Buscar

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DA PMMS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DA PMMS - PORTARIA Nº 065/PM-1/EMG/PMMS, DE 10 DE JULHO DE 2019.
	
	ANEXO I
	
	POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
QUARTEL DO COMANDO - GERAL
BOLETIM DO COMANDO - GERAL – SUPLEMENTO II
Órgão Oficial de publicação dos atos oficiais da Corporação conforme Lei n.° 190, de 04 de abril de 2014.
Publicado no BCG 146 
PORTARIA Nº 065/PM-1/EMG/PMMS, DE 10 DE JULHO DE 2019.
Aprova as Instruções dos Processos e Procedimentos                                  Administrativos Disciplinares da Polícia  Militar  do Estado de Mato Grosso do Sul e dá outras providências.
O  COMANDANTE-GERAL  DA  POLÍCIA  MILITAR  DE  MATO  GROSSO DO
SUL, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I, II, IV e VIII do art. 10, da Lei Complementar n° 190, de 04 de abril de 2014;
R E S O L V E:
Art. 1º Aprovar as Instruções dos Processos e Procedimentos Administrativos Disciplinares no âmbito da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, constante nos anexos I, II, III, IV e V desta Portaria.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revoga-se as disposições em contrário.
Campo Grande, 10 de julho de 2019.
WALDIR RIBEIRO ACOSTA – Coronel QOPM
Comandante-Geral da Polícia Militar
ANEXO I
(PORTARIA N° 065/PM-1/EMG/2019, DE 10 DE JULHO DE 2019)
INSTRUÇÕES DOS PROCESSOS E PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES NO ÂMBITO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
PARTE I PARTE GERAL
TÍTULO I
PROCESSO E PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DO PROCESSO E PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E DA SUA APLICAÇÃO
Ato normativo interno
Art. 1º As presentes instruções constituem-se em ato normativo, de aplicação interna e obrigatória aos integrantes da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, explicitadora e reguladora dos procedimentos investigatórios de fatos de natureza administrativa disciplinar e processos disciplinares, visando padronizá-los e adequando-os às peculiaridades da Corporação.
Princípios informadores do processo e do procedimento administrativo disciplinar
Art. 2º Os processos e procedimentos administrativos disciplinares reger-se-ão pelas normas contidas nestas Instruções, respeitados os preceitos constitucionais e da administração pública e a legislação específica.
Conflito aparente de normas
§ 1º No caso concreto, se houver divergência entre as normas, prevalecerá a de maior hierarquia.
Normas subsidiárias
§ 2º Aplicam-se subsidiariamente a estas Instruções, as normas  do  Código Penal Militar, Código de Processo Penal Militar, Código de Processo Civil, do Estatuto dos Policiais Militares do Estado e Regulamento Disciplinar da PMMS, no que couber.
Interpretação das normas
Art. 3º As normas destas Instruções e as utilizadas por analogia, deverão ser interpretadas, segundo os princípios do direito administrativo:
I  - a desigualdade jurídica entre a administração e o administrado;
II   - a necessidade de poderes discricionários para a administração atender ao interesse público;
III  - a presunção de legitimidade dos atos da administração.
Casos omissos
Art. 4º Os casos omissos destas Instruções serão supridos: I - pelas normas citadas no artigo 2º, destas Instruções;
II  - pela jurisprudência;
III  - pelos princípios gerais de direito; IV - pelos usos e costumes militares; V - pela analogia.
Parágrafo único. A autoridade administrativa disciplinar não poderá eximir-se de emitir sua decisão, alegando lacuna na norma administrativa.
Tríplice responsabilidade
CAPÍTULO II
DA RESPONSABILIDADE
Art. 5º O policial militar que praticar ato irregular responderá  administrativamente, penal ou civilmente, isolada ou cumulativamente.
Dever de representar
Art. 6º É dever de todo policial militar comunicar formalmente aos seus superiores e às autoridades competentes os atos ou fatos irregulares que tenha conhecimento.
Parágrafo único. A comunicação de transgressão disciplinar ou a representação deve observar os preceitos do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar – RDPM.
CAPÍTULO III
DAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS
Autoridades competentes
Seção I Definições e tipos
Art. 7º São autoridades com competência disciplinar e investigativa:
                    I  – o Governador e o Secretário de Segurança Pública, a todos os integrantes da Polícia Militar;
II  – o Comandante-Geral aos que estiverem sob seu comando;
III– o Subcomandante-Geral, Chefe do EMG, Corregedor-Geral, Comandante do Policiamento Metropolitano, Comandantes de Policiamento de Áreas, Comandante do Policiamento Especializado e Diretores de Órgãos de Direção Setorial, aos que servirem sob suas ordens;
                  IV   – o Ajudante-Geral, os Chefes de Seções do EMG e os Comandantes de OPM, aos que estiverem sob suas ordens;
                   V    – os Subcomandantes de OPM, Chefes de Seção, de Serviços e de Assessorias, cujos cargos sejam privativos de oficiais superiores, aos que servirem sob suas ordens;
               VI    – os demais Chefes de Seção, até o nível de Batalhão, inclusive, Comandantes de Subunidades incorporadas, Companhias e Pelotões destacados, aos que estiverem sob suas ordens.
§ 1º A competência conferida aos chefes de seção, de serviços e  de assessorias, limitar-se-á às exigências relacionadas às atividades inerentes ao serviço de suas repartições.
§ 2º Toda decisão de arquivamento de sindicâncias ou de qualquer peça de investigação sobre transgressão disciplinar, fica obrigatoriamente sujeita a reexame, pela autoridade superior à prolatora, sem o que não produzirá qualquer efeito.
§ 3º Em virtude dos serviços de inteligência que são atribuídos à competência da Diretoria de Inteligência (DIntel) e à Corregedoria, os chefes desses órgãos são autorizados a realizarem atividades de investigação sumária, relativos ao pessoal e às atividades da Instituição, a qual deve ser instaurada por meio de portaria, solucionada por aquele chefe e homologada pelo Subcomandante Geral que, ao final, designará, se for o caso, o local onde os autos permanecerão em arquivo.
§ 4º O Corregedor da Polícia Militar, no exercício de suas funções, deverá observar as prescrições contidas na Lei Complementar nº 190, de 04 de abril de 2014, em especial quanto às suas competências e da Corregedoria.
§ 5º O Subcomandante-Geral possui competência investigativa sobre todos os integrantes da Polícia Militar, excetuando-se o Comandante-Geral.
§ 6º As infrações administrativas ocorridas fora do território estadual serão apuradas por determinação do Comandante-Geral ou do Subcomandante-Geral, caso haja necessidade de diligências no local do evento.
Autoridade instauradora
Art. 8º A autoridade competente para instaurar o processo ou procedimento é a responsável pela fiscalização e pelo saneamento dos atos praticados.
Decisão do processo ou procedimento
Art. 9º A autoridade responsável pela instauração do processo e/ou procedimento motivará a decisão, que deverá decorrer logicamente das provas constantes dos autos, dos preceitos legais e dos valores e deveres éticos estipulados no Estatuto PM e RDPM.
Presidente ou encarregado do processo ou procedimento
Art. 10 O presidente ou encarregado, representante legal do processo ou procedimento administrativo disciplinar, respectivamente, promoverá as investigações, a instrução, o saneamento e emitirá parecer por meio de relatório circunstanciado daquilo que apurar fundado nas provas constantes dos autos e nos ditames dos preceitos legais e morais vigentes.
Parágrafo único. Esta norma se aplica, inclusive, aos membros dos órgãos colegiados dos processos disciplinares, os quais respondem pelos atos específicos.
Seção II
Da competência para instaurar e decidir Determinação da competência
Art. 11 A competência administrativa para instaurar e decidir será determinada: I – pela atribuição específica em determinado processo;
II  – pela subordinação hierárquica-funcional entre a autoridade e o infrator;
III  – pela responsabilidade sobre o patrimônio estatal danificado ou extraviado.
Competênciadas Autoridades
§ 1º As autoridades definidas no artigo 7º destas instruções, são competentes para instaurar e solucionar o processo administrativo disciplinar.
§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de procedimentos ou processos administrativos disciplinares, deverão estes recair em oficial de posto superior ao do acusado, observando o seguinte:
                  I  - não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser feita a indicação de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo.
                   II   - se o indiciado for oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a delegação, a antiguidade de posto.
           III  - a hipótese do inciso anterior não implicará mudança na antiguidade e nem superioridade hierárquica, pelo fato de que o presidente ou encarregado do processo ou procedimento agirá por delegação, e será designado por autoridade superior ao averiguado, sendo esta a que dará a decisão final do processo.
Pluralidade de envolvidos
§ 3º Nos processos ou procedimentos administrativos disciplinares, excetuando- se o “Ato de Bravura”, que envolvam policiais militares de mais de uma Organização Policial Militar, Policiais Militares da Reserva Remunera e Policiais Militares Reformados, a  apuração e/ou instauração e solução será ato exclusivo da Corregedoria-Geral.
Avocação por autoridade superior
§ 4° A autoridade superior poderá avocar, em data anterior à solução e motivadamente, a apuração de fato, esteja ou não iniciado o procedimento, quando houver a prática de atos irregulares, circunstâncias ou situações que o recomendem e for importante para a preservação da hierarquia e da disciplina.
§ 5º Ocorrendo a situação prevista no § 4º, será instaurado processo ou procedimento administrativo disciplinar único, na seguinte conformidade:
I   –  pelo  Comandante  da  Unidade  responsável  pela  área  onde ocorreram os
fatos.
II   – pelo Comandante da Unidade especializada quando assim o exigirem as peculiaridades do fato.
III  – pelo Comandante de Unidade que primeiro tomar conhecimento do fato.
Instauração por ordem do Comandante-Geral e do Subcomandante-Geral
§ 6° O Comandante-Geral e o Subcomandante-Geral decidirão os processos e procedimentos administrativos disciplinares, observando o seguinte:
I   – o Comandante-Geral e o Subcomandante-Geral atuarão na qualidade de autoridades instauradoras de processos e procedimentos administrativos disciplinares quando, excetuando-se os casos de competência exclusiva, não houver possibilidade de  que a autoridade imediatamente superior na linha de subordinação do(s) policial(ais) militar(es) averiguado(s) possa apurar ou determinar a apuração dos fatos.
II    – o despacho do Comandante-Geral ou do Subcomandante-Geral que determinar a abertura de processos e procedimentos administrativos disciplinares será, a priori, encaminhado à Corregedoria para a numeração do respectivo processo ou procedimento, conforme § 5º do Art. 64 destas instruções, e o distribuirá ao Comandante/Chefe/Diretor de OPM, para que este seja nomeado autoridade    instauradora, observando o disposto nestas instruções, especificamente, quanto à cadeia  hierárquica do(s) envolvido(s).
III   – a Corregedoria, quando julgar necessário, poderá informar os casos que sejam convenientes para que o Comandante-Geral ou o Subcomandante-Geral solucionem os processos e procedimentos administrativos disciplinares, os quais acatando a sugestão daquele órgão correcional poderão determinar a instauração do processo ou procedimento administrativo disciplinar cabível ao caso concreto.
Seção III
Da competência para decisão final em âmbito administrativo Decisão Final
Art. 12 A competência para decisão, em última instância administrativa, no âmbito da Instituição, será do Comandante-Geral.
Competência do Comandante-Geral
Art. 13 A decisão final no processo regular de Praça é de competência do Comandante-Geral, conforme o previsto no Art. 10, inciso V, da Lei Complementar nº 190, de 04 de abril de 2014, c/c com o Decreto nº 1.206/81 - RDPM.
Competência do Governador do Estado
Art. 14 O processo regular contra Oficial descrito na Lei nº 105, de 01 de julho de 1980, é instaurado e decidido pelo Governador do Estado.
CAPÍTULO IV
DOS AUXILIARES E PARTES DO PROCESSO OU PROCEDIMENTO
Auxiliares
Seção I
Dos auxiliares do Presidente ou Encarregado
Art. 15 Os Policiais Militares designados pelo Presidente, Encarregado ou pela
autoridade instauradora exercerão as funções determinadas no processo ou procedimento.
Escrivão
Art.  16 O  escrivão,  designado de acordo com a  norma específica atinente    ao
processo, procedimento ou, na falta dela de acordo com o artigo 11 do Código de Processo Penal Militar, providenciará para que sejam cumpridas as determinações do Presidente ou Encarregado e para que estejam em ordem e em dia as peças e os termos do processo ou procedimento, cabendo-lhe, ainda, o controle dos prazos.
Parágrafo único. Constará dos autos, logo após a designação do escrivão, o compromisso deste de bem e fielmente cumprir as normas pertinentes ao processo ou procedimento, e de manter sigilo.
Investigadores
Art. 17 As diligências investigatórias serão realizadas pelo Presidente ou Encarregado do processo ou procedimento, o qual, se necessário, poderá determinar, por despacho ao escrivão, bem como a outro policial militar sob seu comando ou com função específica ou especializada.
Seção II Peritos
Art. 18 Aos peritos são aplicáveis às normas prescritas no CPPM.
Personalidade do acusado
Seção III
Do acusado e defensor
Art. 19 Considera-se acusado o Policial Militar a quem é imputada a prática de infração administrativa e ou civil, em termo de acusação próprio.
Parágrafo único. A instauração de procedimento investigatório para apuração de notícia infracional, não configura acusação.
Defensor
Art. 20 Ao Policial Militar acusado fica facultado constituir advogado ou  defensor
público para defendê-lo no processo regular ou no processo administrativo disciplinar, na falta deste, deverá haver expressa manifestação sua quanto a não querer ser assistido por advogado, ou da Defensoria Pública.
Iniciativa do Presidente
§ 1º Considerando as razões do policial militar e sendo ele pessoa necessitada, desde que demonstre interesse em ser defendido por um Advogado, o Presidente do feito poderá oficiar à Defensoria Pública, com observância às prescrições contidas nos artigos 1º a 3º da Lei Complementar nº 111, de 17 de outubro de 2005, solicitando a designação de Defensor Público, com a finalidade de prestar gratuita e integral assistência jurídica ao acusado.
Ausência de Procuração
§ 2º A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório ou em qualquer fase, por termo nos autos.
Réu revel. Nomeação obrigatória.
§ 3º Nenhum acusado, ausente ou desertor, será processado ou julgado sem
defensor.
Substituição do dativo
§ 4º A nomeação de defensor dativo não impede que o acusado, a qualquer tempo, apresente advogado ou defensor público para substituição, sem prejuízo dos atos processuais já praticados.
Defesa própria
§ 5º A nomeação do defensor, atendidas as peculiaridades de cada processo, não obsta ao Policial Militar acusado o direito de se defender, mas o Presidente manterá o defensor, exceto com a recusa expressa do acusado, a qual constará dos autos.
Substituição por recusa
§ 6º Na hipótese de recusa do defensor designado por motivo comprovado, constante do artigo 30 destas Instruções, deverá ser feita a substituição.
Presença do defensor
Art. 21 O defensor do Policial Militar acusado deverá estar presente em todas as sessões do processo.
Não comparecimento
Art. 22 O não comparecimento do defensor, se justificado por motivo de força maior ou caso fortuito, adiará o ato processual. Mas, em se repetindo a falta, o Presidente nomeará substituto, para efeito do ato, ou se a ausência perdurar, para prosseguir no processo.
Parágrafo único. Ocorrendo as hipóteses previstas, oacusado poderá  apresentar novo defensor.
Vistas dos autos
Art. 23 A vista dos autos pelo defensor será em cartório, sempre que necessária sua manifestação, podendo ser concedida a carga dos autos nos termos da Lei n° 8.906 de 04 de julho de 1994, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Manifestação nos autos
Art. 24 A manifestação será escrita, digitada ou datilografada, inserida nos autos em ordem cronológica.
Cobrança de cópia dos autos
Parágrafo único. O fornecimento de cópia dos autos ocorrerá às expensas da parte interessada, observadas as exceções previstas na legislação tributária.
Seção IV
Dos impedimentos e suspeições
Impedimentos do Presidente/Encarregado
Art. 25 São impedimentos do Presidente/Encarregado:
I – ter patente ou precedência hierárquica inferior ao do acusado/investigado; II – tiver subscrito o documento motivador do processo regular;
III – ter funcionado seu cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim até o terceiro grau, como defensor;
§ 1º No processo regular, os impedimentos do Presidente ou Encarregado podem ser arguidos contra os demais membros.
§ 2º O Presidente ou Encarregado deverá ter patente ou antiguidade superior ao do acusado; caso este seja do último posto, a presidência recairá sobre o oficial de maior precedência hierárquica.
§ 3º Nos termos do § 7º, do Art. 16, da Lei Complementar nº 053/1990 (Estatuto dos Policiais Militares), em igualdade de posto ou de graduação, os militares da ativa têm precedência sobre os da inatividade.
Casos de suspeição do Presidente/Encarregado
Art. 26 São casos de suspeição do Presidente/Encarregado:
I  – quando ele próprio ou seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado no processo;
II  – ser amigo íntimo ou inimigo do acusado;
III  – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, adotante ou adotado, de um ou de outro, estiver respondendo a processo disciplinar por fato análogo;
IV   – se tiver aconselhado, previamente, o acusado em relação ao processo a que responderia;
V  – se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo, donatário ou usufrutuário de bens do acusado;
VI  – se for credor ou devedor, tutor ou curador do acusado;
VII   – se o acusado ou quem subscreveu o documento motivador do processo disciplinar, for seu cônjuge, parente consanguíneo ou afim, até quarto grau inclusive.
Parágrafo único. No processo regular as suspeições do Presidente poderão ser arguidas contra os demais membros.
Presidente/Encarregado de Sindicância
Art. 27 O Presidente/Encarregado da Sindicância deverá declarar suspeição ou impedimento quando ocorrer motivo legal que seja aplicável, devendo a autoridade instauradora decidir por ato motivado nos autos.
Impedimentos e suspeições do Escrivão e auxiliares
Art. 28 Aplicam-se ao Escrivão e auxiliares os impedimentos dos incisos II e III  do artigo 25 e os casos de suspeição do artigo 26, ambos destas Instruções.
Impedimentos e suspeições dos peritos
Art. 29 São impedimentos dos peritos:
I  – a interdição ou suspeição do exercício profissional e ou para o exercício de função pública;
II  – ser testemunha do processo; III – a inabilitação específica;
IV  – a inidoneidade;
V  – idade inferior a 21 anos;
VI  – os dos incisos II e III do artigo 25 destas Instruções.
Parágrafo único. São extensivos ao perito, os casos de suspeição do artigo 26.
Impedimentos do defensor
Art. 30 É causa de impedimento do defensor:
I  – ter subscrito o documento que originou o processo;
II  - ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive da autoridade julgadora, de quem subscreveu o documento que deu origem ao processo ou do escrivão.
Conceito de incidente
CAPÍTULO V DOS INCIDENTES
Art. 31 É incidente toda questão geradora de obstáculo ao desenvolvimento normal e válido do processo e/ou procedimento.
Exceção
Parágrafo  único.  Os  incidentes   não   bloquearão   o   andamento   normal dos
procedimentos meramente investigatórios.
Seção I
Incidente impeditivo de instauração do processo
Proibição de instauração do processo regular
Art. 32 Nenhum Policial será submetido a processo regular enquanto estiver licenciado pelo motivo previsto no artigo 64 da Lei Complementar nº 053/1990 - Estatuto dos Policiais Militares.
Prosseguimento normal
Parágrafo único. O processo terá seu prosseguimento normal quando o acusado encontrar-se licenciado, exceto no caso previsto no "caput" deste artigo.
Seção II
Da exceção de impedimento ou suspeição
Precedência de arguição de suspeição
Art. 33 Arguição de impedimento ou suspeição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente.
Questionamento pelo Presidente/Encarregado
Art. 34 O Presidente ou Encarregado do processo arguirá os demais integrantes, o escrivão, auxiliares e peritos da existência de qualquer motivo de suspeição ou impedimento pelo qual possa ser recusado de atuar.
Declaração espontânea
Art. 35 Qualquer integrante do processo ou procedimento poderá declarar espontaneamente ser suspeito ou impedido.
Motivação da declaração
§ 1º O Policial Militar que se declarar suspeito ou impedido, espontaneamente ou não, motivará as razões de tal ato, a não ser que alegue razão de foro íntimo.
Questão de ordem íntima
§ 2º Se a suspeição for de natureza íntima, comunicará os motivos ao  Presidente ou Encarregado, ou em se tratando deste, à autoridade instauradora, podendo fazê-lo sigilosamente.
Recusa de integrante pelo acusado
Art. 36 Quando o acusado pretender recusar integrante do processo, fá-lo-á em petição assinada por ele próprio ou por seu defensor, aduzindo as razões, acompanhadas  de prova documental ou do rol de testemunhas, que não poderá exceder a duas.
Parágrafo único. O direito para arguição da exceção termina após findado o prazo concedido para a primeira manifestação da defesa no processo.
Aceitação da exceção
Art. 37 Recebida pelo Presidente ou Encarregado a arguição de impedimento ou suspeição de qualquer dos integrantes do processo, alegada ou requerida, e aceita pelo exceto, lavrar-se-á nos autos despacho motivado, suspendendo o processo, juntando as razões escritas da exceção e remetendo-se à autoridade instauradora, para substituição do exceto.
Não aceitação da exceção
§ 1º Não sendo aceita a exceção, sustará o processo e mandará autuar em separado o requerimento, dando prazo de 3 (três) dias para oferecimento de resposta e indicação de testemunhas. Instruída a exceção, decidirá sobre a procedência, fundado nas provas colhidas.
Arguição contra o Presidente ou Encarregado
§ 2º Se a exceção recair sobre o Presidente, após proceder como disposto no "caput" e § 1º determinará a remessa à autoridade instauradora, que decidirá a arguição.
Substituição do impedido ou suspeito
Art. 38 Determinada a substituição, mediante despacho da autoridade instauradora publicado em boletim, dar-se-á prosseguimento ao processo.
Nulidade dos atos praticados
Parágrafo único. Serão considerados nulos os atos praticados, que apresentem vícios de impedimento e ou suspeição.
Improcedência da arguição
Art. 39 Se reconhecida que a matéria, arguida ou declarada de suspeição ou impedimento, é inconsistente ou não tem base legal, após decisão motivada do Presidente/Encarregado ou da autoridade instauradora, que constará dos autos, o feito terá seu prosseguimento normal.
Adoção de medidas
Seção III
Do Incidente de Insanidade
Art. 40 Havendo dúvida a respeito da imputabilidade disciplinar do acusado, em virtude de doença ou deficiência mental, o Presidente ou Encarregado do processo, de  ofício ou a requerimento do defensor:
I  – providenciará a apresentação do acusado a Policlínica da Instituição ou órgão similar com atestado médico constando CID, para fins de perícia médica, apresentando os quesitos necessários à realização do exame;
II  – suspenderá o prazo de instrução do processo, na fase que se encontre, até a apresentação do laudo, mandando certificar nos autos tal medida;
III    – comunicará a decisão à autoridadeinstauradora que dará ciência à Corregedoria PM, para fins de controle.
Perícia. Quesitos da defesa
§ 1° Caso a perícia seja determinada de ofício pelo Presidente ou Encarregado do processo, deverá ser intimado o defensor para que, no prazo de até 3 (três) dias, ofereça os quesitos que entenda necessários ao esclarecimento da verdade.
§ 2° Quando o defensor requerer a realização de perícia deverá no ato do requerimento apresentar os quesitos que entenda necessários ao esclarecimento da verdade.
Perícia. Quesitos obrigatórios
Art. 41 O documento requisitório de perícia, além de outros quesitos julgados necessários, deverá conter os seguintes:
I  – se o policial militar acusado sofre de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado;
II  – se no momento em que ocorreu o fato motivador do processo, o acusado se achava no estado referido no item anterior;
III  – se há registro anteriores de passagem do acusado pela Junta de Inspeção de Saúde (JISO) e em que situações;
IV   – se em virtude das circunstâncias referidas no item I possuía o acusado capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento;
V  – se a doença ou deficiência mental do acusado, não lhe suprimindo, diminuiu- lhe entretanto, consideravelmente, a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a autodeterminação, quando o praticou;
VI   – se o policial militar acusado deve ou não ser considerado apto para  o serviço policial-militar e se é ou não necessária a internação hospitalar para tratamento médico-psiquiátrico;
VII   - se o policial militar apresenta condições suficientes para responder a processo ou procedimento administrativo disciplinar.
Parágrafo único. O laudo, além das respostas aos quesitos formulados, poderá conter outros esclarecimentos julgados necessários pelos seus elaboradores.
Policlínica. Apresentação do laudo
Art. 42 A Policlínica deverá apresentar laudo, dentro do prazo de 15 (quinze)  dias úteis, podendo ser prorrogado pelo Presidente ou Encarregado por mais 15 (quinze) dias úteis, mediante solicitação dos peritos responsáveis, devidamente justificada.
Parágrafo único. A não apresentação do laudo nos prazos estabelecidos neste artigo acarretará sanção disciplinar aos responsáveis pela perícia.
Perícia. Prosseguimento do feito
Art. 43 Se os peritos considerarem o policial militar acusado imputável ou semi- imputável, o rito processual terá prosseguimento normal, fazendo constar dos autos a deliberação.
Perícia. Arquivamento e reforma ou licença
Art. 44 Se os peritos considerarem o acusado inimputável, o processo será remetido à autoridade instauradora, com proposta de arquivamento e reforma ou licenciamento para tratamento de saúde.
Decisão da autoridade instauradora
Art. 45 Na hipótese prevista no artigo anterior, e recebendo o processo, a autoridade instauradora:
I  – arquivará o processo, ao receber o laudo, solicitando a baixa do policial militar acusado à Policlínica ou estabelecimento de saúde indicado, ou proporá a reforma administrativa, conforme legislação pertinente;
II  – discordando, fundamentará sua decisão, adotando medidas para elaboração de novo exame pericial.
Imputabilidade diminuída
Art. 46 Ainda que o policial militar acusado seja considerado de imputabilidade diminuída, de acordo com o contido no laudo, o processo prosseguirá normalmente.
Doença superveniente ao processo
Art. 47 Se a doença mental que incapacite o acusado para o serviço policial militar for superveniente ao fato gerador da instauração do processo, o mesmo ficará suspenso por despacho de seu Presidente ou Encarregado, se já iniciado, até que o acusado seja considerado apto para o serviço policial militar:
I   – o acusado, nesse caso, poderá ficar à disposição da Policlínica, para o necessário tratamento ou licenciamento;
II  –  o processo retomará  o  seu curso, desde que  o  acusado  seja considerado
apto;
III  – se o acusado for considerado incapaz definitivamente para o serviço policial militar, os integrantes poderão propor o arquivamento dos autos;
IV  – a suspensão e o reinício do processo serão comunicados pelo Presidente ou Encarregado do processo à autoridade instauradora que de tudo dará ciência à Corregedoria PM, para fins de controle.
Seção IV
Do incidente de deserção ou extravio
Medidas para prosseguimento
Art. 48 Instaurado o processo ou procedimento e ocorrendo a impossibilidade de localização do policial militar acusado para a sua citação pessoal, o Presidente ou Encarregado fará certificar o ocorrido nos autos e adotará medidas para prosseguimento, observando o seguinte:
Citação por edital
I   – publicará a citação em edital no Diário Oficial, por três vezes ou, na falta deste, em jornal que tenha circulação diária, bem como fixará a citação em local ostensivo da Unidade.
Nomeação de defensor dativo
II     – não comparecendo o acusado ou seu defensor, o Presidente ou Encarregado do processo ou procedimento nomeará defensor dativo para prosseguimento do feito.
Extravio do acusado
Art. 49 Ocorrendo o extravio do acusado, o Presidente ou Encarregado fará certificar o fato nos autos e solicitará o sobrestamento do processo à autoridade instauradora.
Hipóteses de sobrestamento
I   – no desaparecimento em curso de efetiva ação policial, de salvamento, de combate a incêndio, de socorro de vítimas de calamidade ou em ação militar de exercício ou de campanha;
II   – que a efetiva presença do acusado na ação, no momento do evento causador do desaparecimento, tenha sido testemunhada por pelo menos uma  pessoa, contra a qual não se possa opor qualquer motivo legal de impedimento ou suspeição.
Publicação do sobrestamento
§ 1º O sobrestamento deverá ser publicado em boletim, do qual a autoridade instauradora dará ciência à Corregedoria PM para fins de controle.
§ 2º Apresentando-se o extraviado, a autoridade instauradora determinará o prosseguimento do processo ou procedimento, publicando em boletim sua decisão e fazendo comunicação à Corregedoria PM.
Caso de prosseguimento
Art. 50 No caso de extravio que não se enquadra nas situações dos itens I ou II do artigo anterior, o processo ou procedimento terá seu prosseguimento normal, observando o previsto no parágrafo 2º do Art. 21 destas Instruções.
Seção V
Do Incidente de Falsidade de Documento
Art. 51 Arguida a falsidade de documento constante dos autos do processo, o Presidente procederá conforme o previsto nos artigos 163 a 169 do CPPM, no que for aplicável.
Seção VI
Do Sobrestamento
Art. 52 Compete ao Comandante-Geral, Subcomandante-Geral, Corregedor- Geral, e dentro de suas respectivas circunscrições, o Comandante do Comando de Policiamento Metropolitano, o Comandante do Comando de Policiamento de Áreas e o Comandante do Comando de Policiamento Especializado, autorizar o sobrestamento, isto é, a paralisação momentânea do feito, a fim de que se cumpra qualquer medida necessária à continuação ou prosseguimento do que se sobrestou, exceção feita aos processos  regulares, os quais cabe exclusivamente ao Comandante-Geral autorizar o sobrestamento.
Solicitação do Presidente ou Encarregado
§ 1º O Presidente ou Encarregado, no curso de processos ou procedimentos administrativo-disciplinares, em princípio, deverá solicitar fundamentadamente à autoridade delegante, se necessário, sobrestamento da apuração.
Decisão acerca do sobrestamento
§ 2º Após a propositura do sobrestamento pelo Presidente ou Encarregado do processo ou procedimento, a autoridade instauradora decidirá pela sua concessão ou não.
Duração do sobrestamento
§ 3º Caso deferido, o sobrestamento permanecerá até que as causas que motivaram a interrupção do andamento do feito sejam solucionadas ou sanadas.
Medidas diversas.
§ 4º Somente em casos excepcionais ou por determinação de autoridades superiores, judiciais ou do Ministério Público, é que deverá ser adotada medida diversa.
Prescrição
§ 5º O sobrestamento suspenderá a contagem de prazo para a prescrição.
Sobrestamento nos processos administrativos regulares
6º Nos processos administrativosregulares serão aplicados subsidiariamente os preceitos atinentes ao sobrestamento contidos nos artigos 115 e 124 do Decreto-lei nº 1002, de 21 Out 1969 (CPPM).
Remessa dos autos sobrestados
§ 7º Uma vez sobrestado o processo ou procedimento, por ato do Comandante- Geral, Subcomandante-Geral ou Corregedor-Geral, os autos deverão ser remetidos ao Presidente ou Encarregado, ficando ali custodiados sob responsabilidade do escrivão.
CAPÍTULO VI
MEDIDAS PREVENTIVAS E ASSECURATÓRIAS
Seção Única Medidas cautelares
Rol de medidas que recaem sobre o acusado
Art. 53 As medidas cautelares contra o acusado poderão ser tomadas, presentes os seguintes requisitos:
I – prova de infração administrativa ou falta-crime; II – indícios suficientes de autoria.
Parágrafo único. Tais medidas objetivam uma ou mais das seguintes situações:
I – impedir que o servidor não venha influir na apuração da irregularidade; II – necessidade de proceder a averiguações;
III  – segurança da aplicação das normas administrativas;
IV  – exigência da manutenção das normas e princípios de hierarquia e disciplina. Art. 54 São medidas cautelares:
Afastamento preventivo
I  – o afastamento preventivo do acusado do exercício de suas funções normais até a conclusão do feito.
Prisão cautelar
II   – a prisão administrativa cautelar, de acordo com o previsto no regulamento disciplinar, Art. 11, § 2º do RDPMMS.
III  - movimentação para outra Unidade PM.
Local de permanência
Parágrafo único. O Presidente ou Encarregado do processo ou procedimento representará à autoridade competente para a adoção das medidas cautelares previstas em lei.
CAPÍTULO VII
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES
Conceito
Seção I Da citação
Art. 55 A citação é o ato de chamamento ao processo ou procedimento do
policial militar acusado ou investigado.
Conteúdo
§ 1º A citação conterá:
I – o nome do Presidente ou Encarregado do processo ou procedimento; II – o nome do Policial Militar acusado ou investigado e sua qualificação;
III – a indicação do tipo de processo ou procedimento administrativo disciplinar;
IV  – transcrição da acusação ou cópia da peça acusatória, quando for processo administrativo disciplinar;
V  – o lugar, dia e hora em que o policial militar acusado ou investigado e seu defensor, se for o caso, deverão comparecer para a realização do interrogatório;
VI    – a indicação de que o não atendimento injustificável acarretará o prosseguimento do processo ou procedimento à revelia;
VII  – assinatura da autoridade.
Citação pessoal
§ 2º O agente será citado pessoalmente, e lhe será entregue o documento citatório, mediante recibo aposto na contrafé.
Citação por edital
§ 3º Na hipótese do Policial Militar acusado ou investigado estar na condição de desertor ou extraviado, deverão ser adotadas as medidas expressas nos incisos do artigo 49 destas Instruções.
Revelia
§ 4º O não atendimento da citação acarretará o prosseguimento do processo  ou
procedimento à revelia.
Conceito
Seção II Das intimações
Art. 56 A intimação é o ato de cientificar a pessoa de que deve comparecer  para
a realização ou ciência de determinado ato processual.
Conteúdo
§ 1º A intimação será expedida pelo Presidente ou Encarregado do processo  ou
procedimento e conterá:
I – o nome do Presidente ou Encarregado do processo ou procedimento; II – a indicação do tipo de processo ou procedimento administrativo;
III – o lugar, dia e hora em que deverá comparecer; IV – a especificação do objetivo da intimação;
V   - o local onde poderá fazer vistas do processo ou procedimento, para conhecimento dos fatos em apuração;
VI  – o não atendimento da intimação acarretará o prosseguimento do processou procedimento à revelia;
VII  – assinatura da autoridade.
Formas de intimação
§ 2º O policial militar ou outra pessoa qualquer será intimada pessoalmente, por preposto, parente ou cônjuge, a quem será entregue o documento de intimação, mediante recibo aposto na contrafé.
§ 3º Os agentes públicos deverão comparecer por meio de solicitação ou requisição à autoridade competente, devendo o Ofício conter os requisitos previstos no § 1°.
CAPÍTULO VIII
DOS ATOS PROBATÓRIOS
As provas
Seção Única Das Provas
Art. 57 São admitidas no processo administrativo disciplinar todas as espécies
de provas, observados os preceitos do artigo 294 a 383 do CPPM, no que forem aplicáveis.
CAPÍTULO IX
DA ORGANIZAÇÃO DOS AUTOS
Forma
Seção Única Da organização
Art.  58  Os  documentos  que  compõem  o  processo  e  procedimento      serão
ordenados cronologicamente, respeitando apenas a ordem dos anexos de determinado documento juntado.
Autenticação de cópias juntadas
§ 1º As cópias reprográficas juntadas aos autos deverão ser autênticas ou autenticadas pela repartição pública que as expediu, ou após comprovação de sua autenticidade pelo Presidente ou Encarregado do processo ou procedimento, em conformidade com a Lei 13.726, de 8 de outubro de 2018.
Numeração e rubrica
§ 2º As páginas serão numeradas sequencialmente e rubricadas pelo escrivão, anulando ainda o verso em branco das folhas.
Qualidade dos documentos
§ 3º Todo documento destinado à instrução dos processos e procedimentos  deve ter condições gráficas satisfatórias, propiciando consulta e extração de cópias legíveis.
Verificação ao encaminhar
§ 4º Quando do encaminhamento dos autos, deve ser verificada a capa, reparada com fita adesiva ou substituída, se for o caso.
Assinatura das peças dos autos
Art. 59 O Presidente ou Encarregado deve assinar e rubricar os documentos, as atas de sessão, os documentos probatórios e o relatório.
Assinatura dos membros
Parágrafo único. Nos processos colegiados os membros tem a mesma responsabilidade.
Numerador de processo
Art. 60 A portaria de instauração do processo regular será numerada em ordem cronológica crescente e dentro de cada ano, em três séries distintas:
I – Processo Administrativo Disciplinar; II – Conselho de Disciplina;
III – Conselho de Justificação.
Numerador de procedimento
Art. 61 A portaria de instauração do procedimento será numerada em ordem cronológica crescente e dentro de cada ano, em três séries distintas:
I – Investigação Preliminar; II – Sindicância;
III – Inquérito Técnico.
Cópias para arquivo
Art. 62 Os autos do processo, da Sindicância e do Inquérito Policial Militar serão elaborados, no mínimo, em duas vias, devendo uma das vias permanecer nos arquivos da Unidade da autoridade instauradora, ou única via, neste caso mantendo cópia em arquivo digital próprio da OPM (SISCORREG).
Parágrafo único. As unidades deverão extrair cópia digital dos autos com solução e inserir no Sistema da Corregedoria.
Art. 63 Os autos do processo e do procedimento serão elaborados, no mínimo, em duas vias, devendo uma das vias permanecer nos arquivos da Unidade da autoridade instauradora, ou única via, neste caso mantendo cópia em arquivo digital próprio da  Unidade.
Parágrafo único. As unidades deverão extrair cópia digital dos autos com  solução e inserir no Sistema da Corregedoria (SISCORREG).
Destinação dos autos originais
Art. 64 O processo ou procedimento será encaminhado à autoridade delegante para a adoção das medidas pertinentes e, posteriormente, enviado à Corregedoria para controle, padronização e correição dos autos no caso de Sindicância e Inquérito Policial Militar.
§ 1º A Sindicância será arquivada na unidade da autoridade que decidir o feito.
§ 2º Mesmo que a autoridade Instauradora decida pelo arquivamento, o Corregedor, justificadamente, pode determinar cumprimento de cotas, instauração de inquérito policial militar ou encaminhar os autos originais para apreciação do Ministério Público Militar, caso verifique a existência de indícios de crime militar.
§ 3º A Investigação Preliminar será arquivada na Unidade da autoridade delegante sem a necessidade de encaminhamento à Corregedoria, quando não houver indícios de crime e nem transgressão à disciplina.
Publicação e teor da decisão
Art. 65 A autoridade competente fará publicar a ementa de sua decisão.
Parágrafo único. É garantido ao policial militaracusado e ao seu defensor vistas dos autos em cartório para ciência do inteiro teor da decisão.
PARTE II
DOS PROCEDIMENTOS
TÍTULO I
DA SINDICÂNCIA
CAPÍTULO I FINALIDADE
Objetos de investigação
Seção Única Objeto
Art. 66 A Sindicância é o meio sumário de investigação de:
I    – danos no patrimônio do Estado sob administração da Polícia Militar, compreendidos os conveniados, provocados por policial militar ou pelo civil;
II   – danos no patrimônio e ou integridade física de terceiros, decorrentes da atividade policial;
III   – acidente pessoal de servidor militar ocorridos em razão do serviço ou "in
itinere";
IV  – ato de bravura;
V  – atos indecorosos e indignos para o exercício da função policial militar;
VI   – outros fatos de índole administrativa, quando necessário procedimento formal de apuração;
VII  - conduta indisciplinada do policial militar apenado com reiteradas punições disciplinares, cujos benefícios educativos não surtem mais efeitos para a correição do seu comportamento.
Finalidade
§    1º   A   sindicância    tem   caráter   meramente   inquisitorial,    dispensado    o
contraditório e ampla defesa, possuindo como finalidade precípua a apuração de fato ou ato, que necessite reunir informações sobre a autoria, materialidade, responsabilidade, circunstâncias da ocorrência, dimensão do prejuízo ou benefício, data e local. É uma instrução provisória com elementos probantes que, conforme solução poderá gerar e subsidiar a propositura do processo administrativo e/ou inquérito policial militar.
Proibição em caso de crime militar
§ 2º É proibida a instauração de sindicância para apuração de fatos, onde as evidências iniciais apontam pela ocorrência de crime militar.
CAPÍTULO II
DO RITO DA SINDICÂNCIA
Instauração de Sindicância
Seção I
Da instauração
Art. 67 A instauração da sindicância é baseada em notícia do fato administrativo a ser apurado, cabendo às investigações a busca das informações e provas citadas no § 1º do art. 65.
Fontes de conhecimento
§ 1º A instauração será feita após conhecimento das autoridades competentes indicadas no Art. 7° destas Instruções ou por meio de documentos que noticiem os fatos.
§ 2º Considerar-se-á pública a instauração, após publicação da portaria em boletim interno da Instituição, seja de caráter geral ou reservado.
§ 3º A sindicância será instaurada por meio de portaria, e será presidida por Oficial ou Aspirante-a-Oficial, quando a própria autoridade não desejar presidi-la.
Designação de Escrivão
§ 4º A designação de Escrivão para sindicância caberá ao respectivo Presidente ou Encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que instaurou, recaindo em Oficial Subalterno, se o sindicado for Oficial, e em Sargento, Subtenente ou Aspirante-a-Oficial nos demais casos.
Alimentação dos dados no sistema virtual do SISCORREG da Corregedoria
§ 5º A portaria de delegação deve receber a numeração fornecida pelo sistema virtual SISCORREG da Corregedoria.
§ 6º As autoridades, por meio da Seção de Justiça e Disciplina, bem como o Presidente ou Encarregado e o Escrivão do procedimento devem inserir no sistema virtual SISCORREG da Corregedoria os dados referentes ao início, andamento, revogação ou invalidação, substituição do encarregado e finalização da sindicância.
§ 7º Havendo problemas no acesso ao sistema, a autoridade deverá informar à Corregedoria e não sendo possível saná-los, deverá remeter ao órgão cópia dos dados a serem inseridos no SISCORREG.
Conhecimento do fato
Seção II
Do conhecimento e registro dos fatos
Art. 68 As autoridades previstas no artigo 7º destas Instruções, ao tomarem conhecimento de fato irregular e não tiverem subsídios suficientes para a instauração imediata de Sindicância, deverão mandar investigar o evento, a fim de coletar outras informações.
Investigação preliminar
Art. 69 A investigação preliminar é o meio de apuração informal de fato irregular, realizada no prazo de 8 (oito) dias, e finalizada por relatório descritivo das medidas adotadas, elementos de prova obtidos e indicação de medidas complementares  necessárias.
Presidente da investigação preliminar
§ 1º A investigação preliminar será presidida por:
I    –  Oficial  ou  Aspirante-a-Oficial,   como  regra,  atendidos  os  princípios     da
hierarquia;
II    – Subtenente ou Sargento, excepcionalmente e apenas quando houver envolvimento de Cabo ou Soldado.
Providências do Encarregado na investigação preliminar
§ 2º O Encarregado da investigação preliminar de um fato deverá:
I   – dirigir-se ao local do fato, providenciando sua preservação, bem como das coisas que contenha, para a realização dos exames e perícias necessárias;
II  – entrevistar as pessoas que saibam do fato, anotando os dados qualificadores da pessoa e os dados principais sobre a autoria e a materialidade;
III  – coletar os instrumentos e objetos que tenham relação com os fatos, quando cabível e enquanto houver interesse;
IV  – colher todas as provas que tenham relação com o fato.
Encerramento da investigação preliminar
§ 3º Havendo necessidade de coleta de provas por meio de oitivas, bem como  de diligências que requeiram medidas mais complexas, o Encarregado da investigação deverá encerrar suas atividades, propondo em seu relatório a instauração de outro procedimento ou processo.
§ 4º A Autoridade de Polícia Judiciária Militar ao receber o relatório da investigação preliminar, deverá no prazo de 5 (cinco) dias, por meio de despacho:
I  - instaurar outro processo ou procedimento administrativo disciplinar, ocorrendo às hipóteses previstas no § 3º;
II   - se da investigação preliminar não resultar instauração de processo ou procedimento administrativo disciplinar ou investigatório, deverá determinar o seu arquivamento na OPM.
Registro da ocorrência
Art. 70 Havendo indícios da existência de fatos passíveis de apuração por meio de Sindicância, o Policial Militar mais antigo em serviço registrará a notícia, juntando aos documentos, para o conhecimento e providências do Comandante da Unidade.
Apreciação do registro
Art. 71 A autoridade que receber a notícia e os documentos que a sustentam, analisará os autos, manifestando-se no prazo de 5 (cinco) dias, sobre sua legalidade, mérito e aspectos formais, por meio de despacho, e:
I  – estando em ordem, determinará seu prosseguimento com a instauração de portaria de Sindicância, ou outro procedimento, ou processo;
II  – caso contrário, adotará medidas de correção do vício ou nulidade do ato.
Proibição de arquivamento
Art. 72 Toda Sindicância instaurada deverá ter curso normal, não podendo ser sua portaria revogada ou invalidada, a não ser que apresente vício insanável ou que os  fatos nela citados estejam sendo apurados em outro procedimento.
Parágrafo único. O ato de revogação ou invalidação deverá ser motivado, indicando as razões de fato e de direito e publicado em boletim.
Termo de recebimento
Seção III Da instrução
Art. 73 Recebida a portaria e seus anexos, após despacho da autoridade competente, o Encarregado lavrará termo de recebimento, certificando a data.
§ 1º O termo de recebimento deverá ser lavrado no prazo de 5 (cinco) dias úteis, a contar do despacho ou portaria da autoridade competente.
§ 2º O Encarregado da Sindicância poderá declarar-se motivadamente, impedido ou suspeito, com base nos artigos 25 e 26, destas Instruções, e remeter os autos à autoridade competente.
§ 3º A substituição do Encarregado ocorrerá por despacho motivado da autoridade competente ou autoridade funcional superior, devendo ser consignado nos autos.
§ 4º Sendo-lhe conveniente, o Encarregado da Sindicância poderá dispensar os serviços do escrivão, realizando por si todos os atos instrutórios e de expediente, necessários ao bom andamento do procedimento.
Instrução
Art. 74 A instrução da Sindicância consiste na busca da verdade real dos    fatos,
por meio de coleta ou complementação das provas testemunhais, documentais, periciais e indiciárias, observados os preceitos gerais do direito processual administrativo, penal e civil.
Rol de atividadesinstrutórias
§ 1º São atos instrutórios:
I   – tomar as providências relacionadas nos incisos do § 2º do Art. 68 destas Instruções, se não tiverem sido realizadas;
II  – inquirir as pessoas envolvidas e as testemunhas;
III  – realizar reconhecimentos de pessoas e coisas e acareações;
IV  – determinar a realização de exames e perícias necessárias, quando cabível;
V  – determinar a avaliação e identificação da coisa perdida, subtraída, desviada, destruída ou danificada;
VI  – proceder buscas e apreensões, quando competente; VII – proceder a reprodução simulada dos fatos;
VIII   – juntar documentos, papéis, fotografias, croquis e qualquer outro meio moral e legal que ilustre o modo como os fatos se desenvolveram;
IX  – outros atos necessários.
Função investigatória do Encarregado
§ 2º O Encarregado deverá deslocar-se para investigar ou obter pessoalmente  os indícios ou provas necessárias;
Carta precatória
§ 3º Poderá ser requisitada a produção de prova por meio de carta precatória, expedida diretamente ao Comandante/Chefe/Diretor da Unidade local.
Prova emprestada
Art. 75 A prova emprestada de outros processos ou procedimentos poderá ser utilizada para a instrução da Sindicância.
Complementação de prova emprestada
§ 1º A prova pessoal emprestada deverá ser complementada, se necessário, quanto ao seu conteúdo, para o esclarecimento de ponto obscuro, omisso ou contraditório.
Certidão nas provas materiais e periciais
§ 2º Os documentos de provas materiais e periciais deverão conter certidão, exarada por despacho no próprio documento probatório e assinada pelo Encarregado, indicando a validade para o caso concreto.
Indícios de crime no curso da Sindicância
Art. 76 Se no curso da Sindicância surgirem indícios de crime comum ou militar, o Sindicante deverá informar na conclusão do relatório para análise da autoridade competente.
§ 1º Se as provas dos autos são suficientes para a conclusão de indícios de crime, a Sindicância deverá ser finalizada e encaminhada, por intermédio da Corregedoria, à apreciação do Ministério Público Militar.
§ 2º Havendo necessidade do poder de polícia judiciária militar para o prosseguimento  das  investigações,  a  autoridade  competente  deverá  instaurar  Inquérito
Policial Militar devidamente motivado pela conclusão do relatório do Encarregado da Sindicância.
Prosseguimento normal
Parágrafo único. A Sindicância prosseguirá normalmente para a apuração da responsabilidade civil e ou disciplinar referente ao ilícito penal.
Conteúdo
Seção IV Do relatório
Art. 77 A sindicância será encerrada com minucioso relatório, o qual deverá
descrever, fundado exclusivamente nos autos:
I  – indicação do dia, hora e local da ocorrência do fato passível de apuração pela administração;
II  – descrição das provas testemunhais, materiais e periciais obtidas, bem como os indícios existentes;
III  – avaliação e comparação das provas entre si;
IV  – resumo das alegações de defesa e seus requerimentos, bem como medidas adotadas a respeito, se for o caso;
V  – manifestação fundamentada, com a respectiva classificação legal, sobre a autoria e materialidade do fato gerador e da responsabilidade civil, disciplinar, acidente do trabalho ou do direito pleiteado;
VI    – sugestão da instauração, se for o caso, de outros processos ou procedimentos administrativos ou IPM, bem como de remessa de cópias à autoridades interessadas.
Remissão das folhas
§ 1º Deve ser feita remissão das folhas em que se encontram os elementos probatórios descritos e medidas adotadas.
Caso de indenização
§ 2º Concluindo pela responsabilidade civil do servidor ou do particular, o Encarregado deverá observar o previsto nos artigos referentes à indenização.
Responsabilidade Disciplinar
§ 3° Concluindo pela existência de indícios de transgressão disciplinar cometida pelo policial militar, o Encarregado da Sindicância deverá descrever a conduta passível de sanção e tipificação legal, e encaminhar os autos à autoridade competente.
Seção V
Dos prazos de encerramento e prorrogações Prazos de Encerramento
Art. 78 O prazo para conclusão da sindicância é de 30 (trinta) dias, a contar da data do termo de recebimento, prorrogáveis por até 30 (trinta) dias pela autoridade instauradora ou avocadora.
§ 1º Esgotados os prazos do "caput", deverão ser solicitados novos prazos, à autoridade funcional imediatamente superior à instauradora, ou à avocadora, os quais não excederão a 90 (noventa) dias.
§ 2º Os pedidos de prorrogação de prazo devem ser justificados diante da real necessidade de complementação do feito, devendo ser consignados no documento de solicitação os atos complementares, os motivos de sua pendência, e devem ser acompanhados dos autos para que a autoridade competente realize a necessária auditoria, certificando seu resultado no documento em que deliberar sobre a concessão ou não de prazo.
§ 3º A autoridade competente deverá determinar que se apure, em separado, a responsabilidade disciplinar pela inércia injustificada do Presidente.
§ 4º Os prazos referidos neste artigo contam-se em dias corridos, com início após o recebimento dos autos, com a devida lavratura do Termo de Recebimento. Durante o período de tramitação e análise dos autos, os atos instrutórios devem ter continuidade, juntando-se ao feito, quando de sua restituição, os documentos produzidos.
§ 5º Os pedidos de prorrogação de prazo devem ser feitos, no mínimo, três dias antes do seu término.
Autoridade instauradora
Seção VI Da Solução
Art. 79 A autoridade instauradora, decidirá, por meio de despacho fundado nas provas contidas nos autos, exarado no prazo de dez dias corridos a contar do relatório, apreciando a atividade apuratória e a conclusão apontada pelo Encarregado da Sindicância, sob os aspectos da legalidade, do mérito e formais.
Parágrafo único. Em caso de imperfeições na apuração, a autoridade citada no "caput" poderá fazer retornar os autos, determinando ou não a substituição do Encarregado, para investigações complementares, observando-se os prazos previstos na seção anterior.
Remessa para a autoridade competente
Art. 80 Concordando ou não com o relatório, a autoridade solucionadora da Sindicância poderá:
I  – arquivar os autos, caso não existam provas da existência de irregularidade, ou não esteja provada sua autoria;
II   – determinar a instauração de processo disciplinar ou propor a abertura de processo regular;
III  – remeter os autos à Procuradoria Geral do Estado para cobrança judicial do valor da indenização;
IV   – remeter cópia dos autos à Autoridade Administrativa competente para apuração e aplicação ou justificação da pena disciplinar, caso não tenha competência ou  não queira fazê-lo diretamente;
V  – remeter cópia dos autos à autoridade administrativa responsável pelo bem conveniado, sob administração militar;
VI   – tomar as medidas para o desconto em folha de pagamento do servidor militar do valor da indenização, conforme regras específicas;
VII    – tomar medidas para o cumprimento do acordo de pagamento da indenização devida pelo civil;
VIII  – decidir, motivadamente quando a reparação do dano ficar às expensas do Estado e deverá, neste caso, remeter os autos para a autoridade imediatamente superior a instauradora, a qual, em despacho fundamentado, no prazo de 30 dias, concordará ou não com a solução e publicará tal decisão em boletim interno da Corporação.
§ 1º A decisão conterá também a indicação da instauração ou não de procedimentos paralelos sobre os fatos, bem como da remessa de cópias de peças a outras autoridades.
§ 2º A autoridade, após solucionar o feito, deverá:
I   – remeter cópia do relatório e decisão aos demais órgãos e autoridades responsáveis por questões contidas no feito;
II  – remeter os autos ao Órgão Corregedor para correição;
III  – publicar a decisão em boletim, no prazo de 10 (dez) dias;
IV   – arquivar os processos findos na sede da Unidade/Chefia/Diretoria após o retorno da correição.
§ 3º A autoridade imediatamente superior a autoridade instauradora, após emitir sua decisão, nos termos do incisoVIII deste artigo, remeterá cópia do ato ao Órgão Corregedor, para correição.
Reconsideração de Ato/Queixa
Seção VII Da Revisão
Art. 81 Da decisão em Sindicância caberá os recursos de Reconsideração de Ato e de Queixa que trata o artigo 48 da Lei Complementar nº 53, de 30 de agosto de   1990
– Estatuto PMMS c/c artigos 57 e 58 do Decreto nº 1260, de 02 de outubro de 1981 - RDPMMS.
Competência para requisitar e auditar
Art. 82 O Órgão Corregedor poderá requisitar, a qualquer tempo, Sindicância, decidida ou não, para apreciação dos atos praticados, para sanear o feito, se for o caso.
CAPÍTULO III DAS INDENIZAÇÕES
Cálculo da indenização
Seção I
Da indenização pecuniária
Art. 83 A indenização será calculada pelo valor real do bem, segundo seu estado de servibilidade e conservação, apurando-se e determinando-se o valor do ressarcimento, através de exames e avaliações e expedição de laudo.
Avaliação do dano
§ 1º Na localidade que não possuir condições de apurar o valor diretamente, o Encarregado deverá recorrer a entidades civis.
Conversão em UFERMS
§ 2º Obtido o laudo ou termo de avaliação do bem ou do dano, o Encarregado deverá converter o valor apresentado na quantidade de UFERMS correspondente, aplicando o índice do primeiro dia útil do mês do laudo ou termo de avaliação.
Substituição da UFERMS
§ 3º Sendo extinto o índice UFERMS, a atualização deverá ser feita pelo índice que o substituir.
Ressarcimento amigável
Art. 84 Imputada à responsabilidade civil pelo dano causado e havendo interesse de efetuar o ressarcimento amigável, deverá:
I  – se policial militar autorizar, por escrito, o desconto em folha de pagamento.
Termo de reconhecimento de culpa
II  – se particular ou servidor público, ser elaborado o Termo de Reconhecimento de Culpa por Danos, devidamente assinado por ele e por duas testemunhas, juntando-se aos autos.
Particular. Forma de pagamento
Art. 85 Acordada a forma de pagamento em relação ao civil, os valores deverão ser recolhidos aos cofres do Estado, através de guia de recolhimento própria, a qual será anexada aos autos.
§ 1º O particular somente poderá ressarcir os danos em moeda nacional, não sendo possível o parcelamento do valor, exceto se aprovado pela Procuradoria-Geral do Estado – PGE, e nas condições por ela indicadas.
Atitudes em caso de parcelamento
§ 2º Na hipótese de parcelamento do valor, o Encarregado adotará as medidas previstas no parágrafo único do artigo 93 destas Instruções.
Autorização para desconto. Obrigatoriedade
Art. 86 O policial militar, julgado responsável por prejuízos ao patrimônio público, não sofrerá nenhum desconto nos seus vencimentos, sem autorização escrita por ele firmada na presença de duas testemunhas.
Limites de desconto em folha de pagamento
Art. 87 Os descontos em folha de pagamento serão efetuados até sua restituição integral, em número de UFERMS do primeiro dia útil do mês de desconto da parcela, observando os seguintes parâmetros:
I  – em parcelas mensais não excedentes à quinta parte do seu padrão numérico, nem tampouco inferiores à décima parte desse padrão;
II  – em uma única parcela, quando a importância a ser indenizada for inferior à quinta parte do seu padrão numérico.
Providências junto ao Órgão de Despesa
Art. 88 Na hipótese prevista no inciso I do artigo 83 destas Instruções, a autoridade que decidiu a Sindicância deverá enviar ofício ao órgão de despesa  da  Secretaria de Segurança Pública (SEJUSP), comunicando a indenização devida e a forma combinada de desconto, juntamente com cópia da decisão, para as providências  necessárias e canalização da quantia correspondente ao Tesouro do Estado.
Atualização monetária
Art. 89 Os cálculos de atualização monetária, serão realizados conforme o previsto no artigo 82, sobre o valor a ser ressarcido.
Especificação do ressarcimento
Art. 90 As providências relativas ao ressarcimento efetuado, por meio de desconto em folha de pagamento ou pago em moeda corrente, devem constar do relatório e da decisão da Sindicância.
Interrupção do pagamento
Art. 91 Ocorrendo à interrupção injustificada do pagamento das parcelas ou a passagem para a inatividade não remunerada, o órgão de despesa da SEJUSP ou o Encarregado da Sindicância, adotará medidas para a remessa da sindicância à Procuradoria Geral do Estado, juntamente com as informações necessárias para as providências judiciais de cobrança.
Recusa de ressarcimento
Art. 92 Em caso de recusa, o responsável deverá ser alertado das medidas judiciais que podem ser adotadas, para a cobrança do valor apurado.
Remessa ao Gabinete do Comandante-Geral
Art. 93 Caso o responsável pelo dano experimentado pelo Estado, militar ou particular, não aceite efetuar o ressarcimento, a via original da Sindicância deverá ser encaminhada, pela autoridade que decidiu ao Gabinete do Comandante-Geral, com  proposta de ajuizamento de ação de cobrança do valor estipulado.
Seção II Indenização em espécie
Art. 94 Os danos causados em materiais perecíveis, materiais de escritório, veículos ou instalações poderão ser ressarcidos em espécie, observando-se os seguintes requisitos:
Memorial descritivo
I  – expedição de memorial descritivo do material, e suas especificações, a ser substituído ou reparo a ser executado, pelo órgão provedor respectivo.
Laudo de vistoria e recebimento
II  – elaboração de laudo de vistoria e recebimento do material ou aprovação do reparo, por dois peritos, devidamente designados e compromissados.
Armas e munições
Parágrafo único. Exceto as armas, os demais materiais classificados como bélicos, desde que preenchidos os requisitos técnicos específicos, atestados pelo órgão provedor descentralizado, poderão ser indenizados mediante reposição em espécie.
TÍTULO II
DOS TIPOS DE SINDICÂNCIA E DO INQUÉRITO TÉCNICO
CAPÍTULO I
DO DANO EM GERAL
Medidas de recuperação ou indenização
Art. 95 O responsável por qualquer bem pertencente ao patrimônio público deve envidar esforços visando recuperar o material, reintegrando-o ao uso, ou providenciando a indenização correspondente.
Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, a legislação sobre Administração Logística e Patrimonial da Polícia Militar.
Avaliação do dano
Art. 96 Todo dano ao patrimônio deve ser avaliado por peritos, devidamente nomeados e compromissados.
Localização do bem durante a Sindicância
§ 1º Localizado o bem extraviado ou subtraído, antes do encerramento da Sindicância, o Encarregado aguardará resultado da perícia para decisão, juntando o laudo aos autos.
Localização do bem após a Sindicância
§ 2º Em caso de localização após o encerramento da Sindicância, o administrador respectivo deverá instaurar nova Sindicância, visando inclusive o ressarcimento da pessoa anteriormente responsabilizada se for o caso.
CAPÍTULO II
DO DANO, EXTRAVIO, FURTO OU ROUBO DE MATERIAL BÉLICO.
Necessidade do Inquérito Técnico - IT
Art. 97 Para a instauração de Inquérito Técnico devem ser observados os modelos de documentos e as prescrições contidas no Decreto nº 2.426, de 23 de janeiro de 1983, todavia, quando o Inquérito Técnico necessitar de provas (perícias, laudos, orçamentos,  etc)  que  excedam  aos  prazos  descritos  no  Decreto,  deve-se  solicitar      o
sobrestamento à Autoridade Instauradora e lavrar um termo de sobrestamento, aguardando a juntada das provas aos autos.
§ 1º A apuração de responsabilidade sobre material de motomecanização, material bélico e material de radiocomunicação, devem seguir as normas contidas no Decreto nº 2.246, de 23 de janeiro de 1983, combinadas com os dispositivos destas Instruções, no que diz respeito às indenizações e aos danos, extravio ou furto de bem pertencente ao patrimônio público.
§ 2º O Inquérito Técnico devidamente solucionado será arquivado na Seção de Logística da Unidade, depois de publicada a solução em Boletim Reservado, sendo encaminhada cópia da portaria, relatório e solução à Diretoria de Gestão de Patrimônio e Logística - DGPL, para controle e providências de gestão de material da carga, bem como cópia à Corregedoria que controla os prazosdos procedimentos e processos instaurados na Corporação.
§ 3º Excetuando-se os casos de indenizações previstas nos artigos 83 a 87 destas Instruções, nos casos em que o militar ou particular não aceitar efetuar o ressarcimento, a via original do Inquérito Técnico deverá ser encaminhada à Diretoria de Gestão de Patrimônio e Logística - DGPL, com proposta de ajuizamento de ação de cobrança do valor apurado.
Cálculo do valor a ser ressarcido
Art. 98 O valor a ser ressarcido pelo policial militar responsável, deve ter por base o preço cotado para a aquisição de material novo, ou seja, depreciando-se o preço em 5% a cada ano de uso, até o limite de 50%.
Movimentação documental e física de armas e munições
Art. 99 Toda arma e munição, objeto de Sindicância, deverá ser movimentada ao Órgão de controle patrimonial, acompanhada de cópia da respectiva decisão.
Movimentação documental de armas e munições
Parágrafo único. Inexistindo o material em virtude de furto, roubo ou extravio, deverá ser movimentado o número patrimonial da arma ou a quantidade de munição que é controlada por lote.
Indicação da exclusão de arma e munição
Art. 100 Na decisão, observado o previsto no artigo 79 destas Instruções, a autoridade deverá propor ao Órgão de controle patrimonial da instituição a exclusão da arma e da munição do patrimônio da Instituição.
Remoção dos veículos
CAPÍTULO III
DO DANO EM VEÍCULO OFICIAL
Art. 101 Nos casos de remoção dos veículos, de que trata a legislação processual penal e o Código de Trânsito Brasileiro, deverá ser juntado aos autos, o laudo de vistoria dos veículos e o respectivo boletim de ocorrência PM ou boletim especial de ocorrência.
Definições técnicas do acidente
Art. 102 Devem ser usadas adequadamente as definições do tipo do acidente, devendo ser observado o contido no Código de Trânsito Brasileiro.
Possibilidade de defeito mecânico
Art. 103 Nos casos em que os danos forem decorrentes de possível defeito mecânico, e não tendo havido o concurso do Instituto de Criminalística, deverá ser feito exame pericial por peritos não-oficiais, devidamente designados e compromissados.
Documentos obrigatórios
Art. 104 Deverão constar dos autos os seguintes documentos:
I   – fotocópia autenticada do Boletim de Ocorrência da Polícia Militar e/ou do Boletim de Ocorrência da Unidade de Trânsito;
II  – certidão do órgão responsável que aponte o fato do motorista estar ou não habilitado para conduzir veículo oficial da Polícia Militar, ou cópia do boletim que publicou a autorização;
III  – croqui do local do acidente;
IV  – fotografia do local e dos veículos envolvidos;
V  – certificado de propriedade expedido pelo DETRAN dos veículos envolvidos;
VI  – Boletim de Ocorrência da Delegacia de Polícia, se houver, com o respectivo desfecho do Inquérito Policial, bem como eventual notícia da existência de ação penal derivada;
VII    – depoimentos colhidos: constando RG, CPF, endereço residencial e comercial das partes envolvidas e testemunhas;
VIII  – perícia técnica especializada no veículo oficial para fins de afastar o defeito mecânico como causa do evento, sempre que o Sindicado e/ou testemunhas se referirem como sendo o defeito mecânico a causa direta ou indireta do sinistro;
IX  – no que se refere à reparação do dano:
a)  se o veículo foi reparado por órgão de manutenção da própria Instituição ou por oficina conveniada: basta o orçamento interno declinando e discriminando o valor das peças trocadas e o custo total da reparação;
b)  se houver a inclusão de mão-de-obra no orçamento interno da Administração, o valor desta deverá estar embasado em documentos idôneos, por meio de orçamentos, preferencialmente 3 (três), e representar a opção, pela Administração, da cobrança do  menor valor;
c)  se efetivado o procedimento licitatório para o reparo do veículo, a juntada do inteiro teor do procedimento licitatório e a respectiva nota fiscal de pagamento dos serviços  à empresa escolhida, vencedora do certame;
d)   se o reparo for realizado por empresa privada devem ser juntados 3 (três) orçamentos idôneos, datados e assinados pelo responsável, colhidos à época do fato.
X  – se o veículo oficial for segurado:
a)  fotocópia da apólice de seguro;
b)  fotocópia do orçamento efetivado que assinale e discrimine os danos efetivos sofridos pelo veículo oficial em decorrência do sinistro;
c) fotocópia da nota fiscal do pagamento da franquia.
XI  – certidão, se ocorrer a perda total ou descarregamento em razão do sinistro, que apontem a diferença de preço entre o valor de mercado do veículo e do valor da sucata, apurados na mesma data;
XII  – se necessária a comprovação do valor de mercado do veículo:
a)   fixação por perícia direta, no órgão de manutenção da frota do setor; ou perícia indireta, assinada e datada por profissional especializado;
b)  avaliação com base em revistas e jornais especializados que fixem o valor do veículo (com seus dados específicos) na data do sinistro ou do descarregamento.
XIII  – orçamentos por empresas idôneas para comprovação do valor da sucata.
Parágrafo único. Caso o serviço tenha sido executado pela Polícia Militar, o fato deve ser noticiado nos autos, bem como juntado o termo de avaliação atualizado e devidamente convertido em UFERMS.
Identificação do veículo
Art. 105 A portaria de Inquérito Técnico, bem como o relatório e decisão devem conter, além do número do cadastro do veículo acidentado, o respectivo número de patrimônio e das placas.
Arquivo dos autos
Art. 106 Os autos originais do Inquérito Técnico que verse sobre danos em veículos oficiais, arquivados na Unidade da autoridade instauradora, não devem e não podem ser destruídos antes do lapso temporal de 20 (vinte) anos ou até que se tenham ultimado todas as providências judiciais para ressarcimento do erário público.
Cópias ao órgão central
Art. 107 Serão enviadas cópias do relatório e decisão do Inquérito Técnico, pela autoridade decisória, à Diretoria de Gestão de Patrimônio e Logística, para medidas complementares quanto ao controle do material.
CAPÍTULO IV
DO DANO EM VEÍCULO OFICIAL OU CONVENIADO NÃO PERTENCENTE AO PATRIMÔNIO DA CORPORAÇÃO
Art. 108 Nos casos de dano em veículo oficial ou conveniado não pertencente ao patrimônio da Polícia Militar será aberta uma Sindicância, observado o previsto nas seções anteriores, e os termos dos contratos, convênios ou autorização de uso pertinentes.
Remessa de cópia dos autos ao órgão conveniado
Art. 109 Cópia da portaria, relatório e decisão da Sindicância serão encaminhadas pela autoridade competente, diretamente ao órgão conveniado, juntamente com o prontuário (se houver) do veículo.
CAPÍTULO V
DO DANO EM PATRIMÔNIO DE TERCEIROS OCASIONADO POR POLICIAL MILITAR OU SEMOVENTE DA CORPORAÇÃO
Art. 110 Os casos de danos, em bens de terceiros, ocasionados por integrantes ou semoventes da Corporação, em razão do serviço, serão apurados através de Sindicância, para determinação de responsabilidade civil do Estado e a responsabilidade  civil e disciplinar do Policial Militar.
Teor da instrução
Art. 111 Os autos deverão ser instruídos com os mesmos documentos citados nas seções anteriores, quando pertinentes, além de outros que se fizerem necessários.
Seguro do particular por danos
Art. 112 Mesmo nos casos em que terceiros possuam seguro contra acidentes, e optarem por este para se verem ressarcidos, também deverá ser procedida Sindicância, registrando-se no relatório tal circunstância.
TÍTULO III
DOS PROCESSOS SANITÁRIOS E CONSELHOS ESPECIAIS
CAPÍTULO I
DOS ACIDENTES PESSOAIS E ATOS DE BRAVURA
Apuração em Sindicância
Seção I
Dos Acidentes Pessoais
Art. 113 Os acidentes pessoais, decorrentes do exercício da função policial, compreendidos os casos "in itinere", ou em serviço, que deixem sequela física ou psicológica, ou que afastem o policial militar do serviço por mais de 60 (sessenta) dias,  serão apurados em sindicância.
Juntada do Atestado Sanitário de Origem ou do Inquérito Sanitário de Origem
§ 1º Se houver Atestado Sanitário de Origem ou Inquérito Sanitário deOrigem sobre o acidente, tais feitos deverão ser anexados à Sindicância.
Legislação médica
§ 2º Para a realização de ASO e ISO devem ser observadas as normas do Decreto nº 7.963, de 30 de 94.
§ 3º No caso de morte do servidor militar, o Encarregado deverá juntar aos autos, cópia autenticada da certidão de óbito.
Remessa ao órgão de recursos humanos
§ 4º A autoridade competente, após a decisão, deverá requisitar ao Órgão de Recursos Humanos da SEJUSP as medidas complementares de regularização dos benefícios e licenças concedidas.
Ato de Bravura
Seção II
Do Ato de Bravura
Art. 114 O policial militar que morrer ou ficar permanentemente inválido, em virtude de ferimento sofrido em ação ou de enfermidade contraída nessa circunstância ou que nela tenha causa, e em decorrência de agressão sofrida e não provocada por si mesmo, no exercício de suas atribuições, bem como, na mesma situação, praticar ato de bravura,
será promovido extraordinariamente, na forma da Lei de Promoção de Oficiais ou Regulamento de Promoção de Praças, conforme o caso.
§ 1º Na hipótese de falecimento, a promoção será “post-mortem”.
§ 2º A comprovação dos fatos que justifiquem a promoção, “post mortem” ou por ato de bravura, poderão ser apurados independentemente de requerimento por parte do interessado ou de seus sucessores.
§ 3º A autoridade que determinar a instauração de portaria de procedimento de apuração de ato de bravura deverá fundamentar em despacho a decisão de abertura do procedimento ou indeferimento em requerimento feito pelo interessado.
§ 4º Em fatos que necessitem a apuração de crime a Sindicância para apurar ato de bravura somente será instaurada quando o respectivo procedimento investigatório não apontar indícios de cometimento de crime pelo interessado.
Remessa da Sindicância
Art. 115 A Sindicância de investigação de ocorrência de ato de bravura deverá ser remetida à Corregedoria para a devida correição, apreciação e parecer das seções competentes.
§ 1º Havendo solução favorável na Sindicância, os autos serão remetidos ao Comandante-Geral com parecer da Corregedoria para decisão quanto à instauração de Conselho Especial.
§ 2º Sendo a solução na Sindicância desfavorável será restituída à OPM de origem pela Corregedoria.
Finalidade do Conselho Especial
Art. 116 O Conselho Especial, constituído de 3 (três) Oficiais designados pelo Governador do Estado, quando o averiguado se tratar de Oficial, ou pelo Comandante- Geral, quando se tratar de Praça, destina-se a apurar o ato de bravura, considerado altamente meritório.
Parágrafo único. O colegiado deverá ser composto por Oficiais mais antigo que o militar averiguado.
Requisitos do Ato de Bravura
Art. 117 Considera-se Ato de Bravura a conduta do policial militar que, no desempenho de suas atribuições e para a preservação de vida de outrem, coloque em risco incomum a sua própria vida, demonstrando coragem, audácia e a presença de qualidades morais extraordinárias, pela prática de ato ou de atos não-comuns ou excepcionais de coragem  e  audácia,  que,  ultrapassando  os  limites  normais  do  cumprimento  do   dever,
representem feitos indispensáveis ou úteis às corporações militares pelos resultados alcançados ou pelo exemplo positivo deles emanados.
§ 1º O ato de bravura será destacado como forma de valorizar as posturas que, respeitando os direitos fundamentais e os princípios gerais do direito, revelem a presença de um espírito público responsável pela superação do estrito cumprimento do dever.
Conduta individualizada
§ 2º Havendo a participação de 2 (dois) ou mais policiais militares, o Conselho Especial deverá analisar pormenorizadamente as condutas, de forma a individualizar a atuação meritória de cada um dos militares.
Vedação de extensão de benefício
§ 3º Nos casos de ação meritória reconhecida, o simples fato do policial militar  ter pertencido à equipe policial que proporcionou a apuração por ato de bravura a um deles, não é garantia de que averiguação da mesma natureza seja instaurada ou aproveitada em favor de todos.
Art. 118 Não se considera, ato de bravura quando o policial militar tenha o dever profissional de assumir o risco ou prestar assistência, nos termos da legislação penal.
§ 1º O ato de bravura deverá resultar de ação consciente e voluntária, realizada com evidente risco de morte e da qual não se tenha beneficiado o policial militar ou pessoa de seu parentesco até o 4º grau e cujo mérito transcenda, em valor, audácia e coragem, a quaisquer considerações de natureza negativa, quanto à importância ou impulsividade porventura cometida.
§ 2º Não se configura também ato de bravura, os casos de ocorrências policiais em que, havendo confronto armado, os policiais militares detinham em relação ao(s) autor(es), superioridade numérica de efetivo e de armas de fogo.
Decadência
Art. 119 O direito do policial militar, representante legal ou de qualquer interessado em requerer apreciação de ato de bravura, extingue-se após 5 (cinco) anos, a contar da data do fato.
Recurso contra decisão em Conselho Especial.
Parágrafo único. O recurso contra decisão desfavorável ao interessado em Conselho Especial prescreverá em 120 (cento e vinte) dias, na forma do Estatuto dos Militares do Estado de Mato Grosso do Sul.
CAPÍTULO II
DO EXTRAVIO E RESTAURAÇÃO DE DOCUMENTOS
Art. 120 A substituição ou restauração de documento, da Administração Pública Militar, extraviado ou danificado, deve ser regularizada em Sindicância, após o  encerramento ou durante o inquérito respectivo.
Parágrafo único. Em caso de não localização do documento, deverá ser o mesmo restaurado com os dados obtidos na investigação, substituindo o original.
TÍTULO IV
O PROCESSO REGULAR
CAPÍTULO I
NOÇÕES DE DIREITO DISCIPLINAR
Seção I
Meios de apuração da transgressão disciplinar
Fundamentos do Direito Disciplinar
Art. 121 O Direito Disciplinar está fundado no poder-dever disciplinar dos superiores, no dever do policial militar de cumprir suas obrigações, e nos princípios do  Direito de Defesa.
Transgressão leve, média e grave
Art. 122 As faltas leve, média e grave serão apuradas através de Processo de Apuração de Transgressão Disciplinar previstos nos artigos 239 a 245 destas Instruções, assegurando sempre o direito de ampla defesa e o contraditório, para posterior imposição  de sanção administrativa, se for o caso.
Conduta incompatível
Art. 123 No caso de falta grave, quando representar conduta incompatível com o cargo policial militar, passível de demissão, exclusão ou licenciamento disciplinar do infrator, deverá ser instaurado o devido Processo Regular (Conselho de Justificação, Conselho de Disciplina ou Processo Administrativo Disciplinar), para imposição da sanção respectiva, quando apurada autoria e materialidade do ato.
Presença de advogado
§ 1º No caso dos processos citados no “caput” deste artigo, é facultada a presença e acompanhamento do feito por advogado regularmente inscrito na OAB e legalmente constituído pelo policial militar.
§ 2º Se o policial militar não quiser ou não puder constituir advogado, deve fazê- lo por escrito, declinando as suas razões, conforme o previsto no artigo 20 destas Instruções.
Seção II –
Medidas Cautelares
Medidas que recaem sobre o policial militar acusado
Art. 124 O Comandante/Chefe/Diretor do policial militar acusado em processo regular deverá determinar que ele fique:
I  – Se Oficial:
a)  vinculado à Unidade do Presidente do processo regular ou a outra Unidade, na condição de adido, se necessário, desde a representação ao Governador do Estado pela perda do posto e da patente, até a data da remessa dos autos conclusos;
b)   afastado das atividades operacionais, inclusive de supervisão, devendo ser empregado exclusivamente em serviços internos, em horário de expediente administrativo, e desprovido de autorização de carga pessoal de arma de fogo da Corporação;
c)  impedido de ser designado para função de Comandante, Chefe ou Diretor, exceto nos casos em que a assunção de Comando, Chefia ou Direção for obrigatória por previsão legal;
d)   impedido de assumir

Outros materiais