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Emergências Psiquiátricas

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Ranin Lena Lima – Enfermagem em Saúde Mental I 
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Enfermagem em Saúde Mental 
EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS 
 Qualquer situação de natureza psiquiátrica em que 
existe um risco significativo (de morte ou dano 
grave) para o paciente ou para terceiros, 
demandando uma intervenção terapêutica 
imediata. 
 Emergências psiquiátricas constituem 6% de todas 
as visitas ao setor de emergências. 
EPIDEMIOLOGIA 
 
OBJETIVOS DO ATENDIMENTO NA EP 
 Estabilização do quadro: estabelecer um sintoma-
alvo a ser abordado e controlado. 
 Estabelecimento de uma hipótese diagnóstica: 
uma hipótese diagnóstica, mesmo que provisória, 
serve como referencial para a avaliação da evolução 
do paciente. 
 Exclusão de uma causa orgânica: excluir causa 
orgânica que explique as alterações no estado 
mental do paciente. 
 Encaminhamento: após a estabilização do quadro e 
o controle dos riscos deve-se encaminhar o 
paciente para que seja dada sequência de 
tratamento. 
 O local destinado ao atendimento de urgências e 
emergências psiquiátricas deve oferecer segurança, 
estrutura física adequada, ausência de objetos 
potencialmente perigosos, adequação de estímulos 
sensoriais, sistema de alarme, disponibilidade de 
medicamentos e equipamentos para contenção, 
serviço de segurança, e acesso a serviços de 
diagnósticos e a outros especialistas. 
 ABORDAGEM INICIAL: Estabelecer vínculo, 
confiança e respeito. Paciente precisa se sentir 
acolhido e com seu sofrimento reconhecido 
 APROXIMAÇÃO DO PACIENTE: Conectar-se com o 
paciente; Esclarecer os objetivos da avaliação; 
Conhecer o contexto do paciente; Não se identificar 
com os sentimentos negativos do paciente 
PRINCIPAIS RISCOS EM SAÚDE MENTAL 
RISCO DE SUICÍDIO/TENTATIVA 
 Pensamento de Morte x Ideação Suicida; 
 Escala M.I.N.I.; 
 Ambivalência; 
 Rigidez do pensamento; 
 Impulsividade; 
 Todas as tentativas devem ser levadas a sério; 
 Entender como aconteceu a tentativa; 
 TS sem morte - fator de risco para tentativas mais letais. 
 
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PSICOSE AGUDA/EPISÓDIO PSICÓTICO 
 Rompimento com a realidade; 
 Delírios e/ou alucinações; 
 Juízo crítico prejudicado e/ou desorganização; 
 Linguagem clara e objetiva é fundamental; 
 Pode ocorrer agitação e agressividade, 
necessitando de contenção química ou mecânica. 
ANSIEDADE AGUDA/CRISE DE PÂNICO 
 CRISE DE PÂNICO: ataque agudo de ansiedade, 
episódico e intenso, associado a sentimentos 
opressivos de pavor. 
 Sintomas (pelo menos 4): 
o Palpitação 
o Suor excessivo 
o Tremores 
o Sensação de falta de ar ou sufocamento 
o Sensação de asfixia 
o Dor ou desconforto no peito 
o Náusea 
o Tontura, instabilidade, vertigem ou 
desmaio 
o Desrealização ou despersonalização 
o Medo de perder o controle ou 
enlouquecer 
o Medo de morrer 
o Parestesias 
o Calafrios ou ondas de calor 
 Estabelecer contato rapidamente; 
 Conversar prontamente com o paciente e deixá-lo 
expressar sentimentos e emoções; 
 Escolher ambiente privado para o atendimento; 
 Levar a sério a queixa principal do paciente; 
 Exame físico – especialmente quando houver 
queixa física; 
 Escuta atenta; 
 Evitar enfoque punitivo ou de julgamento 
AGRESSIVIDADE/AGITAÇÃO PSICOMOTORA 
 Agressão: ato intencional que causa dano físico ou 
mental em outra pessoa. 
 Agitação psicomotora: atividade motora e 
cognitiva excessiva, em grande parte improdutiva e 
decorrente de tensões internas. 
 Os transtornos mentais são frequentemente 
relacionados à violência. No entanto, a maioria dos 
usuários dos serviços de saúde mental não são 
violentos. 
 Observar os sinais iminentes de violência; 
 História prévia; 
 Não discutir com o paciente, nem retribuir ofensas; 
 Em caso de descontrole da situação, acionar 
equipe; 
 Se for em ambiente com outros pacientes, tomar 
cuidado para não expor o paciente. 
 Manter postura honesta e franca, com atitude 
receptiva; 
 Evitar movimentos bruscos; 
 Manter certa distância; 
 Assegurar ao paciente que você pretende ajudá-lo 
a controlar seus impulsos; 
 Apresentar-se; 
 Não fazer ameaças e não confrontar; 
 Falar pausadamente, mas firme; 
 Colocar limites de maneira objetiva, mas 
acolhedora 
CONTENÇÃO MECÂNICA 
 Último recurso: quando alternativas menos 
coercitivas não tiverem efeito; 
 Necessário 5 membros da equipe; 
 Circundar paciente; 
 Proteger a cabeça do paciente; 
 Realizar a contenção de 4 pontos, se necessário 
utilizar a quinta faixa - torácica; 
 Uma pessoa fala com o paciente, explica o 
procedimento e orienta equipe; 
 Manter paciente confortável; 
 Registrar no prontuário; 
 Avaliar pontos de contenção de 2/2h; 
 Paciente deve ficar o TEMPO TODO acompanhado 
 
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 Fármacos na EP/Contenção farmacológica: 
 
INTERNAÇÃO HOSPITALAR 
 Voluntária: aquela que se dá com o consentimento 
 do usuário. 
 Involuntária: aquela que se dá sem o 
consentimento do usuário e a pedido de terceiro. 
 Compulsória: aquela determinada pela Justiça 
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NANDA 
(2018 - 2020) 
 Risco de suicídio 
 Risco de automutilação 
 Risco de violência direcionada a outros 
 Risco de violência direcionada a si mesmo 
 Ansiedade 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Podem ocorrer em todos os contextos de 
assistência; 
 Requerem atuação imediata e pressupõem a 
tensão entre a observância de princípios éticos, tais 
como autonomia, beneficência, não maleficência e 
confidencialidade; 
 A equipe multidisciplinar deve estar coesa, 
preparada para o atendimento e ter consistência 
em relação a contratos e ao manejo em geral. 
 Momento crítico marcado pela fragilidade e 
instabilidade do cliente e grande responsabilidade 
para o profissional de saúde. 
 A abordagem baseada em evidências, rápida, 
humanizada e eficaz pode ser determinante para o 
prognóstico do cliente; 
 Nesses atendimentos são fundamentais o 
conhecimento, habilidades, o preparo emocional e 
a integração da equipe; 
 O registro das informações deve ser preciso e 
fidedigno.

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