ESTUDO DE CASO COPAN

Prévia do material em texto

INFORMAÇÕES GERAIS DO 
PROJETO
• Edifício Copan
• Arquiteto: Oscar Niemeyer
• Colaborador: Carlos Lemos
• Responsável Técnico: Dado desconhecido
• Construção: Companhia Nacional da Indústria 
da Construção (CNI)
• Período de Construção: 1951 - 1974
• Estrutura: Concreto
• Projeto Estrutural: Joaquim Cardozo
• Endereço: Av. Ipiranga, n.º 200 - República 
- São Paulo - São Paulo - Brasil
• Proprietário Original: Companhia Pan-Americana de Hotéis e 
Turismo
• Uso: Habitacional com comércio no térreo
• Elevadores: 20
• Nº de Pavimentos: 32
• Área total ocupado no terreno: 6.072,90 m² (0,80%)
• Área total do terreno: 10.572,80 m²
• Área total Construída: 116,152,59 m²
• Altura: 115 m
• Quantidade de apartamentos: 1.160
• Tamanho Apartamentos: 26 a 350 m²
• Área de coeficiente de aproveitamento: 3,5
CONTEXTO HISTÓRICO E 
GEOGRÁFICO
• Quando o edifício COPAN nasceu, a cidade de São Paulo vivia um momento de transformação e 
crescimento surpreendente. Com o avanço da industrialização fora da cidade e a grande 
especulação imobiliária em torno do centro, há dois aspectos notáveis neste período: a rápida 
expansão da estrutura urbana e do adensamento populacional e a verticalização do centro.
• O projeto lançou uma forte campanha publicitária no mercado, promovendo deliberadamente a
ligação entre o novo conjunto edificado e a imagem do arquiteto que idealizou o projeto,
prometendo estabelecer uma nova referência arquitetônica no centro de São Paulo.
• Após alguns problemas financeiros e com a mudança de administrador e financiador durante a
obra, foi alterado o projeto, onde era para ser o hotel acabou sendo a sede do banco Bradesco.
Assim retomando as obras em 1957 quando o Bradesco assumiu o projeto.
• A projeção de lotes de geometria irregular funciona como uma extensão da rua. Com a arquitetura
livre, Oscar Niemeyer pretendeu transformar a realidade, fazendo a sugestão de dissolução do
lote, no centro da cidade. Buscando o racionalismo e o funcionalismo, o arquiteto buscava integrar
o projeto com o entorno e a paisagem.
Oscar 
Niemeyer 
(1907-2012
Foi arquiteto brasileiro, responsável
pelo planejamento arquitetônico de
vários prédios de Brasília. Possui mais
de 600 projetos em todo o mundo. É
um dos maiores representantes da
arquitetura moderna da história. Tem
como característica principal o uso do
concreto armado para as suas
construções com seu estilo
inconfundível, se inspirando nas
curvas.
“não é o ângulo reto que me atrai, 
nem a linha reta, dura, inflexível… 
o que me atrai é uma curva livre e 
sensual…”
Relação com entorno
Mapa Político-Administrativo
Fonte: GeoSampa
Zoneamento: Zona de 
Centralidade
Localização
Fonte: GeoSampa
Relação com entorno: vista aérea
Vista Aérea
Fonte: GeoSampa
Legenda
Relação com entorno: uso do solo
Lotes e Uso do Solo
Fonte: GeoSampa
Legenda
Relação com entorno: áreas de 
interesse
Mapeamento 1954 - Vasp Cruzeiro
Bens Tombados P2: Corresponde a 
bens de grande interesse histórico, 
arquitetônico ou paisagístico. 
Preservação total externa e parcial 
interna.
Bens tombados P1: Preservação 
Integral
Edifício COPAN: tombado como 
P2
Legenda
Quantidade de ambientes e usos
Planta do térreo com Hotel e Edifício Residencial
Maio de 1952
O projeto original previa um “maciço turístico” , implantado 
em um terreno de 10.572,80 m2, composto de dois blocos 
independentes, sendo um deles um hotel e o outro bloco 
destinado a um edifício de apartamentos residenciais.
Em 1953, o projeto do Hotel 
se separa do Edifício 
Residencial.
Após passar por uma 
mudança de propriedade, em 
1957, o projeto sofre uma 
série de mudanças no 
programa inicial, o que 
desagradou muito o Niemeyer, 
entre elas a remoção do 
teatro, transformação do 
terraço em um espaço de 
escritórios, e a transformação 
dos apartamentos de 4 
dormitórios em apartamentos 
de 1 dormitório e kitchenettes.
Programa 1952 1972 2021
Subsolo com 
garagem 2 2
Lojas no térreo 84 69
Lojas na sobreloja 47 0
Terraço Jardim Sim Não
Restaurante 1 0
Bar 1 0
Sala de Escritório 0 3
Andares 30 32
Apartamentos 960 1160
Brises Não Sim
Rampa Helicoidal Sim Não
Cinema (lugares) 3500 1214
Teatro (lugares) 500 0
Vagas 221 221
• Gabarito de altura: 115 metros
• Elevadores: 20
Curiosidades:
Com 115 metros e 120 mil m² de área construída, o Copan é o maior 
prédio residencial do Brasil feito com concreto armado.
O Edifício Copan tem um CEP próprio, o número 01046-925.
Quantidade de ambientes e usos
Programa 1952 1972 2021
Subsolo com garagem 2 2
Lojas no térreo 84 69
Lojas na sobreloja 47 0
Terraço Jardim Sim Não
Restaurante 1 0
Bar 1 0
Sala de Escritório 0 3
Andares 30 32
Apartamentos 960 1160
Brises Não Sim
Rampa Helicoidal Sim Não
Cinema (lugares) 3500 1214
Teatro (lugares) 500 0
Planta Tipo
Subsolo 1
Subsolo 2Terraço/Térreo
Fachadas e Revestimentos
Fachada Principal:
• Brises afastados da laje dos andares 
em 30cm, engastados por meio de 
elementos metálicos fixados nos 
pilares de concreto armado, 
revestidos de pastilhas cinzas
Fachada Posterior:
• Três escadas helicoidais de emergência, com um pilar central 
de 1,1m de diâmetro;
• Bloco C ao F com fechamento em cobogó, permitindo 
iluminação e ventilação natural, com portas e janelas na mesma 
altura do cobogó;
• No bloco B as 14 kitchenettes com laje marcada na fachada, 
enquanto a matade divisória dos aptos fica recuada e é 
arrematada por um montante metálico
• Dos blocos C ao F os pilares afloram da vida de transição, na 
face dos elementos verticais. Vigas revestidas de pastilha 
branca, coincidindo com a laje da cada pavimento.
• Torre de Elevadores do Bloco B: revestida de pastilha branca
• Vigas na face posterior revestidas de pastilhas brancas
Fachada Sudoeste:
• Janela dividida por um 
montante no eixo da 
alvenaria
Fachada Noroeste:
• Duas janelas de 
mesma 
configuração para 
quarto e banheiro
Fachadas: vistas
Fachada PosteriorFachada Frontal
Fachadas
Fachada SudoesteFachada Noroeste
Fachadas: diagramas
Fachada Posterior / Planta / Fachada Principal Corpos 1 e 2 Fachada Posterior / Planta / Fachada Principal Corpos 3 e 4
Materiais usados
• Estrutura: concreto armado
• Vedações internas: blocos cerâmicos 6 furos
• Alvenaria externa: tijolos cerâmicos maciços
• Revestimento externo: pastilhas de porcelana 
branca e cinza
• Fechamento: cobogó de cimento; vidro com 
esquadrias, revestimento de madeira em 
sobreloja.
Elementos Estruturais: cinema
A estrutura da cobertura do cinema, 
se eleva aproximadamente 5m da 
cota do piso e, em planta, quase 
tangência a lâmina, no ponto em que 
a fachada é mais pronunciada.
Mesmo sem acesso ao cinema e sem 
cortes necessários a compreensão 
desta construção a sua relação com 
o restante do edifício, as visitas aos 
pavimentos da base e vistas aéreas 
permitiram verificar que a laje que foi 
efetivamente construída para o 
cinema não segue o padrão 
arredondado sugerido pelo corte 
apresentado.
Elementos de função estrutural: 
fundações
Devido ao terreno arenoso, houve uma prévia 
com compactação do solo, realizado por meio 
de estacas de concreto armado com 8m de 
comprimento, enterradas a 6m de profundidade 
e com espaçamento de 1m.
Posteriormente as fundações diretas e seus 
caixões pneumáticos foram posicionados.
Acima destes estão os tubarões, onde constam 
altura mínima do bloco de 1,30m, com 5,03m de 
profundidade.
Elementos de função estrutural: 
sobreloja
O pavimento sobreloja possui piso inclinado, paralelo ao piso térreo em 
quase toda a sua extensão, apresentando uma variedade de desenhos 
de esquadrias de ferro e soluções de abertura, formando patamares.
Elementos de função estrutural: 
terreno e junta de dilatação
Estruturas independentes do Copan, mostram junta de dilatação.
Curvas de nível e projeção da linha 
do metrô.
Foto: junta de dilatação.
O pavimento térreo , 
possui piso inclinado, 
com 4 metros de 
diferença entre toda a 
sua extensão, 
apresentando uma 
variedadede 
desenhos de 
esquadrias de ferro e 
soluções de abertura, 
com pé-direito duplo.
Elementos de função estrutural
Caixões “tubarões”
Pilares
Caixões
Contrafortes, 
associados a continas 
de contenção
Pilares
Reforço das fundações
Corte do projeto da laje, mostrando detalhe de laje nervurada, pé direito, 
piso a piso de 3,15 e corte de brises, presos em pilares. Espessura da 
laje de 6cm 
Através da estrutura em 
concreto armado permite-se a 
separação da estrutura das 
vedações, libertando as 
paredes da função estrutural.
INFORMAÇÕES 
GERAIS DA CONSTRUÇÃO
• A obra ficou a cargo da Companhia 
Nacional da Indústria da Construção (CNI), 
foi iniciada em 1952, mas somente em 
1953 o alvará de construção foi obtido e 
os serviços de terraplanagem começaram. 
Após alguns problemas financeiros como a 
intervenção federal do Banco Nacional 
Imobiliário e a falência da investidora Roxo 
Loureiro S.A, primeiros incorporados do 
empreendimento, a obra foi interrompida 
várias vezes. Em 1957 o Banco Bradesco 
comprou os direitos de construção e em 
1961 as partes de alvenaria e concreto 
armado foram concluídas.
Os brise-soleil do edifício COPAN impedem grande 
parte da incidência direta de sol nos ambientes, tanto 
nos equinócios como no solstício de inverno.
CONFORTO AMBIENTAL
Os brise-soleil do edifício COPAN impedem grande 
parte da incidência direta de sol nos ambientes, tanto 
nos equinócios como no solstício de inverno.
CONFORTO AMBIENTAL
DIAGRAMA DE INSOLAÇÃO
Máscara de obstruções externas para dormitório 
de frente ao bloco D
Máscara de obstruções externas para dormitório 
de frente ao bloco C
BRISES COPAN
30 dos 64 apartamentos do 
bloco A, bem como 90 dos 
192 apartamentos de frente 
para a Avenida Ipiranga do 
bloco B (1º ao 15º andar) 
tem, além da obstrução dos 
brises, o edifício do banco 
Bradesco que impede a 
incidência de sol 
diretamente nestes 
ambientes.
Esse fato faz com que a temperatura interna nos cômodos 
destes apartamentos, não aumente com a mesma intensidade 
que a temperatura externa.
Os apartamentos do blocos A, C E D 
tem boas condições de ventilação, pois 
vão de extremo ao outro no sentido 
transversal do edifício, facilitando assim 
a ventilação cruzada.
Planta do bloco A e diagrama de 
ventilação.
Quantitativamente os ambientes dos apartamentos de frente, onde se encontram os brise soleil, 
bem como os de fundos, sem brises (bloco B) ou com elementos vazados (blocos E e F), têm níveis 
de iluminância média acima dos 150 lux adotados pela NBR 5413/1992 (figuras 42, 43 e 44). Porém 
os apartamentos dos blocos A (2 dormitórios), C e D (3 dormitórios) têm sempre um dormitório com 
a janela voltada para a área de serviço onde foram verificados níveis muito abaixo do que 
recomenda a NBR 5413/1992 (figura 45). O problema também se repete nas cozinhas destes 
apartamentos.
Todos os apartamentos têm as janelas de dormitórios sem elementos de controle44 de 
luminosidade, como venezianas45 por exemplo. Isto faz com que os níveis de iluminância cheguem 
a até 100 lux, a partir das primeiras horas de sol (figuras 46 e 47), causando problemas de 
ofuscamento perturbador e prejudicando o sono das pessoas que queiram prolongá-lo por mais 
algumas horas além do raiar do sol.
OPINIÃO DOS MORADORES REFERENTE A TEMPERATURA E VENTILAÇÃO
FOTOS TIRADAS NA VISITA TÉCNICA 
FOTOS INTERNAS DA ÁREA COMERCIAL DESTINADA A LOJAS E RESTAURATES
FOTOS TIRADAS NA VISITA TÉCNICA 
FOTOS INTERNAS DA ÁREA COMERCIAL DESTINADA A LOJAS E RESTAURATES
FOTOS TIRADAS NA VISITA TÉCNICA 
FOTOS ESCADA EXTERNA 
FOTOS TIRADAS NA VISITA TÉCNICA 
FOTOS ENTORNO – VISTA POSTERIOR
COPANCOPAN
FOTOS TIRADAS NA VISITA TÉCNICA 
FOTOS ENTORNO – VISTA FRONTAL
COPANBRADESCO EDIFÍCIO IPIRANGA
REFERÊNCIAS 
• O Copan (google.com) (ACESSO EM 20/08/2021)
• A história do Edifício Copan | VEJA SÃO PAULO (abril.com.br) (ACESSO EM 20/08/2021)
• Copan: conheça a incrível história do edifício + 5 curiosidades! (vivadecora.com.br) (ACESSO EM 20/08/2021)
• Elaine Granadier, Guilherme Barbosa, Maira Garrido, Tiago Travassos. Edifício Copan (projeto VI). Disponível 
em: https://prezi.com/zn4ebpki5igd/edificio-copan-projeto-vi/. Acesso em: 24/08/2021.
• A conservação da arquitetura moderna: as fachadas do Edifício Copan. Valéria Bonfim; orientadora Fabiana. 
São Paulo, 2019.
• XAVIER, Alberto; LEMOS, Carlos; CORONA, Eduardo. Arquitetura moderna paulistana. São Paulo: Editora Pini, 
1983.