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Objetivo 1. Ensinar as fundamentações gerais para a atuação como perito contador e assistente técnico; 2. Propiciar aos alunos o entendimento sobre a formulação correta e objetiva de perguntas e respostas, que expressem o objeto da lide e a segurança na preparação de laudos e pareceres probantes; 3. Demonstrar o aluno como produzir pareceres e laudos e defendê-los periciais, à luz do Código de Processo Civil; 4. Propiciar ao discente a possibilidade de enfrentar situações de pedidos e contestações judiciais ou extrajudiciais, na confrontação dos elementos de provas apresentados nos pareceres e laudo; 5. Desenvolver no aluno a capacidade de interpretação e análise de provas contábeis, visando prepará-las para enfrentar situações reais em ambiente de aprendizagem; Ementa Tipos de Pericia contábil. As fases processuais da pericia a luz do Código de Processo Civil e das Normas Brasileira de Contábilidade; Planejamento e procedimentos para obtenção das provas periciais inerentes aos quesitos. Programa da Disciplina Unidade 1: Conceitos e fundamentos da Pericia contábil Tópico 1: Importancia do trabalho pericial, Funções do Perito e Tipos de perícia. Objetivo do Tópico: Familiarizar o aluno sobre a atuação do perito em litígios judiciais em diferentes áreas da justiça como família, tributos, trabalho, previdência, cíveis, empresariais, etc. Tópico 2: Normas da pericia contábil, Competência técnico profissional e Impedimento, responsabilidade e ética no trabalho pericial. Objetivo do Tópico: Explicar sobre as bases legais da perícia, quem pode realizar o trabalho, as responsabilidades e o zelo com o trabalho. UniversoEAD 3 plano de ensino Tópico 3: Irregularidades contábeis que ensejam a perícia. Objetivo do Tópico: Situações comuns que o perito irá deparar como adulterações, infrações cometidas por profissionais, erros técnicos, fraudes, negligências profissionais, simulações de fatos, etc. Tópico 4: Motivos para nomeação do perito e a importância dos quesitos da perícia, quesitos suplementares e complementares. Objetivo do Tópico: Explicar as motivações que levam a nomeação do perito, e o foco do trabalho do perito. Unidade 2: Planejamento da Pericia judicial e extrajudicial Tópico 1: Nomeação do perito e Indicação de Assistente Técnico. Objetivo do Tópico: Explicar as condições legais para a nomeação do perito como a intimação e da indicação de assistentes técnicos pelas partes em litigio. Tópico 2: Objetivos e desenvolvimento da perícia Objetivo do Tópico: Explicar a importância de cronograma para o desenvolvimento do trabalho e os procedimentos que serão aplicados. Tópico 3: Riscos e custos Objetivo do Tópico: Explicar os riscos inerentes ao trabalho, as penalidades passíveis e os custos que deverão ser previstos que servirá de base para a proposta de honorário. Tópico 4: Equipe Técnica e responsabilidades Objetivo do Tópico: Explicar sobre as responsabilidades na organização da equipe de trabalho, e a possibilidade da contratação de profissionais especialistas de outras áreas. Unidade 3: Procedimentos para obtenção da prova pericial Tópico 1: Prova Pericial Objetivo do Tópico: Explicar a importância da metodologia para aplicação dos procedimentos voltados à obtenção da prova pericial. Tópico 2: Diligências para obtenção da prova Objetivo do Tópico: Explicar a observância da legalidade para aplicar procedimentos voltados à obtenção da prova. Tópico 3: Procedimentos Específicos da Perícia Objetivo do Tópico: Apresentar e explicar os procedimentos periciais. 4 UniversoEAD plano de ensino Unidade 4: Elaboração do Laudo e Parecer pericial Tópico 1: Laudo e Parecer pericial Objetivo do Tópico: Explicar quando e como apresentar o laudo e o parecer pericial. Tópico 2: Estrutura do laudo Objetivo do Tópico: Apresentar como deve ser a estrutura de um laudo; Tópico 3: Apresentação do laudo e do parecer Objetivo do Tópico: Explicar a importância em observar os aspectos processuais para apresentação do laudo e parecer. Tópico 4: Proposta de honorário e levantamento de honorário Objetivo do Tópico: Explicar formas de estabelecer a composição do honorário e quando solicitar a sua liberação. Referências Bibliográficas Código de Processo Civil: Lei no. 5.869/1973 e suas alterações. Disponível no site www. planaldo.gov.br/ccivil Código civil: lei no. 10.406/2002 e suas alterações. Disponível no site www.planaldo.gov.br/ ccivil Norma Brasileira de Contabilidade: NBC TP 01. Aprovado pela Resolução no. 1.243/2009 do Conselho Federal de contabilidade, disponível no site www.cfc.org.br/ Norma Brasileira de Contabilidade: NBC PP 01. Aprovado pela Resolução no. 1.244/2009 do Conselho Federal de contabilidade disponível no site www.cfc.org.br/ ALBERTO, Valder Luis Palombo. Perícia contábil. Editora Atlas. 5ª. Edição; HOOG, Wilson Zappa. Prova Pericial Contábil: Teoria e pratica. 10ª Edição. Editora Jurua. HOOG, Wilson A. Zappa. Perícia Contábil - Normas Brasileiras Interpretadas - Interpretação à Luz dos Códigos Civil, Processo Civil e Penal. 5. ed. Editora Juruá. 2012 MAGALHÃES, Antonio de Deus F. & LUNKES, Irtes Cristina. Perícia Contábil nos processos Cível e Trabalhista. ORNELAS, Martinho Mauricio Gomes de. Perícia Contábil. Editora Atlas. 5ª. Edição, São Paulo. PIRES, Marco Antonio Amaral. Laudo Pericial Contábil. 4ª. Ed
Objetivos de aprendizagem
• Ensinar as fundamentações gerais para a atuação como perito contador e assistente técnico.
• Familiarizar o aluno sobre a atuação do perito em litígios judiciais em diferentes áreas da justiça, como família, tributos, trabalho,
previdência, cíveis, empresariais etc.
• Explicar sobre as bases legais da perícia, quem pode realizar o trabalho, as responsabilidades e o zelo com o trabalho.
• Apresentar situações comuns com as quais o perito irá se deparar, como adulterações, infrações cometidas por profissionais,
erros técnicos, fraudes, negligências profissionais, simulações de fatos etc.
• Explicar as motivações que levam à nomeação do perito e o foco do trabalho do perito.
• Entender a importância do trabalho pericial como auxílio nas resoluções de conflitos.
• Relacionar algumas situações comuns de irregularidades com que o perito irá se deparar no seu campo de atuação durante os
trabalhos. Cada situação tem uma particularidade que precisa ser investigada.
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Conceito de perícia
• Normas relacionadas à Perícia Contábil
• Irregularidades contábeis que ensejam a perícia
• Motivos para nomeação do perito e a importância dos quesitos, quesitos suplementares e quesitos complementares da perícia
Introdução
Olá! Seja bem-vindo(a) ao estudo do contexto da Perícia Contábil!
A Contabilidade tem por objetivo gerar informações a partir da elaboração e análise das diversas demonstrações que disponham sobre a composição de ativos, passivos, receitas, despesas, lucros, prejuízo, patrimônio líquido, além de possibilitar indicadores de rentabilidade, atividades, produtividade e capacidade financeira das entidades.
Entenda que, no estudo da perícia, encontramos um ambiente focado na investigação de fatos específicos decorrentes de divergências e/ou litígios, seja por motivo de interpretação das aplicações de técnicas, problemas de fraudes, indícios de erros e imperfeições técnicas ou por negligências etc. Nas resoluções desses problemas, torna-se necessário o uso de serviços de profissionais de notório saber que possam aferir, certificar, avaliar e emitir uma opinião objetiva acerca do problema.
Você vai perceber novos termos, pouco usuais no ambiente da contabilidade geral, como são os casos de laudos e pareceres periciais, quesitos, diligências, provas periciais, exibição de documentos, procedimentos de investigação, mandatos de intimação etc.
De início, buscaremos desmistificar o que significa ser um perito. O significado da palavra perícia é bastante abrangente e trata de uma atividade voltada para realçar habilidade ou talento exercido por um profissional com conhecimento especializado,que seja um expert legalmente habilitado para vistoriar, avaliar, examinar temas de sua área de formação.
A perícia é aplicável não somente à contabilidade, mas a todos os campos de atividades profissionais, desde que preencha os requisitos legais, como, por exemplo, às áreas de medicina, engenharia etc. ou qualquer campo do conhecimento humano. O perito atua em situações como, por exemplo, na engenharia, para vistoriar as especificações de materiais efetivamente utilizados em obras, para identificar a causa de problemas em construções civis, para identificar a real dimensão de prejuízos causados em lavouras devido a problemas ambientais, como excesso de chuvas, secas, chuvas de granizo sobre lavouras etc.
Veja, por exemplo, o perito médico que atua no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para avaliar contribuintes que solicitam benefícios como aposentadoria por invalidez ou, então, o perito criminal da polícia encarregado de produzir provas que elucidem um determinado crime.
A perícia contábil é uma especialidade que requer competência técnico-científica. O perito contador deve, com o uso de metodologias científicas e observando-se os ritos legais, constatar, provar, demonstrar e certificar a veracidade dos fatos ou objetos em litígio, constituindo, assim, a prova necessária para o deslinde da questão.
CONCEITO DE PERÍCIA
Destacaremos alguns pontos acerca da origem e da regulamentação desta profissão, visando melhor contextualizar o assunto e facilitar sua compreensão.
Segundo diversos historiadores da teoria da contabilidade, o termo perícia vem do Latim peritia e quer dizer “conhecimento, experiência hábil, ciência”. 
Abandonando despretensiosamente a profundidade epistemológica, perito significa, especificamente na linguagem do Direito, a pessoa que, nomeada pelo juiz ou escolhida pelas partes, em uma demanda ou litígio, vai participar ou realizar um procedimento técnico-científico, denominado perícia, produzindo provas que ajudarão na decisão do magistrado ou juiz, autenticando o objeto periciado como prova.
A origem da atividade de perícia está associada ao árbitro ou magistrado que, nos primórdios do Direito, recorria a especialistas nas resoluções de conflitos. No Brasil, o primeiro indicativo do trabalho pericial surgiu em 04 de julho de 1930, quando foi organizada a Câmara de Peritos Contadores do Instituto Brasileiro de Contadores. Perícia é a diligência efetuada por Especialista habilitado profissionalmente para esclarecer ou evidenciar fatos.
De acordo com a Resolução no 1.243 da NBC TP 01, do Conselho Federal de Contabilidade – CFC (BRASIL, 2009a), a Perícia Contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à instância decisória (juiz) elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
Em uma situação de conflito de interesses em uma determinada sociedade, em que estejam envolvidos fatores econômicos ou financeiros, seja em ambientes de empresas ou em famílias, estarão presentes três espécies de verdade:
a. a verdade na visão do autor, ou quem faz a reclamação (reclamante), devidamente fundamentada pelo patrono;
b. a verdade na visão do réu (reclamada), que contesta as alegações do primeiro e tenta redirecionar os fatos em caminhos divergentes;
c. a verdade verdadeira, ou seja, aquela que deverá prevalecer por ocasião da decisão judicial; resulta(ndo) aqui, portanto, a importância do Laudo Pericial, documento por meio do qual o perito designado se manifesta acerca dos trabalhos e conclusões que lhes foram conferidas.
Veja, como exemplo, situações de dúvidas sobre juros do cheque especial, faturas de cartão de crédito, contratos de empréstimos bancários, financiamentos de bens, direitos em rescisão de contratos de trabalho, compra e venda de produtos diferentes das especificações, brigas entre sócios, dissolução de casamentos, partilha de herança etc.
Para Valder Luiz Palombo Alberto (2012, p. 19), perícia é “um instrumento especial de constatação, prova ou demonstração, científica ou técnica, da veracidade de situações, fatos ou coisas”. A perícia é um instrumento da prova, a qual, por meio do laudo, demonstra a verdade sobre o objeto para o qual foi solicitada. É um instrumento técnico-científico de constatação, de prova ou de demonstração da veracidade de situações, de coisas ou de fatos oriundos das relações, dos efeitos e dos haveres que fluem do patrimônio de quaisquer entidades ou pessoas.
Observe que a perícia judicial contábil é um dos instrumentos de prova que advogados e juízes utilizam para identificar a verdade legítima dos fatos, aproximando a verdade formal dos autos (processo, ação), dos quais constam os fatos narrados pelas partes. O perito deve buscar a verdade dos fatos proporcionando provas objetivas para a autoridade julgadora, mediante laudo e/ou parecer.
Portanto, perícia contábil é um mecanismo muito utilizado em litígios, entre pessoas físicas ou jurídicas, como parâmetro da razoabilidade das motivações das partes envolvidas, tendo em vista que tanto reclamante quanto reclamado possuem motivos e provas para se acharem corretos.
Para atuar no mercado de perícia contábil, devem-se observar as normas da profissão contábil e também as normas específicas para o exercício pericial.
Um trabalho pericial, sem a observância das normas da profissão ou das normas de competência técnica, pode acarretar na anulação do trabalho pericial.
Sobre normas do exercício profissional, destacamos o Decreto-lei no.9.295/1946 e as suas atualizações, principalmente a Lei no. 12.249/2010.
Sobre perícia contábil, destacamos atenção especial às Resoluções no. 1243 e 1244, publicadas em 2009
pelo Conselho Federal de Contabilidade, que aprovaram as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Perícia Contábil e ao Perito.
Principais características da perícia contábil
1) Objetividade: consiste no cuidado que o perito precisa ter: estar atento para não desviar-se da matéria em diligência nem avaliar superficialmente os fatos, nem pré-julgar pessoas envolvidas ou o problema em foco com bases “pessoais” ou “emocionais”, demonstrando parcialidade na execução do seu mister. A opinião do perito não pode ser inspirada no que ele “supõe”, mas, sim, no que ele absorveu de conhecimento durante a diligência acerca da matéria periciada, pois trata-se de um procedimento técnico-científico.
Exemplos da falta de objetividade: fazer juízos de valor motivado por culpa aparente de uma das partes em separações de casais e conduzir os trabalhos de apuração, avaliação e partilha dos bens sob essa premissa. Ao perceber o envolvimento emocional do perito na causa, o laudo pode ser impugnado a pedido da parte que se sentir lesada.
2) Precisão: deve oferecer respostas pertinentes e adequadas às questões formuladas. Não deve “supor” nem “presumir” uma situação investigada, mas afirmar com convicção. A precisão de um laudo é obtida quando as provas que conduzem à opinião posta nas respostas dos questionamentos são consistentes e obtidas por metodologias de pesquisa coerentes e corretas. Caso o perito não consiga responder com convicção o que se pede nos questionamentos, deve relatar e apresentar as circunstâncias verificadas para o juiz.
Exemplo que enseja falta de precisão: “determine, o senhor perito, quanto foi gasto com o banco para negociar a liquidação do empréstimo” (o montante gasto pode incluir o valor dos juros, principal, bem como outros gastos, como honorários advocatícios e tarifas bancárias). Assim, a resposta pode não corresponder à verdade necessária ao deslinde da questão judicial.
Outro exemplo: “determine, o senhor perito, se a empresa ganhou ou perdeu dinheiro durante o mês” (para isso, seria necessário definir se a apuração seria por meio do regime de caixa ou de competência para computar as receitas, despesas, recebimentos, pagamentos etc.). Assim a perguntanão está feita para ter como resultado a precisão.
3) Clareza: consiste no uso de linguagem clara e acessível para quem vai utilizar-se do trabalho do perito. Quando for necessário definir conceitualmente assuntos ou matérias de que está tratando, o perito deve evitar termos confusos que possibilitam duplas interpretações ou duplo sentido. Nesse sentido, algumas perguntas, formuladas pelas partes, de forma incompleta, por desconhecimento técnico-contábil do que se pretende perguntar, podem gerar respostas inconclusas.
Exemplo que enseja a falta de clareza: “pede-se, ao perito, que determine o valor gasto pela empresa”. Trata-se de uma pergunta genérica, que não define o que seja gasto e o período que se quer apurar. Um gasto, para ser apurado com clareza, precisa ser qualificado como Investimento ou Despesa ou se gera desembolso financeiro ou não e, ainda, deve ser indicado o período de tempo limitado.
4) Fidelidade: caracteriza-se por não se deixar influenciar ou ser induzido por opiniões de pessoas que deixam transparecer conhecimento ou informações acerca da matéria, como bases confiáveis, mas sem competência profissional ou fundamentos confiáveis que podem não ter materialidade e consistência suficiente. Cuidado com receitas prontas! Tenha muito cuidado com receitas prontas, publicadas em artigos, revistas ou divulgadas nos meios de comunicação, de apelos populares, sem caráter científico. Em ciências sociais aplicadas, modelos válidos e aplicados em um dado contexto dificilmente pode ser replicados em outras situações, mesmo que aparentemente iguais.
Confiabilidade: o laudo deve estar apoiado em elementos de prova inequívocos e com validade legal e metodologias corretas que possibilitem apresentar expressamente os elementos que permitiram sua conclusão ou opinião.
Atenção à atualização de normas! Muito cuidado na aplicação dos princípios contábeis, quando se tratar de bens de massa falida.
Nessa situação, não se aplica o princípio da continuidade das operações, o que implica em buscar outras formas de avaliação, abandonando o custo histórico como base de valor.
Cuidado também com o fim da reavaliação e com outras técnicas adotadas pela contabilidade a partir da adoção das normas internacionais. A norma tributária não reconhece tais normas. Assim o cálculo da depreciação, provisão e outras técnicas aplicáveis na contabilidade societária precisa ser ajustado para fins tributários, o que significa ajustes no lucro e no valor do ativo, passivo e patrimônio líquido.
Rigor metodológico e tecnológico: o perito não deve se ater a afirmações subjetivas ou definições confusas, divagando por exclamações e afirmações pessoais, mas, sim, deve buscar fundamentos na ciência contábil, com foco na matéria objeto, respeitando sua disciplina de conhecimento. Deve limitar-se ao que é reconhecido como científico no campo da especialidade. Em contabilidade, há um número expressivo de doutrinas e de normas em que o perito pode basear-se para emitir suas opiniões.
Exemplo de falta de rigor metodológico: utilizar o conceito de lucro real para descrever o resultado da performance da empresa em um dado período. O termo lucro real é amplamente utilizado pelo fisco como uma opção de tributação das empresas, junto com lucro arbitrado e lucro presumido. Assim, caso não se determine qual o lucro contábil desejado, a resposta fornecida pelo perito pode ser impugnada por falta de rigor metodológico. O lucro contábil pode ser o lucro bruto, o lucro operacional antes dos impostos ou o lucro líquido, considerando o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro.
Tipos de perícia
As formas em que se originam uma solicitação de perícia podem ser qualificadas em:
• Perícias judiciais
• Perícias extrajudiciais
• Perícias arbitrais
Perícia Judicial
É a perícia realizada com o amparo do poder judiciário, executada de acordo com as formalidades jurídicas por profissionais indicados pelo magistrado.
Uma pericia judicial é aquela em que há a necessidade de investigações e diligências para produção da prova pericial, para responder as questões técnicas, por se tratar de assunto que apresenta divergências de entendimento entre as partes, devendo ser decidido pelo juiz.
As perícias judiciais podem ser:
• Perícias Oficiais (ou “de ofício”, “ ex officio ”): são determinadas pelo juiz, que solicita a opinião de especialistas acerca de determinado assunto, sem que haja qualquer requerimento das partes envolvidas. Veja alguns exemplos:
Quais os efeitos do fim da correção monetária das demonstrações contábeis sobre o lucro e os tributos das empresas, mesmo que a economia do país conviva com inflação?
Quais os efeitos tributários e econômicos, diretos e indiretos da remuneração dos juros sobre o capital próprio?
Quais os impactos para os acionistas dos efeitos sobre o lucro originado pela implantação das mudanças das Leis no 11.638/2007 e 11.941/2009?
• Perícias Requeridas: são determinadas pelo juiz, com requerimento da parte do Reclamante e/ou da Reclamada. Veja alguns exemplos:
Entendimento e interpretação sobre os pontos de vista da Receita Federal e da Empresa acerca da base de cálculo correta dos tributos PIS/COFINS.
Direitos sobre a verba rescisória (horas extras, adicionais, trabalho de responsabilidade etc.) entre o empregado demitido e a empresa. Nível de culpa do gerente para caracterização da demissão “por justa causa” ou “sem justa causa”, decorrente de fraude descoberta pela auditoria na área de atuação do gerente.
• Perícias Necessárias: tornam se necessárias quando a lei ou a natureza do fato impõe sua realização. Exemplos: 
Quais os impactos sobre o mercado (preços, concorrência, fornecedores) da fusão entre duas grandes empresas do cenário econômico nacional?
Quais os prejuízos sobre a produção esperada, causados pelo grande volume de chuva, dos cereais (soja, milho, feijão etc.)
cultivados (plantados) em uma propriedade de uma região agrícola específica, com a lavoura financiada pelo banco?
Perícia Extrajudicial: 
É a perícia realizada fora do âmbito do poder judiciário, mas seguindo o mesmo rigor metodológico, as mesmas leis e regras das perícias judiciais. Em geral, é realizada antes que uma situação se torne litigiosa, isto é, uma contenda judicial. Em outras circunstâncias, pode ser originada de uma situação em litígio, mas que, independentemente da decisão do juiz, busca esclarecer melhor o assunto, extrajudicialmente.
Veja o exemplo:
Perícia Administrativo-Tributária é um exemplo de Perícia Extrajudicial que trata do entendimento divergente entre contribuinte e o fisco, sobre a aplicação da legislação tributária ou divergência na interpretação sobre a incidência de tributos como ICMS, IPI, PIS/COFINS em determinados tipos de operações comerciais, como a transferência de mercadorias da matriz para a filial ou a remessa de produtos para conserto ou manutenção.
Perícia Arbitral
Arbitragem consiste numa alternativa para resoluções de conflitos sem que haja a atuação ou intervenção do Poder Judiciário. Atualmente, muitos processos judiciais demoram muito tempo para serem julgados e, assim, a solução de conflitos por meio da arbitragem é uma atividade jurisdicional particular (quem manda são as partes), com maior rapidez para solução dos conflitos. A arbitragem foi instituída no Brasil pela Lei 9.307 e rege “a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo (a convenção) ser judicial ou extrajudicial” (BRASIL, 1996).
Segundo Carrera Alvim (2005, p. 14), “arbitragem é a instituição pela qual as pessoas capazes de contratar confiam a árbitros, por elas indicados ou não, o julgamento de seus litígios relativos a direitos transigíveis”.
Perícia Arbitral é aquela em que os peritos executam seu trabalho nos Juízos Arbitrais . Apesar de não ser judicialmente determinada, tem valor de perícia judicial de natureza extrajudicial, pois as partes litigantes escolhem as regras que serão aplicadas na arbitragem. A arbitragem é, portanto, um método extrajudicial para a soluçãode conflitos, cujo árbitro, que, segundo a lei, exerce a função de juiz, desempenha função semelhante à do juiz estatal, proferindo sentença que não está sujeita a recurso nem à homologação pelo Poder Judiciário.
Juízo Arbitral é aquele em que figuram como juízes pessoas capazes, e que, mesmo não possuindo vínculo com o Poder Judiciário, não sendo juízes togados, são juízes de fato e de direito, conforme o artigo 18 da Lei de Arbitragem (BRASIL, 1996).
Perguntas motivadoras para o estudo da perícia contábil
Por se tratar de uma especialidade diferenciada por algumas particularidades, é interessante refletir e perguntar a si mesmo:
1) Por que estudar perícia contábil?
2) O que é necessário saber para atuar na perícia contábil?
3) Qual o mercado de trabalho do perito contador?
NORMAS RELACIONADAS À PERÍCIA CONTÁBIL
Saiba que essa é uma função muito importante para o profissional da contabilidade, pois o perito deve fundamentar sua atuação ciente das suas responsabilidades, com postura ética e comportamento institucional, tendo como referência o ambiente em que está inserido.
A sustentação de suas afirmações e convicções postas nos laudos deve estar pautada em conhecimentos técnicos e em normas legais, especialmente na Constituição Federal e nas leis específicas do campo de conhecimento compreendido no problema tratado, como o Código de Processo Civil, a Legislação Processual Trabalhista, o Código Civil, entre outras.
Não se pode esquecer ainda das duas normas periciais aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade para o exercício da profissão, que são as NBC TP 01 e a NBC PP 01, de 2009. Essas normas tiveram nova redação dada pelas Resoluções CFC de mesmos números respectivos, editadas em fevereiro de 2015.
A norma contábil designada NBC TP 01 foi aprovada inicialmente pelo Conselho Federal de Contabilidade, mediante a Resolução no. 1.243/2009.
O Órgão estabeleceu regras e procedimentos técnico-científicos a serem observados pelo perito contador, na elaboração de perícia, no âmbito judicial, extrajudicial, arbitral, para esclarecer aspectos e fatos do litígio, por meio de exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação ou certificação.
Já a norma denominada NBC PP 01, também aprovada pelo Conselho Federal de Contabilidade, inicialmente, mediante a Resolução no. 1.244/2009, estabeleceu procedimentos inerentes à atuação do contador na condição de perito. Em 27 de fevereiro de 2015, o CFC emitiu as duas normas novamente, com os mesmos números, porém com nova redação.
Observe o regramento estabelecido pelo Código de Processo Civil (Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973), que dispõe no art. 145 sobre a necessidade de um perito para subsidiar o magistrado no momento da decisão, quando houver necessidade de produção de prova que dependa de conhecimento técnico ou científico especializado.
Como já é de conhecimento geral, o Código de Processo Civil acima citado será substituído por um novo Código de Processo Civil a partir de 16 de março de 2016, já que, após essa data, vigorará a Lei no 13.105, de 16 de março de 2015, denominada Código de Processo Civil.
Observe a pequena diferença de expressão legal. O art. 145, do CPC (BRASIL, 1973) diz:
“Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421”. E o art. 421 (BRASIL, 1973) diz: “O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo”.
O novo CPC (BRASIL, 2015), em seu art. 156, trata a questão assim: “o juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico". Observe, portanto, que não há nenhuma “remessa” a outro artigo do novo Código. Isso é um indício de que o novo Código é mais direto, simples e tende a ajudar a diminuir o marasmo judiciário, com trâmites processuais mais rápidos. Aliás, é exatamente isso que a classe atuante e toda a sociedade deseja e espera.
Advogados, juristas e magistrados são experts e doutos em assuntos relacionados ao Direito. Porém, não se pode esperar que sejam cientistas ou técnicos em todos os assuntos que irão se manifestar, cobrindo todas as áreas do conhecimento humano. Assim há diversas matérias que ensejam assessoramento de profissionais de outras áreas, como engenharia, medicina, contabilidade, química, física etc.
A perícia tem o status de “conhecimento notório” para, por exemplo, apurar os fatos, tratados pela Lei 9.457/1997, que introduziu diversos regramentos na Lei das Sociedades Anônimas (Lei das S/As), Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. O Código de Processo Civil atual, art. 145 (BRASIL, 1973), assim como o novo Código, art. 156 (BRASIL, 2015), tratam o perito como sendo um “cientista” para assistir o Juízo em matérias de conhecimento científico.
Competência técnico-profissional para o exercício da perícia
Conforme a Norma Brasileira de Contabilidade NBC PP 01, aprovada por meio da Resolução no. 1244/2009 do Conselho Federal de Contabilidade e reeditada em 2015, competência técnico-científica pressupõe ao perito contador um nível de conhecimento da Ciência Contábil, das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, da legislação relativa à profissão contábil e daquelas aplicáveis à atividade pericial e ao objeto da perícia, atualizando-se, permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento, educação continuada e especialização (novo CPC, art. 156, § 3o) (BRASIL, 2015).
A condição básica que não gera desconfiança das partes em um processo litigioso é que os peritos sejam escolhidos, pelo magistrado, entre profissionais de nível superior, devidamente inscritos em órgãos de classe competente.
A única possibilidade de que essa regra não seja observada é para localidades onde não hajam profissionais de nível superior da área em litígio. Nesses casos, o Código de Processo Civil admite que o magistrado indique pessoas por sua livre escolha - Art. 145, do Código de Processo Civil (BRASIL, 1973), novo Código, art. 156, § 5o (BRASIL, 2015).
A comprovação da regularidade do profissional se dá mediante a apresentação do registro profissional no respectivo conselho da classe.
É preciso que o profissional esteja atento a quando da contratação do serviço, pois o Artigo 186 do Código Civil Brasileiro (BRASIL, 2002) estatui que “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Trata-se da responsabilidade civil, resultante da prática de uma infração a um dever, legal ou contratual, causando-se danos a terceiros. O causador do dano fica obrigado a reparar o prejuízo causado (novo Código de Processo Civil, art. 158).
Por sua vez, o parágrafo único do art. 1.177 do Código Civil (BRASIL, 2002) estabelece que, no exercício de suas funções, os contabilistas são pessoalmente responsáveis, perante os empresários-clientes, pelos atos culposos, isto é, sem a intenção de causar danos; e, perante terceiros, solidariamente com o cliente, pelos atos dolosos, ou seja, com intenção de causar danos. Para a responsabilização civil do contador, há de se observar três requisitos preliminares: a conduta antijurídica (ilegal), a existência de um dano e a relação de causalidade entre a conduta e o dano.
Aspectos deontológicos da função do perito
Observe você que algumas situações ou circunstâncias podem impossibilitar o perito de exercer com independência suas atribuições em processo judicial, extrajudicial ou arbitral para o qual seja designado. O Código de Processo Civil, o Código de Ética Profissional do Contabilista e a NBC PP 01 (CFC) destacam os conflitos de interesse motivadores dos impedimentos e das suspeições aos quais está sujeito o perito. São aspectos deontológicos do exercício da profissão, isto é, a aplicação dos preceitos morais e éticos na conduta profissional.
Conforme a NBC PP 01 (BRASIL, 2009b), impedimento e suspeição “são situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o perito de exercer, regularmente,suas funções ou realizar atividade pericial em processo judicial ou extrajudicial, inclusive arbitral”.
Os motivos que impedem a nomeação ou a aceitação do trabalho pericial são de ordem legal, moral e ético. Esses fatores estão relacionados no Código de Processo Civil (BRASIL, 1973), art. 134 a 135 (novo CPC, art. 144, I).
Por outro lado, o perito pode, por iniciativa própria, recusar uma nomeação, desde que alegue motivo legítimo, conforme art. 146 do CPC (BRASIL, 1973) (novo CPC, art. 157 e 467). Porém, se alegar, por dolo ou culpa, informações inverídicas acerca de sua recusa, poderá ficar inabilitado por até dois anos, além de estar sujeito a outras sansões penais. Sobre esse assunto, o art. 424 do CPC (BRASIL, 1973) (novo CPC, art. 468) dispõe que o perito pode ser substituído quando: “I - carecer de conhecimento técnico ou científico; II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que Ihe foi assinado”.
Nesse caso, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada conforme o valor da causa, e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.
Desdobrando alguns aspectos deontológicos da função pericial, temos os seguintes tópicos a considerar:
Impedimento legal
O perito nomeado ou escolhido deve se declarar impedido quando não puder exercer suas atividades com imparcialidade ou quando ocorrerem algumas das seguintes situações a seguir:
a. for parte do processo ou do problema;
b. tiver atuado como Perito-Contador contratado ou prestado depoimento como testemunha no processo;
c. tiver mantido, nos últimos dois anos, ou mantenha com alguma das partes ou seus procuradores, relação de trabalho como empregado, administrador ou colaborador assalariado;
d. tiver cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, postulando no processo ou entidade da qual esses façam parte de seu quadro societário ou de direção;
e. tiver interesse, direto ou indireto, mediato ou imediato, por si, por seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, no resultado do trabalho pericial;
f. exercer cargo ou função incompatível com a atividade de Perito-Contador, em função de impedimentos legais ou estatutários;
g. receber presentes, brindes ou outras dádivas de interessados no processo;
h. receber quaisquer valores e benefícios, bens ou coisas sem autorização ou conhecimento do juiz ou árbitro.
Impedimento técnico-científico
O impedimento para a aceitação do trabalho, por motivos técnico-científicos, deve ser declarado pelo perito quando afetar sua autonomia, estrutura profissional e independência, podendo afetar a isenção de seu trabalho. São motivos de impedimento técnico-científico:
a. a matéria em litígio não ser de sua especialidade;
b. a constatação de que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional não o permitem assumir o encargo ou impedem o cumprimento dos prazos dos trabalhos em que o Perito-Contador foi nomeado, contratado ou escolhido, ou em que o Perito-Contador Assistente for indicado;
c. ter o Perito-Contador de uma das partes atuado para a outra parte litigante na condição de consultor técnico ou contador responsável, direto ou indireto, em atividade contábil ou em processo no qual o objeto de perícia seja semelhante àquele da discussão, sem previamente comunicar ao contratante.
Suspeição
O perito deve declarar-se suspeito quando perceber que irá incorrer em situações que possam suscitar suspeição de sua imparcialidade ou independência, que venham a comprometer o resultado do seu trabalho.
Os casos de suspeição são os seguintes:
a. ser amigo íntimo de qualquer das partes;
b. ser inimigo de qualquer das partes;
c. ser devedor ou credor em mora de qualquer das partes, dos seus cônjuges, de parentes destes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau ou de entidades das quais esses façam parte de seu quadro societário ou de direção;
d. ser possível herdeiro ou beneficiário de alguma das partes ou dos seus cônjuges;
e. ser parceiro, empregador ou empregado de alguma das partes;
f. aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca do objeto da discussão;
g. se houver qualquer interesse no julgamento da causa em favor de alguma das partes.
h. o perito pode ainda declarar-se suspeito por motivo íntimo.
Ética no trabalho pericial – princípios deontológicos
Em algumas situações, o Contador, no exercício da profissão, atua em uma área sensível e suscetível a riscos, uma vez que pode enfrentar um dilema dicotômico: cumprir a norma legal ou cumprir o mandamento de quem o contratou.
Ninguém pode obrigar alguém a ser ético, pois isso depende dos valores morais de cada pessoa. Entretanto, o esclarecimento do que seja certo ou errado, bom ou mau, ajuda a servir de guia, de referência para a racionalidade de todo indivíduo dentro da sociedade, seja na vida pessoal ou profissional, uma vez que se vislumbram os limites de cada um no tocante aos direitos e deveres, aos seus valores e crenças, aos seus princípios de liberdade, honestidade e responsabilidade. Assim a percepção da ética está na sua capacidade de atuar de forma íntegra na vida pessoal e profissional. A esse aspecto dá-se a denominação deontológico.
A honestidade está relacionada com a confiança que é depositada, com a responsabilidade perante o bem de terceiros e manutenção de seus direitos. É uma atitude que não admite meio termo, relatividade ou tolerância. Ao atuar como perito, é importante sempre lembrar que a serenidade da personalidade deve estar presente na índole de cada um e que o falso pretexto de respeito a princípios éticos será facilmente desmascarado pela sociedade, caso se perceba desvios de conduta, de postura e de atitude.
Em toda profissão, o indivíduo se compromete com o agregado de deveres éticos pertinentes à classe profissional à que pertence, visando à manutenção do “ status quo ” desejado do profissional, indispensável para o desempenho eficaz de suas tarefas. Além disso, deve-se observar a conduta a ser seguida. Assim capacidade e conduta têm como resultado o conceito do profissional perante seus clientes, colegas, sociedade, família e sua própria consciência.
Os códigos de ética são criados para regulamentar as práticas profissionais, elencando os comportamentos permitidos e os proibidos, no exercício da profissão, visando-se ao bem-estar da sociedade e assegurando-se a honestidade de procedimentos adequados à manutenção das instituições e ao respeito em geral.
O Código de Ética define as obrigações e proibições, os deveres perante os colegas e a classe e as penalidades a serem aplicadas, caso necessário, pelos Conselhos Regionais de Contabilidade.
A contabilidade consiste no registro de fatos comerciais que geram informações para fins de controle das operações de uma entidade. Essas informações servem para diversas finalidades, como a apuração de resultados (lucro, prejuízo, superávit, déficit) ou, ainda, para avaliar performance, como crescimento patrimonial, competitividade, rentabilidade, lucratividade, produtividade etc.
A regulamentação da profissão contábil com a efetiva fiscalização pelos Conselhos Regionais demonstra a importância da observância das normas pertinentes à profissão e do respeito às leis na prestação dos serviços pelos profissionais da área.
Um ato de suborno consiste em oferecer dinheiro a alguém ou o(a) corromper com o objetivo de conseguir algum benefício em condições de privilégio. Diante dessa condição, oferecer uma gorjeta a um garçom para conseguir uma mesa antes de outros clientes que também aguardam na fila a sua frente para almoçar em um restaurante é um ato ilegal? A reflexão é importante e pertinente porque, em muitos casos, o comportamento do ser humano, fora do exercício profissional, acaba fortalecendo o hábito da prática daquilo que não é ético: subornar o garçom ou o guarda de trânsito, para evitar a multa, tem alguma diferença?
Ocorre que, no universo de profissionais corretos, semprehaverá aquele que se utiliza de meios obscuros ou criativos, que fogem ao bom senso, para registro das transações, bem como há profissionais que prestam serviços a empreendimento ilícitos.
Nesses casos ilegais, estão os crimes de lavagem de dinheiro, contrabandos diversos, venda de produtos ilegais etc., que também requerem serviços contábeis para regularizar ou dar ares de legalidade a essas operações escusas e que, portanto, se utilizam de serviços de profissionais para essa finalidade. Até mesmo em algumas empresas é comum surgirem notícias veiculadas pela mídia sobre atos de corrupção e fraudes comerciais e contábeis, o que demonstra que nem sempre os princípios éticos e morais são respeitados por todos os profissionais.
Portanto, alguns referenciais que servem de parâmetro para o exercício da profissão contábil devem ser atentamente observados no exercício da atividade pericial.
Realçamos novamente que o perito é tratado como um profissional “expert” e diferenciado perante a classe jurídica, o que denota a importância de estar sempre atento à conduta pessoal e profissional.
Abordagens éticas para o profissional contábil 
Ética deriva do grego “ ethikós ” e do latim “ ethica ”. Significa o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana. Já a ética profissional representa “o estudo dos direitos, a emissão de juízos de valor, compreendendo a ética como condição essencial para o exercício de qualquer profissão” (PIRES, 2012, p.45).
Os peritos contadores devem desenvolver suas atividades de acordo com o grau de competência, confidencialidade, integridade e objetividade (BRASIL, 2003).
O comportamento ético, adequado, pelo profissional da Contabilidade, leva à: 
Competência em:
- Manter um nível adequado de competência profissional por meio do desenvolvimento contínuo de seus conhecimentos e habilidades.
- Realizar suas obrigações profissionais em consonância com as leis, regulamentações e padrões técnicos.
- Elaborar demonstrativos completos e transparentes, e, após as devidas análises, fazer recomendações.
Confidencialidade em:
- Privar-se de evidenciar informações confidenciais obtidas ao longo de seus trabalhos, exceto quando autorizadas ou quando forem legalmente obrigados a tal.
- Informar os subordinados com os devidos cuidados a respeito da confidencialidade da informação obtida na execução dos trabalhos e monitorar suas atividades a fim de assegurar o sigilo da informação.
- Privar-se de utilizar informações confidenciais para obter vantagens ilicitamente, sejam elas de interesse pessoal ou de terceiros.
Integridade em:
- Evitar conflitos de interesses e aconselhar as devidas partes quanto a qualquer possível conflito.
- Privar-se de ingressar em qualquer atividade que prejudique o cumprimento de suas obrigações éticas.
- Recusar qualquer presente, favor ou hospitalidade que influencie ou venha a influenciar suas decisões.
- Privar-se de corromper os verdadeiros objetivos da organização e da ética.
- Reconhecer e comunicar as limitações profissionais.
Objetividade em:
- Comunicar informações favoráveis, bem como as desfavoráveis, e suas opiniões como profissionais.
- Comunicar a informação de forma clara e objetiva.
- Evidenciar aos usuários toda informação relevante que, provavelmente, interferiria na compreensão dos demonstrativos, notas explicativas e recomendações apresentadas.
Fonte: os autores.
Finalmente, é importante destacar que o Conselho Federal de Contabilidade estabeleceu normas de prevenção à lavagem de dinheiro, chamando a atenção para esse fim dos profissionais e Organizações Contábeis que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza.
O Decreto-Lei no 9.295/46, que regulamenta a profissão contábil, modificado pela Lei no 12.249/2010 e pelas Normas Brasileiras de Contabilidade, editadas especificamente para a área pericial, considera “leigo ou profissional não habilitado” para a elaboração de laudos e/ou pareceres periciais contábeis qualquer profissional que não seja contador habilitado perante o Conselho Regional de Contabilidade. Assim, caso o indivíduo nomeado não consiga comprovar sua regularidade profissional perante o Conselho Regional de Contabilidade e, mesmo assim, elabore e apresente o trabalho (laudo) pericial aparentemente perfeito, por não estar devidamente habilitado, caracterizará um trabalho nulo.
IRREGULARIDADES CONTÁBEIS QUE ENSEJAM A PERÍCIA
Você precisa saber que existem diversas situações de conflito, no meio empresarial, pessoal ou familiar, que culminam na falta de acordo entre reclamante e reclamado.
No meio empresarial, os diversos tipos de problemas que requerem o trabalho do perito contábil apresentam nuances mais complexas por envolver diferentes personagens e interesses, como diretores, empregados, sócios, clientes, fornecedores, investidores, agentes financeiros etc.
A profissão contábil tem passado por alterações, desde que foi editado, em 1946, o Decreto-lei no 9.295, que regulamentou a profissão, até a mais recente inovação feita por meio da Lei no 12.249, de 11 de junho de 2010, a qual atualizou o contexto de atuação do profissional contábil, inclusive com a introdução do exame de suficiência para o ingresso dos recém-graduados no mercado de trabalho.
As Normas Brasileiras de Contabilidade passaram a ser convergidas ao padrão internacional a partir de 2007, com as alterações propostas pelas Leis no 11.638/2007 e 11.941/2009.
O primeiro Código de Ética da profissão foi elaborado em 1970, atualizado, com nova versão, em 1996, pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
A maximização dos ganhos em um ambiente competitivo provoca situações que levam à ganância, à inveja, a interesses escusos, à busca de vantagens indevidas e outras atitudes inconvenientes que são indícios de caminhos para levar a fraudes.
As fraudes são cometidas nos mais diversos setores das empresas, como também na vida das pessoas físicas. Por isso não são fáceis de serem tipificadas ou detectadas.
Especificamente, no caso de irregularidades, as falhas que levam a conflitos entre partes envolvidas podem ser intencionais ou ocasionadas por atos de omissão devido à ignorância, a negligências, à desorganização, à imprudência, à imperícia ou à interpretação equivocada da realidade. Muitas falhas ocorrem motivadas pela fragilidade nos sistemas de controles internos ou no processo de gestão, com danos ou prejuízos para empregados, clientes, sócios, acionistas e demais credores.
A essência do sistema contábil é o processo de escrituração de todos os fatos que se referem a compras, vendas, pagamentos, contratações, rescisões, demissões, admissões etc. Para isso, é essencial a observância das formalidades que devem ser adotadas no processo de escrituração e geração de informações, que são os aspectos relacionados a procedimentos de controle, documentos base para escrituração, conhecimentos técnicos dos profissionais que executam as tarefas, sistemas de geração de informação, arquivo, aplicação das normas contábeis, entre outros aspectos que variam conforme as particularidades de cada entidade.
Em geral, pode haver confusão conceitual e prática entre as atividades de auditoria e perícia contábil. Porém, no aspecto prático, prevalecem procedimentos e técnicas investigativas diferentes. A perícia é a prova elucidativa dos fatos específicos, identificados pela vistoria, enquanto a auditoria é voltada para revisão, certificação e verificação, sendo uma necessidade periódica das entidades, podendo ser feita por amostragem. A perícia não aceita a amostragem e só trabalha com o universo completo, em que a opinião é expressa com rigor de cem por cento de análise do fato ou problema.
As imperfeições decorrem de falhas no processo de escrituração, que podem ser intencionais ou não, ou ainda de vícios contábeis, como são os casos de erros propositais de avaliação ou cálculos de depreciações, provisões, estoques e imobilizado, atrasos nos fechamentos de relatórios, faltade registro de fatos, classificações erradas de fatos etc.
Desde os tempos antigos, incluindo as mitologias grega e romana, já se tem notícias de problemas envolvendo fraudes. Inclusive Hermes era considerado o deus dos ladrões e fraudadores. E, nos tempos atuais, as fraudes se sofisticaram ou ganharam novos contornos motivados pela evolução tecnológica e evolução das sociedades. As maiores fraudes são cometidas por quadrilhas ou grupos organizados em diferentes setores que agem com auxílio de recursos tecnológicos, como computadores e internet. 
Os erros são classificados em: negligência, imprudência e imperícia.
a) Negligência: quando o agente deixa de aplicar, por descuido ou displicência, uma norma vigente ou um procedimento prescrito que, em face do cargo ou da investidura social que exerce, deles deveria ter prévio conhecimento.
Exemplos de negligência em contabilidade:
• Erro no lançamento contábil da provisão para férias e seus encargos, que podem aumentar ou diminuir o lucro líquido tributável.
• Atraso no recolhimento dos tributos por não observar o prazo correto do vencimento.
• Pagamento a maior dos tributos por erro, seja na base de cálculo ou na alíquota, ocasionando uma redução do capital de giro líquido, completamente desnecessária.
• Informação incorreta ou imprecisa dos créditos fiscais e tributários dos impostos recuperáveis, com prejuízo na lucratividade do respectivo produto.
b) Imprudência: quando o agente aplica, de forma equivocada, uma norma vigente ou um procedimento prescrito que é de seu prévio conhecimento.
Exemplos de imprudência:
• Não registrar uma venda no momento de sua ocorrência, deixando para registrar no mês seguinte, para não aumentar o caixa.
• Deixar acumular grandes somas de dinheiro do movimento diário da empresa, no caixa, sem as devidas precauções com furto, roubo, por exemplo.
• Contador que, mesmo sabendo quais taxas de depreciação aplicáveis a cada imobilizado, aplica outra taxa, sob a perspectiva gerencial.
c) Imperícia: quando o agente não sabe como deveria ser aplicada a norma vigente ou o procedimento prescrito e o faz de qualquer forma, sem capacidade pessoal e/ou profissional para a execução de tal tarefa.
Exemplos de imperícia:
• A realização de serviços de auditoria por um profissional com formação de “técnico em contabilidade” (equivalente ao ensino médio), que estaria impedido de executar tal serviço.
• A execução de uma perícia contábil por um profissional com formação de “técnico em contabilidade”. Nesse caso, o laudo pericial é considerado nulo, não produzindo quaisquer efeitos jurídicos.
• Um contador que atua em empresas privadas que se propõe a prestar serviços de consultoria em prefeituras, mesmo sem ter acumulado qualquer experiência prática no âmbito de contabilidade pública ao longo da vida profissional.
• Um contador que atua em contabilidade de pequenas e médias empresas e que se propõe a executar uma auditoria financeira com sistemas sofisticados em uma grande empresa.
• Pessoa que, sem estar habilitada ou, ainda, sem conhecer os detalhes do veículo, sai dirigindo em vias públicas.
Ao sistema de escrituração são necessários o bom funcionamento da contabilidade, os métodos de trabalho, os conhecimentos técnicos de contabilidade, a dedicação profissional às rotinas de identificação de cada tipo de fatos, a classificação correta no plano de contas, o registro correto e a dedicação para gerar informações de qualidade. As fontes de referência das provas que devem ser obtidas pelo perito são:
1. Os lançamentos contábeis nos livros, diário e razão, para servirem de prova, devem estar balizados por documentos fidedignos, originais, legais, idôneos e apresentarem-se legítimos em todos seus aspectos formais e intencionais.
2. Os livros da escrituração contábil e da fiscal, desde que corretas, são merecedores de fé pública e servem como meios de prova. As operações comerciais são fatos registrados no livro Diário. Conforme o Código Civil, os atos jurídicos ou contratos para os quais a lei não impõe forma especial e compulsória podem ser provados pelos livros de escrituração mercantil, porém os documentos suportem que deram origem aos lançamentos, devem ser preservados como prova de registros. Para que os livros contábeis e fiscais possam ser admitidos como meio de prova e possam ser bem utilizados pelo perito contador, é necessário que estejam revestidos das formalidades legais extrínsecas e intrínsecas que lhe são próprias e que se apresentem escriturados com observância às regras discriminadas no Código Civil, nas Normas Brasileiras de Contabilidade e na Legislação Fiscal a qual se vincula a empresa.
3. Os documentos suportem: a autenticidade dos registros e a força probante dos livros contábeis e fiscais somente terão valor se os registros neles assentados tiverem sido feitos com base em documentos válidos, idôneos e legítimos. Caso não se possa provar que os registros lançados tenham suporte documental adequado, a própria escrituração contábil, como um todo, será considerada não válida para fins de prova no Judiciário, e sim apenas uma mera ficção.
Caso os três elementos de prova citados não forem encontrados pelo perito contador, após usar seu bom-senso, ele poderá desconsiderar (desclassificar) a escrita contábil como meio de prova em juízo.
Exemplo de erros comuns em contabilidade
Em contabilidade, o erro pode caracterizar uma irregularidade que precisa ser investigada visando apurar e avaliar o prejuízo causado ao patrimônio. Constatado que o erro seja qualificado como relevante, o perito precisa investigar os fatos que lhe deram causa e/ou origem. Deve, assim, proceder para certificar-se de que se trata de um erro (involuntário) ou uma fraude, com a intenção de prejudicar a outrem.
Alguns tipos de erros que requerem uma investigação para avaliação de sua extensão são os casos de:
• erro de algarismos, de digitação de datas ou valores;
• erro de contas (somas, subtrações, divisões e multiplicações);
• erro na classificação de contas de determinados fatos (classificar a compra de um produto como estoque, imobilizado ou despesa);
• erro por repetição de registros já efetuados anteriormente (lançar duas vezes a mesma despesa, com saída de caixa);
• erro por omissão de registros (deixar de registrar vendas, compras ou despesas, omitindo as entradas ou saídas de caixa);
• erro de inversão de números que resultam em valores diferentes.
Alguns exemplos de fraudes:
• Empregado que busca obter “certidão de visita ao médico” para faltar ao trabalho e não ter o dia descontado de seu pagamento.
• Pirataria industrial ou falsificação de qualquer produto, marca e de dinheiro, com a colocação de marcas, etiquetas, certificados de qualidade, carimbos de inspeção etc.
• Estelionato, clonagem de documentos com modificações de registros de originais ou adulteração de documentos.
• Apropriação indébita, furto ou roubo de produtos, documentos, dinheiros.
• Extorsão, mediante chantagem ou ameaça.
• Receptação de produtos de furto ou roubo.
• Sonegação fiscal, mediante subterfúgios para diminuir impostos a pagar.
• Falsidade de títulos, documentos e papéis públicos.
Alguns exemplos de fraudes através da escrituração contábil:
• Fazer lançamentos falsos sem suporte de documentos ou utilizando-se de documentos inadequados.
• Erros intencionais nos cálculos de depreciações, provisões, impostos ou transposição de saldos das contas (Exemplo: dia 01 encerra com saldo de R$ 1.000,00 no caixa e o dia 02 inicia com saldo de R$ 100,00).
• Usar meios ilícitos para registros, como as notas frias, meias-notas, documentos com valores menores ou maiores que os verdadeiros, cálculos confusos e propositadamente equivocados.
• Destruir intencionalmente documentos originais ou exibir de cópias modificadas.
• Alterar documentos originais mediante rasuras, manchas e cortes feitos com a intenção de esconder indícios e pistas.
• Emitir duplicatas sem que as operações comerciais que lhe dariam suporte fático tivessem ocorrido. São as chamadas “duplicatas frias” negociadascom bancos em operações de desconto ou vendidas às empresas de fomento mercantil.
• Não contabilizar depreciações ou fazê-lo por valor inferior, ou calcular irregularmente a depreciação acelerada visando diminuir o lucro distribuível, cometendo fraude contra os sócios que não participam da gestão.
• Criar ou aumentar o valor das provisões de diversos tipos além do razoável visando reduzir o lucro tributável para pagar menos impostos, reduzir o lucro a ser distribuído aos sócios e depreciar o valor da empresa como um todo.
• Modificar o valor do inventário dos estoques.
• Fazer lançamentos de fatos da mesma natureza em diversas contas, de naturezas diferentes, com o objetivo de confundir qualquer investigação na expectativa de que o perito perca a pista.
• Errar propositadamente cálculos de encargos financeiros, para falsear a real situação da empresa perante credores, sócios e outros interessados.
• Superfaturar compras, apropriando-se da diferença do valor realmente pago ao fornecedor, em conluio entre outros indivíduos, por exemplo: o comprador, o pagador e o próprio fornecedor.
• Simular venda de imobilizado para acertar o saldo credor da conta caixa ou ainda simular a venda de um imobilizado em estado de novo como se fosse sucata.
• Pagar dívidas antes do vencimento para obter desconto financeiro, mas só efetuar o registro na data do vencimento pelo valor total, apropriando-se do valor do desconto obtido ou, então, registrar depois do vencimento para apropriar-se do valor do desconto recebido, imputando juros de mora inexistentes e ficando com o dinheiro para si.
Uma das irregularidades mais comuns praticadas pelas empresas e entidades é a manutenção de contabilidade “paralela” ou popularmente conhecido como “Caixa 2”. Entretanto essa prática condenável é prevista pelo Regulamento do Imposto de Renda (RIR) (BRASIL, 1999): “Omissão de Receita - Saldo Credor de Caixa, Falta de Escrituração de Pagamento, Manutenção no Passivo de Obrigações Pagas e Falta de Comprovação do Passivo”.
Art. 281. Caracteriza-se como omissão no registro de receita, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção, a ocorrência das seguintes hipóteses (Decreto-Lei n 1.598, de 1977, art. 12, § 2 e Lei n 9.430, de 1996, art. 40):
I. a indicação na escrituração de saldo credor de caixa;
II. a falta de escrituração de pagamentos efetuados;
III. a manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada.
Suprimentos de Caixa:
Art. 282. Provada a omissão de receita, por indícios na escrituração do contribuinte ou qualquer outro elemento de prova, a autoridade tributária poderá arbitrá-la com base no valor dos recursos de caixa fornecidos à empresa por administradores, por sócios da sociedade não anônima, por titular da empresa individual ou pelo acionista controlador da companhia, se a efetividade da entrega e a origem dos recursos não forem comprovadamente demonstradas (Decreto-Lei no 1.598, de 1977, art. 12, §3; Decreto-Lei no 1.648, de 18 de dezembro de 1978, art. 1, inciso II).
Falta de emissão de Nota Fiscal:
Art. 283. Caracteriza omissão de receita ou de rendimentos, inclusive ganhos de capital, a falta de emissão de nota fiscal, recibo ou documento equivalente, no momento da efetivação das operações de venda de mercadorias, prestação de serviços, operações de alienação de bens móveis, locação de bens móveis e imóveis ou quaisquer outras transações realizadas com bens ou serviços, bem como a sua emissão com valor inferior ao da operação (Lei n 8.846, de 1994, art. 2).
Art. 286. A omissão de receita poderá, também, ser determinada a partir de levantamento por espécie de quantidade de matérias-primas e produtos intermediários utilizados no processo produtivo da pessoa jurídica (Lei no 9.430, de 1996, art. 41).
Art. 287. Caracterizam-se também como omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações (Lei no 9.430, de 1996, art. 42).
A importância da contabilidade em uma entidade é percebida na qualidade das informações geradas e utilizadas nos processos de gestão. Quanto melhor organizado o processo contábil, mais fiel será a documentação suporte que dá origem à escrituração contábil e fiscal e à observância das bases conceituais da Contabilidade.
Definições sobre os Regimes de reconhecimentos dos fatos (Caixa x Competência, Princípios Contábeis/Resolução 750-CFC), informações sob formatos prescritos nas Normas Brasileiras de Contabilidade para registro e elaboração das demonstrações contábeis legais, Perfil do Plano de Contas, procedimentos para o processo de escrituração contábil e fiscal e sistemas de arquivo de dados, documentos e informações representam as bases essenciais para uma boa informação.
Por outro lado, quanto pior a qualidade das bases conceituais adotadas pelas entidades ou empresas, mais confuso e obscuro o processo de gestão e qualidade das informações, levando ao aumento do risco e vulnerabilidades que ocasionam problemas que levam a conflitos e litígios, seja nos aspectos tributários, societários, trabalhistas, previdenciários, sociais, ambientais etc.
Os riscos e vulnerabilidades associados ao processo de gestão negligente ou imprudente levam a discórdias e litígios entre atores (sócios, diretores, empregados, clientes, fornecedores, investidores etc.) que elevam a intensidade dos problemas que chegam facilmente à extensão de fraudes.
A caracterização de atos de negligências e imprudências em um ambiente de conflito ou de litígio leva ao aumento do volume de trabalho em um problema que enseja atividade pericial nas diligências para apuração das provas periciais contábeis.
A credibilidade do laudo pericial contábil e sua influência como prova de uma situação ou fato ocorrido em uma empresa pesam na mesma proporção da credibilidade e força probante atribuída à qualidade da contabilidade.
MOTIVOS PARA NOMEAÇÃO DO PERITO E IMPORTÂNCIA DOS QUESITOS, QUESITOS SUPLEMENTARES E COMPLEMENTARES DA PERÍCIA
Sempre que houver divergência de avaliação, mensuração qualitativa, análise dos dados ou dúvidas acerca de um fato ou objeto, é importante ter a opinião de especialistas, para elucidar quaisquer circunstâncias ou fatores que provocam o conflito.
As principais causas que geram necessidade de perícia são:
• pensão alimentícia ou apuração de haveres em separações de casais ou morte de cônjuge;
• liquidação ou dissoluções de sociedades comerciais;
• embargos à execução fiscal (cobrança de tributos);
• anulação de cobranças mercantis decorrentes de compra ou venda de produtos ou serviços não realizada;
• revisão de empréstimos e financiamentos (capitalização, taxas bancárias);
• operações financeiras: desconto de cheque pré-datado, intermediação de operações;
• avaliação de fundo de comércio;
• revisão de contratos de representação comercial (extensão dos danos, indenização, lucros cessantes etc.).
Para esclarecer as subjetividades que envolvem uma situação, é necessário o rigor metodológico, com escolhas de métodos científicos adequados para a construção de inferências à criação de premissas que sustentarão a produção da prova e ajudarão a responder os quesitos ou questões formuladas em torno do problema.
Uma abordagem inadequada no tratamento de dados durante o processo de diligência pericial pode desqualificar o tratamento científico. A produção científica de provas por meio de pesquisas é uma busca constante de explicações e soluções de problemas.
O perito expõe sua posição, expressando sua opinião em uma única perspectiva aceitável, que é o ponto de vista científico. Daí a importância do rigor metodológico.
Na perícia judicial, o art. 145 do Código de Processo Civil (BRASIL, 1973) (novo CPC, 156) destaca que “quando a prova do fato depender de conhecimentos técnicos ou científicos, o juiz será assistido por perito”. Ou seja,não é a simples produção de prova que se requer do perito, e sim a observância do rigor metodológico, que é a essência da metodologia e técnica de pesquisa científica.
A perícia judicial pode ser exigida por requerimento das partes ou determinada de ofício pelo magistrado - Art. 437 do CPC (BRASIL, 1973) (novo CPC, art. 464).
Em todo litígio judicial ou extrajudicial em que não há acordo ou conciliação entre as partes envolvidas torna-se necessária a elucidação dos pontos controvertidos do problema (avaliação de bens, direitos e obrigações, localização ou inspeção de objetos, produção de provas, identificação de fatos etc.), para elucidação e saneamento da causa, nas mais diversas áreas, a saber:
• Na área empresarial: em um ambiente onde convivem diversos atores, como sócios, diretores, empregados/subordinados, clientes, fornecedores, agentes de fiscalização, investidores etc., os relacionamentos geram discórdias de diversas naturezas, a respeito de gestão, de estratégias e de decisões, que resultam em problemas mais graves, chegando aos litígios judiciais e resultando em atividades periciais, como as dissoluções de sociedades.
Podem ocorrer ainda situações de discórdias em decisões sobre avaliações, valorações, para fins de prestação de contas, para levantamento da situação financeira ou levantamento das vendas, compras, estoques, mobiliários, instalações etc. A perícia é também requerida nos levantamentos patrimoniais, para apurar perdas e danos decorrentes de diversos motivos, como brigas, acidentes, sabotagens, fraudes etc.
• Na área trabalhista: quando há reclamações de diferenças de salários em direitos do trabalho, como horas extras, plantões, cargos de chefia, auxílios alimentação e/ou transporte, situações de periculosidade ou insalubridade e outros benefícios reclamados pelos empregados, que supostamente não foram reconhecidos pelos empregadores, principalmente quando das demissões ou, ainda, em situações em que se questionam danos por acidentes no local de trabalho ou métodos de esforços físicos que resultam em danos físicos ou morais decorrentes do ambiente ou do horário de trabalho, ou situações de assédio, ou humilhações de chefes, diretores ou sócios. PAREI
• Na área de família: em que ocorrem discórdias por partilhas de bens e direitos entre irmãos ou entre herdeiros de espólios, ou ainda nos critérios de apuração de haveres, ou da capacidade econômica para fins de pensão alimentícia em casos de separação de casais.
• Na área previdenciária: quando o valor dos benefícios não é avaliado a contento ou corrigido conforme a expectativa de
beneficiários.
• Nas áreas cíveis: quando ocorrem situações de humilhações ou constrangimento sofrido no interior de um estabelecimento
comercial (brincadeiras de mal gosto, revistas íntimas ou de bolsas, por exemplo); em revisão de contratos (aluguel, leasing ,
financiamentos etc.); em revisão de taxas de condomínio ou de administração de contratos de consórcios; em situações de
execução de contratos de empréstimo ou financiamento com discórdias sobre o montante dos encargos de juros e multas. Ainda,
na área cível, pode ser requerida perícia para apurar a responsabilidade administrativa dos atos anormais, praticados por gestores
de Fundações, Cooperativas, Sindicatos, Associações de Moradores etc., no exercício da função pública.
• Na área criminal (Código de Processo Penal, Arts. 160, 275 a 278 e 527): em situações que envolvem falsificação de assinatura
em contratos, cheques e outros documentos; também o uso indevido da marca ou nome da empresa; o comércio de produto
falsificado ou pirateado (contrafação); o desfalque e apropriações indébitas de dinheiro, contratos, mercadorias, ferramentas,
máquinas, veículos, valores recebidos etc.; adulteração de documentos, livros contábeis (Diário, Razão, Caixa) e fiscais (Apuração e
ICMS e IPI, Entradas e Saídas de Mercadorias) ou provas, mediante rasuras, borrões, troca de documentos etc.; fraudes contra
sócios ou herdeiros, como, por exemplo, operar com “Caixa 2”, vendas sem nota, vendas com nota “Calçada”, Notas “Frias”
(Empresas baixadas) etc.; fraudes contra o Fisco, contra Credores, contra a Justiça no âmbito do Estado, como Agências de Rendas,
Prefeituras e Justiças Estaduais etc.
• Na área de recuperação de empresa: em situações de avaliação da confiabilidade e autenticidade dos livros contábeis e fiscais,
inventário da massa patrimonial, exame da prestação de contas dos gestores mediante avaliação dos relatórios, como balanço,
relatório de compras efetuadas, condições em que as vendas foram realizadas, tipos de pagamentos efetuados etc., além de exame
das contas dos credores da massa patrimonial.
• Na área tributária: para avaliar diferenças nas interpretações de normas tributárias que ensejam cobranças dos impostos ou
mesmo no descumprimento de normas fiscais que possam acarretar o recálculo de incidência dos tributos como PIS/COFINS, IPI,
ICMS etc.; ou, ainda, nas situações que possam configurar crimes contra fazenda pública (não recolhimento de impostos ou
contribuições descontadas de empregados ou prestadores de serviço).
Assim, em um caso concreto, seja em que área for, o magistrado fixará os pontos a serem elucidados e determinará a produção de
provas, cujas tarefas compreendem a busca de informações e documentos, além de oitivas de pessoas mediante declarações. As
informações e documentos compreendem fotografias, relatórios, guias e recibos de pagamentos, desenhos técnicos de projetos e
plantas, e quaisquer outros tipos de ilustrações ou peças que auxiliem na compreensão do fato.
Alguns das razões que levam as partes ou o juiz a solicitar a realização da perícia são:
• Dependência de conhecimento técnico ou científico para a interpretação de provas dos fatos, como são os casos de identificação,
classificação e avaliação de ativos, apuração de haveres, identificação ou constatação da veracidade de informações prestadas etc.
• Inspeção direta de objetos e de pessoas, mediante vistoria “ in loco ” para reconstituir os fatos ou confirmar a efetiva existência de
bens ou objetos.
• Produção antecipada de provas, antes da audiência de instrução, tendo em vista que o objeto de prova pode, eventualmente, ser
perecível ou a testemunha a ser inquirida encontra-se em estado terminal.
• Levantamento de balanço e apuração de haveres, motivados pela dissolução da sociedade ou falecimento de um dos sócios.
• Avaliação de bens, indicando as características, o estado de conservação, a metodologia de avaliação, principalmente em casos
de penhora, alienação, garantia etc.
• Arbitramento do valor da multa, da liquidação e cumprimento de sentença, quando deverá ser calculado o valor da
responsabilidade, de acordo com a avaliação dos bens e objetos, como ocorre em situações de inadimplência em empréstimos e
financiamentos e atraso no recebimento das vendas a crédito com reserva de domínio.
• As situações mais comuns em que há necessidade de perícia, como nos casos de dissolução ou separação de sociedades
comerciais, no inventário e na partilha de bens nos casos de separações de casais ou entre herdeiros do “espólio”.
Uma nova vertente da perícia contábil tem sido a relação com o que, no mercado internacional, vem
denominando de “Forensic Accounting” ou, na versão brasileira, Contabilidade Forense. Trata-se da
contabilidade investigatória, decorrente das grandes fraudes contábeis ocorridas nos Estados Unidos em
empresas renomadas, como a Enron, World Com, Xerox, e também no Brasil, em empresas como a
Parmalat, Banco Nacional, Banco do Nordeste, Banco Panamericano, entre outros divulgados pelas mídias.
Somente é possível atuar como perito o contador que domina as técnicas de auditorias e de perícia e com
conhecimento específico em assuntos contábeis e noções sobre áreas do Direito como o Direito tributário,
bancário, comercial, financeiro, administrativo, constitucional, previdenciário, trabalhista e processual.
Assuntos contábeis consistem em temas como Custos, Parceria Público-Privado, OrçamentoPúblico,
Planos de Saúde, Seguros, Concessionárias de Serviço Público, Construção Civil etc.; além de contabilidade
de áreas como Imobiliária, Hospital, Bancos, Aviação Civil, Energia Elétrica etc.
Materiais relacionados à perícia contábil podem ser encontrados em:
< http://www.irpe.com.br/index.php/br/artigos > e < http://www.zappahoog.com.br >.
Fonte: os autores.
Importância dos quesitos
Na elucidação de uma causa ou processo, o perito nomeado deverá produzir as provas periciais, observando-se os elementos
contidos na sentença prolatada, como nos casos de “liquidação de sentença por arbitramento” ou então em situações em que são
apresentados quesitos, antes da sentença.
Quesitos são questionamentos formulados especificamente sobre a causa em conflito, que deverão ser elucidados pelo perito, nas
causas judiciais, após deferida a produção da prova pericial pelo juiz. Assim os quesitos servem para nortear objetivamente o
trabalho do perito e atendem primordialmente aos interesses das partes e/ou do juiz da causa.
Para formulação dos quesitos, os advogados são assessorados por “assistentes técnicos”, especialistas no assunto, que deverão
formular adequadamente cada questionamento, evitando, assim, respostas imprecisas.
Podem ocorrer situações de formulação de quesitos, pelas partes envolvidas, em que o magistrado qualifique como não aplicáveis
ou impertinentes para a elucidação da causa.
Veja alguns exemplos de quesitos formulados pelo assistente técnico de uma das partes, acatados pelo magistrado para serem
respondidos pelo perito:
1. Os Srs. peritos tiveram acesso ao Balanço Patrimonial da empresa Autora desde o dia 20 de janeiro de 2007?
2. O Senhor perito teve acesso às Demonstrações dos Resultados dos Exercícios – DRE de todos os períodos ou exercícios sociais,
ou seja, desde o dia 20 de janeiro de 2007?
3. Analisando o balanço patrimonial das empresas, foram constatadas falhas como rasuras ou contabilização de documentos
inidôneos, não aceitos pela escrituração contábil, conforme preconizam as normas de contabilidade? Em caso positivo, especificar.
Exemplo de quesito impugnado pelo juiz por expressar juízo de valor de forma tendenciosa:
Seja apresentado ao Sr. Perito todos os extratos, contratos, operações de descontos de cheques e/ou duplicatas e outras
operações financeiras realizadas nas empresas Autoras, desde a data de suas constituições, a fim de que, após a análise, possa o
Expert detectar quais operações eram duvidosas ou simuladas.
Nesse caso, seria necessário, primeiramente, “quebrar” o sigilo bancário da pessoa peritada, pois a Constituição Federal protege o
denominado “sigilo bancário”.
Se uma das partes não apresentar quesito ordinário, não poderá apresentar quesitos suplementares.
Também não são válidos quesitos impertinentes, assim entendidos aquelas perguntas fora do contexto do
litígio ou do mérito, assim como aqueles procrastinatórios, feitos somente para ganhar tempo.
Exemplo de questões fora do contexto:
a. Os juros cobrados pelo banco são originados de taxas reais?
b. Existiu prática de Caixa 2 na empresa?
c. Todos os fatos contábeis ocorridos na empresa foram registrados?
d. Verificar se todos os empregados da empresa estão registrados.
e. Analisar a documentação fiscal, contábil, tributária, livro razão, movimentação financeira de receita e
despesas e proceder uma análise apontando todos os erros, gestão inidônea, omissões, falhas ocorridas,
mencionando ainda se houve ou não desvio de recursos.
Quesitos ordinários, suplementares e complementares
Na prática jurídica, é necessário o uso correto dos termos, principalmente em litígios. Assim a denominação correta do tipo de
quesito a ser requerido é essencial para obter parecer favorável à solicitação de produção de prova pericial.
Quesitos ordinários: são gerados a partir do deferimento da prova pericial e podem ser formulados somente pelo magistrado ou
pelas partes envolvidas.
Quesitos suplementares : são outros quesitos formulados pelas partes durante as diligências, ou seja, durante o período em que o
perito estiver trabalhando na obtenção da prova pericial, observando-se a tempestividade da solicitação, ou seja, durante o
período em que o perito estiver de carga do processo (Art. 425 do CPC) (BRASIL, 1973). Ainda assim é necessário que a outra
parte do litígio tome ciência da solicitação de quesito suplementar.
Quesitos complementares: ocorrem para complementar os esclarecimentos contidos no laudo pericial, sem que isso signifique
ampliação do trabalho pericial.
Há ainda situações em que são requeridos pedidos ou quesitos de esclarecimentos nas respostas fornecidas pelo perito no laudo
pericial, determinados pelas autoridades competentes, quando estas, por algum motivo, entenderem a necessidade da presença
do perito na audiência, para descrever e explicar de maneira ordenada e pormenorizada o conteúdo do laudo pericial. Os quesitos
de esclarecimentos devem ser respondidos pelo perito, conforme a previsão estabelecida na intimação, podendo ser respondidos
de duas maneiras:
• de forma escrita: os quesitos de esclarecimentos deferidos e apresentados ao perito, no prazo legal, podem ser respondidos por
escrito e, neste caso, deverá ser entregue o original, na audiência, para a juntada aos autos;
• de forma oral: os quesitos de esclarecimentos deferidos e apresentados ao perito, no prazo legal, podem ser respondidos de
forma oral, cuidando para sanar as obscuridades, omissões, contradições ou interpretações distintas daquelas constantes no laudo
pericial contábil.
Avançar
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD
Unidade 1 Página inicial
ATIVIDADES
1. Considere os seguintes tópicos, assinalando V para verdadeiro e F para falso.
I. Um profissional formado em Ciências Contábeis já pode atuar em atividades periciais.
II. Em uma investigação feita por amostragem, sobre o movimento de caixa, foi detectado que o saldo final era fictício e que o
montante de dinheiro registrado não conferia com a real existência física. Essa percepção é feita em um trabalho pericial e não em
um de auditoria.
III. Uma investigação pericial serve a uma época específica, um caso particular ou, ainda, a um questionamento específico,
enquanto o foco da auditoria é a necessidade constante, anual, por exigência legal ou estatutária.
IV. Uma prova em uma perícia é tudo aquilo que possa comprovar a veracidade dos fatos. Manchas de batom na camisa,
documentos rasurados, são apenas indícios que apenas presumem a ocorrência de fatos relacionados à investigação pericial.
Assinale a alternativa abaixo que contém a sequência correta, segundo a proposta acima:
a) V, F, F, V.
b) F, F, V, V.
c) F, V, F, V.
d) F, F, V, F.
e) V, V, F, V.
2. Assinale a única alternativa correta. O perito:
a) Deve ser nomeado pelo juiz, pois as partes já têm advogados.
b) Deve ser indicado em comum acordo entre as partes envolvidas em um litígio.
c) Deve ser nomeado pelo juiz após consulta e se as partes não tiverem restrição ao nome do perito indicado.
d) Deve ser nomeado pelo juiz ou pode ser escolhido por uma das partes envolvidas.
e) Deve ter registro profissional no CRC e esperar ser nomeado pelo juiz.
3. O profissional Contador, quando atua na condição de perito ou assistente técnico pericial (adaptado de Exame de suficiência do
CFC 01-2000):
a) Jamais deve recusar sua indicação para uma causa, embora reconheça não se achar capacitado, em face da especialização
requerida.
b) Deve dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas ou da justiça da causa que
estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado às questões propostas.
c) Deve abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, mantendo absoluta
independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo.
d) Considerar com parcialidade o pensamento exposto em laudo submetido a sua apreciação.
e) Consultar as partes para obter mais informações, além daquelas que já estejam constando

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