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29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIME… 1/3 ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTOS PARA ALFABETIZAÇÃO Natália da Silva Bugança Imprimir Prezado estudante, é uma satisfação recebê-lo e apresentá-lo a conhecimentos tão importantes para a sua formação. Poucos se lembram de quando não eram alfabetizados, mas devemos reconhecer que, a partir do momento em que compreendemos toda a organização da escrita e da leitura, nossa vida mudou. Isso porque a maneira como observamos, interpretamos e nos relacionamos com o mundo foi totalmente modi�cada. Para alguns, foi um momento tranquilo, tão suave que não deixou muitas marcas, enquanto, para outros, esse período pode remeter a lembranças perturbadoras, marcadas por sucessivos fracassos, sentimento de inferioridade e impotência. De fato, ser alfabetizado é muito mais do que codi�car e decodi�car símbolos, a alfabetização é um período muito importante na trajetória escolar de todas as pessoas. Um dos primeiros grandes desa�os escolares para as crianças e, também, um dos grandes desa�os da trajetória pro�ssional de um professor. Os índices brasileiros referentes à alfabetização retratam um cenário preocupante, pois muitas crianças não alcançam plenamente o desempenho previsto na idade correspondente, e isso compromete o acesso aos conhecimentos das demais disciplinas, culminando em atraso e, muitas vezes, em fracasso escolar e evasão. Políticas e programas governamentais propõem a formação continuada dos professores, buscando diminuir as lacunas entre teoria e prática, a �m de instrumentalizar a ação docente. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIME… 2/3 Quais são as estratégias e os procedimentos adequados na condução do trabalho com uma turma de alfabetização? Essa questão permeia muitas pesquisas sobre o tema. É sabido que não existem fórmulas prontas ou receitas mágicas, mas estudos que subsidiam práticas mais assertivas. Nesse contexto, essa disciplina corresponde a um momento extremamente importante na sua formação, pois, por meio dela, você será capaz de conduzir com segurança o processo de alfabetização. Durante seus estudos, você: Conhecerá os diferentes métodos de alfabetização e as concepções e funções da linguagem para utilizar as diversas perspectivas teóricas na prática educativa de acordo com o público e o contexto. Compreenderá a alfabetização como um processo longo e complexo que inicia na primeira infância e está interligado com o uso social da leitura e escrita para uma prática signi�cativa e inclusiva. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIME… 3/3 Identi�cará a aquisição da leitura e escrita a partir de práticas pedagógicas que envolvem a brincadeira, os jogos, o uso de tecnologia digital e a arte como formas de promover diferentes estratégias para o desenvolvimento dos alunos. Perceberá a importância da formação inicial e continuada dos professores para uma prática re�etiva e consciente. Visando atender aos objetivos mencionados, percorreremos um caminho em que visitaremos as temáticas divididas em unidades de ensino. Na primeira unidade, você aprenderá sobre a linguagem como objeto de conhecimento, assim como sobre a importância de se estudar a linguagem. A segunda unidade tem como tema a alfabetização, partindo dos fundamentos teóricos, dos métodos e de como utilizá-los. A terceira unidade discute as estratégias e os procedimentos para o processo de alfabetização. E, por �m, a leitura, a escrita e a literatura são os elementos que possibilitam explorar as interações, as histórias, os jogos e as brincadeiras. Estudante, ensinar e aprender são facetas de um processo permanente do trabalho docente, portanto explore esse tema. Lembre-se de que você tem um papel ativo nesse processo. Organize sua rotina de estudos e embarque em mais uma viagem rumo ao conhecimento. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 1/23 NÃO PODE FALTAR CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM E PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA Natália da Silva Bugança Imprimir CONVITE AO ESTUDO Em algum momento, você já parou para pensar sobre a invenção da escrita? Como é complexa a natureza do signo linguístico! A invenção da escrita foi um processo histórico de elaboração de um sistema de representação. É possível que alguém PRÁTICA PEDAGÓGICA Todas as práticas pedagógicas estão apoiadas em teorias, concepções, formas de entender a aprendizagem e o objeto de conhecimento. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 2/23 pense que, uma vez elaborado, basta que se aprenda a codi�car e decodi�car os códigos, mas não é bem assim. Para aprender, os sujeitos compreendem as suas regras, reconstruindo esse rico sistema de representação. Para iniciar os estudos desta unidade sobre esse processo de aprendizagem, você estudará a linguagem como objeto de conhecimento, a �m de conhecer as concepções e as funções dela, para utilizar as diversas perspectivas teóricas na prática educativa de acordo com o público e o contexto. Na primeira seção, serão apresentadas as concepções de linguagem e o processo de aquisição da linguagem escrita. Os conhecimentos referentes ao tema perpassam a linguagem escrita como criação cultural estabelecida nas relações sociais, logo aprenderemos sobre a aquisição da linguagem escrita desde a primeira infância, antes do processo de alfabetização; a aquisição da linguagem escrita para além do contexto escolar e como necessidade da interação e comunicação; e a linguagem como expressão do pensamento, instrumento de comunicação e processo de interação. A segunda seção tratará da linguagem como interação e prática pedagógica. Aqui, trabalharemos com as funções cognitiva, comunicativa, interativa e dialógica, assim como com a prática pedagógica como espaço para o diálogo e para os elementos de sua vida cotidiana, envolvendo a proposta de alfabetização crítica e a construção da aprendizagem de forma coletiva e colaborativa. Na última seção, falaremos da escola diante das práticas pedagógicas de alfabetização, pensando sobre a formação continuada dos professores, o apoio pedagógico para a alfabetização, a importância dos materiais, do espaço e dos recursos estruturados para alunos e professores e sobre como garantir uma proposta para o processo de alfabetização bem estruturada no PPP. PRATICAR PARA APRENDER Durante a sua trajetória escolar, você conheceu e aprendeu com vários professores. Cada um desses pro�ssionais possuía conhecimentos teóricos distintos, que �zeram parte da formação adquirida. Mas, além dos conhecimentos 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 3/23 oriundos do universo acadêmico, os docentes têm compreensõesque partem do conhecimento de mundo e daquilo que vivenciaram quando eram estudantes. Nesse sentido, muitos professores alfabetizadores ainda repetem atividades e metodologias a que foram submetidos. Isso pode ocorrer em virtude de uma insegurança do pro�ssional sobre quais seriam os procedimentos adequados, o que de fato fará com que os alunos dominem a escrita alfabética. Para transpor essa situação, é necessário que o professor compreenda que cada aluno apresentará um desenvolvimento diferente do outro, portanto ele não deve esperar que todos dominem os conhecimentos ao mesmo tempo, nem deve utilizar sempre as mesmas atividades. Assim, atuar na alfabetização demanda que esse pro�ssional entenda que ela se trata de um processo, um caminho que cada aluno percorrerá, experimentando desa�os e vencendo obstáculos. Para atuar como alfabetizador, é essencial conhecer as concepções de linguagem e o processo de aquisição da linguagem escrita. Considerando a importância desses conhecimentos, os estudos desenvolvidos nesta seção partem da compreensão da linguagem escrita como criação cultural estabelecida nas relações sociais que está além do contexto escolar e como necessidade da interação e comunicação. Partindo dessa ideia, você aprenderá que a aquisição da linguagem escrita tem início na primeira infância, na educação infantil, mas entenderá que isso não signi�ca antecipar atividades do ensino fundamental. Por �m, conhecerá três concepções de linguagem: como expressão do pensamento, como instrumento de comunicação e como processo de interação. Vanessa é uma professora recém-formada em Pedagogia. Assim que terminou a graduação, foi aprovada em um concurso público no município onde mora. Como foi uma das primeiras colocadas, em pouco tempo foi convocada e já começará a trabalhar. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 4/23 Ao se apresentar na escola em que lecionará, a jovem professora foi informada pela coordenação pedagógica da instituição que trabalhará com uma turma do primeiro ano do ensino fundamental. Vanessa está muito feliz e ansiosa para colocar em prática tudo o que aprendeu na universidade. Frente ao desa�o de alfabetizar, a professora está insegura quanto aos procedimentos que adotará para conduzir o processo de alfabetização. Mas, sabe que, inicialmente, precisa conhecer os estudantes para de�nir o seu ponto de partida. A�nal, o que as crianças sabem sobre a escrita? E se alguma criança já estiver alfabetizada, o que fazer? Essas são questões que preocupam a docente, então o que ela deve fazer para de�nir por onde começar? Os conhecimentos que compõem esta seção são essenciais para a atuação do professor alfabetizador em sala de aula. Lembre-se de que para aprender é necessário comprometimento e dedicação, e você será sempre um modelo para os alunos, portanto realize atentamente os estudos da seção. CONCEITO-CHAVE ESCRITA A escrita não é uma capacidade inata, ou seja, não nasce com a criança. Ela é uma criação cultural estabelecida nas relações sociais, resultado da interação humana com os membros da mesma espécie. A maioria das pessoas nasce em locais em que a escrita está presente, pois ela está atrelada à necessidade de comunicação. Assim, o processo de imersão no mundo letrado tem início desde a primeira infância, antes de iniciar as práticas de alfabetização no ambiente escolar. Luria (1988) evidenciou que a escrita pode ser de�nida como uma ação mediada por instrumentos e signos que são utilizados pela criança antes mesmo de frequentar a escola. Quando a criança é submetida ao ensino formal, na etapa de alfabetização, ela já interagiu, elaborou e exercitou técnicas que servem de base para a aprendizagem da escrita. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 5/23 Pensando nisso, �ca claro que a compreensão da escrita não acontece da mesma forma para todas as crianças. Cada uma aprende de acordo com o seu contexto, os materiais que manipula, os ambientes que frequenta e as pessoas com quem se relaciona. A partir dessas oportunidades de aprendizagem, ela compreende que a escrita é um sistema de signos que possui função instrumental, que é utilizada para registrar ideias, e essas percepções infantis são validadas pelas pessoas do seu convívio. [...] se apenas pararmos para pensar na surpreendente rapidez com que uma criança aprende esta técnica extremamente complexa, que tem milhares de anos de cultura por traz de si, �cará evidente que isto só pode acontecer porque durante os primeiros anos de seu desenvolvimento, antes de atingir a idade escolar, a criança já aprendeu e assimilou um certo número de técnicas que prepara o caminho para a escrita, técnicas que a capacitam e que tornam incomensuravelmente mais fácil de aprender o conceito e a técnica da escrita. — (LURIA, 1988, p. 143) “ 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 6/23 Os rabiscos e as garatujas que a criança produz na primeira infância são exercícios de imitação da escrita realizada pelos adultos. Nessa fase de elaboração, os rabiscos são apenas desejos, não possuem uma �nalidade. Esses sinais primários não possuem valor simbólico, inclusive a criança pode não lembrar do signi�cado dos registros que fez, por exemplo, dizendo ora que o registro grá�co é uma boneca, ora um pássaro. A criança atribuirá signi�cados de maneira progressiva por meio das vivências, as suas funções psicológicas superiores se desenvolverão e ocorrerá a apropriação do uso social da escrita na cultura, isso mesmo sem que ela conheça a organização da escrita alfabética. O processo de escrita, segundo Luria (1988), passa por duas grandes fases: escrita pré-instrumental e escrita instrumental. Entre essas duas fases há a escrita topográ�ca. ESCRITA PRÉ-INSTRUMENTAL Corresponde a escritas em que os sujeitos não recordam os signi�cados dos registros realizados. Na Figura 1.1, a imagem corresponde a uma atividade em que foi solicitado à criança que escrevesse “Os ratos têm rabos compridos”. A criança “escreveu” inúmeros rabiscos no papel. Figura 1.1 | Exemplo de escrita pré-instrumental As crianças imitavam o formato da escrita do adulto, produzindo apenas rabiscos mecânicos, sem nenhuma função instrumental, isto é, sem nenhuma relação com os conteúdos a serem representados. Obviamente este tipo de gra�smo não ajudava a criança em seu processo de memorização. Ela não era capaz de utilizar sua produção escrita como suporte para a recuperação da informação a ser lembrada. — (OLIVEIRA, 2010, p. 71) “ 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 7/23 Fonte: Luria (1988, p. 149). 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 8/23 ESCRITA TOPOGRÁFICA Começa a se transformar em signo auxiliar da memória. Na Figura 1.2, a criança “anotou” várias sentenças ditadas. Figura 1.2 | Exemplo de escrita topográ�ca Fonte: Luria (1988, p. 158). ESCRITA PRÉ-INSTRUMENTAL Corresponde a escritas diferenciadas que levam os sujeitos a se relacionarcom os registros realizados para recordar os signi�cados anotados. ESCRITA PICTOGRÁFICA Na Figura 1.3, vemos que as características que a criança queria lembrar estavam presentes nas imagens, possibilitando a lembrança dos signi�cados anotados. Figura 1.3 | Exemplo de escrita pictográ�ca 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 9/23 Fonte: Luria (1988, p. 188). Pouco a pouco, a criança começa a utilizar outras marcas para representar. Junto ao desenho, ela incorpora o signi�cado e pode dizer que está escrevendo. Nesse processo, outros elementos aparecem, como números, cor e letras. Ela dá um salto qualitativo e, segundo Oliveira (2010), quando percebe a diferença entre escrever e desenhar, rejeita a escrita pictográ�ca e escolhe grafar letras. Nem todas as crianças passam de forma linear por essas fases. A maioria delas, que está em contato desde muito cedo com o mundo letrado, está sujeita a uma interação maior, isso possibilita a elaboração de muitas percepções sobre a escrita. A partir dos conhecimentos apresentados, é importante considerar que a linguagem é um marco no desenvolvimento humano, e a escola deve considerar os elementos históricos e culturais que permeiam as percepções infantis sobre a escrita. Nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas em teorias, concepções, formas de entender a aprendizagem e o objeto de conhecimento. Contudo, é importante considerar que a compreensão sobre determinado objeto de conhecimento muda com o passar do tempo e com o avançar dos estudos, e essas mudanças estão relacionadas a múltiplos fatores, de ordem cultural, social e econômica. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 10/23 Com as concepções de linguagem não foi diferente. As concepções ainda coexistem na atualidade e subsidiam a compreensão de muitos professores. CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM As concepções surgiram em períodos distintos, mas, na atualidade, podem ser percebidas em muitas práticas e materiais didáticos. Por isso, é tão importante conhecê-las. De acordo com Geraldi (1984), existem três concepções de linguagem, conforme veremos a seguir. LINGUAGEM COMO EXPRESSÃO DO PENSAMENTO Concepção predominante na tradição gramatical até meados do século XX, Gonçalves e Baronas (2013, p. 249) a�rmam que, na concepção de linguagem como expressão do pensamento, a língua é percebida como “exteriorização do pensamento, traduzido por meio de palavras”. Assim, o ensino deveria partir da análise das partes para compreender o todo. São características dessa concepção: Regras do falar e escrever bem. Lógica organizacional. Língua: homogênea, estática, invariável. Domínio do bem falar. Quem não utiliza as normas é considerado grosseiro e incapaz de aprender. Antes e ainda na década de 1960, essa concepção orientou muitos professores. Naquele período, os docentes trabalhavam com práticas focadas na transmissão de conhecimentos. Consequentemente, cabia ao aluno/leitor captar o conteúdo apresentado no texto, que é considerado um produto. O texto é a representação do pensamento do autor, e, dessa forma, a leitura é o ato de extração dos sentidos do texto. Na atualidade, podemos identi�car atividades que têm como foco a mecanização do texto e a ênfase na oratória, por exemplo, algumas atividades que 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 11/23 exigem a leitura em voz alta. Seguindo a lógica proposta na abordagem da concepção de linguagem como expressão do pensamento, a pessoa que não se expressa bem não pensa. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 12/23 LINGUAGEM COMO INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO Essa concepção ganhou relevância de 1916, com o linguista Saussure, até 1960. Na concepção de linguagem como instrumento de comunicação, a língua é entendida como um sistema de códigos que deve ser aprendido pelas pessoas para que possam se comunicar. O falante deseja transmitir uma mensagem a um ouvinte; para isso, ele utiliza um “código (decodi�cação) e a remete a outro através de um canal (ondas sonoras e luminosas). O outro recebe os sinais codi�cados e os transforma de novo em mensagens (informações)” (TRAVAGLIA, 1996, p. 22-23). Note que a linguagem é percebida como uma ferramenta, e sua utilização não está vinculada ao contexto dos sujeitos, pois diz respeito apenas ao funcionamento interno da língua. Portanto, nas atividades de leitura, está presente a ideia de que, se o aluno decodi�car as letras e palavras, compreenderá o conteúdo de um texto. Nos livros didáticos, era comum encontrar atividades de interpretação em que o estudante deveria responder a questões localizando as informações no texto e realizando a cópia literal. Essa concepção de linguagem foi amplamente difundida com a aprovação da LDB nº 5.692/1971. A normativa estava vinculada à perspectiva de educação tecnicista. O discurso da época difundia que a prática da repetição promoveria a aprendizagem, e ainda era forte a presença do ensino da gramática tradicional. São características dessa concepção: A linguagem é um conjunto de signos que se relacionam. Função informativa. Possibilita a transmissão de mensagens do emissor ao receptor, que decodi�ca a mensagem. O código deve ser dominado pelas pessoas para que a comunicação seja efetiva. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 13/23 LINGUAGEM COMO PROCESSO DE INTERAÇÃO Concepção que predomina de 1960 até os dias atuais. A concepção de linguagem como processo de interação considera a interação dos indivíduos com o contexto em que estão inseridos. Nela, a escola deve possibilitar que o aluno tenha contato com práticas de linguagem presentes na sociedade. São características dessa concepção: Sujeito ativo. A linguagem é um lugar de interação humana. A linguagem é social, histórica e coletiva. A linguagem é heterogênea e dinâmica. Interlocutores interagem como sujeitos que ocupam lugares sociais. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 14/23 Bakhtin postula que o lócus da linguagem é a interação, portanto não é um sistema estável. As situações reais, os diálogos e as interações determinam o que será produzido pelos sujeitos, que são vistos como agentes sociais. Diferentemente das concepções de linguagem conhecidas anteriormente, a importância do ensino reside em desenvolver a capacidade de re�exão, e não apenas o conhecimento de regras gramaticais. O discurso se manifesta por meio dos textos, resultante da re�exão, análise, interpretação e produção de textos verbais. Leia o que Bakhtin (1997) apresenta sobre isso: Bakhtin (1997) demonstra que o signi�cado de um texto não está presente no texto em si, tampouco na mente do leitor, já que os signi�cados são elaborados na interação do leitor com o texto. A partir dessa concepção, interpretaçõesincorretas levaram à ideia de que não era correto ensinar gramática. Porém, Bakhtin deixou claro que o ensino de gramática deveria ocorrer, mas com atividades que façam sentido para os estudantes. REFLITA Você já teve contato com algum material didático para a alfabetização que apresentava atividades ou frases totalmente descontextualizadas do universo infantil? ATIVIDADES COM GÊNEROS TEXTUAIS O trabalho com gêneros textuais está diretamente articulado com a compreensão de linguagem como processo de interação, pois, partindo da premissa do aluno como sujeito individual que deve desenvolver atividades articuladas ao contexto De fato, o ouvinte que recebe e compreende a signi�cação (lingüística) de um discurso adota simultaneamente, para com este discurso, uma atitude responsiva ativa: ele concorda ou discorda (total ou parcialmente), completa, adapta, apronta-se para executar, etc., e esta atitude do ouvinte está em elaboração constante durante todo o processo de audição e de compreensão desde o início do discurso, às vezes já nas primeiras palavras emitidas pelo locutor. — (BAKHTIN, 1997, p. 290, grifos do original) “ 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 15/23 histórico, social e afetivo, a escola deve possibilitar que ele tenha contato com práticas de linguagem presentes na sociedade. Muitas vezes, equívocos permeiam o trabalho dos professores com os gêneros textuais. Isso é percebido quando são propostas atividades que demandam que o aluno apenas identi�que o gênero a partir de sua estrutura. Para realizar um bom trabalho com gêneros textuais, é importante garantir a diversidade deles, pois cada gênero mobiliza diferentes capacidades de linguagem. Entretanto, não é necessário trabalhar com todos os gêneros, pois existem semelhanças entre eles que podem servir como referência para o desenvolvimento das capacidades. Ao longo do ano letivo, o professor pode organizar um trabalho com gêneros que possuem características diferentes e desencadeiam diferentes aprendizagens e habilidades. Vamos conhecer alguns exemplos (BRASIL, 2012, p. 8-9): 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 16/23 1. Textos literários �ccionais: contos, lendas, fábulas, crônicas, obras teatrais, novelas e causos. 2. Textos do patrimônio oral, poemas e letras de músicas: trava-línguas, parlendas, quadrinhas, adivinhas e provérbios. Os poemas e as letras de músicas também fazem parte do segundo agrupamento. 3. Textos com a �nalidade de registrar e analisar as ações humanas individuais e coletivas e contribuir para que as experiências sejam guardadas na memória das pessoas: biogra�as, testemunhos orais e escritos, obras historiográ�cas e noticiários. 4. Textos com a �nalidade de construir e fazer circular entre as pessoas o conhecimento escolar/cientí�co: notas de enciclopédia, verbetes de dicionário, seminários orais, textos didáticos, relatos de experiências cientí�cas e textos de divulgação cientí�ca. 5. Textos com a �nalidade de debater temas que suscitam pontos de vista diferentes, buscando o convencimento do outro: cartas de reclamação, cartas de leitores, artigos de opinião, editoriais, debates regrados e reportagens são exemplos de textos com tal �nalidade. 6. Textos com a �nalidade de divulgar produtos e/ou serviços e promover campanhas educativas no setor da publicidade: cartazes educativos, anúncios publicitários, placas e faixas. 7. Textos com a �nalidade de orientar e prescrever formas de realizar atividades diversas ou formas de agir: receitas, manuais de uso de eletrodomésticos, instruções de jogos, instruções de montagem e regulamentos. 8. Textos com a �nalidade de orientar a organização do tempo e do espaço nas atividades individuais e coletivas necessárias à vida em sociedade: agendas, cronogramas, calendários, quadros de horários, folhinhas e mapas. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 17/23 9. Textos com a �nalidade de mediar as ações institucionais. São textos que fazem parte, principalmente, dos espaços de trabalho: requerimentos, formulários, ofícios, currículos e avisos. 10. Textos epistolares utilizados para as mais diversas �nalidades: cartas pessoais, bilhetes, e-mails e telegramas medeiam as relações entre as pessoas, em diferentes tipos de situações de interação. 11. Textos não verbais, que não veiculam a linguagem verbal, escrita, tendo, portanto, foco na linguagem não-verbal: histórias em quadrinhos só com imagens, charges, pinturas, esculturas e algumas placas de trânsito compõem tal agrupamento. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 18/23 A BNCC estabelece a centralidade do texto como unidade de trabalho. De acordo com o documento: “As práticas de linguagem contemporâneas não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de con�gurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir” (BRASIL, 2017, p. 68). POR DENTRO DA BNCC Na educação infantil, por meio de atividades lúdicas, é possível explorar a oralidade, exercitar o falar e o ouvir, além de possibilitar o despertar da curiosidade da criança pelos textos escritos. Na BNCC, isso pode ser percebido no campo de experiencia escuta, fala, pensamento e imaginação: Essas atividades auxiliam a criança a associar a escrita com a fala e favorecem o gosto pela leitura, a criatividade e o desenvolvimento progressivo de hipóteses sobre a escrita. Nesta seção, você aprendeu que a criança começa a construir conhecimentos referentes à linguagem escrita desde a infância. Compreendeu, ainda, que as atividades presentes nos livros e as abordagens pedagógicas podem estar amparadas em diferentes concepções de linguagem, as quais embasam o trabalho do professor em sala de aula, possibilitando a compreensão da alfabetização como um processo longo e complexo, que inicia na primeira infância e está interligado com o uso social da leitura e escrita para uma prática signi�cativa e inclusiva. Síntese das aprendizagens: Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por diferentes meios. Argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência temporal e causal, organizando e adequando sua fala ao contexto em que é produzida. Ouvir, compreender, contar, recontar e criar narrativas. Conhecer diferentes gêneros e portadores textuais, demonstrando compreensão da função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte de prazer e informação. — (BRASIL, 2017, p. 55) “ 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 19/23 FAÇA VALER A PENA Questão 1 Luria (1988) evidenciou que a escrita pode ser de�nida como uma ação mediada por instrumentos e signos que são utilizados pela criança antes mesmo de frequentar a escola. Considerando a informação apresentada, analise as a�rmações a seguir: I. Antes de atingir a idade escolar, a criança já aprendeu e assimilou certo número de técnicas que preparam o caminho para a escrita. II.Cada criança aprende de acordo com o seu contexto, os materiais que manipula, os ambientes que frequenta e as pessoas com quem se relaciona. III. Quando a criança é submetida ao ensino formal, na etapa de alfabetização, ela não exercitou técnicas que servem de base para a aprendizagem da escrita. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 20/23 Assinale a alternativa que apresenta todas as a�rmações corretas: a. I, apenas. b. II, apenas. c. III, apenas. d. I e II, apenas. e. I, II e III. Questão 2 Partindo desse contexto, analise as a�rmações a seguir: I. As crianças pequenas não devem entrar em contato com o mundo letrado, pois essa interação “queima” as fases. II. Os sinais primários não possuem valor simbólico, inclusive a criança pode não lembrar do signi�cado dos registros que fez, por exemplo, dizendo ora que o registro grá�co é uma boneca, ora um pássaro. III. Na fase pré-instrumental, a criança dá um salto qualitativo quando percebe a diferença entre escrever e desenhar, rejeita a escrita pictográ�ca e escolhe grafar letras. Assinale a alternativa que apresenta todas as a�rmações corretas: As crianças imitavam o formato da escrita do adulto, produzindo apenas rabiscos mecânicos, sem nenhuma função instrumental, isto é, sem nenhuma relação com os conteúdos a serem representados. Obviamente este tipo de gra�smo não ajudava a criança em seu processo de memorização. Ela não era capaz de utilizar sua produção escrita como suporte para a recuperação da informação a ser lembrada. — (OLIVEIRA, 2010, p. 71) “ a. I, apenas. b. II, apenas. c. III, apenas. d. I e II, apenas. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 21/23 e. I, II e III. Questão 3 Tomando como referência a concepção de linguagem como processo de interação, julgue as a�rmativas a seguir em verdadeiras (V) ou falsas (F). ( ) O signi�cado de um texto não está presente no texto em si, tampouco na mente do leitor. ( ) Interpretações incorretas levaram à ideia de que era correto ensinar gramática. ( ) O discurso se manifesta por meio dos textos, resultante da re�exão, análise, interpretação e produção de textos verbais. O ouvinte que recebe e compreende a signi�cação de um discurso adota para com este discurso uma atitude responsiva ativa: ele concorda ou discorda, completa, adapta (...). A compreensão de uma fala de um enunciado é sempre acompanhada de uma atitude responsiva ativa. — (BAKHTIN, 2003, p. 271) “ 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 22/23 REFERÊNCIAS BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. BELTRÃO, E. S.; GORDILHO, T. Novo diálogo: língua portuguesa. São Paulo: FTD, 2004. BRASIL. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: o trabalho com os diferentes gêneros textuais em sala de aula: diversidade e progressão escolar andando juntas. Ano 03. Unidade 05. Brasília, DF: MEC, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3q3PLMh . Acesso em: 6 jun. 2020. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. Acesso em: 8 jun. 2020. . Acesso em: 6 jun. 2020. GERALDI, J. W. (org.). O texto na sala de aula: leitura e produção. 2. ed. Cascavel, PR: ASSOESTE, 1984. GONÇALVES, L. A. de A.; BARONAS, J. E. de A. Concepções de linguagem: gramática de língua portuguesa e ensino de língua materna. Entretextos, Londrina, v. 13, n. 02, p. 243-265, jul./dez. 2013. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/viewFile/16191/13898. Acesso em: 5 jun. 2020. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a. V – V – V. b. V – F – V. c. F – V – F. d. F – F – F. e. V – V – F. 0 V e r a n o ta çõ e s http://www.piraquara.pr.gov.br/aprefeitura/secretariaseorgaos/educacao/uploadAddress/Unidade_05_Ano_03%5B3657%5D.pdf http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/ http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/viewFile/16191/13898 29/10/2022 14:36 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 23/23 LOTSCH, V. de O. Alfabetização e letramento – Uma visão geral. São Paulo: Cengage Learning Edições, 2016.. Acesso em: 5 jun. 2020. LURIA, A. R. O desenvolvimento da escrita na criança. In: VYGOTSKY, L. S. et al. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/EDUSP, 1988. OLIVEIRA, M. K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento um processo histórico. 5. ed. São Paulo: Scipione, 2010. TRAVAGLIA, L. C. Concepções de linguagem. In: TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1996. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIME… 1/4 FOCO NO MERCADO DE TRABALHO CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM E PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA Natália da Silva Bugança Imprimir PROFESSOR ALFABETIZADOR Para atuar como alfabetizador, é essencial conhecer as concepções de linguagem e o processo de aquisição da linguagem escrita. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIME… 2/4 SEM MEDO DE ERRAR Nesta seção, você conheceu a situação vivenciada pela professora Vanessa, que vive um momento muito importante: iniciará sua trajetória pro�ssional trabalhando com uma turma do 1º ano do ensino fundamental. Entretanto, algumas questões a preocupam e ela não sabe por onde começar, justamente por não conhecer o que as crianças dessa turma sabem sobre a escrita. De fato, a professora deve se preparar para essa nova etapa, aprofundando os conhecimentos sobre a alfabetização. Para isso, poderá retomar as leituras que realizou na graduação, pesquisar e ler a BNCC e o PPP da escola. Após realizar essas pesquisas, perceberá que a alfabetização é um processo que se inicia na primeira infância e que está ligada à percepção sobre o uso social da leitura e escrita. Nesse sentido, as percepções das crianças dependem das oportunidades de interação com a língua escrita. Assim, é comum que em uma mesma turma tenhamos crianças com percepções totalmente diferentes, inclusive crianças que já estão alfabetizadas quando iniciam o ensino fundamental. Mas como de�nir por onde começar? A professora Vanessa pode partir das seguintes situações: Promover atividades lúdicas, jogos e brincadeiras, evitando a ruptura da educação infantil para o ensino fundamental. Organizar atividades que possibilitem a sondagem. Prever momentos para a realização de desenhos e escritas espontâneas. Evitar atividades prontas que exigem apenas que a criança realize pintura ou cópia. Estabelecer o diálogo, permitindo que as crianças se sintam seguras e livres para falar e fazer perguntas. Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIME…3/4 Além dessas possibilidades, Vanessa teve uma excelente ideia: conversou sobre as crianças com a professora que trabalhou com a turma no ano anterior, na educação infantil, e a partir dessa conversa foi possível se tranquilizar e iniciar o trabalho sentindo-se segura. PESQUISE MAIS Para aprofundar os conhecimentos que você adquiriu nesta seção sobre o gra�smo e a importância do desenho no processo de compreensão da criança sobre a escrita, consulte o livro disponível na Biblioteca Virtual: LOTSCH, V. de O. Alfabetização e letramento – Uma visão geral. São Paulo: Cengage Learning Edições, 2016. AVANÇANDO NA PRÁTICA LIVROS DIDÁTICOS Foi realizada a escolha dos livros didáticos de Língua Portuguesa pelos professores do 2º ano da Escola Municipal Saber. Porém, ao receberem os livros, eles perceberam que não correspondiam à escolha que realizaram. Os livros recebidos apresentavam apenas atividades descontextualizadas, de cópia e repetição. Os docentes não querem utilizar esse material, então, como resolver a situação? RESOLUÇÃO Para resolver o problema com os livros didáticos, os professores poderão elaborar uma solicitação de troca à secretaria municipal de educação. Na justi�cativa da solicitação, é importante argumentar porque esse material não é adequado aos alunos. Embasados pela BNCC, eles poderão justi�car que o documento estabelece a centralidade do texto como unidade de trabalho. O trabalho com gêneros textuais está diretamente articulado à compreensão de linguagem como processo de interação, pois, partindo da premissa do aluno como sujeito individual que deve desenvolver atividades articuladas ao contexto histórico, social e afetivo, a escola deve possibilitar que ele tenha contato com práticas de linguagem presentes na sociedade. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIME… 4/4 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 1/17 NÃO PODE FALTAR LINGUAGEM COMO INTERAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA Natália da Silva Bugança Imprimir PRATICAR PARA APRENDER O modelo de ensino “tradicional”, em que o professor fala e os alunos apenas executam a tarefa, já foi amplamente questionado. O mundo se transformou, existem novas demandas sociais e os alunos de hoje já nasceram em um mundo ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA CRÍTICA A alfabetização na perspectiva crítica pretende garantir o amadurecimento da consciência por meio da problematização da realidade. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 2/17 dinâmico, acelerado. Porém, ainda se faz necessário reforçar o quanto é fundamental para a aprendizagem valorizar os saberes dos alunos, promovendo discussões e articulando esses saberes aos conteúdos de forma contextualizada, crítica e re�exiva. A escola não pode simplesmente insistir em práticas engessadas que limitem o pensar e a criatividade desse per�l de aluno nem pode ignorar toda a diversidade que compõe uma sala de aula. Certamente, você já teve contato com diferentes práticas pedagógicas e percebeu que as práticas signi�cativas estavam vinculadas ao respeito, ao afeto e à humanidade. De forma similar, quando você se lembra do conteúdo ensinado pelo professor que trabalhava com práticas dialógicas, sente acolhimento e gratidão. A escola deve despertar sentimentos bons como esses, pois, sem a ação dos sujeitos, ela é meramente um prédio. Os pro�ssionais da educação são capazes de ressigni�car esse espaço e tudo o que ele representa na vida de uma criança em processo de alfabetização. A educação, as interações e a linguagem são elementos articulados que fazem parte da existência humana. Será que na escola e, em especial, nas práticas desenvolvidas durante a alfabetização há espaço para o exercício do diálogo, da expressão e da valorização da linguagem dos alunos? Nesta seção, você compreenderá a linguagem enquanto objeto de conhecimento, sua função cognitiva, interativa e dialógica. Também aprenderá a importância de efetivar práticas signi�cativas que acolham os elementos da vida cotidiana dos alunos e conhecerá a proposta de alfabetização crítica, uma forma muito rica de condução dos processos formativos. Vanessa é uma professora recém-formada em Pedagogia. Assim que terminou a graduação, foi aprovada em um concurso público no município onde mora. Como foi uma das primeiras colocadas, em pouco tempo foi convocada e já começará a trabalhar. 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 3/17 Ao se apresentar na escola em que lecionará, Vanessa foi informada pela coordenação pedagógica da instituição que trabalhará com uma turma do primeiro ano do ensino fundamental. A professora está muito feliz e ansiosa para colocar em prática tudo o que aprendeu na universidade. Com o passar dos dias, Vanessa percebe que os conhecimentos que adquiriu na universidade não são su�cientes para subsidiar a compreensão de todas as situações con�ituosas que permeiam a prática pedagógica. Percebe que é necessário continuar estudando, pois sua preocupação é desenvolver o pensamento crítico dos alunos, mas não sabe como realizar esse trabalho com crianças tão pequenas. Ajude Vanessa a encontrar meios de desenvolver esse trabalho com as crianças. Promover práticas pedagógicas humanizadas e humanizadoras exige generosidade e acolhimento, por isso continue ampliando os seus conhecimentos. CONCEITO-CHAVE A linguagem humana é resultado das relações sociais e culturais dos indivíduos. Pode-se dizer que ela é um instrumento da cognição, de mediação e interação dos indivíduos com o mundo, e que tem um papel importante na maneira como as experiências das pessoas são organizadas. Vamos conhecer o conceito de cognição: Note que o papel da linguagem modi�ca a relação humana com o mundo, e essa é uma característica que difere os homens das demais espécies. Isso acontece porque o sistema linguístico não é apenas um instrumento de reprodução de ideias, é uma espécie de guia para a atividade mental do indivíduo. Cognição diz respeito a tudo que possa estar relacionado à aquisição, manutenção, recuperação e uso de conhecimento. Conhecimento pode ser entendido como produto mental da interação do indivíduo com o que lhe é exterior, no meio físico e social. A língua é o principal meio de interação entre os seres humanos e varia a cada grupo social. A língua é, pois, um tipo de conhecimento a ser adquirido pela criança em sua interação com o mundo. — (CORRÊA, 2006, p. 1) “ 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 4/17 Então, podemos considerar que linguagem e cognição são conceitos inseparáveis, isto porque a linguagem é um conhecimento adquirido pelas pessoas a partir de processos mentais que subsidiam a sua compreensão. Concomitantemente, os processos mentais executam atividades que dependem desse conhecimento. Em meados dos anos 1950, as relações entre língua e cognição foram investigadas, aproximando áreas de conhecimento que culminaramna psicologia cognitiva e na psicolinguística. Essa aproximação deu origem às ciências cognitivas, impactando de forma signi�cativa no cenário das ciências, período também denominado revolução cognitiva. O PAPEL DA LINGUAGEM E DA INTERAÇÃO VERBAL NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES COGNITIVAS COMPLEXAS Nas décadas seguintes, as pesquisas desenvolvidas por Vygotsky e Leontiev demonstraram, a partir de estudos, o papel da linguagem e interação verbal no desenvolvimento de habilidades cognitivas complexas. Os autores consideraram, em seus experimentos, fatores relacionados à �logênese e à ontogênese, ou seja, características da espécie e elementos oriundos da cultura. Para eles, do ponto de vista do desenvolvimento humano, o desenvolvimento linguístico e cognitivo teria origens distintas. Entretanto, em determinados momentos, o domínio da língua atua no desenvolvimento cognitivo. EXEMPLIFICANDO Aproximadamente aos dois anos a criança descobre que cada objeto tem um nome. Para ela, saber que cada objeto tem um nome signi�ca conhecê- los. Essa atividade desperta a curiosidade e resulta no rápido aumento do [...] Dissecamos a natureza segundo as diretrizes �xadas por nossas línguas nativas. As categorias e os tipos que isolamos do mundo dos fenômenos não os encontramos ali porque saltam à vista de qualquer observador [...]. Cortamos a natureza em pedaços, organizamo-la em conceitos e atribuímos signi�cação tal como o fazemos primordialmente porque somos parte um acordo para organizá-la dessa maneira, sendo este um acordo válido para toda a nossa comunidade linguística e que está codi�cado na estrutura da nossa língua. — (WHORF apud SOARES, 1989, p. 24) “ 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 5/17 vocabulário. Vygotsky ainda evidencia a relação entre linguagem e cognição quando ocorre a internalização da fala, dando origem ao pensamento verbal, que serve como suporte para o planejamento de ações complexas. Contudo, a linguagem também possui função interativa e dialógica. Nessa perspectiva, denota-se que a linguagem verbal estabelece a mediação entre o individual e o social. Diálogos que acontecem em situações reais de interação realizada com linguagem verbal e não verbal são dotados de certo “acabamento”. Entretanto, “dada a tensão dialógica, na convivência de coincidência e não coincidência entre os dizeres, prevalece seu caráter de inacabamento e destaca-se o movimento constitutivo do dialogismo como anteposição de palavra e contra palavra dos interlocutores” (FERNANDES; CARVALHO; CAMPOS, 2012, p. 97). 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 6/17 PESQUISE MAIS Amplie seus conhecimentos realizando a leitura do artigo que apresenta as abordagens teóricas de Bakhtin e Vygotsky sobre a questão da interação pela linguagem. Nesse material, a autora destaca que admitir a linguagem como interação social é percebê-la como interatividade entre os sujeitos que com ela praticam ações em seus “diferentes falares”. “Isso requer um novo paradigma sobre os sujeitos da ação enunciativa que emitem e organizam vozes buscando efeitos e signi�cados.” (RADAELLI, 2011, p. 1). RADAELLI, M. E. Contribuições de Vygotsky e Bakhtin para a linguagem: interação no processo de alfabetização. Thêma et Scientia, Cascavel, v. 1, n. 1, 2011. A dimensão dialógica constitui as relações sociais, processo rico no contexto educativo. A mediação estabelecida pela linguagem acontece via interação de interlocutores, no caso, professor–aluno. A partir dessa interação, ambos se constituem, formam e são formados na mediação estabelecida pela linguagem. Professor e aluno como interlocutores em uma situação de ensino utilizam a linguagem verbal e não verbal, o que, por sua vez, os aproxima ou os distancia, constituindo a experiência do discurso e da ação dos interlocutores. Por exemplo, pensando na linguagem verbal, isso acontece quando o professor, para explicar o conteúdo, utiliza palavras de difícil entendimento para o aluno ou quando o aluno utiliza gírias que o professor desconhece. O processo educacional é atravessado pela perspectiva dialógica de produção de sentidos que acontece mediante a reprodução de padrões socialmente estabelecidos e suas contradições, abrindo espaço para a criação, a inovação e o desenvolvimento da [...] a construção de linguagem, instituída na mediação educador/educando, é atravessada pela determinação recíproca da reprodução e da contradição na especi�cidade constituinte do que é próprio para a construção dialética, ou dialógica, da educação nos limites estruturantes da organização da sociedade. — (FERNANDES; CARVALHO; CAMPOS, 2012, p. 100) “ 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 7/17 autonomia do aluno. Contudo, é importante ressaltar que o professor enxerga o aluno a partir de um lugar e um tempo que determinam a sua conduta. Essas variáveis são determinantes no tipo de interação que acontecerá. Como demonstrado por Bakhtin (2010), o educador, ocupando a posição dialógica de um, projeta para o educando, na posição dialógica de outro, certo deslocamento, que o coloca em certa exterioridade: um lugar fora, uma extralocalidade. Essa percepção do professor é inerente ao processo pedagógico, visto que, no ambiente educativo, as percepções devem sempre ter caráter provisório, imersas na condição de inacabamento. Essa é uma característica fundamental nos processos formativos, a dialogicidade que oferece a possibilidade de aprimoramentos, aprendizagens múltiplas e contínuas envolvendo professores e alunos. Nada está pronto e acabado, tudo está em movimento. 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 8/17 FOCO NA BNCC Dentre as competências especí�cas de linguagem para o ensino fundamental, está prevista a necessidade de produzir sentidos que levem ao diálogo: DIALOGICIDADE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA A partir dessa ideia, convém adentrarmos no âmbito da prática pedagógica, a qual é espaço para a promoção do diálogo e precisa contemplar elementos da vida cotidiana, considerando que não educamos para a vida, e sim na vida. As práticas pedagógicas ocorrem no encontro de pessoas, com o propósito de estabelecer trocas que subsidiam a elaboração de conhecimentos. Ao observar algumas salas de aula, infelizmente é comum constatar um clima de tensão entre professores e alunos. Obviamente, esse clima não é favorável à aprendizagem. Veja que, nas condições apresentadas, uma linguagem assertiva é fundamental para estabelecer o diálogo. De fato, as relações humanas são permeadas por di�culdades, para que o diálogo se estabeleça na prática pedagógica é primordial acolher a diversidade e as singularidades. REFLITA O professor fez a leitura de uma notícia de jornal sobre os benefícios da reciclagem para o meio ambiente e perguntou se a separação do lixo é realizada na residência das crianças. Por que isso é importante? Você considera que essa situação favoreceu a comunicação e o diálogo entre o professor e a turma? 3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentosem diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de con�itos e à cooperação. (BRASIL, 2017, p. 65) “ 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 9/17 Como ação que envolve sujeitos em um processo formativo, as práticas pedagógicas são enriquecidas pelos elementos da vida cotidiana, que dão sentido a todo o processo. A escola, o professor e os conteúdos não podem estar isolados da realidade dos estudantes, por isso, na alfabetização, os conhecimentos prévios são o alicerce para a elaboração das aprendizagens. Isso foi evidenciado por Paulo Freire ao tratar da alfabetização. O autor reforçou o fato de que a leitura de mundo precede a leitura da palavra, e isso signi�ca que a leitura de mundo leva à conscientização, e a escola não deve trabalhar apenas com atividades repetitivas que não oportunizam ao estudante o exercício do pensar, da re�exão sobre ele e sobre o objeto de conhecimento e o mundo. No trabalho que Paulo Freire realizou na alfabetização de adultos, partiu da realidade concreta dos estudantes, utilizou temas geradores e palavras que faziam parte do cotidiano daquelas pessoas e valorizou as vivências culturais, utilizando práticas dialógicas. EXEMPLIFICANDO A leitura dialógica é uma atividade que pode ser realizada com as crianças. Nela, a aprendizagem ocorre de forma coletiva e colaborativa. O diálogo é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu. [...] Se é dizendo a palavra com que, ‘pronunciando’ o mundo, os homens o transformam, o diálogo se impõe como caminho pelo qual os homens ganham signi�cação enquanto homens. Por isto, o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidariza o re�etir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca das ideias a serem consumidas pelos permutantes. — (FREIRE, 1996b, p. 54) “ Nas salas de aula, muitos centros educacionais superaram com êxito o binômio professor-aluno, modi�cando sua organização tradicional e suas dinâmicas. Por exemplo, incluíram outras pessoas adultas, além dos professores, com a �nalidade de apoiar a aprendizagem da leitura em grupos interativos e nas atividades de leitura compartilhada. Também transformaram suas bibliotecas tradicionais em bibliotecas tutoradas, tornando esse espaço �exível e adaptável às necessidades dos alunos e da comunidade. (AUBERT, 2011, p. 2) “ 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 10/17 Para o autor, quando a prática dialógica não se realiza, temos uma relação vertical, na qual o professor se porta como o detentor de todos os saberes. Estabelece-se um modelo de “educação bancária”, centrada no saber do professor, o qual “transfere” esse saber para os alunos. Para ensinar é necessário o exercício da escuta, pois ela “não diminui em mim, em nada, a capacidade de exercer o direito de discordar, de me opor, de me posicionar. Pelo contrário, é escutando bem que me preparo para melhor me colocar ou melhor me situar do ponto de vista das idéias” (FREIRE, 1996a, p. 45). As práticas pedagógicas não dialógicas foram chamadas de “domesticadoras” por Paulo Freire, por não possibilitarem a atividade física e cognitiva dos estudantes, inviabilizando o desenvolvimento da consciência crítica. Uma proposta de alfabetização crítica parte da análise dos con�itos e das contradições presentes na realidade vivida, entretanto Freire reconhece que essa não é uma tarefa simples, é necessário que haja continuidade no processo formativo. A conscientização é um conceito central no processo pedagógico. Ela ocorre por meio de um processo que passa por etapas que partem da consciência ingênua para a consciência crítica. No caso da consciência ingênua, suas principais características são: 1. Revela uma certa simplicidade, tende a um simplismo, na interpretação dos problemas, isto é, encara um desa�o de maneira simplista ou com simplicidade. Não se aprofunda na casualidade do próprio fato. Suas conclusões são apressadas, super�ciais. [...]. 6. É frágil na discussão dos problemas. O ingênuo parte do princípio de que sabe tudo. Pretende ganhar a discussão com argumentações frágeis. É polêmico, não pretende esclarecer. Sua discussão é mais feita de emocionalidades que de criticidades: não procura a verdade; trata de impô-la e procurar meios históricos para convencer com suas idéias [...]. Trata de brigar mais para ganhar mais. 7. Tem forte conteúdo passional. Pode cair no fanatismo ou sectarismo. 8. Apresenta fortes compreensões mágicas. 9. Diz que a realidade é estática e não mutável. — (FREIRE, 1983, p. 40) “ 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 11/17 Já na perspectiva da consciência crítica temos: A alfabetização na perspectiva crítica pretende garantir o amadurecimento da consciência por meio da problematização da realidade. O exercício dessa re�exão crítica, que é realizada através do diálogo, possibilitará que os estudantes percebam as relações sociais e seu caráter histórico. Por exemplo, em uma situação cotidiana, o professor pode questionar os alunos sobre a importância de não desperdiçar água e não deixar as torneiras abertas enquanto escovam os dentes. A partir disso, o docente permite que as crianças falem sobre o assunto e articulem a questão do papel da coletividade e do cuidado para que as próximas gerações não sofram com a falta de água potável. FOCO NA BNCC Na BNCC, dentre as competências especí�cas de linguagens para o ensino fundamental, está prevista a necessidade de promover re�exões sobre questões do mundo contemporâneo: O professor deve partir do universo cultural dos estudantes para realizar as produções textuais. Os temas podem ser sugeridos pelos próprios estudantes, mas o docente tem um papel muito importante: problematizar e provocar con�itos que levem à re�exão. 1. Anseio de profundidade na análise de problemas. Não se satisfaz com as aparências. Pode-se reconhecer desprovida de meios para a análise do problema. 2. Reconhece que a realidade é mutável. 3. Substitui situações ou explicações mágicas por princípios autênticos de causalidade. 4. Procura veri�car ou testar as descobertas. Está sempre disposta a revisões. 5. Ao se deparar com um fato, faz o possível para livrar-se de preconceitos. Não somente na captação, mas também na análise e na resposta [...]. 8. É indagadora, investiva, força, choca. 9. Ama o diálogo, nutre-se dele. 10. Face ao novo, não repele o velho por ser velho, não aceita o novo por ser novo, mas aceita-os na medida em que são válidos. — (FREIRE, 1983, p. 41) “ 1. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo. (BRASIL, 2017, p. 65) “ 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 12/17 A função social da escrita deve marcar o início dos processos formais da alfabetização, ou seja, o estudantedeve compreender para que serve a leitura, a escrita e qual lugar essas atividades ocupam na cultura e nas práticas sociais. Na perspectiva de alfabetização crítica, a produção de textos com função social deve ser o centro do trabalho, logo o professor deve possibilitar a produção de textos argumentativos, narrativos, informativos etc. A revisão textual deve ocorrer, veri�cando a coerência das ideias e a ortogra�a. Segundo Leite e Amaral (2000, p. 26) “em atividades como essas, a criança irá perceber que um texto verdadeiro exige uma estrutura adequada que permita a compreensão, primeira condição para uma real interlocução”. O aluno aprende a norma-padrão durante essa revisão realizada pelo professor e entende o sistema de escrita como um sistema de convenções. A professora dos anos iniciais pode fazer realizar essa etapa fazendo a leitura do texto individualmente com o aluno. 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 13/17 No entanto, a proposta de alfabetização crítica só será efetivada por um professor crítico em uma escola que também seja acolhedora. Esse pro�ssional possui a capacidade de re�etir sobre as suas ações, olha para o estudante e reconhece a sua capacidade de aprender. É essencial dar espaço para que os alunos falem, contem sobre suas famílias, brincadeiras, comidas favoritas, animais de estimação etc. Quando o professor abre espaço para a criança falar, os modos de “perceber, de sentir, de viver, de conviver, de conhecer e de pensar o mundo” vêm à tona, emergem e se constituem em sala de aula (SMOLKA, 1988, p. 99). Por meio do contato com os conhecimentos apresentados, em que buscamos pensar a linguagem como objeto de conhecimento, você aprendeu que a linguagem possui função cognitiva, comunicativa, interativa e dialógica. A prática pedagógica deve propiciar o diálogo e acolher os elementos da vida cotidiana, aproximando a escola da vida dos estudantes. Você conheceu a proposta de alfabetização crítica, que parte da promoção do diálogo para possibilitar a elaboração do pensamento crítico pelos estudantes. FAÇA VALER A PENA Questão 1 Com base no que se espera de práticas pedagógicas dialógicas, analise as a�rmações: I. As práticas pedagógicas são enriquecidas pelos elementos da vida cotidiana. II. Os conteúdos não podem estar isolados da realidade dos estudantes. III. Os conhecimentos prévios são o alicerce para a elaboração de novas aprendizagens. Assinale a alternativa que apresenta todas as a�rmações corretas: a. I, apenas. b. II, apenas. c. III, apenas. d. I e II, apenas. 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 14/17 e. I, II e III. Questão 2 A conscientização é um conceito central no processo pedagógico. Ela ocorre por meio de um processo que passa por etapas que partem da consciência ingênua para a consciência crítica. Tomando como referência as características da consciência crítica descritas por Freire (1983), julgue as a�rmativas a seguir em verdadeiras (V) ou falsas (F). ( ) Diz que a realidade é estática e não mutável. ( ) Procura veri�car ou testar as descobertas. Está sempre disposta a revisões. ( ) Revela certa simplicidade na interpretação dos problemas. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a. V – V – V. b. V – F – V. c. F – V – F. d. F – F – F. e. V – V – F. Questão 3 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 15/17 Considerando o contexto apresentado, analise as a�rmações a seguir: I. A dialogicidade oferece a possibilidade de aprimoramentos, aprendizagens múltiplas e contínuas envolvendo professores e alunos. II. Professor e aluno, como interlocutores em uma situação de ensino, utilizam a linguagem verbal e não verbal, que os aproxima ou os distancia, constituindo a experiência do discurso da ação dos interlocutores. III. O processo educacional é atravessado pela perspectiva dialógica de produção de sentidos, que acontece mediante a reprodução de padrões socialmente estabelecidos e suas contradições, impedindo o desenvolvimento da autonomia do aluno. Assinale a alternativa que apresenta todas as a�rmações corretas: O diálogo é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu. Se é dizendo a palavra com que, ‘pronunciando’ o mundo, os homens o transformam, o diálogo se impõe como caminho pelo qual os homens ganham signi�cação enquanto homens. — (FREIRE, 1996b, p. 54) “ a. I, apenas. b. II, apenas. c. III, apenas. d. I e II, apenas. e. I, II e III. REFERÊNCIAS AUBERT, A. Leitura dialógica: mais espaços de leitura com mais pessoas. Comunidades de aprendizagem, n. 2, p. 1-8, nov. 2011. Disponível em: https://www.comunidadedeaprendizagem.com/uploads/materials/102/2143f48419 9d463557f2a8f3db6354ea.pdf. Acesso em: 21 jun. 2020. BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 5. ed. São Paulo: WMF M ti F t 2010 0 V er a n o ta çõ es https://www.comunidadedeaprendizagem.com/uploads/materials/102/2143f484199d463557f2a8f3db6354ea.pdf 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDI… 16/17 WMF Martins Fontes, 2010. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. Acesso em: 22 jun. 2020. CORREA, L. M. S. Língua e Cognição: antes e depois da revolução cognitiva. In: GUIMARÃES, E. (ed.). Introdução às ciências da linguagem: linguagem história e conhecimento. Campinas, SP: Editora Pontes, 2006. FERNANDES, J. F.; CARVALHO, M. G.; CAMPOS, E. N. Vigotski e Bakhtin: a ação educacional como projeto dialógico de produção de sentido. 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São Paulo: Ícone, 2010. 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIME… 1/3 FOCO NO MERCADO DE TRABALHO LINGUAGEM COMO INTERAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA Natália da Silva Bugança Imprimir SEM MEDO DE ERRAR COMO DESENVOLVER O PENSAMENTO CRÍTICO NOS ALUNOS? Nesta seção, seu desa�o é pensar em estratégias de trabalho que sejam capazes de desenvolver o pensamento crítico de crianças pequenas. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIME… 2/3 A professora Vanessa está vivenciando algo muito comum em professores jovens. Ela sente que precisa estudar mais para conseguir encaminhar da melhor maneira as situações con�ituosas que permeiam a prática pedagógica. A preocupação dela é desenvolver atividades que possibilitem a comunicação do pensamento crítico dos alunos, mas não sabe como realizar esse trabalho com crianças tão pequenas. Para isso, é necessário que se estabeleça uma relação de respeito e con�ança entre a professora Vanessa e seus alunos, para que existam espaços de troca e interação. O aluno deve sentir-se valorizado enquanto interlocutor, ou seja, aquele que também é capaz de ensinar e aprender. As seguintes ações são algumas possibilidades de atividades que oportunizam a re�exão e a progressiva estruturação do pensamento crítico em crianças: Perceber-se como autor: um aluno produz o texto ditando para outro aluno que já escreve ou para o professor, que atua na função de escriba. Compartilhar vivências: o aluno tem a possibilidade de falar sobre si e suas vivências. Questionar: os alunos podem levantar questionamentos sobre a resolução de um problema apresentado pela professora. Contar histórias: a professora organiza momentos em que os alunos contam histórias e os colegas fazem perguntas. O aluno participa ativamente dessas atividades, e isso não diminui a importância do professor, pois este organiza e conduz todos esses momentos, fazendo mediações e articulando as falas das crianças com o objeto de conhecimento e o objetivo de aprendizagem proposto. A professora realizou estudos e aprendeu que deveria possibilitar a interação entre os seus alunos a partir dos conhecimentos que ela reorganizou em sala de aula. Em alguns momentos, os alunos desenvolvem atividades em dupla, grupo ou coletivamente. Ela entendeu que a turma não precisa estar o tempo todo em silêncio para aprender. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIME… 3/3 AVANÇANDO NA PRÁTICA ELABORANDO TEXTOS COLETIVAMENTE Karina é professora de uma turma do segundo ano do ensino fundamental, e seus alunos possuem di�culdades ortográ�cas e de organização do texto. De que forma a professora poderá trabalhar, a �m de melhorar as di�culdades dos alunos sem utilizar atividades repetitivas e sem sentido? RESOLUÇÃO A professora poderá inserir a produção de textos coletivos na rotina da turma. Os alunos de�nem qual será o tema da produção; na sequência, cada um cria uma parte da história e narra para todos. Enquanto os alunos falam, a professora coordena a atividade e faz o registro das falas no quadro. Ao mesmo tempo, ela ensina a escrita correta das palavras, a pontuação e a organização do texto. Ainda, a docente pode orientar que os alunos copiem a produção nos cadernos ou em um cartaz, o qual poderá ser exposto na sala de aula ou no pátio da escola. Quando Karina adotou essa prática, percebeu que, além de retomar todas as di�culdades enfrentadas pelos alunos, foi possível explorar a criatividade. 0 V e r a n o ta çõ e s 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 1/21 NÃO PODE FALTAR A ESCOLA DIANTE DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ALFABETIZAÇÃO Natália da Silva Bugança Imprimir PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ALFABETIZAÇÃO Escolas que apresentam bons resultados em práticas pedagógicas de alfabetização têm como característica a atuação de toda a equipe para garantir materiais, espaços e recursos estruturados para alunos e professores. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 2/21 PRATICAR PARA APRENDER A escola é um espaço formativo que nos remete à ideia de movimento e evolução. De fato, nesse ambiente repleto de falas, gestos, expressões e afeto, a aprendizagem acontece para além do planejado, ela brota nas situações simples como uma conversa entre um funcionário e um aluno e ganha densidade nas situações vividas em sala de aula. É nesse espaço de múltiplas relações que os professores se apropriam das normativas dos sistemas educativos, interpretam e dão sentido aos conhecimentos pedagógicos, traduzindo-os em elementos de suporte para sua prática cotidiana. Você já reparou que em várias atividades nos sentimos mais seguros quando sabemos que podemos contar com o apoio de outra pessoa ou de uma equipe? No trabalho dos professores também é assim. A atuação de toda a equipe é importante para resolver con�itos, planejar, organizar os espaços e materiais ou para simplesmente proferir palavras de apoio. 0 V er a n o ta çõ es 29/10/2022 14:37 lddkls211_est_pro_alf https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marciajohann25%40gmail.com&usuarioNome=MARCIA+MARIA+KELLING+JOHANN&disciplinaDescricao=ESTRATÉGIAS+E+PROCEDIM… 3/21 Nesta seção, você perceberá que diante das práticas pedagógicas de alfabetização a escola constitui-se como espaço formativo organizado para que a aprendizagem aconteça. Essa temática evidencia que todos os pro�ssionais estão envolvidos na organização das práticas educativas, não havendo espaço para individualismo, rivalidade entre os pro�ssionais, tampouco entre a gestão da escola e o corpo docente. Para compreender como a organização escolar tem um papel importante nas práticas de alfabetização, neste estudo você estudará por que é importante proporcionar formação continuada aos professores alfabetizadores e oferecer apoio pedagógico para a alfabetização, assim como materiais, espaço e recursos estruturados para alunos e professores. Por �m, entenderá a importância de uma proposta para o processo de alfabetização bem estruturada no Projeto Político- Pedagógico. Você já conhece a professora Vanessa e está a par dos desa�os que ela enfrenta em seu primeiro trabalho com uma turma de alfabetização. Após um semestre de trabalho com uma sala de aula com muitos alunos, a professora Vanessa percebe que, por mais que se esforce, realize pesquisas e trabalhe com atividades diversi�cadas, os resultados não são satisfatórios. Parece que os alunos não estão progredindo, e ela está a�ita. Alguns pais também conversaram com Vanessa e com a coordenadora da escola sobre a di�culdade dos �lhos frente às atividades que a professora propõe. Como a coordenadora pedagógica poderá intervir para auxiliá-la? Seria
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