contato é curto e a frequência de uso é pequena.
CALMANTES
Essas máscaras visam diminuir os processos irritativos como coceira, ardor, queimação e eritema na pele. São usadas, principalmente, em peles que receberam alguma interferência estética desencadeadora dos sinais de irritação. Ácido glicirrízico, glicirizinato de potássio, alfa-bisabolol, azuleno, óxido de zinco e calamina são exemplos de ativos que podem ser encontrados nesse tipo de formulação.
QUERATOLÍTICAS/
ESFOLIANTES
Promovem a esfoliação química da camada córnea. Podem conter substâncias com ação química como alfa-hidroxiácidos e beta-hidroxiácidos, ou ação mecânica como sementes de frutas, sílica e microesferas de polietileno. Esse tipo de máscara deve ser usado antes das extrações de comedões, acne e milliuns ou para melhorar a permeabilidade cutânea.
Embora utilizadas com diversas finalidades, as máscaras vêm sendo empregadas como finalizadoras, dando acabamento nos procedimentos estéticos faciais. Elas não devem ter secagem rápida, a fim de permitirem uma permeação mais prolongada de seus ativos.
Forma de apresentação das máscaras cosméticas
Quanto à forma de apresentação, as máscaras podem ser classificadas em:
Máscaras em pó:
São dispersões de ativos em um veículo sólido pulverizado, como talco ou argila. Esse tipo de formulação deve ser homogeneizado com água preferencialmente filtrada ou com uma solução tônica apropriada no momento da aplicação. Uma camada espessa do preparado é aplicada com pincel ou com a ponta dos dedos, obstruindo a pele. Após algum tempo de atuação, o líquido dispersante evapora e, posteriormente, o pó é retirado do local com água ou loção tônica. Esse tipo de veículo é indicado para formulações adstringentes, redutoras de oleosidade, clareadoras e esfoliantes. Algumas máscaras em pó recebem denominação especial, como as de porcelana e argila.
Máscaras de porcelana:
Na realidade, trata-se de uma máscara em pó (gesso) umedecida, que endurece após ser aplicada no rosto sobre uma gaze. São oclusivas e podem ser colocadas sobre uma camada de outro produto para tratamento cosmético com a finalidade de aumentar a sua eficácia.
Máscaras de argila:
Podem ser apresentadas na forma de pó ou suspensões em veículo semissólido. Esses materiais são adsorventes. Dependendo da argila, podem ser utilizadas como máscaras:
· secativas;
· clareadoras;
· adstringentes; e
· antissépticas.
Há diversos tipos de argilas no mercado. Vejamos na tabela abaixo algumas delas:
	Tipo de argila
	Características
	Branca
	Rica composição mineral, auxilia na regeneração celular e no controle da oleosidade. Recomendada para peles oleosas, acneicas e sensíveis.
	Verde ou de cor acinzentada
	Composta por óxido de ferro, substância que atua em sinergia com outros minerais conferindo a cor verde. Possui forte ação absorvente,sendo especialmente indicada para peles oleosas e acneicas.
	Rosa
	Mistura de argila branca e vermelha (rica em hematita vermelha), sendo menos absorvente e mais suave que a argila verde. Recomendada para peles secas e sensíveis.
	Vermelha
	Rica em óxido de ferro. Apresenta propriedades tensoras.
	Preta ou lama negra
	Composta por materiais orgânicos e água, formando uma lama viscosa e de cor escura. Apresenta ação anti-inflamatória pela alta concentração de alumínio e silício, sendo indicada para a desintoxicação da pele.
	Branca da Amazônia
	Originária da Amazônia, de coloração acinzentada, é rica em sais minerais, além de componentes orgânicos provenientes da vegetação local, que caem no solo da floresta. Auxilia na renovação celular e na luminosidade da pele.
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Tabela 7. Tipos de argilas e características baseadas em suas composições minerais ou orgânicas.
Adaptada de Ribeiro, 2010
Emulsões:
As máscaras assim apresentadas podem conter ou não pós opacificantes em sua formulação. No primeiro caso, os pós podem entrar apenas com a função de opacificar o produto final, conferindo melhor efeito à máscara no momento da aplicação. Dependendo do pó empregado, a emulsão exerce função terapêutica.
As formulações sem adição de pós são, basicamente, emulsões que podem ser aplicadas com uma camada mais espessa, formando assim a máscara. São formulações ideais para máscaras:
· nutritivas;
· hidratantes;
· calmantes; e
· esfoliantes.
Foto: Shutterstock.com
Figura 13. Camada espessa de máscara facial na forma de emulsão distribuída na pele.
Géis:
As máscaras na forma de gel aquoso são pouco aceitas por não formarem o filme que promova efeito de máscara; todavia, dependendo do ativo adicionado, podem ter aplicações em máscaras:
· calmantes;
· esfoliantes;
· antissépticas; e
· adstringentes.
Máscaras plásticas, hidroplásticas ou tensoras:
São máscaras elaboradas na forma de gel hidrogliceroalcoólico ou hidroalcoólico, utilizando como espessante o álcool polivinílico, que, além dessa função, forma um filme transparente flexível após evaporação do álcool. No momento da aplicação, devido ao álcool e à água, o produto confere à pele sensação refrescante, seguida por efeito psicológico de estiramento.
Com a retirada da película, que pode sair inteiramente, a percepção é de que a pele foi renovada. São aplicadas principalmente em formulações:
· redutoras de oleosidade;
· antissépticas;
· esfoliantes; e
· adstringentes.
Foto: Shutterstock.com
Máscara facial plástica de cor verde aplicada na pele.
 SAIBA MAIS
Alguns tipos exóticos de produtos sem fundamento científico podem ser encontrados no mercado. Seu único efeito é o psicológico, devido ao glamour de se usar uma máscara facial elaborada com material nobre (ouro, prata ou pérola, por exemplo), portanto, primeiramente, deve-se observar os componentes ativos do produto.
Recomenda-se fazer uma leve massagem, após o tempo estipulado, para melhorar a penetração dos ativos restantes nas máscaras veiculadas em géis ou cremes (emulsões) com ativos hidratantes, antioxidantes e nutritivos.
MÁSCARAS COSMÉTICAS E SUA APLICAÇÃO
A especialista Patrícia Dias apresenta exemplos (casos-problema) em que a máscara cosmética é aplicada, de acordo com a sua função cosmética na pele e a sua forma de apresentação:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. MÁSCARAS COSMÉTICAS QUE CONTÊM ATIVOS PARA REPOSIÇÃO E MANUTENÇÃO HÍDRICA DA PELE, PODENDO CONTER ADITIVOS UMECTANTES, SÃO CHAMADAS DE:
Máscaras antissépticas
Máscaras hidratantes
Máscaras calmantes
Máscaras clareadoras
Máscaras adstrinsgentes
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. MÁSCARAS ELABORADAS NA FORMA DE GEL HIDROGLICEROALCOÓLICO OU HIDROALCOÓLICO, UTILIZANDO COMO ESPESSANTE O ÁLCOOL POLIVINÍLICO, QUE, ALÉM DESSA FUNÇÃO, FORMA FILME TRANSPARENTE FLEXÍVEL APÓS EVAPORAÇÃO DO ÁLCOOL, PODENDO SER APLICADAS EM FORMULAÇÕES REDUTORAS DE OLEOSIDADE, ANTISSÉPTICAS, ESFOLIANTES E ADSTRINGENTES, SÃO CARACTERIZADAS COMO:
Máscaras em pó
Emulsões
Géis
Máscaras plásticas
Máscaras de argila
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Máscaras cosméticas que contêm ativos para reposição e manutenção hídrica da pele, podendo conter aditivos umectantes, são chamadas de:
A alternativa "B " está correta.
Máscaras hidratantes são preparações destinadas à reposição cutânea de substâncias fundamentais para a manutenção da água na camada córnea. Podem ser aditivadas com substâncias hidratantes oclusivas e/ou umectantes.
2. Máscaras elaboradas na forma de gel hidrogliceroalcoólico ou hidroalcoólico, utilizando como espessante o álcool polivinílico, que, além dessa função, forma filme transparente flexível após evaporação do álcool, podendo ser aplicadas em formulações redutoras de oleosidade, antissépticas, esfoliantes e adstringentes, são caracterizadas como:
A alternativa "D " está correta.
Máscaras plásticas, também chamadas de hidroplásticas ou tensoras, são formadas a partir de gel hidrogliceroalcoólico ou hidroalcoólico, e o álcool polivinílico como espessante. Após a evaporação do álcool na pele, é formado um filme transparente flexível.
MÓDULO 4
Identificar os principais cuidados relacionados à higiene e limpeza da fibra capilar, couro cabeludo e unhas.
HIGIENE, LIMPEZA E CUIDADOS COM A FIBRA CAPILAR, COURO CABELUDO E UNHAS
A fibra capilar é formada a partir da queratinização de células epiteliais. Uma de suas funções é proteger o couro cabeludo, sendo constantemente submetida a danos provocados pela radiação solar, pela poluição, pela água do mar ou de piscina ou por tratamentos químicos (tinturas, descolorações e alisamentos). Portanto, um dos objetivos da utilização de cosméticos capilares consiste em tratar essas fibras para que o efeito estético final seja de um cabelo saudável, com brilho e condicionamento.
 SAIBA MAIS
Produtos cosméticos para a higiene capilar promovem a remoção de gordura, suor, poeira, células mortas, microrganismos e resíduos de outros cosméticos do couro cabeludo e do cabelo. Como todo produto cosmético, a formulação deve ser agradável no aspecto e na aplicação, com viscosidade adequada, e não ser irritante para olhos e pele.
Por sua vez, produtos cosméticos destinados ao tratamento capilar possuem uma ação condicionante, permitindo hidratação e melhorando a retenção hídrica no fio, deixando-o protegido dos fatores externos que degeneram a estrutura dos cabelos. O condicionador ideal é capaz de restaurar a hidrofobia(Aversão à água ) da fibra e neutralizar a eletricidade estática.
ASSIM COMO OS CABELOS E A PELE, AS UNHAS TAMBÉM FAZEM PARTE DA RELAÇÃO PSICOSSOCIAL ENTRE INDIVÍDUOS.
São encontrados no mercado cosmético diversos produtos para tratamento e para um visual esteticamente bonito das unhas, destacando-se o uso de hidratantes, esmaltes e seus removedores, fortalecedores, emolientes e removedores de cutícula.
Essas preparações cosméticas, portanto, contribuem não só para a beleza, mas também desempenham um papel primordial na saúde, incluída a sensação psicológica de bem-estar que resulta em ver unhas e cabelos bonitos e agradáveis ao tato.
Foto: Shutterstock.com
Sensação psicológica de bem-estar ao ver unhas e cabelos bonitos e agradáveis ao tato.
CUIDADOS COSMÉTICOS COM A FIBRA CAPILAR E O COURO CABELUDO
Vários produtos são usados para a limpeza, embelezamento e correção de pequenos desvios da normalidade dos cabelos.
XAMPUS
São preparações cosméticas com a finalidade de promover a higiene dos cabelos e do couro cabeludo por meio da eliminação da oleosidade, de células epidérmicas descamativas, de resíduos de cosméticos e de sujeiras do meio ambiente. Podem ser encontrados como preparações líquidas, em creme, em gel, aerossol, sólidas ou pó absorvente (xampu seco).
Foto: Shutterstock.com
Limpeza dos cabelos e do couro cabeludo com xampu.
Propriedades desejadas nos xampus
O xampu ideal deve proporcionar:
· Ph fisiológico ligeiramente ácido.
· Cor e odor atraentes.
· Detergência: limpezaem poucos minutos, sem desengordurar demais.
· Espuma abundante: o xampu será mais apreciado se a sua espuma for abundante, úmida, com bolhas pequenas, proporcionando uma sensação de cremosidade.
· Viscosidade adequada: o xampu deve possuir viscosidade suficiente para não escorrer das mãos durante o uso e para espalhar-se rapidamente sobre o cabelo e o couro cabeludo após sua aplicação.
· Não irritar os olhos nem mucosas.
· Solubilidade em água: não deixar resíduo pegajoso.
· Efeito positivo sobre a penteabilidade e maleabilidade dos cabelos, que devem ser facilmente penteados, sem ficar eletrizados (com “frizz”) ou encrespar-se após a lavagem. Uma vez secos, devem apresentar volume e brilho.
· Brilho: fornecer ou devolver brilho aos cabelos após a lavagem.
· Inocuidade: não produzir efeito prejudicial ao usuário.
· Biodegradabilidade: os resíduos do xampu devem ser biodegradáveis, ou seja, não devem modificar o meio ambiente.
· Econômicos: o custo do xampu varia de acordo com a formulação.
Composição dos xampus
As bases para xampus constituem o veículo da formulação cuja concentração pode variar de acordo com o efeito desejado para os diversos tipos de cabelo ou ainda para alguma condição específica. Esta classificação é apresentada na tabela a seguir:
	Tipos
	Características
	Xampus para cabelos secos
	Limpam sem desengordurar excessivamente. Proporcionam a reposição da oleosidade perdida durante a lavagem. Devem conter ingredientes hidratantes.
	Xampus para cabelos normais
	Limpam adequadamente sem provocar alterações nos cabelos e sem ocasionar perda significativa de proteínas.
	Xampus para cabelos oleosos
	Limpam de maneira adequada os cabelos oleosos, exercendo controle físico e fisiológico sobre a oleosidade.
	Xampus para cabelos danificados ou fragilizados (cabelos tingidos ou tratados quimicamente)
	Restauram os danos causados por tratamentos químicos (ex.: descoloração, tintura, relaxamento, alisamento). Devem ser aplicados regularmente nos cabelos.
	Xampus para cabelos étnicos
	Contêm ingredientes específicos para modificar as características naturais dos cabelos étnicos, tais como a secura excessiva, excesso de volume e fragilidade capilar. Devem conter ingredientes hidratantes.
	Xampus de uso infantil
	Não irritam a mucosa ocular. Apresentam em sua formulação tensoativos suaves de comprovada inocuidade.
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Tabela 8. Classificação dos xampus quanto ao tipo de cabelo e/ou couro cabeludo.
Extraído de: Ferreira, 2010
Tensoativos ou detergentes:
Possuem em sua estrutura molecular grupos hidrofílicos e lipofílicos com capacidade de alterar a força de ligação entre sujeira e cabelo, removendo-a. Produzem espuma, emulsionamento e detergência. 
Como exemplo, temos:
· o lauril éter sulfato de sódio; e
· o lauril sulfato de trietanolamina.
HIDROFÍLICOS
Que possuem afinidade com as moléculas da água.
LIPOFÍLICOS
Que possuem afinidade por lipídios (gorduras), promovendo a sua solubilização.
Estabilizadores de espuma:
A oleosidade natural funciona como inibidor de espuma. O consumidor deseja espuma abundante e estável durante a aplicação do xampu, por isso os estabilizadores são usados em concentração de 2-5% e têm algum efeito suavizante (sobre-engordurante).
São exemplos:
· as dietanolamidas ou alquinolamidas de ácidos graxos de coco; e
· as monoetanolamidas.
Sobre-engordurantes:
Se a lavagem é eficaz e o cabelo fica totalmente desengordurado, ele se carrega de eletricidade estática e torna-se difícil de pentear. Os sobre-engordurantes são capazes de neutralizar esse efeito, compensando o excesso de oleosidade retirada durante a lavagem.
Os principais agentes ativos são:
· as alcanolamidas de ácidos graxos de coco;
· a lanolina etoxilada; e
· os derivados de lecitina.
Espessantes:
Servem para aumentar a viscosidade, pois xampus mais viscosos apresentam maior aceitação entre os consumidores. Os principais agentes ativos encontrados são:
· amidas, betaínas, cetiol, cloreto de sódio ou amônio;
· derivados de celulose (metilcelulose, hidroxipropilcelulose, hidroxietilcelulose);
· gomas (ágar);
· polímeros carboxivinílicos;
· polivinilpirrolidonas; e
· álcoois polivinílicos.
Reguladores de pH:
O pH desejável de um xampu é de 6,0 - 6,5. É regulado com solução de:
· ácido cítrico;
· ácido lático;
· ácido fosfórico; e
· ácido glicólico ou hidróxido de sódio.
Conservantes:
Evitam a contaminação das emulsões. São usados:
· parabenos;
· imidazolidinil ureia; e
· quartenium 15 ou clorometil isotiazo-lidona.
Essências:
Além de deixar o cabelo cheiroso e com o aspecto de limpeza, também são usadas para conferir odor agradável ao banho. No entanto, podem turvar ou alterar a viscosidade do xampu. São usadas geralmente a 0,5%.
Outros aditivos:
Geralmente, são adicionados para melhorar a estabilidade da formulação e a sua eficácia, de acordo com a finalidade do produto, conforme pode ser observado na tabela a seguir.
	Aditivo
	Finalidade
	Exemplos
	Sequestrantes
	Servem para eliminar íons metálicos que se depositam na haste do cabelo, dando-lhe aspecto sem vida e fosco.
	EDTA-Na2 e ácido cítrico
	Antioxidantes
	Conservam a estabilidade da formulação, evitando a oxidação de alguns componentes.
	Tocoferol (vitamina E) e BHT (butilhidroxitolueno)
	Filtros solares
	Protegem o cabelo contra os danos causados pelas radiações ultravioleta.
	Benzofenona e Escalol HP610 (DimethylPABAmidopropyl Laurdimonium Tosylate, água e Propylene Glycol Stearate).
	Silicones
	Concedem brilho e penteabilidade ao cabelo.
	Dimeticona e ciclometicona
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Tabela 9. Outros aditivos utilizados na formulação para xampu e suas respectivas funções.
Adaptada de Kede e Sabatovich, 2009
Principais ativos: Conferem ao produto a ação final a que se destina, conforme apresentado na tabela a seguir.
	Finalidade
	Exemplos
	Controle da oleosidade
	Cetoconazol; piritionato de zinco; sulfeto de selênio; extrato de algas marinhas; piridoxina; extratos vegetais (alecrim, babosa, arnica, centella, calêndula, camomila, capsicum, erva-doce, hamamélis, jaborandi, jojoba)
	Efeito protetor e reparador da fibra capilar
	Proteínas e derivados (queratina hidrolisada, elastina hidrolisada, proteína hidrolisada do trigo, colágeno, aminoácidos da seda); vitaminas (D-pantenol, tocoferol, piridoxina, nicotinamida).
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Tabela 10. Principais ativos utilizados em xampus.
Adaptada de Kede e Sabatovich, 2009
CONDICIONADORES
São preparações cosméticas emulsionadas (cremes e loções) destinadas à aplicação nos cabelos após a sua limpeza com xampu, cuja finalidade principal é facilitar a penteabilidade por meio do condicionamento dos fios capilares.
Esses produtos são usados principalmente em cabelos submetidos a agressões mecânicas, físicas ou químicas contínuas, como limpeza frequente, penteados repetidos e ondulações. Sua função consiste em neutralizar os resíduos presentes no cabelo, eliminando a atração estática, e atenuar o ressecamento por ação emoliente, formando uma película lubrificante na superfície do cabelo para facilitar a penteabilidade.
O efeito condicionador baseia-se na deposição de componentes funcionais resistentes ao enxágue ao longo da superfície dos cabelos ou no interior de suas fibras.
Foto: Shutterstock.com
Utilização de condicionador capilar após a limpeza dos fios.
Propriedades dos condicionadores
O condicionador ideal deve proporcionar:
Condicionamento por neutralização de cargas estáticas presentes no cabelo após a limpeza com xampus.
Formação de filme lubrificante nos fios, melhorando a sensação táctil dos cabelos.
Amaciamento dos cabelos, melhorando a penteabilidade a úmido e a seco.
Concessão de brilho e redução da fragilidade.
Composição básica dos condicionadores
Para garantir sua ação condicionante, melhoria da penteabilidade, concessão de brilho e fortalecimento do fio, os condicionadores possuem em sua composiçãobásica:
Matérias-graxas:
Conferem espessamento e sobre-engordurância. Sua função é cobrir a superfície da fibra capilar com uma película fina, reengordurando a cutícula dos cabelos. Exemplos:
· álcoois graxos (cetílico ou cetoestearílico);
· ésteres graxos (cutina);
· lanolina;
· triglicérides;
· óleos vegetais; e
· silicones e óleos minerais.
Silicones:
Principalmente as dimeticonas do grupo dimeticona copoliol.
Compostos quaternários (catiônicos):
Os tensoativos catiônicos adquirem carga positiva quando em solução aquosa. Apresentam alta irritabilidade para pele e olhos e baixa detergência. Possuem atividade bactericida e reduzem a carga eletrostática do cabelo. Formam uma película lubrificante responsável pela diminuição do embaraçamento, facilitando o penteado quando molhado, aumento do volume, efeito antiestático, aumento do brilho e maciez. O uso contínuo pode levar à formação de depósitos indesejáveis do polímero sobre o cabelo.
Proteínas hidrolisadas:
São polipeptídeos solúveis em água, derivados de proteína animal, como:
· colágeno; e
· proteínas do leite ou da seda.
Ceramida:
Apresenta alta aderência ao fio. Usada em cabelos muito danificados e sem brilho.
Classificação dos condicionadores
Alguns condicionadores apresentam características distintas, podendo ser classificados em diferentes grupos, como:
Instantâneos
Cremes rinses
Leave in ou leave on (sem necessidade de enxágue)
Profundos
Transparentes
Possuem diferentes orientações para aplicação, conforme podemos conferir a seguir (Tabela 11):
	Condicionadores
	Aplicação
	Instantâneos
	Utilizados após a limpeza com xampu e lavados com água após breve período de aplicação (5 minutos). Recomendado para o tratamento dos cabelos danificados e do couro cabeludo.
	Cremes rinses
	Utilizados após a limpeza com xampu e, logo em seguida, removidos com água. Uso diário. Contêm somente a base emulsionada com características catiônicas.
	Leave in ou leave on
	Utilizados após a lavagem e secagem, permanecendo no cabelo após a aplicação. Melhoram penteabilidade, manuseio, leveza e brilho do cabelo.
	Profundos
	Cremes espessos contendo vários agentes de natureza altamente concentrada. Permanecem nos cabelos por 5 a 30 minutos após a sua aplicação. Recomendados para cabelos muito secos, fracos, porosos e extremamente danificados.
	Transparentes
	Aplicados após a limpeza com o xampu, mantendo o condicionador em contato com os fios por 2 a 3 minutos. Em seguida, os cabelos devem ser enxaguados para a retirada do produto.
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Tabela 11. Tipos de condicionadores.
Adaptada de Ferreira, 2010
CUIDADOS COSMÉTICOS COM AS UNHAS
As unhas, assim como os cabelos, compõem um anexo cutâneo, sendo formadas por uma lâmina de queratina dura e flexível, lisa, translúcida e circundada por queratina mole. Sua hidratação, que contribui para as variações de dureza e elasticidade, depende da umidade do ar. O excesso ou falta de água pode deixar as unhas frágeis.
Foto: Shutterstock.com
Aspecto saudável das unhas.
ATENÇÃO
É recomendada a utilização de produtos que fortaleçam e hidratem as unhas, bem como de antissépticos para higienização, substâncias naturais antimicóticas e hidratantes para a cutícula, evitando-se, assim, o seu ressecamento e a formação de fissuras. Logo, alguns ativos cosméticos podem ser adicionados em formulações para unhas, de acordo com a sua finalidade (Tabela 12).
	Ativos cosméticos
	Finalidade
	Pró-vitamina B5
	Conhecida como D-pantenol, melhora a flexibilidade das unhas, tornando-as menos quebradiças.
	Hidrolisado de queratina
	Por apresentar similaridade com a queratina das unhas, forma um filme sobre elas, protegendo-as e hidratando. Associado ao D-pantenol, pode ter efeito sinérgico no aumento da rigidez das unhas.
	Formaldeído
	Permitido pela ANVISA em concentração de até 5% em formulações para endurecer as unhas.
	Óleo essencial de melaleuca
	Pode ser empregado nos casos de micoses ou pequenas lesões em torno das unhas.
	Onymirre
	Composto por extrato de mirra, sendo indicado para unhas frágeis e quebradiças. Favorece a hidratação da queratina, acelerando o crescimento das unhas. Ação cicatrizante e antisséptica, trata a área ao redor das unhas. Deve ser aplicado e retirado após 3 - 5 minutos para não manchar. Pode ser usado puro ou diluído.
	Pantotenato de cálcio
	Contribui para queratinização das unhas, tornando-as mais resistentes. O cálcio é um componente da oniquina (queratina dura da unha), podendo fortalecer as unhas quando aplicado topicamente.
	PCA-Na, lactato de amônio e ureia
	Devido à ação higroscópica, retêm água nas unhas. Hidratam e conferem maior flexibilidade.
	Nanychosine V
	Constituído por metionina, copolímero de acrilato, dimeticonol, ciclometicone e benzofenona. É usado para melhorar o ressecamento, a resistência e a dureza da lâmina ungueal, podendo ser formulado em esmalte.
	Própolis
	Devido à ação antisséptica e cicatrizante, pode ser usado em associação a outros ativos como adjuvante nos casos de infecções das unhas e região periungueal.
	Aloe vera
	O extrato seco pode ser adicionado em formulações para cicatrizar pequenas fissuras formadas nas cutículas, bem como lesões pós-corte.
	Óleos vegetais
	Podem ser adicionados com a finalidade de lubrificação, emoliência e, principalmente, hidratação da cutícula, melhorando a regeneração de fissuras.
	Silicones formadores de filme
	Devido à ação oclusiva, reduzem a perda de água.
	Lanolina
	Forma filme, aumenta a função de barreira, hidrata e confere maior emoliência às unhas.
	Hidróxido de potássio ou sódio em propilenoglicol ou glicerina
	Utilizado para remover a cutícula.
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Tabela 12. Ativos cosméticos utilizados em formulações para unhas.
Adaptada de Ribeiro, 2010
Além das formulações com ativos funcionais para cuidados das unhas, algumas preparações cosméticas são utilizadas com finalidade de embelezamento e cobertura de imperfeições. São os esmaltes cremosos (incolores ou coloridos) e cintilantes (perolizados). Esses produtos são formulados na forma líquida e consistem em três sistemas básicos:
1
Sistema formador de filme, composto por nitrocelulose, solventes com diferentes pontos de ebulição e cossolventes (acetato de etila, acetona, etanol, entre outros), diluentes, resinas modificadoras (arilsulfonamida-formaldeído, acrílicas, cetônicas, alquídicas) e plastificantes (ftalatos, cânfora, acetil-tributil-citrato).
2
Sistema tixotrópico, constituído por argilas coloidais e bentonitas que gelificam (isto é, transformam-se em géis) sem perder a fluidez, mantendo as partículas de pigmentos em suspensão.
3
Sistema de coloração, podendo conter pigmentos orgânicos, pigmentos inorgânicos, micas e oxicloreto de bismuto.
MÁSCARAS COSMÉTICAS E SUA APLICAÇÃO
A especialista Patrícia Dias apresenta informações sobre produtos hipoalergênicos, veganos e free (sem adição de ingredientes de potencial nocivo) utilizados em esmaltes para o cuidado das unhas:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. PREPARAÇÕES COSMÉTICAS QUE ASSEGURAM A LIMPEZA DO CABELO, DEIXANDO-O SUAVE, BRILHANTE E FÁCIL DE MANEJAR CONTENDO AGENTES TENSOATIVOS COM PODER DETERGENTE E ESPUMANTE, PODENDO SE APRESENTAR NA FORMA DE LÍQUIDO, GEL, EMULSÃO, AEROSSOL OU SÓLIDO, SÃO DENOMINADAS DE:
Esmaltes
Leave in
Xampu
Máscaras capilares
Cremes rinses
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. ALGUNS CONDICIONADORES APRESENTAM CARACTERÍSTICAS DISTINTAS, SENDO CLASSIFICADOS EM DIFERENTES GRUPOS. AS PREPARAÇÕES COSMÉTICAS QUE SÃO UTILIZADAS PARA FACILITAR A PENTEABILIDADE, APLICADAS APÓS A LAVAGEM E SECAGEM DOS CABELOS, PERMANECENDO NA FIBRA CAPILAR APÓS A APLICAÇÃO E SEM A NECESSIDADE DE RETIRÁ-LA, SÃO DENOMINADAS DE:
Condicionadores instantâneos
Xampu
Cremes rinses
Máscaras capilares
Leave in ou leave on
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Preparações cosméticas que asseguram a limpeza do cabelo, deixando-osuave, brilhante e fácil de manejar contendo agentes tensoativos com poder detergente e espumante, podendo se apresentar na forma de líquido, gel, emulsão, aerossol ou sólido, são denominadas de:
A alternativa "C " está correta.
Os xampus são preparações cosméticas com a finalidade de promover a higiene dos cabelos e do couro cabeludo por meio da eliminação da oleosidade, de células epidérmicas descamativas, de resíduos de cosméticos e de sujeiras do meio ambiente, podendo ser encontrados nas formas cosméticas líquida, gel, emulsão, aerossol, pó ou sólido.
2. Alguns condicionadores apresentam características distintas, sendo classificados em diferentes grupos. As preparações cosméticas que são utilizadas para facilitar a penteabilidade, aplicadas após a lavagem e secagem dos cabelos, permanecendo na fibra capilar após a aplicação e sem a necessidade de retirá-la, são denominadas de:
A alternativa "E " está correta.
Os condicionadores leave in ou leave on são produzidos para permanecerem no cabelo após aplicação, sem a necessidade de enxágue. Esses tipos de condicionadores melhoram a penteabilidade, o manuseio, a leveza e o brilho do cabelo. São aplicados após a lavagem e secagem, permanecendo no cabelo ao longo do penteado.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Produtos cosméticos são preparações aplicadas com diversas finalidades, podendo ser utilizados para higiene, proteção, correção e prevenção das alterações da pele e seus anexos. Você viu que o veículo deve ser adequado ao tipo cutâneo e que os ativos devem atender a essas necessidades sem provocar efeitos indesejáveis de qualquer ordem.
O profissional de estética deve realizar a leitura, pesquisar, interpretar e compreender os rótulos dessas preparações, selecionando os produtos que melhor atendam às necessidades dos diversos tipos de pele e seus anexos, como cabelos e unhas.
A orientação ao cliente deve ser feita com clareza e objetividade, buscando reforçar o compromisso com a manutenção do tratamento. O resultado só poderá ser mensurado com a utilização dos produtos recomendados e o acompanhamento profissional, visto que o sucesso de qualquer proposta de tratamento, seja clínico seja estético, depende da disciplina.
É fundamental o uso diário dos filtros solares, que não devem se restringir à face, ao pescoço e ao colo, devendo ser usados em todo o corpo, principalmente nas áreas mais expostas. Dessa forma, é responsabilidade do profissional de estética ter o conhecimento necessário para selecionar adequadamente as preparações cosméticas e o tratamento, orientando corretamente o cliente para a obtenção de resultados eficazes.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 07, de 10 de fevereiro de 2015. Dispõe sobre os requisitos técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e dá outras providências. Diário Oficial da União nº 29, seção 1, p. 39. Brasília, DF, 11 de fevereiro de 2015. 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 30, de 01 de junho de 2012. Aprova o Regulamento Técnico Mercosul sobre Protetores Solares em Cosméticos e dá outras providências. Diário Oficial da União n. 107, seção 1, p. 83-84. Brasília, DF, 04 de junho de 2012 
DESMARAIS, G. C. Desenvolvimento de formulações cosméticas nanoestruturadas contendo o óleo essencial de Rosmarinus officinalis L. e avaliação do efeito na fibra capilar antes e após exposição à radiação UV. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Farmácia. Universidade Federal Fluminense, RJ, 2018. 
DIAS, M. F. R. G. Hair Cosmetics: An Overview. International Journal of Trichology, v. 7, edição 1, Jan-Mar 2015. 
DRAELOS, D. Z. Dermatologia cosmética: produtos e procedimentos. São Paulo: Santos, 2012. 
FERREIRA, A. O. Guia prático de farmácia magistral. 4 ed. São Paulo: Pharmabooks, 2010. 
GOMES, R. K.; DAMAZIO, M. G. Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos. 5. ed. São Paulo: Livraria Medica Paulista Editora, 2017. 
GRIMALTI, R. La seguridad en los cosméticos capilares. Piel (Barc), 29(3): 184 – 189. 2014. 
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética: Revisada e ampliada. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009 
NAKANO, A. K. Comparação de danos induzidos em cabelos de três etnias por diferentes tratamentos. Dissertação de Mestrado. Instituto de Química, Unicamp, 2006 
PRISTA, L; NOGUEIRA, M. Manual de terapêutica dermatológica e cosmetologia. Lisboa: Roca, 1993. 
RIBEIRO, C. Cosmetologia aplicada à dermoestética. 2 ed. São Paulo: Phamabooks, 2010. 
SOUZA, V. M.; ANTUNES. J, D. Ativos dermatológicos: dermocosméticos e nutracêuticos. 9 volumes. São Paulo: Daniel Antunes Junior, 2016.
EXPLORE+
Saiba mais sobre avaliação de segurança de produtos antiperspirantes no artigo intitulado Aspectos atuais sobre a segurança no uso de produtos antiperspirantes contendo derivados de alumínio, disponível na área de publicações da Revista online do Conselho Federal de Farmácia. 
Leia mais sobre o uso de filtros solares no artigo intitulado O conhecimento e a utilização de filtro solar por profissionais de saúde, disponível na plataforma Scielo. 
Conheça mais sobre os benefícios da argila no artigo de Rubia Matola e Deuselândia de Sá para a Scire Salutis, intitulado Argiloterapia associada em procedimentos estéticos, disponível no portal da Companhia Brasileira de Produção Científica. 
Saiba mais sobre a preparação de xampus sólidos com propriedades condicionantes no artigo intitulado Formulação e elaboração de um produto xampu-condicionador de base orgânica na forma sólida, disponível no site Brazilian Journal of Development.
CONTEUDISTA
Glauce Cardoso Desmarais

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