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Prévia do material em texto

Saúde do Idoso
Política Nacional do
idoso.
O idoso no contexto
social.
Processo de
envelhecimento.
Síndromes e doenças
prevalentes.
 
Assistência de enfermagem
ao idoso.
Maus tratos na velhice.
Estratégias de intervenção
na assistência ao idoso.
Legislação do idoso; lei
8842/90, Lei 1948/96, port.
280/97, Lei 10048/00.
 
 
Assistência de
enfermagemdomiciliária
(home care).
Manutenção da
capacidade funcional e
integração sociofamiliar.
Avaliação funcional.
 
Enfermagem em 
Prof. Tácyo Lima
 
 
APRESENTAÇÃO 
O envelhecimento populacional é uma realidade, desta forma, os 
serviços de saúde, bem como os seus 
profissionais, necessitam preparar-se 
para atender à demandas existentes. 
O entendimento do processo de 
alterações orgânicas, morfológicas e 
funcionais que ocorrem com o 
envelhecimento (senescência) e das 
modificações determinadas pelas 
afecções que frequentemente acometem a pessoa idosa (senilidade) é 
fundamental para a prestação de uma assistência de qualidade nos níveis de 
promoção, proteção e recuperação da saúde. 
Este é um material pedagógico que corresponde a disciplina, 
Enfermagem em Saúde do Idoso, tendo uma carga horária de 60 horas/aulas 
do quarto ciclo do curso. Este material do Curso Técnico em Enfermagem, tem 
por objetivo orientar as ações de enfermagem na atenção à Saúde da Pessoa 
Idosa nos diferentes locais de atendimento deste público, apontando 
peculiaridades a serem abordadas, visando um atendimento diferenciado, 
promovendo o máximo da autonomia e independência desta população. 
Sei que a expectativa é imensa em relação à disciplina, imaginando 
quais os conhecimentos serão trabalhados para a aquisição das competências 
para atuar na área de geriatria e gerontologia. Convido-o (a) a folhear o 
manual! Nele irá encontrar os objetivos de aprendizagem referentes ao tema 
que serão trabalhados. 
Com o intuito de qualificar o processo de ensinoaprendizagem, este 
material é um instrumento pedagógico que se constitui como um mediador para 
facilitar o processo de estudo em sala de aula. Embasado em métodos 
dinâmicos e em situações problema que aborda os conteúdos de forma 
participativa, o que desenvolve no aluno o senso critico e facilita o aprendizado 
por meio da metodologia de estudo ativo. 
Espero colaborar para a consolidação do conhecimento e para a 
formação de Técnicos em Enfermagem qualificados para exercer sua prática 
profissional orientada pelo saber técnico, fundamentado no conhecimento 
científico consolidado e capaz de acompanhar os avanços das pesquisas na 
área da saúde. 
 
Allan Tácyo Souza Lima. 
Professor. 
 
SUMÁRIO 
 
 Introdução......................................................................................... 6 
 Epidemiologia.................................................................................... 7 
 Avaliação Multidimensional............................................................... 10 
 Caderneta de Saúde da Pessoas Idosa........................................... 16 
 Comunicação ................................................................................... 21 
 Atividades de Vida Diária.................................................................. 32 
 Depressão......................................................................................... 34 
 Delirium............................................................................................. 40 
 Doença de Alzheimer........................................................................ 44 
 Demências ....................................................................................... 47 
 Quedas ............................................................................................ 51 
 LEI 10.741 -Direito a Vida................................................................ 55 
 LEI 10.741 – Direito a Saúde............................................................ 58 
 Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa................................... 61 
 
 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
 Identificar as alterações fisiológicas que caracterizam o processo de 
envelhecimento. 
 Identificar o idoso no ambiente social. 
 Reconhecer os fatores de risco a saúde e ao bem estar do idoso. 
 Reconhecer as alterações consideradas patológicas no idoso. 
 Conhecer as medidas de promoção da saúde e prevenção de agravos 
ao idoso. 
 Identificar as estratégias de intervenção na assistência ao idoso. 
 Conhecer o estatuto do idoso. 
 Reconhecer a capacidade funcional do idoso. 
 Conhecer os programas de atividades físicas e sociais voltadas para a 
saúde do idoso. 
 Conhecer os cuidados higiênicos respeitando os sentimentos do idoso 
relativos ao pudor. 
 Conhecer as necessidades nutricionais do idoso, levando em 
consideração as suas características pessoais. 
 Descrever medidas de promoção da saúde e prevenção de doenças do 
idoso. 
 Identificar a assistência de enfermagem ao idoso acamado; 
 Conhecer as intercorrências que signifiquem maus tratos. 
 Descrever orientação ao idoso e seus familiares para o auto cuidado. 
 Reconhecer a importância da humanização nos procedimentos de 
enfermagem. 
 Demonstrar respeito o corpo humano de forma holística. 
 
 
 
CONTEÚDO 
 Política Nacional do idoso. 
 O idoso no contexto social. 
 Processo de envelhecimento. 
 Síndromes e doenças prevalentes. 
 Assistência de enfermagem ao idoso. 
 Maus tratos na velhice. 
 Estratégias de intervenção na assistência ao idoso. 
 Legislação do idoso; lei 8842/90, Lei 1948/96, port. 280/97, Lei 
10048/00. 
 Assistência de enfermagem domiciliária (home care). 
 Manutenção da capacidade funcional e integração sociofamiliar. 
 Avaliação funcional. 
 
 
 
 
6 
 
INTRODUÇÃO 
Com o crescimento da população idosa no Brasil é preciso buscar 
soluções para os anseios e necessidades da pessoa idosa, conhecendo de que 
maneira o indivíduo encara a velhice sob o aspecto biopsicossocial, com suas 
esperanças e desilusões, e sua família precisa ser instruída quanto à 
convivência e os cuidados, pertinentes ao idoso. 
A inversão da pirâmide etária nacional, chamada de transição 
demográfica, traz consequências diretas ao sistema de saúde, pois, com a 
população envelhecendo, se faz necessário o desenvolvimento de novas 
estratégias de promoção a saúde, prevenção de doenças, diagnóstico, 
tratamento e reabilitação. 
A redução das taxas de mortalidade é uma conquista da humanidade. 
As explicações para essa inversão são as melhorias do padrão de vida da 
população e o desenvolvimento das forças produtivas, as contribuições da 
inovação médica, os programas de saúde pública, o acesso ao saneamento 
básico e a melhoria da higiene pessoal. 
O Brasil não está preparado para a inversão da pirâmide etária, e são 
indispensáveis mudanças para acolher essa faixa etária que vem acendendo a 
cada dia, no entanto, o mapa epidemiológico de doenças e inaptidões que 
provocam sequelas e são imprescindíveis políticas de saúde que abonem à 
atenção integral a saúde da pessoa idosa. 
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa veio agregar os princípios 
do Sistema Único de Saúde (SUS) que garantem à atenção integral a saúde de 
todas as pessoas, visando requerer a autonomia e a independência dessa faixa 
etária, não exclusivamente na prevenção e controle de agravos, mas também 
sua saúde por completo: mental, física, social e funcional, propiciando assim 
sua autonomia. 
 O Técnico de Enfermagem faz parte da equipe de Enfermagem, e está 
alicerçado pela qualidade da assistência e segurança do paciente, com as 
habilidades necessárias que essa demanda de saúde requer, a fim de garantir 
o bem-estar e qualidade de vida dos idosos. 
Com objetivo de demonstrar a importância da equipe de enfermagem na 
assistência ao paciente idoso, estudaremos as ações para melhorar a 
qualidade de vida, baseando-se na humanização segundo a Política deNacional de Atenção Básica. 
 
 
 
 
 
7 
 
EPIDEMIOLOGIA 
A Transição do Perfil Demográfico e Epidemiológico Brasileiro: 
O Brasil passa por um rápido e intenso processo de envelhecimento da 
sua população. De acordo com dados do IBGE, a expectativa de vida ao 
nascer dos brasileiros tem aumentado progressivamente e, em 2016, alcançou 
uma média de 75,72 anos. 
Uma pessoa nascida no Brasil em 2017 tinha expectativa de viver, em 
média, até os 76 anos. Isso representa um aumento de três meses e 11 dias a 
mais do que para uma pessoa nascida em 2016. Em torno de 29 milhões de 
brasileiros têm 60 anos ou mais, o que equivale a 14,3% da população total 
(IBGE, 2015) e as projeções apontam que, em 2030, o número de idosos 
superará o de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos em cerca de 2,28 
milhões. Em 2050, a população idosa representará cerca de 30% da população 
brasileira, enquanto as crianças, 14%. 
 
À medida que envelhece, a população passa a apresentar um perfil 
epidemiológico diferenciado, caracterizado pelo aumento progressivo da 
prevalência de doenças crônicas não transmissíveis. Contudo, a população não 
envelhece da mesma forma: há pessoas idosas que permanecem 
absolutamente capazes de realizar as suas atividades cotidianas por si 
mesmas, ainda que apresentem doenças crônicas ou outras condições 
importantes de saúde. 
A presença de múltiplos problemas de saúde e a idade avançada não 
implicam, necessariamente, dependência para a realização das suas atividades 
da vida diária, ou dependência funcional. Discriminação etária é a visão 
estereotipada da velhice que pode levar à discriminação contra indivíduos ou 
grupos simplesmente com base em sua idade. Não existe idoso “típico”, nem 
processo de envelhecimento igual para todos. 
Fatores que interferem no processo de envelhecimento: 
 
 
 
8 
 
 Herança genética 
 Ambientes físicos e sociais 
 Condições socioeconômicas 
 Condições culturais 
 Relação familiar 
 Gênero 
 Identidade étnico-racial. 
No Brasil, 30,1% das pessoas com 60 anos ou mais apresentam 
limitação funcional, definida pela dificuldade para realizar pelo menos uma 
entre dez atividades básicas ou instrumentais da vida diária. As atividades da 
vida diária (AVD) são tarefas cotidianas no ambiente onde vivemos, sejam nos 
domicílios ou fora deles, e tarefas de cuidado com o próprio corpo. 
Atividades de vida diária (AVD): 
Atividades instrumentais da vida diária (AIVD) envolvem habilidades 
para administrar o ambiente e aspectos relacionados à gerência da vida, que 
também se relacionam com a integração da pessoa na comunidade. São 
consideradas atividades como administrar as próprias finanças, fazer compras, 
usar o telefone, tomar medicamentos na hora e dose corretos, sair de casa 
sozinho, utilizar vários tipos de transporte e outras atividades que demandam 
atuação familiar, social e na comunidade. 
Atividades básicas de vida diária (ABVD): envolvem os cuidados diários 
com o próprio corpo, como tomar banho, fazer a higiene pessoal, vestir-se, 
alimentar-se, usar o vaso sanitário e ter o controle de fezes e urina (controle 
esfincteriano). 
Além dessas, também compõem as atividades da vida diária: fazer e 
receber visitas; participar de atividades culturais, de recreação e de lazer; 
dirigir; viajar; fazer trabalhos voluntários ou remunerados; participar de 
atividades da vida comunitária e cidadã (reuniões, organizações, associações e 
grupos sociais), sendo denominado Atividade de Vida Diária Avançada. 
A perda de capacidade para a realização de atividades fundamentais 
para a vida diária indica um processo de declínio funcional. O referido guarda 
certa hierarquia: primeiramente a pessoa apresenta dificuldades para realizar 
as atividades mais complexas para, depois, experimentar dificuldades na 
realização das atividades mais básicas da vida diária. 
 6,8% das pessoas idosas possuíam limitação funcional para realizar, 
sozinhas as ABVD 
 17,3% dos idosos possuíam limitação funcional para realizar, sozinhas, 
as AIVD. 
 
 
 
9 
 
A atenção às pessoas idosas considera, principalmente, a limitação 
funcional e o nível de dependência de familiares ou de outros cuidadores para 
o exercício de suas atividades de vida. 
Implicam para uma perspectiva de cuidado de longa duração, a qual traz 
para os sistemas de saúde – público e de assistência suplementar – demandas 
crescentes por procedimentos de média e alta complexidade, por serviços de 
reabilitação e de internação: 
 Maior prevalência das doenças crônicas não transmissíveis 
 Multimorbidades 
 Dinâmica das condições de independência e autonomia 
 As limitações funcionais 
 
Datas Importantes no Envelhecimento: 
15 de Junho – Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa 
Idosa; 
 23 de Junho – Dia Mundial de Prevenção a Quedas; 
26 de Agosto – Dia do Cuidador Voluntário; 
21 de Setembro - Dia Mundial da Doença de Alzheimer; 
01 de Outubro – Dia Internacional da Pessoa Idosa - Instituído pela Lei nº 
11.433 de 28 de Dezembro de 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
10 
 
AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL 
“Relatório Mundial sobre Envelhecimento e Saúde (OMS, 2015) O 
envelhecimento saudável é processo de desenvolvimento e manutenção da 
capacidade funcional que permite o bem-estar na idade avançada”. 
A capacidade funcional, por sua vez, é definida como a interação entre 
os recursos físicos e mentais do próprio indivíduo (a capacidade intrínseca da 
pessoa) e os ambientes (físicos e sociais) em que este indivíduo está inserido, 
para a realização de atividades consideradas importantes para si e para sua 
sobrevivência. 
Aproximadamente 25% da capacidade intrínseca, ou seja, dos recursos 
físicos e mentais das pessoas, na velhice se explica pelos fatores genéticos e 
75% se deve em grande parte aos efeitos acumulados dos hábitos da pessoa e 
aos fatores ambientais a que foi exposta; isto é, há um forte impacto dos 
determinantes sociais no funcionamento da pessoa na velhice (OMS, 2015). 
O envelhecimento é um processo fisiológico (normal) do ser humano e 
universal, pois atinge todos os indivíduos que vivem mais de 60 anos. 
Caracteriza-se por uma perda gradual nas reservas do organismo, com 
aumento do risco de contrair doenças e declínio na capacidade física e mental. 
Vale ressaltar que esse processo, apesar de universal, varia de um 
indivíduo para outro, ou seja, uns envelhecem "melhor" que outros, 
dependendo de fatores genéticos e ambientais. 
Todos que chegam à velhice experimentam as alterações fisiológicas 
(normais) desse processo, o que denominamos SENESCÊNCIA. Por exemplo, 
temos a leve perda auditiva (presbiacusia), diminuição da visão (presbiopia), 
leve alteração da memória, entre outras mudanças que não caracterizam 
doenças. 
Diferentemente da SENESCÊNCIA, o termo SENILIDADE abrange 
processos patológicos (doenças) “típicos da velhice” que podem acometer 
alguns indivíduos, como doença do coração, câncer, demências (por exemplo, 
a Doença de Alzheimer), depressão etc. 
Autonomia X Independência 
As ações e as intervenções de saúde e das demais políticas públicas 
devem ser planejadas, organizadas e implementadas de modo que 
possibilitem às pessoas alongarem o máximo possível a sua independência 
e autonomia, podendo cuidar de si mesmas e realizar atividades 
consideradas importantes para sua sobrevivência, em trajetórias positivas 
de envelhecimento, considerando os múltiplos aspectos que as afetam. 
 
 
 
11 
 
 
 
 
Autonomia 
 
É a habilidade de controlar, lidar e 
tomar decisões pessoais sobre 
como se deve viver diariamente, de 
acordo com suas próprias regras e 
preferências. Exemplo: o idoso 
pode decidir o horário em que vai 
realizar uma refeição; a roupa que 
vai vestir etc. 
Independência 
 
É entendida como a habilidade de 
executar funções relacionadas à 
vida diária, a capacidadede viver 
de forma independente na 
comunidade com alguma ou 
nenhuma ajuda de outrem. 
 
 
Limitações: 
 
 Doenças agudas ou crônicas: 
 Agravos como quedas ou outros acidentes; 
 Questões relativas a processos psicológicos; 
 Situações sociais, econômicas e culturais. 
 
 As quedas são as principais causas de dependências em idosos. 
 Um idoso em processo de depressão também pode levar a um processo 
de dependência. 
 
Observe abaixo o gráfico que demonstra as atribuições dos serviços de 
saúde no que tange aos cuidados com o idoso de acordo com a sua 
capacidade funcional. 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Idoso: Capacidade Funcional Alta e Estável 
 Promoção de hábitos de alimentação saudáveis; 
 Incentivo à realização de atividades físicas; 
 Controle do tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas, 
medicamentos e outras drogas; 
 Promoção de atividades coletivas de socialização; 
 Prevenção de doenças transmissíveis (como as infecções 
sexualmente transmissíveis – IST e as doenças pneumocócicas); 
 Prevenção e controle de doenças não transmissíveis (como diabetes 
e hipertensão); 
 Práticas integrativas e complementares: yoga, meditação e 
acupuntura, entre outras, que oferecem diferentes recursos 
terapêuticos da medicina tradicional e complementar/alternativa. 
 
Idoso em Declínio Funcional 
 Ofertar cuidados que revertam, diminuam ou retardem ao máximo 
possível a continuidade desse curso. 
 
 
 
13 
 
 Além de ações de promoção da saúde e prevenção de agravos e de 
doenças, são necessárias ações de tratamento, reabilitação e 
controle estrito de condições crônicas estabelecidas. 
 Situações agudas que demandem serviços de urgência e 
emergência ou internação hospitalar devem ser acompanhadas 
muito proximamente, em especial no regresso ao lar, pós-alta, para 
prevenir o agravamento do declínio funcional e do quadro geral de 
saúde. 
Avaliação Multidimensional 
Avaliação multidimensional permite a compreensão ampliada e integral 
do estado de saúde de um determinado indivíduo, buscando identificar e 
intervir nas áreas mais comprometidas e que podem afetar sua funcionalidade. 
Dimensões 
 
 
 
 
Dimensão Clínica 
É considerado o histórico de saúde-doença por meio de uma anamnese 
ampliada e centrada no idoso, e o exame físico tradicional, buscando identificar 
a presença de agravos (quedas, hematomas, fraturas etc.), doenças crônicas e 
 
 
 
14 
 
agudas, as intervenções médicas já sofridas ao longo da vida, hábitos, 
antecedentes familiares, a quantidade e os tipos de medicamentos utilizados. 
Dimensão Psicossocial 
Enfatiza os aspectos relacionados à cognição, à memória, ao humor, 
aos comportamentos e à saúde mental de forma geral, atentando tanto para 
situações de sofrimento psíquico quanto de transtornos mentais estabelecidos. 
A avaliação psicossocial compreende o entendimento da dinâmica 
familiar, do suporte familiar e social, de questões econômicas, culturais, 
ambientais, étnico-raciais, de gênero, por tratar de aspectos que 
frequentemente interferem nas condições de saúde das pessoas. 
O desempenho físico e social do idoso depende da integridade de suas 
funções cognitivas e o humor tem uma função indispensável para a 
preservação da autonomia do indivíduo, sendo essencial para a realização das 
atividades de vida diária. 
Depressão e ansiedade são os principais transtornos de humor que 
trazem importantes impactos para a saúde e para a capacidade funcional nas 
idades avançadas, além de serem importantes fatores de risco para o suicídio. 
As mortes relacionadas ao suicídio, no período de 2011 a 2016, foram 
prevalentes entre pessoas com mais de 70 anos (taxa de 8,9/100 mil 
habitantes). 
Fatores que estão associados ao risco de suicídio: 
 Depressão, de outros distúrbios psiquiátricos; 
 Doenças degenerativas que causam dependência ou sofrimentos físicos 
insuportáveis; 
 Perda da autonomia; 
 Isolamento/solidão; 
 Falta de suporte social e inatividade combinados com outros fatores 
como baixa autoestima, abuso de bebidas alcoólicas, vivência em 
ambiente familiar conflituoso, entre outros. 
 
 
 
15 
 
O sofrimento psíquico e os transtornos mentais podem tanto estar ligados a: 
 Causas endógenas. 
 Isolamento. 
 Perdas próximas significativas. 
 Situações de violência. 
 Insegurança ou exploração econômica. 
 Privação de direitos básicos, como ir e vir e fazer suas próprias 
escolhas, por imposições de familiares e/ou outros cuidadores. 
 Estresse e risco de adoecimento de cuidadores. 
Ainda na avaliação psicossocial, é fundamental avaliar sinais de 
comprometimento cognitivo, da comunicação, da memória e alterações 
comportamentais, uma vez que podem ser indicativos da presença de 
demências. 
Demência é um termo genérico que se refere a várias enfermidades, em 
sua maioria progressivas, que afetam a memória e outras capacidades 
cognitivas e comportamentais, interferindo na capacidade das pessoas de 
realizarem suas atividades diárias. 
A doença de Alzheimer é uma das formas frequentes de demência, no 
entanto, existem outras formas comuns como a demência vascular, a demência 
de corpos de Lewy e a demência frontotemporal. 
Dimensão Funcional 
Considera de forma objetiva se uma pessoa é capaz ou não de realizar 
atividades da vida diária. Esta dimensão busca averiguar o grau de dificuldade 
e a necessidade de auxílio de outras pessoas para a realização das atividades 
da vida diária, detectando se são parciais, em maior ou menor grau, ou totais. 
O aspecto funcional da avaliação multidimensional também considera o 
ambiente físico em que a pessoa está inserida, seja na sua própria residência, 
em instituições de acolhimento, no seu bairro ou comunidade, buscando 
identificar os elementos que impõem obstáculos ou promovem condições para 
o desempenho das ABVD e AIVD. 
 
 
 
16 
 
CADERNETA DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA 
Neste capitulo, falaremos de duas 
ferramentas existentes para elaborar planos de 
cuidados relacionados à saúde do idoso. 
Falaremos da avaliação multidimensional, onde 
utilizaremos a caderneta de saúde do idoso e o 
plano singular terapêutico. 
A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é 
um documento que possibilita o rastreio de 
eventos e contextos importantes para a 
identificação das reais necessidades de saúde, 
bem como do potencial de risco e graus de 
comprometimento da autonomia e independência do indivíduo. 
 Autonomia é quando o idoso tem a sua capacidade cognitiva 
preservada, autonomia de escolher os seus afazeres. E independência é 
quando ele não tem necessidade de auxílio para suas atividades de vida 
diárias. A caderneta permite avaliar os graus de autonomia e independência do 
idoso, bem como avaliar os fatores de risco que possam estar contribuindo com 
esses pontos ou a falta deles. 
Aspectos que são avaliados na Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa: 
 Reconstituição do histórico clínico dos indivíduos; ele irá procurar saber 
o histórico clínico do idoso, quais doenças preexistentes ele possui, 
quais são seus hábitos de vida, quais são os seus históricos de doença 
para poder ajudar na construção do seu projeto terapêutico. 
 Condições de saúde; ele irá procurar saber em quais condições esse 
paciente vive, se é um ambiente insalubre, que não possui água 
encanada, um ambiente onde há muito poeira e não há asfaltamento, as 
condições ambientais e econômicas em que aquele idoso está inserido. 
 Identificação de hábitos de vida (alimentação, atividade física e outros); 
fazemos um link principalmente com as doenças crônicas não 
 
 
 
17 
 
transmissíveis, o tabagismo, o etilismo, o sedentarismo, a obesidade. 
São fatores de risco que aumentam as chances de o indivíduo 
desenvolver diabetes, hipertensão ou insuficiência renal aguda. 
 Contextos familiares, sociaise econômicos que possam contribuir para 
melhores ou piores prognósticos; este contexto é avaliado quando 
falarmos do cuidados do idoso, da depressão, fatores que podem 
prejudicar ou não o andamento da saúde desse idoso, se ele é 
aposentado, se possui renda, se vive dependendo da renda de terceiros, 
como é sua relação familiar e com a sociedade, pois todos esses 
critérios trazem possíveis agravos ou não, principalmente à sua saúde 
mental. 
A Caderneta permite o acompanhamento longitudinal, ou seja, por um longo 
tempo. Esse acompanhamento de forma contínua permite a elaboração de 
estratégias e cuidados que se adeque a possíveis alterações no decorrer desse 
processo. A caderneta não é focada em um determinado momento, mas sim 
todo o processo. 
 
 
Avalia 
Condições crônicas como a hipertensão arterial e o diabetes 
mellitus; 
Monitorar dados antropométricos como peso, índice de massa 
corporal e o perímetro da panturrilha. 
A caderneta permite a orientação dos indivíduos para o autocuidado, na 
medida em que a pessoa idosa pode visualizar e registrar sua própria trajetória 
de saúde, tomando decisões para alterá-la ou mantê-la da melhor forma 
possível. Uma das possíveis vantagens da caderneta é proporcionar ao 
paciente este autocuidado, através do seu poder de ser longitudinal, avalia todo 
o processo, todas as etapas do histórico de saúde do idoso. Possibilitando a 
percepção de uma melhora ou piora na saúde do idoso. 
A caderneta permite aos familiares e cuidadores qualificação do cuidado diário 
para: 
 
 
 
18 
 
 Prevenção de doenças e agravos; pois traz diversas informações. 
 Orientações sobre prevenção de quedas; muito importante para os 
idosos. 
 Vacinação; quais são as vacinas e o momento adequado de se 
vacinarem. 
 Alimentação saudável; quais são os melhores alimentos para a dieta. 
 Saúde sexual; é necessário orientar pois os idosos possuem as vezes 
mais de um parceiro, e a idade média da vida sexual ativa tem 
aumentado. Por isso, a importância de informar as necessidades e os 
riscos. 
 saúde bucal. Muito importante pois os idosos possuem maior fragilidade, 
com muitas perdas dentárias. A má higienização pode desencadear 
inclusive doenças cardíacas. Por isso, contamos com odontólogos na 
estrutura básica. 
A avaliação multidimensional deve se dar, inicialmente, no nível da atenção 
primária, mas espera-se que possa ser realizada em todos os pontos de 
atenção da RAS. Cuidado! As provas costumam falar que a avaliação 
multidimensional acontece apenas/ exclusivamente na fase primária, mas não, 
ELA SE INICIA NA FASE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA, MAS CONTINUA POR 
TODOS AS OUTRAS FASES. 
A Caderneta, por ser um documento que fica com a pessoa idosa, favorece 
a comunicação entre as diferentes equipes dos pontos de atenção das RAS – 
Redes de Atenção à Saúde, uma vez que permite o registro de todas as 
informações importantes a respeito do indivíduo e sua trajetória clínica, 
psicossocial e funcional. 
É possível registar o aspecto clínico, doenças que aquele idoso tem 
(hipertensão, diabetes, insuficiência renal, déficit auditivo ou visual), ele já foi 
internado, possui alguma fratura, possui depressão, faz tratamento. 
Na trajetória psicossocial, ele já fez algum acompanhamento com terapeuta, 
frequenta o psiquiatra, faz uso de ansiolíticos, tem um bom convívio com a 
 
 
 
19 
 
família, como é a relação dele com a família e com a sociedade, com quantas 
pessoas ele mora, é casado, separado ou viúvo. 
 No aspecto funcional, será avaliado se ele tem independência e 
autonomia. Ou se ele tem uma dependência, mas não é total, é uma 
dependência parcial. Depende de uma supervisão de terceiros, mas consegue 
realizar suas atividades sozinho. Ou depende totalmente de um terceiro para 
realizar suas atividades. A caderneta possibilita ver todos esses pontos, 
inclusive a evolução, se um mês atrás ele não dependia de ninguém e agora 
depende. Porque isso aconteceu. Esta é a chamada avaliação longitudinal. 
Considerando que as condições de saúde da pessoa idosa e sua 
capacidade funcional podem ser alteradas, no acompanhamento realizado, é 
necessário observar a necessidade de repetir a avaliação multidimensional, 
buscando identificar fatores e sinais que possam indicar o risco de declínio 
funcional. 
Repetir a avaliação multidimensional, significa realizar uma avaliação 
longitudinal. Ao refazer a avaliação multidimensional, é possível encontrar 
novos dados que possibilitarão uma reconstrução do projeto terapêutico. 
Projeto Terapêutico Singular (PTS) 
O PTS pode ser definido como uma estratégia de cuidado que articula 
um conjunto de ações resultantes do diálogo e da construção coletiva de uma 
equipe multidisciplinar. 
Um dos grandes desafios do projeto terapêutico singular é a 
necessidade da equipe multidisciplinar, ou seja, vários profissionais diferentes 
montando uma visão macro do processo para que seja traçada a melhor 
estratégia, o melhor planejamento. É necessária a visão do médico, do 
enfermeiro, do agente de saúde, do odontólogo, do técnico de enfermagem, do 
nutricionista, do fisioterapeuta, do assistente social para traçar um plano 
adequado para cada indivíduo. 
 
 
 
20 
 
Deve levar em conta as necessidades, as expectativas, as crenças e o 
contexto social da pessoa ou do coletivo para o qual está dirigido. 
Desafio: 
Maior articulação entre os profissionais e a utilização de reuniões de 
equipe como um espaço coletivo e sistemático de encontro, reflexão, 
discussão, compartilhamento e corresponsabilização das ações com a 
horizontalização dos poderes e conhecimentos. O maior desafio é conseguir 
reunir todos os profissionais e harmonizar as considerações de todos eles, 
através de reflexões e discussão. Todos são responsáveis pelo projeto 
terapêutico. 
O PTS deve prever intervenções no campo clínico, psicossocial e 
funcional que permitam preservar ou recuperar a autonomia e a independência, 
bem como identificar eventos que possam indicar riscos de piora nas condições 
gerais dos indivíduos. 
Etapas do PTS: 
1. Avaliação: histórico e avaliação das condições clínicas, psicossociais e 
funcionais do paciente (Estado de saúde, Estado funcional, Estado 
cognitivo, Ambiente). 
2. Planejamento do cuidado: elaborar ações a serem executadas (Listagem 
de problemas, Metas dos serviços de curto, médio e longo prazo, 
Organização dos serviços). 
3. Coordenação e Implementação de soluções: implementar as ações 
planejadas (fase de execução do plano). 
4. Monitorização e Avaliação do plano de Cuidados: se as ações estão 
sendo executadas como planejado (monitoramento contínuo, r flexíveis 
e adaptáveis às mudanças, periódico, propiciar a adequação do 
planejamento inicialmente estabelecido). 
 
 
 
 
 
 
21 
 
COMUNICAÇÃO – LINGUAGEM 
Nesse modulo trataremos sobre o processo de comunicação com o 
idoso: quais são os principais aspectos que devem ser abordados pelo 
profissional de saúde quando se discute o processo de comunicação com o 
idoso? Quais são os aspectos avaliados quanto à linguagem, à audição, à fala, 
à comunicação não verbal? Esse processo é muito importante no cuidado, na 
prevenção e na promoção da saúde da pessoa idosa. Um dos cuidados de 
prevenção refere-se à questão da depressão, tema de uma das aulas sobre a 
saúde da pessoa idosa. 
Aoabordar da comunicação com a pessoa idosa, primeiramente, 
pergunta-se: o que é a comunicação? A comunicação é considerada uma 
necessidade fundamental, cuja satisfação envolve um conjunto de condições 
biopsicossociais. 
Abordar-se-á as dimensões da comunicação no caso da pessoa idosa. 
Observa-se que existem cinco dimensões envolvidas no processo de 
comunicação. Essas dimensões estão ligadas aos fatores biológicos e 
fisiológicos, mas também aos fatores sociais e religiosos, interferindo no 
processo de aproximação de comunicaçãoentre paciente e idoso. 
A comunicação é mais do que uma troca de palavras, trata-se de um 
processo dinâmico que permite que as pessoas se tornem acessíveis umas às 
outras por meio do compartilhamento de sentimentos, opiniões, experiências e 
informações. Isto é, compartilhar, junto com a pessoa idosa, as questões 
relacionadas à sensação de tristeza, de alegria ou de medo. No que se refere à 
questão das opiniões, deve-se respeitar as opiniões da pessoa idosa, até 
porque as opiniões e as experiências vão estar ligadas a questões culturais. Há 
experiências vividas em cada época, em cada curso de vida do paciente. 
Então, quando se fala em um processo dinâmico, o que se destaca é que cada 
idoso vai exigir um processo de comunicação diferente. O processo não é 
estático, nem homogêneo. Ou seja, a depender das características da criação 
cultural, religiosa e educacional desse idoso, desenvolve-se a linguagem 
correta para esse paciente. 
 
 
 
22 
 
Ademais, a comunicação é essencial na área de saúde, pois, por meio 
dela são obtidas informações valiosas para a condução terapêutica. Quando o 
enfermeiro vai executar a Sistematização da Assistência à Enfermagem (SAE), 
o primeiro passo é o levantamento do histórico de enfermagem. Isso é feito 
através da anamnese, etapa importante porque é nesse momento que se 
conversa com o idoso e se coleta informações sobre a sua história pregressa 
de saúde – individual e familiar –, bem como sobre a sua história pregressa 
educacional, colhendo informações sobre o seu processo de saúde atual. 
Então, procura-se saber quais são as suas doenças, as suas comorbidades, o 
seu estilo de vida, as suas condições de moradia, as suas condições 
financeiras e educacionais. Todas essas informações, juntamente com o 
exame físico, facilitam o raciocínio clínico para que seja possível planejar os 
cuidados do paciente. Portanto, é fundamental uma boa comunicação, com o 
intuito de obter o maior número de informações valiosas para o planejamento 
clínico de saúde. 
A comunicação vai além da fala – ela utiliza outros recursos: a escrita, 
as expressões faciais, o corpo e a postura corporal, a distância mantida entre 
as pessoas, a capacidade e o jeito de tocar e o silêncio em uma conversa. A 
escrita pode ser utilizada na aproximação com o paciente, através de palavras, 
de desenhos, de frases ou de um poema. Através do recurso da escrita, é 
possível se comunicar e se expressar, quando, por exemplo, o idoso tem um 
processo de comunicação ineficaz devido à fala. Então, nesse caso, utiliza-se a 
escrita para se aproximar desse paciente. 
Outro recurso comunicativo usado é a expressão facial. Com o objetivo 
de identificar possíveis diagnósticos, o desafio é saber identificá-la. Através 
dela é possível saber se o paciente está sentindo dor, através do choro é 
possível detectar ansiedades e medos, além de possíveis angústias do 
paciente. Essa expressão se estende, também, para o corpo. Enquanto fala, o 
interlocutor pode estar gesticulando, movimentando os braços e a cabeça. O 
idoso pode expressar-se através de movimentos, tais como: aceno de sim ou 
de não com a cabeça ou, ainda, aceno de talvez, quando ele ergue os ombros. 
Logo, através da expressão corporal, estabelece-se a comunicação. De igual 
 
 
 
23 
 
modo, a comunicação dá-se por meio da postura corporal: seja uma postura 
mais ereta ou mais curvada; seja a preferência em ficar sentado ou se ele 
marcha adequadamente. Esses elementos levam a um raciocínio de que o 
paciente possui um estilo de vida não sedentário, faz atividade física, possui 
uma boa mobilidade (ou não). 
No processo de linguagem, há, ainda, a questão da distância que se 
mantém entre o profissional de saúde e o paciente. Quando há a possibilidade 
de um contato mais próximo, outro tipo de linguagem é praticado: a capacidade 
do toque. Assim, quanto mais perto o profissional de saúde fica do paciente, 
mais ele consegue tocá-lo e fazer com que ele tenha uma sensibilidade tátil. 
Essa aproximação gera confiança, que, por sua vez, gera informação. Se no 
processo de comunicação são gestadas a confiança e a segurança, o idoso 
consegue expor mais as suas angústias, os seus processos de saúde e de 
doença. 
Por fim, tem-se o silêncio, que também é uma forma de comunicação. O 
silêncio é uma forma de estar falando um sim ou um não, aceitando ou 
desconcordando com o que o idoso está falando. 
Portanto, além da fala, há esses processos de comunicação com o 
idoso: escrita, expressões faciais, movimentação do corpo, postura corporal, 
gestos, distância corporal, capacidade de tocar e o silêncio. 
 
Abaixo, consta uma lista de procedimentos para que a comunicação com 
a pessoa idosa aconteça e seja mais efetiva, buscando conquistar a confiança 
 
 
 
24 
 
do idoso e tornar a distância entre paciente e profissional de saúde a menor 
possível. 
1) Use frases curtas e objetivas; 
2) Chame-o pelo próprio nome ou da forma como ele preferir; 
3) Evite infantilizá-lo utilizando termos inapropriados como “vovô”, 
“querido”, ou ainda, utilizando termos diminutivos desnecessários 
(“bonitinho”, “lindinho” etc.); 
4) Pergunte se entendeu bem a explicação, se houve alguma dúvida; 
5) Repita a informação, quando essa for erroneamente interpretada, 
utilizando palavras diferentes e, de preferência, uma linguagem mais 
apropriada à sua compreensão; 
6) Fale de frente, sem cobrir sua boca e, não se vire ou se afaste enquanto 
fala; 
7) Aguarde a resposta da primeira pergunta antes de elaborar a segunda, 
pois a pessoa idosa pode necessitar de um tempo maior para responder; 
e 
8) Não interrompa a pessoa idosa no meio de sua fala, demonstrando 
pressa ou impaciência. É necessário permitir que ele conclua o seu 
próprio pensamento. 
As cinco dimensões do processo de comunicação com a pessoa idosa são: 
a dimensão biológica, a dimensão fisiológica, a dimensão social, a dimensão 
cultural e a dimensão espiritual. Identifica-se aqui quais as principais 
características de cada dimensão no processo de comunicação. 
 
 
 
 
25 
 
São dimensões biológicas e fisiológicas: 
 
Os critérios da dimensão psicológica são: 
 
As características avaliadas na dimensão social são: 
 
Na dimensão espiritual e cultural, leva-se em consideração: 
 
Durante o processo de envelhecimento ocorre a diminuição das 
capacidades sensório-perceptivas, que pode afetar a comunicação das 
pessoas idosas. 
 Tais alterações são manifestadas pela diminuição da capacidade de 
receber e tratar a informação proveniente do meio ambiente. 
Os idosos muitas vezes tardam em perceber, aceitar e tratar suas 
dificuldades e, em consequência disso, acabam se afastando do convívio 
familiar e social para evitar situações constrangedoras. 
 
 
 
26 
 
Se não forem adequadamente administradas, as falhas na comunicação 
com a pessoa idosa poderão levar ao isolamento do indivíduo, resultando na 
depressão, por exemplo. 
Abordaremos agora as alterações sensório-motoras do idoso, como a 
audição, a visão, a fala, a comunicação não verbal, a identificação de maus-
tratos. 
Durante a senescência, normalmente, há uma diminuição das 
capacidades sensório- -perceptivas e o idoso tem uma dificuldade de aceitar e 
comunicar essa situação, que, muitas vezes, o leva ao isolamento, podendo, 
inclusive, desencadear processos depressivos. 
Durante o processo de envelhecimento, ocorre a diminuição das 
capacidades sensório- -perceptivas, que pode afetar a comunicação das 
pessoas idosas. 
Tais alterações são manifestadas pela diminuição da capacidade de 
receber e tratar a informação proveniente do meio ambiente. Então, o idoso 
tem as alterações sensório-perceptivas que afetam a comunicação e essa 
diminuição é natural do processo de envelhecimento. 
Os idosos, muitas vezes, tardam em perceber, aceitar e tratar suas 
dificuldades e, em consequênciadisso, acabam se afastando do convívio 
familiar e social para evitar situações constrangedoras. 
Se não forem adequadamente administradas, as falhas na comunicação 
com a pessoa idosa poderão levar ao isolamento do indivíduo e desencadear 
um processo de depressão. 
Audição: 
 A deficiência auditiva gera no idoso um dos mais incapacitantes 
distúrbios de comunicação, impedindo-o de desempenhar plenamente o seu 
papel na sociedade. Assim, os distúrbios de comunicação podem ser gerados 
por uma deficiência auditiva, sendo comum observarmos o declínio da audição 
acompanhado de diminuição na compreensão da fala por parte do idoso, 
dificultando sua comunicação com outrem. 
É comum que à medida que se tem diminuição da audição do idoso, 
tenha-se, também, uma diminuição da compreensão da fala. Se possui 
dificuldade em ouvir, possui dificuldade em entender; muitas vezes, o paciente 
com déficit auditivo possui diminuição da compreensão da fala. Em razão 
disso, é importante falar em frente à pessoa que possui problemas auditivos, 
para que ela possa realizar a leitura labial da articulação das palavras. 
Algumas medidas simples que podem auxiliar a comunicação com as 
pessoas idosas que possuem declínio auditivo são: 
 
 
 
27 
 Evite ambientes ruidosos que possuam televisão ou rádio ligados, às 
vezes aquele barulho excessivo de uma construção ou barulhos de 
muitos carros, por exemplo. É importante a utilização de ambientes 
calmos e tranquilos. Evite submeter as pessoas idosas a situações 
constrangedoras, quando essas não entenderem o que lhes foi dito ou 
pedirem para que a fala seja repetida. Exemplo: Pede-se para um 
paciente, com déficit auditivo (fato conhecido), participar de um grupo 
operativo que terá uma palestra em um ambiente aberto e nessa 
palestra ele não consegue identificar muito bem a questão da 
comunicação devido a um déficit auditivo. Quando eles não entenderem 
o que foi dito, é necessário pedir para que seja repetido. 
 Procure falar de forma clara e pausada e aumente o tom de voz 
somente se isso realmente for necessário. 
É importante procurar falar de forma clara e pausada, para que o paciente 
com déficit auditivo possa ler a articulação das palavras, fazendo uma leitura 
labial. Ele pode ter um processo de audição difícil e prejudicado, mas um 
processo visual adequado com uso de correção, como óculos, e enxergar 
muito bem. 
 Fale de frente, para que a pessoa idosa possa fazer a leitura labial. 
Voz: 
Com a voz, a pessoa se faz ouvida e respeitada, garantindo seu lugar na 
sociedade. Então, é a voz que o idoso impõe, a entonação, a altura da voz da 
pessoa que faz ela ser ouvida e respeitada. Então, é importante verificar se ele 
tem a preservação dessa percepção sensorial. 
A alteração vocal é inerente à idade e deve ser compreendida como 
parte do processo de envelhecimento normal do indivíduo e não como um 
transtorno, embora, muitas vezes, seja difícil estabelecer o que é normal e o 
que é doença. 
É normal que o idoso diminua o tom de voz, tenha uma voz mais 
arrastada e baixa, porque é inerente à idade. As pregas/cordas vocais que são 
as responsáveis pela emissão do som e da voz. Com o tempo, as musculaturas 
dos idosos ficam mais relaxadas e se tornam mais fracas e, com isso, tem-se o 
processo de voz lentificado e diminuído. 
Minimizando Alterações: 
Quais são as ações que se pode propor para o idoso para minimizar 
alterações na voz? 
1. Evitar gritar ou falar com esforço; 
2. Evitar competir com outras vozes ou ruídos do ambiente; 
 
 
 
28 
3. Evitar falar durante caminhada intensa, corrida ou ginástica, pois isso 
dificulta a respiração solta e livre; 
4. Articular bem as palavras; 
5. Verificar a necessidade e condições de próteses dentárias e/ou 
auditivas; 
6. Fazer atividades que estimulem o uso da voz como a conversação e o 
canto; 
7. Beber água quando falar muito ou cantar, pois a água hidrata o corpo e 
faz as pregas vocais funcionarem melhor; 
8. Evitar o pigarro e a tosse, exceto quando for reação a algum distúrbio; 
9. Manter uma alimentação saudável; 
10. Evitar álcool em excesso e cigarro; 
11. Evitar mudanças bruscas de temperatura; 
12. Diminuir a distância entre os falantes; 
13. Falar em ambiente iluminado para facilitar a leitura labial; e 
14. Manter o convívio social e familiar minimiza alterações na voz. 
Linguagem: 
O tipo de linguagem que estabelecemos com os idosos é definido a 
partir da observação da sua habilidade cognitiva e de seu nível de orientação, 
considerando seus déficits sensoriais e o uso de medicações. 
Quando se fala em processo de linguagem, seja a linguagem falada, 
escrita ou a corporal, tem-se que levar em consideração o processo cognitivo, 
ou seja, saber se ele possui um processo de memória preservado, se possui 
um processo emocional envolvido, se consegue fazer cálculos, se possui 
compreensão matemática, de português, geografia, história e qual o nível 
educacional desse paciente. Levar em consideração, além do nível cognitivo, 
qual o seu nível de orientação. Isso, muitas vezes, está relacionado à sua 
cultura, à experiência de vida e ao seu nível de escolaridade. Então, o 
processo de linguagem é muito importante durante o processo de 
comunicação. 
É necessário avaliar o contexto e individualizar as informações; não é 
toda pessoa que tem diminuição na capacidade auditiva ou que pensa mais 
lentamente. Isso quer dizer que a comunicação é dinâmica, tem-se que 
respeitar as peculiaridades, as individualidades. A linguagem que se terá com o 
idoso que mora, por exemplo, numa instituição de longa permanência é 
diferente da linguagem do idoso que mora sozinho e do que mora com a 
família. Com isso, é necessário levar essas individualidades e peculiaridades 
para o processo de comunicação. 
Se por um lado as pessoas idosas podem apresentar algumas 
dificuldades na comunicação verbal, por outro elas podem estar muito atentas 
e treinadas na decodificação da comunicação não verbal, por já terem 
vivenciado inúmeras experiências ao longo da vida. 
 
 
 
29 
Essas experiências possibilitam ao idoso saber mais a linguagem não 
corporal ou a interpretar melhor as expressões sociais do profissional, da 
família, a questão dos gestos utilizados e a postura. Então, essas questões, às 
vezes, são mais bem interpretadas do que a linguagem verbal. Para alguns 
idosos, a decodificação da comunicação não verbal é mais fácil devido às suas 
experiências acumuladas ao longo da vida. 
O profissional deve estar atento à sua postura corporal, à forma como 
toca a pessoa e à emoção ou ao sentimento expresso durante o atendimento. 
O idoso pode ter uma compreensão não verbal muito boa, então, se 
transparecer que está inquieto, apressado, que possui outro paciente, se 
expressar sua emoção, que não está satisfeito com o que está fazendo 
naquele atendimento, vai resultar em um processo de distanciamento, porque 
será possível interpretar a sua comunicação não verbal. 
A pessoa idosa pode ter perdido a capacidade de escrever, falar, ler ou 
entender o que os outros dizem em consequência de alterações neurológicas. 
A falta dessas habilidades prejudica o seu desempenho social, comprometendo 
a sua identidade, autoestima e qualidade de vida. 
A questão de não entender a linguagem ocasiona uma perda de 
identidade, fazendo com que o idoso não se reconheça mais e, com isso, não 
conseguirá entender qual é o seu papel na sociedade, na família e no trabalho. 
Isso leva a uma autoestima diminuída, uma vez que o idoso não consegue 
compreender a sua importância dentro do processo de saúde, levando a uma 
qualidade de vida diminuída e, consequentemente, ao isolamento social e à 
depressão. Assim, quando se perde esse processo de escrever, falar, ler ou 
entender, ocasiona uma perda de identidade, autoestima e qualidade de vida. 
O que pode auxiliar no processo de comunicação? 
1. Falarmais pausadamente; 
2. Não mudar o assunto bruscamente; 
3. Utilizar gestos e objetos enquanto fala ou orienta; 
4. Estimular a manutenção de hábitos sociais, atividades profissionais e/ou 
cotidianas; 
5. Estimular a participação nas decisões familiares; e 
6. Executar atividades que estimulem a linguagem. 
Comunicação Não Verbal: 
Às vezes, o idoso que não consegue ler, entender e compreender, mas 
consegue, através da comunicação não verbal, expressar tudo aquilo que ele 
sente e pensa. A comunicação não verbal é tudo aquilo que a pessoa sente, 
pensa e expressa por meio de sua movimentação corporal, gestos e postura. 
Objetivo: 
 
 
 
30 
O objetivo da comunicação não verbal é completar, substituir ou contradizer a 
comunicação verbal, além de demonstrar os sentimentos das pessoas. Às 
vezes se quer dizer uma coisa e está com uma expressão facial totalmente 
contrária, contradizendo-se. Quando se fala em expressão facial, muitas vezes, 
trata-se de demonstrar sentimentos. Então, a comunicação não verbal 
completa substitui ou contradiz a comunicação verbal. 
Distância: 
A distância mantida entre as pessoas ou espaço interpessoal representa 
outra dimensão da comunicação não verbal. No processo de comunicação, 
essa "distância" não deve ser ultrapassada sem permissão, pois pode provocar 
reações de defesa, tais como: 
1. Desviar os olhos e virar a cabeça; 
2. Virar o corpo em outra direção; 
3. Enrijecer a musculatura; 
4. Cruzar os braços; 
5. Dar respostas monossilábicas às questões feitas; e 
6. Afastar-se, se o espaço permitir. 
Ambiente: 
É importante considerar as necessidades das pessoas idosas em 
delimitarem seu próprio espaço e o meio em que ele vive. Por exemplo, por 
meio do ambiente, o idoso sabe demonstrar que aquele momento é dele. Às 
vezes, ele utiliza de imagens religiosas, da Bíblia ou de algum objeto específico 
para se comunicar ou se expressar de como ele se sente. Por meio do 
ambiente, a pessoa idosa também pode expressar o que ele valoriza – 
quadros, imagens, animais, plantas – que pode propiciar o início de um diálogo, 
quebrando-se algumas resistências. 
Quando se faz uma visita ao idoso e a casa dele possui bastante 
plantas, observando-se isso, já é possível iniciar uma comunicação não verbal, 
em que ele está demonstrando o que gosta, sobre os aspectos e assuntos que 
provavelmente vai gostar de conversar. 
Então, na linguagem, a primeira barreira ou distância a ser quebrada é a 
observação do ambiente que, muitas vezes, traz uma comunicação não verbal. 
Assim, por exemplo, se ele possui muitos artigos religiosos, esportivos ou de 
cozinha, é através da observação desse ambiente que se inicia a comunicação, 
porque o ambiente traz uma comunicação não verbal. 
Toque: 
O toque pode demonstrar a intenção e a valorização que se dá à pessoa 
a quem está sendo tocada. As mensagens transmitidas pelo toque são 
influenciadas: 
 
 
 
31 
1. Duração do contato; 
2. Pela região tocada; 
3. Pela intensidade e frequência do toque; 
4. Pela velocidade de aproximação. Está relacionada à duração do toque; 
5. Pela resposta provocada, tanto por quem toca quanto por quem é 
tocado. 
Identificando Sinais de Maus-Tratos: 
A pessoa idosa encontra, muitas vezes, dificuldades em verbalizar que 
sofre maus-tratos, negligência ou alguma outra forma de violência intrafamiliar. 
Muitas vezes, o cuidador ou a pessoa da família é quem faz essa forma de 
violência e está ao lado do idoso. Por isso que, durante o processo de 
comunicação, falou-se da questão dos fatores sociais, das dimensões e, em 
relação à dimensão social, observar onde ele está e o ambiente. 
Em muitos casos, o idoso demonstra medo ou ansiedade na presença 
do cuidador ou de familiar. Deve-se observar, durante a comunicação, se o 
idoso possui medo ou ansiedade em conversar, se ele impõe muita distância e 
é importante observar se isso não é devido à presença do cuidador ou familiar. 
Os maus-tratos podem ser identificados por meio da observação de lesões, 
equimoses, úlceras de decúbito, desidratação ou ainda nas demonstrações de 
não aceitação em responder às perguntas relacionadas ao assunto violência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES 
 
 
 
 
 
32 
 
ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA 
Perfil de Funcionalidade do Idoso: 
Considerando a heterogeneidade dos processos de envelhecimento, a 
necessidade de planejar e organizar as respostas que precisam ser dadas pelo 
sistema de saúde, de acordo com os níveis de funcionalidade apresentados 
pelas pessoas idosas, apresenta-se a estratificação de três perfis de 
funcionalidade. 
Perfis de Funcionalidade do Idoso: 
1. Pessoas idosas independentes e autônomas para realizar as atividades 
da vida diária. 
2. Pessoas idosas com necessidade de adaptação ou supervisão de 
terceiros para realizar as atividades da vida diária. 
3. Pessoas idosas dependentes de terceiros para realizar as atividades da 
vida diária. 
Atividades de Vida Diária: 
 
AVDs Básicas 
Trata-se da capacidade do indivíduo de: 
1. Alimentar-se; 
2. Banhar-se; 
3. Vestir-se; 
4. Mobilizar-se; 
 
 
 
33 
5. Deambular; 
6. Ir ao banheiro; 
7. Continência fecal e urinária. 
As AVDs Básicas podem ser divididas em duas categorias: 
Vegetativa Simples Influenciada pela Cultura e 
Aprendizado 
Transferência 
Continência 
Alimentação 
Banhar-se 
Vestir-se 
Ir ao banheiro 
 
Gravidade do Declínio Funcional: 
1. Independência: 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________________________________________________ 
2. Semidependência: 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________________________________________________ 
3. Dependência incompleta: 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________________________________________________ 
4. Dependência completa: 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________________________________________________ 
 
 
ANOTAÇÕES 
 
 
 
 
 
34 
DEPRESSÃO 
A depressão em idosos é um assunto bastante recorrente na assistência 
de enfermagem, além de ser muito comentado na sociedade, porque dentre as 
doenças crônicas não transmissíveis, sabe-se que as doenças mentais são as 
principais doenças que acometem a população. 
Depressão e ansiedade são os principais transtornos de humor que 
trazem importantes impactos para a saúde e para a capacidade funcional nas 
idades avançadas, além de serem importantes fatores de risco para o suicídio. 
Observa-se que, muitas vezes, o índice de suicídios em idosos é quase 
proporcional ao número de suicídios em jovens. 
Quais são os aspectos que levam a essa depressão e que têm como 
consequência o suicídio? Quais são as características que essa depressão 
manifesta? Quais são os sintomas do idoso depressivo? 
Um estudo desenvolvido nos anos 90 apontou a depressão como a 
quarta causa específica de incapacitação em idosos. 
Muitas vezes o idoso que está em um quadro depressivo não consegue 
executar as suas atividades básicas, instrumentais ou avançadas da vida 
diária, principalmente essas duas últimas, que estão relacionadas aos 
processos intradomiciliar e extradomiciliar. Nas avançadas, que são aquelas de 
relações sociais e interpessoais, o paciente depressivo muitas vezes possui 
uma dificuldade no processo de relação interpessoal e se isola. Esse 
isolamento leva, também, à dificuldade em arrumar a casa ou de fazer a 
própria comida, por exemplo. Assim, a depressão está relacionada à questão 
da incapacitação. 
Em 2020, a depressãofoi a segunda causa de incapacitação nos países 
desenvolvidos e a primeira causa nos países em desenvolvimento. Nos anos 
90, era a quarta causa específica de incapacitação. Observa-se uma 
progressão durante os anos na década de 90 e a projeção para 2020. 
Nos países desenvolvidos se fala em segunda causa porque a primeira 
causa é a demência. A prevalência da doença na população em geral varia de 
3 a 11% e é duas vezes maior entre as mulheres do que entre os homens. 
Nas instituições de longa permanência, cerca de 50% (cinquenta por 
cento) dos residentes são portadores de algum problema psiquiátrico, sendo 
que os quadros demenciais são os mais comuns, seguidos por problemas 
comportamentais e de depressão. 
A metade dos idosos moradores de abrigos, também conhecidos como 
asilos, possuem um processo demencial que, juntamente com as quedas, são 
as principais causas de internação de idosos, além da incontinência urinária. 
 
 
 
35 
As demências levam à internação, então, assim, a metade dos idosos 
têm um quadro demencial ou um processo de alteração comportamental, que 
engloba a ansiedade e a depressão. 
A depressão é mais frequente nos anos que precedem a 
aposentadoria, diminui na década seguinte e, outra vez, sua prevalência 
aumenta após os 75 anos. 
Normalmente, quando o idoso se aposenta, ele não faz um 
planejamento e, quando isso ocorre, ele sofre as consequências da diminuição 
das relações interpessoais. Muitas vezes, a depressão acontece nessa fase e o 
idoso também não se planeja em relação à questão financeira, já que durante a 
aposentadoria o seu rendimento normalmente diminui. 
Como o idoso não se programa para todos esses fatores, ele entra em 
um quadro de isolamento e de ansiedade que o leva ao quadro depressivo. 
Esse quadro geralmente melhora quando ele começa a se acostumar; no 
entanto, após os 75 anos, novamente o quadro depressivo chama atenção, 
principalmente por causa das perdas familiares e de amigos. 
A depressão é a doença psiquiátrica mais comum que leva ao suicídio, e 
os idosos formam o grupo etário que mais se suicida, conforme informação do 
Caderno de Atenção Básica n. 19, de tratamento ao idoso. Os idosos 
costumam utilizar os meios mais letais, ainda que não se possa ignorar os 
chamados suicídios latentes ou passivos (abandono de tratamento e recusa 
alimentar, por exemplo). 
Estima-se que a maioria (75%) das pessoas que se suicidam tiveram 
consulta com seu médico no mês anterior, e entre um terço e a metade, na 
semana anterior, por outro motivo que não seja a depressão. Isso mostra que 
os idosos tiveram contatos com os profissionais de saúde antes de cometerem 
suicídio. A maioria teve seu primeiro episódio depressivo não diagnosticado e, 
portanto, não tratado. 
Assim, relembrando a comunicação com a pessoa idosa, observa-se 
uma dificuldade na aceitação pelo paciente de algumas doenças e em falar 
como está se sentindo, dificultando o diagnóstico. 
Fatores de risco 
Isolamento, dificuldades nas relações pessoais, problemas de 
comunicação e conflitos com a família ou com outras pessoas podem contribuir 
ou desencadear a depressão. As dificuldades econômicas e outros fatores 
de estresse da vida diária têm, igualmente, um efeito importante. 
Então, para a depressão, o isolamento é um fator de risco. O idoso, 
quando se aposenta, geralmente fica mais sozinho e se torna menos ativo. Os 
 
 
 
36 
conflitos com a família ficam mais evidentes, pois ele começa a conviver mais 
com a família e, consequentemente, começa a ter mais conflitos com ela. 
A quantidade e a qualidade do apoio que a pessoa recebe de suas 
relações pessoais podem dar um maior suporte. Por outro lado, a ausência de 
uma relação estreita e de confiança, combinada com outros fatores, como a 
violência intrafamiliar, aumentam o risco de depressão. Lembra-se, aqui, sobre 
a questão dos maus-tratos. 
Muitas vezes o idoso tem dificuldade em falar que sofre maus-tratos, 
pois isso normalmente acontece por parte do familiar ou do cuidador do idoso. 
Essa dificuldade para fazer esse processo de comunicação ocasiona a 
submissão aos maus-tratos por um período de tempo e leva o idoso a um 
processo de depressão. 
É importante a investigação do consumo de bebidas alcoólicas na 
população idosa, apesar do seu impacto ser reduzido se comparado com as 
pessoas mais jovens. O uso abusivo do álcool pode mascarar os sintomas 
depressivos, agravando a depressão. 
É importante saber se o idoso já fazia uso de álcool, se esse uso era 
social, era aos finais de semana, se começou bruscamente a ser repetido ou 
abusivo. Esse é um possível sinal de que ele está tentando se esconder de 
alguma forma, de se refugiar em um outro processo, que é o etilismo. O uso 
abusivo de álcool muitas vezes dificulta o reconhecimento pelo próprio idoso 
dos sintomas depressivos. 
Além da dificuldade do ambiente familiar, das dificuldades financeiras, 
são fatores de risco que podem desenvolver a depressão: 
5. Antecedentes depressivos prévios; 
6. Doença incapacitante; 
7. Doença dolorosa; 
8. Abandono e/ou maus tratos; 
9. Institucionalização; 
10. Morte de cônjuge, familiar ou amigo próximo. 
Situações que podem agravar o quadro de depressão: 
Sintomas psicóticos como alucinações; 
Uso de álcool; 
1. Risco ou tentativa de suicídio; 
2. Repercussão grave sobre uma doença somática associada; 
3. Não responde às doses habituais de um fármaco no tempo esperado; 
4. Transtorno de personalidade; 
5. Ausência de apoio social (isolamento); 
 
 
 
37 
6. Efeitos secundários que impedem a continuação do uso do 
medicamento; 
7. A pessoa não aceita o diagnóstico e por isso não adere às 
recomendações terapêuticas; 
8. Presença de pluripatologias psiquiátricas. 
Situações que, quando associadas, sugerem um perfil suicida na pessoa idosa: 
1. Sexo masculino; 
2. Viver só; 
3. Doença depressiva severa; 
4. Insônia persistente; 
5. Inquietude psicomotora importante; 
6. Doença médica severa, dolorosa, incapacitante; 
7. Perda recente do cônjuge; 
8. Institucionalizado ou dependente de cuidados de longa duração; 
9. Etilista; 
10. Ter sentimento de culpa excessiva. 
Diagnóstico 
A depressão não é provocada por um só fator. Há um entrecruzamento 
de vários fatores: psicológicos, biológicos, sociais, culturais, econômicos, 
familiares, entre outros que fazem com que a depressão se manifeste em 
determinado sujeito. A depressão é multifatorial, ou seja, é um conjunto de 
fatores. 
As pessoas cujos parentes próximos sofreram de depressão são mais 
propensas a desenvolvê-la. Nesse aspecto, a genética está envolvida. Os 
idosos que tiveram pessoas na família com depressão têm maior propensão de 
desenvolver a doença. 
É necessária uma investigação apurada e uma escuta qualificada quanto a: 
 História de vida do sujeito, atual e pregressa; 
 Contexto familiar; 
 Contexto social. 
Cerca de 50 a 60% dos casos não são detectados, tornando a depressão 
subdiagnosticada e subtratada. 
Os fatores relacionados a esse comportamento são: 
 Falta de treinamento; 
 Falta de tempo; 
 Falta de escuta; 
 Descrença em relação à efetividade do tratamento; 
 Reconhecimento apenas dos sintomas físicos da depressão. 
 
 
 
38 
O profissional que faz o diagnóstico reconhece, muitas vezes, apenas os 
sintomas físicos, pois ele não é um psiquiatra e ignora os sintomas 
psicológicos, sociais, econômicos. Considera-se aqui apenas um fator ou 
desconsidera-se a multifatoriedade da doença. 
Identificação dos sintomas de depressão como uma reação 
“compreensível”. 
Sinais e sintomas: 
I. Fadiga matutina. 
II. Retardo psicomotor (mobilidade). 
III. Redução da afetividade (sentimentos). 
IV. Intranquilidade ou nervosismo (impaciente, nervosismo). 
V. Ansiedade. 
VI. Alteração do ciclo sono-vigília (insônia, alteração do dia pela noite). 
VII. Alteração do apetite (habitualmentecom anorexia – falta de apetite). 
VIII. Múltiplas queixas somáticas mal sistematizadas (paciente não sabe 
identificar a causa, o motivo, o porque ele está com aquela dor). 
IX. Falta de interesse nas coisas que antes lhe agradavam. 
X. Queixas acentuadas de anedonia (perda da capacidade de sentir prazer) 
e de distúrbio cognitivo. 
XI. Distúrbios do comportamento e da conduta (era calmo, agora se tornou 
agressivo). 
XII. Etilismo de início recente (início do uso de álcool). 
Depressão X Demencia: 
 
 
 
 
 
39 
 
Apraxia – É uma desordem neurológica que se caracteriza por provocar uma 
perda da capacidade para executar movimentos e gestos precisos, que exigem 
padrões de lembrança ou sequências de movimentos, como exemplo, vestir-se, 
alimentar-se e fazer uma ligação. 
Afasia – É a perda da capacidade para utilizar a linguagem, que acarreta uma 
incapacidade parcial ou total para compreender ou expressar palavras, nomear 
pessoas e objetos. 
Agnosia – Consiste na deterioração da capacidade para reconhecer ou 
identificar objetos, pessoas, sons, formas, apesar de manterem a função 
sensorial intacta. A pessoa não consegue associá-los ao papel que eles 
geralmente desempenham nem à sua função. 
Tratamento: 
I – À promoção da saúde e a reabilitação psicossocial (tratamento com a 
psicoterapia); 
II – À prevenção de recorrências (reaparecimento da doença); 
III – A piora de outras doenças presentes e do suicídio; 
IV – A melhora cognitiva e funcional; 
V – Ajudar para que a pessoa idosa possa lidar com suas dificuldades. 
 
 
 
 
 
 
 
40 
DELIRIUM 
Cognição: 
A cognição é um conjunto de capacidades mentais que permitem ao 
indivíduo compreender e resolver os problemas do cotidiano. É responsável 
pela nossa capacidade de decidir. É formada pela: 
1. Memória; 
2. Função executiva; 
3. Linguagem; 
4. Praxia; 
5. Gnosia/percepção; 
6. Função viso espacial; 
7. Humor. 
 
Para que se tenha uma correta avaliação da habilidade de cálculo, é 
preciso levar em consideração a escolaridade da pessoa avaliada, pois este 
fator pode influenciar o teste realizado. 
A perda da capacidade cognitiva não está associada, apenas, à perda 
de memória, mas também às funções motoras, táteis e à função da percepção 
viso-espacial. 
 
 
 
 
41 
O Miniexame do Estado Mental (MEEM) é uma das escalas mais 
comuns para avaliar o estado cognitivo, por sua rapidez e facilidade de sua 
aplicação. 
Como complementação dessa avaliação, pode-se utilizar o Desenho do 
Relógio, o Teste de Fluência Verbal por Categorias Semânticas e o 
Questionário Pfeffer (QPAF – Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional). 
Caso, ao final dos testes, ainda haja dúvidas acerca do diagnóstico, a 
pessoa idosa deverá ser encaminhada para testes neuropsicológicos mais 
elaborados. Utilizar aqui o sistema público de saúde de referência e contra 
referência para avaliação geriátrica. 
Incapacidade Cognitiva: 
 
A incapacidade cognitiva restará configurada quando estivermos diante 
de um caso no qual a funcionalidade global da pessoa esteja prejudicada. 
É necessário que se faça uma dupla avaliação, avaliando-se a 
funcionalidade, bem como as atividade de vida diárias. 
Quais são as possíveis causas de incapacidade cognitiva (etiologias)? 
 
 
 
 
42 
Estado Confusional Agudo: 
 
Causas Do Delirium: 
 
Diagnóstico: 
Segundo o manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Americana 
de Psiquiatria em sua 5ª edição (DSM-5), são necessários quatro critérios para 
caracterizar um estado confusional como delirium: 
I. Ocorrem alterações na atenção (redução na capacidade de direcionar, 
focar, manter ou desviar a atenção) e orientação para o ambiente. 
II. O distúrbio surge de forma aguda em relação ao quadro clínico basal, 
em um curto espaço de tempo (horas a dias) e tende a flutuar ao longo 
do dia e não pode ser atribuído a outra doença neurocognitiva. 
III. A confusão mental deve estar associada à alteração em outros domínios 
cognitivos como déficit de memória, distúrbio da linguagem, distúrbio na 
percepção e desorientação, sem relação com doenças neurocognitivas 
prévias. 
IV. As alterações relatadas nos itens 1 e 3 não devem ocorrer em um 
contexto de alterações graves do nível de consciência (escala de 
Glasgow 4). 
 
 
 
43 
Os idosos, devido à redução de sua reserva cerebral, são muito vulneráveis 
ao aparecimento de delirium, que pode se manifestar nas formas de delirium 
hiperativo, hipoativo e misto. 
a) Hipoativo é definido pela presença de apatia e redução da capacidade 
de respostas. Paciente fica quieto demais. 
 b) Hiperativo caracteriza-se por inquietação, agitação e labilidade 
emocional, sendo mais facilmente detectado. É mais fácil de detectar do que o 
paciente hipoativo. 
c) Misto é caracterizado pela alternância entre os tipos hipo e hiperativo. 
Tratamento: 
O tratamento específico inclui a remoção da causa básica ou fator 
precipitante, além do controle da sintomatologia. 
I. Corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos; 
II. Promover a nutrição adequada; 
III. Retirar a contenção; 
IV. Estimular a mobilidade e a mudança de decúbito; proteger a via aérea; 
V. Promover a reorientação espacial e temporal do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES 
 
 
 
 
 
44 
DOENÇA DE ALZHEIMER 
A doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo 
progressivo e fatal que se manifesta por deterioração cognitiva e da memória, 
comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade 
de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. 
A principal característica dessa doença é a perda de memória. O 
indivíduo perde a sua autonomia, a sua independência. 
A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas 
(memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células 
cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e 
ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao 
paciente e à família. 
Essa doença não tem cura. É possível, no entanto, retardar o seu 
avanço, proporcionando-lhe qualidade de vida. 
 
Estudos têm demonstrado uma possível forma de diagnóstico através da 
dosagem dessas proteínas (beta-amiloide e proteína tau). Isso é algo novo que 
tem ganhado bastante destaque, posto que atualmente o diagnóstico do 
Alzheimer é clínico por exclusão, haja vista que ainda não existem marcadores 
para esse diagnóstico. 
Existe um diagnóstico certo do Alzheimer que é pós-morte, com a 
análise do encéfalo com substâncias brancas e cinzentas. 
Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com 
a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior 
parte deles ainda sem diagnóstico. 
É importante fazer um teste de rastreamento da doença, testes 
cognitivos adequados, fazer os exames laboratoriais, para exclusão de outras 
doenças e possível diagnóstico de Alzheimer. A idade é o principal fator de 
risco para o desenvolvimento de demência da Doença de Alzheimer (DA). Após 
os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos. 
 
 
 
45 
Principalmente nos idosos acima de 85 anos. Não se pode dizer que 
todo idoso terá Alzheimer, mas os riscos de desenvolver a doença são maiores 
à medida da idade. 
 
Pessoas com histórico de complexa atividade intelectual e alta 
escolaridade tendem a desenvolver os sintomas da doença em um estágio 
mais avançado da atrofia cerebral, pois é necessária uma maior perda de 
neurônios para que os sintomas de demência comecem a aparecer. Por isso, 
uma maneira de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva 
constante e diversificada ao longo da vida. 
Fatores de risco: 
 
As perdas neuronais não acontecem de maneira homogênea, porque 
isso depende dos fatores de risco modificáveis e imodificáveisde cada um. 
Cada caso é um caso. 
As perdas neuronais não acontecem de maneira homogênea. As áreas 
comumente mais atingidas são as de células nervosas (neurônios) 
responsáveis pela memória e pelas funções executivas que envolvem 
planejamento e execução de funções complexas. Outras áreas tendem a ser 
atingidas, posteriormente, ampliando as perdas. Por isso o indivíduo precisará 
de cuidados para execução de atividades do seu cotidiano. 
 
 
 
46 
Estágios: 
 
Estágio Leve: 
 
Estágio Moderado: 
 
Estágio Avançado: 
 
 
 
 
47 
DEMÊNCIAS REVERSÍVEIS E IRREVERSÍVEIS 
Demência, para fins diagnósticos, é uma síndrome caracterizada pelo 
comprometimento de múltiplas funções corticais superiores. 
Entre os déficits cognitivos incluem-se os da memória, do pensamento, 
da orientação, da compreensão, da linguagem, do cálculo, da capacidade de 
aprendizagem, do pensamento abstrato e do julgamento. 
O comprometimento das funções cognitivas é usualmente acompanhado 
e, às vezes, antecedido por alterações psicológicas, do comportamento e da 
personalidade. Por isso muitas das vezes o diagnóstico das demências é muito 
difícil, posto que ele pode vir associado a estes quadros. 
 
Estudos apontam alguns fatores relacionados ao modo de vida que 
vinculam a demência a outras doenças não transmissíveis e agravos, como: 
 Inatividade física 
 Obesidade 
 Dietas desequilibradas 
 Tabagismo 
 Consumo nocivo do álcool 
 Diabetes mellitus 
 Hipertensão 
 Depressão em pessoas mais velhas 
 Nível de instrução baixo 
 Isolamento social 
 Inatividade cognitiva 
A demência é uma das principais causas de incapacidade e dependência 
entre idosos e tem forte impacto nas pessoas, seus familiares e cuidadores. 
Demências Reversíveis: 
 
 
 
48 
 Uso de medicamentos (psicotrópicos e analgésicos narcóticos) 
 Metabólica (distúrbio hidroeletrolítico, desidratação, insuficiência renal 
ou hepática e hipoxemia) 
 Neurológica (hidrocefalia de pressão normal, tumor e hematoma 
subdural crônico) 
 Infecciosas (Meningite crônica, AIDS, neuro sífilis) 
 Colágeno-Vascular (lúpus eritematoso sistêmico, artrite temporal, 
vasculite reumatoide, sarcoidose e púrpura trombocitopenia trombótica) 
 Endócrinas (doença tireoidiana, doença paratireoidiana, doença da 
adrenal e doença pituitária 
 Nutricionais (deficiência de vitamina B12, ácido fólico, tiamina e niacina) 
 Alcoolismo crônico 
 Outras (DPOC, insuficiência cardíaca congestiva e apneia do sono) 
Tipos de Demências: 
 
Demência Vascular: 
A demência vascular não é uma doença, mas sim, um grupo 
heterogêneo de síndromes com vários mecanismos vasculares e mudanças 
cerebrais relacionados a diferentes causas e manifestações clínicas. É o 
segundo tipo mais prevalente de demência. 
O termo demência vascular tem conotações amplas, referindo-se a 
qualquer demência causada por doença cerebrovascular. 
Etiologias: 
 Lesões Tromboembólicas 
 Múltiplos infartos lacunares 
 Lesões únicas em territórios nobres (tálamo, giro angular) 
 Múltiplos infartos em vasos de grandes calibres 
 Infarto único em localização estratégica 
 Alterações crônicas da circulação cerebral 
 Lesões extensas da substancia branca (Doença de Binswanger) 
 Angiopatia amiloide 
 
 
 
49 
 Angiopatias hereditárias 
 Hemorragias cerebrais hipertensivas 
 Sequelas de hemorragia subaracnoidiana e de hematomas subdurais 
 Vasculites. 
Fatores de risco: 
 
O diagnóstico precoce da demência vascular e a identificação dos 
fatores de riscos permitem a elaboração de estratégias preventivas, que podem 
retardar e/ou melhorar a evolução da pessoa, ou até mesmo prevenir a 
instalação da doença. 
A prevenção de novos eventos cerebrovasculares é a única medida 
comprovadamente eficaz, para promover estabilização e talvez regressão das 
alterações cognitivas e comportamentais nessas pessoas. 
O diagnóstico é feito com base no quadro clínico e em exames 
complementares de neuroimagem, com auxílio de escalas específicas. 
A ocorrência de sinais e/ou sintomas neurológicos focais, contribuem de 
maneira importante para o diagnóstico de demência vascular. 
Demências dos Córpusculos de Lewy: 
 
 
 
 
50 
Demência Frontotemporal: Doença de Pick: 
 Início pré-senil (a partir de 45 anos); 
 Apresenta mudanças na personalidade e no comportamento e/ou 
alteração da linguagem como características iniciais bem marcantes; 
 É comum alterações do comportamento sexual, com desinibição, 
jocosidade e hipersexualidade, além de hiperoralidade, hiperfagia com 
ganho de peso e obsessão em tocar objetos. 
 O comprometimento da memória é geralmente mais tardio. 
Tratamento: 
O tratamento das pessoas com demência deve ser iniciado assim que é 
feito o diagnóstico, havendo maior possibilidade de resposta. 
A pessoa idosa com suspeita de demência, após avaliação na Unidade 
Básica de Saúde, deverá ser encaminhada para a atenção especializada, 
respeitandose os fluxos de referência e contra referência locais e mantendo 
sua responsabilização pelo acompanhamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES 
 
 
 
 
 
51 
QUEDAS 
As principais características e fatores de risco de quedas em idosos têm 
sido pesquisadas e abordadas em trabalhos cientificos, pois são um dos 
fatores de segurança e qualidade do paciente. Por isso, foi criada a escala de 
Morse, que avalia o risco de queda do idoso na área de internação hospitalar. 
A queda representa um grande problema para as pessoas idosas em 
razão das suas consequências (injúria, incapacidade, institucionalização e 
morte) que são resultado da combinação da alta incidência com a alta 
suscetibilidade às lesões, entre elas, principalmente, a fratura do quadril e a 
fratura do colo do fêmur. Isso leva a um aumento na taxa de internação 
hospitalar e, consequentemente, na estadia, além da dependência funcional do 
idoso. 
Dados epidemiológicos: 
 Cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano; 
 Essa taxa aumenta 40% entre os idosos com mais de 80 anos e 50% 
entre os que residem em uma instituição de longa permanência; 
 As mulheres tendem a cair mais que os homens, mas a partir dos 75 
anos de idade as frequências se igualam. Isso porque a maior parte das 
quedas ocorrem dentro do domicílio e, por fatores culturais, as mulheres 
ainda são as maiores responsáveis pelo cuidado familiar; 
 Dos que caem, cerca de 2,5% requerem hospitalização, desses apenas 
metade sobreviverá após um ano. 
A maioria das quedas acidentais ocorre dentro de casa ou nos seus 
arredores, independentemente da condição socioeconômica, geralmente 
durante o desempenho de atividades cotidianas, como caminhar, mudar de 
posição e ir ao banheiro. 
Ademais, cerca de 10% das quedas ocorrem em escadas, sendo que 
descê-las apresenta maior risco que as subir. 
Causas relacionadas às quedas: 
 O ambiente; 
 Fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha; 
 Tontura e vertigem; 
 Alteração postural e hipotensão ortostática; 
 Lesão no sistema nervoso central, como acidentes vasculares cerebrais 
sistêmicos e hemorrágicos, demências etc.; 
 Síncope; 
 Redução da visão. 
 
 
 
 
52 
Fatores de Risco: 
 
Fatores intrínsecos: decorrem das alterações fisiológicas 
relacionadas ao avançar da idade, da presença de doenças, de 
fatores psicológicos e de reações adversas de medicações em 
uso. 
 
Fatores extrínsecos: relacionados aos comportamentos e 
atividades das pessoas idosas e ao meio ambiente. Ambientes 
inseguros e mal iluminados, mal planejados e mal construídos, 
com barreiras arquitetônicas representam os principais fatores 
de risco para quedas. 
Fator de risco Intrínseco: 
 Idosos com mais de 80 anos; 
 Sexo feminino; 
 Imobilidade; 
 Quedas precedentes; 
 Equilíbrio diminuído; 
 Marcha lenta e com passos curtos; 
 Baixa aptidão física; 
 Fraquezamuscular de MMII e MMSS (hand grip); 
 Alterações cognitivas; 
 Doença de Parkinson; 
 Polifarmácia; 
 Uso de sedativos, hipnóticos e ansiolíticos. 
Fator de risco Extrínseco: 
 Presença de tapetes pequenos e capachos em superfíces lisas; 
 Carpetes soltos ou com dobras; 
 Bordas de tapetes, principalmente, dobradas; 
 Pisos escorregadios (encerados); 
 Cordas, cordões e fios no chão; 
 Ambientes desorganizados com móveis fora do lugar, móveis baixos ou 
objetos deixados no chão; 
 Móveis instáveis ou deslizantes; 
 Degraus de escada com altura e largura irregulares, piso muito 
desenhado; 
 Degraus sem sinalização de término; 
 Uso de chinelos, sapatos desamarrados ou mal ajustados; 
 Roupas cumpridas, arrastando pelo chão; 
 Má iluminação; 
 Cadeiras, camas e vasos sanitários muito baixos; 
 Cadeiras sem braço; 
 Animais entulhos e lixo em locais inapropriados. 
 
 
 
53 
 
Fatores de agravo: 
 Ausência de reflexos de proteção; 
 Densidade mineral óssea reduzida; 
 Osteoporose; 
 Desnutrição; 
 Idade avançada (80 anos); 
 Resistência e rigidez da superfície sobre a qual se cai; 
 Dificuldade para levantar-se após a queda. 
É necessário sinalizar na avaliação de queda onde o idoso caiu, como, qual 
a superfície, possível causa e se estava sozinho ou acompanhado. 
Quedas com impacto direto sobre quadril e punho têm maior probabilidade 
de resultar em fraturas. Quando há uma superfície intermediária, a 
probabilidade de ocorrer fratura diminui, bem como naqueles que conseguem 
reduzir a energia da queda, segurando-se. 
Avaliação das Quedas: 
A instabilidade postural e as quedas são importantes marcadores de 
diminuição de capacidade funcional e fragilidade em pessoas idosas. A 
avaliação da queda visa: 
 Identificar sua causa e tratá-la; 
 Reconhecer fatores de risco para prevenir futuros eventos, 
implementando intervenções adequadas. 
A avaliação da queda envolve aspectos biológicos, físicos, funcionais, 
cognitivos e psicossociais. Devem ser levantados dados relacionados: 
 Ao contexto e mecanismo das quedas; 
 Às condições clínicas da pessoa idosa, considerando as doenças 
crônicas e agudas presentes; 
 À medicação em uso (prescritas ou automedicadas). 
Complicações: 
Lesões de partes moles; 
Restrição prolongada ao leito. O idoso que tenha uma fratura no fêmur, por 
exemplo, terá um tratamento mais difícil do que um adulto. Isso leva à 
imobilidade, que poderá ocasionar lesões pela pressão, complicações 
psicológicas e outros; 
 
 
 
54 
 Hospitalização; 
 Institucionalização; 
 Risco de doenças iatrogênicas; 
 Fraturas, hematoma subdural; 
 Incapacidade e morte. 
Minimizando o Risco de Quedas: 
a) Educação para o autocuidado. 
b) Utilização de dispositivos de auxilio à marcha (quando necessário) como 
bengalas, andadores e cadeiras de rodas. 
c) Utilização criteriosa de medicamentos evitando-se, em especial, os que 
podem causar hipotensão postural. 
d) Adaptação do meio ambiente (residência e locais públicos): 
 Acomodação de gêneros alimentícios e de outros objetos de uso 
cotidiano em locais de fácil acesso, evitando-se a necessidade de uso 
de escadas e banquinhos. 
 Orientação para a reorganização do ambiente interno à residência, com 
o consentimento da pessoa idosa e da família. 
 Sugerir a colocação de um diferenciador de degraus nas escadas bem 
como iluminação adequada da mesma, corrimãos bilaterais para apoio e 
retirada de tapetes no início e fim da escada. 
 Colocação de pisos antiderrapantes e barras de apoio nos banheiros, 
evitar o uso de banheiras, orientar o banho sentado quando da 
instabilidade postural e orientar a não trancar o banheiro. 
 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES 
 
 
 
 
 
55 
DIREITO À VIDA – LIBERDADE, RESPEITO, DIGNIDADE 
– ALIMENTAÇÃO – ART. 1º AO ART. 14 
Iniciaremos o estudo do Estatuto do Idoso, a Lei n. 10.741/2003, a qual 
regulamenta os direitos do idoso. 
LEI 10.741 DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá 
outras providências. 
TÍTULO I- DISPOSIÇÃO PRELIMINARES 
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, 
destinado a regular os direitos assegurados 
às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa 
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-
se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para 
preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, 
intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. 
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder 
Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à 
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao 
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência 
familiar e comunitária. 
§ 1º A garantia de prioridade compreende: 
I. atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos 
públicos e privados prestadores de serviços à população; 
II. preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas 
específicas; 
III. destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com 
a proteção ao idoso; 
IV. viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio 
do idoso com as demais gerações; 
V. priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em 
detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou 
careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência; 
VI. capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria 
e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos; 
VII. estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de 
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de 
envelhecimento; 
 
 
 
56 
VIII. garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social 
locais. 
IX. prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. 
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta 
anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação 
aos demais idosos. 
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, 
discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus 
direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. 
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso. 
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras 
decorrentes dos princípios por ela adotados. 
Art. 5º A inobservância das normas de prevenção importará em 
responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei. 
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente 
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que 
tenha conhecimento. 
Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do 
Idoso, previstos na Lei n. 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo 
cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei. 
TÍTULO II DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Capítulo I Do Direito À Vida 
Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um 
direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. 
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à 
saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um 
envelhecimento saudável e em condições de dignidade. 
Capítulo II Do Direito À Liberdade, Ao Respeito E À Dignidade 
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a 
liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos 
civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. 
§ 1º O direito à liberdadecompreende, entre outros, os seguintes aspectos: 
 
 
 
57 
I. faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços 
comunitários, ressalvadas as restrições legais; 
II. opinião e expressão; 
III. crença e culto religioso; 
IV. prática de esportes e de diversões; 
V. participação na vida familiar e comunitária; 
VI. participação na vida política, na forma da lei; 
VII. faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. 
§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, 
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da 
autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais. 
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de 
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou 
constrangedor. 
Capítulo III Dos Alimentos 
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil. 
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os 
prestadores. 
 Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o 
Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter 
efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil. 
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de 
prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito 
da assistência social. 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES 
 
 
 
 
 
58 
DIREITO À SAÚDE – ART. 15 AO ART. 19 
Capítulo IV Do Direito À Saúde 
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do 
Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, 
em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, 
promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às 
doenças que afetam preferencialmente os idosos. 
§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio 
de: 
I. cadastramento da população idosa em base territorial; 
II. atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; 
III. unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas 
de geriatria e gerontologia social; 
IV. atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que 
dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para 
idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou 
sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, 
nos meios urbano e rural; 
V. reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das 
sequelas decorrentes do agravo da saúde. 
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, 
medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, 
órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. 
§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de 
valores diferenciados em razão da idade. 
§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão 
atendimento especializado, nos termos da lei. 
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos 
públicos, hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento: 
I. quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato 
necessário com o idoso em sua residência; ou (Incluído pela Lei n. 
12.896, de 2013). 
II. quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por 
procurador legalmente constituído. 
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia 
médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de 
saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre 
 
 
 
59 
o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde 
necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. 
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão 
preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência. 
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a 
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições 
adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério 
médico. 
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento 
conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de 
impossibilidade, justificá-la por escrito. 
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é 
assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado 
mais favorável. 
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta 
será feita: 
I. pelo curador, quando o idoso for interditado; 
II. pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser 
contactado em tempo hábil; 
III. pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo 
hábil para consulta a curador ou familiar; 
IV. pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, 
caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público. 
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o 
atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a 
capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e 
grupos de autoajuda. 
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra 
idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde 
públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente 
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: 
I. autoridade policial; 
II. Ministério Público; 
III. Conselho Municipal do Idoso; 
IV. Conselho Estadual do Idoso; 
V. Conselho Nacional do Idoso. 
 
 
 
60 
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer 
ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, 
dano ou sofrimento físico ou psicológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES 
 
 
 
 
 
61 
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA 
Ao longo do tempo houveram vários nomes de políticas relacionadas à 
saúde do idoso, e que, atualmente, a portaria vigente no que diz do interesse 
da política do idoso é a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 
Essa portaria é diferente de decreto e Lei. Estes apresentam artigos, 
parágrafos e capítulos. A portaria é escrita em forma de tópico, de leitura de 
texto, para que seja entendível como ela deve ser implementada. 
Portaria n. 2.528/2006 Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa: 
Marcos Históricos 
 1990- No Brasil, o direito universal e integral à saúde foi conquistado 
pela sociedade na Constituição de 1988 e reafirmado com a criação do 
Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Lei Orgânica da Saúde nº 
8.080/90. 
 1994 - Com o objetivo de reorganizar a prática assistencial é criado pelo 
Ministério da Saúde, o Programa de Saúde da Família (PSF). 
 1994 / 1996 Política Nacional do Idoso, assegura direitos sociais à 
pessoa idosa, cria condições para promover autonomia, integração e 
participação efetiva do idoso na sociedade e reafirmando o direito à 
saúde nos diversos níveis de atendimento do SUS (Lei nº 8.842/94 e 
Decreto nº 1.948/96). 
 1999 – Portaria Ministerial nº 1.395 anuncia a Política Nacional de 
Saúde do Idoso. Essa política assume que o principal problema que 
pode afetar o idoso é a perda de sua capacidade funcional, isto é, a 
perda das habilidades físicas e mentais necessárias para realização de 
atividades básicas e instrumentais da vida diária. 
 2002- Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso (Portaria nº 
702/SAS/MS, de 2002), tendo como base as condições de gestão e a 
divisão de responsabilidades definida pela Norma Operacional de 
Assistênciaà Saúde (NOAS). Como parte de operacionalização das 
redes, são criadas as normas para cadastramento de Centros de 
Referência em Atenção à Saúde do Idoso (Portaria nº 249/SAS/MS, de 
2002). 
 2003 - Estatuto do Idoso. Amplia a resposta do Estado e da sociedade 
às necessidades da população idosa, mas não traz consigo meios para 
financiar as ações propostas. O Capítulo IV do Estatuto reza 
especificamente sobre o papel do SUS na garantia da atenção à saúde 
da pessoa idosa de forma integral, em todos os níveis de atenção. 
 2006 - Portaria nº 399/GM, o documento das Diretrizes do Pacto pela 
Saúde que contempla o Pacto pela Vida. Neste documento, a saúde do 
idoso aparece como uma das seis prioridades pactuadas entre as três 
esferas de governo sendo apresentada uma série de ações que visam, 
 
 
 
62 
em última instância, à implementação de algumas das diretrizes da 
Política Nacional de Atenção à Saúde do Idoso. 
 2006 – Politica Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) – Portaria 
2.528/2006. 
Finalidade: 
Recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos 
idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, 
em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. 
Considerou: 
a) o contínuo e intenso processo de envelhecimento populacional 
brasileiro; 
b) os inegáveis avanços políticos e técnicos no campo da gestão da saúde; 
c) o conhecimento atual da Ciência; 
d) o conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua 
condição de autonomia e independência que pela presença ou ausência 
de doença orgânica; 
e) a necessidade de buscar a qualidade da atenção aos indivíduos idosos 
por meio de ações fundamentadas no paradigma da promoção da 
saúde; 
f) o compromisso brasileiro com a Assembleia Mundial para o 
Envelhecimento de 2002, cujo Plano de Madri fundamenta-se em: 
a) participação ativa dos idosos na sociedade, no desenvolvimento e 
na luta contra a pobreza; 
b) fomento à saúde e bem-estar na velhice: promoção do 
envelhecimento saudável; 
c) criação de um entorno propício e favorável ao envelhecimento; e 
g) escassez de recursos socioeducativos e de saúde direcionados ao 
atendimento ao idoso; 
Desafios: 
a) a escassez de estruturas de cuidado intermediário ao idoso no SUS, ou 
seja, estruturas de suporte qualificado para idosos e seus familiares 
destinadas a promover intermediação segura entre a alta hospitalar e a 
ida para o domicílio; 
b) número insuficiente de serviços de cuidado domiciliar ao idoso frágil 
previsto no Estatuto do Idoso. Sendo a família, via de regra, a executora 
do cuidado ao idoso, evidenciase a necessidade de se estabelecer um 
suporte qualificado e constante aos responsáveis por esses cuidados, 
tendo a atenção básica por meio da Estratégia Saúde da Família um 
papel fundamental; 
c) a escassez de equipes multiprofissionais e interdisciplinares com 
conhecimento em envelhecimento e saúde da pessoa idosa; d) a 
 
 
 
63 
implementação insuficiente ou mesmo a falta de implementação das 
Redes de Assistência à Saúde do Idoso. 
Justificativa: 
 O Brasil envelhece de forma rápida e intensa; 
 Na transição epidemiológica brasileira ocorrem incapacidades 
resultantes do nãocontrole de fatores de risco preveníveis; 
 O sistema de saúde brasileiro tradicionalmente está organizado para 
atender à saúde materno-infantil e não tem considerado o 
envelhecimento como uma de suas prioridades; 
 A população idosa, que hoje representa cerca de 9% da população, 
consome mais de 26% dos recursos de internação hospitalar no SUS; 
 É notável a carência de profissionais qualificados para o cuidado ao 
idoso, em todos os níveis de atenção; 
 A saúde para a população idosa não se restringe ao controle e à 
prevenção de agravos de doenças crônicas não-transmissíveis. 
O Grande Desafio: o Envelhecimento Populacional em Condição de 
Desigualdade Social e de Gênero: 
 Nos últimos 60 anos, o número absoluto de pessoas com 60 anos ou 
mais de idade aumentou nove vezes; 
 Não só a população brasileira está envelhecendo, mas a proporção da 
população “mais idosa”, ou seja, a de 80 anos ou mais de idade; 
 O envelhecimento é também uma questão de gênero. A predominância 
feminina se dá em zonas urbanas. Nas rurais, predominam os homens, 
o que pode resultar em isolamento e abandono dessas pessoas ; 
 Quanto ao local de moradia, os idosos podem estar no ambiente familiar 
ou em instituições de longa permanência para idosos (ILPI); 
 A heterogeneidade do grupo de idosos, seja em termos etários, de local 
de moradia ou socioeconômicos, acarreta demandas diferenciadas, o 
que tem rebatimento na formulação de políticas públicas para o 
segmento. 
Diretrizes: 
a) promoção do envelhecimento ativo e saudável; 
b) atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; 
c) estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção; 
d) provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à 
saúde da pessoa idosa; 
e) estímulo à participação e fortalecimento do controle social; 
f) formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS 
na área de saúde da pessoa idosa; 
g) divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa 
Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; 
 
 
 
64 
h) promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na 
atenção à saúde da pessoa idosa; e 
i) apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. 
Agora para exercitar, fale sobre cada tópico das diretrizes da PNSPI: 
a) __________________________________________________________
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__________________________________________________________
__________________________________________________________
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__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
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b) __________________________________________________________
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__________________________________________________________
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__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
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c) __________________________________________________________
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__________________________________________________________
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__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________ 
d) __________________________________________________________
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__________________________________________________________
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__________________________________________________________
__________________________________________________________
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__________________________________________________________65 
e) __________________________________________________________
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__________________________________________________________
__________________________________________________________
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__________________________________________________________
__________________________________________________________
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f) __________________________________________________________
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__________________________________________________________
__________________________________________________________
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g) __________________________________________________________
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__________________________________________________________
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h) __________________________________________________________
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i) __________________________________________________________
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