Buscar

03_Nocoes_de_Direito_Constitucional

Prévia do material em texto

No
çõ
es
 d
e D
ir
ei
to
 C
on
st
it
uc
io
na
lINSSTécnico do Seguro Social
Noções de Direito Constitucional
Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania; 
garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos. ..............1
Administração pública (artigos de 37 a 41, capítulo VII, Constituição Federal de 1988). ..............24
Exercícios .......................................................................................................................................31
Gabarito ..........................................................................................................................................33
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
1
Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionali-
dade; cidadania; g e políticos
Gerações de Direitos Fundamentais (Teoria de Vasak):
Direitos Fundamentais de 1ª Geração: liberdade individual – direitos civis e políticos;
Direitos Fundamentais de 2ª Geração: igualdade – direitos sociais e econômicos;
Direitos Fundamentais de 3ª Geração: fraternidade ou solidariedade – direitos transindividuais, difusos e 
coletivos.
— Direitos e deveres individuais e coletivos
Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles previstos nos incisos do art. 5º da Consti-
tuição Federal, que trazem alguns dos direitos e garantias fundamentais. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Princípio da igualdade entre homens e mulheres:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igualdade de direitos e deveres entre homens e mulhe-
res.
Princípio da legalidade e liberdade de ação:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Como ser livre, todo ser humano só está obrigado a fazer ou não fazer algo que esteja previsto em lei.
Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento desumano e degradante:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
É vedada a prática de tortura física e moral, e qualquer tipo de tratamento desumano, degradante ou 
contrário à dignidade humana, por qualquer autoridade e também entre os próprios cidadãos. A vedação 
à tortura é uma cláusula pétrea de nossa Constituição e ainda crime inafiançável na legislação penal 
brasileira.
Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do anonimato, visando coibir abusos e não res-
ponsabilização pela veiculação de ideias e práticas prejudiciais:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
A Constituição Federal pôs fim à censura, tornando livre a manifestação do pensamento. Esta liberdade, 
entretanto, não é absoluta não podendo ser abusiva ou prejudicial aos direitos de outrem. Daí, a veda-
ção do anonimato, de forma a coibir práticas prejudiciais sem identificação de autoria, o que não impede, 
contudo, a apuração de crimes de denúncia anônima.
Direito de resposta e indenização:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano mate-
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
2
rial, moral ou à imagem; 
O direito de resposta é um meio de defesa assegurado à pessoa física ou jurídica ofendida em sua 
honra, e reputação, conceito, nome, marca ou imagem, sem prejuízo do direito de indenização por dano 
moral ou material. 
Liberdade religiosa e de consciência:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e milita-
res de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei;
O Brasil é um Estado laico, que não possui uma religião oficial, mas que adota a liberdade de crença e 
de pensamento, assegurada a variedade de cultos, a proteção dos locais religiosos e a não privação de 
direitos em razão da crença pessoal.
A escusa de consciência é o direito que toda pessoa possui de se recusar a cumprir determinada obri-
gação ou a praticar determinado ato comum, por ser ele contrário às suas crenças religiosas ou à sua 
convicção filosófica ou política, devendo então cumprir uma prestação alternativa, fixada em lei. 
Liberdade de expressão e proibição de censura:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente-
mente de censura ou licença;
Aqui, temos uma vez mais consubstanciada a liberdade de expressão e a vedação da censura.
Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
Com intuito da proteção, a Constituição Federal tornou inviolável a imagem, a honra e a intimidade pes-
soa humana, assegurando o direito à reparação material ou moral em caso de violação.
Proteção do domicílio do indivíduo:
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência).
Proteção do sigilo das comunicações:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comuni-
cações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabele-
cer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).
A Constituição Federal protege o domicílio e o sigilo das comunicações, por isso, a invasão de domicílio 
e a quebra de sigilo telefônico só pode se dar por ordem judicial.
Liberdade de profissão:
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
3
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissio-
nais que a lei estabelecer; 
É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão. Essa liberdade, entretanto, não é absolu-
ta, pois se limita às qualificações profissionais que a lei estabelece.
Acesso à informação:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário 
ao exercício profissional; 
O direito à informação é assegurado constitucionalmente, garantido o sigilo da fonte.
Liberdade de locomoção, direito de ir e vir:
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter-
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Todos são livres para entrar, circular, permanecer ou sair do território nacional em tempos de paz.
Direito de reunião:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independente-
mente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo 
local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Os cidadãos podem se reunir livremente em praças e locais de uso comumdo povo, desde que não ve-
nham a interferir ou atrapalhar outra reunião designada anteriormente para o mesmo local.
Liberdade de associação:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, 
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas 
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para represen-
tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
No Brasil, é plena a liberdade de associação e a criação de associações e cooperativas para fins lícitos, 
não podendo sofrer intervenção do Estado. Nossa Segurança Nacional e Defesa Social é atribuição ex-
clusiva do Estado, por isso, as associações paramilitares (milícias, grupos ou associações civis armadas, 
normalmente com fins político-partidários, religiosos ou ideológicos) são vedadas.
Direito de propriedade e sua função social:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Além da ideia de pertencimento, toda propriedade ainda que privada deve atender a interesses coletivos, 
não sendo nociva ou causando prejuízo aos demais.
Intervenção do Estado na propriedade:
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
4
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, 
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos 
nesta Constituição;
 XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade parti-
cular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
O direito de propriedade não é absoluto. Dada a supremacia do interesse público sobre o particular, nas 
hipóteses legais é permitida a intervenção do Estado na propriedade.
Pequena propriedade rural:
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não 
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a 
lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
A pequena propriedade rural é impenhorável e não responde por dívidas decorrentes de sua atividade 
produtiva. 
Direitos autorais:
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas 
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz huma-
nas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participa-
rem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, 
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a ou-
tros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do 
País;
Além da Lei de Direitos Autorais, a Constituição prevê uma ampla proteção às obras intelectuais: cria-
ção artística, científica, musical, literária etc. O Direito Autoral protege obras literárias (escritas ou orais), 
musicais, artísticas, científicas, obras de escultura, pintura e fotografia, bem como o direito das empresas 
de rádio fusão e cinematográficas. A Constituição Federal protege ainda a propriedade industrial, esta 
difere da propriedade intelectual e não é objeto de proteção da Lei de Direitos Autorais, mas sim da Lei 
da Propriedade Industrial. Enquanto a proteção ao direito autoral busca reprimir o plágio, a proteção à 
propriedade industrial busca conter a concorrência desleal.
Direito de herança:
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em bene-
fício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de 
cujus”; 
O direito de herança ou direito sucessório é ramo específico do Direito Civil que visa regular as relações 
jurídicas decorrentes do falecimento do indivíduo, o de cujus, e a transferência de seus bens e direitos 
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
5
aos seus sucessores.
Direito do consumidor:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
O Direito do Consumidor é o ramo do direito que disciplina as relações entre fornecedores e prestadores 
de bens e serviços e o consumidor final, parte hipossuficiente econômica da relação jurídica. As relações 
de consumo, além do amparo constitucional, encontram proteção no Código de Defesa do Consumidor e 
na legislação civil e no Procon, órgão do Ministério Público de cada estado, responsável por coordenar a 
política dos órgãos e entidades que atuam na proteção do consumidor.
Direito de informação, petição e obtenção de certidão junto aos órgãos públicos:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalva-
das aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide 
Lei nº 12.527, de 2011).
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de 
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situa-
ções de interesse pessoal;
Todo cidadão, independentemente de pagamento de taxa, tem direito à obtenção de informações, proto-
colo de petição e obtenção de certidões junto aos órgãos públicos, de acordo com suas necessidades, 
salvo necessidade de sigilo.
Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do controle jurisdicional:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Por este princípio o, Poder Judiciário não pode deixar de apreciar as causas de lesão ou ameaça a direi-
to que chegam até ele.
Segurança jurídica:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico de seu titular e cujo exercício não pode mais 
ser retirado ou tolhido.
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e definitivamente exercido, sem nulidades perante 
a lei vigente.
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sentença transitou em julgado e não cabe mais 
recurso, não podendo, portanto, ser modificada.
Tribunal de exceção:
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusivamente para o julgamento de um fato espe-
cífico já acontecido, onde os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda tal prática, 
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
6
pois todos os casos devem se submeter a julgamento dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas 
competências pré-fixadas.
Tribunal do Júri:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional destinado exclusivamente para o julgamento daprática de 
crimes dolosos contra a vida. 
Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade da lei penal:
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Para ser crime, tem que estar expressamente previsto na lei penal. Se a conduta não está prescrita no 
Código Penal, não é crime e não há pena. Uma nova lei penal não retroage, não se aplica a condutas 
praticadas antes de sua entrada em vigor, mas se a lei nova for mais benéfica, esta sim poderá ser apli-
cada para beneficiar o réu.
Princípio da não discriminação:
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
Decorre do princípio da igualdade.
Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça e anistia:
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos 
termos da lei;
 XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, 
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por 
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamen-
to).
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra 
a ordem constitucional e o Estado Democrático.
• Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de grupos armados contra a ordem constitucio-
nal e o Estado Democrático;
• Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: Prática de Tortura, Tráfico de drogas e entorpe-
centes, terrorismo e crimes hediondos.
Os crimes inafiançáveis são aqueles que não admitem fiança, ou seja, que não dão ao acusado o direito 
de responder seu processo em liberdade até a sentença condenatória, mediante pagamento de determi-
nada quantia pecuniária ou cumprimento de determinadas obrigações;
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
7
Crimes imprescritíveis são aqueles que não prescrevem e podem ser julgados e punidos em qualquer 
tempo, independentemente da data em que foram cometidos;
Crimes insuscetíveis de graça e anistia são aqueles que não permitem a exclusão do crime com a resci-
são da condenação e extinção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da punibilidade, ainda que 
parcial (graça).
Princípio da intranscendência da pena:
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles exe-
cutadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
A aplicação da pena deve ser sempre pessoal e não pode ser cumprida por pessoa diversa da pessoa do 
condenado.
Individualização da pena:
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Pela individualização da pena, é garantida a fixação das penas, observado o histórico pessoal a atuação 
individual, de modo que cada indivíduo possa receber apenas a punição que lhe é devida.
Proibição de penas:
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.
Como afirmativa dos direitos humanos e da dignidade da pessoa humana, a Constituição Federal de 
1988 veda a pena de morte, pena perpétua, de banimento e de trabalhos forçados e cruéis.
Estabelecimentos para cumprimento de pena:
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a 
idade e o sexo do apenado;
Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos:
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
Direito de permanência e amamentação dos filhos pela presidiária mulher:
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos duran-
te o período de amamentação;
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
8
Também em atenção à dignidade da pessoa humana, a Constituição Federal de 1988 determina que as 
penas sejam cumpridas em diferentes tipos de estabelecimento de acordo com a gravidade e natureza 
do delito, a idade e o sexo do apenado, respeitando-se sua integridade física e moral, garantindo ainda à 
apenada mulher, o direito de permanecer com os filhos e ter condições dignas de amamenta-los.
Extradição:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado an-
tes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
A extradição é um ato oficial de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pessoa – o 
extraditando, acusado ou condenada pela prática de um ou mais crimes em território estrangeiro, ao país 
que o reclama. A Constituição determina que não haverá extradição de brasileiro nato em nenhuma hipó-
tese, e o naturalizado somente nas exceções previstas.
Direito ao julgamento pela autoridade competente
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Devido Processo Legal:
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Contraditório e a ampla defesa:
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o devido processo legal, onde deverá ser assegurado, 
sob pena de nulidade absoluta, o direito de resposta e ampla defesa, com sentença transitada em julga-
do (que não cabe mais recurso) prolatada pelo juízo ou autoridade judiciária competente.
Provas ilícitas:
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal ou fraudulento, ou que infrinja as normas e princípios 
básicos de direito, motivo pelo qual não são aceitas no processo judicial.
Presunção de inocência:
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Todo cidadão é considerado inocente até que se prove o contrário, com o trânsito em julgado da senten-
ça condenatória.
Identificação criminal:
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses pre-
vistas em lei; (Regulamento).
A identificação criminal será feita diante de fundada suspeita da validade e veracidade dos documentos 
cíveis apresentados ou quando já se tem notícias reputadas a pessoa civilmente identificada sobre uso 
de diversos nomes e fraude em registros policiais.
Ação Privada Subsidiária da Pública:
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
9
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
A ação penal privada subsidiária da pública é admitida nos casos em que a lei não prevê a ação como 
privada, mas sim como pública (condicionada ou incondicionada). Entretanto, o Ministério Público, titular 
da ação penal, permanece inerte e não apresenta a denúncia no prazo legal, abrindo-se a possibilidade 
para que o ofendido, seu representante legal ou seus sucessores ingressem com a ação penal privada 
subsidiária da pública.
A publicidade dos atos processuais e o segredo de Justiça:
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem;
Em regra, todos os atos processuais são públicos, salvo o segredo de justiça, que pode ser determina-do de ofício pelo juiz da causa, para segurança jurídica das partes, proteção dos interesses de menor, 
interesse social ou demanda de grande repercussão etc., ou a requerimento justificado das partes do 
processo.
Legalidade da prisão:
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autorida-
de judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos 
em lei;
Salvo flagrante delito, o cidadão só pode ser levado preso por autoridade policial, mediante ordem judi-
cial escrita e devidamente fundamentada.
Comunicabilidade da prisão:
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao 
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
Informação ao preso:
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado;
Identificação dos responsáveis pela prisão:
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório 
policial;
Na ocasião de prisão, são direitos do preso a comunicação de sua prisão e o local onde se encontra à 
sua família e ao juízo competente, bem como conhecer as autoridades policiais responsáveis por sua 
prisão e interrogatório.
Relaxamento da prisão ilegal:
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
O relaxamento da prisão consiste em que o acusado seja posto em liberdade, pela incidência de alguma 
ilegalidade no ato de sua prisão.
Garantia da liberdade provisória:
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com 
ou sem fiança;
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
10
A liberdade provisória é o instituto processual que garante ao acusado o direito de aguardar em liberdade 
o transcorrer do processo criminal até o trânsito em julgado de sua sentença penal condenatória, median-
te o estabelecimento ou não de determinadas condições e a colaboração com as investigações.
Prisão civil:
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
A Constituição Federal de 1988 extinguiu, em regra, a prisão civil por dívidas, salvo a do alimentante 
inadimplente (pensão alimentícia). E, a Súmula Vinculante 25, STF tornou ilícita a prisão civil de deposi-
tário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
São remédios constitucionais em casos de violação de:
- Liberdade: Habeas Corpus
- Direito Líquido e certo: Mandado de Segurança
- Informações: Habeas data
- Preceito constitucional que necessite de norma regulamentadora: Mandado de Injunção
Habeas corpus:
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Mandado de Segurança:
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por 
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento 
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
Mandado de Injunção:
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviá-
vel o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania;
Habeas data:
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou adminis-
trativo;
Ação Popular:
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
11
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio am-
biente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência;
A Ação Popular é o instrumento constitucional adequado, por meio do qual qualquer cidadão pode vir a 
questionar a validade de atos que considera lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa, 
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Assistência Judiciária:
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência 
de recursos;
Todos aqueles que não podem arcar com as custas judiciárias sem prejuízo de seu sustento pessoal e de 
sua família, para se ter o acesso à justiça, têm direito à assistência judiciária gratuita.
Indenização por erro judiciário:
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do 
tempo fixado na sentença;
Gratuidade de serviços públicos:
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessá-
rios ao exercício da cidadania (Regulamento).
A Constituição Federal traz como direito fundamental a gratuidade de serviços públicos – registro civil, a 
obtenção de certidão de óbito, as ações de Habeas corpus e Habeas data aos economicamente hipossu-
ficientes.
Princípio da Celeridade Processual:
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do proces-
so e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004).
É fundamental a garantia da razoável duração do processo, de forma a evitar que direitos se percam no 
transcorrer processual pela demora do Judiciário.
Aplicabilidade das normas de direitos e garantias fundamentais:
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias fundamentais são autoaplicáveis.
Rol é exemplificativo:
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e 
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte.
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
12
O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxativo, mas sim exemplificativo. Os direitos e 
garantias ali expressos não excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de princípios constitu-
cionais, do regime democrático, ou de tratados internacionais. Assim, os direitos fundamentais podem ser 
esparsos, consubstanciados em toda legislação nacional, inclusive infraconstitucional.
Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos 
aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, 
DEC 9.522, de 2018).
Com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as normas de tratados internacionais sobre direitos huma-
nos passaram a ser reconhecidascomo normas de hierarquia constitucional, porém, somente se aprova-
das pelas duas casas do Congresso por 3/5 de seus membros em dois turnos de votação.
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Internacional:
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado 
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do Tribunal Penal Internacional, também conhecido 
por Corte ou Tribunal de Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e ratificado em 20 de junho de 2002 pelo 
Brasil. A Emenda Constitucional n° 45/2004, deu a esta adesão força constitucional. O objetivo do TPI é 
identificar e punir autores de crimes contra a humanidade.
— Direitos sociais
Os chamados Direitos Sociais são aqueles que visam garantir qualidade de vida, a melhoria de suas con-
dições e o desenvolvimento da personalidade. São meios de se atender ao princípio basilar da dignidade 
humana e estão previstos no art. 6º, CF.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o 
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desam-
parados, na forma desta Constituição (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).
Do direito ao trabalho
Os direitos relativos aos trabalhadores podem ser de duas ordens:
- Direitos individuais, previstos no art. 7º, CF;
- Direitos coletivos dos trabalhadores, previstos nos arts. 9º a 11, CF.
Os direitos individuais dos trabalhadores são aqueles destinados a proteger a relação de trabalho contra 
uma profunda desigualdade, de modo a compatibilizar a função laboral com a dignidade e o bem-estar do 
trabalhador que é a parte hipossuficiente da relação trabalhista.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social:
Proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei 
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
13
Os contratos de trabalho são, em regra, por prazo indeterminado e a legislação protege a continuidade 
das relações laborais contra dispensa imotivada.
Seguro-Desemprego:
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
O seguro desemprego é o direito de todo trabalhador à assistência financeira temporária, que tenha 
prestado serviços laborais a empregador e sido dispensado sem justa causa, por mais de seis meses. 
Nos termos do art. 4º da Lei do seguro desemprego, o benefício será concedido ao trabalhador desem-
pregado, por período máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou alternada, a 
cada período aquisitivo, contados da data de dispensa que deu origem à última habilitação, nos seguin-
tes critérios:
SEGURO DESEMPREGO
1ª Solicitação:
Parcelas Tempo de trabalho
4 (quatro) 12 a 23 meses
5 (cinco) 24 meses ou mais
2ª Solicitação:
Parcelas Tempo de trabalho
3 (três) 9 a 11 meses
4 (quatro) 12 a 23 meses
5 (cinco) 24 meses ou mais
3ª Solicitação:
Parcelas Tempo de trabalho
3 (três) 6 a 11 meses
4 (quatro) 12 a 23 meses
5 (cinco) 24 meses ou mais
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS):
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
Pode-se dizer que o FGTS é uma espécie de conta poupança compulsória do trabalhador, gerida pela 
Caixa Econômica Federal e regida pela Lei 8.036/1990. Mensalmente, o os empregador deve depositar 
nas contas vinculadas de seus funcionários o valor correspondente a 8% (oito por cento) do salário de 
cada trabalhador.
Salário mínimo:
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades 
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, 
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo 
vedada sua vinculação para qualquer fim;
O salário mínimo é o estabelecido para jornada padrão de 44 horas semanais, podendo ser proporcional, 
em caso de jornada inferior.
Piso salarial:
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
14
O piso salarial corresponde ao menor salário que determinada categoria profissional pode receber pela 
sua jornada de trabalho, considerando a extensão e complexidade do trabalho desenvolvido e devendo 
ser sempre superior ao salário-mínimo nacional.
Irredutibilidadade do salário:
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
A irredutibilidade salarial garante que o empregado não venha a ter o seu salário reduzido arbitrariamen-
te pelo empregador, durante todo o período do contrato de trabalho. É uma garantia à estabilidade eco-
nômica do trabalhador.
Proteção aos que percebem remuneração variável:
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
Os empregados que recebem salários com valores variáveis, como comissões sobre vendas etc, nunca 
devem receber salário inferior ao mínimo. Como o salário mínimo mensal estipulado em lei corresponde 
a uma jornada laboral mensal de 220 horas, a garantia mínima aqui estipulada terá como parâmetro o 
salário mínimo-hora.
Décimo Terceiro Salário ou Gratificação Natalina:
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
O 13º salário é a garantia do recebimento de um salário integral (ou proporcional ao período trabalhado, 
se for o caso) por ocasião das comemorações de final de ano a todos os trabalhadores, aposentados e 
pensionistas do INSS.
Remuneração superior por trabalho noturno:
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
Uma vez que a a redução do sono regular pode comprometer a saúde, o trabalho noturno tem remunera-
ção superior em 20% a mais sobre a hora diurna trabalhada para os trabalhadores urbanos e 25%, para 
os trabalhadores rurais.
Considera-se trabalho noturno:
– entre às 22h de um dia até às 5h do dia seguinte para trabalhadores urbanos;
– entre às 21h de um dia e às 5h do dia seguinte, para os trabalhadores rurais da agricultura; e
– entre às 20h de um dia e às 4h do dia seguinte, para os trabalhadores rurais pecuária.
Proteção do salário contra retenção dolosa:
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
É vedada a retenção salarial dolosa, sendo permitidos apenas os descontos salariais autorizados em 
Lei.
Participação nos lucros:
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, parti-
cipação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
A Participação nos Lucros e Resultados da empresa corresponde a uma recompensa pelo reconhecimen-
to do bom desempenho e produtividade, pago a todos os funcionários de determinada empresa sobre o 
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
15
lucro excedente de determinado período de suas atividades.
Salário-família:
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
O salário-família é um benefício da previdência social correspondente ao valor pago ao empregado de 
baixa renda, que receba salário no valor de até R$ 1.655,98, inclusive ao doméstico e ao trabalhador 
avulso, e possua filhos menores de 14 anos de idade ou portadores de deficiência, sem limite de ida-
de.
Jornada de Trabalho:
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, 
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de 
trabalho; (Vide Decreto-Leinº 5.452, de 1943).
A Constituição Federal garante ao trabalhador jornada de trabalho não superior a oito horas diárias ou 
quarenta e quatro horas semanais, facultada a compensação e a redução.
Jornada especial para turnos ininterruptos de revezamento:
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo 
negociação coletiva;
O trabalho em turno ininterrupto de revezamento é aquele prestado por trabalhadores que se revezam 
nos postos de trabalho nos horários diurno e noturno. É bastante comum em empresas que funcionam 
em tempo integral, sem pausas. A jornada do trabalhador de turnos ininterruptos deve ser de seis horas 
diárias.
Repouso (ou descanso) semanal remunerado (DSR):
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
O Descanso ou Repouso Semanal Remunerado corresponde a um dia de folga semanal remunerado ao 
trabalhador a ser concedido preferencialmente aos domingos.
Pagamentos de horas extras:
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do nor-
mal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º).
O pagamento de horas extras caracteriza-se pela remuneração superior em, no mínimo, 50% das ho-
ras trabalhadas, além da jornada diária, lembrando que a legislação trabalhista permite o excedente em 
apenas 2 horas extraordinárias diárias, totalizando 10 horas diárias trabalhadas, salvo condições ex-
cepcionais. É licita também a compensação de jornada (banco de horas), quando ao invés de receber o 
acréscimo salarial que lhe é devido, o trabalhador passa a ter direito a usufruir a compensação das horas 
excedentes em períodos de folga para descanso e lazer, mediante o cumprimento de alguns requisitos 
legais pela empregadora. 
Férias remuneradas:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
Após um ano de trabalho efetivo (período aquisitivo), todo trabalhador passa a ter direito a um período de 
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
16
até 30 dias para descanso e lazer, com percebimento de salário integral, acrescido de 1/3 constitucional. 
As férias são concedidas a critério do empregador, que após o término do período aquisitivo, tem até um 
ano para concedê-las (período concessivo).
Licença à gestante:
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
Também chamada de Licença maternidade, corresponde ao período em que a mulher está prestes a ter 
um filho, acabou de ganhar um bebê ou adotou uma criança. Nesses contextos, a mulher tem direito a 
permanecer afastada do seu trabalho e receber o salário maternidade, benefício previdenciário pago à 
pessoa nessas condições. Em regra, a licença maternidade é de 120 dias, podendo ser ampliado para 
180 dias, nos casos em que a empregadora for aderente ao Programa Empresa Cidadã.
Licença-paternidade:
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
A Licença-paternidade é período de 5 dias, que se inicia no primeiro dia útil após o nascimento da crian-
ça em que o pai tem direito a afastar-se de suas atividades laborais, sem prejuízo de seu salário. Nos 
casos em que a empresa esteja cadastrada no programa Empresa Cidadã, o prazo poderá ser estendido 
por mais 15 dias, totalizando 20 dias.
Proteção da mulher no mercado de trabalho:
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
A proteção ao trabalho da mulher é questão de ordem pública, com vias a garantir a isonomia de con-
dições laborais. Assim, são vedadas diferenciações arbitrárias, salvo quando a natureza da atividade, 
pública ou notoriamente o exigir. São vedadas as diferenciações em razão do gênero para fins de remu-
neração, formação profissional e possibilidades de ascensão. A proteção à gravidez, proibição de revis-
tas íntimas ou práticas que venham a ferir a dignidade feminina são alguns dos exemplos de medidas de 
proteção do mercado de trabalho da mulher.
Aviso Prévio:
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da 
lei;
Nas relações de emprego, o aviso prévio consiste na comunicação da rescisão do contrato de trabalho 
por uma das partes, empregador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência mínima 
de 30 dias. O aviso prévio pode ser trabalhado ou indenizado, quando concedido por qualquer uma das 
partes.
Redução dos riscos do trabalho:
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
É dever da empregadora a redução dos riscos inerentes às atividades desempenhadas por seus colabo-
radores, através do cumprimento de todas as normas regulamentadoras de saúde, higiene e segurança, 
bem como do fornecimento de equipamentos de proteção individual e da exigência da execução de todas 
as normas da empresa por seus funcionários, sob pena de justa causa.
Adicional por atividades penosas, insalubres ou perigosas:
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
17
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da 
lei;
O trabalho penoso é aquele considerado extremamente desgastante para a pessoa humana, em que o 
trabalhador depreende um esforço além do normal para o desempenho de suas atividades. Não há regu-
lamentação de um adicional.
O trabalho insalubre é aquele em que o empregado, no exercício de suas atividades, expõe-se a qual-
quer agente físico, químico ou biológico, nocivo à saúde, e que com o passar do tempo podem ocasionar 
uma doença ocupacional. O adicional de insalubridade pode variar entre:
- 10% (dez por cento) em grau mínimo;
- 20% (vinte por cento) em grau médio;
- 40% (quarenta por cento) em grau máximo de exposição, calculado sob o salário mínimo, nos termos 
da lei. 
São exemplos de atividades insalubres as exercidas por profissionais da saúde, radiologistas, minerado-
res, entre outros.
E, por fim, o trabalho perigoso é aquele que envolve constante risco à integridade física do trabalhador. 
Como exemplos, temos as atividades profissionais com inflamáveis, explosivos, energia elétrica, segu-
rança pessoal ou patrimonial, com o uso de motocicleta, entre outros. O adicional de periculosidade é 
correspondente a 30% (trinta por cento) sobre o salário-base.
A insalubridade é diferente da periculosidade e os adicionais não são cumulativos!
Aposentadoria:
XXIV – aposentadoria;
A aposentadoria é o benefício concedido pela Previdência Social ao trabalhador segurado da previdência 
que preencher os requisitos legais para sua concessão, consistente na prestação pecuniária recebida 
mensalmente pelo aposentado, calculada conforme suas contribuições à previdência ao longo de toda a 
sua vida laboral.
Assistência aos filhos pequenos:
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade 
em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
A Constituição Federal, com vistas a proteção do trabalho dos genitores de filhos e dependentes peque-
nos, garante assistência gratuita a seus filhos e dependentes, entretanto, tal dispositivo, ainda depende 
de regulamentação para o seu pleno exercício.
Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho:
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
Por este inciso, a Constituição Federal reconheceu as convenções e acordos coletivos como instrumen-
tos com força de lei entre as partes, desde que conformes com o texto constitucional.
Proteção em face da automação:
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
18
A proteção em face da automação consiste em proteger a classe trabalhadora do desemprego pela au-
tomação abusiva, bem como em garantir de forma efetiva a saúdee a segurança no meio ambiente de 
trabalho automatizado.
Seguro contra acidentes de trabalho:
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que 
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
O seguro contra acidentes de trabalho é uma garantia ao empregado, às expensas do empregador, que 
assume os riscos da atividade laboral, mediante pagamento de um adicional sobre folha de salários de 
seus empregados, com administração atribuída à Previdência Social. Tal seguro tem função de segurida-
de por ser destinado a beneficiários atingidos por doença ou acidente, que estejam associados ao siste-
ma previdenciário. O Seguro contra acidentes de trabalho está regulamentado pela Lei 8.212/91.
Ação trabalhista nos prazos prescricionais:
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de 
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato 
de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000).
A todo trabalhador é garantido o direito de propor Reclamatória (ou Reclamação) Trabalhista, dentro dos 
prazos processuais legais. O prazo prescricional de uma reclamação trabalhista é de 02 anos, a partir 
da rescisão do contrato de trabalho! Esse é o prazo para que o trabalhador possa ingressar com a Ação 
Trabalhista. O prazo prescricional de 05 anos, previsto no mesmo inciso da Constituição, refere-se ao 
período cujos direitos podem ser questionados, ou seja, o funcionário pode reclamar apenas dos direitos 
correspondentes aos últimos 05 (cinco) anos trabalhados.
Não discriminação:
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo 
de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalha-
dor portador de deficiência;
Proibição de distinção do trabalho:
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais 
respectivos;
Trabalho do menor:
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer tra-
balho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
- De 14 a 16 anos: Só pode trabalhar na condição de aprendiz.
- De 16 a 18 anos: É vedado o exercício de trabalho noturno, perigoso ou insalubre.
- A partir de 18 anos: Trabalho normal.
Igualdade ao trabalhador avulso:
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalha-
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
19
dor avulso.
O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a uma empresa de maneira eventual e que, apesar de 
não possuir vínculo empregatício, possui os mesmos direitos que os trabalhadores com vínculo e a sua 
prestação de serviços deve obrigatoriamente ser intermediada por um sindicato de sua categoria.
Empregados domésticos: 
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos 
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, 
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações 
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previs-
tos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013).
Os Direitos Coletivos dos Trabalhadores “são aqueles exercidos pelos trabalhadores, coletivamente ou 
no interesse de uma coletividade” (LENZA, 2019, p. 2038) e compreendem:
Liberdade de Associação Profissional Sindical: prerrogativa dos trabalhadores para defesa de seus inte-
resses profissionais e econômicos.
Direito de Greve: direito de abstenção coletiva e simultânea do trabalho, de modo organizado para defe-
sa de interesses dos trabalhadores. Importante mencionar que serviços considerados essenciais e ina-
diáveis à sociedade não podem ser paralisados totalmente para o exercício do direito de greve. Ademais, 
o STF (2017) entende que servidores que atuam diretamente na área de segurança pública não podem 
entrar em greve em nenhuma hipótese.
Direito de Participação Laboral: assegura a participação dos trabalhadores e empregadores nos cole-
giados dos órgãos públicos em que interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discus-
são.
Direito de Representação na Empresa: Nos termos do art. 11, CF: nas empresas de mais de duzentos 
empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promo-
ver-lhes o entendimento direto com os empregadores.
— Direitos de nacionalidade
A nacionalidade é a condição de sujeito natural do Estado, que pode participar dos atos pertinentes à 
nação. A atribuição da nacionalidade se dá por dois critérios:
Jus solis: será brasileiro todo aquele nascido em território nacional;
Jus sanguinis: será brasileiro todo filho de nacional, mesmo nascido no exterior.
O Brasil adota, em regra, o critério do jus solis, mitigado por critérios do jus sanguinis. O art. 12 da Cons-
tituição Federal elenca os direitos da nacionalidade, dividindo os brasileiros em dois grandes grupos: os 
brasileiros natos e os naturalizados.
Art. 12 São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes 
não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a 
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
20
serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em 
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em 
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 54, de 2007).
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de 
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais 
de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira 
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
Cargos privativos do brasileiro nato: (art. 12, § 3º, CF)
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999).
Naturalização 
A naturalização é um meio derivado, de aquisição secundária da nacionalidade brasileira, permitida ao 
estrangeiro ou apátrida que preencher determinados requisitos.
Também chamado de heimatlos, o apátrida é aquele que não possui nenhuma nacionalidade, já o polipá-
trida é aquele que tem mais de uma nacionalidade.
A Lei nº 13.445/2017, que institui a Lei de Migração trata de diversas questões acerca da nacionalidade e 
do processo de naturalização, sendo vedada a diferenciação arbitrária entre brasileiros natos e naturali-
zados.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos 
previstos nesta Constituição.
Portugueses:
Aos portugueses com residência permanente no país serão atribuídos os mesmos direitos dos brasilei-
ros, desde que hajareciprocidade.
Art. 12
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de bra-
sileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição 
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
21
Perda da Nacionalidade:
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse 
nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revi-
são nº 3, de 1994).
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional de Revisão nº 3, de 1994).
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangei-
ro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela 
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
Extradição, repatriação, deportação e expulsão
A extradição, repatriação, deportação e expulsão são medidas do Estado soberano para enviar uma pes-
soa que se encontra refugiada em seu território a outro Estado estrangeiro. 
Segundo o Ministério da Justiça (2021), a extradição é um ato de cooperação internacional que consiste 
na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. Não 
haverá extradição de brasileiro nato. Também não será concedida extradição de estrangeiro por crime 
político ou de opinião. 
Repatriação é medida administrativa consistente no processo de devolução voluntária de uma pessoa 
ao seu local de origem ou de cidadania, por estar impedida de permanecer em território brasileiro após 
determinado período.
A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada ou estada irregular de estrangeiros no território 
nacional e a repatriação ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território nacional pela 
fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira. 
A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do ter-
ritório nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado, configurado pela 
prática de crimes em território brasileiro.
O banimento, que é a entrega de um brasileiro para julgamento no exterior, prática comum na época da 
ditadura militar, é vedado pela Constituição.
— Direitos políticos
Os Direitos Políticos visam assegurar a participação do cidadão na vida política e estrutural de seu Esta-
do, garantindo-lhe o acesso à condução da coisa pública. Abrangem o poder que qualquer cidadão tem 
na condução dos destinos de sua coletividade, de uma forma direta ou indireta, ou seja, sendo eleito ou 
elegendo representantes junto aos poderes públicos.
Cidadania e nacionalidade são conceitos distintos, logo nacional é diferente de cidadão. A condição 
de nacional é um pressuposto para a de cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de nacional 
acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder participar do processo governamental, sobretudo pelo 
voto. 
Nos termos do art. 14 da Constituição Federal a soberania popular é exercida pelo sufrágio (voto) univer-
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
22
sal, direto e secreto, com valor igual para todos. Ademais, estabelece também os instrumentos de partici-
pação semidireta pelo povo.
Plebiscito: manifestação popular do eleitorado que decide acerca de uma determinada questão. Assim, 
em termos práticos, é feita uma pergunta à qual responde o eleitor. É uma consulta prévia à elaboração 
da lei.
Referendo: manifestação popular, em que o eleitor aprova ou rejeita uma atitude governamental, normal-
mente uma lei ou projeto de lei já existente.
Iniciativa Popular: é o direito de uma parcela da população (1% do eleitorado) apresentar ao Poder Le-
gislativo um projeto de lei que deverá ser examinado e votado. Os eleitores também podem usar deste 
instrumento em nível estadual e municipal.
Alistamento eleitoral (direitos políticos ativos):
Consiste na capacidade de votar, participar de plebiscito e referendo, subscrever projeto de lei de iniciati-
va popular e de propor ação popular e se dá através do alistamento eleitoral, obrigatório para os maiores 
de dezoito anos e facultativo para os maiores de dezesseis e menores de dezoito, para os analfabetos e 
para os maiores de setenta anos. 
São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos durante serviço militar obrigatório, ou seja, aqueles que 
se alistaram no exército e foram convocados a prestar serviço militar.
Elegibilidade eleitoral (direitos políticos passivos):
Os direitos políticos passivos consistem na possibilidade de ser votado, ou seja, na elegibilidade que é a 
capacidade eleitoral passiva consistente na possibilidade de o cidadão pleitear determinados mandatos 
políticos, mediante eleição popular, desde que preenchidos os devidos requisitos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; Regulamento.
VI - a idade mínima de:
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) 30 para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de 
paz;
d) 18 anos para Vereador.
Inelegibilidades:
A Constituição não menciona exaustivamente todas hipóteses de inelegibilidade, apenas fixa algumas. 
Em regra:
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
23
Há também a inelegibilidade derivada do casamento ou do parentesco com o Presidente da República, 
com os Governadores de Estado e do Distrito Federal e com os Prefeitos, ou com quem os haja substituí-
do dentro dos seis meses anteriores ao pleito.
§7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, 
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, 
do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao plei-
to, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Quanto à reeleição e desincompatibilização, a Emenda Constitucional nº 16 trouxe a possibilidade de 
reeleição para o chefe dos Poderes Executivos federal, estadual, distrital e municipal. Ao contrário do sis-
tema americano de reeleição, que permite apenas a recondução por um período somente, no Brasil, após 
o período de um mandato, o governante pode voltar a se candidatar para o posto.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem 
os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período 
subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997). 
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do 
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos alguns requisitos:
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passa-
rá automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
O Mandato Eletivo pode ser impugnado:
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados 
da diplomação, instruídaa ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude;
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na 
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Suspensão e Perda dos Direitos Políticos 
A perda e a suspensão dos direitos políticos podem-se dar, respectivamente, de forma definitiva ou 
temporária. Ocorrerá a perda quando houver cancelamento da naturalização por sentença transitada em 
julgado, no caso de recusa em cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (é o caso do 
serviço militar obrigatório). Por sua vez, a suspensão dos direitos políticos se dá enquanto persistirem os 
motivos desta, ou seja, enquanto não retoma a capacidade civil, o indivíduo terá seus direitos políticos 
suspensos; readquirindo-a, alcançará, novamente o status de cidadão. Também são passíveis de sus-
pensão os condenados criminalmente (com sentença transitado em julgado). Cumprida a pena, readqui-
rem os direitos políticos; no caso de improbidade administrativa, a suspensão será, da mesma forma, 
temporária.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
24
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
— Partidos Políticos
Partidos políticos são associações de pessoas de ideologia e interesses comuns, com a finalidade de 
exercer o poder a partir da vontade popular, determinando o governo e a orientação política nacional. Ju-
ridicamente, são verdadeiras instituições, pessoas jurídicas de direito privado, constituídas na forma da 
lei civil, perante o Registro Civil de Pessoas Jurídicas e que gozam de imunidade e autonomia para gerir 
sua organização interna.
No Brasil, o pluralismo político é um dos fundamentos da República, e diferente de outras nações aqui 
não foi instituído o dualismo. (direita e esquerda ou democratas e republicanos). Os partidos políticos 
têm liberdade de organização partidária, sendo livres a criação, fusão, incorporação e a sua extinção, 
observados o caráter nacional, a proibição de subordinação e recebimento de recursos financeiros de 
entidades ou governo estrangeiros, a vedação da utilização de organização paramilitar, além do dever de 
prestar contas à Justiça Eleitoral e do funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
De acordo com a Lei das Eleições, coligações partidárias são permitidas. 
Os partidos políticos, uma vez devidamente constituídos e registrados no TSE, têm direito a recursos do 
fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão para fins de propaganda eleitoral.
Administração pública (artigos de 37 a 41, capítulo VII, Constituição Federal de 1988)
Disposições gerais
A administração pública consiste no conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos do 
Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando a satisfação das necessidades coletivas. 
A função administrativa é institucionalmente imputada a diversas entidades governamentais autônomas, 
expressas no art. 37 da Constituição Federal. 
Administração Pública Direta e Indireta
A administração direta é a administração centralizada, definida como o conjunto de órgãos administrati-
vos subordinados diretamente ao Poder Executivo de cada entidade. Ex.: Ministérios, as Forças Arma-
das, a Receita Federal, os próprios Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário etc. 
Por sua vez, a administração indireta é a descentralizada, composta por entidades personalizadas de 
prestação de serviço ou exploração de atividades econômicas, mas vinculadas aos Poderes Executivos 
da entidade pública. Ex.: Autarquias: Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária – INCRA e outras agências reguladoras, Universidade Federal de Alfenas 
– UNIFAL-MG e outras universidades federais, Centros e Institutos Federais de Educação Tecnológica, 
Banco Central do Brasil – BACEN; Conselho Federal de Medicina e outros Conselhos Profissionais etc; 
Empresas Públicas: BNDES, Caixa Econômica Federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 
etc; Sociedades de economia mista: Petrobrás, Banco do Brasil etc; Fundações públicas: Funai, Funasa, 
IBGE etc.
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
25
Princípios Específicos da Administração Pública
Legalidade: todo o ato administrativo deve ser antecedido de lei;
Impessoalidade: todos atos e provimentos administrativos não são imputáveis ao agente político que o 
realiza, mas sim ao órgão ou entidade pública em nome da qual atuou.
Moralidade: impõe a obediência à lei, não só no que ela tem de formal, mas como na sua teleologia. Não 
bastará ao administrador o estrito cumprimento da legalidade, devendo ele, no exercício de sua função 
pública, respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça.
Publicidade: todos os atos administrativos devem ser públicos, vedado o sigilo e o segredo, salvo em 
hipóteses restritas que envolvam a segurança nacional.
Eficiência: trazido pela Emenda Constitucional nº 19, este princípio estabelece que os atos administrati-
vos devem cumprir os seus propósitos de forma eficaz.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998):
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requi-
sitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998);
Servidores públicos 
Concurso Público:
A investidura em cargo ou emprego público só se pode dar por meio de concurso público. Enquanto não 
há a posse, os aprovados têm apenas uma expectativa de direito. Não há direito adquirido em relação ao 
cargo pela simples aprovação em concurso público.
Art. 37.
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na for-
ma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomea-
ção e exoneração (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual 
período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso 
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para 
assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os 
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais 
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica (Redação 
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
26
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de defi-
ciência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contrataçãopor tempo determinado para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público;
O art. 37 da Constituição Federal estabelece ainda as regras quanto a valores, limitações e formas de 
recebimento de remuneração e subsídios dos servidores públicos, bem como condições sobre acúmulo 
de cargos e funções:
Art. 37.
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente pode-
rão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada 
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento);
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da adminis-
tração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e 
os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as 
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espé-
cie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio 
do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder 
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio 
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por 
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder 
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores 
Públicos (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003);
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superio-
res aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de 
remuneração de pessoal do serviço público (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumula-
dos para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, 
de 1998);
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, 
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade 
de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 19, de 1998):
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico (Redação dada pela Emenda Constitu-
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
27
cional nº 19, de 1998);
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001);
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, em-
presas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou 
indiretamente, pelo poder público (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); XVIII - a 
administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdi-
ção, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
E também a criação de autarquias e instituição de empresas públicas, fundações e sociedades de econo-
mia mista:
Art. 37.
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, 
definir as áreas de sua atuação (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades men-
cionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
Todas as obras, serviços e compras da Administração, nos termos do que preceitua o art. 37 da Consti-
tuição, deverão ser contratadas por meio de licitação pública.
Art. 37.
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações se-
rão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os 
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas 
da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econô-
mica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (Regulamento).
O referido art. 37, CF dispõe ainda sobre as informações na Administração Pública:
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ativi-
dades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão 
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com 
o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003);
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter 
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da auto-
ridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, 
regulando especialmente (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998):
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção 
de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos servi-
1729974 E-book gerado especialmente para AGATHA KAROLINE EVANGELISTA DE MARTIN BENFICA
28
ços (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, obser-
vado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Lei nº 
12.527, de 2011);
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou fun-
ção na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
Improbidade Administrativa
A improbidade administrativa é espécie de ilegalidade praticada pelo servidor, qualificada pela finalidade 
de atribuir situação de vantagem a si ou a outrem. A Lei nº 8.429/92, chamada de Lei de Improbidade 
Administrativa, disciplina este dispositivo constitucional, previsto no art. 37, §4º.
Art. 37.
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor 
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,

Continue navegando