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AULA 4 Família, sociedade e meio ambiente

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DESCRIÇÃO
O envelhecimento e suas repercussões na família, na sociedade e no meio ambiente.
PROPÓSITO
Compreender o envelhecimento na sociedade atual, relacionando o papel do idoso na família e no
ambiente, para promover a prevenção de incapacidades funcionais e a ação plena na atenção à saúde
biopsicossocial do idoso.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar a relação do idoso com o seu meio familiar, tendo como base os direitos humanos e as
políticas de saúde do idoso
MÓDULO 2
Identificar cuidados e autocuidados no envelhecimento e o papel do cuidador nessa rotina
MÓDULO 3
Relacionar os desafios do envelhecimento e seus riscos atrelados ao ambiente de moradia com a
identificação das possibilidades de melhoria para o bem-estar da pessoa idosa
MÓDULO 4
Identificar as disfunções que acometem a independência do idoso, com atenção aos deficits da função
muscular como causa de quedas
INTRODUÇÃO
Vamos refletir sobre o aumento da expectativa de vida em uma sociedade, como a nossa, que não se
preparou para receber essa nova demanda. São vários os desafios do envelhecimento, para a família e
a sociedade. São muitas as interferências para a independência do idoso e sua qualidade de vida. É
necessário pensar ainda sobre o cuidado do idoso em seu ambiente doméstico e institucionalizado, pois
as famílias, na melhor das intenções, procuram uma atividade que ocupe o tempo do idoso, sem
questionar o sentido disso para ele.
Veremos que o ambiente familiar representa um importante aspecto na vida do idoso, pois é nele que
acontecem as interações, que se fundamentam os vínculos, que cada membro busca exercer o seu
papel respeitando a individualidade do outro. E quando essa individualidade não é respeitada ou falta a
família? Ou quando o idoso não quer morar com a família, mas necessita de cuidados? Traremos
também essas questões, pois a família, a sociedade e o Estado terão que assumir essa
responsabilidade.
MÓDULO 1
 Identificar a relação do idoso com o seu meio familiar, tendo como base os direitos humanos
e as políticas de saúde do idoso
RELAÇÕES FAMILIARES E ENVELHECIMENTO
 
Foto: Shutterstock.com
O idoso não pode estar só. Ele depende da família e da sociedade para seu amparo, não só físico, mas
também emocional e social.
Em países economicamente desenvolvidos, com o processo de envelhecimento caminhando de forma
lenta, foi possível que a sociedade se organizasse de forma apropriada do ponto de vista social, político,
econômico e familiar para lidar com o fenômeno. No Brasil, um país ainda em desenvolvimento, está
sendo diferente. A velocidade com que se organiza o processo de envelhecimento causa dificuldade de
adaptação em diversos segmentos da sociedade. Em decorrência disso, muitos conflitos se
estabelecem, sejam de ordem familiar, econômica, política, previdenciária, social, de gênero ou de
saúde.
Aceitar a mudança dos papéis geracionais é o principal processo emocional de transição para um
idoso. Normalmente, eles apoiam a chamada geração do meio, formada pelos filhos, genros e noras.
Isso permite maior poder no papel de autoridade e traz a dificuldade — muitas vezes, até a recusa —
em passar parte desse controle, pois, para isso, deverá aceitar a mudança de papéis. Esse processo
gera conflitos e desestabiliza a organização familiar e pessoal. Muitos idosos têm dificuldade em solicitar
ou aceitar suporte dos filhos, por exemplo, preferindo permanecer autônomos pelo maior tempo
possível, mesmo quando a necessidade de assistência é evidente.
 ATENÇÃO
Vale salientar que os idosos, por vezes, interpretam a oferta de ajuda como desnecessária, tentando
preservar a autoestima e a autoeficácia. Porém, isso pode causar desprazer e conflitos nas relações com os
filhos.
NA VELHICE, A SAÚDE DAS RELAÇÕES FAMILIARES
EXIGE A NEGOCIAÇÃO DOS PAPÉIS DAS DIVERSAS
GERAÇÕES NA FAMÍLIA.
A REALIDADE ATUAL DO IDOSO JOVEM
Os idosos latino-americanos estão longe de ser um fardo econômico para suas famílias, pois as
transferências econômicas que realizam para os familiares são maiores do que as que recebem. Além
disso, o envelhecimento da população na América Latina beneficia a qualidade de vida das famílias, pois
os idosos jovens são obrigados a ajudar as gerações mais velhas (muitas vezes, em razão de doença,
incapacidade física e/ou deficits cognitivos dos pais) e também as mais novas, devido à instabilidade
profissional e financeira dos filhos. Eles otimizam seu tempo e seus recursos para oferecer tudo o que
for possível aos representantes de ambas as gerações (FREITAS; PY, 2018). Contudo, quando há
necessidade de suporte para esses idosos e este não se realiza, eles podem sentir-se alienados e
negligenciados.
Verifica-se, atualmente, que a geração de filhos preza por independência e autonomia, e isso impacta
negativamente no modo de vida de toda a família. Esse comportamento acaba por fazer com que os
filhos não se tornem presentes na vida de seus pais idosos e, assim, o suporte social, que é necessário,
não se demonstra adequado.
Observamos, também, que, com o aumento da expectativa de vida e com a diminuição da
disponibilidade de jovens para o cuidado, está aumentando o número de idosos que cuidam de outros
idosos, por um período cada vez mais longo. Esse cuidar exige a realização de atividades diárias, dar
assistência nas crises de saúde, oferecer conforto emocional, interagir com profissionais de saúde e
lidar com conflitos familiares.
Importante frisar que a escassez de ajuda e a privação de contatos sociais são fontes de risco ao bem-
estar físico e psicológico dos cuidadores idosos. Já é evidenciado cientificamente que idosas cuidadoras
têm mais doenças crônicas e, quando o grupo de cuidadores é de baixa renda familiar, associam-se,
ainda, a depressão e a percepção de que o suporte social disponível era insuficiente, trazendo maior
possibilidade de afastamento social.
ENVELHECIMENTO ASSOCIADO À DOENÇA
Quando o idoso adoece, a organização familiar é desafiada. As limitações funcionais podem afetar o
equilíbrio da estrutura e a capacidade de assistência da família, além de ser um fator estressor. Idosos
com incapacidade física e cognitiva, com problemas emocionais e sem renda suficiente para o próprio
sustento são os que mais necessitam de cuidados de longa duração. Embora a família seja a principal
instituição responsável pelo cuidado, questiona-se se consegue desempenhar essa tarefa de forma
adequada. Uma parte significativa de idosos com dificuldades em atividades instrumentais de vida diária
relatam não receber ajuda de outros membros da família, o que significa que suas necessidades básicas
não são devidamente atendidas.
Essas famílias não contam com programas regulares de apoio formal do governo ou da iniciativa privada
sob a forma de atenção domiciliar, assistência ambulatorial e recursos financeiros. A principal fonte
potencial de apoio dos homens é a cônjuge. No caso das mulheres, são os filhos.
 
Foto: shutterstock.com
 
Foto: shutterstock.com
 ATENÇÃO
Vale salientar que idosos dependentes podem viver em arranjos familiares não clássicos, e os que vivem
sozinhos ou em casa de parentes são mais vulneráveis à violência familiar e à residência institucional.
Veja os fatores que influenciam a boa funcionalidade de famílias com idosos que requerem cuidados de
longa duração e suas maiores dificuldades:
Vantagens Desvantagens
Relações afetivas consistentes, responsáveis e
seguras.
Desorganização emocional.
Grande dedicação dos familiares ao idoso. Luto antecipado.
Rede de suporte social informal composta por
parentes, amigos, voluntários ou grupos
religiosos.
Sobrecarga do cuidador.
Facilidade de acesso aos serviços de saúde e
recursos comunitários para o acompanhamento
regular do estado de saúde dos idosos.
Falta de conhecimento sobre a doença.
Capacidade adaptativa dos familiares diante da
doença e organização da casa.
Desajuste familiar, que se agrava com a
doença, com a falta de colaboraçãoe
distanciamento nos relacionamentos.
 Quadro: Fatores positivos e dificuldades que influenciam a boa funcionalidade de uma família com
idosos. 
Elaborado por Jarcélen Ribeiro
Quando os idosos não têm doenças nem dependência, a satisfação com a dinâmica familiar e o bom
relacionamento entre os membros da família tornam-se mais saudáveis. As exceções, geralmente,
incluem os idosos que moram sozinhos e que precisam recorrer a pessoas fora da família e ainda as
famílias cujos membros são todos idosos. Os idosos saudáveis preocupam-se com a dependência, a
doença e a solidão e têm opinião formada sobre as características da pessoa que gostariam que fosse
sua cuidadora.
ORGANIZAÇÃO TRIANGULAR DO CUIDADO DA
PESSOA IDOSA
A organização triangular é desenvolvida pelo idoso e seus familiares, pelo apoio da comunidade e
pelo grupo de profissionais de saúde. Essa parceria é uma característica presente no tratamento das
condições crônicas e se mostra eficaz no gerenciamento do cuidado do idoso.
 
Foto: Shutterstock.com
Somente alcançamos resultados positivos para as condições crônicas de saúde, quando idosos e suas
famílias têm apoio da comunidade e das equipes de atenção à saúde. E, principalmente, quando são
informados, motivados, capacitados e buscam trabalhar em parceria.
A informação modifica comportamentos prejudiciais e mantém estilos de vida saudáveis. A adesão a
tratamentos de longo prazo e a autogerência de suas condições crônicas também estão relacionadas à
informação e ao conhecimento. Só assim, podemos vislumbrar a construção de possibilidades de prazer
e felicidade, apesar dos limites da idade e da doença.
É importante que os idosos sejam capacitados com habilidades comportamentais para administrar suas
condições crônicas em casa de forma independente, como a organização e disponibilidade de
medicamentos, equipamentos de saúde, instrumentos para automonitoramento e habilidades de
autogerenciamento. Quando isso não ocorre, necessitamos de uma comunicação oportuna entre
profissionais de saúde, família e comunidade, acerca de questões específicas do idoso e de seu
tratamento.
 
Foto: shutterstock.com
O funcionamento dessa organização do cuidado acontece quando os idosos e suas famílias verificam a
ausência de contradições ou redundâncias no tratamento e se revelam confiantes, apropriados e
apoiados para administrar os problemas crônicos. Está relacionado, portanto, ao que se denomina
atenção integrada. Isso é o ideal!
A investigação, por parte da equipe de suporte ao idoso, precisará definir as condições de saúde, a
categorização da pessoa idosa quanto ao nível de cuidados necessários e à direção para a tomada de
decisões. Essa avaliação deverá incluir informações sobre:
Estado de
saúde
Estado funcional
Estado
cognitivo
Suporte
disponível
Ambiente
Capacidade
funcional,
doenças
existentes,
medicações,
estado de saúde
percebido
Plano de
assistência
necessária para a
execução das
atividades básicas e
instrumentais de
vida diária
Memória e
capacidade
de tomar
decisões
Família,
amigos,
vizinhos
Barreiras na
manutenção
da
independência
ou riscos de
segurança
 Quadro: Informações necessárias para investigação do estado geral em que se encontra o idoso. 
Elaborado por Elaine Barreto
 RESUMINDO
Avaliam-se os riscos, as vulnerabilidades e as potencialidades, de acordo com a capacidade da equipe de
profissionais, da família, do idoso e dos amigos. É importante buscar, ainda, velhas e novas atividades de
lazer e de trabalho que agradem o idoso.
POSTURA FRENTE AO ENVELHECIMENTO
A própria forma como se entende e sente a ideia do envelhecimento deve ser usada como tema de
discussão nas reuniões da equipe de profissionais. Se a equipe se mostrar como membro dominante em
relação ao idoso, ficará mais difícil buscar potencialidades nele. Concorda?
 SAIBA MAIS
Não podemos esquecer também que a nossa cultura, desde sempre, tende a dar valor mais às perdas de
predicados do padrão de beleza e juventude, negligenciando as possibilidades de uma velhice mais rica.
A SAÚDE E A DIMENSÃO CULTURAL SÃO DOIS
MOVIMENTOS INTRÍNSECOS E ESSENCIAIS PARA O
SUCESSO DE QUALQUER POLÍTICA DE SAÚDE
PARA A PESSOA IDOSA, FAMÍLIA E SOCIEDADE.
Os movimentos sociais engajados com a temática do idoso devem ser valorizados e estimulados, pois
permitem que eles possam se manter mais ativos, participantes e coprodutores de soluções para os
seus problemas. Grupos de apoio aos idosos sempre são bem-vindos e essenciais para uma saúde
biopsicossocial.
FAMÍLIA E O ENVELHECIMENTO
A especialista Fátima Figueiredo falará sobre contexto do idoso nas relações familiares.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. I. A VELOCIDADE COM QUE SE ORGANIZA O PROCESSO DE
ENVELHECIMENTO CAUSA UMA DIFICULDADE NA ADAPTAÇÃO NOS
DIVERSOS SEGMENTOS DA SOCIEDADE, MAS O BRASIL SE ORGANIZOU DE
FORMA APROPRIADA DO PONTO DE VISTA SOCIAL, POLÍTICO, ECONÔMICO E
FAMILIAR PARA LIDAR COM O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL. 
PORQUE 
II. EM PAÍSES ECONOMICAMENTE DESENVOLVIDOS, COM O PROCESSO DE
ENVELHECIMENTO CAMINHANDO DE FORMA LENTA, FOI POSSÍVEL QUE A
SOCIEDADE SE ORGANIZASSE DE FORMA APROPRIADA DO PONTO DE VISTA
SOCIAL, POLÍTICO, ECONÔMICO E FAMILIAR PARA LIDAR COM O FENÔMENO. 
 
ANALISANDO AS AFIRMAÇÕES ACIMA, CONCLUI-SE QUE:
A) A afirmação I é verdadeira, e a II é falsa.
B) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II não justifica a primeira.
C) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II justifica a primeira.
D) A afirmação I é falsa, e a II é verdadeira.
E) As afirmações I e II são falsas.
2. NO BRASIL, UM PAÍS AINDA EM DESENVOLVIMENTO, A VELOCIDADE COM
QUE SE ORGANIZA O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO CAUSA UMA
DIFICULDADE NA ADAPTAÇÃO NOS DIVERSOS SEGMENTOS DA SOCIEDADE.
EM DECORRÊNCIA DISSO, MUITOS CONFLITOS SE ESTABELECEM, SEJAM
ELES DE ORDEM FAMILIAR, ECONÔMICA, POLÍTICA, PREVIDENCIÁRIA,
SOCIAL, GÊNERO OU DE SAÚDE. VEJA AS AFIRMATIVAS ABAIXO: 
 
I. NÃO HÁ DIFICULDADE E RECUSA EM PASSAR PARTE DO CONTROLE DOS
IDOSOS NAS FAMÍLIAS, POIS O IDOSO ACEITA A MUDANÇA DE PAPÉIS QUE O
ENVELHECIMENTO TRAZ. 
II. MUITOS IDOSOS TÊM DIFICULDADE EM SOLICITAR OU ACEITAR SUPORTE
DOS FILHOS, OCASIONANDO CONFLITOS E DESESTABILIZANDO A
ORGANIZAÇÃO FAMILIAR E PESSOAL. 
III. MUITOS IDOSOS TEM DIFICULDADE EM SOLICITAR OU ACEITAR SUPORTE
DOS FILHOS, PREFERINDO PERMANECER AUTÔNOMOS PELO MAIOR TEMPO
POSSÍVEL. 
 
PODE-SE AFIRMAR QUE:
A) Somente a II está correta.
B) Somente a III está correta.
C) II e III estão corretas, somente.
D) I e II estão corretas, somente.
E) I, II e III estão corretas.
GABARITO
1. I. A velocidade com que se organiza o processo de envelhecimento causa uma dificuldade na
adaptação nos diversos segmentos da sociedade, mas o Brasil se organizou de forma apropriada
do ponto de vista social, político, econômico e familiar para lidar com o envelhecimento
populacional. 
PORQUE 
II. Em países economicamente desenvolvidos, com o processo de envelhecimento caminhando
de forma lenta, foi possível que a sociedade se organizasse de forma apropriada do ponto de
vista social, político, econômico e familiar para lidar com o fenômeno. 
 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que:
A alternativa "D " está correta.
 
A população brasileira está envelhecendo e a velocidade com que se organiza o processo de
envelhecimento causa uma dificuldade na adaptação nos diversos segmentos da sociedade no Brasil,
do ponto de vista social, político, econômico e familiar para lidar com o envelhecimento populacional.
2. No Brasil, um país ainda em desenvolvimento, a velocidade com que se organiza o processo
de envelhecimento causa uma dificuldade na adaptação nos diversos segmentos da sociedade.
Em decorrência disso, muitos conflitos se estabelecem, sejam eles de ordem familiar, econômica,
política, previdenciária, social, gênero ou de saúde. Veja as afirmativas abaixo: 
 
I. Não há dificuldade e recusa em passar parte do controle dos idosos nas famílias, pois o idoso
aceita a mudança depapéis que o envelhecimento traz. 
II. Muitos idosos têm dificuldade em solicitar ou aceitar suporte dos filhos, ocasionando conflitos
e desestabilizando a organização familiar e pessoal. 
III. Muitos idosos tem dificuldade em solicitar ou aceitar suporte dos filhos, preferindo
permanecer autônomos pelo maior tempo possível. 
 
Pode-se afirmar que:
A alternativa "C " está correta.
 
A população brasileira está envelhecendo, e há uma dificuldade e, muitas vezes, recusa em passar
parte do controle, pois para isso o idoso deverá aceitar a mudança de papéis, ocasionando conflitos e
desestabilizando a organização familiar e pessoal. Muitos idosos têm dificuldade em solicitar ou aceitar
suporte dos filhos, preferindo permanecer autônomos pelo maior tempo possível, mesmo quando a
necessidade de assistência é evidente. Vale salientar que os idosos, por vezes, interpretam a oferta de
ajuda como desnecessária, tentando preservar a autoestima e a autoeficácia, mas por outro lado, pode
causar desprazer e conflitos nas relações com os filhos.
MÓDULO 2
 Identificar cuidados e autocuidados no envelhecimento e o papel do cuidador nessa rotina
CONCEITOS DE CUIDADO E AUTOCUIDADO E O
CUIDADOR DE IDOSOS
O cuidado com o idoso é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público. Cabe a
esses segmentos:
[...] ASSEGURAR AO IDOSO, COM ABSOLUTA PRIORIDADE,
A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À VIDA, À SAÚDE, À
ALIMENTAÇÃO, À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE,
AO LAZER, AO TRABALHO, À CIDADANIA, À LIBERDADE, À
DIGNIDADE, AO RESPEITO E À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E
COMUNITÁRIA.
(BRASIL, 2003, p. 1)
DE ACORDO COM O ESTATUTO DO IDOSO, A
FAMÍLIA, DEVIDO À PROXIMIDADE E AOS LAÇOS
FRATERNAIS, TEM PAPEL FUNDAMENTAL NO BEM-
ESTAR FÍSICO E PSICOLÓGICO DO IDOSO.
As linhas de cuidado são modelos matriciais que integram ações de promoção, vigilância, prevenção e
assistência, em resposta às necessidades de condições e/ou grupos específicos. Vamos aos conceitos
básicos de cuidado e autocuidado:
CUIDADO
é a ação de cuidar (preservar, guardar, conservar, apoiar, tomar conta). O cuidado implica ajudar os
outros, tentar promover o seu bem-estar e evitar que sofram de algum mal.
AUTOCUIDADO
é o ato de dar atenção a nós mesmos. Comumente, está orientado a nossa própria saúde. Hábitos
saudáveis precisam ser realizados por ação própria, como um conjunto de regras dedicadas ao bem-
estar físico e psicológico. A tabela de medidas recomendadas são conhecidas por todos nós:
alimentação saudável, exercício moderado, evitar álcool e tabaco, administrar o estresse e favorecer o
pensamento positivo.
Nesse sentido, o cuidar do outro concebe a essência da cidadania, do desprendimento, da doação e do
amor. Já o autocuidado ou cuidar de si representa a essência da existência humana.
PROFISSIONAIS CUIDADORES
Há diversos serviços e diferentes profissionais envolvidos no cuidado de um idoso. Eles devem
organizar modos de comunicação para além das referências e contrarreferências, trocando e produzindo
os saberes necessários a cada idoso. A administração do cuidado da pessoa idosa ou em processo de
envelhecimento:
Permite a identificação das demandas e serviços necessários para atendê-la.
Requer um planejamento que envolve idosos, familiares e cuidadores.
Requer uma coordenação desse processo, com comunicação eficiente entre todos os envolvidos,
alcançando o cuidado integrado.
 
Foto: Shutterstock.com
O desenvolvimento desse cuidado deverá guiar os idosos na complexa rede de serviços assistenciais,
permitindo, por meio de decisão conjunta, as opções mais apropriadas para cada caso.
TUDO QUE EXISTE E VIVE PRECISA SER CUIDADO PARA
CONTINUAR EXISTINDO. UMA PLANTA, UMA CRIANÇA, UM
IDOSO, O PLANETA TERRA. TUDO O QUE VIVE PRECISA
SER ALIMENTADO. ASSIM, O CUIDADO, A ESSÊNCIA DA
VIDA HUMANA, PRECISA SER CONTINUAMENTE
ALIMENTADO. O CUIDADO VIVE DO AMOR, DA TERNURA,
DA CARÍCIA E DA CONVIVÊNCIA.
(BOFF, 1999, p. 199)
AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL
A avaliação multidimensional do idoso é um processo utilizado para investigar componentes de
funcionalidade e incapacidade. Tem a possibilidade de indicar a avaliação e a organização das linhas de
cuidado baseadas na independência e autonomia, relacionando os sistemas funcionais principais:
 
Foto: Shutterstock.com
COGNIÇÃO
Capacidade mental de compreender e resolver os problemas do cotidiano.
 
Foto: Shutterstock.com
HUMOR
Motivação necessária para atividades e participação social.
 
Foto: Shutterstock.com
MOBILIDADE
Capacidade individual de deslocamento e de manipulação do meio em que o indivíduo está inserido.
 
Foto: Shutterstock.com
COMUNICAÇÃO
Capacidade de estabelecer um relacionamento produtivo com o meio, que depende da visão, audição,
fala, voz e motricidade orofacial.
 DICA
É necessário acompanhar os idosos com maiores riscos (patologias e incapacidades funcionais),
conhecendo e identificando as doenças, ficar atento às queixas e aos comportamentos, monitorar o seu dia a
dia e direcioná-los nos afazeres. Logo, cuidar, acima de tudo, é se responsabilizar por eles.
A avaliação multidimensional e o estabelecimento de planos de cuidados para as pessoas idosas
contribuem para o diagnóstico precoce do processo de fragilização da pessoa idosa, com possibilidades
da identificação de riscos e de estabelecimento da melhor estratégia assistencial. É fundamental para o
idoso um sistema de gerenciamento de cuidados, incluindo contato telefônico, baseado nos planos de
cuidados e dos riscos identificados, integrados à atenção básica, à atenção domiciliar, ao Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), à rede hospitalar e às várias modalidades assistenciais
disponíveis, que contribuam, com orientações e direcionamento, para a melhor alternativa assistencial.
As diretrizes para a gestão do cuidado às pessoas idosas orientam para a importância de avaliar
necessidades, olhar para as múltiplas dimensões, utilizar instrumentos de rastreio, identificar serviços
disponíveis, planejar cuidados, elaborar projetos terapêuticos singulares, transversalizar e compartilhar
saberes, decisões e cuidados, produzir autonomia do sujeito e cuidar do cuidador. As redes de atenção
e a gestão do cuidado cooperam com o avanço de uma política de atenção integral e integrada à saúde
do idoso, aumentando e facilitando o acesso a todos os níveis de atenção, com estrutura física
adequada, insumos e pessoal qualificado.
Preservar e/ou recuperar a autonomia e a independência funcional das pessoas idosas deve ser a meta
em todos os níveis de atenção, respeitando suas histórias, garantindo direitos, indicando caminhos e
promovendo a possibilidade de uma ampla rede de cuidados, com dignidade, em uma sociedade justa e
solidária, em que envelhecer seja de fato um triunfo para a sociedade brasileira (FREITAS; PY, 2018).
ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVD) X
ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA
(AIVD)
Ao pensar em autonomia e independência funcional, diferenciamos as atividades de vida diária (AVD)
das atividades instrumentais de vida diária (AIVD). Ambas representam as habilidades que as pessoas,
geralmente, precisam ter para viver como adultos independentes.
ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVD)
São tarefas básicas de autocuidado, parecidas com as habilidades que aprendemos na infância.
Podemos citar como exemplo locomover-se e transferir-se da cama para cadeira de rodas, alimentar-se,
fazer uso do banheiro, escolher sua roupa, arrumar-se e cuidar da higiene pessoal etc. Essas atividades
são, geralmente, mencionadas por profissionais de geriatria e gerontologia.

ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA (AIVD)
São mais complexas e necessárias para se viver de maneira independente. Essas atividades são
aprendidas durante a adolescência. Incluem gerenciar as finanças, lidar com transporte (dirigir ou utilizar
o transporte público), fazer compras, preparar suas refeições, fazer usos de meios de comunicação,
gerenciar medicações e manter as tarefas domésticase da casa.
 
Foto: Shutterstock.com
Para todas essas atividades, temos que ter saúde física funcional, psicológica e social. Isso está
relacionado à autonomia, ou seja, à capacidade de decisão, de comando; e de independência, como a
capacidade de realizar algo com seus próprios meios.
 ATENÇÃO
O que se busca para um idoso é manter ou obter a autonomia e o máximo de independência possível e, em
última análise, a melhora da qualidade de vida. Isso só pode ser conseguido com um bom desempenho
físico, psíquico (cognitivo e afetivo) e social (FREITAS e PY, 2018).
Focando na saúde e independência física funcional, níveis moderados de força são necessários para um
número surpreendente de atividades de vida diária e instrumentais. Levantar-se de uma cadeira,
caminhar, subir escadas, ir ao mercado e trazer suas compras para casa requer força e resistência
muscular, além de movimentos nas articulações e ossos sadios.
Um dos primeiros sinais da velhice é a menor capacidade de trabalho, que afeta a capacidade laboral, a
adaptabilidade ao ambiente e a atividade motora.
Exercícios mantidos ao longo dos anos podem prevenir os comprometimentos musculares que são
observados com a idade. Exercícios aeróbicos melhoram a capacidade funcional e reduzem o risco de
desenvolver o diabetes tipo 2 e a hipertensão na velhice, por exemplo. Já os exercícios de resistência
aumentam a massa muscular no idoso de ambos os sexos, prevenindo, ou até mesmo revertendo, um
quadro de síndrome de fragilidade física – síndrome da imobilidade – presente nos mais longevos.
 SAIBA MAIS
E quando o idoso adoece, fica acamado e necessita de cuidados?
A vigilância à saúde das pessoas acamadas ou com limitações físicas que necessitam de cuidados especiais
procura promover melhor qualidade de vida do cuidador e da pessoa cuidada. E já vimos que é fundamental,
após uma avaliação multidimensional, com identificação das demandas, os responsáveis se sentarem,
dialogarem, e planejarem os cuidados com esse idoso.
 
Foto: shutterstock.com
CUIDADOR IDEAL
As orientações divulgadas no Guia Prático do Cuidador têm como meta explanar, de modo simples e
ilustrativo, os assuntos mais comuns do cuidado em domicílio, auxiliar o cuidador e a pessoa cuidada,
favorecer a inclusão da família, da equipe de saúde e da comunidade nos cuidados.
O cuidador ideal é aquele que observa com atenção e identifica o que a pessoa pode fazer sozinha,
avalia as condições e auxilia a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é somente fazer pelo outro, mas
auxiliar o outro quando ele precisa, favorecendo sua autonomia, mesmo em pequenas tarefas. Isso
requer paciência e tempo!
TAREFAS QUE FAZEM PARTE DA ROTINA DO CUIDADOR
Atuar como ligação entre a pessoa cuidada, a família e a equipe de saúde.
Ouvir com atenção e ser solidário com a pessoa cuidada.
Auxiliar nos cuidados de higiene.
Estimular e auxiliar na alimentação.
Incentivar e auxiliar na locomoção e atividades físicas, tais como caminhar, pegar sol e praticar
exercícios físicos.
Incentivar atividades de lazer e ocupacionais.
Realizar mudanças de posição na cama e na cadeira e massagens de conforto.
Administrar as medicações, conforme a prescrição.
Informar à equipe de saúde sobre mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada.
Ficar atento a situações que melhorem a qualidade de vida e a recuperação da saúde funcional do
idoso.
COMO AGIR EM SITUAÇÕES ESPECIAIS?
Engasgo — Tente primeiro retirar com o dedo o pedaço de alimento. Caso não consiga, coloque a
pessoa em pé, abrace-a pelas costas e aperte com seus braços a boca do estômago dela.
Queda e suspeita de fratura — Procure não movimentar a pessoa cuidada e chame o serviço de
emergência (Samu/192), o mais rápido possível.
Medicamentos — Mantenha-os sempre na caixa original para facilitar o controle de validade.
Planeje-se para não precisar dar medicamentos nos horários em que a pessoa dorme, pois
atrapalha a qualidade do sono.
Falta de sono — Quando há problemas para dormir, evite ofertar café depois das 18h e líquidos à
noite.
Intestino — Para favorecer o funcionamento intestinal, deite a pessoa em supino, segure os
membros inferiores, dobrando e esticando-os.
Piso da casa — Preferencialmente, antiderrapante e não deve ser encerado. Elimine tapetes,
capachos, tacos e fios soltos.
Roupas — Dê preferência a roupas com fechamento em velcro, elástico ou abertas na frente, e
sapatos com solado de borracha.
Segurança — Adote barras de apoio na parede do chuveiro e ao lado do vaso e nas paredes da
casa.
SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS PARA REALIZAR COM OS
IDOSOS
Movimente cada um dos dedos dos pés para cima, para baixo e para os lados com movimentos de
rotação.
Movimente o pé para cima, para baixo e para os lados em movimentos circulares.
Dobre e estenda uma das pernas e repita o movimento com a outra perna.
Com os pés da pessoa apoiados na cama e os joelhos dobrados, faça movimentos para separar e
unir os joelhos.
Levante e abaixe os braços da pessoa, depois abra e feche.
Peça à pessoa cuidada que encha as bochechas de ar e depois murche a bochecha para dentro, a
seguir, peça que ela coloque a língua para fora e movimente de um lado para o outro e feche os
olhos com força fazendo caretas.
 
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O movimento orientado previne contraturas musculares e bloqueios articulares, favorecendo a
prevenção de úlceras de decúbito que trazem muitas consequências para a qualidade de vida desse
idoso.
AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL
A especialista Fátima Figueiredo abordará os componentes da avaliação multidimensional do idoso.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CUIDAR É SEMPRE FAZER PELO OUTRO, AUXILIAR EM TUDO O QUE O
OUTRO PRECISA, FAVORECENDO A DEPENDÊNCIA DA PESSOA CUIDADA, ATÉ
MESMO EM PEQUENAS TAREFAS. 
PORQUE 
II. O CUIDADOR IDEAL É AQUELE QUE OBSERVA COM ATENÇÃO E IDENTIFICA
TUDO O QUE A PESSOA PODE NECESSITAR, SEM LEVAR EM CONSIDERAÇÃO
A AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DA PESSOA PARA PODER FAZER AS
ATIVIDADES. 
 
ANALISANDO AS AFIRMAÇÕES ACIMA, CONCLUI-SE QUE:
A) A afirmação I é verdadeira, e a II é falsa.
B) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II não justifica a primeira.
C) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II justifica a primeira.
D) A afirmação I é falsa, e a II é verdadeira.
E) As afirmações I e II são falsas.
2. AO PENSAR EM AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL,
DIFERENCIAMOS AS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVD) DAS ATIVIDADES
INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA (AIVD) E AMBAS REPRESENTAM AS
HABILIDADES QUE AS PESSOAS GERALMENTE PRECISAM TER PARA VIVER
COMO ADULTOS INDEPENDENTES. ENTENDEM-SE ATIVIDADES
INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA (AIVD) COMO:
A) Tarefas básicas de autocuidado, parecidas com as habilidades que aprendemos na infância.
B) Tarefas como o ato de locomover-se e transferir-se da cama para cadeira de rodas, alimentar-se,
fazer uso do banheiro.
C) Tarefas simples, como o ato de escolher sua roupa, arrumar-se e cuidar da higiene pessoal, dentre
outras atividades.
D) Atividades mais complexas e necessárias para se viver de maneira independente, como gerenciar as
finanças e fazer compras.
E) Tarefas simples como rolar na cama e ter a possibilidade de acender um abajur e se levantar à noite.
GABARITO
1. Cuidar é sempre fazer pelo outro, auxiliar em tudo o que o outro precisa, favorecendo a
dependência da pessoa cuidada, até mesmo em pequenas tarefas. 
PORQUE 
II. O cuidador ideal é aquele que observa com atenção e identifica tudo o que a pessoa pode
necessitar, sem levar em consideração a avaliação das condições da pessoa para poder fazer as
atividades. 
 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que:
A alternativa "E " está correta.
 
O cuidador ideal é aquele que observa com atenção e identifica o que a pessoa pode fazer sozinha,
avalia as condições e auxilia a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é somente fazer pelo outro, mas
auxiliar o outro quando ele precisa, favorecendo a autonomia da pessoa cuidada, mesmo em pequenas
tarefas. Isso requerpaciência e tempo!
2. Ao pensar em autonomia e independência funcional, diferenciamos as atividades de vida diária
(AVD) das atividades instrumentais de vida diária (AIVD) e ambas representam as habilidades que
as pessoas geralmente precisam ter para viver como adultos independentes. Entendem-se
atividades instrumentais de vida diária (AIVD) como:
A alternativa "D " está correta.
 
Atividades instrumentais de vida diária (AIVD) são atividades mais complexas e necessárias para se
viver de maneira independente. Essas atividades são aprendidas durante a adolescência. Incluem
gerenciar as finanças, lidar com transporte (dirigir ou utilizar o transporte público), fazer compras,
preparar suas refeições, fazer usos de meios de comunicação, gerenciar medicações e manter as
tarefas domésticas.
MÓDULO 3
 Relacionar os desafios do envelhecimento e seus riscos atrelados ao ambiente de moradia
com a identificação das possibilidades de melhoria para o bem-estar da pessoa idosa
MUDANÇAS SOCIOCULTURAIS NO CONTEXTO
DO ENVELHECIMENTO E O AUMENTO DA
INSTITUCIONALIZAÇÃO DE IDOSOS
Existe um período de transição entre velhos modelos de envelhecimento e a construção de novas
possibilidades, do ponto de vista individual, que leva o indivíduo a se perceber como tendo uma idade
diferente da idade real, que desvirtua, entre outros aspectos, o seu nível de funcionamento e estilo de
vida atual e, principalmente, sua maior expectativa de vida.
 DICA
Lembre-se de que transições do curso de vida não ocorrem de forma única e uniforme e o indicador da idade
cronológica para compreensão do envelhecimento torna-se a cada momento mais complexo, uma vez que a
perspectiva de vida é aumentada e leva os indivíduos a uma percepção mais particular.
Quando a família ou a comunidade não apoiam o idoso, encontrar estratégias para o envelhecimento
saudável é fundamental. Logo, a avaliação das relações sociais se faz cada vez mais necessária, para
promover a atenção integral à pessoa idosa. É necessário pensar nos novos paradigmas sociais,
buscando maneiras para favorecer o atendimento adequado e a manutenção do suporte social aos
idosos, tendo em vista o aumento da população de idosos nos próximos anos frente a redes de suporte
sociais escassas e que não conseguem atender a todas as demandas necessárias dessa população.
Achar novas possibilidades de recursos adaptáveis às mudanças observadas entre as pessoas idosas e
suas famílias faz parte desse cuidado. A institucionalização e a moradia compartilhada, por exemplo,
são opções que não devem ser afastadas.
 VOCÊ SABIA
Aproximadamente, 7 milhões de idosos estavam institucionalizados em 1995 nos EUA. O custo da fragilidade
é de aproximadamente US$54 bilhões ao ano. Em 2013, 14 milhões de adultos não eram capazes de
conduzir suas atividades diárias de forma independente.
E NO BRASIL?
Um país pensado como o “eterno jovem” está com problemas para lidar com os cabelos brancos de
seus habitantes. Ficar vivo por mais tempo é uma excelente notícia, mas virou um desafio para os
brasileiros — e uma bomba relógio de efeitos incontáveis para o órgão de assistência social.
Na parte baixa da pirâmide, em que estão as pessoas mais pobres, começa a ser percebido o aumento
no número de idosos desamparados. Conforme aponta a Revista ISTOÉ, os albergues públicos
necessitam de vagas para pessoas de mais de 60 anos — parte da população que não para de crescer,
segundo o Ministério do Desenvolvimento Social. Entre os mais idosos, o problema é a ausência de
poupança e planejamento. Um estudo recém-concluído pelo Banco Mundial sinaliza que os brasileiros
de todas as idades são pouco precavidos. Eles parecem preocupados demais com seus problemas no
presente e não se preparam para o envelhecimento. Apenas 11% declaram fazer economia e prevenir o
futuro, contra uma média global de 21%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2012 e 2017, a população
de velhos no Brasil saltou 19,5%, de 25,4 milhões para mais de 30,2 milhões de pessoas. Nesse
período, o número de homens e mulheres com 60 anos ou mais nos albergues públicos cresceu 33%,
de 45,8 mil para 60,8 mil. Se considerarmos os alojamentos privados, a soma eleva-se para 100 mil.
O ABANDONO FAMILIAR CRESCE MAIS ACELERADO
DO QUE A EXPECTATIVA DE VIDA. O BRASIL
NECESSITA DE UM PROJETO PARA RESOLVER OS
CUIDADOS DEMORADOS E O AMPARO JUNTO AO
ENVELHECIMENTO.
INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA
PARA IDOSOS (ILPIS)
Com o avançar da idade, há maior probabilidade de problemas de saúde, dependência na realização
das atividades da vida diária, assim como isolamento e solidão. Estima-se que 46,2% dos idosos
independentes adentram em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) por sua própria
decisão, seguindo-se por parte da família com 30,1%.
As ILPIs tiveram sua origem em tempos antigos, ligadas a obras de caridade de cunho religioso. Tais
estabelecimentos, por sua vez, ofereciam serviços voluntários às pessoas desamparadas, em situação
de pobreza, de todas as idades, carentes de atenção à saúde e de abrigo, e que conviviam com a
inexistência de políticas públicas específicas. Incide daí a conexão da ILPI a uma imagem negativa,
reforçada pelos cuidados de baixa qualidade e ao sentimento de solidão e abandono relatado pelos
moradores.
 
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As ILPIs ainda carregam a imagem negativa de uma figura assistencialista e, portanto, seus moradores
podem internalizar essa imagem. Todavia, há um movimento gradual contrário a isso. Logo, a
construção de um idoso institucionalizado na ILPI precisa alcançar significados que se articulem de
forma concreta e positiva, desmistificando a caricatura de desprotegido.
 SAIBA MAIS
Nota-se um aumento expressivo da demanda por essas instituições no Brasil. Diversos fatores contribuem
para esse cenário, como as mudanças estruturais das famílias quanto às modificações dos papéis
desempenhados pelos seus membros e a diminuição do seu tamanho e das distintas organizações
familiares.
Houve também alteração no perfil de idosos institucionalizados nos últimos anos. A demanda mudou de
pobres e desprovidos de família para idosos com incapacidade e dependência física ou cognitiva,
doenças crônicas não transmissíveis e sem acesso a serviços de saúde da rede particular ou convênios
médicos.
Observa-se, assim, que a internação em uma ILPI pode corresponder a causas de ordem individual,
social, econômica, de saúde, ou uma combinação de várias ordens. É válido destacar ainda que há uma
preocupação com os prejuízos que a institucionalização pode acarretar aos idosos, como a segregação,
o tratamento igualitário e simultâneo para todos os residentes e um estado acentuado de controle.
Ficar com a família, então, seria a melhor opção? A construção do afeto, a ajuda mútua e a
compreensão, sem dúvida, são aspectos importantes para uma convivência forte e agradável entre o
idoso e família. Entretanto, se a convivência entre ambos apresentar desordens, podem ocorrer
discórdias e desgastes no relacionamento. A coabitação simultânea de várias gerações de uma mesma
família é composta por diferentes visões de mundo e de valores dos quais podem brotar conflitos.
Além disso, estar presente junto à família não representa proteção, pois o descuido e os maus-tratos
físicos, psicológicos, emocionais e morais da família contra o idoso não constituem um fato
desconhecido. Pode-se pensar que o sentido de família para o idoso é apenas de um lugar de proteção,
aconchego e segurança, mas não é. Quando a família sai de cena por desordens ou ausência, o idoso
busca, então, adaptar-se a uma nova realidade. Muitas vezes, ele procura as ILPIs e, ali, busca a
acolhida e o suporte no seu dia a dia durante o envelhecimento. Assim, a própria instituição passa a ser
a família desse idoso, ainda que a reintegração com outro idoso e com a ILPI ocasione uma expressiva
complexidade, se levarmos em conta a particularidade de cadaum (BENTES et al., 2012).
 
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Os prejuízos, as perdas e os declínios são inevitáveis e trazem desafios de adaptação para o idoso
institucionalizado nas ILPIs. Longe dos hábitos diários, ele sente-se confuso no tempo e no espaço.
Entretanto, esse fato pode também ocorrer em sua residência, na presença de sua família.
MORADIAS COMPARTILHADAS – COHOUSING
Contrapondo-se às ILPIs, há a cohousing: moradias compartilhadas, também chamadas de co-lares.
Nada melhor do que habitar em um local de copropriedade com os amigos de toda a vida, certo?
Recentemente, vive-se essa tendência como uma forma de administração colaborativa, desde a
construção das moradias. Amigos ou conhecidos resolvem compartilhar ambientes parecidos a
condomínios, conservando uma residência com espaços independentes, mas partilhando áreas com
serviços comuns, dentre eles espaços de recreação, jardins, serviços de saúde ou até mesmo uma
cozinha comum para duas ou mais residências. Essa nova forma de habitação permite que pessoas
idosas possam organizar espaços compartilhados e neles ter serviços diversos, como locais para
atendimentos fisioterapêuticos, piscina terapêutica, serviços médicos ou áreas para esporte adaptadas
as suas necessidades. Como se fosse uma vila, um povoado com todos os serviços voltados a dar
suporte aos moradores.
 SAIBA MAIS
Isso já existe em alguns países do mundo, não só para idosos, mas também para outros grupos que tenham
necessidades específicas. Como, por exemplo, pessoas com Mal de Parkinson ou Alzheimer que conseguem
dividir serviços em áreas associadas ao seu lar que, de outra forma, exigiriam deslocamento até um centro
de saúde.
Pode-se afirmar que é uma solução conveniente para idosos, que se mostram cada dia mais
independentes e, por vezes, não querem residir com filhos. Quando você reside na sua própria casa e
seus vizinhos são seus amigos, há a possibilidade de compartilhar os valores e objetivos de vida e,
ainda, como vimos, criar alguns lugares de convivência de propriedade colaborativa, relacionados à
alimentação em grupo, atividades sociais e terapêuticas. Além disso, deve haver a preocupação de que
todas as residências de cohousing atendam a requisitos de um ambiente tradicional para idosos:
banheiros geriátricos, móveis sem quinas, botões de emergência em todos os quartos, entre outras
coisas.
 
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Os idosos que escolhem pelo cohousing podem também ter acesso a casas ou edifícios que possibilitem
maior comodidade e favoreçam economia em suas atividades diárias, acolhendo hábitos ou
necessidades de um grupo específico. Espera-se, assim, que os indivíduos possam envelhecer de forma
mais ativa, favorecendo sua saúde, dividindo sua moradia, mas conservando sua independência em um
ambiente que lhe provê privacidade.
 
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CRECHES PARA IDOSOS
Há, atualmente, estadias em casas de idosos para passar uma temporada ou somente para aproveitar o
dia: opção em que o idoso pode desfrutar de todas as atividades realizadas, da alimentação e do
contato com outras pessoas, mesmo sem ser um morador. É chamada de creche para idosos. Essas
creches ainda não foram suficientemente difundidas, apesar de existirem há alguns anos. Contudo,
devem virar uma das opções mais populares no futuro, considerando o seu potencial para mudar a vida
de muitas famílias, principalmente para aquelas que optam em não perder o contato diário com o
indivíduo, como pode ocorrer nas ILPIs.
 ATENÇÃO
As creches para idosos, já presentes no Brasil, aliás, não devem ser confundidas com ILPIs, embora
apresentem semelhanças. Algumas ILPIs, inclusive, oferecem o serviço para o idoso que não mora no local,
mas é abrigado durante a manhã, à tarde ou durante todo o dia, geralmente, no horário que a família não
consegue dar o apoio que ele precisa.
A pessoa idosa é favorecida de muitas formas com esse serviço. A primeira vantagem é a convivência
com outras pessoas; fato que colabora para a saúde biopsicossocial e favorece a qualidade de vida, um
dos pontos mais comprometidos pelo envelhecimento. Essa relação acontece nas variadas atividades,
como salas de leituras, trabalhos manuais, oficinas de culinária, artesanato, jogos pedagógicos, pinturas
etc. É um local onde podem ainda praticar exercícios físicos, acompanhados por profissionais, dentro de
uma equipe multidisciplinar que se preocupa com as atividades, alimentação e remédios.
O conceito está relacionado ao acolhimento do idoso e seu bem-estar, oferecendo um período em um
ambiente leve e funcional. Lembre-se de que está comprovado que atividades físicas ou de estímulo ao
raciocínio são básicas para o envelhecimento saudável, assim como se manter aberto a novas
experiências.
ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DE
DOENÇAS E PROMOÇÃO DA SAÚDE
Seja na própria casa, na casa de sua família, em ILPIs, nas creches ou em cohousing, vimos que há
necessidade da criação de estratégias de prevenção de doenças e promoção da saúde, alcançando um
processo saudável e ativo de envelhecimento e melhora na qualidade de vida da população idosa.
Vamos conhecer essas estratégias?
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL PARA PESSOAS IDOSAS
A alimentação saudável contribui para a melhora da qualidade de vida e para o envelhecimento bem-
sucedido e pode ser definida como aquela que:
Fornece quantidades adequadas de nutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e
minerais).
É rica em frutas e verduras e moderada em gorduras, sal e açúcar.
Proporciona boa hidratação.
Apresenta fracionamento entre quatro e seis refeições diárias.
 
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As recomendações para uma adequada alimentação são apontadas pela pirâmide alimentar adaptada à
população idosa (americana), em que se destaca a importância de refeições equilibradas, considerando
as necessidades nutricionais dessa faixa etária.
Os grupos alimentares que compõem essa pirâmide alimentar são assim apresentados:
No segundo nível da base da pirâmide, temos a ingestão de líquidos saudáveis como a água.
Distribuídos verticalmente, no corpo da pirâmide alimentar, estão cereais, pães, tubérculos, raízes,
hortaliças, frutas, leguminosas, leite, derivados, carnes, ovos, açúcares, doces, gorduras e óleos.
No topo da pirâmide de alimentos, representado por uma bandeira que destaca o consumo de
cálcio, de vitamina B12 e de vitamina D, estão as vitaminas e sais minerais.
 
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PRÁTICA CORPORAL E ATIVIDADE FÍSICA
A inatividade física entre os idosos é uma realidade. O costume de vida atual propicia mais tempo
dedicado a atividades sedentárias, como assistir à TV, por exemplo. Contudo, a falta de atividade física é
um dos fatores de risco mais relevantes para doenças crônicas em idosos, agregada a uma dieta
inadequada, fumo e álcool. A promoção de “estilos de vida saudáveis” é vista pelo sistema de saúde
como uma estratégia. Nesse processo, alguns aspectos facilitam a inclusão da atividade física, como o
apoio de amigos e familiares, ter companhia ou uma ocupação, e, ainda, a existência de alguns
programas específicos.
 
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TRABALHO EM GRUPO COM PESSOAS IDOSAS
Um grupo é constituído a partir de interesses e temas em comum, possibilitando a discussão das
situações vivenciadas no dia a dia e a descoberta de potencialidades, trabalhando vulnerabilidades e,
consequentemente, elevando a autoestima dos idosos. O trabalho em grupos permite o aumento do
vínculo entre equipe e idoso, sendo um espaço complementar de consulta individual, com troca de
informações, oferecimento de orientação e de educação em saúde.
 
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MORADIA PARA IDOSOS
A especialista Fátima Figueiredo abordará os benefícios nas moradias de idosos como ILPIs, creches e
co-housing.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPIS) SÃO
DEFINIDAS PELA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA)
COMO ESPAÇOS RESIDENCIAIS PARA MORADIA COLETIVA DE PESSOASCOM
60 ANOS OU MAIS, COM OU SEM SUPORTE FAMILIAR. SOBRE ISSO, ANALISE
AS AFIRMATIVAS ABAIXO: 
 
I. AS ILPIS PODEM SER GOVERNAMENTAIS OU NÃO, DEVENDO, POR MEIO DOS
SERVIÇOS PRESTADOS, ZELAR PELA LIBERDADE, DIGNIDADE E CIDADANIA
DOS SEUS RESIDENTES. 
II. AS ILPIS TIVERAM SUA ORIGEM EM TEMPOS ANTIGOS, LIGADAS A OBRAS
DE CARIDADE DE CUNHO RELIGIOSO E PRESTAVAM SERVIÇOS VOLUNTÁRIOS
ÀS PESSOAS DESAMPARADAS, EM SITUAÇÃO DE POBREZA, DE TODAS AS
IDADES, NECESSITADAS DE ATENÇÃO À SAÚDE E DE ABRIGO, EMBORA
CONVIVESSEM COM A EXISTÊNCIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS ESPECÍFICAS. 
III. AS ILPIS TIVERAM SUA ORIGEM EM TEMPOS ANTIGOS, LIGADAS A OBRAS
DE CARIDADE DE CUNHO RELIGIOSO E PRESTAVAM SERVIÇOS VOLUNTÁRIOS
ÀS PESSOAS DESAMPARADAS, SENDO DAÍ A VINCULAÇÃO DA ILPI A UMA
IMAGEM NEGATIVA, REFORÇADA PELOS CUIDADOS DE BAIXA QUALIDADE E
AO SENTIMENTO DE SOLIDÃO E ABANDONO RELATADO PELOS RESIDENTES. 
 
PODE-SE AFIRMAR QUE:
A) Somente a II está correta.
B) Somente a III está correta.
C) II e III estão corretas, somente.
D) I e II estão corretas, somente.
E) I, II e III estão corretas.
2. I. A CONSTRUÇÃO DO AFETO, A AJUDA MÚTUA E A COMPREENSÃO SÃO
ASPECTOS IMPORTANTES PARA UMA CONVIVÊNCIA FORTE E AGRADÁVEL
ENTRE O IDOSO E FAMÍLIA. ENTRETANTO, SE A CONVIVÊNCIA ENTRE AMBOS
APRESENTAR DESORDENS, PODEM OCORRER DISCÓRDIAS E DESGASTES NO
RELACIONAMENTO. 
POQUE 
II. A COABITAÇÃO SIMULTÂNEA DE VÁRIAS GERAÇÕES DE UMA MESMA
FAMÍLIA É COMPOSTA POR DIFERENTES VISÕES DE MUNDO E VALORES DOS
QUAIS PODEM BROTAR CONFLITOS. 
 
ANALISANDO AS AFIRMAÇÕES ACIMA, CONCLUI-SE QUE:
A) A afirmação I é verdadeira, e a II é falsa.
B) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II não justifica a primeira.
C) As afirmações I e II são verdadeiras, e a II justifica a primeira.
D) A afirmação I é falsa, e a II é verdadeira.
E) As afirmações I e II são falsas.
GABARITO
1. Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) são definidas pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) como espaços residenciais para moradia coletiva de pessoas com
60 anos ou mais, com ou sem suporte familiar. Sobre isso, analise as afirmativas abaixo: 
 
I. As ILPIs podem ser governamentais ou não, devendo, por meio dos serviços prestados, zelar
pela liberdade, dignidade e cidadania dos seus residentes. 
II. As ILPIs tiveram sua origem em tempos antigos, ligadas a obras de caridade de cunho
religioso e prestavam serviços voluntários às pessoas desamparadas, em situação de pobreza,
de todas as idades, necessitadas de atenção à saúde e de abrigo, embora convivessem com a
existência de políticas públicas específicas. 
III. As ILPIs tiveram sua origem em tempos antigos, ligadas a obras de caridade de cunho
religioso e prestavam serviços voluntários às pessoas desamparadas, sendo daí a vinculação da
ILPI a uma imagem negativa, reforçada pelos cuidados de baixa qualidade e ao sentimento de
solidão e abandono relatado pelos residentes. 
 
Pode-se afirmar que:
A alternativa "E " está correta.
 
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) podem ser governamentais ou não, devendo, por
meio dos serviços prestados, zelar pela liberdade, dignidade e cidadania dos seus residentes. Tiveram
sua origem em tempos antigos, ligadas a obras de caridade de cunho religioso. Tais instituições, por sua
vez, prestavam serviços voluntários às pessoas desamparadas, em situação de pobreza, de todas as
idades, necessitadas de atenção à saúde e de abrigo, e que conviviam com a inexistência de políticas
públicas específicas. Advém daí a vinculação da ILPI a uma imagem negativa, reforçada pelos cuidados
de baixa qualidade e ao sentimento de solidão e abandono relatado pelos residentes.
2. I. A construção do afeto, a ajuda mútua e a compreensão são aspectos importantes para uma
convivência forte e agradável entre o idoso e família. Entretanto, se a convivência entre ambos
apresentar desordens, podem ocorrer discórdias e desgastes no relacionamento. 
POQUE 
II. A coabitação simultânea de várias gerações de uma mesma família é composta por diferentes
visões de mundo e valores dos quais podem brotar conflitos. 
 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que:
A alternativa "C " está correta.
 
A convivência do idoso com a família necessita ser embasada no afeto, na ajuda mútua e na
compreensão. Caso contrário, gerarão discórdias e desgastes no relacionamento, pois o convívio de
várias gerações em uma mesma família se caracteriza por diferentes costumes e valores, podendo gerar
conflitos.
MÓDULO 4
 Identificar as disfunções que acometem a independência do idoso, com atenção aos deficits
da função muscular como causa de quedas
QUEDAS E AMBIENTES DE RISCO
A conceituação de queda pode ser entendida como uma insuficiência súbita do controle postural, com
uma falta de capacidade para corrigir o deslocamento do corpo, durante seu movimento no espaço. Na
verdade, uma mudança de posição inesperada, não intencional, que faz com que o indivíduo permaneça
em um nível inferior em relação à posição inicial.
 
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Comprometer o equilíbrio e cair na postura bípede ou estando em locomoção se torna cada vez mais um
alerta para a segurança e saúde dos idosos, principalmente para aqueles com mais idade. Marca,
portanto, o início de um importante declínio de determinada função ou um sintoma de nova patologia.
A queda ou a lesão decorrente dela pode ter efeito devastador na independência do idoso e em sua
qualidade de vida. Lesões musculoesqueléticas (sendo a mais grave a fratura do fêmur proximal), o
medo de nova queda e a diminuição geral das atividades da vida diária podem ser consequências
desastrosas das quedas. Quando um idoso é hospitalizado após uma queda com quadro de fratura de
colo de fêmur, muitas das vezes, não resiste e falece. Além disso, a institucionalização e o isolamento
social também podem levá-lo ao óbito.
A queda, portanto, pode ser considerada um grande problema para as pessoas idosas dadas as suas
consequências – injúria, incapacidade, institucionalização e morte –, que são resultado da combinação
de alta incidência com alta suscetibilidade a lesões.
Conforme a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG, cerca de 30% das pessoas
idosas caem a cada ano, e essa taxa aumenta para 40% entre os idosos com mais de 80 anos e 50%
entre os que residem em ILPIs. Além disso, a hospitalização por fratura de quadril e fêmur, que é
extremamente cara, aumenta aproximadamente 9% a cada ano. Cerca de 50% das pessoas que caem e
fraturam os quadris nunca mais serão caminhantes funcionais. As mulheres tendem a cair mais do que
os homens até os 75 anos de idade, porém, os homens que caem apresentam maior índice de
mortalidade. A partir dessa idade, as frequências de quedas se igualam para homens e mulheres. Dos
que caem, cerca de 2,5% requerem hospitalização e, desses, apenas metade sobreviverá após um ano.
Na velhice, o trofismo muscular está relacionado com a força, e esta, por sua vez, se relaciona com a
aptidão funcional do indivíduo. A sarcopenia, que pode se desenvolver por décadas, lentamente diminui
a capacidade física funcional, comprometendo as atividades da vida diária e de relacionamento.
Aumenta o risco de quedas, levando, possivelmente, a um estado de dependência cada vez maior
(ROSSI, 2008).
EXEMPLO
 
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Vamos imaginar que o Sr. Antonio caiu da própria altura, fraturou o colo do fêmur e foi internado. Teve
alta hospitalar e retornou para sua casa, sendo cuidado por sua filha.
 
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Após uma semana, retornou para o hospital com quadro de infecção respiratória em decorrência de ficar
acamado sem mobilidade. Depois de mais uma semana, Sr. Antonio morreu e o diagnóstico que o levou
ao óbito foi pneumonia ou septicemia. Porém, na verdade, Sr. Antonio faleceu, porque caiu e fraturou o
colo do fêmur.
Causa das quedas
A causa das quedas pode ser dividida em duas categorias:
I) O estímulo que resulta na perda de equilíbrio,como tontura, desmaio, vertigem, superfície irregular,
fraqueza ou distúrbios de equilíbrio e marcha, alteração postural e hipotensão ortostática, lesão no
Sistema Nervoso Central (SNC), síncope e redução da visão.
II) A incapacidade do idoso de corrigir uma perda de equilíbrio repentina, resultado da diminuição
do tempo de reação, da integração do SNC, da força e da perda da mobilidade articular
(comprometimentos do sistema neuromuscular devido ao envelhecimento).
Esses fatores que operam tanto no estímulo que causa a queda quanto na capacidade reativa para
evitá-la, estão relacionados ao sistema neuromuscular, ao sistema visual, ao sistema cardiovascular, da
cognição, e, ainda, ao uso de medicamentos e aspectos do ambiente, propriamente dito.
FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS
O risco de cair, como vimos, aumenta significativamente com a idade e com o nível de fragilidade.
Agora, analisaremos os fatores de risco para uma queda, que podem ser intrínsecos (relacionados ao
indivíduo) e/ou extrínsecos (relacionados ao ambiente).
I) Fatores intrínsecos
Relacionados às alterações fisiológicas do avançar da idade, da presença de doenças, de aspectos
psicológicos e de reações adversas de medicações em uso. Podem ser citados como exemplos:
Idade acima de 80 anos
Sexo feminino
Imobilidade
Quedas precedentes
Equilíbrio diminuído
Marcha lenta e com passos curtos
Baixa aptidão física
Fraqueza muscular de membros inferiores (MMII) e membros superiores (MMSS)
Hipotensão postural
Alterações cognitivas
Doença de Parkinson
Uso de sedativos, hipnóticos e ansiolíticos
Polifarmácia (uso de quatro ou mais medicamentos)
Sintomas depressivos
 
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As patologias neuromusculares que produzem padrões de marcha anormais são a principal causa e
estão normalmente combinadas com artrites, resultando em movimentos restritos do pescoço e
movimentos limitados do quadril, todos aumentando o risco de queda. Mesmo quando a patologia
neuromuscular não é evidente, os músculos responsáveis pelas reações posturais coordenadas
enfraquecem com a idade e ficam mais lentos.
Outra causa muito comum está ligada ao tropeço, que ocorre quando a altura do passo é reduzida
durante a fase de oscilação da marcha; além da marcha mais lenta, relacionada à perda de equilíbrio.
Segundo a World Health Organization (2004), os fatores de risco intrínsecos para quedas são:
História de quedas
Idade e gênero
Morar só
Etnias (caucasianos frequentemente caem mais)
Uso de medicamentos
Condições de saúde (doenças circulatórias, doença pulmonar obstrutiva crônica, depressão,
artrite, incontinência)
Deterioração na mobilidade e na marcha
Sedentarismo
Medo de cair
Deficiência nutricional
Deterioração cognitiva
Danos visuais
Problemas nos pés
II) Fatores extrínsecos
Os fatores extrínsecos estão relacionados à conduta e atividades dos idosos e ao meio ambiente. Locais
inseguros, com pouca iluminação, mal planejados com barreiras arquitetônicas representam
fundamentais fatores de risco para quedas. A maior parte das quedas acidentais acontece dentro de
casa ou próximo a ela, comumente durante a execução de atividades cotidianas como caminhar, mudar
de posição, ir ao banheiro e tomar banho. Aproximadamente, 10% acontecem em escadas, sendo que
descê-las constitui maior risco do que as subir.
A INFLUÊNCIA DOS FATORES AMBIENTAIS NO
RISCO DE QUEDAS ESTÁ ASSOCIADA AO ESTADO
FUNCIONAL E MOBILIDADE DA PESSOA IDOSA.
QUANTO MAIS FRÁGIL, MAIS SUSCETÍVEL.
Mudanças posturais e barreiras ambientais, que não são problemas para os mais saudáveis,
transformam-se em séria ameaça à segurança e mobilidade daqueles idosos com disfunções em
equilíbrio e marcha. Os riscos domésticos mais comuns que devem ser objeto de atenção das equipes
de saúde estão representados no quadro a seguir.
Presença de tapetes pequenos e capachos em superfícies lisas
Carpetes soltos ou com dobras
Bordas de tapetes (principalmente, dobradas)
Pisos escorregadios (encerados, por exemplo)
Cordas, cordões e fios no chão (elétricos ou não)
Ambientes desorganizados com móveis fora do lugar, móveis baixos ou objetos deixados no chão
(sapatos, roupas, brinquedos etc.)
Móveis instáveis ou deslizantes
Degraus da escada com altura ou largura irregular
Degraus sem sinalização de término
Escadas com piso muito desenhado (dificultando a visualização de cada degrau)
Uso de chinelos, sapatos desamarrados ou mal ajustados ou com solado escorregadio
Roupas compridas, arrastando pelo chão
Má iluminação
Cadeira, camas e vaso sanitários muito baixos
Cadeiras sem braços
Animais, entulho e lixo em locais inapropriados
Objetos estocados em lugares de difícil acesso (precisa-se subir em cadeira ou banco para
alcançá-los)
Escadas com iluminação frontal
 Quadro: Riscos domésticos para quedas. 
Extraído de BRASIL. Ministério da Saúde. ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA PESSOA IDOSA.
Cadernos de Atenção Básica, n. 19. Brasília: 2006. Pág. 68.
CONSEQUÊNCIAS DAS QUEDAS E
ESTRATÉGIAS PARA PREVENI-LAS
Deve-se levar em conta fatores que agravam a ocorrência de lesão na queda, pois, quando ela é
associada à fragilidade óssea caracterizada pela osteopenia/osteoporose, pode aumentar a
probabilidade de o idoso sofrer algum tipo de fratura.
APESAR DE A FRATURA DO QUADRIL OCORRER EM
SOMENTE 1% DAS QUEDAS, ELA É RESPONSÁVEL
POR GRANDE PARTE DA INCAPACIDADE, DAS
MORTES E DOS CUSTOS MÉDICOS RELACIONADOS
AOS TRATAMENTOS NO IDOSO.
Além da densidade mineral óssea reduzida (osteoporose), pode-se relacionar outros fatores à fratura,
como: ausência de reflexos de proteção, desnutrição, resistência e rigidez da superfície sobre a qual se
cai e dificuldade para levantar após a queda.
 SAIBA MAIS
É importante trazer uma reflexão sobre fragilidade, pois ela não possui uma definição consensual. Constitui-
se como uma síndrome multidimensional, que envolve uma interação complexa dos fatores biológicos,
psicológicos e sociais no curso de vida individual. Essa relação culmina com um estado de maior
vulnerabilidade, associado ao maior risco de ocorrência de desfechos clínicos desfavoráveis – declínio
funcional, quedas, hospitalização, institucionalização e morte.
As quedas e suas consequências são um problema de saúde pública e com grande impacto social.
Estão presentes em todos os países em que ocorre expressivo envelhecimento populacional. Podem
resultar em lesões grandes ou pequenas, ansiedades psicológicas e diminuições da atividade física.
Logo, trata-se de uma catástrofe para o idoso, pois o medo de cair e o abandono da atividade física
aumentarão a possibilidade de queda. O perigo de institucionalização precoce e o prejuízo na
independência também são efeitos decorrentes das quedas e merecem atenção especial na população
idosa. Pesquisas mostram que, após uma queda, o risco de institucionalização dos idosos aumenta.
AVALIAÇÃO DO IDOSO E DO AMBIENTE
Como estratégia para prevenir a queda, é necessário organizar uma boa avaliação do idoso e seu
espaço. Essa avaliação visa:
Identificar a causa que levou a queda e tratá-la.
Reconhecer fatores de risco para prevenir futuros eventos, implementando intervenções adequadas.
A instabilidade postural e quedas são importantes marcadores de diminuição de capacidade funcional e
fragilidade em pessoas idosas e, por essa razão, equilíbrio e marcha precisam ser continuamente
avaliados. A referência da ocorrência de queda, como vimos, sempre deve ser valorizada. A moradia da
pessoa idosa pode favorecer o risco de quedas e devem ser verificados na avaliação:
Presença de escadas
Ausência de distinção e sinalizadores de degraus e corrimãos
Iluminação imprópria
Tapetes soltos
Obstáculos no chão e no local de circulação
 ATENÇÃO
Os indivíduos que têm histórico de quedas (portanto, com alto risco de sofrer outra queda) compartilham
características especiais. Provavelmente, são adultos que dão mais passos para girar 360º e não podem
levantar-se de uma cadeira sem auxílio. Rotineiramente,usam vários medicamentos, com alta prevalência de
antidepressivos. Também é mais provável que sejam mulheres. Eles têm históricos de acidentes anteriores.
Podem estar moderadamente dementes, passar por situações de vertigem, ter a sensação de posição e
marcha comprometida e estar moderadamente afetados em suas Atividades de Vida Diária. Os indivíduos
que têm uma ou mais dessas características possuem risco mais alto de queda (SPIRDUSO, 2005).
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), algumas atribuições valem ser disseminadas. Os
agentes comunitários de saúde, por exemplo, devem ter a atenção voltada para as pessoas idosas na
área de sua atuação, mantendo o cadastro atualizado, identificando e encaminhando o idoso frágil à
Unidade Básica de Saúde (UBS). Em suas visitas domiciliares às pessoas idosas, conforme
planejamento assistencial, devem priorizar aos indivíduos frágeis ou em processo de fragilização. Além
disso, é importante buscarem a integração entre a equipe de saúde e a população ligada à UBS,
mantendo a equipe informada, principalmente, a respeito dos idosos frágeis. Em contato permanente
com as famílias, precisa também avaliar as condições de risco de quedas observáveis no domicílio.
A avaliação dos riscos de queda abrange, ainda, aspectos biológicos, físico-funcionais, cognitivos e
psicossociais. Portanto, devem ser investigados dados relacionados:
Ao contexto e estrutura das quedas.
Às qualidades clínicas da pessoa idosa, considerando doenças crônicas e agudas presentes.
À medicação usada (prescritas e por automedicação).
O quadro a seguir faz uma síntese dos dados clínicos e diagnósticos prováveis mais comumente
associados a quedas.
 
Imagem: Cadernos de Atenção Básica, n. 19. Brasília: 2006. Pág. 70.
 Quadro. Dados clínicos e diagnóstico de causas que podem levar a quedas. 
Extraído de BRASIL. Ministério da Saúde. ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA PESSOA IDOSA.
Cadernos de Atenção Básica, n. 19. Brasília: 2006. Pág. 70.
ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DE QUEDAS
Algumas estratégias podem ser tomadas para diminuir as quedas e suas consequências junto às
pessoas idosas:
Educação e orientação para o autocuidado.
Uso de dispositivos de órteses auxiliando à marcha (quando necessário), como bengalas, andadores e
cadeiras de rodas.
Verificação criteriosa de medicamentos em uso, evitando-se, por exemplo, as que podem ocasionar
hipotensão postural.
Veja como deve ser feita a adequação do ambiente, seja residência ou local público (BRASIL, 2006):
Arrumar gêneros alimentícios e outros objetos habituais em locais de fácil acesso, evitando-se o
uso de escadas e banquinhos.
Reorganizar o espaço interno na residência, com a aceitação da pessoa idosa e da família.
Instalar iluminação adequada, sinalizador de degraus e corrimãos bilaterais para apoio nas
escadas, assim como remover tapetes no seu início e fim.
Instalar pisos antiderrapantes e barras de apoio nos banheiros com orientação para o banho
sentado na presença da instabilidade postural (não trancar o banheiro).
DICAS PARA EVITAR QUEDAS
1- Use sapatos leves, confortáveis, antiderrapantes, sem saltos, com solados de borracha e ajustados
ao tamanho do pé.
2- Use bolsas com alças transpassadas ao corpo para dividir o peso melhor. Deixe as mãos livres para
se apoiar.
3- Verifique se a ponta de borracha da bengala está desgastada. Troque se for necessário.
4- Faça exames de rotina regularmente. Cuide da visão e da pressão arterial.
5- Meça a densidade óssea. Quedas têm consequências maiores em ossos fracos.
6- Pratique atividades físicas
7- Elimine móveis e passagens com quinas vivas.
8- Não deixe fios cruzando cômodos da casa.
9- Cuidado com animais domésticos. Acostume-os a habitar apenas um espaço da casa.
10- No banheiro, retire prateleiras de vidro e superfícies cortantes e troque o piso por um antiderrapante
11- No caso de queda, vire-se para o lado não machucado, fique em posição confortável e movimente-
se o mínimo possível.
12- Peça socorro médico.
CASA IDEAL PARA IDOSOS
A casa dos idosos, para não ser cenário de quedas, tem direito a atenção especial em sua organização
estrutural. Para se estabelecer um ambiente seguro para pessoas idosas, não são necessários gastos
exorbitantes ou mudanças radicais no domínio da família. Sutis alterações podem ser bastante úteis, de
acordo com o Projeto Casa Segura, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e
Traumatologia.
CASA IDEAL PARA IDOSOS
As quedas dos idosos podem ser evitadas com atenção redobrada à casa e ações cotidianas.
Deixando a casa segura - Dicas gerais
Tiras antiderrapantes no chão
podem evitar escorregões dentro
da área do banho.
Banheiros devem
ganhar barras de
apoio para o banho e o
uso do vaso sanitário.
A casa deve ser organizada
de tal forma que haja
espaço suficiente para uma
mobilidade sem muitos
desvios.
Elimine ou adeque obstáculos em
relevo que possam existir entre os
cômodos.
Não suba em cadeiras
ou escadas para
alcançar armários
altos.
Escadas devem ter degraus
de tamanho adequado e
dispor de corrimãos dos
dois lados.
Instalar tiras antiderrapantes nas
bordas dos degraus é uma opção
para evitar escorregões.
Os espaços de
passagem da casa,
como corredores,
Qualquer líquido derramado
no chão da casa deve ser
limpo imediatamente para
evitar escorregões.
devem ficar livres de
objetos e móveis.
Instale interruptores próximos a
cama. Isso evita que o percurso
até o banheiro ou a porta, por
exemplo, sejam realizados no
escuro.
Objetos usados no
banho devem estar em
local de fácil acesso.
Atenção à iluminação da
casa e ao posicionamento
dos interruptores.
Fios e extensões devem ficar fora
da área de passagem.
Deixe os objetos do
dia a dia em locais
mais acessíveis.
Adeque a altura da cama
para que os atos de deitar e
levantar sejam de fácil
realização.
Evite deixar objetos no chão do
quarto e da casa, pois eles podem
causar quedas.
Sofás e cadeiras muito
baixos devem ser
evitados.
Tapetes podem ser
escorregadios, por isso
devem ser substituídos por
exemplares antiderrapantes.
MUDANÇAS SIMPLES
1- Alimentação adequada é essencial para manter a saúde dos idosos, como o consumo de
cálcio.
2- Ao realizar atividades físicas, o idoso fortalece a musculatura, favorece o equilíbrio e previne
quedas, assim como maiores repercussões físicas ao cair.
3- Utilize sapatos com solados de material antiderrapante.
4- Evite roupas e roupões muito longos, há risco de pisar no tecido e se desequilibrar.
5- Utilize calçados que fiquem bem presos nos pés e que se adequem a forma dos pés.
6- Não ande só de meias.
7- Atenção à ingestão de medicamentos que podem comprometer o equilíbrio.
8- Exames constantes para acompanhar a saúde são importantes para os idosos. Um exemplo é
acompanhar os casos de osteoporose, comuns à fase da vida.
 Casa ideal para idosos. 
Disponível em preveniracidentesemidosos.blogspot.com.br
PROGRAMA DE EXERCÍCIOS
A prática de exercícios físicos também tem se mostrado muito eficiente na prevenção de quedas. Logo,
deverá ser organizado um programa de exercícios como estratégia para evitá-las. A menor capacidade
de trabalho muscular é um dos primeiros sinais da velhice, afetando em última instância a capacidade
laboral, a atividade motora e a adaptabilidade ao ambiente. Os exercícios melhoram a função muscular,
desenvolvem o equilíbrio, a flexibilidade, a coordenação motora e a propriocepção, reduzindo a
frequência de quedas e contribuindo para a manutenção da independência e da melhor qualidade de
vida para os idosos.
Vários benefícios são citados com a prática do exercício físico:
Fortalecimento dos músculos das pernas e costas
Aumento dos reflexos e reações posturais
Melhora da marcha
Aumento da flexibilidade
Manutenção do peso corporal
Diminuição do risco de doenças cardiovasculares
Redução do risco da hipotensão postural
Diminuição da necessidade de medicamentos
Melhora do sono e redução da insônia
Aumentoda autoconfiança nas capacidades físicas
 
Imagem: shutterstock.com
VALE SALIENTAR QUE, ASSOCIADA AOS
EXERCÍCIOS, A INGESTÃO DE NÍVEIS ADEQUADOS
DE CÁLCIO E VITAMINA D TEM SURTIDO MUITO
EFEITO NA DIMINUIÇÃO DA OCORRÊNCIA DE
QUEDAS EM IDOSOS.
Todos esses cuidados possibilitarão à prevenção das quedas. Contudo, a conscientização dos idosos é
fundamental nesse processo e deve ser realizada por meio de orientações sistemáticas, com o intuito de
torná-los mais atentos e cautelosos em relação às quedas. A corresponsabilidade dos idosos garante o
autocuidado associado às várias intervenções sobre seu estilo de vida e representam a chave-mestra da
atuação geriátrica-gerontológica.
PREVENÇÃO DE QUEDAS – FATORES
EXTRÍNSECOS
A especialista Fátima Figueiredo abordará os cuidados com as moradias para idosos na prevenção das
quedas – os fatores de risco extrínsecos relacionados ao ambiente.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. INDEPENDENTEMENTE DA IDADE, TODAS AS PESSOAS CORREM O RISCO
DE CAIR. PORÉM, PARA A PESSOA IDOSA, UMA QUEDA PODE REPRESENTAR
UM PROBLEMA GRAVE, LEVANDO INCLUSIVE A LIMITAÇÕES FUNCIONAIS QUE
ANTES NÃO EXISTIAM. ASSIM, UM IDOSO QUE ERA ATIVO PASSA A DEPENDER
DE CUIDADOS DE OUTRAS PESSOAS. ENTRE AS CONSEQUÊNCIAS DAS
QUEDAS, A FRATURA DE FÊMUR É UMA DAS MAIS GRAVES NAS PESSOAS
COM 60 ANOS OU MAIS. QUAL DAS OPÇÕES ABAIXO NÃO APONTA UMA
CAUSA COMUM DE QUEDAS DOS IDOSOS?
A) Ambiente inapropriado e fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha
B) Tontura/vertigem e alteração postural/hipotensão ortostática
C) Lesão no SNC e síncope
D) Redução da visão
E) Hipertrofia dos músculos dos membros inferiores
2. O EQUILÍBRIO É RESULTADO DA INTERAÇÃO HARMÔNICA DE DIVERSOS
SISTEMAS DO CORPO HUMANO: VESTIBULAR, VISUAL, SOMATOSSENSORIAL
E MUSCULOESQUELÉTICO. CADA SISTEMA POSSUI COMPONENTES QUE,
COM O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO, PODEM SOFRER PERDAS
FUNCIONAIS QUE DIFICULTAM O FUNCIONAMENTO E A EXECUÇÃO DA
RESPOSTA MOTORA RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DO CONTROLE DA
POSTURA E DO EQUILÍBRIO CORPORAL, O QUE, POR SUA VEZ, PODE GERAR
PREJUÍZOS FUNCIONAIS PARA O IDOSO EM DECORRÊNCIA DE QUEDAS E
AUMENTAR OS NÍVEIS DE MORBIDADE E MORTALIDADE NESSA POPULAÇÃO,
COMO CONSEQUÊNCIA DE UMA FRATURA. NESTES CASOS PODEMOS
ASSINALAR VÁRIAS CAUSAS PARA AS QUEDAS, QUE SE DIVIDEM EM
INTRÍNSECAS E EXTRÍNSECAS. PODEMOS AFIRMAR QUE SÃO CAUSAS
INTRÍNSECAS AS SEGUINTES ALTERNATIVAS: 
 
I. IDOSOS COM MAIS DE 80 ANOS E EQUILÍBRIO DIMINUÍDO. 
II. MARCHA LENTA, COM PASSOS CURTOS. 
III. AMBIENTES INSEGUROS E MAL ILUMINADOS, MAL PLANEJADOS E MAL
CONSTRUÍDOS, COM BARREIRAS ARQUITETÔNICAS. 
IV. BAIXA APTIDÃO FÍSICA.
A) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.
B) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
C) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
D) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
E) As afirmativas III e IV estão corretas.
GABARITO
1. Independentemente da idade, todas as pessoas correm o risco de cair. Porém, para a pessoa
idosa, uma queda pode representar um problema grave, levando inclusive a limitações funcionais
que antes não existiam. Assim, um idoso que era ativo passa a depender de cuidados de outras
pessoas. Entre as consequências das quedas, a fratura de fêmur é uma das mais graves nas
pessoas com 60 anos ou mais. Qual das opções abaixo não aponta uma causa comum de quedas
dos idosos?
A alternativa "E " está correta.
 
A ocorrência de uma queda pode ser apenas um acidente, entretanto, também pode indicar problemas
relacionados à saúde do idoso, além de poder causar consequências muito negativas, como redução
das funções, necessidade de hospitalização ou de institucionalização. A causa muito comum é o deficit
de força, mas a hipertrofia muscular aponta um músculo com bom nível de força.
2. O equilíbrio é resultado da interação harmônica de diversos sistemas do corpo humano:
vestibular, visual, somatossensorial e musculoesquelético. Cada sistema possui componentes
que, com o processo de envelhecimento, podem sofrer perdas funcionais que dificultam o
funcionamento e a execução da resposta motora responsável pela manutenção do controle da
postura e do equilíbrio corporal, o que, por sua vez, pode gerar prejuízos funcionais para o idoso
em decorrência de quedas e aumentar os níveis de morbidade e mortalidade nessa população,
como consequência de uma fratura. Nestes casos podemos assinalar várias causas para as
quedas, que se dividem em intrínsecas e extrínsecas. Podemos afirmar que são causas
intrínsecas as seguintes alternativas: 
 
I. Idosos com mais de 80 anos e equilíbrio diminuído. 
II. Marcha lenta, com passos curtos. 
III. Ambientes inseguros e mal iluminados, mal planejados e mal construídos, com barreiras
arquitetônicas. 
IV. Baixa aptidão física.
A alternativa "A " está correta.
 
As causas que provocam as quedas são múltiplas e podem ser agrupadas em fatores intrínsecos e
extrínsecos. Entre os primeiros, encontram-se as alterações fisiológicas pelas quais o idoso passa,
condições patológicas e efeitos adversos de medicações; ou uso concomitante de medicamentos.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudamos, com base em estudos científicos, a figura do idoso e suas relações familiares, apresentando
e discutindo seus direitos. Compreender o indivíduo, seu envelhecimento e papel na sociedade,
relacionando cuidado e autocuidado, possibilitou discutir a presença e o papel do cuidador de idosos,
profissão presente em nosso país. Essas reflexões permitiram enxergar o envelhecimento populacional
no Brasil e as repercussões que o declínio funcional e o tipo de suporte e cuidado do idoso no ambiente
de moradia trazem na qualidade de vida dessas pessoas.
Vimos também que o profissional de saúde deve se fazer presente no processo de envelhecimento,
avaliando as disfunções que acometem a independência do idoso, valorizando a manutenção da função
e o cuidado com o ambiente para a identificação de fatores de prevenção de quedas, assunto que não
pode estar ausente junto à gerontologia.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BENTES, A. C. O.; PEDROSO, J. S.; MACIEL, C. A. B. O idoso nas instituições de longa
permanência: uma revisão bibliográfica. Aletheia n. 38-39. Canoas, 2012.
BRASIL. Casa civil. Estatuto do Idoso. Lei nº10.741, de 1º de outubro de 2003. Consultado na internet
em: 14 abr. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BOFF, L. Saber Cuidar Ética do humano - compaixão pela terra. Rio de Janeiro: VOZES, 1999.
FREITAS, E. V.; PY, L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018. Consultado na internet em: 14 abr. 2021.
NÚMERO de idosos cresce 18% em 5 anos e ultrapassa 30 milhões em 2017. Agência IBGE Notícias,
26 abr. 2018. Consultado na internet em: 28 abr. 2021.
O abandono dos idosos no Brasil. Revista ISTOÉ, 2018. Consultado na internet em: 28 abr. 2021.
ROSSI, E. Envelhecimento do sistema osteoarticular. Einstein, 2008.
SPIRDUSO, W. Dimensões Físicas do Envelhecimento. Barueri: Manole, 2005.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. What are the main risk factors for falls amongst older
people and what are the most effective interventions to prevent these falls? 2004. Consultado na
internet em: 14 abr. 2021.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo:
Busque o Guia prático do Cuidador, publicado em 2008 pelo Ministério da Saúde.
Não deixe de visitar a página do Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia (IPGG) José Ermírio
de Moraes, da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.
Acesse ainda o Portal do Envelhecimento e leia a matéria O idoso e a família nos dias de hoje.
CONTEUDISTA
Fátima Figueiredo da Conceição
 CURRÍCULO LATTES
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